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PINTURA DE ECKHOUT FUNDA ICONOGRAFIA - Ciência e Cultura

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Melões etc, de Albert EckhoutExposição<strong>PINTURA</strong> <strong>DE</strong><strong>ECKHOUT</strong> <strong>FUNDA</strong><strong>ICONOGRAFIA</strong>Gigantescas telas retratando danças deindígenas, mulheres negras e mamelucas,frutas, plantas e animais compõemo retrato do Brasil do século XVII naspinceladas de um europeu. Mais precisamenteum holandês, o pintor AlbertEckhout, que integrou a expediçãocientífica do conde Maurício de Nassau,governador geral dos territóriosholandeses no Brasil (1637-1644) durantea ocupação holandesa, que foi de1630 a 1654. O olhar do artista, registradoem telas que chegam a ter 3 metrosde largura, como em Dança dosTapuias, pode ser visto em uma exposiçãorara iniciada em setembro em Recife,passando por Brasília e chegandoà capital paulista, onde ficou expostade janeiro a março deste ano na Pinacotecado Estado e seguindo para o Riode Janeiro, no Paço Imperial no Rio deFotos: reproduçãoJaneiro, onde ficará até 25 de maio.Nas primeiras três cidades, a exposiçãofoi vista por aproximadamente meiomilhão de pessoas.Pela primeira vez, o acervo completocom as 24 obras de Eckhout, produzidasentre 1637 e 1644, saiu do MuseuNacional da Dinamarca para umamostra itinerante como essa. Quadrosisolados do pintor já puderam ser vistosem 1991, no Masp e alguns delescompuseram a Mostra do Redescobrimento,em 2000. O cuidado se justifica:trata-se de uma das coleções maisvaliosas do planeta, pois as obras,doadas por Nassau ao rei FredericoIII, em 1654, jamais foram comercializadase não se conhecem outras telasdo pintor.Para a pesquisadora Elly de Vries daFundação Oscar Americano, commestrado sobre o pintor na Holanda ecoordenadora de pesquisa e texto daexposição, a obra de Eckhout pode serconsiderada o primeiro contato visualreal de como era a população, a faunae a flora brasileiras no século XVII, einfluenciou os modos de ver, representare pensar o continente americano,inaugurando nossa iconografia e umnovo imaginário. Segundo ela, as representaçõessobre o Brasil, existentesaté então, eram as fantasiosas gravurasprovenientes dos relatos das expediçõesno país de Hans Staden (1547 aDança dos Tapuias1554) e Jean de Lèry (1556 a 1558).“Muitas dessas gravuras procuravamchamar a atenção para o grotesco e oprimitivismo, enquanto que Eckhouttinha um grande compromisso com arealidade”, diz Elly.A precisão da pintura do artista holandêstransformou-o em fonte para a comunidadecientífica européia da época,que pôde registrar e classificar plantas eanimais brasileiros. Até na atualidade apintura de Eckhout continua tendo essepapel. Dante Luiz Martins Teixeira,zoólogo da Universidade Federal doRio de Janeiro, é um exemplo disso:pôde identificar, por meio da observaçãodos quadros de Eckhout, algumasespécies que desapareceram. Por essacaracterística, Elly acredita que é possívelentender a obra do pintor pensandono limiar entre arte e ciência.Cada uma das exposições no Brasil teveuma organização diferente. PieterTjabbes explica que, em Recife, cenárioque inspirou a obra de Eckhout, aexposição tinha menos informaçõestextuais, focalizando característicasvisuais de forma mais regionalizada.“Na primeira sala, por exemplo, umcenógrafo fez um trabalho multimídiapara abordar a obra de Eckhout”,explica Tjabbes. De acordo com ele,em Brasília houve maior interação entretextos e imagens com uma propostaeducativa de arte, assim como emSão Paulo.Elly de Vries acrescenta quena Pinacoteca do Estado oobjetivo foi o de resgatar aobra do artista, que ganhoumaior visibilidade nos últimos25 anos no contexto daHistória da Arte. Além dessacontextualização, a primeirasala da exposição em São Pau-60


lo também procurou situar historicamenteo espectador através de mapas elivros do século XVII, da coleção de JoséMindlin, além de ilustrações deFrans Post, pintor que também integroua comitiva de Nassau. A recuperaçãode alguns desenhos de Eckhout,perdidos até 1979 e presentes na mostra,possibilitou o surgimento de novosestudos sobre o pintor.ArteMarta KanashiroIMPRESSIONANTESGUERREIROS<strong>DE</strong> TERRACOTAO Pavilhão da Oca no Parque Ibirapuera,em São Paulo, é palco da maiormostra sobre a cultura da China já realizadaaté hoje no Brasil. As exposiçõesGuerreiros de Xi’an e Tesouros daCidade Proibida desvendam a extraordináriaarte e tradição milenar chinesa,com destaque para os “11 Guerreirosde Xi’an” e demais peças em terracota,descobertas acidentalmente por camponesesna década de 70 e, pela primeiravez, expostas na América Latina.As impressionantes peças são em tamanhonatural, guerreiros trazidos aoBrasil (soldado da cavalaria, cavalariçoajoelhado, cocheiro, cavalo de carro decombate, oficial de média patente comarmadura, guerreiro com armadura,arqueiro em pé, guerreiro em traje deinfantaria e general), cujos trajes sãocompostos por pesadas couraças, capasou batas longas, cobertas por placasquadrangulares, perneiras e sapatos debico quadrado. É uma imagem fantásticado mausoléu composto por maisde 7 mil guerreiros – onde nenhum delesé igual a outro – e cem carros decombate de madeira que, sem dúvida,compõem um conjunto arqueológicosem igual na história imperial da China.São os chapéus, através do númerode placas existentes, que distinguem osoficiais dos soldados comuns.Os soldados parecem marchar emcombate ou estar em atividades detreinamento. A produção e enterramentodos exércitos que protegem otúmulo do primeiro imperador QinShi Huangdi – que unificou a Chinaem 221 a.C. – demandou uma complexaorganização de mão-de-obra,envolvendo um grande número deartesãos e trabalhadores em oficinas.Estima-se que houve uma mobilizaçãode 700 mil homens, vindos de diferentespartes do império, para a realizaçãodos trabalhos que levaram ao todo 38anos. O impacto dessa empreitada(remoção de terra, corte de madeira eprocedimentos de modelação), talvezexplique o fato de a região da Provínciade Shaanxi ter sido sacudida porrebeliões que a destruíram por inteiro,deixando intacto apenas o que estavano subsolo. Em 1987, a Unesco conferiuao mausoléu o título de Patrimônioda Humanidade.A cenógrafa Daniela Thomas e o arquitetoFelipe Tassara são responsáveispelas instalações que abrigam as esculturas.O cenário do subsolo recria asensação do sítio arqueológico em queos guerreiros foram encontrados. “Aidéia é fazer as pessoas sentirem essarealidade, por isso contextualizamos oambiente para todos entenderem deonde os guerreiros vêm, onde foramGuerreiros de Xi’anenterrados”, diz Daniela. Para garantiressa sensação, a cenógrafa criou umambiente labiríntico, com paredes grossase altas, bem octagonal. Na instalação,os guerreiros são vistos de perto,diferente de como ocorre na China,onde são vistos somente do alto, decima para baixo.Esse projeto integra o Programa Executivodo Acordo de Cooperação <strong>Cultura</strong>le Educacional entre a China e o Brasil.A nova política externa brasileira definiua China como um parceiro fundamental.O presidente Luiz Inácio Lula daSilva inaugurou a mostra, reafirmando adimensão dos interesses envolvidos.“Essa exposição é uma primeira janelaque abrimos para contemplar e entendera civilização chinesa”, disse. O ministroda cultura chinês, Sun Jiazheng,ratificou o interesse, dizendo que inúmerasinstituições chinesas mobilizaram-separa a realização dessa mostra.Mayla Yara PortoSERVIÇOAté 18 de maio - de terça-feira à sextafeira,das 9h às 21h - sábado e domingo,das 10h às 21h - R$3,50 (estudantes) eR$7,00 - menores de 5 e maiores de 65anos não pagam.61

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