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Nº 271 - Linguagem Viva

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Ano XXII Nº <strong>271</strong> março de 2012A ESCRITA COMO TRILHA –‘OS SOBREVIVENTES’, DE RODOLFO KONDERBeatriz H. Ramos Amaral“... um canto gregoriano derramava-sepela nave central. E a luz difusa damanhã chegava para ouvi-lo, atravésdos vitrais. Às seis e quinze em ponto,um monge tocava o sino e apagavaas luzes.” (Rodolfo Konder)Em seu novo livro, “OS SO-BREVIVENTES” (RG Editores,2012, 64 p.), Rodolfo Konder apresenta,com seu pincel de mestre,desenhos, quadros e rastros de umpercurso polifônico que abrangemomentos singulares de nossa história.A recém-lançada obra consisteem um conjunto de dezoitonarrativas breves que, conjugadasentre si, revelam a trajetória do combatentejornalista e escritor em meioàs lutas travadas contra a tirania doarbítrio e da repressão, nos anossessenta e setenta. Como muitosde seus companheiros jornalistas,professores e intelectuais de diversasregiões brasileiras, Konder seopôs ferozmente à supressão dasliberdades políticas no país. Estevesempre em combate contra oautoritarismo, almejando aredemocratização do Brasil, a voltaao Estado de Direito. Foi, poressa razão, perseguido, preso etorturado, tendo se exilado em duasocasiões distintas, a pimeira, entre1964 e 1965, no México e no Uruguai,e a segunda, entre 1976 e1978, no Canadá e nos EstadosUnidos. Em meio à pluralidade deexperiências vividas nesses doisperíodos, iniciou sua produção literária,em bem sucedida carreira quejá alcança mais de três décadas emais de vinte livros publicados, entreos quais Tempo de Ameaça,Anistia Inernacional: uma porta parao futuro, O rio da nossa loucura,Hóspede da Solidão (prêmio Jabuti– ano 2000), As areias de ontem,Cassados e Caçados, Rastros naNeve, Educar é Libertar, entre outros.Os contos de “OS SOBREVI-VENTES” (1) introduzem o leitor novasto universo literário de RodolfoKonder, em que se destacam asinfluências do “new journalism”americano e do escritor argentinoJorge Luiz Borges, um dos grandesnomes da literatura do século vinte.Diante do estilhaçamento dasutopias e do braço forte da censura,o autor erige, em suas narrativas– Pânico em Claraval, A invasão,O náufrago, A cidade de gelo,As teias da amargura, A fuga e Ossobreviventes, que nomeia o volume,entre outras – em fragmentosnítidos e tocantes, os acontecimentospolíticos e sua repercussão noespírito combativo e atuante do jornalistae professor universitário (demitidonos anos de arbítrio da FundaçãoÁlvares Penteado – FAAP,só retornou ao mundo da universidadeno início do terceiro milênio,na direção da Faculdade de Jornalismo- da UNIFMU/FIAM/FAAM. (2)Neste panorama em que se alternamos tons dramático, poéticoe irônico, a acentuada utilização defiguras de linguagem, em especiala metáfora e a hipérbole, alimentaa estratégia narrativa e estilística deKonder.Em O Náufrago, o escritor evocafigurativamente o reino daSamaria, e escreve:“Imaginava os ataquesimpiedosos dos assírios, os corposexaustos combatendo ao sol, osmassacres, a submissão. Depoispensava no tempo das vacas magras,quando nem a multiplicaçãoamedrontada de sacrifícios a deusesantes benevolentes conseguiraimpedir as estiagens, as enchentese as pragas” (p.27)Entretecendo sua escrita comparalelos, analogias e similitudes,Konder realça a intensidade dosfatos políticos de que foi ator, personagem,testemunha presencial erepórter. A linguagem se enriquececom a fertilidade das figuras que semultiplicam à medida em que seadensa a percepção do real. Temposde arbítrio. Luta pela liberdade.“Nos olhos do náufrago, eramclaramente visíveis os vestígios demuitos navios afundados, de peixesvorazes como homens, dos velhosdevoradores de lodo dasprofundezas, de corais e esponjas... “ (p.29/30).Retratos traçados com precisãoestão presentes em “Mocassinspretos”, que alude ao padecimentodo jornalista Wladimir Herzog nasdependências do Departamento deOrdem Política e Social (DOPS, emSão Paulo). Em outros textos, como“A volta do canibalismo”, “Um reinoperdido”, “Os grandes predadores”,“Espelhos partidos” e a “A cidadede gelo”, a linguagem metafórica eos recursos da hipérbole anunciama crescente onda de violência, oarbítrio e a intransigência que, porvários anos, se tornaram constantesentre nós.As narrativas que compõem“OS SOBREVIVENTES” são, emsua maioria, inéditas em livros individuaisdo autor, só tendo sidopublicadas, de modo esparso, emperiódicos e em coletâneas de contos.Acentuando a temática do livro,o projeto gráfico de capa realizadopor Rita Motta faz uso da fotografiade Konder, tirada em 1975, no momentoem que foi preso.Neste atual momento em queo Ministério Público Federal intensificaesforços com vistas àpropositura de processos para aresponsabilização dos envolvidoscom os “crimes permanentes” (porexemplo, os crimes de sequestropraticados com finalidade política,tratados como “desaparecimentos”até hoje não esclarecidos) cometidospor agentes do Estado (3), eem que se trava debate jurídicoacerca da legitimidade das ações,tendo em conta aspectos divergentesconstantes dos entendimentosda Corte Interamericana de DireitosHumanos e do Excelso SupremoTribunal Federal, no que tangeà interpretação de dispositivos daLei de Anistia, oportuno o lançamentode “Os sobreviventes”, merecendoaplauso a iniciativa do editorReginaldo Dutra.É preciso que se conheça bema história real para que se possaavançar conscientemente, cadavez, mais, no exercício da liberdade,em direção à plenitude da efetivademocracia, sem retrocessos,com igualdade de direitos,pluralidade de pensamento, respeitoe tolerância. Estas as balizaspara o caminho cujo destino abriráas portas do futuro.Em seu destino de neve, exílios,fugas e lúcidas reflexõesRodolfo Konder, um dos mestres doconto e da crônica, revisita a memória,reinaugura o percurso dasmúltiplas viagens, e tece, no rostoda história, uma canção de ética eliberdade-luz.(1) “Os sobreviventes” (Konder,Rodolfo. São Paulo, 2012, RG Editores –3105-1743 (fone) e 3106-6275 (fax).(2) Atualmente, o autor é membro doConselho Municipal de Educação.Ocupou o cargo de Secretário Municipalde Cultura em duas gestões.(3) “Ministério Público quer reabrir casosde desaparecidos”. In “O Estado de SãoPaulo”, edição de 11 de março de 2012,domingo, matéria de capa e p. A4).Beatriz H. Ramos Amaral é poeta,contista e Mestre em Literatura eCrítica Literária- PUC-SP.


Página 2 - março de 2012Editorial<strong>Linguagem</strong> <strong>Viva</strong> homenageia a Poesia e a Mulher com a publicaçãode textos e poemas de escritoras de São Paulo (SP), Belo Horizonte(MG), Fortaleza (CE), Juiz de Fora (MG), Rio de Janeiro (RJ),Bragança Paulista (SP), Brasília (DF), Mariana (MG), Passos (MG),Santo André (SP), Ribeirão Preto (SP), Goiânia (GO), dos EUA e dePiracicaba (SP).Infelizmente nosso espaço é pequeno e não pudemos publicar todasas autoras que gostaríamos, sendo que estas estão representadascom a publicação do poema Amiga, de Florbela Espanca, que foi selecionadopor Zina Bellodi.Muitas foram as lutas e conquistas das mulheres pela igualdadedos direitos. Ainda há muito para se fazer, porque elas ainda sofrempreconceitos e são vítimas da violência.Vamos abrir as “portas para o futuro” e lutar contra a escravidão doser humano, a violência, o abandono e maus tratos para com as nossascrianças, mulheres, idosos e animais. Unidos, jamais seremos vencidos.Vamos exigir dos nossos governantes mais Cultura e Educaçãopara que as gerações futuras possam amar o seu próximo e os animais.Vamos, também, exigir mais Poesia nas escolas, nos veículos decomunicação, na cesta básica, nos espaços culturais e no dia-a-dia. APoesia é a nossa esperança para que possamos construir um mundomelhor para se viver, sem violência, pleno de paz e amor.HEROINAS DO SÉCULO XXIEly Vieitez LisboaNão vou falar de artistas, escritoras,cientistas, de grandes empresáriasque têm surpreendido o mundocom seu sucesso administrativoou financeiro. Os valores são outros.Minhas heroínas, conheço-as no diaa-dia,na luta insana e renitente devencer, sozinhas, de cumprir a missãoque lhes foi confiada, tendocomo armas apenas suas garras deleoa e uma vontade inquebrantável.Não vou enfatizar direitos feministas,muitas vezes exageradasasserções teóricas, nem semprealicerçadas na realidade. Quero dizeralgo sobre algumas mulheresque, quase anonimamente, dão liçõesde bravura, de valentia, de seressuperiores e corajosos que aceitaramdesafios propostos, não deantemão, mas que chegaram comoalçapões, provas de fogo inesperadas.O primeiro exemplo que mevem é Teresa. Na década de 50, erauma mulata viçosa, de formas arredondadas,bonita. Apaixonou-se eapareceu grávida. Todos compreenderamseu “erro”, a “queda”, e ajudaram-naquando nasceu o filho. Opai, covarde, eximiu-se de toda responsabilidade.E ela trabalhou, começoua criar o menino. Veio o segundo,de outro pai, depois maisoutro. Perguntei-lhe por que agiaassim e ela, com simplicidade: Querouma menina. E, finalmente, elaveio. Cinco filhos, todos avulsos, depaternidades diversas. Teresa “aposentou-se”,partiu para a luta bravade criar a prole. Hoje são adultos,um fez faculdade, outro estudou noexterior. Com muita valentia, amor,Teresa é exemplo de luta, de persistência,guerra. A prova é sua velhiceprecoce. Perdeu os dentes,tem as perna mapeadas de varizes.Há dias, eu conversava com“Baiana”, a feirante simpática, alegre,morena que ainda traz traçosde beleza. Seu relato é outro atestadode audácia, de heroísmo. Viúvahá vinte e cinco anos, criou osnove filhos com seu trabalho diário,na colorida tenda de legumes e frutas.Lá estão todos, alegres, dinâmicos,em um relacionamento amigo,sem a complexidade de duas gerações,nem traumas modernos. Nenhumprecisou de psicólogo, ninguémfez terapia,têm até casa própria,grande e espaçosacomo eles.Jandira, deolhos de céu, miúdae operosa, supervisionatodo omovimento da sua empresa. Atendepessoas, lá está todos os dias,não fica doente por falta de oportunidade.Às vezes é enérgica, dura,outras, doce e amiga. Quem quiserpode vê-la nessa faina abnegada,ininterrupta, há longos anos, demanhã à noite.Regina e Marister são símbolosda época. Mulheres livres, divorciadas,arrostando dificuldades, vencendopercalços variados, preconceitosignorantes. Criaram os filhoscom tanta luta, que, muitas vezes ocorpo vacilou, a depressão chegoumansa, deslizando na grama do cotidiano.Mas venceram, conquistaramde vez sua alforria. Os ex-maridosnão existem, não cumpriram oacordo conjugal, são antônimos denobreza e responsabilidade.O povo diz que atrás de umgrande homem há sempre umagrande mulher. Pode-se parafrasearo aforismo às avessas. Em quasetodas as histórias, onde há umaheroína lutando brava e solitariamente,há sempre um anti-herói ouum crápula que fugiu de sua missão,exilou-se de seu dever. Issoestá se tornando comum. Será quea liberação da mulher, que, a duraspenas tem conquistado seu espaçona sociedade moderna, trouxe comosequela a carga dupla da responsabilidade,da luta árdua e infrene? Liberdadenão se coaduna com equilíbrio,companheirismo, parceria,ajuda mútua, respeito, lealdade?A finalidade desse artigo não écriticar o homem, o pseudo sexoforte, que ultimamente anda comcalcanhares-de-Aquiles emdemasia... Pelo contrário, é cantartodas as mulheres valentes,verdadeiras heroínas do século XXI,exemplos de tenacidade, derenitência, de espírito superior, comose assinaladas fossem pelosdeuses.Ely Vieitez Lisboa é escritora,professora e membro da AcademiaRibeirãopretana de Letras.E-mail: elyvieitez@uol.com.br


Página 3 - março de 2012Duas Mulheres EspeciaisCelebra-se o Dia Internacionalda Mulher a 8 de maio, movimentoque teve sua origem em 1917, comas manifestações das operáriasrussas por melhores condições detrabalho e contra a entrada daRússia na Primeira Guerra Mundial.Esse fato, hoje totalmente esquecido,foi recuperado na décadade sessenta pelo movimento feminista,perdendo, porém, seu verdadeirosentido, sendo atualmenteapenas uma data festiva.Desde o início do século XX asmulheres vêm se destacando emtodos os segmentos da sociedade:por sua coragem, inteligência e generosidade,em projetos científicos,postos de comando, nas artes e naliteratura, a mulher é uma presençaconstante, e com um brilho especial.Nas lutas antirracistas, porexemplo, para citar apenas um dosmuitos problemas, escolhi entrecentenas, duas mulheres que deixaramsua marca na História: RosaMcCauley Parks, e Aracy CarvalhoGuimarães Rosa.Rosa Parcks ( 1913- 2005),uma costureiranegra, norteamericana,tornou-se símbolodo movimentodos direitoscivis dosSonia SalesDivulgaçãonegros nosEstados Unidos,quandocorajosamenteenfrentou sozi-Rosa Parcksnha os preconceitos e os protestos,em 1º de dezembro de 1955, recusando-sea ceder o seu lugar noônibus a um branco. Começava as-sim um movimento que apoiadopelo pastor negro Martin LutherKing Jr. veio a se intensificar nosanos setenta, com o lema:I’ m black, I’m proud - Eu sounegro, Eu tenho orgulho!Aracy Carvalho e Guimarães RosaSonia Sales é membro da AcademiaLuso-Brasileira de Letras, doInstituto Histórico e Geográfico deSão Paulo, do PEN Clube do Brasile da Sociedade Eça de Queiroz.Débora Novaes de CastroPoemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...DivulgaçãoAracy Carvalho, (1908 –1967) uma das mais corajosas mulheresdo seu tempo, teve atuaçãodestacada na Segunda GuerraMundial, pois trabalhando na Embaixadado Brasil na Alemanha nazista,no setor de passaportes, conseguiuvistos ( nesta época proibidos)a uma centena de judeus queassim conseguiram imigrar para oBrasil, durante a campanhaantissemita do Estado Novo. Muitasvezes transportou-os na malado seu carro, aproveitando a chapado corpo consular. Para que ocônsul geral os assinasse, conseguiucom amigos passaportes semo J que assinalava os judeus. Perguntadapor que se arriscara tanto,respondeu:Porque era justo.Salvando muitas vidas, foi batizada“Anjo de Hamburgo”. É a únicamulher não judia citada no Museudo Holocausto em Israel.AtraçãoFlora FigueiredoUma proposta que arrepia-me os pelose me põe à mostra.Uma proposta que escorre quentecomo serpente fluida pelas minhas costas.Uma proposta de mel e salitreque por mais que eu evite,minha pele gosta.Flora Figueiredo é poeta, escritora, jornalista, publicitária e tradutora.AmigaFlorbela EspancaDeixa-me ser a tua amiga, Amor;A tua amiga só, já que não queresQue pelo teu amor seja a melhorA mais triste de todas as mulheres.Que só, de ti, me venha mágoa e dorO que me importa a mim?! O que quiseresÉ sempre um sonho bom! Seja o que forBendito sejas tu por m’o dizeres!Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...Como se os dois nascêssemos irmãos,Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...Beija-mas bem!... Que fantasia loucaGuardar assim, fechados, nestas mãos,Os beijos que sonhei pra minha boca!...Florbela Espanca, Melhores poemas,Seleção Zina C. Bellodi, São Paulo, Global, 2005, p. 48.Antologias:Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETATrovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVASHaicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOLTrovas:DAS ÁGUAS DO MEU TELHADOHaicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROSOpções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:debora_nc@uol.com.br - Correio:Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.


Página 4 - março de 2012NARCISOPresente de MulherSonho VNAVEGARGiselda Penteado Di GuglielmoAngela TogeiroAndreia Donadon LealMaria de Lourdes AlbaProcureimeu rostono lago escurodo tempodesejandoencontrá-lobelo e perfeitocomo o de Narcisorefletidonas águas.Encontreioutro rostonão o desejadomas o vero rostomarcado pela vidaprisioneiro da realidadeque perduraincólumenas profundezas das águase me traz de voltaao euque procuravano lago de Narciso.Giselda Penteado Di Guglielmo éescritora, advogada e diretoracultural do Club AthléticoPaulistano.REFLEXOTeresinka PereiraNo poçove-se refletidauma loucura de amor.A Luapresa na águabrilha seu cantocomo um passarocego.Teresinka Pereira é poeta,tradutora e presidente daInternational Writers.NoiteMarta GonçalvesTenho nos olhos suas mãosolhando açucenas na jarra.O tempo vai multiplicar a noite.Marta Gonçalves é membro dogrupo literário da Associação deCultura Luso-Brasileira.A flor murcha num pouco d’águatomou seu viço e reabriu.Amanheceu fechada:passou seu tempo.Um botão ao lado entreabertona tarde achou sua plenitude.E outros pequeninos estãocrescendo.Amanhã haverá outra aberta...enquanto houver botões.Depois, sementes...à espera de serem flores,memória da que a gerou.O ciclo da existêncianum presente de mulher.Angela Togeiro é escritora, poetae membro da Academia FemininaMineira de Letras.L A V R AAlice SpíndolaNo frio luso, o incêndioda palavra que se congelaao sair do calor da boca.Sabor da palavra,peregrinando o coraçãotoma as cores da lavra,rosa, sob a brisa da neve,e já se derretendonas rendas do silêncio.Alice Spíndola é poeta, contista,tradutora e artista plástica.UngirRita de CássiaA jovem amavaloucamente um homem,sem face, sem idade.Tinha o coração vermelhovermelho da China.Com voz de pássaroe andar de meninoembalava seus sonhosalimentava a almaungia suas dores.Rita de Cássia, escritora, poeta,prosadora, pertence à SociedadeAmigas do Livro-SAL de Fortaleza.Imagens são sonhos afetoscolam nas telasnas fotografiase lembram alguma coisade esculturação naturalimagens são sonhos afetosa beijar uma superfícieAndreia Donadon Leal é escritora,poeta, artista plástica ediretora de projetos culturaisdo Jornal Aldrava.RapunzelRaquel NaveiraRapunzel tinha cabelos longos,Finos como ouro fiadoMergulhado em mel.Rapunzel fazia tranças,Ia tramandoCom as mãosAs madeixas delicadasQue serviam de escadaPara o céu.Rapunzel enredavaAlgo que saía de si;Sua cabeçaEra um tear;Na torre solitáriaLigava-se por fios a um mundoDiferente do seu.Trigais ao ventoDe pura intrigaOs cabelos de Rapunzel.Raquel Naveira é escritora eMestre em Comunicação e Letraspela Universidade PresbiterianaMackenzie, de São Paulo/SP.TrovaLóla Prata GarciaNo teu ombro acomodada,eu navego vida afora;vou sem medo, encorajada,e mais jovem que outrora...Lóla Prata Garcia é escritora, poetae vice-presidente do conselho daUnião Brasileira de Trovadores doEstado de São Paulo.A vida é navegar rumos incertosPor mares abertosMonótonosA oscilarNavegarBelas paisagens alémMiragens de nautasNosso barco vaiE passaPonto perdido no tempo intemporalMaria de Lourdes Alba é escritora,poeta, contista e pós-graduadaem Jornalismo.M u l h e r !Débora Novaes de CastroFlor misteriosa,ave do paraíso,um tanto de meninano porte de mulher,um rastro de luarna noite serenada,um quê de seduçãonos olhos angelinos.A pérola dos maresnos cascalhos da vida,a pardala provedora,a ânfora escolhida,a rosa encarnada,a violeta pequenina,a abelha trabalhadeiraàs alvas irisantes.A fonte cristalinaserpenteando verdes,a lágrima diamantalna face compungida,um anjo, uma fada,uma guerreira,frasco perfumado,favo de mel.No céu estrelado,teu nome:M u l h e r!8 de março, 2012 -Dia Internacional da MulherDébora Novaes de Castro éescritora, artista plástica e membrodas Academias Cristã de Letras ePaulista Evangélica de Letras, entreoutras Instituições culturais.


Página 5 - março de 2012MULHERESEunice ArrudaMulheresmecanizadassimulamvozesDe passos durose roupas levesalargam a tardede fumaça eobjetivosTêm pressa – nãosonhosMulheres mecanizadasgeram filhos ecriam oabstratoEunice Arruda é escritora, poeta epós-graduada em Comunicação eSemiótica pela PUC-SP.de Suíte dos PássarosMarigê Quirino MarchiniPássarocântaro de voo e alvuraesquecidona horizontal planície do sobre.Sobre eglantinasa fonte de teu chegar.Sobre alamedasteu gargalo de cantoondeando a manhã.Sobre mãos benças,erguidas para teu pouso,a juventude do céu.Marigê Quirino Marchini é poeta,escritora e tradutora.LaborterapiaAmaryllis SchloenbachRastrear adubo,à tarde, no campo,para as plantas da varanda.Amaryllis Schloenbach é escritora,poeta e advogada.MúltiplaBetty VidigalUm dia serei duas, de verdade:uma que dorme nas ruasdebaixo dos viadutos,outra que vai à cidadepilotando um conversível.Uma que mora em Recifee vive catando latano lixo dos abastados,quarenta reais por mês,outra que luta nas praçase que liberta os escravostodo dia vinte e três.Uma que acha um baratofazer trottoir no Leblon,outra que sabe o que é bome nunca foi ao cinema.Uma que faz panfletagemem frente à porta da Sé,outra que dá marcha a rée atropela os pedestres.Um dia serei duas,talvez três:a que te ama e devora,que não conhece medidapara a entrega e os soluços;outra que fica de quatroe procura o teu retratodebaixo do canapê,tão distraída e confusaque nem sempre reconheceteu rosto, quando te vê.E a terceira, a maluca,a que você inventou:canta sempre a mesma música:(rái-líli, rái-líli, rái-lou).Betty Vidigal é escritora, poeta,designer e jornalista.HaicaiMaria Thereza CavalheiroO asfalto molhado.Cai o dia em nostalgia.Desliza o passado.Maria Thereza Cavalheiro é poeta,advogada escritora e jornalista.HaicaisTeruko OdaEmergem das águasem vôos sincronizadospeixes-voadores.Noite clara e úmida —Envolve o chalé serranoo coaxar dos sapos.Teruko Oda é escritora, poeta,professora e uma das fundadoresdo Grêmio de Haicai Caminho dasÁguas, de Santos, e do GrêmioHaicai Ipê, de São Paulo.DestinoDjanira PioAo elemento femininocoubesegundo os céus.a responsabilidadeda prociação.A continuidade da vida.Ficou o dilema:para que continuar?Djanira Pio é escritora, poetae contista.Vestibular & ConcursosSonia Adal da Costa1. De sábado eu não tenhoaula.Isto é horrível! Gente queusa de sábado, de domingo estábem errado.É: aos sábados, aos domingos.2. Somos em cinco?Somos cinco, sem em.InvisívelRosani Abou AdalPrimeiro ato:Não existe multidão nem solidãonas sebes plantadas no jardim.Minotauros de braços cruzados.Segundo ato:As cores dormentes e distantes,o verão em preto e branco.O coração, sâmovar do inverno.Terceiro ato:Nenhum habitante no mar morto.O labirinto selvagem a naufragar,as florestas morrem de sede.Quarto ato:A pausa em sustenido.Nada sacia a fome,nem mesmo Narciso.Quinto ato:Os piratas do deserto em silêncio.O que resta é o prazerinvisível e imaginário.Último ato:Foi devorada porAndrosfinge e Hierocosfinge.Não decifrou o enígma.Rosani Abou Adal é escritora,poeta, jornalista e vice-presidentedo Sindicato dos Escritores noEstado de São Paulo.2. Dê um chego aqui?Nunca. Só se for dar umachegada aqui.3. Daqui em Santos é perto?O certo é daqui a Santos,pois com a palavra daqui se usaa e não em.Sonia Adal da Costa, professora de cursos preparatórios paraconcursos públicos e vestibular, formada pela Universidadede São Paulo, é pós-graduada em Teatro Infanto-Juvenilpela Universidade de São Paulo.


Página 6 - março de 2012Ave_EvaHilda MendonçaMulher que ora dorme nesta calçada:Mulher, mulher, qual foi o teu pecado,Mulher!Mulher de barriga grandeFruto do único momento do bom da Vida!Mulher, mulher, mulher,Qual foi o teu pecado, mulher?Trepando na noite escorregas o dia,Mulher, sem destino, sem nome,Mulher que conhece da vida o avesso.Barriga explode, mais umpra sargenta, pra droga, pra tocaia que mata!Mulher, oh, mulher!Quem fizeste? Quem te fez?Pesado é o teu fardo,tiritando na noite, mendigando no dia,Mulher, Mulher,quem pôs em ti o sinal?De AVE para Eva,Que caminho te trouxe?.Hilda Mendonça é folclorista,contista, cronista e poeta.AntoniaOdette MuttoAntonia bem pretinha foi para a cidadegrande antes dos treze anos. Chorou muito quandodeixou a mãe que já havia posto no mundoseis Antônias e cinco Antônios. Antonia viu a patroa,sentiu um pouco de medo. Gente branca podianão gostar dela ser tão escura. Patroa velha,patrão velho, patroa moça, todos gostaram deAntonia. Antonia azeitona preta ganhou vestidonovo, sapato também tinha chegado meio nua,de chinelo. Patroa moça, que boazinha! Alisou ocabelo de Antonia, mandou curar o dente que nãoparava de doer. Devagar aprendeu o serviço, primeirolavar roupa, depois limpar a casa e fazer acomida. Antonia ficou importante servia à mesa,sabia o gosto de cada um. Antonia bem tratadacresceu, criou corpo. Os homens viam Antonia,ela não via os homens. Ainda gostava de brincarcom bonecas. Queria aprender a ler. Patroa moçatrazia cadernos para corrigir em casa. Antoniaespichava os olhos com inveja, namorando asletras, mistérios para ela. Falou daquela vontadee logo estava de caderno livro e lápis na mão todanoite no caminho da escola. No começo teve vergonhajá era moça feita, quinze anos. Depois viuas companheiras quase todas maiores que elamoços também. Perdeu o acanhamento. Aprendialentamente, tinha raiva de esquecer, mas esquecia.Não faltava nunca, nem quando chovia.Patroa moça deu capa de chuva e sapato fechado.Antonia bem bonitinha, pedaço de carvão bemqueimado uma noite viu Carlos mulato de prosafácil. Falou com ela, conversa fiada, pergunta ePermissão do poemaLina Tâmega PeixotoPeço permissão ao poemapara que eu o escreva.E interrogar, como se faz às plantas,o corte, o recuo,o tocar das mãos,o enleio do medo, os estandartes do corpo.E recolher no fulgor dolorido da linguagema manhã balançando-se em juncos brancose a lua mergulhando o rosto na água.Que o poema permita que eu esteja presenteao desfalecer de sua belezae à cruel louçania da criação.Preciso de traço e fascíniopara levantar os versoscomo os caules entremeiam espaçospara firmar o olhar da rosa.Que o martírio do silêncio e do mistérionão rascunhe a fronte da palavramas me conduza a uma escritafeita de meu prório sopro.Lina Tâmega Peixoto é professora,poeta e crítica literária.mais pergunta. Antonia respondeu pouco. Só olhavapara ele do mesmo jeito que antes olhava asletras. Carlos deu em ir tocaiar Antonia na saídada escola. Ficava aflita esperando o sinal tocar.Então via o Carlos e o coração disparava, mas nãodizia nada, era só e sempre ele quem falava. Aquelever e falar diários foram tentando Antonia. Resistiualgum tempo, desejo crescendo, crescendo...Um dia cedeu. Antonia jabuticaba virou mulher, nemcabia em si de feliz. Esqueceu tudo apenas oCarlos contava agora. Patroa moça chamou atençãode Antonia, que estava chegando muito tarde,patrão ia se zangar. Antonia mulher fez pirraça negouconversa três dias depois arrependida procuroua moça patroa. Foi recebida sem mágoa a outranão era de guardar rancor. Antonia continuouchegando tarde... Antonia contou para o Carlos queia ser mãe. Precisavam casar, tinha vergonha dospatrões. Ele concordou. Antonia comprou lençol ecolcha de cama, seu enxoval. Passaram quinzedias o primo de Carlos trouxe um bilhete. Antonianervosa não conseguiu ler. A moça patroa veio ajudar.Ele tinha viajado, prometia voltar em dois meses.Antonia se amargurou. Carlos não voltavamais. Chorou escondida, nem foi à escola. Umacolega apareceu querendo saber se Antonia estavadoente. Antonia quase não podia falar, o choronão deixava. A outra desconfiou, apertou o cercoaté Antonia contar. Não se espantou, pelo contrário.Antonia que ficasse sossegada, pois conheciauma mulher capaz de dar um jeito naquilo. Nadade tristeza, tudo tinha arrumação no mundo. Nodomingo seguinte levou Antonia na tal parteira muitoentendida... Na volta Antonia mal podia acreditarque tivesse sofrido tanta dor e ainda continuasseviva... Estava com frio, a colega emprestou o agasalho.Pensou que na segunda feira estivesse boamatou a filha e foiao cinemaDalila Teles Verascom todo o carinhoacomodou o bebê no bancofechou o carro bem fechado e(confiante, passos seguros)foi trabalhartragédia consumada(asfixia e desidrataçãoacusa o laudo pericial) opai não soube explicar amorte da filha de 10 mesesesquecimento por esquecimentoesqueceu os repórteres à espera e(como no filme)foi ao cinemaDalila Teles Veras é escritora, poeta,cronista, ensaísta e diretora-proprietáriada Alpharrabio Livraria e Editora.livre daqueles arrepios de frio e daquela dor... Enganou-se.Amanheceu com febre, mesmo assimfoi fazendo o serviço escondendo o acontecido.Arrastou uma semana daquele jeito, porém nodomingo não conseguiu levantar. Patroa velhavendo a febre tão alta achou que era gripe forte,estava dando... Antonia ficou calada, medo queas patroas descobrissem, vergonha, tristeza...Tomou remédio três dias sem resultado. Patroamoça se assustou levou Antonia para o hospitalAntonia não contou nada, olhos cheios de lágrimas,queria morrer, só isto. Os médicos descobriramlogo, mas não perguntaram como haviasido gente boa aquela... Dois meses de hospital:febre, dores, injeções, operação, a vida acabando.Queria um lenço branco para pôr na cabeça.Patroa moça trouxe as mãos trêmulas amarraramna cabeça da jabuticaba enferma, estava chorandoAntonia percebeu. Gostaria de ver o Carlos,mas sentia vergonha estava feia pele e osso,melhor ele não vir. Ouvia as conversas dos médicos,não entendia o que diziam, mas pela caradeles coisa boa não era. Estava morrendo, sentiaisto. Viu o padre conversando com outras doentes,teve vontade de falar com ele também. Massentia-se fraca, as idéias misturadas na cabeça,o sacerdote ia pensar que era louca... Se melhorasse,num outro dia quem sabe... Na manhã seguintea enfermeira não conseguiu aplicar a injeção.Antonia bem pretinha havia deixado de existir.Viveu dezessete anos, dois meses e cinco dias.Mas mesmo assim foi fazendo o serviço escondendoo acontecido. Arrastou estes dos trezeanos. Chorou muito quando deixou a mãe que jáhavia posto no mundo.Odette Mutto é escritora,contista e dentista.


Página 7 - março de 2012Lançamentos & LivrosA Construção da IdentidadeNacional nas Crônicas da Revistado Brasil , de Maria Inês BatistaCampos, Olho d’água Editora eLivraria, 274 páginas, São Paulo.A autora é professora e pesquisadoraefetiva com Regime deDedicação Integral à Docência eà Pesquisa RDIDP no Departamentode Letras Clássicas eVernáculas da Faculdade de Filosofia,Letras e Ciências Humanasda Universidade São Paulo.A obra faz uma erudita análiselinguística, baseada nos pressupostosde Mikhail Bakhti, dasdezessete crônicas publicadas naRevista do Brasil que foi dirigidapor Monteiro Lobato.O livro também abriga seiscrônicas de arte de Mário deAndrade que foram publicadas naRevista do Brasil. Os textos, conhecidosapenas pelos estudiosos, é uma oportunidade de acesso dopúblico à produção de escritor modernista quando jovem.Olho d’água Editora: www.olhodagua.com.br - Telefax: (011) 3673-1287. Rua Dr. Homem de Melo, 1036 - Perdizes - São Paulo - SP - 05007-002.8º Concurso Literário SuzanoO Concurso, em homenagem a poetisa Cora Coralina, promovidopela Prefeitura de Suzano e Secretaria Municipal de Cultura, está cominscrições abertas até o dia 27 de abril.Categorias: Conto e poesia.Premiação: R$ 3.600,00 para os primeiros colocados. Os 10 primeiroscolocados de cada categoria terão seus trabalhos publicados na oitavaedição da revista Trajetória Literária, publicação ilustrada, divulgadaem escolas, bibliotecas, circuitos literários e nos países de língua portuguesa.Regulamento e inscrições: www.suzano.sp.gov.br/agendaculturalou www.literaturanobrasil.blogspot.com - blog da Associação Cultural Literaturano Brasil.Informações: Telefones (11) 4747-4180 e 7348-0400, das 9 às 17horas. E-mail cultura@suzano.sp.gov.brAsas da PoesiaMarisa BueloniHoje voeiNão voei maisporque não quisSubi até ondesou aprendizA Terra era um pontono infinito azulE lá do altoeu vi CabulHoje voeiMarisa Bueloni é escritora, poeta,contista e pedagoga.AstralIvana Maria França de NegriHá um pássaro aprisionadodentro de mim,em frêmitos,que quer voar,adejar asas,viajar no azul com o vento.Quer eclodir seu cantoe espalhar pelo universoo doce gorjeioem forma de verso.E ele se chama Poesia...Ivana Maria França de Negri éescritora, poeta e membro daAcademia Piracicabana de Letras.Poetas de PiracicabaINTERSECÇÃOAna Marly de Oliveira JacobinoEncostada no livro abertoO silêncio rugia no seu ventreSem os lábios para acariciá-la,Gregor Samsa a espia...Vomita seu almoço verde,Liquefeito de inseto no cio.Volúpia!Brilha seu metal nas páginasEscritas do livro. Assustador?Não! Homem vira inseto...Taxidermia!Leve, livre, solta um assobioNotas espocam vigorosasFluidas tocam no duetoIntestinal!Indissolúvel!Interino...Flauta versus livroLivro versus homemHomem versus inseto!Zoologia!Ana Marly de Oliveira Jacobino époeta, contista, cronistae coordenadora do SarauLiterário Piracicabano.O próximo sarau, que homenagearáLygia Fagundes Telles, serárealizado no dia 17 de abril,terça-feira, no Teatro MunicipalDr. Losso Netto.Profa. Sonia Adal da CostaRevisão - Aulas Particulares - DigitaçãoTel.: (11) 2796-5716 - portsonia@ig.com.brIndicador Profissional


Página 8 - março de 2012Divulgação<strong>Linguagem</strong> <strong>Viva</strong> e jornal Aldrávia Cultural<strong>Linguagem</strong> <strong>Viva</strong> foi distribuídono Salon du Livre de Paris, no standda Yvelin Édition, pelos poetas daAldravia Cultural, realizado de 16 a19 de março, em Paris (França). A antologiaÉcrivains Contemporais du MinasGerais, coordenada por DivaPavesi e organizada por AndreiaDonadon Leal, foi lançada no dia 16de março, em Porte de Versailles,Pavillon 1, no stand d’Yvelinédition.Andreia Donadon Leal, GabrielBicalho e J. B. Donadon-Leal foramlaureados pela Académie du Mérite etDévouemente Français com diplomase medalhas de ouro sob a chancelada Presidência Francesa, no dia 13de março, no salão de eventos doCircle Republicain, em Paris.A Academia Brasileira de Letraspromoverá em agosto, em comemoraçãoao centenário de nascimentode Jorge Amado, palestras,exposição e apresentação de filmesbaseados na obra do homenageado.Pedro Aranha Corrêa do Lago,ex-presidente da Fundação BibliotecaNacional, e Maria da Glória LopesPereira, ex-coordenadora-geral daFBN, que tiveram as contas rejeitadasem 2010, obtiveram a anulaçãoe punição aplicada pelo Tribunal deContas da União.Teju Cole, com o romance Opencity, foi laureado com o prêmio daFundação Hemingway/PEN de melhorobra de ficção.Breno Lerner, com O GansoMarisco e outros papos de cozinha,Editora Melhoramentos, foi agraciadocom o Prêmio Gourmand.Rubem Fonseca, com o romanceBufo e Spallanzani, foi agraciadocom o Prémio Literário Casino daPóvoa e recebeu a importância de 20mil euros.Ernesto Dragone, editor e proprietárioda Livraria Dragone, faleceuaos 87 anos, no dia 27 de fevereiro.O Portal do Livro da FundaçãoBiblioteca Nacional criou uma centralde atendimento para dúvidas sobreos editais do Programa de Ampliaçãoe Atualização de Acervos dasBibliotecas de Acesso Público. Telefones:(51) 3254-3242, 3254-3243 e3254-3242. editais2011@bn.br .O I Encontro Nacional deCatalogadores e o 3º Encontro deEstudos e Pesquisas em Catalogaçãoserão realizados nos dias 17 e18 de setembro, na Biblioteca Nacional,no Rio de Janeiro. Os interessadosenviar trabalhos, até o dia 13 deabril. Informações: csb@bn.br .Maria Antonieta Cunha, professorada Faculdade de Letras da UniversidadeFederal de Minas Gerais,é a nova Diretora do Livro, Leitura eLiteratura.José Fernando MafraCarbonieri tomou posse, no dia 15de março, na Academia Paulista deLetras para ocupar a cadeira nº 16. Onovo membro foi recebido pelo acadêmicoJosé Renato Nalini.Pensar Mítico e Filosófico –Estudos sobre a Grécia Antiga, deRachel Gazolla, Edições Loyola, foilançado no dia 13 de março, no Mosteirode São Bento, em São Paulo.Brasil do Bem – A Arte da CaricaturaMostrando a Cara da Naçãoque Faz!, projeto cooperado daeditora Virgo, conta com a participaçãode 27 caricaturistas que apresentaramtrês personalidades brasileirasde destaque. A obra abriga trabalhosde Xavi (Xavier), Emerson Ferrandini,Alecrim, Renato Stegun, Sandro Melo,Ezê, Rice Araújo, Ricardo Soares,Eder Santos, Fernandes, HumbertoPessoa, Laudo Ferreira Jr., Seri,J.Bosco, Hals, Bira Dantas, Jean Pires,DaCosta, Spacca, Gil de Godoy,Siqueira, Antonio Carlos Pires, Zitto,William Medeiros, Mastrotti, Ulissese Fred. xavierlima@terra.com.brAziz Nacib Ab’Saber, professoruniversitário, cientista, geógrafo emembro honorário da Sociedade deArqueologia Brasileira, faleceu no dia16 de março, aos 87 anos, em SãoPaulo, vítima de um enfarto.A 25ª Feira Internacional doLivro de Bogotá, que será realizadade 18 de abril a 1 de maio, terá o Brasilcomo país homenageado. Oestande brasileiro será coordenadopelo Ministério das Relações Exteriores,Ministério da Cultura, pela CâmaraBrasileira do Livro e FundaçãoBiblioteca Nacional.A 38º Feria do Livro de BuenosAires será realizada de 19 de abril a7 de maio. O estande do Brasil é organizadopela Embaixada Brasileiraem Buenos Aires. Informações:brazilianpublishers1@cbl.org.br.Raquel Naveira proferirá palestrasobre A Poesia nas Escolas, nodia 16 de maio, na UniversidadeAnhembi Morumbi, Campus da VilaOlímpia, em São Paulo, para os alunosdo curso de pós-graduação emEducação Infantil.Jorge Claudio Ribeiro lançaráCoração Docente - da sala de aulapara o mundo em breve, livro de crônicas,pela Olho d’Água/Loyola.Uma Verde História, de JoaquimBranco e Fernando Abritta, foilançada no dia 6 de março na UniversidadeFederal de Juiz de Fora.Antonio Possidonio Sampaiofoi homenageado pela LivrariaAlpharrábio, no dia 10 de março. ALivraria Alpharrábio, dirigida por DalilaTeles Veras, completou 20 anos no dia3 de março. www.alpharrabio.com.brA Coleção História Geral doEstado de São Paulo, coordenadapelo professor Marco Antonio, foilançada pela Secretaria de Estado daCultura e Imprensa Oficial. A obra édividida em cinco volumes e reúnetextos sobre a História do Estado deSão Paulo (séculos XVI até o XX).<strong>Linguagem</strong> <strong>Viva</strong>NotíciasAntonio Rezk foi homenageadono dia 3 de março, no Memorialda Resistência pela sua importanteatuação política na luta de resistênciacontra a ditadura militar. Na ocasiãofoi lançado o livro Ruptura –Anomia na civilização do trabalho, quecontou com o prefácio de LeviBucalem Ferrari.Giselda Penteado DiGuglielmo lança o livro de poemasA Mulher e o Espelho, no dia 21 demarço, na Livraria da Vila , AlamedaLorena, 1371, em São Paulo.Vanise Buarque lançouAldravias in English na UBT/RJ -União Brasileira de Trovadores do Riode Janeiro. O livro de aldravias ébilingue português e inglês.Andreia Donadon Leal, GabrielBicalho, J. B. Donadon-Leal e J.S.Ferreira, poetas Aldravistas, foramhomenageados pela Academia deLetras e Artes e pela Academia Internacionalde Heráldica de Portugal.O I Sarau do Nhocuné, promovidopor Zé Carlos Batalhafam, realizadono dia 25 de fevereiro, na LanchoneteBoa-Boca, que teve comoconvidado especial Escobar Franelas,contou com a participação dos poetasRosani Abou Adal, AkiraYamasaki, Luiz Gonzaga, EnioRoberto da Silva, Zé CarlosBatalhafam e Tiago Rufino. A apresentaçãomusical contou com as presençasde Jeferson e Carlenilton, daBanda Pronomes, e do poeta e cantorJocélio Amaro. Tiago e DaviWesley realizaram a pré-estréia dodocumentário ArteRevolucinando. Oevento foi fotografado pelo produtorcultural Baggadread. O segundo sarau,realizado no dia 17 de março,contou com a presença especial deAnna Athanásio de Oliveira. LanchoneteBoa-Boca: Avenida Gamelinha,esquina com a Souza Bandeira, VilaNhocuné, Prof. em São Sonia Paulo. http://saraudonhocune.blogspot.com/

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