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Bases da associação micorrízica orquidóide - Natureza on line

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Copyright © 2010 do(s) autor(es). Publicado pela ESFA [<strong>on</strong> <strong>line</strong>] http://www.natureza<strong>on</strong><strong>line</strong>.com.brBoldrini RF, Santos WO, Cruz ZMA, Ramos AC (2010) <str<strong>on</strong>g>Bases</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>associação</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>micorrízica</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>.<str<strong>on</strong>g>Natureza</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong> <strong>line</strong> 8 (3): 140-145.ISSN 1806–7409<str<strong>on</strong>g>Bases</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>associação</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>micorrízica</str<strong>on</strong>g> <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g><str<strong>on</strong>g>Bases</str<strong>on</strong>g> of the orchidoid mycorrhizal associati<strong>on</strong>Romulo F Boldrini 1,2 , Wolmen O Santos 1,3 , Zilma MA Cruz 1,3,4 e Alessandro C Ramos 1,3,51Centro Universitário Vila Velha - UVV. Rua Comissário José Dantas de Melo, 21, Ed. Biomédicas, Boa Vista, 29102-770 Vila Velha, ES, Brasil. 2 Graduaçãoem Ciências Biológicas, romulo_fb@hotmail.com; 3 Mestrado em Ecologia de Ecossistemas, wolmen_cbiouvv@hotmail.com; 4 Professor Tiitular I,bolsista de Produtivi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de FUNADESP, zilma@uvv.br; Professor Titular I, bolsista de Produtivi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de FUNADESP, alessandro.uvv@gmail.comResumo A família Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae é a maior dentre to<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s asm<strong>on</strong>ocotiledôneas. Suas espécies têm despertado alto interesseec<strong>on</strong>ômico e científico. Por possuírem sementes diminutas e compoucas reservas, em ambiente natural as orquídeas associam-sesimbioticamente com fungos micorrízicos e dependem totalmentedestes simbi<strong>on</strong>tes para que tenha c<strong>on</strong>dições de germinar e sedesenvolver. Estes fungos penetram nas células <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s raízes e formamestruturas características denomina<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s pelot<strong>on</strong>s, que fornecemaçúcares simples para o embrião. To<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s as orquídeas são dependentesde fungos micorrízicos em algum estágio de vi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> e algumasdependem destes fungos em todos os estágios do ciclo de vi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>.Estes endossimbi<strong>on</strong>tes fornecem ou potencializam a absorção denutrientes orgânicos e inorgânicos pelas orquídeas. As micorrizas quese associam às Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae são do grupo Rhizoct<strong>on</strong>ia-like, cujas fasessexuais (teleomorfos) são raramente enc<strong>on</strong>tra<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s no campo ou emlaboratório. Deste modo, a tax<strong>on</strong>omia e sistemática destes fungos sãofeitas com base nas fases assexuais (anamorfos). Análises moleculares,como o sequenciamento <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> região ITS, também são emprega<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s nadiferenciação de gêneros e espécies fúngicas. As micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>stambém tem sido utiliza<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> em estudos sobre eficiência na promoção<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> germinação de sementes em laboratório, que podem resultar emprogramas de reintrodução de espécies ameaça<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s.Palavras-chave: Rhizoct<strong>on</strong>ia-like, Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae, micorrizasorquidóies, simbiose <str<strong>on</strong>g>micorrízica</str<strong>on</strong>g>.Abstract The orchid family is the greatest of all m<strong>on</strong>ocots. Its specieshave attracted high ec<strong>on</strong>omic and scientific interest. Because theyhave small seeds with few reserves, nature orchids are associatedsymbiotically with mycorrhizal fungi and totally depend <strong>on</strong> theirsymbi<strong>on</strong>ts for a positi<strong>on</strong> that germinate and develop. These fungipenetrate the root cells and form characteristic structures calledpelot<strong>on</strong>s that provide simple sugars to the embryo. All orchids aredependent <strong>on</strong> mycorrhizal fungi in some life stage and some rely<strong>on</strong> these fungi at all life cycle stages. These endosymbi<strong>on</strong>ts provideor potentiate the absorpti<strong>on</strong> of organic and inorganic nutrients byorchids. The mycorrhizal fungi that are associated to the Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceaeare Rhizoct<strong>on</strong>ia-like group whose sexual stage (teleomorph) are rarelyfound in field or laboratory. Thus, the fungi tax<strong>on</strong>omy and systematicsare made <strong>on</strong> the basis of asexual stages (anamorphs). Molecularanalysis, such as sequencing the ITS regi<strong>on</strong>, are also employed in thegenera and fungal species differentiati<strong>on</strong>. The orchid mycorrhizaehas also been used in studies of efficiency in the seed germinati<strong>on</strong>promoti<strong>on</strong> in the laboratory, which can result in reintroducti<strong>on</strong>programs for en<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ngered species.Keywords: Rhizoct<strong>on</strong>ia-like, Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae, orchid mycorrhizae,mycorrhizal symbiosis.IntroduçãoOrchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae é a maior família de M<strong>on</strong>ocotiledôneas do mundoe estima-se que tenha entre 17.000 e 30.000 espécies em 980 gêneros(Pabst e Dungs 1975, Pabst e Dungs 1977, Giulietti et al. 2005). Afamília possui ampla distribuição geográfica, sendo enc<strong>on</strong>tra<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> emtodos os c<strong>on</strong>tinentes, ocorrendo em campos, desertos e em váriasfitofisi<strong>on</strong>omias distintas, desde o nível do mar até acima de 4.500metros (Pereira e Ribeiro 2004).Apresentam maior diversi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de nas regiões tropicais, c<strong>on</strong>centrandosenas áreas de m<strong>on</strong>tanhas com maior umi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de, especialmente nostrópicos americanos e Sudeste asiático (Van Den Berg e Azevedo2005). Nos trópicos há um predomínio <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s formas epífitas e rupícolas,


Boldrini et al.Micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s141ISSN 1806–7409 - http://www.natureza<strong>on</strong><strong>line</strong>.com.brenquanto que nas regiões fora dos trópicos predominam as terrestres(Joly 2002). Acredita-se que a família Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae foi submeti<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> a umarápi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> especiação e diversificação, possibilitando a ocupação destavasta gama de habitats (Smith e Read 1997).As orquídeas têm atraído a atenção de muitos cientistas,floricultores e produtores amadores, pela sua diversi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de de cores eformas florais e seus mecanismos de polinização especializados. Estãoentre as plantas mais aprecia<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s e com alto valor comercial, sendocultiva<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s como plantas ornamentais para a indústria de floricultura,com seus híbridos de flores vistosas, e de alimentos, como as dogênero Vanilla de cujos frutos e sementes extraem-se matéria primapara o aromatizante alimentício natural c<strong>on</strong>hecido como baunilha(Joly 2002, Peters<strong>on</strong> et al. 2004, Raven et al. 2007).Na produção comercial, as plantas são submeti<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s a umatécnica que induz divisões do tecido meristemático, produzindo umainfini<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de de cl<strong>on</strong>es de forma rápi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> e eficiente. Cerca de 60.000híbridos de orquídeas já foram registrados, geralmente envolvendodois ou mais gêneros (Raven et al. 2007).No Brasil, que detém o terceiro lugar em número de espécies deorquídeas, atrás apenas <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> Colômbia e do Equador, foram reporta<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s2.650 espécies, agrupa<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s em 205 gêneros. Vale ressaltar que oendemismo <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae brasileiras é expressivo, com 35 gênerose 1.800 espécies (Giulietti et al. 2005). Nos gêneros que ocorremno Brasil, se destacam como de maior valor ornamental: Cattleya,Laelia, Epidendrum, Milt<strong>on</strong>ia, Oncidium (chuva de ouro), Brassavola(rabo de rato), Cyrtopodium (rabo de tatu), Catasetum, Stanhopea,Habenaria e Pleurothallis. Há também gêneros introduzi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>sque merecem um grande destaque. Dentre eles se sobressaemDendrobium, Van<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>, Paphiopedilum, Aerides, Cymbidium eOd<strong>on</strong>toglossum (Joly 2002). Vale ressaltar que o gênero Phalaenopsise seus híbridos também são de grande representativi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de no mercadode flores muni<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>lmente (Park et al. 2002).Morfologicamente, esta família apresenta grande diversi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>detanto vegetativa quanto reprodutiva, porém apresenta característicasflorais singulares bastante c<strong>on</strong>serva<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s. As flores possuem simetriabilateral, com uma <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s pétalas modifica<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> e geralmente maior e comcoloração mais intensa, em taça com forma de lábio, denomina<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>labelo. Outra característica distintiva <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae é a coluna,que é a fusão de um único estame com estilete e estigma. Alémdisso, a polínia, que se entende como a c<strong>on</strong>gregação de todo oc<strong>on</strong>teúdo de uma antera, mantido como uma uni<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de, também épresente em to<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s as espécies (Joly 2002, Van Den Berg e Azevedo2005, Raven et al. 2007, Machado 2008).As Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae são caracteriza<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s como plantas herbáceas,perenes, nunca lenhosas, com espécies de hábito epífita, terrestre(humícola) e rupícola (litófita). Algumas são saprófitas, e nestecaso, aclorofila<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s. Geralmente apresentam rizomas e podem sercaulescentes, algumas vezes com caules escandentes ou até mesmoacaules. As raízes são fascicula<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s, e as epífitas apresentam velame eraízes aéreas. Dos caules intumescidos ou dos pecíolos <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s folhas seoriginam frequentemente os pseudobulbos. As folhas são geralmentesuculentas, mas altamente variáveis na forma e c<strong>on</strong>sistência. As floressão compostas por três sépalas: uma dorsal superior e duas inferiores.Possuem duas pétalas iguais e uma modifica<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> em forma de labelo(Joly 2002, Raven et al. 2007, Machado 2008).As sementes <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s plantas <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> família Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae variam emmorfologia, tamanho, estruturas, cores e outros detalhes. Geralmenteas sementes de orquídeas são diminutas, também chama<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s de dustseeds, com tamanho médio que varia entre 300 e 800 μm, porémesta faixa de variação pode ser de 150 a 6.000 μm (Molvray e Kores1995). As células do embrião c<strong>on</strong>têm poucas reservas de lipídios eproteínas que não são suficientes a p<strong>on</strong>to de serem metaboliza<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>spara o desenvolvimento do embrião e a infecção e col<strong>on</strong>ização por umfungo micorrízico compatível no habitat é obrigatória para forneceros carboidratos simples necessários à germinação para o início dodesenvolvimento e nutrição <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s plântulas sobre o substrato. Estesfungos são imprescindíveis para que as espécies possam se estabelecere completar seu ciclo de vi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> (Smith e Read 1997, Rasmussen 2002,Peters<strong>on</strong> et al. 2004, Rasmussen e Rasmussen 2007).Três são as formas de infecção que podem ocorrer em umasemente de orquídea, por hifas de fungo compatível: por pêlosepidérmicos (ou rizóides) ou atravessando a testa <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> semente, pelamicrópila ou por fen<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s no tegumento. Após entrar na semente, a hifase desloca por atração ao suspensor e enovela-se formando os pelot<strong>on</strong>sdentro do embrião. Esta entra<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> de hifas no embrião e em células doprotocórmio provoca uma série de eventos como o aumento do volumenuclear, alterações no citoesqueleto e o desencadeamento de váriosciclos de síntese de DNA na célula hospedeira. O pelot<strong>on</strong> separa-se<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> célula hospedeira por uma modificação <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> membrana plasmáticavegetal, denomina<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> membrana perifúngica (Peters<strong>on</strong> et al. 2004).Após sucessivas divisões celulares, o embrião cresce e aumentaem volume, originando o protocórmio. Hifas de diâmetro reduzido,se compara<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s às do pelot<strong>on</strong>, passam de célula a célula pelaprodução de enzimas hidrolíticas, que tem capaci<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de de degra<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ráreas <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> parede celular (Peters<strong>on</strong> et al. 2004). Após a formação doprotocórmio, os primeiros pelot<strong>on</strong>s formados passam pelo processode degra<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ção. Para permitir a prevenção de <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>nos ao citoplasma dohospedeiro, as hifas do pelot<strong>on</strong> que sofreram lise são isola<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s porc<strong>on</strong>stituintes <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> parede sintetizados pela própria célula hospedeira.Assim, a célula vegetal pode ser col<strong>on</strong>iza<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> mais de uma vez pelashifas dos fungos (Smith e Read 1997, Peters<strong>on</strong> et al. 2004).Fungos Micorrízicos OrquidóidesAs evidências pi<strong>on</strong>eiras sobre as micorrizas <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>tam de 1840,porém somente em 1885 o botânico alemão Albert Bernard Frankpropôs inicialmente o termo micorrizas, denominando-as comoa <str<strong>on</strong>g>associação</str<strong>on</strong>g> simbiótica mutualista e não patogênica entre raízesde plantas e fungos específicos. Anteriormente em 1879, o termosimbiose foi introduzido por Ant<strong>on</strong> de Bary, que as descreveu


Boldrini et al.Micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s142ISSN 1806–7409 - http://www.natureza<strong>on</strong><strong>line</strong>.com.brreferindo-se a organismos vivendo juntos em seu sentido amplo,englobando desde o mutualismo ao parasitismo (Harris<strong>on</strong> 1998).Wahrlich (1886) e Janse (1897) notaram pela primeira vez aocorrência de fungos micorrízicos nas raízes <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s orquídeas tropicaise de regiões tempera<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s (Zhu et al. 2008).Dentre as simbioses que ocorrem entre plantas emicroorganismos, a formação de micorrizas é a mais comum(Trappe 1987). Existem três tipos de micorrizas: endomicorrizas,ectomicorrizas e ectendomicorrizas. As endomicorrizas caracterizamsepelo crescimento intra e intercelular no córtex <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> raiz e os tiposmais representativos são as arbusculares, ericóides e <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s.Ectomicorrizas caracterizam-se pelo crescimento intercelular (redede Hartig), desenvolvendo um manto de hifas externas no entorno<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s raízes. As ectendomicorrizas também penetram nas células docórtex e formam a rede de Hartig (Allen 1991).As micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s apresentam como característicadistintiva, hifas que penetram nas raízes e formam estruturas,emaranha<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s e elabora<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s, denomina<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s pelot<strong>on</strong>s, dentro <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>scélulas do córtex <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s raízes. Estes pelot<strong>on</strong>s, quando digeridos,provêem açúcares simples para o embrião (Rasmussen 2002). Além<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s raízes, os endófitos micorrízicos também já foram enc<strong>on</strong>tradosnos protocórmios de orquídeas, que são formados após a germinaçãode sementes de orquídeas e são incapazes de produzir carb<strong>on</strong>o(Masuhara e Katsuya 1994, Zelmer et al. 1996, Hayakawa et al. 1999,Kristiansen et al. 2001, Zettler et al. 2005). Algumas plantas jovens eadultos aclorofilados também não são capazes de produzir carb<strong>on</strong>o,dependendo do fungo para provê-lo, ou seja, to<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s as Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceaetem uma fase micoheterotrófica. Por isso há dificul<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s orquídeasse propagarem em meio selvagem (Zhu et al. 2008).Uma importante função <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s é a defornecer ou potencializar a absorção de nutrientes orgânicos einorgânicos pelas orquídeas (Smith e Read 1997, Dearnaley 2007).Um exemplo é o trabalho de Trudell et al. (2003), que mostra ofornecimento de carb<strong>on</strong>o e nitrogênio pelos fungos micorrízicos. Háain<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> pesquisas que dem<strong>on</strong>stram o fornecimento de fósforo (Camer<strong>on</strong>et al. 2007) e de água para permitir a germinação e o desenvolvimentodo protocórmio destas plantas ( Yoder et al. 2000).Fungos Rizoct<strong>on</strong>ióidesOs basidiomicetos do gênero Rhizoct<strong>on</strong>ia são c<strong>on</strong>sideradoscomo um grupo de fungos filamentosos que apresenta certaheterogenei<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de em seus táx<strong>on</strong>s. Não produzem esporos assexuadose em seu estado anamórfico, compartilham de um número decaracterísticas peculiares. Geralmente os integrantes deste táx<strong>on</strong>são fungos de solo, distribuídos mundialmente, associadosprincipalmente às raízes e apresentando na maioria <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s vezes algumgrau de patogenici<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de. Porém, há uma gama de fungos que sãosaprófitas e outros são simbi<strong>on</strong>tes, como os que formam micorrizasassociados às espécies <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> família Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceae (Garcia et al. 2006).As micorrizas mais representativas associa<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s às Orchi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>ceaesão do grupo Rhizoct<strong>on</strong>ia-like e se caracterizam por característicascomo: ramificações em ângulo reto, uma c<strong>on</strong>strição na hifa ramifica<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>próximo ao p<strong>on</strong>to de origem, septo próximo ao p<strong>on</strong>to <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> ramificação,formação de escleródios e septo dolipórico complexo. Geralmente,apresentam cadeias (seqüências) de hifas infla<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s, intumesci<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s, emformato arred<strong>on</strong><str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>do, como um barril, c<strong>on</strong>heci<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s como célulasm<strong>on</strong>ilióides. (Otero et al. 2002, Garcia et al. 2006).As fases sexuais (teleomorfos) são raramente enc<strong>on</strong>tra<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>sno campo ou em laboratório e c<strong>on</strong>sequentemente, a sistemática etax<strong>on</strong>omia destes fungos é feita com base nas fases assexuais, ou seja,em seus estados anamorfos (Otero et al. 2002).Em seu estudo, Moore (1987) agrupou diferentes gênerosanamorfos de fungos micorrízicos associados a orquídeas combase na ultraestrutura do septo e na c<strong>on</strong>exão teleomorfoanamorfo,e rec<strong>on</strong>heceu-os como: M<strong>on</strong>iliopsis, Ceratorhiza,Epulorhiza, Ascorhizoct<strong>on</strong>ia e Rhizoct<strong>on</strong>ia, porém apenas o gêneroAscorhizoct<strong>on</strong>ia ain<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> não foi registrado nessa simbiose. Os fungos dogênero Ceratorhiza possuem hifas binuclea<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s com parenteossomaperfurado e com teleomorfo em Ceratobasidium. Epulorhizafoi classifica<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> por ter isolados binucleados com parenteossomasem perfuração e possuir teleomorfo em Tulasnella. O gêneroOpadorhiza agrupa fungos com teleomorfos em Sebacina. Os fungosdo gênero M<strong>on</strong>iliopsis, anteriormente denominados Rhizoct<strong>on</strong>ia,englobam isolados multinucleados com parenteossoma perfurado,além de seu teleomorfo estar em Thanatephorus.As culturas puras com base em isolamentos de raízes de orquídeastêm até o momento sido a principal f<strong>on</strong>te de informação sobre osendófitos simbi<strong>on</strong>tes. Estes fungos simbi<strong>on</strong>tes são basidiomicetos eos que geralmente são isolados são de espécies que não dispõe dec<strong>on</strong>idiogênese na fase assexua<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>, ou seja, apresentam micélio estéril,com uma pequena tendência a esporular na cultura (Rasmussen2002). Desta forma, a tax<strong>on</strong>omia <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s micorrizas rizoct<strong>on</strong>ióides édifícil a nível de espécie, pelas características morfológicas a seresestu<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g><str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s. Para tal, a técnica de grupos de anastomose (AG) vemsendo utiliza<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> extensivamente para identificação de Rhizoct<strong>on</strong>ia,e ca<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> AG é c<strong>on</strong>hecido pela especifici<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de em sua varie<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de dehospedeiros. Ca<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> AG é geneticamente distinto e tem facilitado aidentificação dos fungos a nível de espécie e subespécie. Esta técnicaé almeja<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> para <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>r melhor compreensão <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> relação simbiótica entremicorrizas e orquídeas (Hayakawa et al. 1999).Com os demais avanços em estudos envolvendo biologia molecular,também é possível descrever micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s por métodos, como osutilizados no seqüenciamento e análise <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> região intergênica ITS (InternalTranscribed Spacer) (Otero et al. 2002, Garcia et al. 2006). Para isso,utiliza-se a técnica PCR-RFLP (Polymerase Chain Reacti<strong>on</strong> – Restricti<strong>on</strong>Fragment Lenght Polymorphism). Amplifica-se sequências de regiõesribossomais altamente variáveis (ITS) e os padrões de bandeamentosão comparados. Assim, os comprimentos de polimorfismos dosfragmentos de restrição podem ser comparados com os de outros


Boldrini et al.Micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s143ISSN 1806–7409 - http://www.natureza<strong>on</strong><strong>line</strong>.com.brfungos de características já c<strong>on</strong>heci<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s (Taylor e Bruns 1999,Sheffers<strong>on</strong> et al. 2005, Sheffers<strong>on</strong> et al. 2007).As pesquisas com fungos micorrízicos rizoct<strong>on</strong>ióidesassociados a orquídeas, também tem c<strong>on</strong>templado o potencial degerminação de sementes de orquídeas por fungos compatíveis.Exemplo é o trabalho de Zettler e Hofer (1998), nos Estados Unidos,que obtiveram resultados satisfatórios na germinação de sementesde Platanthera clavellata por fungos do gênero Epulorhiza. NoBrasil, Pereira et al. (2005) promoveram a germinação de sementesde Oncidium flexuosum com fungos rizoct<strong>on</strong>ióides do gêneroCeratorhiza. Neste caso o fungo se associou simbioticamente ese mostrou eficiente na germinação, porém em alguns casos foinota<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> fitopatogenici<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>de, causando em alguns casos, podridãoem protocórmios. Estes estudos são de grande valia para empregartais c<strong>on</strong>hecimentos em programas de reintrodução de espéciesameaça<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s e para c<strong>on</strong>hecer os ver<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>deiros papéis ecológicos destesfungos, plantas e suas associações.No Brasil, os a maioria estudos acerca <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s micorrizas<str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s tem-se c<strong>on</strong>centrado em espécies epífitas de orquídeas,principalmente <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> subtribo Oncidiinae e do gênero Epidendrum, egrande parte dos isolados tem sido identificados como Ceratorhiza eEpulorhiza. (Tabela 1). Desta forma, é fun<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>mental que se c<strong>on</strong>heçamquais são e como se caracterizam as micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s, para quese possa avaliar o seu potencial de germinação de sementes, comvistas à reintrodução de espécies ameaça<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s e altamente coleta<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s,como é o caso de várias espécies brasileiras. Atualmente, grandeparte <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s orquídeas é reproduzi<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> em meio assimbiótico, sem seufungo micorrízico específico e isso impede a reintrodução eficaz, nãogarantindo a germinação de sementes e o estabelecimento <str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>s plântulasna natureza. Outro p<strong>on</strong>to importante é a falta de estudos realizadoscom espécies de orquídeas em vários estados do Brasil, principalmentecom as espécies endêmicas. O c<strong>on</strong>hecimento tax<strong>on</strong>ômico destes fungosain<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g> é muito incipiente a nível naci<strong>on</strong>al.Tabela 1 Resumo dos endófitos micorrízicos identificados em orquídeas no Brasil.F<strong>on</strong>te Espécies de orquídeas Táx<strong>on</strong> micorrízicoPereira et al. (2003)Pereira et al. (2005a)Epidendrum rigidum Jacq.Polystachya c<strong>on</strong>creta (Jacq.) Garay e SweetEpidendrum rigidum Jacq.Isochilus <strong>line</strong>aris (Jacq.) R.Br.Maxillaria marginata Fenzl.Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl.Oncidium flexuosum (Kunth) Lindl.Oncidium varicosum Lindl. e Paxt<strong>on</strong>Polystachya c<strong>on</strong>creta (Jacq.) Garay e SweetEpulorhiza epiphyticaEpulorhiza epiphyticaEpulorhizaCeratorhizaCeratorhizaEpulorhizaCeratorhizaCeratorhizaEpulorhizaPereira et al. (2005b) Gomesa crispa (Lindl.) Kl. e Rchb. f.Campylocentrum organense (Rchb.f.) RolfeBulbophyllum sp.Nogueira et al. (2005) Bulbophyllum weddelii (Lindl.) Rchb. f.Epidendrum dendrobioides Thunb.Maxillaria acicularis Herb. ex Lindl.Oncidium gracile Lindl.Pleurothallis Teres Lindl.Prosthechea vespa (Vell.) W.E. HigginsSophr<strong>on</strong>itis milleri (Blumensch. ex Pabst)Sarcoglottis sp.Rhizoct<strong>on</strong>iaCeratorhizaCeratorhizaCeratorhizaEpulorhizaRhizoct<strong>on</strong>iaCeratorhizaCeratorhizaCeratorhizaEpulorhizaRhizoct<strong>on</strong>iaVala<str<strong>on</strong>g>da</str<strong>on</strong>g>res et al. (2008) Gomesa sp. CeratorhizaRhizoct<strong>on</strong>iaPereira et al. (2009) Epidendrum secundum Jacq. Epulorhiza


Boldrini et al.Micorrizas <str<strong>on</strong>g>orquidóide</str<strong>on</strong>g>s144ISSN 1806–7409 - http://www.natureza<strong>on</strong><strong>line</strong>.com.brAgradecimentosAo Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia (LMAB)do Centro Universitário Vila Velha (UVV) pelo apoio à pesquisa e pordisp<strong>on</strong>ibilizar a estrutura para o desenvolvimento do trabalho. ÀFAPES pela bolsa de Mestrado de Wolmen O. Santos. O Laboratóriode Microbiologia Ambiental e Biotecnologia é suportado comrecursos dos projetos universais FAPES/45434484/09 e CNPq/475436/2010-5 e também FUNADESP 07/2010.ReferênciasAllen MF (1991) The ecolog y of mycorrhizae. Cambridge: CambridgeUniversity Press.Camer<strong>on</strong> DD, Johns<strong>on</strong> I, Leake JR, Read DJ (2007) Mycorrhizal acquisiti<strong>on</strong>of inorganic phosphorus by the green-leaved terrestrial orchidGoodyera repens. 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