26.11.2012 Views

Alcobaça diz adeus a Tarcísio Trindade - Região de Cister

Alcobaça diz adeus a Tarcísio Trindade - Região de Cister

Alcobaça diz adeus a Tarcísio Trindade - Região de Cister

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

12 oPiniÃo<br />

CíRCuLO IMPERFEITO<br />

2012: Congresso <strong>de</strong> <strong>Cister</strong><br />

JORLIS, Lda<br />

Administração e Gestão<br />

anabela Frazão<br />

Direcção Editorial<br />

José Ribeiro Vieira, maria alexandra<br />

Vieira, arnaldo Sapinho, orlando<br />

Cardoso, anabela Frazão<br />

Coor<strong>de</strong>nação Executiva<br />

Rui Pereira<br />

Rui Rasquilho<br />

Historiador<br />

Organizar um<br />

Congresso sobre<br />

o passado,<br />

o presente e<br />

o futuro dos<br />

Mosteiros<br />

<strong>Cister</strong>cienses<br />

significa abordar<br />

todas as<br />

disciplinas em<br />

todos os tempos<br />

da única Or<strong>de</strong>m<br />

que não voltou<br />

a Portugal após<br />

1834<br />

Director<br />

José Ribeiro Vieira<br />

(jose.vieira@movicortes.pt)<br />

Durante quase oito séculos a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>Cister</strong> orou e laborou em Portugal. o<br />

Rei afonso Henriques e sua mulher, a Rainha D. mafalda, doaram à or<strong>de</strong>m cerca<br />

<strong>de</strong> 44 mil hectares <strong>de</strong> território junto ao lugar <strong>de</strong> alcobaça por carta <strong>de</strong> doação<br />

<strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1153. Bernardo <strong>de</strong> Claraval, que João Peculiar encontrara no<br />

Concílio <strong>de</strong> Pisa, viria a morrer cinco meses <strong>de</strong>pois a 20 <strong>de</strong> agosto. os primeiros<br />

monges instalaram-se provisoriamente muito provavelmente em Chiqueda<br />

em 1152, junto à nascente do rio, hoje conhecido por alcoa e aí permaneceram<br />

durante 75 anos, sob a orientação <strong>de</strong> quatro aba<strong>de</strong>s vitalícios participando da<br />

consagração do mosteiro <strong>de</strong>finitivo em 1223,e para aí se transferindo em 1227<br />

após autorização do Capítulo Geral reunido em <strong>Cister</strong>.<br />

Durante o estudo <strong>de</strong> localização do mosteiro e da sua construção que se inicia<br />

em 1178 o cenóbio criou para seu sustento algumas granjas, mo<strong>de</strong>lo agrário que<br />

seguiria ao longo <strong>de</strong> séculos. no ano seguinte ao início da construção alexandre<br />

iii reconhece o Reino <strong>de</strong> Portugal e afonso Henriques como seu Rei, num<br />

momento em que a antiga fronteira do mon<strong>de</strong>go se fixava no tejo graças à<br />

conquista <strong>de</strong> Santarém e Lisboa, alcobaça administra o seu domínio senhorial<br />

tratando directamente das suas granjas e das suas vilas, três das quais foram<br />

portos <strong>de</strong> mar. alfeizerão e Pe<strong>de</strong>rneira se<strong>de</strong>aram estaleiros <strong>de</strong> construção naval.<br />

o mosteiro torna-se então num po<strong>de</strong>roso administrador senhorial sobretudo<br />

até meados do séc. XV.<br />

mestres europeus da colonização e povoamento, os cistercienses <strong>de</strong> alcobaça<br />

ajudaram a fixar a fronteira portuguesa no tejo, no séc. Xii, contribuindo na<br />

retaguarda para a segurança do avanço das tropas cristãs mais para Sul. a<br />

administração da civilização arábo-muçulmana <strong>de</strong>ixará o território português<br />

em meados do séc. Xiii durante o reinado <strong>de</strong> afonso iii que tomou Faro em 1249.<br />

na administração do po<strong>de</strong>roso aba<strong>de</strong> Frei Estêvão martins (1251-1276) e durante<br />

o seu governo da Diocese <strong>de</strong> Lisboa, o aba<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcobaça é autorizado a usar<br />

mitra, anel e cruz peitoral, capa, murça e mantelete. não será difícil admitir que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então no castelo <strong>de</strong> alcobaça se alojará a milícia dos coutos, necessária<br />

à <strong>de</strong>fesa e manutenção da or<strong>de</strong>m no vasto domínio senhorial.<br />

Duas arcas tumulares magníficas guardam inês <strong>de</strong> Castro e Pedro i. Em 1360<br />

escultores anónimos realizaram estas obras-primas que são também, simbolicamente,<br />

a assinatura medieval do edifício monástico.<br />

o Rei D. afonso V em 1475 seguindo o exemplo papal <strong>de</strong> Gregório iX, na 2ª meta<strong>de</strong><br />

do séc. XiV abre o período comendatário português pelo qual a coroa procura<br />

controlar a vida terrena dos mosteiros. Senhores po<strong>de</strong>rosos <strong>de</strong> um território administrado<br />

a partir <strong>de</strong> um notável edifício monástico, que utiliza pela primeira vez<br />

em Portugal o estilo gótico <strong>de</strong> forma sistemática, os cistercienses acompanharam<br />

os tempos, viveram avinhão e trento, com as suas transformações litúrgicas e<br />

artísticas que vitoriam a contra-reforma, constituíram-se em congregação (1569)<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-se da tentativa hegemónica castelhana, construíram o colégio <strong>de</strong><br />

nossa Senhora da Conceição, um novo mosteiro <strong>de</strong>ntro do mosteiro (1648) que foi<br />

uma verda<strong>de</strong>ira universida<strong>de</strong> no tempo do marquês <strong>de</strong> Pombal. uma sólida vida<br />

intelectual que criou uma esplêndida biblioteca, e os seus artistas esculpiram em<br />

barro, policromaram e estofaram imaginária magnífica em particular na capela<br />

das Relíquias (1669) e no retábulo do trânsito <strong>de</strong> S. Bernardo (1787).<br />

organizar um Congresso sobre o passado, o presente e o futuro dos mosteiros<br />

<strong>Cister</strong>cienses significa abordar todas as disciplinas em todos os tempos<br />

da única or<strong>de</strong>m que não voltou a Portugal após 1834. maur Cocheril enten<strong>de</strong><br />

que a separação dos cistercienses portugueses da sua origem francesa, muito<br />

contribuiu para o <strong>de</strong>sinteresse do regresso dos contemplativos monges brancos<br />

a Portugal. a inglaterra no séc. XVi, a França no séc. XViii e Espanha e Portugal<br />

no séc. XiX <strong>de</strong>struíram, encerraram e ven<strong>de</strong>ram por diferentes razões os bens<br />

da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>Cister</strong> que em 2098 cumprirá mil anos <strong>de</strong> existência. Hoje alguns<br />

<strong>de</strong>sses notáveis edifícios são Património da Humanida<strong>de</strong> sendo o seu símbolo<br />

maior Santa maria <strong>de</strong> alcobaça.<br />

a Câmara <strong>de</strong> alcobaça e a Jorlis apoiam o congresso, que conta com a<br />

colaboração da Câmara da nazaré e da Escola Secundária D. inês <strong>de</strong> Castro.<br />

a associação Portuguesa <strong>de</strong> <strong>Cister</strong>, os amigos do mosteiro <strong>de</strong> alcobaça e<br />

o iComoS-Portugal organizam o congresso, que tem já as suas comissões<br />

executiva e científica constituídas e que se <strong>de</strong>nomina “mosteiros cistercienses,<br />

passado, presente e futuro”.<br />

Redacção<br />

ana Ferraz Pereira (CP 2891)<br />

(ana.ferraz@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />

Joaquim Paulo (coor<strong>de</strong>nador) (CP 4229)<br />

(joaquim.paulo@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />

Luci Pais (CP 6545)<br />

(luci.pais@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />

Luciano Larrossa<br />

(luciano.larrossa@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />

Colaboradores permanentes<br />

Damião Leonel; Daniela Franco Sousa;<br />

Elisabete Cruz; Fernando José; Graça<br />

menitra; Jacinto Silva Duro; maria<br />

anabela Silva; miguel Sampaio; Paula<br />

Lagoa; Pedro Guerra; Raquel Sousa<br />

Silva; Ricardo Graça<br />

Colaboradores <strong>de</strong> opinião<br />

a<strong>de</strong>lino Granja; antónio Ventura;<br />

Carlos Bonifácio; César Santos; Gaspar<br />

Vaz; Hélio Pires; isabel Fonseca; isabel<br />

Rufino; João Paulo Raimundo; manuel<br />

antónio Sequeira; orlando Rodrigues;<br />

Pimenta antunes; Rui Rasquilho<br />

Composição e paginação<br />

Jorlis, Lda<br />

Serviços administrativos,<br />

comerciais e assinaturas<br />

marlene Carreira<br />

(marlene.carreira@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />

(assinaturas@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />

OPINIãO<br />

Proprieda<strong>de</strong>/Editor<br />

Jorlis – Edições e Publicações, Lda.<br />

Parque movicortes<br />

2403-001 azoia-Leiria<br />

Capital Social: 600.000 €<br />

Contribuinte: 502 010 401<br />

Sócios com mais 10%: movicortes,<br />

Serviços e Gestão, Lda.<br />

José Ribeiro Vieira<br />

Morada<br />

av. Prof. Engenheiro Vieira nativida<strong>de</strong>,<br />

82B, apartado n.º1,<br />

2460-071 alcobaça<br />

Telefone 262 598 627<br />

Fax 262 598 414<br />

Internet www.regiao<strong>de</strong>cister.pt<br />

Email geral@regiao<strong>de</strong>cister.pt<br />

Impressão<br />

GRaFEDiSPoRt<br />

impressão e artes Gráficas, S.a.<br />

Distribuição Jorlis, Edições<br />

e Publicações, Lda<br />

Dia <strong>de</strong> publicação quinta-feira<br />

Preço avulso 0,80 €<br />

Assinaturas 25€ (Portugal),<br />

42€ (restantes países da Europa),<br />

50€ (outros países do mundo)<br />

15€ (on line)<br />

quinta-FEiRa 17 maRço 2011<br />

Portugal com <strong>de</strong>zenas<br />

<strong>de</strong> prédios “abandonados”<br />

Catarino Fortes<br />

aposentado<br />

Fazendo uma<br />

análise profunda<br />

entre o alugar ou<br />

comprar po<strong>de</strong>rse-á<br />

chegar à<br />

conclusão que,<br />

comprando, a<br />

mensalida<strong>de</strong><br />

futura será<br />

menor do que<br />

alugar o mesmo<br />

imóvel<br />

actualmente parece surgirem dúvidas, especialmente<br />

aos casais novos, quanto à opção a tomar,<br />

<strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong> a maior parte das relações terem<br />

uma duração efémera e a casa se tornar um<br />

“inferno”, quando comprada, levando muitas vezes<br />

ao tribunal por discórdias da partilha. no caso <strong>de</strong><br />

aluguer, cada um segue a sua vida e não enfrentam<br />

tais problemas.<br />

não é facilmente compreensível este comportamento,<br />

até porque a casa é um bem com valor,<br />

que será divisível, se preferirem alienar o bem, ou<br />

po<strong>de</strong>rá um <strong>de</strong>les manter a proprieda<strong>de</strong>, dando a<br />

contrapartida ao outro.<br />

Basta aconselharem-se com duas imobiliárias para<br />

ficarem perfeitamente esclarecidos. neste caso, a<br />

verificar-se a separação, cada um <strong>de</strong>les terá a sua<br />

quota-parte, que será tanto maior quanto mais<br />

durar a união.<br />

no aluguer, muitas vezes têm <strong>de</strong> pagar in<strong>de</strong>mnização<br />

aos senhorios <strong>de</strong>vido a alterações ou estragos<br />

que se tenham verificado no apartamento, e irão<br />

<strong>de</strong> “mãos a abanar”.<br />

Fazendo uma análise profunda entre o alugar ou<br />

comprar po<strong>de</strong>r-se-á chegar à conclusão que, comprando,<br />

a mensalida<strong>de</strong> futura será menor do que<br />

alugar o mesmo imóvel, no caso <strong>de</strong> habitação própria,<br />

isto porque o juro que se paga é substancialmente<br />

menor do que o rendimento que o senhorio preten<strong>de</strong><br />

conseguir com o seu investimento.<br />

Se optarem pelo aluguer e a relação se mantiver<br />

por muitos anos concluirão que pagaram a casa mas<br />

a mesma continua a ser do senhorio. além disso, no<br />

caso <strong>de</strong> compra, po<strong>de</strong>rá mais tar<strong>de</strong> ser um bem para<br />

um <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte ou pé-<strong>de</strong>-meia para a compra <strong>de</strong><br />

outra casa se preten<strong>de</strong>rem mudar. Por outro lado,<br />

os abatimentos no iRS têm sido, e voltarão a ser<br />

com certeza, bastante significativos.<br />

não é por acaso que há pouco investimento nos<br />

andares para alugar, porque a maior parte das pessoas<br />

opta pela compra. Se repararem, enquanto o<br />

dinheiro <strong>de</strong>svaloriza anualmente, os andares têm<br />

valorizado.<br />

Como exemplo po<strong>de</strong>rei dar <strong>de</strong> um andar em Lisboa<br />

que custou 320 contos em 1969 e que hoje, quarenta<br />

anos <strong>de</strong>pois, po<strong>de</strong>rá valer próximo <strong>de</strong> 200 000 euros,<br />

preço pelo qual alguns idênticos foram vendidos<br />

recentemente.<br />

um casal citadino que se reforme e <strong>de</strong>seje vir<br />

para a província trará uma quantia razoável como<br />

complemento <strong>de</strong> reforma para a sua velhice.<br />

Tiragem Média 4.500 exemplares<br />

N.º <strong>de</strong> Registo 116 942<br />

Depósito Legal 65280/93<br />

Membro<br />

da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!