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Rui Zink Luto pela Felicidade dos Portugueses - Planeta

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2Banhos de luzPor razões que não vêm ao caso, ultimamente ando sempreum passo atrás do tempo. Durante anos gabei -me de ser<strong>dos</strong> poucos luso -nasci<strong>dos</strong> capazes de ser pontuais; agora oPortugal-que-há-em-mim apanhou -me e não me quer largaros fundilhos das calças. É uma chatice e causa algum stress.Até já marco encontros para «entre as oito e as oito e meia»,e só apareço… às nove. O poeta Alberto Pimenta chega semprecinco minutos antes a to<strong>dos</strong> os encontros, e assim deviaser. Ou «devia de ser», se falarmos futebolês. O desejo de nãofazer os outros esperar revela mais respeito do que o «detestoesperar» egoísta e mimado que estamos habitua<strong>dos</strong>, muitomal habitua<strong>dos</strong>, a proferir.A razão por que se pede sempre o trabalho «para ontem»é também muito simples. As próprias pessoas que encomendamtrabalhos não são pontuais e só se lembram do que eranecessário quando já se está muito perto do prazo. Isto tudoprovoca um stress que já não me tenho em mim.Mas o tempo é apenas uma parte do problema, um indicador,um sintoma. Mais grave do que o mimo do «detestoesperar» (e que tal levar um livro?), é a mania de Querer17

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