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Falsidade material e realidade objetiva - Seminário dos Alunos do ...

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Revista <strong>do</strong> <strong>Seminário</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>Alunos</strong> <strong>do</strong> PPGLM/UFRJ: n.1, 2010efeitos, como acontece com a idéia de Deus. Ou seja, ele propõe que se parta da<strong>realidade</strong> <strong>objetiva</strong> da idéia de frio para investigar a sua <strong>realidade</strong> formal. O máximoque poderia acontecer é a constatação de que sua <strong>realidade</strong> formal não énecessariamente o frio mesmo, mas pode ser a <strong>realidade</strong> formal da substânciapensante, como ocorre no caso das idéias fictícias. Tu<strong>do</strong> isso, se não é explicitamenteproposto por Arnauld, ao menos fica claro pelo alcance que ele dá às conseqüênciasda falsidade <strong>material</strong>, já que, uma vez admitida, ela poderia ser encontrada, segun<strong>do</strong>Arnauld, inclusive na idéia de Deus, ao invés de se encontrar apenas formalmente nojuízo que alguns idólatras fazem sobre esta idéia.No entanto, não é possível considerar a idéia de frio a fim de descobrir o queela representa de fato, como seria o caso <strong>do</strong> frio mesmo, ou ao menos o que elarepresenta de direito, como seria o caso de uma privação <strong>do</strong> calor ou, em últimaanálise, da própria substância pensante. Pode-se, contu<strong>do</strong>, manter a substânciapensante como sua autora, já não na medida em que é um ser, mas na medida emque é um nada, o que basta para o contexto da prova da existência de Deus, mas fere,segun<strong>do</strong> Arnauld, o princípio segun<strong>do</strong> o qual <strong>do</strong> nada nada procede.Ora, se a dúvida hiperbólica veta o caminho das coisas para as idéias, permiteo caminho de volta de certas idéias para as coisas, mas também este caminho estáveta<strong>do</strong> às idéias sensíveis, e disso Arnauld já não está consciente em sua crítica. Umavez postos em dúvida os preconceitos da juventude em relação a Deus e ao frio, épossível voltar à crença em Deus, mas não à crença de que o frio seja algo em simesmo. Assim, quer se tome o frio como algo em si mesmo ou como uma privação, asua idéia representa sempre uma terceira coisa: “uma certa sensação não ten<strong>do</strong>nenhuma existência fora <strong>do</strong> intelecto” (AT, VII, 233).Resta saber o que veta às idéias sensíveis este caminho de volta às coisasmesmas, isto é, às suas supostas <strong>realidade</strong>s formais. Quanto a este ponto, MichelleBeyssade admite que seja tenta<strong>do</strong>r negar a <strong>realidade</strong> <strong>objetiva</strong> das idéiashttp://seminarioppglm.wordpress.com/revista-<strong>do</strong><strong>do</strong>-seminarioseminario-<strong><strong>do</strong>s</strong><strong><strong>do</strong>s</strong>-alunosalunos-<strong>do</strong><strong>do</strong>-ppglm/5

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