10.07.2015 Views

V. Homens de respeito: Etnias tradicionais e suas identidades

V. Homens de respeito: Etnias tradicionais e suas identidades

V. Homens de respeito: Etnias tradicionais e suas identidades

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

V HOMENS DE RESPEITO. ETNIAS TRADICIONAIS E SUAS IDENTIDADESAo ter aceite participar neste enorme exercício <strong>de</strong> interculturalida<strong>de</strong>,falando, <strong>de</strong> forma escrita, <strong>de</strong> alguns traços <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, ou <strong>de</strong> cultura,da etnia cigana, terei <strong>de</strong>, em jeito <strong>de</strong> introdução, me situar perante vós,cig anos ou não ciganos, para que não haja equívocos e se torne mais facilmenteentendível esta minha abordagem.Na verda<strong>de</strong>, não sou nenhum especialista nem estudioso da etnia. Sou umme ro licenciado em Direito pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito <strong>de</strong> Lisboa, curso <strong>de</strong>1977-1982, que até há poucos anos exerceu a profissão <strong>de</strong> Advogado, comes critório em Torres Vedras. Porém, o facto do meu pai, Carlos Luís Miguel,ser cigano, levou-me a conviver e a conhecer a etnia, embora sempre, e quasesó, em contexto familiar, isto é, no convívio com avós, tios e primos paternos,e com todos os outros que com estes conviviam ou residiam em TorresVedras.Para além disso, a circunstância do meu pai ter casado com uma não-cigana,Pal mira Marques Dâmaso, levou a que as vivências cruzadas entre o meu paie os seus familiares, estes e a minha mãe, esta e aqueles, aqueles, esta, o meupai e eu próprio, se traduzissem num emaranhado muito mais complexo doque esta escrita alguma vez po<strong>de</strong>rá ou conseguirá traduzir, e que fez <strong>de</strong> mime do meu irmão, Artur José Soares Miguel, observadores muito especiais eparticularmente sensíveis às questões que envolvem os ciganos.É neste contexto e com estes pressupostos que, <strong>de</strong> forma livre, pessoal e<strong>de</strong>spretensiosa, procurarei i<strong>de</strong>ntificar alguns traços <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, socorrendo-me<strong>de</strong> experiências vividas com o meu pai, numa apreciação e valoração<strong>de</strong> que sou o único responsável e que, <strong>de</strong> forma alguma, <strong>de</strong>verá serentendida como uma valoração genérica ou conclusiva.Por outro lado, não sendo um relato biográfico, o mesmo basear-se-á emvivências junto <strong>de</strong> alguém perfeitamente i<strong>de</strong>ntificado. Por último, ao pro -curar enumerar ou <strong>de</strong>svendar registos étnicos dos ciganos, não tenho a pretensão<strong>de</strong> todos i<strong>de</strong>ntificar, nem que os i<strong>de</strong>ntificados ou valorados sejam <strong>de</strong>maior significado que outros não referidos ou não <strong>de</strong>senvolvidos. Comodisse, trata-se <strong>de</strong> uma apreciação meramente pessoal.174

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!