Comunicação março 2011.pmd - Catedral São José

Propostas da CF 2011 já são executadas
pela Cáritas Diocesana
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) propõe a cada ano, através da Campanha da
Fraternidade (CF), um itinerário evangelizador fortemente
voltado para a conversão pessoal e comunitária,
em preparação à Páscoa. A CF acontece desde
1964 e, em 2011, em sua edição 47ª, aborda o tema
do aquecimento global e das mudanças climáticas. De
outras formas, a preocupação com o meio ambiente e
com a vida como tal, já ocupou reflexão em várias
outras Campanhas. Como exemplo, os lemas das Campanhas
de 1979: Preserve o que é de todos; 1984:
Para que todos tenham vida; 1986: Terra de Deus,
Terra de irmãos; 2004: Água, fonte de vida; 2008:
Escolhe, pois, a vida; entre outras.
Os objetivos gerais da CF, essencialmente, são
sempre os mesmos e decorrem da missão
evangelizadora que a Igreja recebeu de Jesus Cristo:
em vista do mandamento do amor fraterno, despertar
e nutrir o espírito comunitário no meio do povo e a
verdadeira solidariedade na busca do bem comum;
educar para a vida fraterna, a partir da justiça e do
amor, que são exigências centrais do Evangelho; renovar
a consciência sobre a responsabilidade de todos
na ação evangelizadora da Igreja, na promoção humana
e na edificação de uma sociedade justa e solidária.
Com o tema: Fraternidade e a Vida no Planeta
e o lema “A Criação geme em dores de parto”,
(Rm 8,22), a Igreja quer refletir sobre o meio
ambiente, a gravidade do aquecimento global e das
mudanças climáticas – causas e consequências. A CF
deste ano, de maneira primorosa como sempre, vem
nos alertar sobre o que podemos fazer para ajudar a
salvar nosso planeta, ou seja, nos dá a oportunidade
de como uma família sentarmos juntos e elaborarmos
ações para salvar a nossa casa, que sofre os efeitos de
uma exploração predatória de seus recursos naturais.
Esta campanha não é uma utopia, mas um alerta
de que atitudes devem ser tomadas, não por uma minoria,
mas por um todo, pois este planeta é nossa casa
e precisamos ser fraternos, gerando ações que nos levem
ao bem comum.
Muitos gestos concretos surgirão, outros já estão
acontecendo como limpeza de rios e mananciais, coleta
seletiva do lixo, reciclagem...
A Cáritas Diocesana há um bom tempo vem colocando
em prática o que a CF deste ano nos desafia.
Vários projetos coordenados pela Cáritas, alguns em
parceria com órgãos públicos e outras entidades, vêm
sendo executados sempre respeitando o cuidado com
o meio ambiente ou mesmo como forma de ajudar a
preservá-lo ou recuperá-lo. Apresentamos três projetos
dentro desta perspectiva:
1. Produção ecológica de alimentos
Na Diocese de Erexim, a Cáritas vem desenvolvendo ações de
geração de trabalho e renda desde a sua origem há 26 anos. Constituem-se
de pequenas iniciativas de organização dos pequenos agricultores
em torno da produção e comercialização de produtos ecológicos.
Neste tempo, foram viabilizados mais de uma centena de projetos
através do repasse de recursos, acompanhamento e
assessoramento técnico.
Hoje, há várias feiras de produtos ecológicos organizadas em
diversas cidades da nossa região. São elas que dão escoamento da
produção realizada pelas famílias organizadas em torno dos grupos.
Alguns grupos já alcançaram a comercialização em nível regional e
interestadual. É o caso da participação de feiras e pontos de
comercialização em Passo Fundo e da construção de uma rota de
comercialização que alcança os estados de Santa Catarina, Paraná e
São Paulo.
Outra atividade significativa é a Feira de Economia Popular Solidária
e Mostra da Biodiversidade e o Jantar Ecológico, que já está
na 5ª edição e acontece sempre na primeira quinzena de novembro. É
um espaço de troca de ideias, produtos, conhecimentos e
comercialização que envolve mais de 40 grupos.
Essa atuação com pequenos agricultores propicia, não somente a
geração de trabalho e renda, mas a permanência das pessoas no campo
construindo diversas associações e espaços de comercialização no
meio urbano. É, também, uma das tantas maneiras de relacionamento
com o meio ambiente de forma auto-sustentável. São relações
construídas a partir do respeito pela terra, pelo ar e pela água, pois
não são usados agrotóxicos, adubos químicos e outros.
2. Recriar: uma transformação sócio-ambiental
A ação desse Projeto é a comunidade do Parque Lívia, localizada
na periferia da cidade de Erechim, que conta com aproximadamente
2.000 moradores. Destes, pode-se dizer que 90% vivem em situação
de descaso e alto grau de vulnerabilidade social, pois não há trabalho
suficiente para suprir a necessidade de todas essas pessoas. Di-
Foto: Laercio Sponchiado
Março / 2011 – COMUNICAÇÃO DIOCESANA – 13