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Falsidade material e realidade objetiva - Seminário dos Alunos do ...

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Revista <strong>do</strong> <strong>Seminário</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>Alunos</strong> <strong>do</strong> PPGLM/UFRJ: n.1, 2010Arnauld, a idéia enquanto “existência <strong>objetiva</strong> positiva” não pode, como querDescartes, ser derivada <strong>do</strong> nada (AT, VII, 207), nem porquanto ser falsa.A primeira reação de Descartes não é justificar-se, mas justificar a crítica deArnauld pelo fato de que este toma as idéias “formalmente” e, com isso, Descartestorna esta crítica ao mesmo tempo legítima e limitada. Legítima porque em algumsenti<strong>do</strong> é certo dizer que as idéias em si mesmas não podem ser falsas, a saber,enquanto tomadas “formalmente”. E limitada porque resguarda a possibilidade deque as idéias sejam falsas em si mesmas, mas certamente não enquanto tomadas“formalmente”.Mas o que quer dizer “formalmente”? Trata-se <strong>do</strong> aspecto segun<strong>do</strong> o qual asidéias são “formas”, por oposição tanto à matéria das próprias idéias, que é opensamento, quanto à matéria das próprias coisas: “Pelo nome de idéia, enten<strong>do</strong> estaforma de cada um de nossos pensamentos por cuja percepção imediata temosconhecimento desses mesmos pensamentos. (...)” (AT, IX, 124). Nos termoscartesianos da Exposição Geométrica, podemos identificar a matéria das idéias naprimeira definição, que é a de pensamento: “Pelo nome de pensamento, compreen<strong>do</strong>tu<strong>do</strong> quanto está de tal mo<strong>do</strong> em nós que somos imediatamente seus conhece<strong>do</strong>res.Assim, todas as operações da vontade, <strong>do</strong> entendimento, da imaginação e <strong><strong>do</strong>s</strong>senti<strong><strong>do</strong>s</strong> são pensamentos. (...)” (AT, IX, 124), e a matéria das próprias coisas naquarta definição:As mesmas coisas são ditas estarem formalmente nos objetos das idéias, quan<strong>do</strong> estão nelestais como as concebemos; e são ditas estarem neles eminentemente, quan<strong>do</strong>, na verdade, nãoestão aí, como tais, mas são tão grandes, que podem suprir essa carência com a excelênciadelas. (AT, IX, 125).Quanto à matéria das idéias, Descartes e Arnauld estão de acor<strong>do</strong> que ela nãopode encerrar nenhuma falsidade (Cf. AT, VII, 206; AT, VII, 232). Quanto à matériadas próprias coisas, os filósofos concordam também que sua falsidade ou verdadedepende <strong>do</strong> juízo, daí a acusação de Arnauld de que haveria uma confusão entrehttp://seminarioppglm.wordpress.com/revista-<strong>do</strong><strong>do</strong>-seminarioseminario-<strong><strong>do</strong>s</strong><strong><strong>do</strong>s</strong>-alunosalunos-<strong>do</strong><strong>do</strong>-ppglm/2

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