11.07.2015 Views

RESPIRADOR ORAL Profa Dra M Cândida Rizzo Conceito O ...

RESPIRADOR ORAL Profa Dra M Cândida Rizzo Conceito O ...

RESPIRADOR ORAL Profa Dra M Cândida Rizzo Conceito O ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

depende do biótipo do indivíduo, uma vez que indivíduos do tipo braquifacial, mesmosendo respiradores orais, não vão obedecer o “perfil clássico” observado nestes casos.A- braquifacialB- dolicofacialEntre as etiologias capazes de promover um padrão oral à respiração,destacam-se as condições alérgicas, obstrutivas e funcionais. Dentre as causasalérgicas, destacam-se as rinites.As causas obstrutivas são os fatores que dificultam a passagem de ar pelo nariz,forçando o estabelecimento do padrão respiratório oral, quais sejam: alterações de septonasal, grandes hiperplasias adeno-tonsilares e de conchas nasais. A respiração oral écaracterizada como funcional quando não há componentes alérgicos e ou obstrutivosassociados. O indivíduo adquire o hábito de respirar pela boca, contando com aacomodação da musculatura além de alterações ósseo-faciais.As causas funcionais apresentam relevância na faixa pediátrica. Destacam-se entre elaso hábito de sucção de chupetas e dedos, o uso de mamadeira, a falta do aleitamentomaterno e a posição do bebê no berço.Quando o bebê mama no seio, ele projeta oqueixo para frente e para trás e isso faz comque haja um equilíbrio no crescimento damandíbula. O processo da amamentaçãocorrige o queixo dos bebês que nascem coma mandíbula retraída.Devido à etiologia multifatorial da respiração oral, a abordagem deve se fazer de formamultidisciplinar, contando com a avaliação de especialistas de várias áreas de atuação. Éinteressante lembrar que na faixa pediátrica contamos com o potencial de crescimento


Anteriorização da cabeça com retificação cervicalProtrusão dos ombros e abdominalHiperlordose lombarAnteversão pélvicaRespirador nasal Respirador oralNo respirador oral, o centro deequilíbrio situa-se cada vez maisanteriorA intervenção fisioterapêutica tem como objetivo reequilibrar o sistema músculoesqueléticoe aumentar a capacidade respiratória, melhorarando assim a qualidade devida dos pacientes.• Avaliação Ortodôntica: A oclusão dentária normal é caracterizada pelo contatocorreto entre os dentes superiores e inferiores durante a função de mastigação, sem apresença de maloclusões, como rotações dentárias, inclinações dentárias incorretas,alterações no relacionamento das arcadas superior e inferior, apinhamentosdentários ocasionados pela falta de espaço para o correto alinhamento dos dentes.As alterações ortodônticas observadas no paciente respirador oral são variadas, taiscomo mordidas abertas, cruzadas, overjet (protrusão dentárea) e mordida topo atopo.


Mordida abertaMordida cruzada posteriorDentre os sistemas de classificação de maloclusão, o mais utilizado é o de Angle, quebaseou seus estudos de oclusão nas relações entre os primeiros molares superiores einferiores e dividiu a maloclusão em três classes: Classe I (neutroclusão), Classe II(distoclusão) e Classe III (mesioclusão).• Classe I: são englobados aqueles casos de maloclusão em que a relaçãoanteroposterior dos primeiros molares superior e inferior é normal. Isto significa quea mandíbula e o arco dentário à ela superposto estão em correta relação mesiodistalcom a maxila e demais ossos da face. A cúspide mesio-vestibular do primeiro molarsuperior oclui no sulco central do primeiro molar inferior. A maloclusão estágeralmente confinada aos dentes anteriores.


• Classe II: são aqueles casos em que a arcada inferior encontra-se em relação distalcom a arcada superior. A cúspide mesio-vestibular do primeiro molar superior ocluino espaço entre a cúspide vestibular do primeiro molar inferior e a face distal dacúspide vestibular do segundo pré-molar inferior.• Classe III: são aqueles casos em que o primeiro molar inferior encontra-se emposição mesial na relação com o primeiro molar superior. A cúspide mesiovestibulardo primeiro molar superior oclui no espaço entre a cúspide distal doprimeiro molar inferior e a cúspide mesio-vestibular do segundo molar inferior.A ortodontia-ortopedia facial dispõe de métodos eficientes para corrigir as anomaliasdentofaciais. A ortodontia atua sobre o padrão dentário, promovendo o alinhamento dosdentes nas bases ósseas, isto é, maxila e mandíbula, não havendo limite de idade paraeste tipo de movimentação ortodôntica. A ortopedia funcional dos maxilares atua no


padrão ósseo, realizando a correção de problemas como tamanho, relacionamentoântero-posterior e lateral das bases ósseas. Neste tipo de abordagem, o paciente deveestar em fase de crescimento ósseo, daí a importância do encaminhamento precoce dospacientes para tratamento.• Avaliação Neurológica Polissonográfica: Em indivíduos predispostos, a ocorrênciade distúrbios do sono, como roncos, apnéia obstrutiva e fragmentação do sono sãomuito freqüentemente relacionados à obstrução nasal e à respiração oral. Emcrianças com apnéia obstrutiva do sono (AOS), é comum o relato dos pais daocorrência de “paradas respiratórias” durante o sono. Essas crianças devem serinvestigadas com a realização de polissonografia, que pode confirmar as queixas dealterações do sono de modo objetivo. O fenômeno mais comumente associado àAOS é a sonolência excessiva, que se acredita ser relacionada a algum grau dehipóxia, experimentada nesses casos. Freqüentemente, os pacientes apresentamdores de cabeça, dificuldades de concentração e de aprendizado, deterioração damemória e julgamento. Entre as seqüelas cardiovasculares associadas à AOSincluem-se a hipertensão arterial, as arritmias, a disfunção ventricular e eventos deisquemia coronariana e cerebrovascular.ComentáriosO paciente respirador oral enquadra-se em uma Síndrome do Respirador Oral, uma vezque há muitas possibilidades etiológicas envolvidas no processo. É um paciente quedeve ser identificado precocemente para que seja tratado também precocemente epossamos obter uma reversão do padrão oral de respiração. A precocidade viabiliza ainstituição de melhor abordagem ortodôntica (aplicação da ortopedia funcional demaxilares), fonoaudiológica, fisioterapêutica e principalmente que o paciente nãoapresente lesões irreversíveis, como em alguns casos de apnéias graves do sono.O paciente respirador oral deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, jáque um profissional apenas não consegue reverter todo o conjunto de alterações a queestá sujeito, pelo padrão respiratório alterado.Referências bibliográficasBresolin D, Shapiro GG, Chapko MK et al.. Mouth breathing in allergic children: itsrelationship to dental facial development. Am J Orthod 83:334-40, 1983.


Shapiro PA. Effects of nasal obstruction on facial development. Journal of Allergy andClinical Immunology, 81(5):967-71, 1988.<strong>Rizzo</strong> MC, Akaishi NMM, Naspitz N et al. Multidisciplinary aspects of oral breathingin children. Allergie Suppl 1:S59-60, 2001.McColley SA, Carroll JL, Curtis S et al. High Prevalence of Allergic Sensitization inChildren with Habitual Snoring and Obstructive Sleep Apnea. Chest 111:170-3,1997.<strong>Rizzo</strong> MC, Hauache S, Naspitz N et al. Characteristics of Children with AllergicRhinitis and Chronic Mouth Breathing. J Allergy Clin Immunol 109(1): S263,2002.Wood RA, Schuberth KC, Sampson HA. Value of a multiantigen radioallergosorbenttest in diagnosing atopic disease in young children. J Pediatr 117:882-5, 1990.Huang SW, Giannoni C. The risk of adenoid hypertrophy in children with allergicrhinits. Ann Allergy Asthma Immunol 87:350-55, 2001.Junqueira PS. Ocorrência de sigmatismo interdental em crianças de três a oito anos esua relação com idade e oclusão dental. São Paulo, 1995. [Dissertação deMestrado-PUC SP].Junqueira OS. A postura em repouso dos órgãos fonoarticulatórios frente aos limitesanatômicos do paciente na terapia miofuncional. Revista Pró-Fono,9(1), mar1997.Padovan BAE. Correlação entre Fonoaudiologia e Ortodontia.J Brás Ortodon OrtopMaxilar 1, mar-abr,1996.Moyers RE. Ortodontia. 4. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1991.Bresolin D, Shapiro GG, Shapiro PA et al. Facial characteristics of children whobreathe through the mouth. Pediatrics 73:622-5, 1984.


Scharf MB, Cohen AP. Diagnostic and treatment implications of nasal obstruction insnoring and obstructive sleep apnea. Ann Allergy Asthma Immunol 81:279-90,1988.Aboussoian L, Golesh JA, Wood BG. Obstructive sleep apnea. Warning of sometimesdire consequences. Postgraduate Medicine 96:115-23, 1994.Orr WC, Martin RJ, Imes NK et al. Hypersomnolent and nonhypersomnolent patientswith upper airway obstruction during sleep. Chest 75:418-22, 1979.Roehrs T, Conway W, Wittig R. Sleep, wake complaints in patients with sleep-relatedrespiratory disturbances. Am Rev Resp Dis 132: 520-3, 1985.Hla KM, Young TB, Bidwell T et al. Sleep apnea and hypertension: a population-basedstudy. Ann Intern Med 120: 382-8, 1994.Guillerminault B, Winkle R, Korobkin R et al. Children and nocturnal snoring:evaluation of the effects of sleep related respiratory resistive load and daytimefunctioning. Eur J Pediatr, 139:65-71, 1982.Haponik EF, Smith PL, Meyers DA, et al. Evaluation of sleep-disordered breathing: ispolysomnography necessary? Am j Med 77(4):671-7, 1984.Lévy P, Pépin J-L, Mayer P et al. Management of simple snoring, upper airwayresistance syndrome and moderate sleep apnea syndrome. Sleep 19(9):S101-10.Formatado: Inglês (EUA)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!