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TRAJETÓRIA DO ENSINO DE FILOSOFIA NO BRASIL 1 - Unifra

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10Disciplinarum Scientia. Série: Ciências Sociais e Humanas, Santa Maria, V.2, n.1, p.1-13, 2001Com o passar do tempo, reduziram-se as horas-aula da disciplina e asséries que davam um espaço para os conteúdos filosóficos.No ano de 1961, um marco de grande valia foi a edição da primeiraLei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n°. 4024. Essa Lei foio resultado de inúmeros debates e lutas ideológicas entre os educadores epolíticos da época. A Filosofia foi sugerida como disciplina complementar,perdendo, assim, a sua obrigatoriedade no sistema federal de ensino.“A filosofia constitui o complemento necessário à formaçãodo espírito, como instrumento, que é, da grandearte do raciocínio. Desenvolvendo o espírito crítico, acapacidade de reflexão pessoal, o senso de liberdadeintelectual e o respeito ao pensamento alheio, a Filosofianão apenas abre, para o espírito, uma visão queultrapassa os limites exíguos dos conhecimentos adquiridosatravés do estudo de uma ou de outra disciplina,como lhe permite, ainda, descobrir, acima dosproblemas decisivos, que surgem no plano das indagaçõesmetafísicas” (CARTOLA<strong>NO</strong>, 1985, p.65).Já no ano de 1964, com o golpe militar, a Filosofia foi banida doscurrículos, tornando-se facultativa. Algumas disciplinas de ciências humanastambém sofreram restrições. A educação estava, marcadamente, voltadaao serviço dos interesses econômicos. Abre-se aí o espaço para a entradado domínio norte-americano em nossa economia, política e educação.A expansão econômica, impulsionada pela chegada do capital estrangeiro,bem como a proteção do governo militar e os investimentos dados àeducação contribuíram para a extinção da filosofia do currículo das escolas.A educação acabou exercendo um papel ideológico, pois foram impostosvalores culturais estrangeiros, como modelos a serem seguidos pela educaçãono Brasil. O modelo educacional a ser seguido era totalmente técnicoe burocrático.“O ensino de filosofia não atendendo a essas solicitaçõestecnoburocráticas e político-ideológicas, já nãoservia aos objetivos das reformas que se pretendiaminstituir na estrutura do ensino brasileiro. A sua extinçãocomo disciplina, já optativa no currículo, em 1968, foipensadamente preparada através de uma série de leis edecretos, pareceres e resoluções do Conselho Federalde Educação e do Conselho Estadual de São Paulo,que, neste caso, centralizavam as decisões da áreaeducacional.”(CARTOLA<strong>NO</strong>, 1985, P.72).

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