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Heterodoxias Vol. I setembro 2011.pdf - Universidade de Évora

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Eduardo Lourenço


OBRAS COMPLETASDEEDUARDO LOURENÇOIHETERODOXIAS


Obras Completas <strong>de</strong> Eduardo LourençoComissão <strong>de</strong> HonraMaria Helena da Rocha PereiraJosé GilGuilherme d’Oliveira MartinsCarlos Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> SousaJoão Tiago Pedroso <strong>de</strong> Lima


EDUARDO LOURENÇOOBRASCOMPLETASIHETERODOXIASFUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIANServiço <strong>de</strong> Educação e Bolsas


Obras Completas <strong>de</strong> Eduardo LourençoCoor<strong>de</strong>nação CentíficaCarlos Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> SousaJoão Tiago Pedroso <strong>de</strong> LimaEquipa <strong>de</strong> Investigaçãohttp://www.eduardolourenco.uevora.ptMaria Teresa da Cruz Ferreira e FilipeMagdalena Popova(NICPRI – Núcleo <strong>de</strong> Investigação em Ciências Políticas e Relações Internacionais– <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Évora)A Fundação Calouste Gulbenkian agra<strong>de</strong>ce à Gradiva Publicações, S.A. toda a disponibilida<strong>de</strong>e a colaboração prestada na edição das Obras Completas <strong>de</strong> Eduardo Lourenço, <strong>de</strong>signadamenteatravés da cedência dos textos em formato electrónico das obras <strong>de</strong>ste autor que tempublicado e que continua a editar.Reservados todos os direitos <strong>de</strong> harmonia com a lei.Edição daFUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIANAvenida <strong>de</strong> Berna | LISBOA2 0 1 1ISBN 978-972-31-1390-7


“OBRAS COMPLETAS”DE EDUARDO LOURENÇOQuando a informação ten<strong>de</strong> a ser cada vez mais fragmentada e sincréticae a sua acessibilida<strong>de</strong> hiperfacilitada mas acrítica, a publicação da obra completa<strong>de</strong> um autor como Eduardo Lourenço é um acto <strong>de</strong> consolidação e <strong>de</strong> rigorsistemático.A produção ensaística, mas não só, <strong>de</strong> Eduardo Lourenço é vasta, dispersaem múltiplos suportes, em parte inédita e cobre um arco <strong>de</strong> tempo que vai <strong>de</strong>1949 – ano da primeira edição <strong>de</strong> Heterodoxia I – até amanhã, porque o Autorcontinua activo e perspicaz, respon<strong>de</strong>ndo generosamente a todas a solicitações esurpreen<strong>de</strong>ndo-nos, como sempre, com o brilho das suas intervenções e a liberda<strong>de</strong>do seu espírito.Eduardo Lourenço é o maior pensador português do nosso tempo e, comointelectual, uma figura ímpar na socieda<strong>de</strong> portuguesa. Homem <strong>de</strong> cultura e <strong>de</strong>saber, lúcido e inconformista, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> estar presente e interveniente nasgran<strong>de</strong>s questões cívicas e políticas, afirmando valores e assumindo-se comoconsciência crítica.Apesar da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do seu pensamento, Eduardo Lourenço é um comunicadorcom um raro po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> sedução dos públicos mais diversos. A sua capacida<strong>de</strong>,aparentemente intuitiva, <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> exprimir discursivamente umarealida<strong>de</strong> complexa cativa a atenção e o ouvinte, ou o leitor, seguem-no comose as suas palavras fossem o fio <strong>de</strong> Ariadne que liberta do absurdo e do incom-


preensível. Capacida<strong>de</strong> que resulta <strong>de</strong> uma curiosida<strong>de</strong> insaciável por todas asexpressões da cultura, temperada pela reflexão profunda e por uma in<strong>de</strong>pendênciaque sempre foi seu timbre.A sua obra vai enriquecer a “Série <strong>de</strong> Cultura Portuguesa” que a FundaçãoCalouste Gulbenkian vem editando e é particularmente oportuno fazê-lo nummomento em que tantas interrogações e incertezas pairam sobre Portugal e aEuropa. Questões a que Eduardo Lourenço tem consagrado muito do seu labor.A Fundação <strong>de</strong>ve muito, e a vários títulos, a Eduardo Lourenço. Pessoal einstitucionalmente, quero exprimir-lhe profundo reconhecimento por ter aceiteo convite que, em 2002, lhe dirigi para ser Administrador não executivo daFundação e o contributo do seu avisado conselho e da sua iluminada opinião.Obra também mas que, porque não escrita, não figuraria sem esta mençãonas suas Obras Completas.Quero agra<strong>de</strong>cer aos Coor<strong>de</strong>nadores Científicos da edição, os ProfessoresCarlos Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sousa e João Tiago Pedroso <strong>de</strong> Lima e ao Dr. João NunoMorais Alçada, responsável pelo inventário do acervo <strong>de</strong> Eduardo Lourenço.Igualmente registo com apreço a colaboração da editora Gradiva, que disponibilizouos textos publicados na sua Colecção “Obras <strong>de</strong> Eduardo Lourenço”.EMÍLIO RUI VILAR


INTRODUÇÃO GERALÀS OBRAS COMPLETAS


Eduardo Lourenço é uma das figuras mais <strong>de</strong>stacadas da cultura portuguesacontemporânea. Esta afirmação, que dificilmente sofrerá contestação,parece justificar, por si só, a pertinência e a relevância do projecto <strong>de</strong> publicaçãodas suas Obras Completas na “Série <strong>de</strong> Cultura Portuguesa” on<strong>de</strong> a FundaçãoCalouste Gulbenkian tem vindo a reunir alguns dos textos mais importantes danossa cultura e do nosso pensamento. Contudo, é igualmente possível aduzirvárias outras razões para justificar a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste projecto que agora seinicia. Indiquemos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, três das que se nos afiguram essenciais.A especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma obraÉ sabido que o que po<strong>de</strong>remos chamar a obra <strong>de</strong> Eduardo Lourenço nãocoinci<strong>de</strong> (longe disso) com o conjunto dos muitos livros que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1949, temvindo a escrever e a editar. Como tem sido posto em evidência pelos váriosestudos que sobre o seu pensamento apareceram nos últimos anos, os ensaios <strong>de</strong>Eduardo Lourenço conhecem ao longo do tempo uma publicação muito dispersae variada, surgindo aos olhos do público <strong>de</strong> múltiplos modos: jornais, revistas,actas <strong>de</strong> colóquios, prefácios, livros colectivos, rádio, televisão, etc. Ora,se enten<strong>de</strong>rmos, como parece legítimo fazer-se, que, nessa multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>formas públicas <strong>de</strong> intervenção, há um nexo fundamental ou um estilo <strong>de</strong> pensamentoque, mais do que uma unida<strong>de</strong> sistemática, permite reconhecer uma obra,então ganha fundamentação e sentido, e porventura urgência, a edição da ObrasCompletas <strong>de</strong> Eduardo Lourenço.


14 OBRAS COMPLETAS DE EDUARDO LOURENÇOUma obra (em gran<strong>de</strong> parte) ainda inéditaUm segundo motivo para a publicação das Obras Completas está intimamentevinculado a outra característica do labor intelectual <strong>de</strong> Eduardo Lourenço.É que muitos dos escritos do ensaísta permanecem ainda inéditos. Estamos a falarnão só do volumoso acervo <strong>de</strong> correspondência que Eduardo Lourenço mantémcom outros protagonistas da cultura portuguesa contemporânea, como tambémdo numeroso conjunto <strong>de</strong> textos que, pelos mais diversos motivos, não foipossível publicar até hoje. Neste âmbito, a publicação das Obras Completas nãopo<strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente, ser dissociada do Inventário e Catalogação do Acervo <strong>de</strong>Eduardo Lourenço, projecto da responsabilida<strong>de</strong> científica <strong>de</strong> João Nuno MoraisAlçada e realizado no âmbito do Centro Nacional <strong>de</strong> Cultura, que consiste precisamentena selecção, tradução e anotação <strong>de</strong> textos inéditos do ensaísta.Um leitor da cultura portuguesa e do nosso tempoPor fim, importa <strong>de</strong>stacar uma outra marca <strong>de</strong>cisiva do percurso intelectual<strong>de</strong> Eduardo Lourenço. De acordo com as suas próprias palavras, toda a sua «vidafoi passada a revisitar o discurso da cultura portuguesa». Ou seja, a obra <strong>de</strong>Eduardo Lourenço foi sendo construída em permanente diálogo com inúmerosoutros autores, portugueses ou não, facto que faz <strong>de</strong>le também um leitor privilegiadoda nossa cultura e até do nosso tempo. Por isso, justifica-se plenamente aopção que o próprio Eduardo Lourenço tomou (e não esqueçamos que, em últimaanálise, será sempre ele o responsável primeiro e último <strong>de</strong>stas Obras Completas)<strong>de</strong> antece<strong>de</strong>r todos os tomos a publicar com uma introdução, redigida por umoutro leitor que, assim, apresentará os textos reunidos em cada volume no quadrodo núcleo temático correspon<strong>de</strong>nte.CARLOS MENDES DE SOUSAJOÃO TIAGO PEDROSO DE LIMAComissão Científica da Edição das Obras Completas <strong>de</strong> Eduardo Lourenço

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