ADEUS À SEGURANÇA SOCIAL - Nova Odivelas
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til mudam de tutela<br />
tempo».<br />
O nosso entrevistado acredita<br />
que «Se o bom senso imperar e<br />
forem ouvidas as pessoas directamente<br />
envolvidas e que conhecem<br />
na prática a forma<br />
como as instituições funcionam»<br />
não vai haver muitos sobressaltos<br />
nos serviços pelos equipamentos<br />
que vão ser transferidos.<br />
Mas, há situações que podem<br />
vir a ser complicadas, considerou<br />
Joaquim Lourenço. No Lar<br />
de <strong>Odivelas</strong> há idosos a pagar<br />
mensalidades 5 euros pelo<br />
apoio domiciliário e no internamento<br />
há idosos a pagar 50<br />
euros mês, valores que nem chegam<br />
para as fraldas. «Tenho sérias<br />
dúvidas que uma instituição<br />
a gerir estes equipamentos não<br />
vá, na altura das admissões,<br />
considerar como factor de preferência<br />
a capacidade que as<br />
pessoas têm em pagar comparticipações».<br />
Joaquim Lourenço<br />
citou uma frase de um director<br />
de um estabelecimento da Segurança<br />
Social que no seu entender<br />
é elucidativa: «A Santa<br />
Casa faz uma gestão cuidada,<br />
muito inteligente e muito proveitosa».<br />
Susana Amador concorda<br />
com a transferência<br />
Quisemos também saber a posição<br />
da Câmara Municipal de<br />
<strong>Odivelas</strong> sobre esta transferência<br />
da tutela dos equipamentos.<br />
A presidente Susana Amador<br />
disse-nos que «Vejo com muito<br />
bons olhos porque conheço<br />
muito bem, e por dentro, a<br />
Santa Casa da Misericórdia de<br />
Lisboa, não só porque trabalhei<br />
com eles directamente quando<br />
estava nas Nações Unidas, no<br />
Centro Português para os Refugiados,<br />
sei as assistentes sociais<br />
de qualidade que tem, os recursos<br />
humanos que tem, os projectos<br />
inovadores que tem, foi<br />
pioneira na luta contra a sida<br />
com a sua Casa Amarela». Também<br />
do ponto de vista financeiro<br />
«É uma instituição com grande<br />
estabilidade» que permite não<br />
haver riscos nesta passagem.<br />
«O pessoal transita e mantém a<br />
sua estabilidade de emprego,<br />
pessoal novo que venha é contratado<br />
ao abrigo dos Estatutos<br />
da SCML. Devo dizer que a Segurança<br />
Social neste momento,<br />
em termos de recursos humanos<br />
está a atravessar um momento<br />
O Lar de <strong>Odivelas</strong><br />
Este equipamento pertença do instituto de Segurança<br />
Social tem 75 idosos em regime de internamento,<br />
Centro de Dia com capacidade para 20<br />
utentes, Apoio Domiciliário a 70 idosos, Apoio de<br />
Emergência Social e o convívio que tem para 243<br />
inscritos e é regularmente frequentado por 200<br />
pessoas. No total são mais de 400 idosos envolvidos<br />
nos serviços prestados pelo Lar de <strong>Odivelas</strong> da<br />
Segurança Social.<br />
No Apoio de Emergência Social a instituição responde<br />
a pedidos de ajuda que cheguem através<br />
dos serviços de Emergência Social da Loja do Cidadão,<br />
e que consistem no apoio a higiene pessoal,<br />
tratamento de roupa e alimentação. Se necessário<br />
é também prestado acompanhamento psicossocial<br />
pela psicóloga do Lar.<br />
Na área da Emergência Social ainda há ajudas técnicas,<br />
como a cedência de camas articuladas, colchões<br />
anti-escaras e cadeiras de rodas. Joaquim<br />
Lourenço defende que este tipo de ajudas «É muito<br />
importante porque por vezes as famílias têm de<br />
transferir os idosos para lares com fins lucrativos<br />
porque não têm capacidade para dar resposta a<br />
este material específico» e com este apoio já se<br />
torna possível.<br />
difícil e que não me parece que<br />
seja alterável num período curto<br />
de tempo. As pessoas reformamse,<br />
não entra ninguém e assistese<br />
por todo o país haver quartos<br />
vagos nos lares e salas vagas na<br />
infância sem haver técnicos para<br />
cuidar dos utentes. O congelamento<br />
na função pública poderia<br />
pôr em causa e levar à<br />
degradação dos serviços da Segurança<br />
Social que se iria fazer<br />
sentir nos nossos organismos,<br />
não no sentido da qualidade do<br />
serviço que prestavam mas no<br />
sentido de terem espaços que<br />
não estavam potenciados».<br />
A presidente do município considera<br />
que «O concelho vai ga- nhar com esta mudança porque<br />
a misericórdia vai injectar novos<br />
recursos humanos, vai potenciar<br />
os espaços existentes e vai ter<br />
pessoas com tanta qualidade ou<br />
mais que tem a Segurança Social».<br />
Quanto ao facto de ser uma instituição<br />
de fora e não serem<br />
IPSS’s do concelho a tomar conta<br />
dos equipamentos que estão em<br />
<strong>Odivelas</strong>, Susana Amador pensa<br />
que «A SCML tem uma auto-suficiência,<br />
uma robustez financeira<br />
e uma qualidade técnica que nos<br />
deixa tranquilos. Até mesmo<br />
para os funcionários e a sua estabilidade<br />
profissional e emocional,<br />
sentirem que vão fazer parte<br />
da Santa Casa da Misericórdia é<br />
mais tranquilo do que ir para<br />
uma IPSS, que como sabemos<br />
atravessam momentos muito difíceis.<br />
Há IPSS’s que estão a perder<br />
pessoas, que não conseguem<br />
manter».<br />
Segundo o Decreto-lei ao fim de<br />
três anos as instituições podem<br />
passar definitivamente para a<br />
Santa Casa com a propriedade<br />
das respectivas instalações. No<br />
17 Dezembro 2010 <strong>Nova</strong> <strong>Odivelas</strong> 9<br />
caso do Centro Infantil as instalações<br />
são propriedade do município<br />
de <strong>Odivelas</strong>. Como reage a<br />
Câmara a isto? «A Câmara tem de<br />
ter uma palavra a dar. Ainda não<br />
fomos ouvidos mas seguramente<br />
que vamos ter de ser. O património<br />
é do município e isso seria<br />
um enriquecimento ilegítimo por<br />
parte do Estado e não o pode<br />
fazer. O Estado não pode dar o<br />
património que é nosso. Ou o<br />
município vende o património e<br />
pode fazê-lo com todo o gosto<br />
porque precisa de receita ou encontra<br />
outra solução financeira.<br />
O princípio da onerosidade vale<br />
para ambos os lados. Se o Estado<br />
quer que paguemos os terrenos<br />
do Governo Civil o princípio tem<br />
de ser bilateral, de cá para lá e de<br />
lá para cá».<br />
Em próxima edição falaremos<br />
mais desenvolvidamente do Centro<br />
Infantil de <strong>Odivelas</strong>.<br />
ENTREVISTAS COMPLETAS NA<br />
NO TV<br />
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