10.07.2015 Views

PDF - Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

PDF - Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

PDF - Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

José Van-Zeller Pereira Palha foi o homem que esteve na raiz da realizaçãodo “Colete Encarnado”, no ano <strong>de</strong> 1932. Era neto <strong>de</strong> JoséPereira Palha Blanco, a quem se <strong>de</strong>ve a construção da centenáriaPraça <strong>de</strong> Toiros Palha Blanco, em <strong>Vila</strong> <strong>Franca</strong> <strong>de</strong> <strong>Xira</strong>, e que, segundoa literatura, foi consi<strong>de</strong>rado pelo Rei D. Carlos como o “Reidos lavradores portugueses”. O patriarca, <strong>de</strong> origens alentejanas,fixou-se nestas terras ainda jovem e aqui fez crescer uma família eergueu um império agrícola dos mais importantes e inovadores doPaís, à época.José Van-Zeller Pereira Palha nasceu a 16 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1895. Nasequência <strong>de</strong> doença do avô, assegurou, a partir <strong>de</strong> 1924, a gestãoda Casa agrícola e da ganadaria Palha. Manteve-se nessas funçõesaté 1942, altura em que se proce<strong>de</strong>ram às partilhas na família, nasequência da morte do patriarca (1937).Para além da ativida<strong>de</strong> agrícola, o seu neto, José da Cunha PereiraPalha, recorda que o avô era um homem muito ativo e intervenientena socieda<strong>de</strong> em <strong>Vila</strong> <strong>Franca</strong>, principalmente ao nível das associaçõese coletivida<strong>de</strong>s.Do mesmo nos dá conta a filha <strong>de</strong> José Van-Zeller Pereira Palha,Maria Teresa Pereira Palha, num texto <strong>de</strong> 1998, em que refere queo pai “presidiu à Assembleia Geral e Direção dos Bombeiros Voluntários<strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>Franca</strong> <strong>de</strong> <strong>Xira</strong>, foi sócio honorífico do Ateneu Artístico<strong>Vila</strong>franquense, colectivida<strong>de</strong> que muito estimava, presidiu tambémà Associação Fraternal dos Artistas <strong>Vila</strong>franquenses e foi umexcepcional articulista do jornal Vida Ribatejana”.Este texto surge como introdução a uma exposição <strong>de</strong> fotografiarealizada nesse ano, com trabalhos do lavrador. Esta paixão pelaarte é também uma das mais marcantes facetas da sua personalida<strong>de</strong>,sendo conhecidas as suas coleções <strong>de</strong> fotografia, muitas<strong>de</strong>las <strong>de</strong> inspiração campestre. “A coleção brutal que eu tenho <strong>de</strong>álbuns, com ninhos <strong>de</strong> cegonha, com todas as capelas e catedraisda Península Ibérica … É um mundo. Era um homem que se apaixonavapela arte e pela natureza e que <strong>de</strong>pois transformava em fotografiae tinha gran<strong>de</strong>s recordações disso”, lembra o neto.Para a captação das mais belas imagens, em muito contribuíamos momentos <strong>de</strong> observação e contemplação <strong>de</strong> que usufruia comprazer. O mesmo sentimento o acompanhava nas suas idas ao campo,em que fazia questão <strong>de</strong> conviver diretamente com os campinose com o seu trabalho.Da combinação <strong>de</strong>stas duas vertentes terá surgido a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fazera festa. Tal como é relatado numa entrevista ao jornal “Vida Ribatejana”em 1971, pelo próprio: “O ambiente da lezíria, com todosos seus atrativos, seduziu-me sempre. Por isso gran<strong>de</strong> parte da minhavida passei por lá em convivência constante com campinos (…)e um dia nessas minhas andanças (…) observando tudo quanto àminha volta havia e se passava, acudiu-me ao pensamento a i<strong>de</strong>ia<strong>de</strong> organizar uma gran<strong>de</strong> festa na qual fosse bem posta em focoa figura ímpar do campino. Para tanto não faltavam os elementosnecessários. E convencido <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong>, meti mãos à obra. Festado Colete Encarnado pareceu-me o nome mais próprio e mais sugestivoque <strong>de</strong>via <strong>de</strong> ser dado. (…) E assim aconteceu. Em junho <strong>de</strong>1932, quando teve início a festa, <strong>Vila</strong> <strong>Franca</strong> viu <strong>de</strong>sfilar nas ruas, epela primeira vez, um tão gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> campinos. Eram, aotodo, sessenta ...”.Apesar <strong>de</strong> ter tido a i<strong>de</strong>ia, José Van-Zeller Pereira Palha sempre fezquestão <strong>de</strong> afirmar que não fez a festa sozinho. Também o seu neto12|

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!