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ADEUS À SEGURANÇA SOCIAL - Nova Odivelas

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QUOTIDIANOS<br />

POLITICA<br />

CDU contesta Orçamento Municipal<br />

Henrique Ribeiro<br />

henrique_ribeiro@simpruspress.pt<br />

Em conferência de imprensa<br />

realizada na Terçafeira,<br />

a CDU de <strong>Odivelas</strong><br />

contestou o Orçamento e<br />

Grandes Opções do Plano<br />

para 2011, da Câmara de<br />

<strong>Odivelas</strong> bem como as alterações<br />

ao Protocolo de<br />

Delegação de Competências<br />

nas Juntas de Freguesia.<br />

Os dois vereadores da CDU na<br />

Câmara de <strong>Odivelas</strong>, Ilídio<br />

Ferreira e Rui Francisco e os<br />

dois presidentes de junta da CDU, Armindo<br />

Fernandes de Caneças e Francisco<br />

Bartolomeu, da Ramada,<br />

compunham a mesa da conferência<br />

acompanhados de Deolinda Santos,<br />

líder da concelhia de <strong>Odivelas</strong> do PCP.<br />

Para a CDU, o Orçamento e Grandes<br />

Opções do Plano para 2011, recentemente<br />

aprovado e que contou com o<br />

voto contra da CDU, mantém «No essencial<br />

as opções constantes nos documentos<br />

anteriores» e «Revela<br />

infelizmente um quadro ainda mais<br />

preocupante e gravoso, para o Concelho<br />

e para a população, em resultado<br />

das politicas prosseguidas pelo PS, no<br />

Governo do país e desta Câmara Municipal,<br />

e cujas consequências surgem<br />

espelhadas, de forma cada vez mais nítida,<br />

nestes instrumentos estruturantes».<br />

Segundo a CDU «Os efeitos perversos<br />

da política desastrosa que vem sendo<br />

trilhada no pais e das erradas opções<br />

na gestão municipal estão aí, condicionam,<br />

enformam e perpassam todo<br />

o documento».<br />

Referindo os cortes impostos pelo orçamento<br />

de Estado de 1,5 milhão de<br />

euros nas transferências para o município<br />

e o investimento zero do PIDDAC<br />

«Adiando-se mais uma vez investimentos<br />

urgentes e necessários, incumprindo<br />

promessas e gorando justas<br />

expectativas das populações», a CDU<br />

contesta a redução de 2,5 milhões de<br />

euros nas despesas com o pessoal, «Ou<br />

seja, nos salários dos trabalhadores e<br />

nas suas carreiras», sublinha a diminuição<br />

das receitas directas municipais<br />

«Em resultado da profunda crise económica<br />

e social que foi infligida ao<br />

pais, fruto das gravosas e injustas políticas<br />

impostas por este governo aos<br />

trabalhadores, aos comerciantes, às<br />

pequenas e médias empresas, aos reformados,<br />

aos desempregados, acentuando<br />

as desigualdades sociais e a<br />

> Vereadores e presidentes de junta criticaram Grandes Opções do Plano<br />

injustiça fiscal».<br />

A CDU voltou a referir as parcerias público-privadas,<br />

«Que só para este ano<br />

significam um esforço suplementar de<br />

quase 2,5 milhões de euros. E continuarão<br />

a hipotecar o futuro pelo<br />

menos durante uma geração».<br />

A CDU assinala que apesar da redução<br />

de 20 milhões de euros em relação ao<br />

ano anterior, o Orçamento de 2011<br />

continua empolado tal como o de<br />

2010 que tem uma taxa de execução<br />

de receitas e despesas de cerca de<br />

50%. Os vereadores da oposição referem<br />

ainda que «Só 1/3 se destina a<br />

despesas de capital, o que corresponde<br />

a menos 33,2 % do previsto para<br />

2010, sendo certo que, mesmo assim,<br />

uma boa fatia se destina a encargos já<br />

assumidos. E assim se adia o desenvolvimento<br />

do concelho».<br />

Ao nível das receitas «E mesmo com o<br />

corte previsto, cerca de 5,2% nas correntes<br />

e 33,5% nas de capital, insistese<br />

num optimismo militante, que se<br />

traduz com grande facilidade num<br />

verdadeiro empolamento orçamental,<br />

quando a execução em Outubro de<br />

2010 no que respeita, por exemplo, à<br />

cobrança de taxas, multas e outras penalidades<br />

se fica nos 13% do orçamentado<br />

e a que corresponde, pouco<br />

mais de 1 milhão e 800 mil euros, não<br />

se vislumbra outra justificação para os<br />

mais de 15 milhões agora previstos<br />

para 2011». Está também previsto 1<br />

milhão de euros com a venda de bens<br />

de investimentos mas «Nem um cêntimo<br />

foi realizado este ano, nessa rubrica».<br />

Quanto às Grandes Opções do Plano<br />

a CDU considera que a realidade não<br />

é mais animadora referindo que «São<br />

muitas as obras previstas e adiadas<br />

ano após ano que vão continuar a não<br />

ver a luz do dia» referindo a escola<br />

Avelar Brotero, o jardim-de-infância<br />

Álvaro de Campos, o Centro de Dia de<br />

<strong>Odivelas</strong>, os Mercados da Arroja, <strong>Odivelas</strong><br />

e Pontinha, a requalificação do<br />

Barruncho e os cemitérios.<br />

A CDU contesta a redução das verbas<br />

para os refeitórios do 1º ciclo, para os<br />

projectos sociopedagógicos, higiene e<br />

limpeza escolar e bibliotecas, bem<br />

como as verbas para os transportes escolares<br />

e os auxílios económicos que<br />

correspondem em 2011 a 1/3 do orçamentado<br />

em 2010. A CDU fala<br />

ainda em «Redução drástica do apoio<br />

à juventude, à acção social ou ao desporto»<br />

e da extinção «De projectos importantes,<br />

como são os rastreios na<br />

área da saúde».<br />

Os vereadores da oposição criticaram<br />

as verbas para os arrendamentos que<br />

«Apesar de todos os discursos sobre a<br />

sua optimização e gestão de rigor, continua<br />

a rondar 1 milhão e 300.000<br />

euros, comprovando-se mais uma vez<br />

a justeza da nossa discordância pelas<br />

opções do PS quanto ao recurso ao<br />

mercado para a instalação dos serviços<br />

municipais, em detrimento da construção<br />

de um edifício para o efeito».<br />

Neste quadro, a inclusão de 60.000<br />

euros para iluminações de Natal, ou de<br />

120.000 euros para «Mais obras nas<br />

piscinas ou na Malaposta, quando para<br />

a empresa municipal que os gere se<br />

continua a transferir mais de 1 milhão<br />

«Este nunca seria o orçamento<br />

dos eleitos da<br />

CDU. A nossa postura<br />

será sempre defender os<br />

interesses da população<br />

em todas as circunstâncias»<br />

de euros/ano, e a redução de 10% prevista<br />

é bem inferior às sofridas pelos<br />

clubes, colectividades, bombeiros ou<br />

juntas de freguesia, que chegam a atingir,<br />

em alguns casos, mais de 20%, de<br />

redução, são também opções que não<br />

podem merecer o nosso acordo», afirmou<br />

a CDU, que considera que «Este<br />

não é o Orçamento que o Município<br />

precisa. Tal como não precisa da polí-<br />

tica e das opções que o mesmo suporta».<br />

A CDU, pela voz dos seus vereadores e<br />

dos dois presidentes de junta desta<br />

força política contestou também as alterações<br />

introduzidas no Protocolo de<br />

Delegação de Competências nas Juntas<br />

de Freguesia. Para os autarcas da<br />

CDU «Dada a maior proximidade às<br />

populações», as verbas são melhor<br />

rentabilizadas nas juntas de freguesia<br />

«Com maior celeridade e eficiência e<br />

logo com vantagens inequívocas para<br />

a qualidade de vida das pessoas do<br />

nosso Concelho».<br />

Segundo Armindo Fernandes e Francisco<br />

Bartolomeu no Protocolo em<br />

vigor este ano «Em quatro das sete freguesias<br />

os valores totais das transferências<br />

serem ainda inferiores aos<br />

acordados em 2006, apesar de todos<br />

os aumentos em materiais, combustíveis<br />

e outros resultantes da inflação».<br />

Para 2011, «A situação agrava-se. Sãolhes<br />

retiradas mais competências,<br />

como pavimentos, bermas e valetas ou<br />

a sinalização, e quanto ás verbas para<br />

as que continuam a assumir, são drasticamente<br />

reduzidas, com uma diminuição<br />

global de mais de 21%, o maior<br />

corte percentual de todos os previstos<br />

no orçamento quanto a transferências<br />

para entidades terceiras, independentemente<br />

da sua natureza, âmbito de<br />

intervenção ou<br />

actividade desenvolvida».<br />

Para a CDU «As juntas de freguesia, e<br />

no âmbito deste protocolo, são efectivamente<br />

quem sofre o maior golpe,<br />

sendo-lhes retirado, percentualmente<br />

muito mais do que foi retirado pelo governo<br />

à Câmara Municipal, nos diferentes<br />

fundos, ou é retirado à<br />

Municipália, no subsídio à exploração<br />

assumido pela Câmara. Um critério<br />

muito injusto, incorrecto e indefensável».<br />

na NO TV<br />

Intervenções completas<br />

17 Dezembro 2010 <strong>Nova</strong> <strong>Odivelas</strong> 3<br />

Fotografia: Henrique Ribeiro<br />

O caso do Senhor<br />

Roubado<br />

II parte<br />

O aproveitamento daquele<br />

roubo por parte da Inquisição<br />

originou uma onda antijudaica<br />

que levou a<br />

delirantes manifestações<br />

populares de auto-flagelação<br />

e criou um clima desfavorável<br />

ao perdão geral dos<br />

judeus. D. Pedro II, que chegou<br />

a admitir essa possibilidade,<br />

não resistiu às<br />

intolerantes pressões inquisitoriais<br />

e acabou por decretar<br />

a expulsão dos judeus<br />

em 22 de Junho. Foi precisamente<br />

na sequência deste<br />

caso que surgiu uma das<br />

mais violentas obras da literatura<br />

portuguesa antijudaica<br />

do século XVII, a<br />

Perfídia Judaica, de Roque<br />

Monteiro Paim, jurisconsulto<br />

que defendia a tese da<br />

autoria hebraica do crime<br />

de <strong>Odivelas</strong> por presunção,<br />

uma vez que, no seu entender,<br />

todos os anteriores<br />

casos de roubos de hóstias<br />

teriam sido praticados por<br />

judeus. Entretanto, seria<br />

preso, em 16 de Outubro<br />

desse mesmo ano de 1671,<br />

um jovem, rude e humilde<br />

trabalhador rural, quando<br />

se preparava para roubar<br />

galinhas na cerca das freiras<br />

do Mosteiro de <strong>Odivelas</strong><br />

(a poucos metros da Igreja<br />

Matriz, assaltada cinco<br />

meses antes) e que trazia<br />

inadvertidamente consigo a<br />

cruz do remate de um dos<br />

vasos sagrados, furtados a<br />

10 de Maio. Tendo primeiro<br />

negado, António Ferreira<br />

confessaria posteriormente<br />

a autoria do roubo, relatando<br />

que estivera na tarde<br />

daquele dia a ver alguns homens<br />

a jogar e os acompanhara<br />

na bebida (acabando<br />

por ficar embriagado). Reparando<br />

que haviam entrado<br />

dois moços na igreja, resolveu<br />

entrar atrás deles, esconder-se<br />

debaixo de uma<br />

mesa e esperar que saíssem,<br />

para roubar as lustrosas<br />

vestes dos santos.<br />

Acabou por adormecer e,<br />

quando acordou, despiu os<br />

santos, amassou uma coroa<br />

para lhe retirar uma pedra<br />

brilhante (mas falsa!) e atirou-se<br />

às hóstias para as<br />

comer, forçando a abertura<br />

do sacrário, o que provocou<br />

a sua queda aparatosa (em<br />

virtude da força que fez e<br />

da bebedeira).<br />

Jorge Martins<br />

postodecomando@gmail.com

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