11.07.2015 Views

UNIVERSIDADE DE sAo PAULO INSTITUTO DE GEOCI~NCIAS ...

UNIVERSIDADE DE sAo PAULO INSTITUTO DE GEOCI~NCIAS ...

UNIVERSIDADE DE sAo PAULO INSTITUTO DE GEOCI~NCIAS ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>UNIVERSIDA<strong>DE</strong></strong> <strong>DE</strong> <strong>sAo</strong> <strong>PAULO</strong> <strong>INSTITUTO</strong> <strong>DE</strong> GEOC I~NCIAS GEOLOGIA DA FOLHA 5569-111 LA COL MENA, PARAGUAI .ORIENTAL Jaime Báez PresserOrientador: Prof. Dr. Horstpeter H. G. J. UlbrichDISSERT ACAO <strong>DE</strong> MESTRADO Programa de Pós - Graduac;ao em Mineralogia e Petrologia SAO <strong>PAULO</strong>1992


:ÍNDICE RESUMOi ABSTRACT ..... . ............................................... iv AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS ............................................... vi i CAP Í TULO 1. 1NTRODUCAO ....................................... 1 1.1. Apresentar;l;.o do Tema ................................ 1 1.2. Objetivos ........................................... 4 1.3. Localizar;8.o e Acesso .... .... ....... ... ...... ........ 5 1.4. Aspectos da Geografia Fisica ... ............. ........ 8 1.5. Metodologia ......................................... 9 Revisao biliográfica ................................. 9 Mapeamento ....................... . ................... 10 DescrieBes petrográficas ............................. 11 Identificar;ao de minerais pesados15 CAPÍTULO 2. GEOLOGIA REGIONAL DO PARAGUAI ORIENTAL ........... 16 2.1. O Paraguai Oriental: generalidades .................. 16 2.2. Geologia do Alto de Caapucú ......................... 20 2.2.1. Unidades do PaleozOico Inferior ......... ~ ..... 23 Grupo Caacupé ................................. 24 Formar;8.o Paraguari ......................... 24 Formar;ao Cerro Jhú ......................... 25 Formar;8.o Tobati ............................ 27 Grupo Itacurubi ............................... 28 2.2.2. Unidades permo-carboniferas ................... 31 Formar;8.o Coronel Oviedo ~...................... 31 Grupo Independencia ........................... 33 Formar;8.o Pafíetey (= San Miguel) ............ 33 Formar;8.0 Tacuary ........................... 35 2.2.3. Unidades mesoz6icas e cenozOicas .............. 36 Formar;8.o Misiones ............................. 37 Formar;ao Alto Paraná .......................... 38 Manifestar;oes Alcalinas ....................... 39 Formar;l;.o Patifío ............................... 39 Depósitos Recentes............................ 40


2.3. Magmatismo alcalino no Paraguai Oriental ............ 41 2.3.1. Provincia Central ............................. 45 Subprovincia de Asunción ...................... 45 Subprovincia de Guairá-Paraguari .............. 46 Subprovíncia de Misiones ...................... 48 2.3.2. Provincia Norte ............................... 49 Subprovincia de Amambay49 Subprovincia do Rio Apa50 Subprovíncia de Mato Grosso ................... 51 CAPíTULO 3. GEOLOGIA DA FOLHA LA COLMENA ..................... 52 3.1. Clima. Vegetacao e Topografia " ..................... 52 3.2. Unidades fisiográficas .............................. 53 3.3. As unidades mapeáveis .............................. . 57 3.3.1. O Bloco Potrero Alto ......................... . 57 Grupo CaapucúGrupo Caacupé ................................ .3.3.2. O Bloco San José ............................. . 65 3.3.3. O Bloco Chauria 67 3.3.4. O Bloco Vale de Acahay ........................ 67 57 58 Formacao San Migue1 ........................... 68 Formacao Sapucai .............................. 74 Rochas vulcanicas do Potrero YbatéCondutos de rochas perpotássicas 74 ("lamproíticas") ........................... 76 "Plugs" de rochas ígneas alcalinas ......... 81 Enxame de diques Ybytymi ................... 88 Depósitos elásticos pós-magmatismo mesozóico ... 90 Depósitos quaternários ........................ 92 CAPíTULO 4. PETROGRAFIA ...................................... 93 4.1. Rochas sedimentares ................................. 94 4.1. 1. Grupo Caacupé ................................. 94 4. 1.2. Formacao San Migue1 ........................... 97


4.2. Rochas Ígneas ....................................... 100 4 . 2 . 1. Grupo Caacupú ................................. 101 4.2.2. Formac!o Alto Parané .......................... 105 4.2.3. Rochas basaltóides alcalinas do Potrero Ybaté . 107 4.2.4. Rochas potássicas de afinidade lamproitica .... 114 4.2.5. Leucita melafonolitos ("cocitos") " ........... 124 4.2.6. Lamprófiros ................................... 126 4.2.7. Traquitos ..................................... 135 4.2.8. Fonolitos ..................................... 136 4.2.9. "Plugs" de rochas faneriticas alcalinas ....... 140 4.3. Considerac5es gerais ................................ 154 CAPíTULO 5. ESTRUTURA, HISTóRIA GEOLóGICA E RECURSOS NATURAIS 162 5.1. Estrutura ........................................... 162 5.1.1. Os blocos na Folha La Colmena ................. 163 Falhas normais e movimentacoes relativas ... 163 Rejeitos entre blocos ...................... 165 Perfis estruturais ......................... 168 5.1.2. Sistemas de juntas e fraturas ................. 174 5.2. História Geológica .................................. 178 5.2.1. As Unidades pré-cambrianas e eopaleozóicas .... 178 5.2.2. As Unidades neopaleozóicas .................... 179 5.2.3. As manifestacoee igneas do Cretéceo ........... 181 5.2.4. As unidades sedimentares pós-magmatismo Cretáceo ...................................... 184 5.3. O "Rift" de Asunción: urna interpretac!o ............. 185 5.4. Recursos Naturais ................................... 188 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................... 191


ÍNDICE <strong>DE</strong> FIGURASFigura 1.1 Localiza~go da Folha La Colmena no Paraguai eesquema simplificado das unidades geo16gicoestruturaisno Paraguai Oriental 2Figura 1.2 Toponimia no Paraguai Oriental e as vias deacesso ........................................... 6Figura 1.3 Toponimia na regigo da Folha La Colmena .......... 7Figura 2.1 Esquema geo16gico do Paraguai Oriental ........... 1 7Figura 2.2 Geologia regional do Alto de Caapucú. Paraguaisul-oriental 1 9Figura 2.3 Toponimia do Paraguai Oriental e localidades ­tipo das principais forma~oes sedimentares ....... 2 1Figura 2.4 Ocorrencias de rochas alcalinas no ParaguaiOriental ................................... . ..... 4 3 Figura 3.1 Os blocos identificados na Folha La Colmena 55Figura 3.2 Mapa de localiza~go de pontos e amostras derochas sedimentares na Folha La Colmena .......... 59 Figura 3.3 Perfis colunares das rochas sedimentares doGrupo Caacupé na Serrania de Cordillerita ........ 60 Figura 3.4 Perfis colunares da Forma~goSan Miguel noVale de Acahay ................................ . .. 6 9 Figura 3.5 Esquema geo16gico da regiao em volta daestrutura lobulada Dú 1. Tano 1 e Nande YaraGracia. no Potrero Ybaté 7 8Figura 3.6 O "pipe" Don Eladio 1. na área de Kirito 79Figura 3.7 As estruturas na regigo do Cerro Chobi e Cafiada .. 84Figura 4.1 Mapa de pontos e localiza~aode amostras igneas.Folha La Colmena 95Figura 4.2 Modas de riolit6ides e granitóides do GrupoCaapucú e diabásios da Formacao Alto Paraná ...... 1 04Figura 4.3 Modas de basaltóides alcalinos do Potrero Ybaté 11 3Figura 4.4 Modas de rochas de afinidade lamproiticas eleucita melafonolitos ................... . ........ 11 3 Figura 4.5 Modas de lampr6firosFigura 4 . 6Modas de traquitos eFigura 4.7 Modas de sienit6ides. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 32fonolitos ................... . ... 132e monzonit6ides .............. 144


Figura 4.8 Figura 5.1 Figura 5.2Figura 5.3Figura 5.4Figura 5.5Figura 5.6Figura 5.7Modas de álcali-feldspato sienitóides ............ 1 ~~Os blocos da Folha La Colmena e as falhas Que oslimitam . . .......... . .. . .......................... 1 6~Os segmentos Acahay (E-W) e Asunción (NW-SE) do"rift" de Asunción............................... 1 6~Perfil A-B 1 69Perfil C-D 1 70Perfil E-F 17 2Perfil regional G-H 173Diagrama em rosácea de direcoes de diques . ....... 176


ÍNDICE <strong>DE</strong> TABELAS Tabela 2.1 As rochas igneas e metam6rficas pré-cambrianasdo Alto de Caapucú ............................... 22Tabela 2.2 As forma~oes faneroz6icas no Alto de Caapucú ...... 29Tabela 4 . 1 Dados modais de riolit6ides, granit6ides ediabásios ......................................... 103Tabela 4.2 Dados modais de basalt6ides alcalinos doPotrero Ybaté .................................... 111Tabela 4.3 Dados modais de rochas de afinidadelamproitica e leucita melafonolitos 11 7Tabela 4.4 Dados modais de rochas lamprofiricas e afins ...... 1 3 1Tabela 4.5 Dados modais de traquitos, fonolitose rochas afins .................................... 1 39Tabela 4.6 Dados modais de rachas faneríticas com plagioclásio(mela-monzonit6ides e mela-sienit6ides) ............ 143Tabela 4.7 Dados modais de rochas faneríticas sem plagioclásio(álcali-feldspato mela-sienit6ides) ................ 148Tabela 5.1 Dire~oes de diques de rochas igneas ............... 176


ÍNDICE <strong>DE</strong> FOTOGRAFIAS Fotografia 1. Vista panoramica da parte leste da Folha LaColmena ...................................... . ... 54 Fotografia 2. Vista panoramica da parte NE da Folha La Co lmena ....................................... . . .Fotografia 3. Arenito da Formacao Cerro Jhú, com tubos verticaisde Skolithos ... . ................................. 62 Fotografia 4. Unidade basal (U1) dos depósitos elásticos da Serrania de Ybytymí, atribuidas a Formacao SanMiguel ........................................... 62 Fotografia 5. Unidade basal (Ul) da Serrania de Ybytymi, com presenca de marcas onduladas ................ 62 Fotografia 6. Unidade basal (Ul) da Serrania de Ybytymi, com presenca de restos de troncos fósseis ........ 71 Fotografia 7. Unidade superior CU3) dos depósitos elásticos da Serrania de Ybytymi (Formacao San Miguel), comarenito conglomerático com seixos de quartzo7 1 Fotografia 8. Dique alterado subvertical de lamprófiro com fenocristais de mica ............................. 86 Fotografia 9. Nefelina sienito do Cerro Chobi, mostrando uro enclave subanguloso de leucita melafonolito ...... 86 Fotografia 10. Microcristal de diamante ......................... 1 25


ÍNDICE <strong>DE</strong> FOTOMICROGRAFIAS Fotomicrografia 1.Fotomicrografia 2.Fotomicrografia 3.Riolit6ide (Grupo Caapucú) 106Granit6ide (Grupo Caapucú) 106Textura subofitica no diabásio daFormacao Alto Paraná .................... . 106Fotomicrografia 4.Fotomicrografia 5.Fotomicrografia 6.Basalt6ide de Potrero Ybaté ............. . 109Basalt6ide de Potrero Ybaté, enclave 109Textura localmente orientada nobasalt6ide do Potrero Ybaté ............ . 109Fotomicrografia 7.Piroxenios em glomérulos de fenocristaisde leucita em rocha de afinidadelamproitica .............................. 116Fotomicrografia 8.Detalhe de um piroxenio, mesma amostra dafoto anterior ............................ 116Fotomicrografia 9.Opacos e textura de arrefecimento, mesmaamostra da foto anterior .................. 116Fotomicrografia 10.Olivinas em rocha de afinidadelamproitica ............................... 123Fotomicrografia 11.Fenocristais em rocha de afinidadelamproit ica ............................... 123Fotomicrografia 12.Fotomicrografia 13.Fotomicrografia 14.Fotomicrografia 15.Brecha polimíctica, "pipe" Yby ............ 123Textura da matriz em leucita melafolonito . 128Fenocristais de diopsidio em leucitamelafonolito .............................. 128Fenocristais de diopsidio, olivina eleucita em leucita melafonolito ........... 128Fotomicrografia 16.Fotomicrografia 17.Xenocristais em lampr6firo ultramáfico .... 129Megacristais de olivina em lampr6firomesocrático a ultramáfico ................. 129Fotomicrografia 18.Textura da matriz em biotita piroxeniolampr6firo (monchiguito) .................. 129Fotomicrografia 19.Fotomicrografia 20.Fenocristais em olivina biotita lampr6firo 130Fenocristais em biotita lampr6firo(mineta) .................................. 1 3 OFotomicrografia 21.Enclaves alongados de carbonato emlamprófiro ................................ 130


Fotomicrografia 22. Fenocristais de melanita e sanidina em traquito .................................. 137 Fotomicrografia 23. Fenocristais de sanidina e minerais mAficos em traquito ....................... 137 Fotomicrografia 24. Anfib6lio fonolito ........................ 137 Fotomicrografia 25. Textura traquit6ide em fonolito ........... 137 Fotomicrografia 26. Monzonit6ide do Cerro San José ............ 142 Fotomicrografia 27. Monzonit6ide do Cerro San José142 Fotomicrografia 28. Melasienit6ide do Cerro Tano 2142 Fotomicrografia 29. Nefelina sienito151 Fotomicrografia 30. Álcali-feldspato melasienito (malignito) ... 151 Fotomicrografia 31. Álcali-feldspato sienito .................. 151


iRESUMO A Folha 5569-1lILa Colmena, Paraguai Oriental, situada aaproximadamente 80 Km a SE da cidade de Asunción, é limitadapelos paralelos 25°45' e 26 0 00' S e pelos meridianos57°00'W, ocupando area de 700 Km2.A regiao localiza-se no segmento central, de percurso E-W,do "rift" de Asunción, ao qual se apensa, para W,o segmentoocidental, com rumo geral NW-SE; para E. aparece o segmentooriental, mal conhecido. com a mesma direc;ao. O "rift" é o localde colocacao da grande maioria das manifestac;oes alcalinasmesozóicas e terciárias da chamada "Provincia alcalina central"do Paraguai Oriental.O mapeamento sistemático da Folha revela aexistencia devários blocos limitados por falhas normais. Na parte meridional éencontrado o bloco Potrero Alto (Serrania de Cordillerita),separado do bloco Vale de Acahay pela falha de Acahay, urnaimportante estrutura que constitui o limite meridional dosegmento central do "rift". No canto SW da Folha aparece a falhaSan José (rumo N15W), deslocando a falha de Acahay e formando obloco San José. Na parte SW do bloco Vale de Acahay aparecem asfalhas Medina (rumo E-W) e Chauria (rumo N53W). que limitam obloco Chauria.O embasamento aflorante é constituido pelos riolitos egranitos do Grupo Caapucú (Neoproteroz6ico a Eocambriano ). Porcima, colocam-se em discordancia erosiva os conglomeradosParaguari (em afloramentos discontinuos), seguidos pelos arenitosde deposicao marinha das formac;oes Cerro Jhú (espessura máxima250 m) e Tobati (espessura minima 200 m), pertencentes ao GrupoCaacupé(pré-Ilandoveriano). Estas formac;oes cobrem os blocosPotrero Alto, San José e Chauria, permitindo identificar rejeitosde até 200 m entre o bloco Potrero Alto com os de San José eChauria.No bloco Vale de Acahay aparecem tres unidades informalmentechamadas de U1(basal, pelltica-arenosa, espessura máxima 50 m),U2 (arenosa, espessura máxima 100 m) e U3 (superior, comconglomerados de matriz de areia média a grossa, espessura minima


ii165 m), mostrando caules silicificados de possiveis samambaias(nao identificáveis) em U1. O conjunto é atribuido a Forma~ao SanMiguel (Permiano Superior), aflorante mais para E, em fun~go desemelhancas litológicas e presen~a dos fósseis. A subsidencia dobloco Vale do Acahay frente ao de Potrero Alto é estimado emaproximadamente 1520 m.Sao observados ainda depósitos de preenchimento do "rift",correlacionáveis com a Forma~ao Patifio (Cretáceo a Terciário),gue nesta regiao carregam seixos das rochas regionais (incluindoas alcalinas), e depósitos recentes e subrecenters de alúvio ecolúvio.Digues de diabásio da Forma~ao Alto Paraná (=Serra Geral,Neocomiano) aparecem no bloco Potrero Alto ("enxame de Potrero")e, em menor freguenc ia, em outras areas da Folha. As rochasalcalinas da Formacao Sapucai (Neocomiano, cronogrupo deaproximadamente 130 Ma) ocorrem como digues isolados e en.xames("enxame de Ybytymi"), "plugs", "pipes", derrames de lavas emantos de piroclásticas, distribuidas por toda a Folha, mas commaior abundancia na Serrania de Ybytymi (bloco Vale de Acahay).Petrograficamente, sao traguitos, tefri-fonolitos, lamprófiros devários tipos, rochas com leucita de afinidade lamproitica, evárias espécies de fóide mela-sienitos e f6ide melamonzosienitos.A tendencia da maioria das rochas é claramente potássica ouperpotássica, com exce~ao dos traguitos. Aparecem ainda dois"plugs" (Cerros Medina e Doña Lili) de fonolitos sódicos, gue porafinidade petrográfica com os do Cerro Giménez (Folha vizinha deAcahay) de idade K-Ar de 66 Ma, sao atribuidos também a Forma~aoNemby (Terciário Inferior, Paleoceno a Eoceno).Perfis estruturais e dados da literatura sugerem subsidenciasignificativa no "rift" de Asunción em seus segmentos central eocidental, sensivelmente mitigada mais para E, em vista doposicionamento estrutural da Forma~ao San Miguel e outrasunidades superpostas. A etapa importante de subsidencia precede opreenchimento de fraturas por magmas, inicialmente por diabásiose a seguir pelas rochas alcalinas. A relacao geométrica entre osdigues de alcalinas e as falhas principais indica gue 08


iiiprime iros ocupam fraturas extensionais, geradas por componentesde cisalhamento de movimentaQao dextral e direQBo E-W, aplicadasno segmento central do "rift".Éfeita também referencia aos Recursos Naturais da Folha,focal izando a possibilidade da exist§ncia de diamantes,assoc iados aos "pipes de algumas das manifestacoes alcal inasperpotássicas.


ivABSTRACT The La Colmena sheet, eastern Paraguay, is located some80 Km to the SE of the capital city of Asunci6n. It is limited byparallels 25 0 45'and 26 0 00' S and meridians 56 0 45' and 57°00'W,covering about 700 Km2.The sheet lies in the central, E-W trending segment ofthe Asunc i6n rift, which to the W changes into the westernsegment, with a NW-SE direction; the poorly known eastern segmentalso shows this direction. The rift is the site of emplacement ofmost of the Mesozoic and Tertiary alkaline occurrences of the"Central alkaline Province" of eastern Paraguay.The sheet can be divided into several structural blocks,limited by normal faults. The Potrero Alto block lies to the S,separated from the depressed Valle de Acahay block by the Acahayfault, an important structure that constitutes the southern limitof the rift's central segmento The San José fault, cutting theAcahay fault, occurs to the SW and limits the San José block. Thesouthwestern part of the Valle de Acahay block is taken up by theminor Chauria block, bound to the N by the Medina (E-W direction)and Chauria (N53W direction) faults.Rhyo lites and granites of the Caapucú Group constitutethe Neoproterozoic to Eocambrian basement in the area. The marinesediments of the pre-Llandoverian Caacupé Group, lying on top ofan erosional nonconformity, are formed by the Paraguariconglomerate (as discontinuous outcrops) and the sandstones ofthe Cerro Jhú (250 m maximum thickness) and Tobati (200 m minimumthickness) formations. The sediments cover the Potrero Alto, SanJosé and Chauria blocks; stratigraphic markers show a faultdisplacement of up to 200 m between the Potrero Alto and theother blocks.The Valle de Acahay block is mainly covered by threeunits informally called U1(basal, pelitic-psammitic, thicknessup to 50 m), U2 (psammitic, maximum thickness 100 m) and U3 (atthe top, with conglomerate showing a medium-to coarse-grainedsandstone matrix, minimum thickness 165 m); silicified (treefern?) trunks with poorly preserved structures are found in U1.


vThe units are attributed to the San Miguel Formation (UpperPermian), that outcrops farther E. The subsidence of the Valle deAcahay block, . and thus of the rift in i ts central segment, isestimated at about 1520 m, with respect to the adjacent PotreroAlto block.Also observed are rift filling sediments, correlated withthe Cretaceous to Lower Tertiary Pati~o Formation (westernsegment of the rift), which here shows fragments of all regionalrock types (including the alkaline ones), and recent to subrecentalluvial and colluvial deposits.Diabase dikes of the Alto Paraná Formation (eguivalent tothe Neocomian Serra Geral Formation in Brazil) are observedmainly in the Potrero Alto block, partly as a dike swarm, butalso in other areas of the sheet. The alkaline rocks are includedin the Neocomian Sapucai Formation (age group of alkaline rocksof about 130 Ma) and occur as isolated dikes and swarms (e. g. ,the prominent "Ybytymi swarm"), plugs, pipes, lava flows andpyroclastic deposits; they are distributed all over the sheet,but by far the highest concentration of occurrences is found inthe Serrania de Ybytymi. Petrographically, the rocks aretrachytes, tephri-phonolites, various sorts of lamprophyres,leucite-bearing rocks with lamproitic affinity and several kindsof foid mela-syenites and foid mela-monzosyenites. The wholesuite is clearly potassic or perpotassic, with the exception ofthe trachytes. Two plugs (Cerro Medina and Dofia Lili) are made upof sodic phonolites; they are assigned to the Lower TertiaryNemby Formation (western segment of the rift) because of theirpetrographic similarity with the phonolite of the nearby CerroGiménez, showing a K-Ar age of 66 Ma.Literature data and structural profiles indicate a ratherimportant subsidence of the rift in both its central and westernsegments, which however must diminish significantly to the E, assuggested by the structural setting of the San Miguel and otherformations. The main subsidence phase precedes the emplacement ofthe igneous rocks along fractures, first of the diabases andthen, shortly after, of the alkaline rocks of the SapucaiFormation. The geometric relationship shown by the alkaline dikes


viand the main limiting faults indicates that the dikes wereemplaced into extensional fractures, formed as a consequence ofan E-W oriented pair of shear components, with a dextralmovement, acting on the central segment of the rift.Natural resources found in the area are pointed out, withemphasis on the possibility of diamond finds, supposedlyassociated with sorne of the alkaline perpotassic pipes.


viiAGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS Este estudo foi iniciado em 1986 com apoio do anteriorInstituto de Ciencias Básicas da Universidad Nacional deAsunci6n, Paraguay, agora convertido em Facultad de CienciasExactas y Naturales, com apoio e encorajamento do Prof. Dr.Narciso Gonzáles Romero, ex-diretor daquele Instituto, quegentilmente concedeu licen~a ao autor para o andamento dosestudos de p6s-graduaQao no Instituto de Geociéncias da USP. Osagradecimentos devidos ao Prof. N. Gonzáles Romero sao tambémextendidos a InstituiQao, a Universidad de Asunción.Nos tres primeiros semestres dos estudos recebeu o autor abolsa do Conselho Nacional de Pesquisa e DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico (CNPq), e a Organización dos EstadosAmericanos (OEA) concedeu bolsa ("Becas PRA") pelos dois anossubsequentes. A ambas as InstituiQoes, sinceros agradecimentospelo apoio financeiro.Urna parte dos trabalhos de campo, junto com a aquisiQao deelementos como fotografias e mapas, foram financiados com auxilioda Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), em temas depesquisa ligadas a Indicadores Petrogenéticos e Metalogenéticosem Rochas Granit6ides e Alcalinas, tendo como coordenador o Prof.H. Ulbrich.Agradecimentos especiais sao devidos ao orientador, Prof.Dr. H.G.J.H. Ulbrich, pelo apoio, discussoes, ajuda e sugestoesrecebidas durante todos estes anos; é dele também a sugestao deredirecionar os estudos, anteriormente com foco em aspectos dapetrografia e petrologia das rochas igneas.Vários docentes e colegas de pós-graduaQao do Departamentode Mineralogia e Petrologia do IG-USP ajudaram em várias etapas.Os agradecimentos veo para Gianna Garda, Gumersinda Miñarro,Valdecir de Assis Janasi, Silvio Vlach, Woldemar Ivanuch, VagnerMaringolo, Gergely Szabó, e os compatriotas Delio Orué e VictorVelázquez. Especial destaque é para os professores Mabel C.Ulbrich, Darcy Svisero e José Moacyr Vianna Coutinho, pelaassessoria em temas de mineralogia e petrografia. Agradecimentos


viiitambém aos professores Mary Elizabeth Cerruti de OliveiraBabinski, Murilo Rodolfo de Lima, e Diana Mussa, que foramconsultados sobre temas relativos a f6sseis vegetais.Sao lembrados com especial emo~ao conversa~oes e discussoessobre temas de mapeamento e rochas alcalinas com Francisco Joaode Souza (Chico), Nicholas M.S. Rock (por ocasiao da 5aConferencia Internacional de Kimberlitos em Araxá, 1991, eposterior contato escrito), e José Henrique Godoy Ciguel, todoseles falecidos.O geólogo Adolfo Báez Almada, compadre, compartilhou com oautor a maioria das exaustivas jornadas de campo, tornando-secolega de discussoes e ajudando, com seu olhar critico, afundamentar e derrubar conclusoes extraidas durante o trabalho.Agradecimentos sao também devidos aos Drs. Peter Rene Bitschene eNicolau Haralyi e ao ge610go Victor Fernandes Crossa porcolaboracao e assessoria em diversas etapas, também extendidosaos colegas Pedro R. Zarza Lima e Oscar V. Quiñones Fernandes.O colega Mário Mansur Melhem ajudou em etapa já avancada dotrabalho de campo, no verao de 1990, pelo qual lhe saoencaminhados sinceros agradecimentos.Foram também inestimáveis as colabora~oes recebidas porfuncionários da Biblioteca do IG-USP, e da Se~aode Lamina~ao,encarregada da realizacao das inúmeras laminas solicitadas. ASecao Gráfica e de Xerox compilaram e encadernaram este volume.As secretárias do DMP-IG (Marta, Angélica e Roseli) e da Se~ao deP6s-Gradua~ao(Madalena e Regina) mostraram-se sempre atenciosascom as solicitacoes efetuadas. A todos eles, nossosagradecimentos.Merecem aten~aoespecial as sugestoes encaminhadas pelosProfs. V.J. Fúlfaro e C. Riccomini durante a defesa do Exame deQualificacao, em inicio de 1991 e em ocasioes posteriores,referentes a geologia do Paraguai Oriental e nomenclatura emrochas sedimentares e estratigrafia, e ao papel e geometria dorift de Asunción, como condicionador de magmatismo, discutindoapreciacoes do orientador.


1 CAPÍTULO 1INTRODUCAOl. l. APRESENTACAO DO TEMAA literatura sobre a geologia do Paraguai Oriental mostra,no Paleozóico e Mesoz6ico, um sucessao aparentemente simples deeventos, caracterizada pela deposic8.o,por vezes continua, desedimentos inicialmente marinhos eposteriormente continentais,eculminando no Cretáceo Inferior com o aparecimento de vastovolume de material basáltico.O padrao estrutural mostra também urna aparentesimplicidade, com urna depressao central (a de San Pedro),flanqueada por dois marcados altos estruturais, a Norte o do RioApá e a Sul o de Caapucú (Figura 1.1).Vár·ios argumentos, assinalados na literatura mais recente,apontam para um panorama estrutural mais complexo (cf. Degraff,1985) . Parece predominar, por vastas regioes do ParaguaiOriental, urna estrutura de "blocos desajustados" do embasamento,ora levemente basculados, ora com movimentaQao relativaindependente, originando urn relevo de escassa movimentacgotopográfica ede pequenas bacias hidrográficas semi-fechadas ede dificil drenagem. Seria esta a possivel causa da existenciadessa paisagem de "mini-Pantanal", ocupando boa parte doParaguai Oriental com suas áreas de baixos, "esteros" e"banados" (V. J. Fúlfaro, como pessoal, 1991).


60· 51·\~o57° 56· lh.- _~ 22·~Alto doRío Apo'" '"'" '"'". 12~.24· ~~'J26· --------+---­, --,'0-, 'ASU. NCIÓN ~,,­, "'Alto de"CoopucúI~~.~26·Figura 1-1. l.ocaliza


3E também de relevancia, neste contexto, a discussao emtorno do controle de localizac&o das ocorrencias de rochasigneas alcalinas. Naliteratura internacional, vários autoresrelacionam gEmese e coloca~ao destas rochas, em áreascontinentais "intraplaca", ao controle por meio de sistemasdistensionais (e.g. Bailey, 1874). Para a regiao do Alto do RioApa (Figura 1.1), invadida por rochas alcalinas, inexistemmapeamentos recentes, em suficiente detalhe; ne le é escassa acobertura sedimentar, faltando portanto as referencias óbviaspara trabalhos estruturais. Na outra regiao com numerosasocorrencias de rochas alcalinas, a do Alto de Caapucú, acobertura sedimentar é continua, identificando-se váriasestruturas complexas, que teriam sido as responsáveis peloaparecimento de tais rochas; entre estas, menciona-seespecialmente o chamado "rift" de Asunción, reconhecido como talapenas em anos recentes (Degraff, 1885; Drueker & Gay, 1887).Reveste-se portanto de interesse um trabalho de mapeamentosistemático, que se inicie com o levantamento das unidadesmapeáveis e que caracterize as estruturas presentes. A regiao doAlto de Caapucú pareceria a mais adequada para talempreendimento, por ser em geral de fácil acesso e porapresentar variada cobertura sedimentar,facilitando assim otrabalho de identifica~aode estruturas.A metodologia mais adequada, julga-se, é a de partir para omapeamento de urna folha topográfica, das que s&o publicadas peloInstituto Geográfico Militar do Paraguai, em escala 1:50.000.Mapeamentos deste tipo, feitos de maneira sistemática namaioria dos paises do mundo,s&o considerados tarefas básicas


4 para o levantamento e catalogacao de Recursos Naturais, pormostrar e/ou sugerir a localizacao e extensao das reservasgeol6gicas de interesse economico, presente ou futuro.Ao 6bvio interesse cientifico, une entao o levantamentosistemático de um folha também o interesse aplicado, fornecendoinformacoes de vasto espectro de utilidade.A área selecionada no Alto de Caapucú foi a regiaocompreendida nos limites da Folha 5569-111 La Colmena, doInstituto Geográfico Militar do Paraguai, em escala 1:50.000(Figura 1.1; ~700 Km 2 ). Esta área encontra-se situada na partemédia, de direQ8.o E-W,do já citado "rift" de Asunción. Mostracobertura de sedimentos paleoz6icos, mesozóicos e cenozó icos,junto com um número considerável de ocorréncias de rochasalcalinas, como já manifestado na literatura (e.g. Comte &Hasui, 1971; Palmieri & Arribas, 1975; Bitschene, 1987) comnovas descobertas realizadas em visitas prévias dereconhecimento a regiao (1986 a1989) pelo autor (ver tambémBáez Presser, 1991 e Vélazquez, 1992).1.2. OBJETIVOS o tema da presente dissertaQ8.o, o mapeamento da Folha LaColmena, tem como base a identificacao e descriQ8.o das unidadesmapeáveis, caracterizando ainda as estruturas presentes na área.Os objetivos especificos sao enumerados a seguir:familiarizacao com as várias formaQoes (sedimentares,igneas e metamórficas) caracterizadas, na literatura, no Alto de


5 Caapucú e que POSSaID estar presentes na folha a mapear;- mapeamento sistemático da Folha La Colmena, definindo adistribuicl10 das unidades mapeáveis e as fei~oes estruturais,com coleta de amostras para estudos posteriores em laborat6rio;descricao petrográfica das várias rochas sedimentares,igneas e metam6rficas encontradas;aval iacao dos dados de campo ede laborat6rio obtidospara apresentacl10 de colunas estratigráficas e da históriageo16gica da área, apresentando ainda subsidios para acatalogacao de Recursos Naturais.1.3. LOCALI ZACAO E ACESSO A Folha de La Colmena tem centro geográfico aproximado nacidade de L,aColmena, Departamento de Paraguari, localizada a133 km a SE da cidade de Asunción. Encontra-se limitada pelosparalelos 25°45' e 26°00' e os meridianos de 56°45' e 57°00'(Figuras 1.2. e 1.3).O acesso a área se faz a partir da Cidade de Asunción, pela"Ruta nQ 1" até a cidade de Carapeguá, e de lá, para E, atéAcahay. Dela, parte para E um caminho pavimentado até LaColmena. Um outro acesso é pela mesma Ruta nQ 1 até a cidade deParaguari, seguindo-se posteriormente por caminho naopavimentado, via cidade de Caballero, até Ybytymi e, finalmente,La Colmena (Figura 1.2). Na folha, s&o encontradas váriasestradas vicinais e trilhas, todas nao pavimentadas, comunicandoentre si os diferentes povoados e moradias da regiao.


6r-------------~,-----~~------------------------------r_---2~·OO·_,.~J:rpOcorolCoo c u~COOQVOZÚSon Jo~ée 8. CobOl leraeLa ColmenoFigura 1-2. Toponímia do Paraguai Oriental e as vias de acesso a área de estudo(ver texto).


72 ~e 4 ~'Potr NoronjotyI .Islo Selluro y bylymitri\ ,o:S~ \ o\O\ Costo Jhú " ,X If)r6". ' ...\ 1,,>/ CañadaCe¡ \\ ('~ \o6 , "­'-\Polr. Ybale'\ Cia . KiritaCo . MedinaX\\Lo ColmenaCaXCa. Apyr alluóPotrero AltoSerr. CordillerilaŌCO. S.O• 1"­O().ti. Cardillerila~26°00' __________~______________________________________~fJ~P~A~F~/~9!J2Figura 1-3. Toponímia da regiao da Folha La Colmena. sao tambén identificadasas falhas que limitarn os vários "blocos" geolÓgicos reconhecidosna Folha (ver Figura 3-1).


8 1.4. ASPECTOS DA GEOGRAFIA FiSICAA parte meridional da Folha éocupada pela Serrania deCordillerita, constituindo um alto de topografia irregular(cotas máximas de 450 a 513 m), que se extende ainda mais para Se para E. A Serrania está separada da parte N da Folha, queconstitui o Vale de Acahay, por marcada escarpa (Foto 1). O Valede Acahay por sua vez mostra uma topografia pouco movimentada,com cotas entre 140 e 200 m. Na regiao NE da Folha aparece aSerrania de Ybytymi, com percurso geral SE-NW (alturas até450 m), enquanto que na porcao W, por vArios kms, aparecemmorros de contornos irregulares (e.g., o da Costa Jhú) a cónicos(Cerro Medina). Na regiao de Chauria, na parte centro-ocidentalda Folha, sao encontradas algumas eleva~oes moderadas (paratoponimia, ver Figura 1.3).O clima da regiao é o de savana subtropical mesotérmicomesoúmido, sem periodo marcado de estiagem, tendo em abril, maioe outubro os meses mais chuvosos e de junho a agosto os mesesmais secos.A cobertura vegetal primitiva (bosques de caracteristicassubtropicais) só aparece conservada em algumas regioes de maioraltitude, nas serranias de Ybytymi e Cordillerita. Em quase todaa extensao do Vale de Acahay, que fica alagado em épocas dechuva, sao agora observados campos de pastagens, com grama evegetacao de arbustos e árvores de pequeno porte.Os campos mais férteis sao encontrados nas encostas e


9 partes altas da Serrania de Ybytymi. assim como também em grandeparte da Serrania de Cordillerita, com cultivos de algodao,milho e outros produtos agricolas.1.5_ METODOLOGIAApós urna etapa de familiariza~ao com a já extensabibliografia sobre os aspectos regionais do Paraguai Oriental.tiveram inicio as excursoes ao local, primeiramente com afinalidade do reconhec imento geológico e, a seguir, apósfotointerpreta9ao, com o intuito do mapeamento sistemático e dolevantamento de perfis.Nolaboratório foram realizados estudos petrográfic08 dasamostras recolhidas de rochas sedimentares e ígneas.As várias técnicas de campo e de laboratório utilizadas saoindicadas a seguir.Revisao bibliográficaUrna primeira etapa do trabalho consistiu na familiariza~aocom a bibliografia existente sobre dois tópicos relevantes paraa pesquisa:a. Revisao da bibliografia (parcialmente inédita), jábastante extensa, sobre ageologia do Paraguai Oriental e. emespecial, sobre aregiao do Alto de Caapucú e vizinhan~as.b. Familiariza9ao com a vasta literatura internacionalrelacionada com petrografia, mineralogia e nomenclatura dasrochas igneas alcalinas.


10As publicacoes mais importantes sobre a geologia doParaguai Oriental aparecem citadas na lista de referencias, esao em parte relacionadas nos itens sobre Mapeamento eDescricoes Petrográficas, abaixo. Os trabalhos consultados sobrerochas alcalinas sao referidos na discussgo sobre DescriQoesPetrográficas.MapeamentoForam adquiridas 49 fotografias aéreas em escala 1: 50.000,realizadas pelo Instituto Geográfico Militar do Paraguai, quecobrem totalmente a Folha La Colmena, junto com um fotomosaicoem escala 1:100.000.A fotointerpretacao é facilitada por ser a geologia da árearelativamente simples, identificando-se várias formaQoessedimentares subhorizontais, cortadas por falhas normais, juntocom depósitos recentes e subrecentes de coluvio e aluvio. Asformacoes sedimentares mais antigas aparecem cortadas por rochasígneas alcalinas e basálticas, e em parte estgo cobertas porderrames e mantos correlatos.Uma fotointerpretaQ8o inicial permitiu lanQar no mapatopográfico 1: 50.000 as principais feiQoes estruturais eestratigráficas, construindo-se, assim, umprimeiro mapa-base,posteriormente revisado e aprimorado em excursoes as váriaslocalidades da Folha La Colmena. Estas excursoes foramrealizadas durante vários dias nos meses de janeiro de 1987,1988 e 1989, em janeiro e fevereiro de 1990, em agosto de 1989 eem novembro de 1989, num total aproximado de 60 dias de campo.Como guia para o mapeamento foram também utilizadas as


descric;oes de formac;oes sedimentares constantes da literatura e11 em alguns mapas emparte inéditos (T.A.C., 1981; Proyecto Par83;005, 1986)As várias unidades sedimentares encontradas na Folha LaColmena (pertencentes principalmente ao Grupo Caacupé eformacoes suprajacentes) foram identificadas com base nosseguintes critérios:a. Litologia, como identificada na literatura (petrografia,cor, características dos afloramentos, etc. ) (ef.Harrington, 1972).b. Sequéncia estratigráfica, eventual alternancia decamadas e indicacoes de espessura (Harrington, 1972;T.A.C., 1981; Proyecto Par 83;005, 1986).c. Com os devidos cuidados, continuidade geográfica,correlacionando os afloramentos da Folha La Colmena comos de áreas vizinhas (principalmente a W), melhorconhecidos, aproveitando o mapa de T .A.C. (1981) e doProyecto Par 83;005 (1986).O mapa base construido com a ajuda da fotointerpretac;ao foicompletado e examinado no campo, principalmente com olevantamento de perfis para a defini~ao de colunasestratigráficas, embora afloramentos descontinuos frequentementeimpedissem que as observacoes pudessem ser completadas. Umaparte importante do trabalho foi dedicada a ' defini~ao,amostragem e localizacao dos múltiplos corpos igneos presentes.Descri05es petrográficasAs rochas sedimentares foram descritas macro e


13 (quando vislveis) e mineralógicas (identificaQao dos váriosminerais). As se~5es delgadas (a maioria de rochas alcalinas, 3de basaltos tolelticos e outras 6 de riolit6ides e granitóides)foram descritas com ajuda do microsc6pio petrográfico de luztransmitida, com medi~ao do tamanho dos graos com ocularmicrométrico.Osminerais transparentes presentes nestas rochas foramidentificados pelas propriedades 6pticas, com alguma indicaQaodo provável quimismo (e.g. em olivinas, piroxenios eanfibólios), por meio de feiQoes tais como estimativa do valordo angulo 2V, ángulo de extinQao, cor e pleocroismo (cf. Troger,1979). Os feldspatos alcalinos foram identificados pelo índice eposi~ao do ángulo 2V. O tipo de plagioclásio, quando possivel,foi estimado utilizando-se a metodologia de Michel-Levy (ánguloentre o plano de gemina~aoe as posiQoes simétricas de extinQaoem individuos geminados segundo a Lei da Albita, em seQaoparalela ao eixo cristalográfico b: Tr6ger, 1979).Com as informa~5es colhidas das descriQoes macro emicroscópicas, procedeu-se a classificaQao. As rochasgranitóides e basálticas toleiticas sao facilmenteclassificadas, em geral em fun~ao de parámetros texturais emineralógicos; eventuais erros de classificaQao sao possiveis,principalmente no caso dos toleltos, por carecer-se deinforma~5es quimicas que levem a urna classificaQao maisaprimorada.A classificaQao das rochas alcalinas requer maiorescuidados, mesmo porque s6 recentemente é que aparecerampropostas mais cuidadosas de classifica~ao(em parte baseadas em


14parrunetros gulmicos) mas, ainda assim, em parte pol~micas,porexistirem guestoes n&o resolvidas até o momento (e. g. rela


15 com estes dados a moda final.Identificacao de mineraia peaadoaNos "pipes" de brecha (e.g. Dú) e em outr06 "pipes" depossível afinidade lamproitica foram colhidas amostras de solo erocha alterada e de sedimentos dos córregoa vizinhos.As amostras, após lavagem e secagem, foram peneiradas,obtendo-se concentrados de minerais pesados, a partir dotratamento das fra~oes0,70 a > 0,25mm, com ajuda de bromofórmio(d=2,82); guando necessário, deste concentrado eram separados osminerais magnéticos com uro ima. Com a ajuda de lupas binocularessepararam-se os diferentes minerais por características de cor,morfologia e outras feicoes.Alguns concentrados foram novamente separados com ajuda doiodeto de metileno (d=3, 33), caracterizando-se alguns mineraiscom ajuda da lampada de luz ultravioleta.Foi também aplicado, em alguns casos, uro tratamento comácido fluoridrico, com afinalidade de recuperar residuos naoafetados pelo tratamento.


D17 Alto do Rio ApoASUNCiÓN" \1 \1 'V\1 \1 \1\1\1\19:'/\.:::.':.:~:.:L2SJJ. ...... ' .....·8illIIID ," . . .. . . 6~mo ,N50!150 kmIFigura 2-1. Esquema geológico do Paraguai Oriental. Legenda. 1:falhas (propostas e verificadas); 2: rocha s do embasamento pré-cambriano (" Precámbrico Norte" e "Sur");­3: rochas ígneas pre-cambrianas; 4: Grupo Itapucumí;5: Grupos Caacupé e Itacurubí, indiferenciados (Ordoviciano?a Siluriano Inferior); 6: Forma~oes CorQnel Oviedo (a Sul) e Aquidabán (a Norte) (Carboníf~ro a Permiano); 7: Grupo Independencia (Permiano SQperior): 8: Forma~ao Misiones (Triássico a Jurássico):9: Forma~ao Alto Paraná (Cretáceo); 10: Forma­~oes terciárias indiferenciadas; 11: depósitos rece~tes e subrecentes. Fonte: Livieres & Quade (1987),com modifica~oes. Para localiza~ao de manifesta~oesalcalinas, ver Figuras 2-2 e 2-4. As setas identificam a continua~ao, para NW, do "sinclinal" de Torres(ver também Figura 1-1).


18unidades mais novas.Na parte leste destes Altos, entra-se já. No dominio daBac ia do Paraná. Ocupa esta o centro-leste da Amér ica do Sul,abrangendo urna área em torno de 1.600.000 km 2 , dos quais1.000.000 km 2 situados no Brasil, 400.000 km 2 na Argentina,100.000 km 2 em territ6rio uruguaio e 100.000 a 110.000 km 2 noParaguai Oriental. Fulfaro et al. (1982) a classificam como urnabacia intracrat6nica do tipo 2A complexo, que inicia a suasedimentacao no Paleoz6ico Inferior, com conteúdo fossiliferorelacionado ao de outras bacias gondwanicas (Proyecto Par83/005, 1986 e referencias a1 citadas).O Paraguai Oriental adquiriu asua configuraCaO geológicapor meio de longa história evolutiva, iniciada no Pré-Cambrianoe que continua durante o Paleozóico e Mesozóico. Esta históriaestá ligada intimamente aos ciclos gondwánicos de transgressoese regressoes marinhas, que culminam com a deposi~ao desedimentos continentais e o aparecimento do vulcanismo basálticoda Formacao Alto Paraná (Forma~ao Serra Geral no Brasil),acompanhado e sucedido em volumes significativamente menores porgrande número de manifesta~5esde rochas alcalinas.Um mapa esquemático com a distribui~ao das unidades doParaguai Oriental inteiro aparece reproduzido na Figura 2.1,enquanto que as unidades reconhecidas no Alto de Caapucú,demaior relevancia para este trabalho, estao representadas naFigura 2.2.Sao discut idos, a seguir, principalmente as unidadesestratigráficas presentes no Alto de Caapucú, dentro de cujoslimites posiciona-se a área coberta pela Folha La Colmena.


19~ ~=-'-=-'-10~ + + ++ 4J -o 0~ 0 ° 5~~L.::::::.J§J OO120IDFJPAF192DD'.' . '. : 1460 kmIFigura 2-2. Geologia regional do Alto de Caapucú, Paraguaisul-oriental. (ver tamb~m figura 2-1). Legenda.1 e 2: Complexos Paso Pindó e Tebicuary, respe~tivamente (Proterozóico M~dio? a Inferior?); 3e 4: riolitóides e granitóides, respectivamente,do Grupo Caapucú (Proterozóico Superior); 5, 6e 7: Grupo Caacup~, com forma~oes Paraguarí,Cerro Jhú e Tobatí, respectivamente (pr~-SilurianoInferior); 8, 9 e 10: Grupo Itacurubí,com forma~oes Eusebio Ayala, Vargas Peña e Cariy,respectivamente (Siluriano Inferior); 11:Forma~ao coronel Oviedo (Carbonífero Superior aPermiano); 12 e 13: Grupo Independencia, comforma~oes San Miguel (=pañetey) e Tacuary, respectivamente(Permiano Superior); 14: Forma~aoMisiones (triássico? a Cretáceo Inferior?); 15:Forma~ao Alto Paraná (Cretáceo Inferior); 16:Forma~ao Sapucai (Cretáceo Inferior); 17: Forma~aoPatiño (Cretáceo Superior? a Terciário);18: coberturas recentes e subrecentes. Fonte:Mapa Geológico do Paraguai, Proyecto Par 83/005,1986.


20 2_2_ GEOLOGIA DO ALTO <strong>DE</strong> CAAPUCúo Alto de Caapucú representa a porQao distal norte doCráton do Rio de La Plata (cf. Mantovani et 8.1. ,1987; BáezPresser, 1992)_Afloram nele, entre as cidades de Quiindy e San JuanBautista e por urna extensao de uns 4.000 km 2 ,rochas cristalinasdo embasamento conhecidas como as do "Précambrico Sur" (cf.Wiens, 1984; Kanzler, 1987). Outros pequenos afloramentos der'ochas igneas e metamórficas sao reconhecidos também ao longo daborda leste do "rift" de Asunción (Degraff, 1985), tais como osgranitos da c idade de San Bernardino, os riol i tos de Ypacarai(Bitschene & Lippolt, 1986), os xistos dobrados e os metalutitosde Paraguari, e ainda os granitóides e riolitóides ao pé daSerrania de Cordillerita, citados nesta disserta~ao (paratoponimia, ver Figura 2.3)_Kanzler (1987), em base a guas observa~5esde campo, divideos afloramentos destas rochas cristalinas em 3 zonas (ver tambémTabela 2.1):- zona 3 (meridional): constituida por rochas metamórficasElSul da cidade de Villa Florida, equivalentes ao Complexo RioTebycuary (Proyecto Par 83/005, 1986). É formada por orto- eparagneisses, em parte migmatiticos, anfibolitos etalcoxistos,assim como também diques de riolitos. Wiens (1984) estima paraestas rochas urna idade do Proterozóico inferior, ou mais antiga.- zona 2 (central): localizada ao redor da cidade de Villa


21..-------"'Tr'.-----rr-----------------.,--25·00'-,·8fplO'l7\Jrr::¡::to.- SonLorenzo~OgO Ypocor(/j04Coocupé8OC. Oviedo\ Son José02,3PorOQuoriE!.cobor.~-'B.fobojj;,o­~ SOPUCOICarapeouó • Ybylymi~'-_----eLa Colmena-~---­ ...........Acahoy """?V.f~~Son Miouelf JPtt,FIRFigura 2-3. Toponímia do Paraguai Oriental e localidades-tipo da sprincipais formac;oes sedimentares. O " r ift" de Asuncióné indicado pelas linhas tracejadas. Localidadestipo.1: Grupo Caapucú; 2: Formac;ao paraguarí;3: Formac;aoCerro Jhú; 4: Formac;ao Tobatí; 5: Formac;ao patiño; 6: Formac;ao Sapucaí; 7: Formac;ao San Miguel; 8:Formac;ao Coronel Oviedo. Para referencias, ver texto.


Tabela 2.1. As rochas ígneas e metamórficas pré-cambrianas do Alto de CaapucúGrupo/ComplexoLitologiaLocalidadeCicloIdadeGrupo CaapucúGranitos e riolitosGranitos: S. Ber ­nardino, S. CordilleritaBrasiliano(576-553 Ma, K/Ar) Proter. Superior Riolitos: Ypacarai,S. Cordillerita,Carapeguá-QuindyGrupo Paso Píndo(P.P.)P.P.: meta-conglomerados-arenitos~-lutitos (discordanciaangular sobre C.R.TebicuarY)Villa Florida atéSan MiguelUruac;uano(?)Proter. Médio Grupo Villa Florida(V.F.)V.F.: meta-basi ­tos (anfibolitos)e ultramáficas(serpentinitos,etc)Complexo RioTebicuaryGnaisses, anfibolitos,serpentinitos, quartzitos -Rio Tebicuary ateS.J. BautistaTransamazonico(?)Proter. Inferior Fontes: Kanzler (1987), Wiens (1984), Proj. Par 83/005 (1986), esta dissertac;ao.Idades conforme Wiens (1984).[\JN


23Florida, inclui os grupos Paso Pindo e Villa Florida (ProyectoPar 83/005, 1986). O segundo grupo é formado por rochasmagmáticas (granitos, riolitos e granodioritos) e metamórficas(quartzitos, gnaisses -em parte tectonizados e anfibolitos, epequenos afloramentos de mármores e serpentinitos). As rochas doGrupo Paso Pindo, que ocorrem a NE da cidade de Villa Florida,sao conglomerados, arenitos e siltltos, em parte interdigitadoselevemente metamorfoseados. Wiens (1984) estima uma idade doProterozóico médio para estas rochas.- zona 1 (setentrional): apresenta-se a Norte da cidade deVilla Florida e equivale ao Grupo Caapucú (Proyecto Par 83/005,1986). As rochas constituintes sao granitos e riolitos, comalguns piroclastitos associados.2.2.1. Unidades do Paleozóico InferiorO Paleoz6ico nesta regiao está representado por forma~oesdo Ordoviciano superior e Siluriano inferior (Llandoveriano) queafloram tanto ao Norte como no Centro-Oeste,ao longo de umafaixa de rumo NW-SE (Proyecto Par 83/005, 1986).Harrington (1950) foi o primeiro a apresentar estudos maisdetalhados sobre a geologia do Paraguai Oriental, seguidos porimportantes trabalhos de Eckel (1959) e Putzer (1962).Inicialmente divide Harrington (1950) as unidadesEopaleozóicas em tres forma~oes agrupadas como Série Caacupé:Conglomerado de Paraguari, basal, e os Arenitos dePiribebuy ede Itacurubi. Eckel (1959) separa o Conglomerado Basal deParaguari dos depósitos superpostos, que divide em:"Arenitos


24 Arcosianos", "Arenitos Sacaroidais" e"Arenitos e Folhelhos". Orelat6rio da Cuadricula 40 (1966) identifica várias forma~oesEopaleoz6icas (Forma~oes Caacupé, Eusébio Ayala, Ypacara1, eItacurubi), agrupadas como Série Cordillera. Para a Forma~aoItacurubi, é proposto ainda o nome de Forma~ao Acosta Nú pelorelat6rio da Cuadricula 41 (1966).Urna posterior revisao por Harrington (1972) agrupa asunidades Eopaleoz6icas nos Grupos Caacupé e Itacurubi, oprimeiro constituido pelas Forma~oesParaguari, Cerro Jhú eTobatí e o segundo pelas Forma~oesEusebio Ayala, Vargas Peña, eCariy. O autor salienta, adicionalmente, que as rochas do GrupoCaacupé estao depositadas sobre o embasamento pré-cambriano,enquanto que as do segundo Grupo se posicionam por cima do GrupoCaacupé. Esta divi<strong>sAo</strong> é hoje aceita pela maioria dospesquisadores da geologia do Paraguai (cf. Proyecto Par 83/005,1986 e referencias ai citadas).Grupo CaacupéForma~aoParaguariA Formac;ao Paraguari (Harrington, 1972; anteriormente,"Conglomerado de Paraguari", Harrington, 1950; Eckel, 1859;Conglomerado Basal, Putzer, 1962) é a unidade basal mais antigado Eopaleoz6ico.A localidade tipo (Figura 2.3) é o corte de estrada que unea cidade de Paraguari com ade Piribebuy, ao longo do flancoocidental do cerro ou morro Jhú, 4 a 5 km a NE da cidade deParaguari (Harrington, 1972).


25 Esta formacao encontra-se distribuida como afloramentosdesconttnuos ao longo da escarpa da Serrania de Altos, junto aovale de Ypacarat (por ex. San Bernardino, Campamento Cerro Leon,Cerro Jhú), e entre as cidades de Paraguari, Escobar e Sapucai,na borda norte do vale de Acahay. Aflora também esporadicamenteentre as cidade de Quiindy e Quyquy-6.Segundo Harrington (1972), a FormaCao é constituida porconglomerados de cor amarelo e marrom pálido, irregularmenteacamadados em estratos de 1 a 2 metros de espessura,intercalados com arenitos arcosianos grossos, de cormarrom aavermelhado-claro. Sao abundantes os seixos de 1 até 30centímetros, bem arredondados e de formas elipsoidais, em matrizarcosiana grossa. Consistem quase que exclusivamente de quartzode veios e de quartzito de granula~aofina. Ocasionalmente, saoencontrados seixos de riolito alterado.A espessura da Forma~ao é muito variável. Na localidadetipo atinge espessura de 40 a 50 metros, que se reduz, a Sul,perto da cidade de Quiindy, a 1 ou 2 metros (Harrington, 1972).O relat6rio do Proyecto Par 83/005 (1986) lhe atribui espessuramédia de 20 metros, salientando que a Forma~ao inicia-se comsedimentos grossos, com camadas conglomeráticas, que passamgradativamente para os arenitos arcosianos da Formacao CerroJhú.Forma~aoCerro JhúA Formacao Cerro Jhú (Harrington, 1972; anteriormente,"Arenito Arcosiano", Harrington, 1950; Eckel, 1959) constitui aparte média do Grupo Caacupé, passando gradac ionalmente tanto


26para a FormaQao Paraguari, infrajacente, como para a superposta,a FormaQao Tobati.Harrington (1972) considera como localidade tipo os cortesde estrada no flanco NWdo cerro Jhú, ao longo da estrada queune as cidades de Paraguari e Piribebuy (Figura 2.3).A formaQao aflora ao longo da Serrania ou "Cordillera delos Altos" com rumo SE-NW,numa faixa de aproximadamente 60 kmde comprimento e 10 km de largura, entre as cidades de Arecutacúa(20 km a NW de Assun~ao) e Escobar (no vale de Acahay).Aflora também como importante pacote na Serrania deCordillerita, aleste da cidade de Ybycui, para continuar paraleste até as vizinhanc;as das cidades de Borja e Salvador, ondedesaparece por baixo da FormaQao Tobati. Como afloramentosdescontinuos, aparece ainda nos arredores das cidades de Villetae Quiindy.Harrington (1972) descreve a unidade como uma monótonasequencia de arenitos arcosianos de cores variadas (amareloclaro, amare lo cinzento, bege claro) ,de granulaQao de areiamédia a fina, pouco cimentados. Os grao constituintes,principalmente quartzo e feldspato, sao marcadamentearredondados; ocorre ainda abundante mica. Interestratificadas,observam-se lentes finas de lutitos junto com camadas finas deargilitos. Os arenitos predominantes aparecem como estratosmacic;os, em parte irregulares, de 1 a 2 m de espessura,separados por planos deestratificaQao claramente marcados.Muitas das unidades mostram laminaQao cruzada muito bemdesenvolvida. Na parte basal, mostram os arenitos, de coravermelhada e composi~ao mais arcosiana, lentes


27 interestratificads de conglomerados (seixos de até 2 cm).cornpassagem gradacional para a Formac&o Paraguarl.A forrnac&o apresenta espessuras consideráveis, que varia.mde 450 a 500 m (Harrington, 1972).A passagem para a Formac&o Tobatl, superposta, égradacional e se estende por urna espessura aproximada de 10 a 20m (Harrington, 1972).Os arenitos desta formac;&odepositaram-se inicialmente emum ambiente fluvial (Proyecto Par 83/005, 1986) que passariaposteriormente para um ambiente marinho raso (Harrington, 1972).Godoy Ciguel (com. pessoal, 1990), entretanto, extende oambiente marinho para níve is mais inferiores, opinando que amaioria destes sedimentos depositaram-se nessas condicoes.Forma~~oTobatlO Grupo Caacupé culmina com a deposic;&o da Formacao Tobati(Harrington, 1972; antes, "Arenito Sacaroidal", Eckel, 1959).A localidade tipo (Harrington, 1972) sao os afloramentos aOeste da estrada entre as cidades de Tobati e Caacupé, 1 a 3 kma Sul da cidade de Tobati (Figura 2.3).A formacao distribui-se ao longo da "Cordillera de losAltos", acompanhando os afloramentos da Formacao Cerro Jhú.Apresenta-se ainda como cobertura de uro bloco falhado, de rumoSE-NW, na parte SW no vale de Acahay. Afloramentos pequenos eisolados, devidos a falhas, sao também conhecidos ao longo daborda leste do "rift" de Asunción (Harrington, 1972; Degraff etal. 1982).Harrington (1972) identifica nesta formac;ao arenitos


28sacaroidais, friáveis, de granula~~.ode areia média a fina, decores esbranquicadas cinza-claras e branco-amareladas. Na base,aparecem estratos de arenitos de 15 a 60 cm de espessura, quepassam gradativamente, para cima, para estratos macic06 de até17 m de espessura, com aparicgo local de lamina~ao cruzada. Ocomponente quase que único é quartzo, em graos angul060s amoderadamente arredondados.Harrington (1972) atribui a unidade urna espessura em tornode 150 a 200 m,enquanto que Degraff et al. (1982) a aumentampara 200 a 250 m. A maioria dos autores consideram que estesarenitos se depositaram em ambiente fluvial.A idade do Grupo Caacupé, que nao é fossilifero, é estimadaem funcao da do Grupo suprajacente Itacurubi. Atribui-se a este,com sólida documenta~ao fossilifera, idade Eosiluriana(Llandoveriana), com o qual o Grupo Caacupé teria se depositado,no má.ximo, até o Eosiluriano. Mas as opinioes variam. GodoyCiguel (com. pessoal, 1990) considerava que os grupos Caacupé eItacurubi eram aproximadamente coetaneos, representandolitofacies depositadas durante fluxos e refluxos marinhos.As informacoes sobre o Grupo Caacupé aparecem resumidas naTabela 2.2.Grupo ItacurubiEste grupo, da forma como foi dividido por Harrington(1972), é constituido pelas tres forma~oes Eusébio Ayala(inferior), Vargas Pe?ia eCariy (superior) (ver Proyecto Par83;005, 1986; Tabela 2.2).A Formacao Eusebio Ayala éformada predominantemente por


29 Tabela 2-2. As i"orrna


30arenitos finos a muito finos elutitos, em alternáncia ritmica.Éfossilifera, com fauna tipica marinha litoránea, encontrandoseEocoelia paraguayensis e outros f6sseis de espécieindeterminada.A Formac;ao Vargas Peña é constituida princ ipalmente porlutitos micáceos, que passam transicionalmente tanto para aforma9go inferior como para a suprajacente. A fauna é abundantee indicativa do Llandoveriano (Siluriano Inferior), incluindoespécies diagn6ticas de Eocoelia, Nuculites, Hyolithes,Climacograptus e Diplograptus.A Formac;ao Cariy mostra arenitos quartzosos e feldspáticos,finos a médios, com intercalac;oes de arenitos micáceos finos elutitos. O contato superior é com as formac;oes permocarboniferas-,por meio de urna discordáncia erosiva. A abundantefauna indica outra vez idade do Llandoveriano, com espécies deLingula, Eocoelia, Nuculites, Calyrnene e Climacograptus.As rochas do Grupo Itacurubi afloram a Leste das do GrupoCaacupé. Em superficie, o contato com as formac;oes permocarboniferasépor falha. A espessura total estimada para oGrupo é da ordem de 150 a 300 m (ver detalhes na Tabela 2.2). Amaioria dos autores (e.g., Harrington, 1972; Proyecto Par83/005, 1986) consideram que o Grupo Itacurubi se depositou apóso Grupo Caacupé. Godoy Ciguel (com. pessoal, 1990) atribuia,entretanto, a mesma idade aos dois grupos, considerando querepresentavam sedimentos depositados em ambientes diferentes.


31 2.2.2. Unidadea permo-carbonlferaao Neopaleoz6ico no Paraguai Oriental está composto porvé.rias formac;oes sedimentares que se depositam emdiscordánciaerosiva tanto sobre as rochasdos grupos silurianos como sobreas do embasamento cristalino pré-cambriano (e.g. Proyecto Par83/005, 1986).O inicio da sedimentac;ao é fortemente influenciado pelaglaciac;ao continental situada no extremo meridional do antigocontinente de Gondwana. Desta forma a Bacia do Parané. é afetadapor glaciac;ao na sua borda W noEstefaniano, na altura doParaguai Oriental.As Formac;oes Permo-Carboniferas, que se estendem de N a Sno Paraguai Oriental, sao divididas em Formac;oes Coronel Oviedoe Aquidabé.n (T.A.C., 1981; O.E.A., 1975; Proyecto Par 83/005,1986). A primeira aparece exposta na parte meridional e é deinteresse no contexto da geologia da Folha La Colmena, enquantoque a segunda, com afloramentoB mais para N, nao será discutidoneste trabalho.Formac~oCoronel OviedoOriginalmente esta Formac;a.o foi equiparada 8.Série Tubarao(Harrington, 1950; Eckel, 1959; Putzer, 1962, assim como tambémFormac;ao Tubarao, Harrington, 1956, citado em Proyecto Par83/005, 1986), e considerada "Formac;ao Cerro Coré." no relat6riodos projetos Cuadricula 40 (1966) e Cuadricula 41 (1966). Adenominac;ao de Formac;ao Coronel Oviedo deve-se a T.A.C. (1981),que inclui nesse termo todas as rochas sedimentares carboniferas


32a eopermianas. No Proyecto Par 83/005 (1986) é feita urnadivis~o, ficando o nome de FormaQ~o Coronel Oviedo para asrochas da parte meridional, enguanto gue os estratos da parteCentro-Norte foram denominados de FormaQ~o Aguidabán (Figuras2.1. e 2.2.).Segundo o Proyecto Par 83/005 ( 1986), a FormaQ~o Corone lOviedo possui urna faixa de afloramentos entre 5 a 35 km delargura, dissecados pela erosao eparcialmente cobertos porsedimentos guaternários, gue se estendem até a área meridionaldo Alto de Caapucú, a SE de San Juan Bautista. Aflora comdire98.0 SSE-NNW, que é a direQ~o geral das camadas Gondwanicasneste regiao da Bacia do Paraná, a Sul da falha denominadaJejui/ Aguaray-Guazu (Figuras 1.1 e 2.4).A Formac8.o Coronel Oviedo, na regiao da falha mencionada,está interdigitada com a FormaQao Aquidaban. A Sul dessa falha écoberta por formacoes permianas (Proyecto Par 83/005, 1986).Diamictitos (conglomerados, freqüentemente com matrizarenosa), lutitos (pelitos), arenitos e varvitos sao as rochaspredominantes na Forma9ao Coronel Oviedo, com inicio desedimenta9ao no Estefaniano (Carbonifero superior) e continuaQ8.ono Permiano (T.A.C., 1981; Proyecto Par 83/005, 1986).A figura 2.2 mostra distribuiQ8.o de uma parte destaForma98.0na faixa centro-meridional do Paraguai Oriental. Oscontatos entre as rochas silurianas e aForma9ao Coronel Oviedoé tectónico ( cf. Putzer, 1962) . O contato com o GrupoIndependencia, permiano, é provavelmente concordante.No Vale de Acahay desconhecem-se as exposi90es destaFormacao, que podem estar, possivelmente, cobertas por


33sedimentos guaternários. As caracteristicas gerais aparecemresumidas na Tabela 2.2.Grupo IndependenciaO grupo foi originalmente denominado de Série Independencia(Harrington, 1950; Eckel, 1859). Putzer (1862) o considera umaparte da Série Passa Dois, e no relat6rio do projeto Cuadricula41 (1866) sao reconhecidas as forma~5es Paftetey (basal) eIndependencia, agrupados como a "Série Ybytyruzú". T.A.C. (1981)divide o Grupo Independencia emForma


34matriz arenosa) elutitos. Localmente, sao encontrados "cherts"001 i t icos-pisol i t icos, arenitos carbonáticos e calcarenitos(Cuadricula 41, 1966; T. A. C., 1981; Proyecto Par 83/005, 1986;Bitschene, 1981).T.A.C. (1981) refere para esta unidade urna espessuravariando entre 20 a 80 m. O Proyecto Par 83/005 (1986)identifica lutitos e diamictitos que se depositaram emconcordáncia com os sedimentos da Forma


35 o relat6rio do projeto Cuadricula 41 (1966) menciona naForma~go Independencia (l.e .• Forma~ao San Miguel) a existenciade troncos f6sseis do genero D8.doxllon e a presenca de conchasfósseis. Herbst (1979) descreve urna flora caracteristica formadapor troncos silicificados (Guarinea cornleri, equivalente aOsmudi tes brasiliensis, encontrado na Forma~aoEstrada Nova noBrasil). Observa~oespr6prias permitiram reconhecer urna variadaflora formada por troncos arborescentes silicificados. naoidentificados, coexistindo com outros atribuidosa PS8.ronis (D.Mussa e R.M. Lima, comopessoal, 1990), na localidade de VistaAlegre (Colonia Independencia).Uma flora muito semelhante é encontrada no Brasil naForma~aoIrati, a qual se atribui idade kazaniana (PermianoSuperior) , levando portanto El correla~ao dela com a Forma~aoTacuary (M.R. Lima, 1990, como pessoal).Formacao TacuaryO re lat6rio do Proyecto Par 83/005 (1986) indica que estaforma~ao aflora continuamente a partir da cidade de SanEstanislao (a Norte de Coronel Oviedo). a Norte, até a cidade deYuty, a Sul (Figuras 2.1 e 2.2; Tabela 2.2) .Está constituida por seqüencia de arenitos silticos,lutitos, arenitos finos, calcarenitos e estratos com oolitoscalcários (Cuadricula 41, 1966; T.A.C., 1981; Proyecto Par83/005, 1986; Bistchene, 1987). A seqüencia máxima exposta é de280 m de espessura, com deposi~ao em ambientes lacustrinofluviais(T.A.C., 1981).Segundo o Proyecto Par 83/005 (1986), a Forma~aoTacuary é


36 coberta concordantemente pela Forma~go Misiones. 8 qual éatribuida idade permiana superior-jurássica..2.2.3. Unidades mesoz6ic8s e cenoz6ic8sHá 130-140Ma aparecem as primeiras manifestaQoes de crostaoceánica, no interior do Gondwana, resultado de um processo desepara~!o da África e América do Sul com resposta nosrespectivos continentes. O levantamento acentuado das bordas dasbac ias intracontinentais (por ex., na Bac ia do Paraná) éurnadelas, seguida da deposi~!o de sedimentos clásticos,predominantemente em condi~oesáridas a semi-áridas (por ex., ada Forma~ao Botucatú) e o aparecimento de grandes volumes debasaltos (os da Forma~aoSerra Geral).A erup~ao de basaltos foi controlada pela formaQao deprofundas "geoclases", possivelmente aproveitando aexistenciade zonas pretéritas de debilidade, hoje em parte manifestadasnas áreas que preservam significativos e~xames de dique,localizados em altos estruturais de importáncia regional.Sao também marcantes as erupQoes de rochas alcalinasCretáceas e posteriores, como manifestaQoes vulcánicas (e.g.Provincia do Alto Paranaiba, Ulbrich & Leonardos, 1991) e,principalmente, intrusivas. Iniciaram-se simultaneamenteapari~ao do vulcanismo basáltico, estendendo-se ainda até oTerciário médio e superior (como por ex., no "campo alcalino" deAsunc i6n, Bistchene e Báez Presser, 1989) A local iza~aodestasrochas aparece concentrada na borda de crátons, situando-se depreferencia ao longo de flexuras e naque las áreas movimentadas


37 por tectonica distensiva de blocos (cf. Almeida, 1983; Degraff,1985) .No Paraguai Oriental, as manifestac~es alcalina6 maismarcantes parecem estar colocadas em"rifts" intracontinentais(Degraff, 1985; Bistchene, 1987).Formacao MisionesA denomina~ao deve-se a Putzer (1962), que descreve osarenitos expostos no Departamento de Misiones (Paraguai);anteriormente, eram conhecidos como os "Arenitos Misiones"(Harrington, 1950; Eckel, 1959)A FormaC80 Misiones, constituIda por arenitos muito ricosem quartzo, mostra marcada estratifica~ao cruzada de origeme61ica, e granulaC80 de areia média a grossa. Nas partes basais,e com interdigita~ao lateral com os arenitos eólicos, saoreconhecid06 outr06 de origem fluvial ("Forma~oes Tapytá eCabacuá"), que m06trariam urnaespessura surpreendente de uns350m (Proyecto Par 83/005, 1986) portanto muito superiores asque seriam esperadas naquela regiao em funC80 de estimativascitadas na literatura (ver, por ex., o correspondente mapa deisopacas em Zalán et 81., 1991).No Paraguai Oriental, a distribui~ao de estratos destaforma~80 segue 8. das outras unidades sedimentares do Gondwana,com coloca~aosubhorizontal, adaptadas a conformaC80 da borda daBacia do Paraná.No Vale de Acahay, alguns sedimentos que precedem omagmatismo alcalino foram tentativamente atribuidos ora 8.Forma~ao Misiones (T. A. C. , 1981) , ora a FormaC80 Patiño


38 (Proyecto Par 83/005, 1986).Forma~~oAlto ParanáOriginalmente os basaltos foram denominados de "EruptivasSerra Geral" (Harrington, 1950) e de Formacao Serra Geral(Putzer, 1962). O relat6rio da Cuadricula 41(1866) prop5e adenominacao de Forma~aoAlto Paraná, incluindo nela tanto osderrames como as ocorr€mcias intrusivas encontradas naCordillera del Ybytyruzú e vizinhan~as.A Formacao do Alto Paraná éformada por uma següEmcia derochas vulcanicas de composi~aobasáltica toleitica e diabásiosassociados.A forma~ao é de idade Mesoz6ica (~130 Ma) e cobre na Eaciado Paraná mais de 1.200.000 km:2.Atinge os estados centrais emeridionais do Brasil, o noroeste do Uruguai, o nordeste daArgentina e o leste do Paraguai Oriental. Ali, rochas daFormacao afloram por aproximadamente 24.900 km 2 •A Formacao ocorre principalmente como urna faixa de rumo N­S, ao longo do rio Paraná, para logo desaparecer embaixo decoberturas recentes mais para Sul (Figuras 2.1 e 2.2).No Vale de Acahay, sao encontrados diques de diabásio; maispara E, há urna ocorrencia de derrame em forma de cunha, quechega até a Cordillera do Ybytyruzú (ver também o mapa doProyecto Par 83/005, 1986, que a identifica, equivocadamente,como Forma~aoSapucai).Quimicamente, os basaltos da Bacia do Paraná foramclassificados em "low" , "medium" e "high-Ti basalts"(respectivamente LTlB, MTlB,HTlE), com base nos conteúdos de


39 Ti, P e outros elementos n~o compativeis (Bellieni et 81.,1984), distribuIdos zonalmente na Bacia do Paraná (Piccirillo et81., 1989).Bitschene (1987)identifica na regiao da Cordillera delYbytyruzú basaltos toleiticos elatitos associados, com teoreselevados de Ti e outros elementos incompatlveis, com idades K-Arem torno de 136 a 108 Ma.Na borda Oriental da Bacia do Paraná s~o documentadosinÚIDeros diques e enxame de diques basaltos (por ex. Fúlfaro &Petri, 1983; Piccirillo et 81., 1989), que cortam ora asforma~oesOssedimentares, ora as rochas do embasamento cristalino.diques toleíticos encontrados na borda ocidental daBacia do Paraná e mais especificamente no Paraguai Orientalainda nao foram estudadas com o devido detalhe.Manifestacoes AlcalinasAs ocorrencias de rochas alcalinas, no Alto de Caapucú, s~oatribuidas a pelo menos dois, e possivelmente tres, gruposdiferentes de rochas, tanto cronológica como petrograficamente.Serao discutidos, com mais detalhe, no i tem 2.3., dedicado aomagmatismo alcalino no Paraguai Oriental.Forma~8.oPatifioAs rochas constituintes desta Forma~~o preenchem o "rift"de Asunción, principalmente o seu segmento NW,mas também s~oencontradas na poreao E-W desta estrutura, como mostrado pelomapa do Proyecto Par 83/005 (1986). A formaeao foi anteriormentechamada de "Misiones" (por ex., T .A.C., 1981) e "Asunción"


40(relat6rio da Cuadricula 40, 1966) e é agora denominada dePatiho, por sugestao do relatório do Proyecto Par 83/005 (1986).Predominam na forma~aoconglomerados na parte inferior, earenitos (todos pouco consolidados) no topo. Os seixos sao ummostruário completo das rochas existentes na regigo; saoencontrados fragmentos de rochas das forma~oesSilurianas, juntocom clastos de arenitos silicificados da Forma~ao Misiones e derochas alcalinas intrusivas. A idade m1nima proposta, pelo menospara as camadas basais é Cretáceo superior, com a deposiQ8.oculminando no Terciário inferior (cf. Tabela 2.2), como definidono segmento NW do "rift" de Asunci6n, onde a FormaQ8.o Patiñoaparece invadida pelas rochas alcalinas da Forma~aoterciáriaNemby (Paleoceno-Oligoceno).NoVale Acahay, segmento médio E-W do "rift"", as rochasalcalinas da Forma~aoSapucai (Proyecto Par 83/005, 1986) deaproximadamente 130 Ma, estao encaixadas em rochas do GrupoCaacupé (cf. relatórios da Cuadricula 40, 1966 e Cuadricula 41,1966) e da Forma~ao Misiones (cf. T . A. C., 1981). Neste vale,portanto, nao foram observadas intrusoes desta su1te alcalinanos equivalente estratigráficos da FormaQ8.o Patiño.Depósitos RecentesDep6sitos terrestres, lacustrinos, fluviais, e61icos edeorigem orgánica, encontrados principalmente nas áreas alagadasde terrenos baixos, sao tidos pela maioria dos autores comodep6sitos do Quaternário (cf. T.A.C., 1981; Proyecto Par 83/005,1986) .


41 Sedimentos arenosos e argilosos, alguns deles considerados"pozolanas" por pessoal técnico ligado aempresas de minerac8.ode calcários, cobrem os terrenos baixos do vale de Acahay. Foramrecentemente estudados por Zarza (1991).2.3. MAGMATISMO ALCALINO NO PARAGUAI ORIENTALSao de longa data conhecidas as rochas alcalinas doParaguai Oriental. Vários autores chamaram a atencao para elas,identificando-as e descrevendo-as, como assinalado em trabalhosanteriores (vej a-se, por ex., referenc ias em Putzer, 1962). Aesta primeira etapa, com descricao esporádica destes litotipos,segue-se urna segunda, na qual aparecem trabalhos preliminares dereconhecimento, tais como os de Comte & Hasui (1971) e Palmieri& Arribas (1975), dedicados a estudos de áreas especificas. Asprimeiras datacoes radiométricas destas rochas sao também destaépoca (ver compilacao de idades e bibliografia, em Sonoki eGarda, 1988).Sinteses regionais, tais como a de Ulbrich & Gomes (1981) eAlmeida (1983), resumem os dados até entao conhecidos e oscolocam em parte no contexto de interpretacoes preliminarestectónicas.A etapa de estudos mais recentes, de trabalhos sistemáticosespecificamente dedicados as rochas alcalinas, enfatiza osaspectos petrol6gicos e mineralógicos. Citam-se ai várias tesese dissertacoes, tais como as de Bitschene (1987), Livieres(1987) e, mais recentemente, Velázquez (1992).


42Periodicamente, aparecem novos trabalhos de sintese edeinterpretacgo, tais como os de Livieres & Quade (1987) eBitschene et 81. (1985, 1986).Estudos de detalhe, abrangendo geralmente váriasocorrfmcias de rochas alcalinas encontradas no "rift" Asunción,sao apresentados em Bitschene & Báez Presser (1989), Comin­Chiaramonti et 81. (1991) e Báez Presser (1991).As ocorr§ncia~alcalinas do Paraguai Oriental concentram-seprincipalmente em duas áreas geográficas, a Norte no Alto do RioApa e zonas vizinhas do Brasil, e ti. Sul, no Alto de Caapucú(Figura 2.4). Tradicionalmente, sao descritas como"ProvinciasAlcalinas" , conforme critérios corriqueiramente expostos naliteratura.Define-se geralmente como provincia ignea urnaregiao comconcentracgo de rochas associadas (critério geográfico), que sesupoe estreitamente relacionadas entre si por processosgenéticos (critério petro16gico) e cujas idades sao em geralsimilares (critério geocronológico). Como corolário, é supostoque essas ocorr§ncias geram-se por controles geotect6nicoscomuns, atuantes naquela área.Sao várias as denomina~oesjá propostas para as provinciasalcalinas paraguaias. Ulbrich & Gomes (1981) as consideramparte da provincia brasileira de Mato Grosso, al incluindo asque se localizam no Alto do Rio Apa. Almeida (1983) as agrupa emduas provincias, a do Norte (no Alto do Rio Apa) e a Central(situada no Alto de Caapucú). As ocorrencias da parte central,localizadas principalmente no "rift" de Asunci6n, sgo objeto deestudo por parte de Bitschene e associados. As de idade


43,•11IoIoJI•,II •.,0- 0 - 0 -._0_0.,-0 ' .......o-o ~r­ ,•Falha Jejui IAguaray Guazú• J ,, I~y 2.".r.;;...:.~'----­ ,",./ "'­ .\...3\...... -..­ , ,Figura 2-4. Ocorrencias de rochas alcalinas no Paraguai Oriental.Legenda. 1: - Província Central, com as subprovínciasde Asunción (1), Guairá-Paraguarí (2) e Misiones (3);11: - Província Norte, com as subprovíncias Mato Grosso(1), Rio Apa (2) e Amambay (3). A1guns elementosestruturais sao indicados, como mostrados no texto doProyecto Par 83/005 (1986).


44 terciária encontradas no segmento leste do "rift" e que incluema regi~o de Asunción, s~o consideradas como parte integrante daprcvincia alcalina de Asunción ("Asunción alkaline province" ,AAP; ver Bitschene et 81., 1985), enquanto que as rochaslocalizadas no segmento central do mesmo "rift" , com idadeMesoz6ica, sao as da "Provincia alcalina Guairá-Paraguari"(Bitschene et 81., 1986). Na compilacgo de Livieres & Quade(1987) sao propostos os nomes de "Provincia do Alto Paraguay"para as ocorréncias do Alto do Rio Apa, de "Provincia deAmambay" para os corpos encontrados a Leste da primeira, e de"Provincia Central" para as ocorréncias mais a Su},predominantemente localizadas no "rift" de Asunción e áreasvizinhas do Alto de Caapucú. Recentemente, Gomes Duarte (1990)informa sobre rochas vulcanicas alcalinas (da familia dosbasanitos), que ocorrem no Departamento de Misiones, na partemeridional do Alto de Caapucú, a Sul do "rift" de Asunción, asquais adicionam-se ainda outras de idade aparentementeMesozóica,previamente mencionadas nesta regiao (cf. T.A.C.,1981) .As propostas de vários autores, citadas no i tem anterior,podem ser agora avaliadas para realizar agrupamentos maisdefinitivos.O critério geográfico identifica apenas duas áreas comvariedade de ocorréncias alcalinas, urna a Norte, a outra a Sul,para as quais s~opropostas as denomina


45 ocultar as diversidades existentes em ambas as provinc ias, quesao tanto de ordem petrográfica equimica como estratigráfica,possivelmente controladas por varia~5es locais aindadesconhecidas do contexto estrutural.As diversidades existentes em cada provincia podem sersalientadas apelando-se para a defini~go de subprovincias. Aseguir, sao indicadas as caracteristicas dessas subprovincias,em fun~gode conhecimentos por ora divulgados.2.3.1. Provincia CentralCompreende todas as ocorrencias alcalinas encontradas noParaguai Sul-Oriental, ocupando parte do Alto de Caapucú,emparalelo a proposta anterior de Almeida (1983).Dividem-se essas ocorrencias em tres subprovincias:Aaunci6n 7 Guairá-Paraguarl e Misiones. As duas primeiras estaosituadas no"rift" de Asunción (segmento ocidental e central,respect ivamente), enquanto que aúltima se manifesta mais paraSul.Subprovlncia de AsunciónO nome, já proposto anteriormente (Bitschene et al. 1985),refere-se as ocorrencias de idade Terciéria (Paleoceno aOligoceno, ver Bitschene, 1987), que ocupam o segmento dedire~ao NW-SE do "rift" de Asunción, na parte W da estrutura(Figura 2.4).As rochas predominantes, com marcada tendencia sódica, sgonefelinitos (Bitschene, 1987; Bitschene & Báez Presser, 1989;


Comin-Chiaramonti et 81., 1991) e um raro fonolito (Bitschene,1987; Bitschene & Báez Presser, 1989) , que aparecem como46pequenos "plugs", com diametros raramente superiores ao km(porex., Cerro Nemby).As ocorréncias mais conhec idas S8.0 as do Cerro Lambaré,Cerro Tacumbú, Cerro Nemby, Barcequillo, Tablada Nueva, JardinBotánico, Limpio, Ycúa-Bon1, Cerro Patiño, Puente Remanso, CerroConfuso, Cerro Verde (ver também relaceo citada em Velázquez,1992) .Quimicamente, as rochas mostram enriquecimento em Na, emelementos tra~os incompativeis tipo L1L e HFS, e em terrasraras, com baixas razoes iniciais B7Sr/B6Sr (0,7036-0,7039)(Bitschene, 1987; Bitschene & Báez Presser, 1989; Comin­Chiaramonti et 81., 1991).Estas caracteristicas sao similares as encontradas emrochas ígneas alcalinas de "intraplaca" continental ( cf.S ~ rensen,1974; Fiton & Upton, 1987), com derivaceo por fusao domanto astenosférico(Nixon, 1987; Menzies & Hawkesworth, 1987).O relatório do Proyecto Par 83/005 (1986) identifica estasrochas terciárias com o nome de "Formac8..o Nemby", como propostopor Palmieri & Velázquez (1982).Subprov1ncia de Guairá-ParaguariA denomina~ao, encontrada em Bitschene et 81. (1986) ,identifica o conjunto de ocorréncias encontradas no segmento E­W, central, do "rift" de Asunción, e ainda alguns corpossituados em área vizinhas do Alto de Caapucú.Aparecem estas rochas como corpos intrusivos menores


47(enxames de diques pouco espessos, ~1-< 50 m, de direr;8.o geralpredominante SE-NW,"plugs", pequenas bossas com dimensoes deaté 1 km, junto com alguns corpos maiores, em parte zonados (porex., Cerro Acahay) ecomo manifestar;oes vulcánicas (mantos delava e de brechas, e "pipes" menores).E muito grande a variedade petrogréfica. Sao encontrados"basaltos" alcalinos, rochas com leucita, "lamproitos", váriostipos delamprófiros (por ex., célcio-alcalinos), fonolitos,traquitos, ijolitos, nefelina sienitos, sienitos, shonkinitos,"gabros" alcalinos (ver re la~ao em Putzer & Van Der Boom, 1962;Putzer, 1962; Eckel, 1959; Palmieri & Arribas, 1975; Bitschene,1987; Comin-Chiaramonti et al., 1990; Báez Presser, 1991 e 1992;Velázquez, 1992). As idades radiométricas apontam para urnacolocar;ao em torno de 130 Ma (ver dados em Comte & Hasui, 1971,Palmieri & Arribas, 1975; Bitschene, 1987; Velázquez, 1992).As ocorréncias de maior expressao sao encontradas naCordillera de Ybytyzurú (enxame de diques de r'urno geral SE-NW) ,Cerro Capiintindy eAguapety-porton (com "plug" shonkinitico ealguns diques de mineta), Mbocayaty ("plug" shonkinitico, diquede brecha "lamproitica", diques de mineta), Sapucai (mantos delavas de "basaltos" alcalinos, diques de vários tipos delampróflros, "plugs" de fonolitos, diques de traquitos, "plug"semi-anelar de "gabro" alcalino), Soto-rugúa (dique de "gabro"alcalino, dique de mineta) , Abra-i (=Arrua-i) ( "plugs" de"gabro" alcalino e "intrusoes" de sienitos), Cerro Acahay(mantos de traquibasaltos, "plug" anelar de"gabro" alcalino,diques de sienitos). Outras ocorrencias menos conhecidas S8.0 asde Cerro Yarigua-á, Cerro Giménez, Cerro Porteño, Itapé, Cerro


48L. Vega, Cerro Quiindy. Recentemente, forarn incorporadas outrasocorréncias, tais corno Nande Yara Gracia, Dú 1 e Dú 2, Kristo,Carlitos del 8, Don Eladio 1 e Don Eladio 2, Yby (tidas corno denatureza "larnproitica"; Báez Presser, 1992 e dados n§.opublicados, ver texto desta disserta9§.0). Adicionam-se a estasas de CaÍ1ada 1, Cañada 2 e Cañada 3, Cerro San José, CerroMedina, Cerro Doña Lili, Potrero Ybaté, Cerro Chobi e a por~aoSW do enxarne de diques Ybytymi (ver texto desta disserta~ao;também Velázquez, 1992).Quimicamente, destacarn-se estas rochas por apresentaremtendencias potássicas, por vezes corn enriquecimento muitomarcado nesse elemento e ainda com elevados valores de elementosL1L (sobre os com HFS) e de TR leves sobre as pesadas, mostrandoas razoes iniciais S7Sr/ BS Sr relativamente elevadas (0,7069­0,7077) (ver Palmieri & Arribas, 1971; Bitschene, 1987; BáezPresser, 1991, 1992; Velázquez , 1992; e a compila~aode Livieres& Quade, 1987).Palmieri & Velázquez (1982) propoem para as rochasalcalinas de idade Mesoz6ica o nome de "Forma~ao Sapucai" ,incluindo tanto as manifesta90es plutónicas como as vulcánicas,proposta também utilizada no relatório do Proyecto Par 83/005( 1986) .Subprovincia de MisionesAs ocorréncias aqui agrupadas sao encontradas no Alto deCaapucú, a. sul do "rift" de Asunción, no Departamento paraguaiode Misiones.S§.o incluidas as rochas da ocorréncia San Benito, de


49 aparente idade Terciária, (basanitos, segundo Gomes Duarte,1990) , e as ocorréncias de San Juan Bautista ("plugs"fonoliticos, a SW da cidade citada, supostamente de idadeMesoz6ica, 147 Ma: Degraff, dados n!o publicados; D.Orué, comopessoal, 1985). Foram encontrados ainda alguns pequenos corposde rochas alcalinas (?) atribuidas ao Pré-Cambriano (Arcángel 1,Arcángel 2 e Ramos, este último correntemente considerado como"mármore" - e n!o "carbonatito" ; observa~eses pessoais e Wiens,como pessoal, 1992), afetados por metamorfismo incipiente e quesao, emparte, cortados por granit6ides brasi1 ianos. Aparecemestes corpos localizados aparentemente ao longo de lineamentosSW-NE.2.3.2. Provincia NorteAs ocorréncias localizadas nesta provincia (com nomeinicialmente proposto por Almeida, 1983) sao em geral poucoconhecidas, e as relacoes com estruturas ("rifts"?, altosestruturais ?, falhas profundas?) ainda nao foram estudadas.A concentrac!o deles em determinadas áreas geográficas, bemcomo diversidades petrográficas permite subdivisao em tréssubprovincias: Amambay, Rio Apá e Hato GroBBo (Figura 2.4).Subprovincia de AmambayCompreende as ocorréncias no Departamento de Amambay,nogual sao encontrados vários corpos, a maioria ainda naocatalogados, todos situados nos Altos de Ponta Pora eCapitánBado (Livieres, 1987).


50Algumas ocorrencias maiores, já estudadas em maior detalhe,sao corpos zonados mostrando com variedade de tipospetrográficos (por ex. ,Chiriguelo, Sarambi, Cerro Guazú), porvezes acompanhados por diques de carbonatito (Livieres, 1987;Comin-Chiaramonti et al., 1990; Wiens, 1990).Estes macicos sao de idade Mesoz6ica. Os dadosradiométricos apontam para erup~ao no intervalo 130-140 Ma(Comte & Hasui, 1971; Livieres, 1987; Comin-Chiaramonti et al.,1990) .Quimicamente, destacam-se estas rochas por tendenciaspotássicas, por vezes com visivel predominio do K sobre o Na(por ex., nas rochas silicáticas presentes no carbonatito deChiriguelo, cf. Livieres, 1987; Comin-Chiaramonti et al., 1990).Étambém marcado o enriquecimento dos elementos LIL sobre os HFSe o das TR leves sobre as TR pesadas.Subprovincia do Rio ApaCorpos menores, aparecendo principalmente como "plugs" ealguns diques, sao encontrados nesta regiao, cortando as rochasdo embasamento (cf. Wiens, 1986) e as rochas sedimentares doGrupo Itapucumi (A. Báez, como pessoal, 1989), supostamentecanalizadas através de falhas profundas ou sistemas de "rift"(Wiens, 1986).As descri~oespetrográficas (Putzer & Van Der Boom, 1962, eobservacoes pessoais) sao escassas, identificando-se apenasrochas com tendencias potássicas. Tentativamente, atribui-seidade Mesoz6ica (ver também comentArios em Wiens, 1986) a estemagmatismo alcalino por analogia com rochas em outras


f 51subprovincias.As ocorrénc ias conhec idas sao as de San Carlos (fonol i to) ,Santa Maria (basalto nefellnico), Centurión (fonolito, sienito),Buena Vista (fonolito), Valle-mi (mineta, diabásio alcalino,lamprófiro ultramáfico ?) (Putzer & Van Der Boom, 1962; Wiens,1986; Livieres & Quade, 1987).Subprovlncia de Mato GroBBoIncluem-se nesta subprovincia as ocorr@ncias alcalinas daregiao NWdo Paraguai Ocidental e as encontradas no SW do Estadode Mato Grosso do Sul (Brasil).Predominam corpos menores (bossas e"plugs", diques, etc.)constituidos por fonolitos e rochas sienit6ides.As ocorrencias mais conhecidas sao as de Fuerte Olimpo(pórfiro) , e Puerto Guarani ("foiaito " , sienito alcalino,nefelina sienito) (Putzer & Van Der Boom, 1962; Putzer, 1962;Wiens, 1986; Livieres, 1987; Livieres & Quade, 1987).As idades conhecidas (>200 Ma para algumas amostras, Comte& Hasui, 1971; cf. discussao em Ulbrich & Gomes, 1980; Ulbrichet al., 1991) sugerem que se trata de rochas mais antigas, quenao se encaixam no padrao geocronológico observado para asoutras ocorrencias alcalinas da Bacia do Paraná.


52CAPÍTULO :3GEOLOGIA DA FOLHA LA COLMENAA Folha La Co lmena , do Instituto Geográfico Militar(Paraguai) , é parte integrante do sistema de quadriculastopográficas paraguaias em escala 1:50.000.A folha está limitada pelos meridianos 57°00'-56°45' W epelos paralelos 25°45' -26°00' S. Foi levantada inicialmente em1965, com atualizaQao recente (1988), e incorpora praticamentetodas as rodovias ede cultura humana hoje existentes. Cobreaproximadamente 700 km 2 ,largura de 25 Km.com extensao de 27,5 km no sentido N-S eA seguir, sao indicadas algumas das caracteristicastopográficas e climáticas da Folha, e sao identificadas asunidades fisiográficas, utilizadas como base para a descriQao dageologia local. Sao descritas, mais adiante, as várias unidadesmapeáveis encontradas. As descriQoes petrográficas saoencontradas no Capitulo 4. Estrutura e hist6ria geológica S8.0discutidas no Capitulo 5.3. 1. CLIMA, VEGETACAO K TOPOGRAFIAExistem apenas duas vilas mais importantes na Folha. Aprimeira é a cidade de La Colmena, situada aproximadamente nocentro da Folha, perto de 10.000 habitantes. Ybytymi é a segunda,situada no extremo NE da Folha, com populaQao em torno do milhar


53 de pessoas.o clima é variado, com veré)es úmidos e quentes(~20-35oC), nos meses de outubro e janeiro até maio, e cominvernos geralmente secos e temporadas mais frias (O-18 o C).A parte meridional da Folha éocupada pela Serrania deCordillerita, constituindo um alto de topografia irregular (cotamáxima de 513 m), que se estende ainda mais para S como tambémpara E. A Serrania é separada da parte N da Folha, que constituio Vale de Acahay, por uma marcada escarpa (Fotos 1 e 2). O Valede Acahay, por sua vez, mostra topografia pouco movimentada, comcotas entre 120-200m, interrompida no canto NE pelas Serrania deYbytymí, com percurso geral SE-NW. No extremo NW da Folhaaparecem também morros de contorno irregulares. Na regiao deChauria, na parte centro-ocidental, sao encontradas algumaselevacoes moderadas.A vegetacao primitiva (bosques de característicassubtropicais) só aparece conservada em algumas regioes de maioraltitude, nas Serranias de Ybytymi e de Cordillerita. Quase todaa regiao é agora ocupada por campos de pastagens, interrompidospor campos de cultivo nos lugares mais férteis, tanto nasencostas e altos das Serranias como no Vale de Acahay.3.2. UNIDA<strong>DE</strong>S FISIOGRÁFICASForam identificadas várias unidades fisiográficas, na FolhaLa Colmena, chamadas aqui de "blocos", cada urna delas com feicé)estopográficas e geológi'cas e com limites definidos por falhas


54"• 'fW'-.:" .• I :.."r... ...... ,..--: ~ .­ :l.,:, ." . :..,~. .. .... .. • • ....A .."'f~.~.,.. " ~t.""" '. . ....... 1..-"--. •~-~_... . - . .,.- -_~ --­~... . -_. -.~ ..'- ';';-';'-,_~ ~~'.Fotografia l. Vista panoramica, em arco de CíLculo, da parte leste da Folha La Colmena,mostrando a Serrania de Ybytymí (a esquerda,em segundo plano) e a Serrania de Cordillerita(a direita). Local de observa~ao: 3 kma S da localidade de La Colmena. A seta identifica o cerro Chobí (em segundo plano). -Fotografia 2. Vista panoramica da parte NE daFolha La Colmena, com as eleva~oes da Serr~nia de Ybytymí. Notar a continuidade da estrutura,sustentada pelo enxame de diques,apenas interrompida, para W (esquerda da fQto), perto do "complexo" alcalino de Sapucai(identificado pelo ponto). A seta localiza ocerro Chobí.


55\\\,POTRERO YBATE\Fa/ha MedinaBLOCO VALLE<strong>DE</strong> ACAHAYLa ColmenaFolha Acaho-ooCI,....IC)BLOCO ,SAN ~SEBLOCO POTRERO ALTO~ 26°00'______-L____________________________~r~J~PA~F~/9~2Figura 3-1 Os blocos identificados na Folha La Colmena, com indica~aodas falhas que os limitam. Para toponímia, vertambém Figura 1-3.


56(Figura 3.1; para toponimia, ver também Figura 1.3).O Bloco Potrero Alto aparece a S, constituido pela Serraniade Cordillerita. A topografia é acidentada (cota máxima de 513m),mostrando várias elevaQoes mais marcadas e cristas topográficasde percurso retilineo; a N, limita-se o bloco com o Vale deAcahay por meio de marcada escarpa.O Bloco San José aparece como porQao menor, a W do blocoanterior, mas com elevacoes menores, com exceQB.o do morro SanJosé (559m).O Bloco Chauria ocupa a parte centro-ocidental da Folha. E1imitado a S pe los Blocos Potrero Alto e San José; no resto doseu perimetro, de forma trapezoidal, élimitado pelo Vale deAcahay. Ocorrem neste bloco algumas elevacoes moderadas.O Bloco Vale de Acahay, ocupando a metade N da Folha, é zonatopograficamente deprimida. No seu interior é encontrada para NEa alongada forma da Serrania de Ybytymi (Foto 1), enquanto quepara NW,no Potrero Ybaté e adjacéncias, ocorrem alguns morros decontornos irregulares.Nos blocos Potrero Alto, San José e Chauria aflorampredominantemente rochas sedimentares pertencentes ao GrupoCaacupé, com algumas manifestaQoes de rochas igneas intrusivas(diabásios da FormaQao Alto Paraná e rochas alcalinas). No BlocoVale de Acahay, pe lo contrário. sao encontradas rochassedimentares de idade posterior, junto com abundante materialcoluvial (em parte litificado). As áreas mais baixas, em geralpantanosas, sao cobertas por alúvio recente. Neste bloco saoencontradas a maioria das manifestacoes 19neas alcalinas(geralmente intrusivas, mas em parte também efusivas).


573.3. AS UNIDA<strong>DE</strong>S MAPEÁVEISNesteitem sao descritas, bloco por bloco, as unidadesmapeáve is. Descri~oes petrográficas de maior detalhe saoapresentadas no Capitulo 4. As observa~oesgeológicas aparecemlan


58nas Figuras 1.2 e2.1), em afloramento de rochas simi lares asaqui descritas, os granitos sgo intrusivos nos riolitos(observa95es pr6prias).As exposi90es do Grupo Caapucú, na Folha La Colmena, ocorremunicamente ao pé da escarpa topográfica da Serrania deCordillerita (a 2km a S da cidade de La Colmena e nas bases dosCerros Apyraguá e Achon) e a leste da Falha San José (por ex., nolocal denominado Compañia Boquerón).Grupo CaacupéAs rochas deste Grupo, constituido pelas formaQoesParaguarí, Cerro Jhú e Tobati, sao encontradas com boasexposi90es no Bloco Potrero Alto. O seu reconhecimento edescri9ao foram realizados mediante a confecQao de urna série deperfis decontrole estratigráfico (ver 10calizaQao na Figura3.2), nos quais também foi identificado o limite entre asForma90es Cerro Jhú e Tobati, com erro da ordem de 30 ID. OSperfis observados para este Grupo no Bloco Potrero Alto saoreproduzidos na Figura 3.3.A FormaQao Paraguari, reconhecida como base do Grupo(Harrington, 1972) aparece apenas na escarpa N do Cerro Ach6ncomo estrato maci90 de uns 20 m de espessura. A rocha é umconglomerado grosseiro de cor bege ocre com seixos, frequentes,de até 30 cm, constituidos por quartzo de veios e quartzito. Nomapa de T.A.C. (1981) e no mapa geo16gico do Paraguai (ProyectoPar 83/005, 1986) sao mostradas exposicoes continuas destesconglomerados, a ambos lados do rift de Asunci6n.A Forma9ao Cerro Jhú; superposta, é constituida por arenitos


59./5090/941.J9.,Ybylymi....P~.YBATE..\•- .e/51 -.­• --116II.J /2' • /20 I \•I~";.~~:~:~ }•11'118~16.JlJD'6IIIII511-4 .122 '- V,.J.J/25 .r~~~"Chobl nh I ~~CANADA.~ 1~-48 /I SAN MIGUEL /'~O,... 48//I .108, //160 --....Lo Colmena'------,I•'--\-- ................. ....\ . ......•• '0.~ II\ A, ~.JO~ • .J.J .29POTRERO--. · --.27B • • • e•FJ~AF /92Figura 3-2. Mapa de localiza~aode pontos e amostras (identificadaspelos números) das rochas sedimentares na FolhaLa Colmena. As linhas retas definem os varios perfisque sao referidos no texto e nas figuras 3-3 (A, B eC) e 3-4 (Isla Segura, Potrero Naranja-ty, Kirito,San Miguel e Chobí).


m3502504l•. " ..... \­ :L~----~..'. :~·.1i ' O.'..'.. ' '...0\2"~~.0. .. .....:~.. ',8:. ~., d ..", ',: "o.: , " ::0l""~'.~{f;:=:::'-"::L-J


61granulometricamente heterogeneos, geralmente médios a grossos(esbranqui9ados, amarelados, ocres a beges, avermelhados).Predominam os graos de quartzo, caracteristicamente arredondados.Intercalados com os arenitos ocorrem freqüentemente lentes deconglomerados (1-2 m de extensao por 20-40 cm de espessura), comgranulos e seixos de quartzo (4-8 cm), em matriz de arenitoquartzoso. Algumas fei90es tipicas destes arenitos sao aocorrencia de manchas escuras, avermelhadas ou pretas (óxidos deFe e Mn), em arenitos de cores claras (esbranqui9adas ou ocres) ea presen9a de niveis esporádicos de arenitos de cor roxa,tingidos por óxidos. Sao também observados, raramente, clastos deargilito.Os estratos sao em geral maci~os.Alguns deles, de até 2 mde espessura, mostram estratifica9ao plano-paralela fina a muitogrossa que pode ficar restrita apenas a alguns niveis. Algumascamadas apresentam estratifica9ao cruzada muito bem desenvolvida.Tubos verticais atribuidos a Skoli thos (conferidos porGodoy Ciguel, como pessoal, 1990; Foto 3) ocorrem no localchamado Compañia Boquerón (limite W do Bloco Potrero Alto, Figura1.3), nos 30 m basais destes arenitos, com presenca adicional defósseis provavelmente marinhos (Godoy Ciguel, como pessoal,1990). Estas feicoes sao possivelmente os correlatos do tubosverticais de Skolithos descritos em Ciguel et al. (1987) no GrupoItacurubi. Uma amostra do arenito da Forma~aoCerro Jhú, coletadapor P.R. Bitschene numa das pedreiras encontradas perto da cidadede Paraguari, foi examinada pelo autor desta disserta~ao,mostrando marcas de corrente bioturbadas, possivelmente tambémpela a9ao de SkolithoB.


~Fotogrefíe 3. Areníto de FormeceoCerro Jhú, e leste do cerro SenJoeé (Cíe.Boquerón). Obeerveros tuboe vertíceie de Skolithoe,encontredoe ne bese de Tormeceo.Ver diecusseo no texto.Fotogrefie 4. Unidede besel (Ul) dosdepÓeitos cléeticoe de Serrenie deYbytymí, etribuídos e Formeceo SenMiguel. Seo moetredoe os níveiecom lemitoe, erenitoe muíto finoee ergilitoe (cores escures), elternendocom erenítos meis gro~eos (emereledos). A NW de 1eleSegure.Fotogrefie 5. Unídede b8eel rUl)de Serrenie de Ybyt~í, COMpreeence de mercee de ~ft~em erenitos muito finos. Ar12remento e N do cerro Chobí.(j)N


63Os arenitos tornam-se granulometricamente mais homogeneospara o topo, passando por interdigita~go, num intervalo deaproximadamente 30 m, para a Forma~go Tobati. Nesta partetransicional aparece, em vários locais, urna camada de algunscentimetros que contém gr&nulos epequenos seixos arredondadosde quartzo (-4mm) , sustentados por urna matriz de arenito com asfei~oes tipicas dos arenitos da Forma~ao Tobati (ou seja, declastos mais angulosos e de aspecto sacaroidal). Esta camada éaqui considerada "limítrofe", fazendo de horizonte-guia paramarcar o inicio da Forma~aoTobati.A espessura medida para a Forma~ao Cerro Jhú no BlocoPotrero Alto é de aproximadamente 250m. Na localidade tipo, a 50km para NW (flanco NW de Cerro Jhú, Figura 2.3), estimaHarrington (1972) espessuras de 450 a 500 m, verificando-seportanto acunhamento marcado no sentido do Bloco Potrero Alto.A Forma~aoTobati é constituida, principalmente no seu topo,por arenitos médios e melhor selecionados, esbranqui~ados ou,mais raramente, de cor bege, amarela ou vermelha clara. Os graosde quartzo sao caracteristicamente angulosos; raramente, aparecemsubarredondados. Estas fei~oes conferem aos arenitos tipicoaspecto sacaróide. Sao também, em geral, menos compactos que osequivalentes da Forma~ao 6otoposta, embora sejam encontradosniveis com boa compacta~ao.Os estratos submétricos, maci~os ou com estratifica~aoplano-paralela, predominam na base transicional para a Forma~goCerro Jhú e nos primeiros metros basais da Forma~ao Tobati.Posteriormente, passa-se para camadas maci~as métricas,reconhecendo-se na primeira dezena de metros a presen~a de


64estratifica980 cruzada.Os melhores afloramentos desta Forma98o sao encontrados naparte SWdo Bloco. Em outras regioes, ocorrem como afloramentosisolados e remanescentes de erosao (por ex., nos morros a W).A FOrma98.0 Tobati, no Bloco Potrero Alto, mostra perto de200 m de espessura, semelhante a estimada por Harrington (1972)na localidade tipo (perto da cidade de Tobatl, Figura 2.3) a 80km a NW, que é da ordem de 200 a 250 m (Degraff et al., 1981).As observa90es de campo mostram que as camadas do GrupoCaacupé sao subhorizontais. Os dados de controle estratigráfico.por outra parte, permitem identificar um pequeno mergulhoregional de uns 10 m para cada km, para E-SE, equivalente a 3­3,5°. Estas observa90es, junto com a Bilicifica~ao, de apari~aolocal em arenitos deste grupo, parece estar controlada pelapresen~ade falhas de pequeno rejeito vertical e de fratur8.s, dedirecao predominante E-W. Ao longo de du8.s faIhas de dire~aoaproximada NW aparecem faixas de largura métrica de arenitosbrechados, misturados com outros materiais liticos (seixos dequartzo e de arenitos), como observado a S e N da CompañiaPotrero Alto.Diques de diabásio, pertencentes a Forma~ao Alto Paraná,cortarn as unidades descritas. Os diques, com largura aproximadade poucos metros, geralmente aparecem como associa~aode blocosalinhados e nao como afloramentos continuos. Dois tiposdiferentes foram reconhecidos no campo. Um deles é de cor preta egranula9ao média a algo grossa, e o outro é de cor esbranqui~adaa cinza, com granUla9ao fina a média. Estes diques ocorrem comoenxame, denominado de "enxame de diques Potrero" (Baez Presser,


65 1992) exposto principalmente em duas áreas.Urnadelas aparece na parte centro-oeste deste bloco, comdireeoes N-S e E-W. A outra, na parte central mostra diques comdirec;oes NW-SE. Os diques se continuam para S, e parecem estarestreitamente relacionados com a falha San José, de direeao N-S.No limite N do bloco aparece a Falha de Acahay, em partecoberta por depósito de colúvio (ver Anexo A).3.3.2. O Bloco San JoséNo Bloco San José, mais simples do ponto de vista geológico,ocorrem sedimentos do Grupo Caacupé cortados por diques dediabásio toleitico e um "plug" de rocha alcalina.O reconhecimento geológico foi aqui também realizado com aelaborac;ao de perfis de controle estratigráfico (Figura 3.2).O Bloco San José é um bloco afundado a partir da Falha SanJosé (ver Anexo A), em relaeao ao Bloco vizinho Potrero Alto.Os arenitos da Formac;ao Cerro Jhú, situados na poreaocentro-sul do Bloco, ocupam as áreas mais baixas, estando em boaparte cobertos por dep6sitos do Quaternário. As suascaracteristicas litológicas sao as mesmas já descritas para oscorrelatos presentes no Bloco Potrero Alto.O nivel guia, que identifica em algumas partes o inicio daFormac;ao Tobati, foi encontrado em afloramentos a poucos km a NWdo Cerro San José. A presenca deste nivel permite medir umrejeito de uns 160-200 m entre o Bloco Potrero Alto e o de SanJosé.A Formaeao Tobati, com feieoes identicas as já descritas


66previamente, mostra as melhores exposi~oes em alguns morrosbaixos. Assim, no Cerro San José é encontrado um espesso estratode arenito cimentado, muito endurecido (em parte recristalizado?) .o "plug" alcalino sustenta o Cerro San José, que aparece comproeminente destaque (ver Anexo A). As observa~oes de campo,mesmo incompletas por falta de boas exposi~oes,mostram o caráterde intrusao múltipla. Num perfil SW-NE éencontrado como rochapredominante um "monzosienito", de aspecto macroscópico gabróide,localmente porfirltico por mostrar megacristais depirox~niopreto. Na borda W, a rocha apresenta-se com biotita lame lar ,ausente na variedade mais monzonitica e mais rica emplagioclásio, encontrada no centro da intrus&o. As rochas saocortadas por veios irregulares, centimétricos, de cores cinzaescuro, que carregam enclaves, arredondados asubangulosos, devários tipos de rochas alcalinas plut6nicas e subvulcanicas. Naparte E do mesmo morro, aparecem blocos de "shonkinito"porfiritico, com fenocristais de pirox~nio preto e em partetambém com lamelas de biotita, cortando a rocha monzosienitica naforma de ve ios ediques aparentemente irregulares; perto doscontatos com a rocha encaixante, ocorrem estruturas de fluxonestes shonkinitos, por alinhamento dos fenocristais.Na parte superior do Cerro Obi (ver Anexo A), encontra-se umlongo dique de diabásio toleitico, que se estende com rumo NE pormais de 1 km. Os arenitos invadidos, a ambos os lados, estl3.oendurecidos por "cimenta~ao"de contato.Os depósitos de aluviao, arenosos, sao do Quaternário.O Bloco San José está separado do vizinho Bloco Chauria pela


67Falha de Acahay, a N, e pela Falha San José do Bloco PotreroAlto, a leste (Figura 3.1, Anexo A).3.3.3. O Bloco ChauriaOs limites do Bloco Chauria sao definidos por falhas. ParaN, ocorre a de Medina. A Falha de Acahay é o limite meridional,encontrando-se ainda, para W,a Falha Chauria (Figura 3.1, AnexoA). O Bloco é cortado pela Falha San José mas é considerado urnaunidade por motivos estruturais (ver item 5.1.1.) eestratigráficos (apresenta-se coberto por sedimentos do GrupoCaacupé) .No Bloco Chauria, situado em área deprimida vizinha ao Valede Acahay, sao encontrados sedimentos da Forma~aoCerro Jhú, nasáreas baixas, a Leste, e da Forma~aoTobatí. Nas partes baixas,cobrindo os arenitos do Grupo Caacupé, ocorrem depósitoscoluviais do Quaternário.3.3.4. O Bloco Vale de AcahayO ressalto topográfico maior, neste Bloco, é o da Serraniade Ybytymí, de percurso SE-NW. No canto NW sao encontradas ase leva


68depósitos de colúvio e aluvionares mais recentes.Forma~~oSan Miguel (atribui~~o)Aguase totalidade da Serrania de Ybytyml, junto com partesconsideráveis dos morros do canto NW do bloco, estao constituidospor sedimentos pertencentes a esta formac;ao. Sao identificadastres unidades superpostas com caracterlsticas pr6prias: a UnidadeInferior de sedimentos pellticos-arenosos; a Hédia de sedimentosarenosos e a Superior com sedimentos rudáceos. A defini~aodestasunidades foi realizada por meio do levantamento de alguns perfis(ver localiza~ao na Figura 3.2, perfis na Figura 3.4).A Unidade Inferior (U1) é encontrada na base da Serrania deYbytymí e nos niveis inferiores dos morros vizinhos.Predominam as camadas peliticas e de arenitos muito finos:sao argilitos e lamitos (Figura 3.4) de cores vermelha escura avermelha vinho, com abundantes lamelas de mica, junto comarenitos finos a muito finoscom abundantes feldspatos alterado(arcosianos), de cores bege avermelhados, avermelhados eamarelados. Fragmentos de argilito aparecem como clastosangulosos contidos em algumas camadas de arenitos.A SE da Serrania de Ybytymi, é encontrado um local ondeaparecem, interdigitadas, camadas centimétricas de folhelhos e dearenitos calcários. Nolocal chamado de San Migue1, mais a NW,ocorrem rochas sedimentares silico-argilosas de aparente origemgutinico, a julgar pela presen~a de estruturas convolutas e aexistenciHs de concre~5es lenticulares a irregulares, naocontinuas, de carboneto.


m..350~~~U30 " 0 : .::Bt~/'~:o¿'··'e,,~~ ":':';' ,0°. :' '.~U3••11U3250. " .. ,.".~----~s -'. .U 3~.. ..z~'ftf7Fp:q-----~~'- =;;-'---­U3~U2- --150 U1' L­ -7--­. ... -. -..:Isla Segura Potr. Naranjaty Kirito s. MiguelU2'---7U 1o-- -~ .., t..."';i ... ·.;..;v~••• U2'. - M" ' !'" U1ChobiFigura 3-4. Perfis colunares da Forma~~o San Miguel no vale de Acahay. As linhasaproximadas dos perfis sao identificadas na Figura 3-2. VI, V2 e V3identificam as unidades inferior, média e superior, respectivamente(ver texto), com indica~ao aproximada dos limites entre elas. Parasímbolos, ver legenda da Figura 3-3.enCD


A estratifica~ao é plano-paralela; camadas mais espessas70mostram-se maci~as(Foto 4). A norte do Cerro Chobi (ver Figura1. 3, Anexo A), a S do local chamado CompafHa San Miguel, e naCompañia Kirito, foram observadas camadas apresentando marcas decorrente (Foto 5).Tubos verticais de Skoli thos fora identificados, a S daCompañia San Miguel, em arenitos muito finos.Em vários afloramentos (Foto 6), principalmente em camadasde argilitos vermelho escuro a vermelho vinho, ocorrem troncospetrificados, de comprimento decimétrico a submétrico e larguradec imétrica. Estudos morfológicos de maior detalhe (D.Musa &M.E. Oliveira Eabinski, como pessoal, 1990) nao foram,entretanto, conclusivos para a identifica~ao da espécie, pelopobre estado de conserva~ao das estruturas. M.E. OliveiraEabinski (com. pessoal, 1990) sugere que algurnas das estruturascelulares neles observadas sao similares 8.s do genero PS8.1'onls desamambaias, propondo por isto urna idade minima devoniana superiorpara estes troncos. A presenca de troncos fósseis já foiconfirmada em várias localidades, como nas imediaQoes daCordillera de Ybytyruzú, na FormaQao San Miguel (Cuadricula 41,1966; Herbst, 1972; Eitschene, 1987; observacoes próprias). Aidade atribuida aos troncos da Cordillera de Ybytyruzú é Permiana(ver Eitschene, 1987, ereferencias ai citadas). Intentos dedatacao das camadas mais finas, na Serrania de Ybytymi, medianteidentificacao de microfósseis (M.R. de Lima, como pessoal, 1990)resultaram insatisfatórios, pelo estado avanQado de oxidaQao dasamostras.Urna "janela" erosiva, mostrando os sedimentos infrajacentes,


Fotografia 6. Unidade baeal (UI)da Serrania de Ybytymí. Notara preeen~a de reetoe de troncosfósseie, alguns de tamanhosavantajados. No centro, éobservado um dique alteradode lamprófiro (cinza), de rumogeral NW-SE. Mesmo local dafotografía 4.Fotografia 7. Unidade superior (UJ)dos depÓeitos cI"eticoe da Serr~nia de Ybytymí (rorma~eo San Miguel, nbeerva-ee um arenito co~glomerjtlco ~ ~ ~to - ~eo, ricoem eeixos arredonc de quartzo.Parte SE da Serrania, localidadeSan Miguel. Cota topogréfica: en­-.Jtre 250 e JOO m. .....


72aparece a menos de 1 km a N da Compa~iaIsla Segura já por forados limites da Folha (ver localizacao nas Figuras 1.3 e 3.2. eAnexo A), ao longo do curso do c6rrego ai existente. Sao niveiede arenitos grossos a muito grossos, alternando com camadas oulentes de conglomerados de seixos centimétricos de quartzo. EmCa~adasao observados blocos "sui generis" de arenitos com seixos(diamictitos?) de cor ocre (teto da Formacao Coronel Oviedo?).A espessura minima desta Unidade Ul é de 20 m, e a máxima deaproximadamente 50 m.A Unidade Hédia (U2), em posicoes topográficas imediatamentesuperiores, aparece com arenitos médios agrossos, ainda algoarcosianos, de cores variadas (vermelho esbranquicado, bege,marrom, branco com manchas escuras). Localmente, apresentamlentes ou bolsoes de um arenito muito grosso, rico em seixos dequartzo (alguns centímetros), em parte conglomerático. Em cotassuperiores, após os primeiros 50 m da unidade U2, aparecem estesníveis conglomeráticos com maior constancia.A estratificacao predominante é plano-paralela; aestratificacao cruzada é visivel nos horizontes superiores, ondetambém aparecem as lentes mencionadas do arenito muito grosso aconglomerático. As camadas mais espessas tem aspecto macico. Naregiao NW (por ex., Isla Segura) e SW (por ex., Kirito) pareceestar diminuindo a espessura da Unidade U2 ou, pelo menos, a dosseus niveis inferiores, caracterizados pela presenca de arenitosmédios a grossos (Figura 3.4).A Unidade Superior (U3). De modo transicional passa-se da


73Unidade U2para a superior, por aumento no tamanho dos clastos.Caracteristicamente, os sedimentos presentes s§.o arenitos muitogrossos com abundantes seixos de várias rochas (polimlcticos) econglomerados pol imicticos (se ixos de quartzo, de rochasvulcanicas ácidas alteradas e de outras sedimentares), de coresbege apagada, marrom, ocre, etc (Foto 7). A estratifica~a.o éirregular a plano-paralela, e o aspecto dos estratos é maciQo. Nocampo, bons afloramentos sao escassos, e a presenQa da Unidade U3nota-se mais pelo incremento dos seixos espalhados no solo, até oponto de que aparece por vezes uma "linha de seixos" situados porsobre os arenitos da Unidade média.Na parte mais alta da Serrania de Ybytymi, possivelmente porcima do nivel da Unidade U3, acharam-se alguns blocos de umarenito muito fino rico em argila. Esta fei~§'osugere, da mesmamaneira que os sedimentos encontrados na "janela" de Isla. Seguraacima citada, que se trata de deposic;:ao ciclica de seqüemciastipo "coarsening upwards"(Figura 3.4). Següéncias similaresforam caracterizadas em zonas do "rift" do Leste Africano (e.g.,Frostik & Reid, 1989).Fraturas com rumo SE-NW, e outras direc;:~es, cortam ossedimentos (ver Anexo A).Os perfis realizados (Figura 3.4) sugerem posiQ8.osubhorizontal para as tres Unidades acima descritas, com suavesmergulhos da ordem de 5 m por Km (1,5 0 ) para SW-SSW. Ossedimentos parecem ter se depositado, em parte, sobre superficiesirregulares.Os sedimentos da Formac;:ao San Miguel, na Folha La Colmena,estao, em parte, irregularmente capeados por basaltos alcalinos e


74sao cortados por diques, "plugs" e condutos de brecha ("pipes")da Forma~ao Sapucai (veja-se os comentários no Proyecto Par83;005, 1986).Formacao SapucalRochas ígneas alcalinas estao amplamente distribuidas nesteBloco, como mantos de piroclastos e de lava, condutos de brecha("pipes"), "plugs", diques isolados e enxames de diques e"sills".Descrevem-se a continua~aoas várias ocorrencias, agrupadasconforme a sua localiza~ao geogr~fica ou as suas caracteristicaspetrográficas. Maiores detalhes sobre petrografia sao encontradosno Capítulo 4.Rochaa vulcfmicaa do Potrero Ybaté. Aqui sao descritas asmanifesta~oes que aparecem concentradas na regiao do PotreroYbaté.Manto de rochaa pirocláaticaa, situadas aS da CompañiaPotrero Ybaté, (Figuras 1.3 e 3.2) acompanham o córrego Caañabé(ver Anexo A). Formam um pequeno plato com algumas ondula~oestopográficas, que se eleva, por alguns metros, da planiciealuvionar circundante. Predominam tufitos de cinza e de lapilli,tufo-brechas e brechas com fragmentos angulosos de rochasvulcánicas, tanto macicos como densamente vesiculados. Sao tambémobservados, em tufitos e brechas, fragmentos de cristais(piroxenio e outros) tao alterados como os fragmentos de rocha eos tufitos. Alguns fragmentos menos alterados sao de rochas"basálticas" com leucita. Os depósitos, fortemente alterados,


75parecem estar dispostos com arranj omac ieo ou caótico, emborafosse observada em um afloramento uma lente de tufitos e lapilli,interestratificada com outros depósitos maciQos.Estas rochas piroclásticas limitam, a N, com derrames(mantos) de lavas basaltóides alcalinas. A S estao cobertos pordepósitos de colúvio, em parte limitados pela Falha Medina. Noresto do perimetro perdem-se por baixo dos depósitos doQuaternário associados ao córrego Caañabé eseus afluentes. Aausenc ia de diques, nao observados nesta área, sugere que asrochas piroclásticas sao algo mais recentes (7) que essasmanifestaeoes intrusivas.Os afloramentos mais significativos econtinuos sao os derochas vulcanicas escuras, maciQas a localmente muitovesiculares, que aparecem como derrames ou mantos de lavas noPotrero Ybaté.A leste, NE e S do Cerro Tano, em afloramentosconjuntos de rochas da Formaeao San Migue1 e de vulcanicas,observa-se claramente que as primeiras sao capeadas, e em parteinvadidas, pelas últimas (Anexo A).A S, perto dos afloramentos com rochas piroclásticas docórrego Caañabé, é encontrado u.m derrame, com lava fortementevesicular e amigdaloidal (com preenchimento de calcita e zeólita)de até 6 cm, que engloba seixos de quartzo. Em posiQoestopográficas mais altas aparecem ali também rochas "basálticas"macicas. A leste do Cerro Tano ocorre um derrame de rochabasaltóide amigdaloidal aflrica, comescassos fenocristais depiroxenio. Entretanto, os afloramentos mais comuns sao de rochasmacicas, com fenocristais de piroxenio preto, freqüentementeacompanhados por outros de olivina (em parte convertida em


76 iddingsita ou serpentina) e cristais euedrais a irregulares de"leucita".Os afloramentos destas lavas se continuam. a W e NW. para asfolhas vizinhas (ver Anexo A).As lavas sgo cortadas por "plugs" de rochas vulcánicasperpotássicas (leucita "lamproitos". "cocitos" e"basaltos" comleucita) e rochas plutonicas (Cerro Tano 1 e 2). junto com diquesde rochas basalt6ides alcalinas e alguns diques de lamprófiros.Conduta de rachas perpotáasicas ("lamproltic8.s"). Foramidentificados na Folha La Colmena vários condutos ou"pipes"subcirculares a bilobulados, de tamanhos entre 1000 a 3000 m. nosquais sao reconhecidas duas "facies" constatadas. a epiclástica ea hipoabissal. conforme nomenclatura de Mitchell & Bergman(1991).Forma e posiCao dos condutos foi inicialmente reconhecida emfotografias aéreas, em alguns casos muito claramente, como nocaso dos condutos Dú 1, Don Eladio 1 e Kristo. Em outros casos,as fotografias apenas sugerem contornos circulares (como no casodo conduto Dú 2), existindo vestigios de outras possiveisestruturas de contornos irregulares (os condutos Don Eladio 2, Dú3 e Yby), mas cuja natureza nao pode ser claramente reconhecida.Detalhes da posieao geo16gicas sao observados no Anexo A.A estrutura Dú 1 possui forma bilobulada (Figura 3.5) comtamanho de 1500 m por 840 m (16bulo Norte) e 800 m (lóbulo Sul).Assim, aforma lembra aquela mostrada pela grande maioria doscondutos lamprolticos de West Kimberley em AustrAlia (cf.Atkinson et él1., 1984; Smith & Lorenz, 1989). No seu contorno


77meridional reconhece-se urna facies de brechas a tufo-brechasepiclásticas alteradas, de cores marrom ocre a bege ocre, commatriz constituida por clastos de rochas igneas e sedimentares. Afacies, muito mal exposta, foi reconhecida em leito de c6rrego,com estrutura maci9a. Já no seu contorno setentrional reconhecemseexposi90es da facies hipoabissal na forma de lavasvesiculadas, com preenchimento de ze61ita, de cores avermelhadase de aspecto lamproflrico (com fenocristais de flogopita vermelhacobre, alterada, ede piroxénio verde garrafa). A estruturaaparece cortada por dois "plugs" de "basalto" com leucita e pordiques « 1 m de espessura) de rocha basalt6ide de aspectolamproflrico (fenocristais de piroxeniopreto centimétrico). Oconduto éintrusivo na FormaQ8.o San Miguel, e parece invadir osmantos de lavas de Potrero Ybaté, embora ngo sejam observáveisrela90es mútuas de contato.O conduto Don Eladio 1 possui forma irregular a bilobulada(Figura 3.6) e seu tamanho é ao redor de 2050 m por 1200 m(lóbulo Leste) e 880 m (lóbulo Oeste). No seu lóbulo oestereconhece-se umpequeno afloramento da facies hipoabissal, comalgum ressalto topográfico, onde ocorrem blocos de rochaporfirítica fresca, de cores cinza escuro (amostrasfrescas) acinza amarronzados (amostras algo alteradas), e de estruturamaciQa, com fenocristais de olivina avermelhada (milimétrica) deformas irregulares, e de piroxénio verde escuro euedral (1-5mm).O resto da estrutura aparece coberto por solos de alguns metrosde espessura.No16bulo leste, sgo reconhecidos afloramentos de rochassedimentares clásticas. Num pOQO para água escavado a W, sao


78N0r'9.~oo. ~• • 1Io ~ 11 N-S. . . l'Figura 3-5. Esquema geológico da reglao em volta da estrutura lobuladaDú 1, Tano 1 e Ñande Yara Gracia (ÑYGr), no Potrero Ybaté. Legenda a direita. N-S: Fotolineamentos(fraturas); 1: Forma~ao San Miguel; 2: Derrames e mantos de basaltóides alcalinos; 3: Estruturas circularesobservadas em fotografias aéreas, de significado desconhecido(condutos ou " p l ugs"?); 4: Brechas e tufobrechasepiclásticas (facies piroclástica)de Dú 1; 5:Flogopita diopsídio olivina "lamproito" (facies hipoabissal)de Dú 1; 6: " p l ugs " de rachas com leucita(1I1amproitos", "cocitos" e basaltóides); 7: Diques debasaltóides com leucita (dire~ao NW-SE); 8: Melasienitóides (Tano 1); 9: Depósitos quaternários(?). Vertambém Anexo A.


79N'~I' .~ .~... . /. . .• • J. • •. .. ~ ~ o o· . 0\. . . . . . . .. ....... .......... . . . . . . .~~~.,/.. . . . . . . -/.. . . . . .'O,~~·•••• • • • • • • /. o o o~ ........ ... .•••••••• ••••~ •••••• • e¿tA ••. ,. . . . . . . ~ . .. . .......... . . . -----. . .t....~• ......... -ro-¡ ••ooo •Do o 7D . .6·•~[§]~l=...-=-lJ···· ···.' . ;.; .D : >:-: I100 ~OO'"Q ... - .,_ _ lI!!!IIiiiiiii_'-¡i--~..............Figura 3-6. O "pipe" Don Eladio 1, na área de Kirito. Legenda.Tracejado paralelo: Fotolineamentos (fraturas?);1: Forma~ao San Miguel; 2: Sedimentos finos (faciesepiclástica) associada ao "pipe" Don Eladio 1;3: Diques de olivina diopsídio "lamproito"; 4: Olivinadiopsídio "1amproito" (facies hipoabissal) de DonEladio 1; 5: Estruturas circulares observadas em fotografias aéreas, de interpreta~ao duvidosa (intrgsoes"1amproiticas"?); 6: Cobertura de solo; 7; Depósitos quaternários(?). Os contatos assinalados,tanto das forma~oes litológicas como das estruturas,sao todos aproximados ou inferidos. Ver também AnexoA.


80encontrados seixos de quartzo emma triz de arenito argi loso:concentrados de minerais pesados obtidos da matriz parecemconfirmar que se trata de facies associada ao conduto. O condutoé intrusivo na Formacao San Miguel, e está cortado por diques dediopsldio-olivina "lamproito", fresco e de cor cinza escura, comdestaque de fenocristais de olivina subedral (milimétrica) epiroxEmio verde garrafa euedral (de até 6mm);sao de espessurasubmétrica e com rumo NW.Grande parte da estrutura é coberta pordepósitos Quaternários de colúvio.O conduto Kristo tem a sua borda SE exposta em corte de rúa,com afloramento da facies piroclástica. Aparecem tufitos finos agrossos, estratificados, superpostos a Formacao San Miguel. Naborda NEda estrutura, sao encontrados tufitos grosseiros, comclastos de rocha vulcanica de aspecto lamprofirico (fenocristaisde flogopita, olivina e piroxenio) vesiculados a amigdaloidais(com zeólitas), junto com facies de brechas macicas, cortados porum delgado dique (rumo NW) de rocha de aspecto basáltico. Naparte central estao expostos, emlei to do córrego, rochas dafacies hipoabissal. No resto da estrutura, o solo oculta osafloramentos.O conduto Dú 2 possui forma subcircular a bilobulada (7). Rde tamanho menor (1258 m de comprimento) e o seu contornoencontra-se mascarado pela cobertura do solo. Noseu centro,ficam expostas rochas da facies hipoabissal. Sao lavas fortementevesiculadas (com preenchimento de zeólitas) e alteradas demarcado aspecto lamproflrico (com fenocristais euedrais deflogopita, formas irregulares aarredondadas de olivina muitoalterada, epiroxenio euedral cor verde garrafa). A estrutura


81está cortada por delgado dique de flogopita diopsidio"lamprolto" (cinza vermelho vinho) com rumo NW,e por outro dedire9go NE, submétrico e de aspecto basaltóide (com fenocristaisde piroxenio preto e de leucita milimétrica). O manto de lavas doPotrero Ybaté parece ser a rocha encaixante do conduto.Blocos de flogopita diopsídio (?)-olivina "lamproito", muitoalterado e com aspecto brech6ide, de cor roxa, ocorrem emmorrinhos perto do conduto Yby.O conduto Dú 3 possui forma irregular (Anexo A), no qualocorrem afloramentos de rocha porfirítica (fenocristais deleucita) muito alterada, junto com outros de lava vesicularporfirítica (fenocristais de piroxenio verde garrafa), tambémmuito alterada. Esta última é cortada por um dique de rochaporfirítica de aspecto basaltóide (piroxenio subcentimétrico eolivina submilimétrica) de largura métrica e com rumo NW.Solo esedimentos do Quaternário cobrem boa parte da estrutura.O conduto Colmena é de natureza incerta. Norelatório daCuadrícula 40 (1966) , é descrito um pequeno afloramento de lavavesiculada porfirítica de aspecto basaltóide (facieshipoabissal?). Da mesma forma, a presen9a de um possivel condutoDon Eladio 2 é apenas sugerido pelas fotografias, nao seobservando afloramentos de rochas ígneas ou brechadas."Plugs" de rochas 19neas alcalinas. Descrevem-se aqui corposmenores (~500-1000de diámetro) de rochas plutonicas e vulcanicasalcalinas.Entre os "plugs"de rochas plutonicas, contam-se os dosCerros Tano 1 eTano 2, o do Cerro Chobí e as intrusoes chamadas


82 de Ca~ada (1,2 e 3).Os Cerros Tano 1 eTano 2, de dimensoes pequenas, sgo doisplugs de rochas plutonicas (o primeiro já citado em Livieres eQuade, 1987) que formariam parte de uma estrutura semi-anelar. Naopiniao doautor desta disserta


(leucita mela-fon6litos), minetas, traquitos, com rumo SW-NW83(N40-60W).Os diques, por fora deste ane 1 maior, se continuampara NW, constituidos agora principalmente por traquitos eminetas; para SE, o enxame encontra-se com as pequenas intrusoesde Caí1ada.O anel interior sustenta 06 diques do enxame (ver descri~aomais adiante) e mostra, na parte topograficamente mais elevada,os aflorament06 do "plug" do Cerro Chobi; um plug menor " ,inominado, é encontrado na parte setentrional deste anel. Entreambos os anéis, a N do Cerro Chobi, sao encontrados alguns diquesde rochas lamprofíricas (com fenocristais de biotita e carbonato,como pseudomorfo de piroxenio) junto com outro, de larguraaparentemente maior, também de aspecto lamprofirico, carregado deenclaves carbonáticos-arredondados-alongados (carbonatitos?).O morro Chobí é urna intrus8.o pequena (diámetro de cerca de1000 m), zonada, com rochas sienit6ides na margem N (róseoesbranquicadase orientadas na borda, mais maci~ase máficas parao interior) e monzonit6ides no centro e parte meridional daestrutura. As rochas sienit6ides, em particular, mostram pequenosenclaves angulosos de rochas vulcanicas alcalinas (ex. "cocitos" ,minetas, etc.; ver Foto 8); veios e pequenos diques de "cocitos",por sua vez, cortamos sienitóides, carregando enclaves derochas plutanicas alcalinas. As intrusoes de Cañada, encaixadasem sedimentos da Formacao San Miguel, aparecem como tres pequenosmorrinhos com pouco destaque no relevo. A de Caí1ada 1, de formacanica, eleva-se por 10 m por sobre a topografia circundante; éconstituida por rochas sienit6ides (com urna facies marginal, maisleucocrática e com orienta~ao por disposi~ao planar de ripas de


84 Figura 3-7. As estruturas na regiao do cerro Chobí e Cañada. Saoassinaladas as dire~oes NW-SE do enxame de diques Y­bytymí, a posi~ao do "plug" de nefelina sienito do cerroChobí, e as intrusoes de Cañada (circulo cheio)(triángulo cheio indica a localiza~ao da ocorrencia"lamproítica" de Yby). A mancha cheia alongada (pertodo Cerro Chobí) é a área onde sao encontrados os diqueslargos com enclaves carbonáticos (ver texto).Cristas de rochas sedimentares da Forma~ao San Miguel(anéis mais marcados, porém incompletos) desenham urnaseudo-estrutura anelar (ver texto). As linhas tracejadasN-S, E-W e SW-NE identificam fotolineamentos (fraturas?). Ver também Anexo A. ­


85feldspato, e outra central, maciQa e meso- a melanocrática),invadida na parte central por urna massa de lampr6firo ultramáficocom enclaves de rochas plutonicas e vulcanicas alcalinas,arredondados e de dimensoes variáveis. No seu contato ocidental,aparecem alguns sinais de recristalizaQao e metassomatismo nosarenitos encaixantes. A intrus8.o de Cañada 2, que sustenta uromorrote de algumas centenas de metros de di&metro, é constituidapor uro "plug" de rocha sienit6ide orientada, que pareceapresentar-se com uma pequena extensao para SE. Colocado entreCañada 1 e 2, é encontrado um morr inho menor, o de Cañada 3,sustentando um dique de 3 m de largura, com rocha traqulticapor·firitica.Estes "plugs" derochas vuldinicas sao encontrados comoestruturas menores (até 1000 m de diámetro), em geral poucodestacados no relevo; eventualmente manifestam-se comodepressoes. Aparecem por vezes concentrados em determinadas Areas(por ex., na Compa~iaPotrero Ybaté). Estao constituidos ora porrochas vulcánicas félsicas, ora por rochas vulcánicas mAficas,que sao descritas por separado.Os "plugs" de rochas félsicaa mais importantes sao os doCerro Medina e do Cerro Do~a Li 1 i . O do Cerrro Medina, comdiametro de 900 m, mostra cotas mAximas de 250 m,destacando-seclaramente no relevo. Aparenta ser intrusivo nos mantosbasálticos e piroclásticos do Potrero Ybaté. As rochasconstituintes, que sao encontradas como matacoes ,S8.0 em parteporfiriticé1s (com fenocristais de anfib6lio verde escuro ealgumas ripas de feldspato, que estao orientadas) e vesiculares(com preenchimento por ze6litas); sao algo orientadas e de cores


Fotografia 8. Dique alterado subverticalde lamprófiro com fenQcristaís de mica , cuja posi960aparece marcada pelo relevo negativo(parte central da fotografía).Localidade: Potrero NEranja-ty.Fotografía 9. Nefelína sienito docerro Chobí, mostrando enclavesubanguloso de mela-leucíta fonólíto("cocíto"). A norte docerro Chobí.CD(j)


87 cinzentos.A outra ocorrencia, a do Cerro Dof'\.a Lili, é claramenteintrusiva em sedimentos da Formacao San Miguel. Aparece com algumdestaque na topografia, e seu diametro é de cerca de 300 m.Asrochas constituintes, encontradas como matacoes, sao orientadas ede cores avermelhadas, aparentemente afiricas. Inicialmente, arocha desta ocorrencia foi descrita no relat6rio da Cuadricula 40(1966) como quartzo p6rfiro.Ambas ocorrencias, as dos Cerros Medina e Doña Lili, estaoconstituidas por fonolitos, aqui tentativamente atribuidos aFormacao Nemby,por comparac8.o com o fonolito do vizinho CerroGiménez (a W,na Folha Acahay), que apresenta idade K/Ar de 66 Ma(Velázquez, 1992; ver itens 4.2.8 e 5.2.3).Os "plugs" de rachas máÍicas S8.0 encontrados principalmentena regiao da Compañia Potrero Ybaté, onde ocorre urna dúzia depequenos plugs alinhados, numa faixa de uns 10 km de comprimentopor 4 km de largura, de rumo geral SE-NW, dentro da qual tambémse posicionam as ocorrencias de Tano 1 eTano 2 e a do conduto"lamproitico" Dú 1 (Figura 3.5). Estes "plugs" sao intrusivos nosmantos basalt6ides de Potrero Ybaté.Petrograficamente, se reconhecem vários tipos lito16gicos(leucita "lamproitos", "coci tos" , "basaltos" com leucita), quesao, na maioria dos casos, macroscopicamente semelhantes 8.Srochas basaltóides encaixantes, e portanto de dificilreconhecimento no campo, embora os seus contornos aparecam commaior detalhe emfotografias aéreas. A mais importante destasocorrencias é a do "plug" Nande Yara Gracia (Báez Presser, 1991),encontrado como pequena depressao de 200 m de diametro. Sao


88observados, no local, blocos de rochas vulcanicas de cor cinzapreta, com frequentes fenocristais (glomero-porfirlticos) deleucita, misturados com blocos de rocha basalt6ide encaixante.Outra ocorrencia é a do plug Yby, algo maior que oprecedente, encontrado mais a S. A rocha deste último corpo é decor cinza preto com marcado aspecto lamproflrico (comfenocristais subcentimétricos de piroxenio preto, olivinaavermelhada e microcristais de leucita) , também comumenteentremeados aos blocos de rocha basalt6ide encaixante.Intrusivos nas facies do conduto "lamproitico" Dú 1, ocorrem"plugs" de rochas basalt6ides com leucita, de cor cinza, tambémcom marcado aspecto porfirítico (com fenocristais de piroxenioverde e olivina incolor). Estes "plugs" sao de reduzido diámetro(100-300 m), e ficam localmente destacados na topografia.Knxame de diques Ybytymi. Este enxame de diques (BáezPresser, 1992) possui uma extensao de 70 km, com rumo N50 o W, 17km dos quais expostos na Serrania de Ybytymi, na Folha LaColmena.Nesta folha predominam diques de rochas máficas(lampr6firos, cocitos) e félsicas (traqui-fonolitos), mostrandodistribuieao zonada (lateral e longitudinal).Variedades de lamprófiros micáceos (minetas) sao encontradosmais comumente nos flancos da serrania, encaixadas nas rochassedimentares mais finas da FormaQao San Miguel; inexistem naporeao central do enxame. Os "cocitos", alitologia mais comumdepois dos lampr6firos, estao localizados tao somente na área doCerro Chobi, por dentro do anel externo previamente citado. Os


89 cocitos sao muitos raros fora desta área.Diques de traquitos, de cores bege e cinza, ocupam tanto ocentro como as partes laterais do enxame.Todos os diques possuem espessuras submétricas a métricas eseguem o rumo regional N50oW, mostrando ao longo de seu percursoal~nnas varia~oes em espessura e freqüencia.A cobertura do solo e vegetac;:ao torna dificil aidentificac;:ao dos diques no campo (veja-se o exemplo mostrando naFoto 9). Entretanto, o reconhecimento das estruturas lineares emfotografias aéreas e observa~oesem afloramentos isolados mostramdirec;:oes de intrusao que variam entre N300W a N70oW, com valorespredominantes em torno de N500W,com disposic;:ao subvertical, oucom mergulho aparente de 70 a 80° a W. A sua abundancia énotável, estimando-se perto de 100 diques por cada 1000 m derocha encaixante, em parte aparecem como diques múltiples (comodiscutido com Rock, 1991, como pessoal) e estao sempre muitopróximos uns dos outros. Alguns diques de minetas aparecemdescontinuos, com estruturas "en echelon".Sao citados a seguir dois exemplos caracteristicos deintrusoes múltiplas. Na estrada entre a cidade de Caballero e aCompañia de Chauria ocorre umdique métrico de mineta (poucoporfiritica), encaixada em sedimentos da Forma~aoSan Miguel, quemostra na parte central um dique de "cocito", de espessura devários declmetros, por sua vez invadido por um dique de minetacom megacristais muito alterado e de espessura métrica. Um outroexemplo é encontrado no corte de estrada que une os locaisCompañia Kirito eIriarte, onde um dique alterado de mineta éinvadido por um segundo dique de mineta. Em todos estes casos, os


90 diques posteriores apresentam-se com a mesma dire


91paralela a dos diques NW.As suas caracteristicas sugerem tratarsede dep6sitos de aluviao e colúvio. depositados em áreanegativa sujeita a rápida subsidencia por motivos de ajusteestrutural.Um perfil foi levantado ao longo da trilha que parteimediatamente a S da Cidade de La Colmena. com rumo a localidadePotrero Alto. Em partes mais elevadas, ainda na presenQa destesdepósitos, observa-se alta freqüencia de seixos (2-10cm)quartzosos, distribuidos no solo a maneira de linhas de seixos.Algo para S deste ponto, sao encontrados arenitos conglomeráticosm&dios a grossos de cor vermelha, cujos seixos (ora arredondados,ora irregulares) sao constituídos por rochas regionais (arenitosda Forma~ao Cerro Jhú, diabásios alterados da FormaQao AltoParaná erochas basaltóides alcalinas alteradas, entre outros).Superpostos a estes arenitos, e em parte nos mesmo niveistopográficos, ocorrem arenitos litificados grossos ede coresbege ocre e vermelha, com seixos concentrados em niveiscentimétricos.A maior parte dos afloramentos desta formaQao, na Folha LaColmena, foram identificados em fotografias aéreas.As rochas desta unidade, embora ocultas em geral, sedestacam por mostrar no campo linhas de seixos, concentradas naslombadas como remanescentes de erosao; como tal podem serconfundidos, localmente com os afloramentos descontinuos dada qual se destacam pela posiQao e,principalmente, a litologia constituinte dos seixos. Esta unidadeclástica, com características de depósito de talude e idadevariável (possivelmente Cretáceo Superior? a Terciário Médio?),


92e neste trabalho correlacionado com as rochas da Forma~goPati~o,com as quais se correspondem pelas suas fei~oes(litologia, etc.)e significado geológico (ver Capitulo 5).Depósitos QuaternáriosPreenchendo as partes baixas, encontradas principalmente emparte dos Blocos Vale de Acahay eSan José, ocorrem depósitoscoluviais e aluvionais recentes, constituidos por materiais desdefinos (limos, siltes, argilas brancas a ocres, em partepozolanicas; Zarza, como pessoal, 1990) até grossos (seixosarredondados de tamanhos diversos, matacoes, etc., derivados dasforma90es presentes na regiao), que sao coletivamente denominadosde forma90es do Quaternário.


93 CAPÍTULO 4:FETROGRAFIANeste cap1tulo, serao descritos com maior detalhe as váriasrochas 19neas esedimentares menc ionadas no capitulo anterior.Ascaracter1sticas definidas para as rochas sedimentares saoaquelas observáveis com a lupa binoc'ular e de campo. Por ser oescopo do presente trabalho principalmente o do levantamentogeológico da Folha La Colmena, nao sao apresentados dadosreferentes a distribui~ao granulométrica dessas rochas, ou asque seriam observáveis em se~oesdelgadas, que ainda requereriamprepara~aopor meio de técnicas de impregna~ao.Um dos objetivos adicionais do trabalho aqui apresentado éo de definir coloca~aoe natureza das rochas igneas encontradasna regiao. Para tal, foram colhidas, nas etapas de campo,mostruários os mais completos possiveis, totalizando perto de200 amostras de mao; 150 delas foram descritas macroscopicamentee 120 definidas em fun~aodo estudo de láminas delgadas, com omicroscópio petrográfico. Embora nao se conte com dados quimicospara a maioria destas rochas, parece de utilidade urna defini~aoinicial baseada em dados petrográficos, para o universolitológico tao particular instalado na Folha La Colmena. Dadosquímicos e isotópicos sobre várias destas rochas estaodispon1veis em Velázquez ( 1992) , Comin-Chiaramonti et 81.(1990), Gomes ~t al. (1989) e Bitschene (1987).A seguir, sao descritas em seqüencia as rochas sedimentaresdas várias unidades mapeadas. Em separado, continua-se com El


94 descri~ao das rochas igneas, inic iando-a com a dos granitos eri61 i tos do Grupo Caapucú e dos vulcanitos da Forma~8.o Al toParaná e finE\lizando com as referéncias sobre o variadissimoconjunto pertencente a Forma~8.oSapucai.A 10caliza


95ee14'6/7'/ \20J/2/'215~ .....VbylymiI 610 } '20 ....14JI , 14n )362 ~O '1'14JJL1441 T1429 et02e208 e360 e I e/ 1'0}/7 [:213300 1440 \ / 1601 20/~ It- J6J \ 1216I


96Formacao Cerro JhÚ. ir. a unidade mais espessa e heterogénea doGrupo Caacupé. Predominam, entretanto, os arenitos, variando definos a muito finos (-0,125 mm). até grossos a muito grossos(0,5--2 mm), os últimos em parte conglomeráticos. As cores,também variadas, sao em geral emtons de amarelos, marrons abege, esbranquicados a vermelhos. As estruturas s&o comumentemacicas, por vezes estratificadas.Mineralogicamente, predomina o quartzo, desde bemarredondado a anguloso. O feldspato e os opacos encontram-se emproporcoes menores apenas em algumas amostras (-5%), o primeirosempre alterado. Sao arenitos em geral friáveis; o cimento,pouco abundante, é ferruginoso.Estes arenitos maduros sao classificados como quartzoarenitos a arenitos com quartzo, em alguns casos variando paraquartzo arenitos com feldspato.Formacao Tobati. Predominam nesta unidade arenitosfriáveis, petrograficamente mais homog€meos que os da formacaoanterior, macicos a, mais raramente, finamente estratificados,formados predominantemente por clastos de fracao areia meia (emtorno de 1, O mm); arenitos diferentes, mais grossos ou maisfinos, aparecem em quantidades subordinadas. As cores saoesbranquicadas, com tons amarelados a bege.Os clastos sao quase exclusivamente de quartzo, incolor aesbranquicado, predominantemente angulosos a levementearredondados (feicao que os diferencia notavelmente dos clastosda Formacao Cerro Jhú). Os opacos, pouco frequentes «1%), saoobservados em algumas amostras. O cimento, sempre escasso ou atéausente, é de hidróxido de ferro.


97 Trata-se de quartzo arenitos mineralogicamente maturos.4.1.2. Formacao San MiguelA variada litologia encontrada nas Unidades Inferior, Médiae Superior desta Forma9ao sao descritas a seguir.Os afloramentos, infelizmente escassos e de qualidadepobre, nao permitem maiores requintes na observa~aode campo eimpedem urna coleta sistemática de todos os tipos; referéncias asua abundancia e classifica~ao devem portanto ser consideradastentativas.Unidade Inferior (U1) . Sao encontrados estratos deespessuras decimétricas a métricas, constituidaspredominantemente por rochas finas peliticas e areniticas.As rochas peliticas, friáveis, sao em parte lutitos(pelitos), de cores avermelhadas escuras aclaras. Lamitos, emgeral com lamina~ao, sao observados em menor quantidade, commatriz predominante argílica, mostrando ainda "clay galls" efra90es c lásticas mais grossas (clastos de areia fina a média,até 0,5 mm, mais raramente alguns de 1 mm). Sao reconhec idosargilo-minerais nao determinados, quartzo e micas.Os estratos de arenitos, com estratifica9ao mais grosseira,estao mais compactados, mostrando por vezes marcas de ondula~oese sinais de bioturba9ao (com tubos verticais). As cores sao oraclaras (cinza esverdeado, bege) ora mais escuras (vários tons deavermelhado). Os clastos dominantes sao de areia muito fina«0,1 mm) a média « 0,5 mm); raramente, aparecem c lastos deareia grossa (em torno de 1 mm). Misturadas, aparecem fra~5esde


98silte e argila, em propor~oes por vezes significativas. Ac imenta~ao é por argilo-minerais e óxidos de ferro, em partetambém por silica; mais raramente, encontra-se algum cimentocarbonático. Os minerais reconhecidos sao quartzo (desdeanguloso a arredondado), predominante junto com micas (brancas aincolores), feldspato alterado e argilo-minerais.Varia~oesde importáncia local, desviando-se deste padrao,sao observados em alguns locais. Na localidade conhecida comoCabacuá (SE da cidade de Ybytimi) ocorrem estratos de arenitosfinos, avermelhados (cor tijolo), compactados por abundantecimento carbonático, interestratificados com lutitos friáveisavermelhados. Nalocalidade de San Miguel, poucos quilómetrosmais a W, observam-se em niveis estratigrá.ficos equivalentesarenitos finos e siltitos compactos de cor bege a marrom,cimentados por silica e algo de carbonato; nestes estratosocorrem lentes de aspecto convoluto.Os arenitos predominantes sao classificados como arenitosmineralogicamente imaturos quartzosos a arcosianos,predominantemente de granula~aomuito fina a média.Unidade Média (U2) . Melhor reconhecida nos niveisestratigráficos médios, esta unidade está compostaprincipalmente por arenitos heterogeneos, e de granula~aomédia(em torno de 0,5 mm) a grossa (em torno de 1-1,5 mm), detonalidades claras (esbranqui~adas a bege) a vivas(avermelhadas, em tons de vinho, róseo, etc). As rochas saoequigranulares einequigranulares, aparecendo entao com matrizde areia mais fina, ebastante compactadas por influencia docimento argiloso e ferruginoso. Os estratos sao de aspecto


99mac i90; estratificac;ao fina é pouco comum. COffiPosicionalmente>aparecem graos de quartzo (por vezes, omineral predominante,arredondado a subanguloso), feldspato (fresco ou alterado),micas brancas a incolores e argilo-minerais, por vezes emabundancia.Trata-se, portanto, de arenitos fe ldspáticos composic ionale texturalmente imaturos.Unidade Superior (U3). Predominam na unidade as rochasdegranUla9aO grossa, com estruturas macicas e pouco compactadas.Sao encontrados arenitos grosBos a muito grossos,conglomeráticos pela participaQao de freqüentes gránulos eseixos de vários milimetros, que se alternam com conglomeradospolimlcticos, mostrando predomináncia de seixos (4-40 mm) emmatriz de conglomerado fino (grfulUlos de 2-4 mm) e de arenitogrosso (> 1 mm). O cimento dos arenitos e conglomerados éferruginoso e de argilo-minerais.Os seixos encontrados sao de quartzo de veio, de rochasmetamórficas xistosas e igneas alteradas e de rochassedimentares (arenitos silicificados decores esbranqui9adas,amare ladas a ocres e avermelhadas), alongados-elipsoidais,tablóides, arredondados. Em alguns nivels, aparecem os seixos dequartzo como const i tuintes únicos ou francamente predominantes.No arcabou90 de todas estas rochas, rudáceas ou psamiticas,predomina sempre o quartzo arredondado a subanguloso,acompanhado por feldspato alterado e micas.As rochas sao classificadas, portanto, como arenitosconglomeráticos e conglomerados quartzosos, com feldspato.


1004.2. ROCHAS ÍGNEASAs descri90es geológicas gerais, reunidas no Capitulo 3,informam sobre as caracterlsticas geológicas das rochas igneaspresentes na Folha La Colmena, com alguma indica98.0 sobre suanomenclatura.Neste capitulo, 58.0 discutidas com mais detalhepetrografia, mineralogia e textura destas rochas.Das rochas igneas coletadas (perto de 200 amostras,10caliza98.0 na Figura 4.1), aproximadamente 150 foram descritasmacroscopicamente. Cento e vinte delas foram laminadas eutilizadas para defini~oesmais pormenorizadas.As modas foram definidas por meio de contador de pontos, emrochas que mostravam granula~ao e tamanho suficiente parareconhecimento de minerais ao microscópio. 05 resultados saoapresentados em vArias Tabelas (Tabela 4.1 a 4.7) e lanQados emdiagramas modais (Figuras 4.2 a 4.8).Foram adotadas para efeito de classificaQ8.o asrecomenda90es contidas na literatura, emparte já citadas noitem 1.5 sobre Metodologia.Huitas destas rochas requerem cuidados especiais para suaclassifica98.0, seja por estarem inseridas nocontexto de umapetrogenese hoje considerada muito especifica (por ex., asrochas potássicas, ultrapotássicas e perpotássicas), seja porquea granula98.0, muito fina, impede precisoes maiores aomicroscópio. Nao seria possivel omitir, em todos estes casos, oquimismo como suporte fundamental ou, pelo menos, como


101informa~ao adicional para defini~ao dos nomes de rochas.A classifica~ao aqui apresenta.da, mesmo sem contar com oaval de informa~oes quimicas generalizadas, utiliza amineralogia e textura para aproxima~5es.Emseqüenc ia, sao descr i tos os seguintes grupos de rochasda Folha de La Colmena:- Rochas granit6ides e riolit6ides do Grupo Caapucú;- Diabásios da Forma~ao Alto Paraná;Rochas vulcánicas ede dique de alcalinas do PotreroYbaté, com as rochas piroclásticas associadas;- Rochas potássicas de suposta afinidade lamproitica e aspiroclásticas associadas;- Leucita melafonolitos com olivina (poss1veis "cocitos");- Lamprófiros;- Traquitos e fonolitos;Rochas sienitóides e monzonit6ides, encontradas como"plugs" e corpos menores.Agrupar as rochas igneas desta Folha por afinidadespetrográficas nao resulta fácil, por mostrarem muitas dasocorrencias urna petrografia singular, freqüentemente naorepetida em ocorrencias vizinhas; muitas vezes será necessário,entao, descrever cada urna destes casos por separado.4.2.1. Grupo CaapucúDois tipos diferentes de rochas foram reconhecidos nesteGrupo, os riolit6ides e os gra.nit6ides, estes últimosconsiderados intrusivos nos primeiros (ver Capitulo 3).


102RiolitóideB. Sao rochas porfirlticas maci~as, de corescinza rósea a avermelhada e alta propor~ao de fenocristais(>50% em algumas amostras) contidos em matriz muito finaafanltica. Como fenocristais, observa-se quartzo, ambos osfeldspatos, biotita e/ou anfib6lio verde escuro.Em lamina, os fenocristais de plagioclásio(surpreendentemente cálcicos, An40), aparecem como ripas, emparte zonados ecom geminaCao polissintética, apenas levementede formados. Os de fe ldspato alcalino, algo alterados, sao emalguns casos raramente pertlticos. Ambos feldspatos aparecem porvezes com bordas granofiricas. Os cristais de quartzo saoarredondados, emparte com engolfamentos. Os pouco freguentesfenocristais de anfibólio (hornblenda, com plecrolsmo de amareloesverdeado a verde amarronzado) mostra bordas e fraturascloritizadas; os debiotita, entretanto, aparecem maiormentecomo pseudomorfos, convertidos em clorita, allanita e opacos."1 lmenita" aparece como cristais opacos alongados. A matriz égranular fina, com os graos mostrando contornos poligonais,sugerindo algum reequillbrio metamórfico; é constituida porquartzo, ambos os feldspatos, anfibólio, apatita e allanita.Estas rochas sao riólitos s.l. (Tabela 4.1., Figura 4.2,Fotomicrografia 1).GranitóideB. Sao rochas de cores r6seas, em parte commanchas brancas, de granulacao fina a média (~1 mm) &, em algunscasos, grossa. Os minerais reconheciveis sao ambos os feldspatose quartzo; em algumas amostras, estao acompanhados de biotita.Ao microsc6pio, apresentam textura alotriomorfainequigranular. Os cristais de feldspato alcalino (microclinio),


TABELA 4-1Dados modals de rlo1ltóldes, granitóldes e dlabáslosRiol ito Riolito Grani to Granito Grani to Diabásio Diabásio "Diabásio"N2 02 03 01 04 06 1010 1031 10LlOLocal. Cord. Cord. Cord. Cord. Cord. Chauria Ob i P. AltoFC M FC MOlivo 1,6 1,4Cpx 33,7 39,7 22,6Plago 6,2 12,0 9,5 4,7 9,0 47,9 45,2 38,9FA 19,4 17,0 51,6 58,0 53,0 tr tr trQzo 14,6 14,6 34,3 37,3 35,0 tr tr t rBiot 2,6" 3,0 tr 2,6 trAnf. 2,2Opacos 0,2 1,0 0,4 9,4 3,5 10.6Vldro 7,4 10,2 27,9Acess, 0,6 tr tr tr tr% 42,4 57,6 46,4 53,6 100 100 100 100 100 100.. Biotita e anfibó110. Para localiza9ao das amostras ver Figura 4-1.Abrevia90es: Acess.: aces?órios; Anf.: anfibólio; Biot.: biotitaj Cpx: clinopiroxenio; FA : feldspatoalcalino/potassico; Oliv.: olivina; Plag.: plagioclasio; Qzo: quartzo; tr.: tra90s.FC: fenocristais; M: matriz.Localidades. Cord.: Serrania de Cordillerita; Obí: Cerro Obi; P. Alto: Potrero Alto.....O(¡J


104 Q 50 MFAFigura 4-2. Modas de riolitóides e granitóide s do Grupo Caapucú e de diabásiosda Forma~ao Alto Paraná. Granitóides: triángulos c heios; diabasios:x; propor~oe s de fenocristai s , em riolitóides: triángulosvazios. Triángulo modal Q (quartzo)-FA (feldspato alca lino ) -P(plagioclásio). No triángulo Q-Pl-M (maficos) é represen tada a quantidade Ototal de minerais máficos encontrada na roc ha.I


105freqüentemente alterados (em caolim, etc.), mostram pertitas anastomosadas ou entrela~adas(do tipo "bralded"). Os cristais de plagioclásio (por volta de An32),mais frescos, sao em parte zonados. Os graos de quartzo sgo intersticiais e estgo intercrescidos com feldspato, formando gran6firo; alguns deles . tem tamanhos maiores. Como acess6rios sao observados cristais de biotita marrom, opacos irregulares aretangulares alongados ("ilmenita"), apatita, allanita (secundária e/ou primária) e esfeno (Fotomicrografia 2).Os dados modais para estas rochas (Tabela 4.1) aparecemlan~adosna Figura 4.2, onde ocupam o campo dos sienogranitos edos alcali·-feldspato granitos.4.2.2. Forma~ao Alto ParanAEstas rochas aparecem na sua maioria formando parte doenxame de diques Potrero (Báez Presser, 1992), mas também comoalgumas ocorrEmcias isoladas (por ex. no Cerro Obi, ver AnexoA) .A observa~ao macroscópica diferencia duas variedades. Aprimeira égranula~aoa dos diabásios pretos, que sao rochas escuras, demédia a grossa (2-5 mm), formados por cristais pretosde piroxénio e ripas esbranquicadas de plagioclásio. A segunda éa dos diabásios cinzas a cinzas claros, de granulac8.o fina emédia (em torno de 1 mm), com pirox~nioe plagioclásio inseridosem matriz fina.Ao microscópio (Fotomicrografia 3), o primeiro grupo mostratextura subon.t ica, com augita rósea (a salmao) e alguns graos


Fotomicrografia 1. Riolitóide (Grupo Caapucú). Fenocristais deplagioclásio (P), feldspato alcalino ( F), quartzo (Q) eanfibólio (a), contidos em matriz mais fina. Amostra C03.Nicoles cruzados (N X). Dimensao horizontal é 5,5, mm.Fotomicrografia 2. Granitóide (Grupo Caapucú). Cristais debiotita (Bi) marrom hipidiomórfica, que está acompanhada decristais de quartzo (incolor), feldspato alcalino (F) alterado eplagioclásio zonado e fresco (assinalado pelas setas). Cristaismenores de opacos se agrupam junto a (Bi) (canto inferioresquerdo). Amostra COl. Nicoles paralelos (N 11). Dimensaohorizontal 5,5 mm.Fotomicrografia 3. Textura subofitica no diabásio da Forma~aoAlto ParanA. Ripas de plagioclásio, piroxénio e opacosalotriomorfos, com umcristal de olivina (01) serpentinizada.Amostra C1030. N 11. Dimensao horizontal 5,5 mm.


106.. .....


107de pigeonita, acompanhados de plagioclésio (An50-65). Olivinaaparece comopequenos cristais subidiom6rficos convertidos emserpentina.Minerais opacos aparecem como irregulares.Intersticialmente, aparecem intercrescimentos de feldspatoalcalino e quartzo. Apatita encontra-se como agulhas; a biotita,muito acessoriamente, ocorre como láminas "enroladas".Os dados modais (Tabela 4.1, Figura 4.2) e ascaracteristicas dos minerais sugere que se trata de toleltos s.s.ou de toleítos andesiticos.Os diabásios cinzas, ao microsc6pio, possuem texturasubofltica a hialofitica e estao formados por cristais de augita(mais raramente de pigeonita), com cores emtons de verde asalmao, e de plagioclásio cálcico (?), em parte alterados. Vidroalterado e devitrificado ocorre intersticialmente.Acessoriamente,sao observados cristais opacos (" ilmenita") eapatita.Estas rochas, por possuir vidro eter o plagioclásio algoalterado, nao foram classificadas, mas sao certamente "basaltos"toleiticos, como os anteriores, algo mais diferenciados.4_2_3_ Rochas basalt6ides alcalinas do Potrero YbatéAcumulam-se neste campo de topografia pouco acentuada vériostipos de rochas vulcanicas e intrusivas com piroclastosassociados. Sao lavas "basálticas", rochas de dique econdutospiroclásticoB, todos caracterizados pelo quimismo potássico (emparte, com afinidade lamproitica).


108Lavas "basálticas" com leucita. Sao encontrados mantos(derrames) de lavas de aspecto basáltico, em parte aflricas, quemostram em alguns casos fenocr istais de piroxenio (mi 1imétricosa centimétricos), acompanhados de olivina de cor caramelo e· leucita esbranquicada, colocados em matriz fina. Em algunsblocos, sao encontrados também lavas com veslculas preenchidascom zeólitas e carbonato.Ao microscópio (Fotomicrografias 4, 5, e6), estas rochassao de textura porfirltica seriada, localmente glomeruloporfirítica.Os fenocristais sao de augita diopsldica (cristaisprism&ticos correntemente zonados), olivina (cristais idiomorfosa alotriomorfos, em parte xenocristais, ora frescos com bordas efraturas convertidas em iddingsita e serpentina, ora totalmentealterados em serpentina e opacos, de composicao magnesiana,Fo~90-80), opacos (idiomorfos, geminados a irregulares),"leucita" (como cristais agregados com textura de "frog spawn" ,total ou parcialmente alterados em analcima eargilo-minerais,reconhecendo-se cristais com fina gemina~ao polissintética).Mais raramente, ocorrem fenocristais deplagioclásio cálcico,comumente agrupados. A matriz é intergranular, em partehialofítica, muito fina afina, composta por clinopiroxenio,feldspato alcalino e plagioclásio cálcico (An65-42), opacos("magnetita"), "leucita" e vidro alterado; acessoriamente,observa-se biotita, apatita, carbonato (secundário ?) e,raramente, anfibólio alcalino e nefelina.Dados modais (Tabela 4.2) foram obtidos para as proporcoesrelativas de vários minerais fenocristalinos e, em alguns casos,para a rocha total. A escassa quantidade de olivina caracteriza


Fotomicrografia 4. Basaltóide do Potrero Ybaté (tetri-fonolito).Fenocristal de piroxenio, com inclusoes parcialmente alteradasde olivina (01), em matriz com feldspatos, piroxenio e opacos.Amostra C1454. N //. Dimensao horizontal 5,5 mID.Fotomicrografia 5. Basalt6ide do Potrero Ybaté. Enc lave(cognato?) ultramáfico, com piroxenio e olivina (01), com outrosfenocristais, em matriz formada por piroxenio, opacos efeldspatos. Amostra C1450. N //. Dimensao horizontal 1,4 mID.Fotomicrografia 6. Textura localmente orientada em basaltóide doPotrero Ybaté. Glomérulos de piroxenio (Pi) e opacos, em matrizcom piroxenio, opacos e feldspatos. Amostra C1420. Dimensaohorizontal 5,5 mID.


109


110estas rachas, sensu latu, como"basaltos" alcal inos tetr1t icosque se localizam mais no campo dos tefri-fonolitos; o alto teorde potássio permite também considerá-los como integrantes das~rie das traquibasaltos (cf. Wilkinson, 1974).Diques de "basalt6ides" com leucita. Estes diques, contendorochasporfiricas simi lares as ac ima citadas, cortam tanto os"basaltos" alcalinos como os condutos piroclásticos e as rochassedimentares.Petrograficamente, apresentam-se estas rochas com amesmamineralogia das lavas "basálticas" com leucita. Sao comuns osfenocristais de augita diopsidica, olivina, opacos e leucita, eraros os de plagioclásio cálcico, contidos em matriz finacomposta por clinopiroxenio, opacos, plagioclásio, feldspatoalcalino, leucita e vidro alterado; como acess6rios aparecembiotita (em alguns muito abundante) e apatita.Dados modais totais eparciais de algumas amostras estaoregistrados na Tabela 4.2. Em diagramas modais (Figura 4.3),aparecem as rochas nos campos dos tefri-fonolitos etraquitoscom feldspatóides, apresentando afinidades com ostraquibasaltos.Rochas piroclásticas associadas. Estas rochas ocorrem comoextensos mantos claramente reconhecidos na vizinhan~ado córregoCaaí'í.abe. Esta.o alteradas, mostrando caracteristicamente coresarroxeadas a vermelhas vinho escuro.Predominam os depósitos mais grosseiros, com clastos quevariam do tamanho cinza ao de lapilli, localmente atingindotamanhos de blocos, de lava vesicular. Sao angulosos airregulares; pisolitas S8.0 encontrados como c lastos menores. A


TABELA 4-2Dados modals de basaltóldes alcalinos do Potrero Ybaté1411 1412 1413 1414 1415 1420 1422 1423Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe I'!OJiY 10,5 10,8 17,7 4,7 10,0 0,4 1.2 1,4Cpx 16,6 25,7 15,0 22,9 18,1 6,9 21,S 7,3 18,4 18,3BiotFoide a 30,3 7,5 lO,2 b tr 14,1 bFA 25,0 12,8Plag 26,2 19,3~ 3,4 1,0 8,8 3,1 14 ,?Vidro tr :rAcc"60,8 39,2 36,S 63,S 32,7 67,3 35,1 64,9 28,1 71,9 8,3 91,7 11,6 88,4 19,8 ~',2Mf 38,6 53,0Fe: fenocristais; M: matriz; a: geralmente "leucita"; b: incluindo Yidro e/ro altera;ao; e: diques (as dema1s rochas sao ~raer\JStais).Todas as arrostras s80 do Pretero Ybaté. Mf: rMficosPara local iza.;ao das arrostras, ver Figura 4-1.TABELA 4-2. contlnuacao1424 142S C 1426 c 1427 1431 1433 1434 1435Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe MOliY 9,5 7,1 1,4 0,7 1,4 3,5 0,6 4,9 0,5 1.6 1.9 3.8Cpx 10,9 8,4 3,0 18,0 26,2 19,3 24,8 4,4 20,2 21,8 9,4 8.9 6.5 13.8Biot tr 7,0 3,4 2,3 1,1Folde s 6,6 9,Sb 6,9 10,6 8,4 11,1 1,9 19.5 bFA 31,7 48,2 20,0 12,0 19,5 V.ZPlag 15,8 3,5 5,9 10,3 8,2 8,2 4,3 11.9~ 3,1 4,9 3,0 0,5 4,0 7,8 9,5 1,3 9,6 5,5 2.9 1.6 11.9Vldro tr tr - 18,6 trM:e~23,5 76,5 10,9 89,1 30,9 69,1 34,4 65,6 22,1 77,9 44,7 55,3 17.7 82.3 11.9 88.1Mf' 43,9 32,9 62,8 44,S 52,8 39,5~~~


TABELA 4-2. Contlnua~aO1437 1439 1450 1451 1452 1453 1454 1455pe M pe M pe M pe M pe M pe M pe M pe MOl1v 4,7 0,9 1,8 3,3 1,0 3,2 9,9 6 , 2 B.OCpx 9,6 22,3 11 ,2 6,4 21,1 15,9 10,2 3::>,9 15,5 20,2 29,BB10t 2,1 1,0Faldea 13,7 3,0 5,6 0,5 17,0 24,6 6,1 1,0FA 39,2 28,2 36,7P1ag 7 , 7 8,0 5,4~ 3,6 4,2 3,B 11 ,5 1,6 4,1Vldro tr tr/v:;C 0,8% 26,9 73,1 3::>,0 70,0 11 ,6 88,4 19,2 80,8 37,4 62,6 40,2 59,B 25,4 74,6 37,8 62,2Mf 44,5 46,3 56,9TABELA 4-2. Cont1nua


FA• • •• •so•• -.•• •• ••••113M so F Cpx.+Bi 50 OpFigura 4-3. Modas de basaltóides alcalinos do Potrero Ybaté. Triángulos FA­Pl-F (fe ld spatóide), FA-F-M e 01 (olivina)-Cpx+Bi (clinopiroxenio+biotita)-Op (opacos) . M é a quantidade total de minerais máficos.Ver também legpnda da Figu ra 4-2.OlivM F Cpx.+Bi 50 OpFigura 4-4. Moda de r ochas de afinidade lamproítica e de leucita melafonólitos.Afinidade lamproítica: triángulos cheios; melafonolitos: triángulosva zios. Ver também legendas das figuras 4-2 e 4-3 .


114propor~aoda matriz de cinza é variável, por vezes predominante.Estas rochassao "tefra" de 18.1>1111 aparecendo como camadas deestratificaQgo grosseira (Fisher & Schminke, 1984; Ulbrich,1986) .Nos clastos, em particular nos fragmentos de rocha (C. 1411a 1415) reconhecem-se piroxenio, olivina, opacos e leucita,colocados em matriz muito fina intergranular com clinopiroxenio,feldspato alcalino, plagioclásio, leucita, com alguma apatita ebiotita. Estes fragmentos sao, portanto, inteiramente semelhantesaos "basaltos" alcalinos previamente descritos, aos quais estaoassociados.4.2.4. Rochas potáss1cas de afinidade 1amprolticaEstas rochas sgo encontradas formando "plugs" e condutospiroclásticos. Um primeira divisao diferencia 2 tipos, as rochasportadoras de leucita, e as que apresentam olivina, o primeiroencontrado em "plugs" e o segundo como condutos piroclásticos ealguns diques.O "p1ug" Rande Yara Gracia. Com uns 200 m de diametro, éconstituido por rochas de cor cinza escura, com abundantescristais e glomérulos de leucita (> 1 mm), esbranquicados aesverdeados, acompanhados de fenocristais menores de piroxenio eolivina, junto com pequenas amigdalas de zeolita.Ao microscópio (Fotomicrografias 7, 8 e 9), os fenocristaisde leucita mostram centros incolores com fina geminacaopolissintética, que formam cristais agregados ("frog SP8.wn") ,englobando cristais de diopsidio púrpura (prismático a


115esquelético, zonado com o centro incolor e bordas púrpuramarcado a róseo, com plecroismo Y = púrpura e/ou róseo forte a Z= róseo amarronzado), diopsidio (incolor a verde fraco, z onado),olivina (cristais serpentinizados), opacos prismáticos aariculares com bordas de cor vermelho amarronzado (priderita ?)e prismas de apatita. Outros fenocristais sao de olivina(alterada em serpentina), opacos (idiomorfos a irregulares), emais raramente diopsidio (prismas algo zonados).A matriz fina é intergranular (com marcado idiomorfismo doscristais) a hialofitica, composta por diopsidio, opacos cúbicose outros nao identificados, sanidina, vidro alteradointersticial e alguma leucita. Acessoriamente, se reconhecemflogopita, apatita ediopsídio púrpura-róseo (alguns cristaiscom borda de egirina ?).Dados modais sao encontrados na Tabela 4.3. Nodiagramamodal, aparece no campo dos leucita fonolitos (Figura 4.4).As recomenda~oes sobre a classifica~ao das rochaspotássicas e em particular dos lamproitos (Scott-Smith &Skinner, 1984a; 1984b; Jacques et al., 1984; Mitchell, 1985,1989; Mitchell & Bergman, 1991) variam de autor para autor, emparte porque as rochas sao incomuns, e também porque cadaprovincia de rochas potássicas e lamproiticas apresentaparticularidades mineralógicas que nao se repetem em outrasprovincias. Sugere-se entao como base para a classifica~8.o aabundancia modal dos minerais (ver discussao em Mitchell eBergman, 1991). A rocha descrita, desta forma, mostra urnamineralogia parecida a um leucita-diopsidio-sanidina-olivina"lamproito" ("cedricito", ver também Baéz PreBser, 1991, 1992).


Fotomicrografia 7. Pirox~niosem glomérulos de fenocristais deleucita, em rocha de afinidade lamproitica. Pirox~nio r6seoamarronzadozonado junto com opacos prismáticos e aciculares(rutilo?, priderita?) (ver seta). Amostra C300,"plug" NandeYara Gracia. N //. Dimensao horizontal 1,4 mm.Fotomicrografia 8. Detalhe de pirox~nio,mesma amostra da fotoanterior. Pirox~nio de cor r6sea marcada, com borda verdeintenso (egirina?) numa extremidade (ver seta), a qual seadiciona lamela de biotita-flogopita (?). Dimensao horizontal0,7 mm.Fotomicrografia 9. Opacos e textura de arrefecimento, mesmaamostra da foto anterior. Opaco prismático com borda (mais fina)de cor marrom avermelhado, levemente pleocr6ica (rutilo?,priderita?). As finas agulhas de apatita (ver seta) sugeremresfriamento muito rápido na última etapa de colocacao da rocha.N //. Dimensao horizontal 0,35 mm.


116


TAnELA 4-3Dados modals de rochas de afinldadc lamproiUca e melafonol1tos1401 340 J428 360 361fuer Kr1sto s.José s.José Ybaté S.Mlguel Ybyt. Ybyt.Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M0l1v 5,4 tr 3,3 1,0 0.8 10,8 2,0 1,0 4,6 :J,4 1,8Cpx 0,7 17,0 16,2 20,0 33,4 24,2 13,1 14,0 25,2 2J ,6 J6,4Bio 1,3 0,4 2,4F01de a 44,3 tr 6,4 2,1 7,5 9,0 2,8 10,6 7,9FA 19,7 33,5 29,3Vldro 4,0 tr tr0,9 5,4 3,6 4,3 5,0 3,0 S,SAcc 1,351,3 48,7 19,9 80,1 24,6 75,4 40,6 59,4 37,1 62,9 24,0 76,0 37,6 62,4 38,6 61,4Mt' 32,0 56,8 52,2a: geralmente "Jeucita"; b: dados de cocHos de W~r e Velde (1986); Fe: fenocristais; M: matriz; M.f: márlcos.Localidades: ÑYGr: Ñancle Vara Gracia; Ybyt,: Ybytyml; Yzu 1: Ybytyruzú (a. leste da Folha La Colmena). As arostras 3XlB, 1401, 330, 340, 445, 342b, 342c e 1439 sao de rachas de afinidade lOOlProit1ca; as demais sao de meJ afonol1 tos , Localizat;ao das amostras na Flg. 4-1, TABELA 4-3. Cont1nua~ao362 363 364 367 368 369 375 445Local Ybyt Ybyt Ybyt Ybyt Ybyt Ybyt Ybyt [AJFe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe M Fe MOl1v 7,2 3,8 1,9 4,0 1,0 6,0 5,6 4,0 4,0 1,0 2,0Cpx 19,8 38,0 24,5 28,0 12,0 6,8 J5,2 15,4 14,6 31,2 7,0 ll,O J5,OBl0 4,0 3,0 2,8 1,0Folde a 12,1 JO,O 0,6 42,7 20,6 19,0 trFA 30,4 22,3 31,3 26,8 40,0Vidro~Acc. 1,00,4 0,6 2,0 5,0 7,0 1,9 7,8 7,0 3,0 14,027,4 72,6 53,9 46,1 27,0 63,0 48,0 51,0 55,5 44,5 43,5 56,5 5S,2 44,8 16,0 84,059,0 35,0 48,1 54,2 60,0J3,OTABELA 4-3. Cont1nua~ao342b 342c 1439Local El 0010 EJOO10 DÚ-2 Yzu-IFe M Fe M Fe M Fe MlllbVletnanOllv 30,0 16,2 7,9 4,7 1,9 3,0 19 20Cpx 6,0 4,6 27,8 22,3 10,2 19,6 30 27l11bVI e tnanBl0 2,6 1,6 7a 7Foide 10,8 3,0 12,4 6,2FA 23,2 34,6 39 40Vldrotr~ tr 1,0 6,9 tr 9,3 5 4Acc tr tr36,0 64,0 21,8 79,2 30 70 29 6167,0 50,0 61 52


118o conduto pirocláBtico Dú 1. Mostra uma facies piroclásticaeuma hipoabissal (Figura 3.5) (para analogias, ver Smith &Lorenz, 1989; Mitchell, 1989; Mitchell & Bergman, 1991). Naprimeira, pouco exposta, observa-se uma rocha alterada de corbege a bege ocre, compacta, formada por fragmentos polimicticosangulosos a arredondados, que variam de alguns milimetros(lapilli fino) a submétricos (blocos de rocha vulcanica maci~a),sustentados por matriz fina «2 mm) de cinza alterada e de areiagrossa. Também ocorrem fragmentos de cristais máficos (por ex.,diopsídio verde, flogopita e olivina alterada), 06litos episolitos ferruginosos, e seixos de quartzo de veios. Saotufitos epiclásticos de lapilli, tufo-brechas epiclásticas e,localmente, brechas vulcanicas epiclásticas (Fischer &Schmincke, 1984).As rochas expostas da facies magmática (Smith & Lorenz,1989) ou hipoabissal (Mitchell & Bergman, 1991) sao de cormarrom vermelha vinho, algo alteradas, com abundantesfenocristais de piroxenio, flogopita e olivina alterada,acompanhadas de vesiculas preenchidas por zeolita e algo decarbonato, com matriz fina.Ao microscópio (Fotomicrografia 11), observa-se que osfenocristais de piroxenio (diopsidio) sao idiomorfos efracamente zonados. Os de flogopita apresentam um centrofortemente pleocróico e bordas alteradas, algo mais escuras. Oscristais de olivina, idiomorfos (fenocristais) ealotriomorfos(xenocristais ?), estao totalmente serpentinizados; os cristaisde opacos sao idiomorfos a alotriomorfos, alguns deles com árease bordas de cor vermelha amarronzada a "laranja" forte,


119levemente pleocroico ("priderita"?) . Nas veslculas ocorrezeolita fibrosa incolor; o centro, por vezes, épreenchido porcarbonato. A matriz, intergranular fina (com marcadoidiomorfismo de alguns minerais, ~O. 1 a 0,3 mm), écomposta porabundante sanidina, opacos (cúbicos e "ilmenita") com dimensoesde microfenocristais e diopsldio; acessoriamente ocorrem aapatita e flogopita.Dados modais sao encontrados na Tabela 4.3. No diagrama APFa rocha é representada no campo dos traquitos, e mostramineralogia semelhante a um sanidina diopsldio olivina., lamproito" .O conduto Dú 2. Neste conduto foi somente reconhecido afacies magmática, pobremente exposta no leito do córrego que ocorta. Ocorrem rochas de aspecto lamproflrico com fenocristaishexagonais de flogopita, prismas de piroxenio (até de 5 mm),eolivina alterada de cor avermelhada (milimétrica) junto comabundantes vesículas irregulares (com preenchimento zeolitico).Ocorre ainda um delgado dique, de aspecto similar (texturalamproflrica com fenocristais de flogopita e piroxenio). Osfenocristais de piroxenio (diopsidio) sgo idiomorfos e zonados;os de flogopita apresentam-se com bordas corroldas com coroas deopacos. Os cristais de opacos sao idiomorfos e pelo comum estgointerpenetrados. Sao também vislveis vesiculas (com zeolitasfibrosas). A matriz é intergranular fina, localmentehialofítica, composta por sanidinamuito alterada, diopsidio,microfenocristais de olivina (serpentinizada), e opacos("magnetita" e" ilmenita"); intersticialmente ocorrem leucita(?) e vidro alterado; já como acessórios sao vistos apatita e


120raros prismas de um opaco nao identificado (priderita 7).Dados modais parciais desta rocha aparecem na Tabela 4.3.O conduto plrocláatico Kriato. Neste conduto saoencontrados a facies piroclástica e a magmática. A piroclástica,com melhores exposicoes que nos casos anteriores, mostra rochasde cores marrom escura a marrom vermelha vinho, alteradas. Saoencontrados tanto dep6sitos com predominio de clastos angulososde lapilli, vesiculados, em matriz cinza alterada (tufitoa delapilli), como outros com abundantes clastos pisoliticos delapilli acompanhados de blocos vesiculados centimétricossustentados por matriz de cinza alterada (tufo-brecha) (verFischer & Schmincke, 1984). Nos fragmentos juvenis, reconhecemsefenocristais de piroxenio e olivina (alterada) e, maisraramente, de mica (flogopita 7).As rochas da facies magmática aparecem como blocos de rochavulcanica escura, maciQa e porfiritica, com fenocristais depiroxenio verde escuro e olivina alterada; sgo tambémencontrados pequenos enclaves peridotiticos alterados ediminutas amigdalas com zeólitas. A matriz, fina, é de aspectobasaltóide. Inclui-se esta ocorrencia no conjunto das que S8.0tidas como de afinidade "lamproitica", pela semelhanQapetrográfica, 10caliz8Qao geográfica e a presenQa tanto derochas da facies piroclástic8 como da magmática numa estruturade conduto de forma lobulada (ver Capitulo 3).O conduto pirocláBtico Don Kladio 1. Nao sao encontradosafloramentos de rochas piroclásticas, mas num furo feito paraágua m de profundidade), reconheceram-se sedimentoscompostos por seixos, areia grossa a fina, argila ferruginosa e


121concre90es de material ferruginoso, mostrando um conjunto deminerais pesados caracterlsticos delamproitos (ortopiroxénio,clinopiroxemio, vários tipos de "piropo", de "espinelios" opacose de zircoes, "turmalina" arredondada, um possivel titanato e"diamante" ) ; supoe-se entao que estes sedimentos representamBedimentoB pirocláaticoB. Ocorrem ainda blocos de urna rochavulcanica escura, com abundante olivina (20%) de cor vermelho aesverdeado, com microfenocristais « 1 mm) idiomorfos emegacristais (~3mm), os últimos mais tipicamente alotriomorfos("xenocristais"), acompanhados de alguns fenocristais depiroxenio (6%) verde escuro. A matriz, de aspecto basáltico, émuito fina.Os diques que cortam a estrutura (Figura 3.6) aparecem comoblocos de urna rocha vulcanica muito escura, com abundantesfenocristais de olivina idiomorfa aalotriomorfa (milimétrica)acompanhados de fenocristais idiomorfos de piroxenio verde,idiomorfo. A matriz é muito fina.Ao microsc6pio (Fotomicrografia 10) , a rocha mostramicrofenocristais «1 mm) de olivina serpentinizada emegacristais (>1 mm)de olivina fresca, cortada por veios deserpentina, assim como também xenocristais do mesmo mineral (comextin9ao ondulante), junto com fenocristais de diopsidiofracamente zonado e idiomorfo e cristais de opacosalotriomorfos, alguns com zonas e bordas de cor vermelhoamarronzado (priderita?). A matriz é intergranular fina (commarcado idiomorfismo dos cristais máficos), estando formada porcristais poiquillticos de sanidina, que engloba cristais dediopsidio, opacos (quadráticos, retangulares a hexagonais),


122biotita-flogopita, e "leucita"; o vidro é intersticial ealterado, com abundante apatita acicular.Dados modais desta rocha sgo encontrados na Tabela 4.3 (~ertambém Figura 4.4), mostrando a composi~~ode fonolito, pela suaafinidade lamproltica, seria semelhante a um olivina-diopsidiosanidina"lamproito".O conduto piroclástico Yby. Mostra blocos de urna rochamuito alterada de cor vermelha vinho, com marcado aspectolamprofírico, com predominantes cristais idiomorfos de flogopitaalterada, acompanhados de pseudomorfos arredondados aprism&ticos de possivel olivina e piroxénio primários. A matrizé totalmente alterada (em argilominerais).O exame petrográfico (Fotomicrografia 12), mostra texturaclástica, com fragmentos magmáticos do tamanho de cinzas rochasporfirítica com fenocristais de flogopita fortemente deformada ealgo alterada, pseudomorfos de olivina idiomorfa a alotriomorfa(fenocristais proeminentes), e pseudomorfos de piroxenioprismático. A matriz apresenta-se argilizada, na qual saoreconhecidos prismas opacos, em parte avermelhados-amarronzados(priderita?). Enc laves argilosos de arenitos exenocristais dequartzo sao também reconhecidos entre os fragmentos clásticos.Nos condutos Dú 1, Don Eladio 1, Kristo, na rocha do Yby eno solo do "plug" Nande Yara Gracia, foi feito o reconhecimentoda associa~ao dos minerais pesados. Foram identificados:ortopiroxenios (verde ma~a, laranja, marrom); clinopiroxenios(verde esmeralda, verde folha); espinélios (cristais magnéticosa paramagnéticos, alguns como perfeitos octaedros); "turmalinas"(cristais arredondados com brilho "gelo" de cores marrom escura


Fotomicrografia 10. Olivinas em rocha de afinidade lamproitica.Glomérulos de olivinas (01) de hábito prismático e crescimentoirregular, sugerindo cristaliza~ao sob condi~oes dearrefecimento (ver também Mitchell e Bergman, 1991). Na matriz,sanidina, opacos, pirox!nio e feldspat6ide isótropo (leucita ?)(áres escuras). Amostra C442b, "pipe" Don Eladio. N X.Dimens~ohorizontal 5,5 mm.Fotomicrografia 11. Fenocristais em rocha de afinidadelamproitica. Diopsidio (Di), olivina (01) alterada, flogopita(F1) de bordas reabsorvidas, e amigdalas com ze61itas (versetas), em matriz com feldspato alcalino, piroxenio e opacosvários. Amostra 445, "pipe" Dú 1. N //. Dimensao horizontal 5,5mm.Fotomicrografia 12. Brecha polimictica, "pipe" Yby. Cristais deflogopita (amarelados), clastos de arenito (A) e quartzo(incolor) e fragmentos de rocha vulcanica (agregados maisescuros, ver seta) , em matriz alterada. N / /. Dimensaohorizontal 5,5 mm.


123


124a esverdeada); zircBes (cristais prism&ticos a arredondados.fragmentos de cristais idiomorfos, incolores a fracamente lil&s);granadas (com formas angulosas a algo arredondadas. de coresróseo vivo, vermelho, laranja-vermelho, amarelados,amarronzados); rutilo (opacos ? a transparentes); sulfetos(alguns cúbicos) ; "lucasita" (?); e cristais de poss1veisdiamantes (Fotografia 10). A importáncia do estudo da sulte deminerais pesados pode ser avaliada consultando os trabalhos deFipke (1991) e Báez Presser (1992) (e referencias a1 citadas).4.2.5. Leucita melafonolitos ("cocitos")As rochas descritas sob esta denominaQgo sao os tipos maisabundantes encontrados no enxame de diques Ybytyml. Sao rochas decor escura (cinza apreta, amarronzadas quando alteradas), dem~rc8doaspecto lamprof1rico, com fenocristais de piroxénio pretosubcentimétrico a centimétrico, e leucita esbranquiQada aamarelada, acompanhados de olivina (fresca a algo alterada) e,raramente, também com biotita. A matriz é afanitica ou degranulaQgo fina.Rochas deste tipo aparecem também como urna intrusao, rica emenclaves arredondados de rochas vulcanicas e plutonicasalcalinas.As rochas de dique aparecem ao microscópio (Fotomicrografias13, 14 e 15) com textura porfiritica geralmente seriada. Osfenocristais mais frequentes sao de augita diopsidica muitozonada, com bordas de Ti-augita (?) (cor lilás), em alguns casos,e de olivina magnesiana, fresca a


125 0,5mm..••Fotografia 10. Microcristal de "diamante", representando um meiooctaedro planar ("planar half octahedron"), no qual foramreconhecidas superficies de sobrecrescimento plano ( "planargrowth surface"). Luz transmitida, lupa binocular .


126serpentinizada, com bordas de iddingsita. Também se reconhecemmicrofenocristais de opacos hipidiomorfos a alotriomorfos. Abiotita forma lamelas idiomorfas muito pleocróicas (coresamarela funbar a marrom). A leucita ocorre como fenocristais ecomo inclusoes nas bordas e centros dos cristais de piroxénio. Amatriz é de granulacao fina «0,10 a 0,40 mm). intergranular;está formada por clinopiroxénio, opacos quadráticos("magnetita") , biotita, 01 i vina, fe ldspato alcalino, algumplagioclásio, leucita (alguns casos) e vidro devitrificado;acessoriamente ocorrem prismas de apatita e carbonato(secundário?)Na Tabela 4.3 sao encontrados dados modais destas rochas.Nos triangul06 modais, estas rochas sao mela-fonolitosleucíticos (Figura 4.4). Sao possiveis "cocitos", pelasproporcoes de minerais félsicos e o alto teor dos máficos"pelocaráter lamprofírico e pela presenca de olivina, diopsidio,flogopita, sanidina e também leucita, rochas estas consideradasmembros intermediários entre lamproitos e minetas (Rock, 1991,1984; Wagner & Ve lde, 1986). Como comparacao, apresenta-se amoda de um cocito do Vietnam (Wagner & Velde, 1986) na Tabela4.3.4.2.6. LamprófiroBOs lamprófiros sao caracterizados por feicoes mineralógicastípicas: fenocristais destacados e abundantes de mineraismáficos (principalmente piroxenio e biotita), em matriz fina ouafanitica, aparecendo ainda como diques ou, em alguns casos,


127como condutos de brecha e corpos similares. Diferenciam-se doistipos de lampr6firos na Folha La Colmena: oa meao 8.melanocráticoa, e oa ultra.máficoa (Tabela 4.4, Figura 4.5).Lamprófiroa meao- a melanocráticoa a biotit8. e pirox~nio_No enxame de diquea Ybytyml sao frequentes os diques de rochasde aspecto lamproflrico, de cor cinza preta, avermelhados quandoalterados. Sao rochas macicas, raramente orientadas,marcadamente porfirlticas, com fenocristais milimétricos debiotita e de piroxenio, mais raramente acompanhados de olivina.A matriz é fina, de aspecto basalt6ide, com estruturas ocelaresmilimétricas acentimétricas formadas por zeolitas e carbonato.Efrequente observar estes lampr6firos totalmente alterados,reconhecíveis pelas lamelas de biotita, mostrando comofeicaocaracterística urna pseudolaminacao (Rock, 1977).Ao microsc6pio (Fotomicrografias 19 e 20), estas rochas saoconstantemente de textura porfirltica, por vezes seriada.Destaca-se o idiomorfismo dos fenocristais, e freqüentementetambém o dos minerais da matriz (textura panidiomorfa). Osfenocristais sao de biotita pseudoexagonal marrom com marcadoplecroísmo (amarelo mel a marrom tabaco); os de diopsidio,prismáticos, sao geralmente zonados. Mais raramente saoencontrados fenocristais de olivina idiomorfa serpentinizada, emenores de opacos com formas alotriomorfas ahipidiomorfas. Amatriz é em geral muito fina «0,1 a 0,4 mm), intergranular agranular idiomorfa, composta por diopsldio, opacos, feldspatoalcalino e, acessoriamente, apatita, com alguns traeos deplagioclásio e carbonato.A Tabela 4.4 apresenta dados modais destas rochas. O indice


Fotomicrografia 13. Textura da matriz emleucita melafonolito( "coc i to" ). Cristais de leucita (Lc, áreas claras), em matrizcom anfibólio marrom, piroxenio (relevo alto), feldspato eopacos alongados (rutilo?). Amostra C369. N //. Dimensaohorizontal 0,7 mm.Fotomicrografia 14. Fenocristais de diopsidio e leucita emleucita melafonotilo. Diopsidio de contorno irregualr, cominclusoes de olivina alterada, rodeados por cristais de leucita,em matriz com opacos, piroxenio e feldspato. Amostra C368. N //.Dimensao horizontal 5,5 mm.Fotomicrografia 15. Fenocristais de diopsidio, olivina e leucitaemleucita melafonolito. Diopsidio (relevo alto) de contornoirregular, rodeado por olivinas, junto com leucita (Lc) eolivina alterada (verde eamarelada), todos idiomórficos, emmatriz com piroxenio, olivina, opacos, leucita e feldspatoalcalino. Amostra C369. N //. Dimensao horizontal 5,5 mm.


128


Fotomicrografla 16. Xenocristais em lamprófiro ultramAfico.Olivina (01) e diopsidio (canto inferior) xenocristalinos, aprimeira rodeada por "coroa" de pequenos cristais de biotitaflogopita.Amostra C371, Caflada 1. N X. Dimensao horizontal 5,5mm.Fotomicrografia 17. Megacristais de olivina em lampr6firomesocrático a ultramáfico. Megacristais de olivina (incolor) efenocristais prismáticos menores de pirox€mio (assinalado pelassetas), em matriz de analcima (?) incolor, feldspato alcalinoalgo alterado, piroxenio, opacos e biotita. Amostra C188, parteS da Serrania de Ybytymi. N //. Dimensao horizontal 5,5 mm.Fotomicrografia 18. Textura da matriz em biotita piroxeniolamprófiro (monchiquito). Prismas de piroxenio, lamelas debiotita, magnetita (?) em mesostasis isótropa (analcima?).Amostra C206, parte N da Serrania de Ybytymi. N / /. Dimensaohorizontal 1,4 mm.


129


Fotomicrografia 19. Fenocristais em olivina biotita lampr6firo.Fenocristal de diopsidio (Di) e biotita (Bi, com coroa de opacosnas bordas) e glomérulo de olivinas (01), em matriz compiroxénio, opacos, feldspato alcalino, biotita e traeos deplagioclásio. Amostra C2131,Kirito. N / /. Dimens&o horizontal5,5 mm.Fotomicrografia 20. Fenocristais em biotita lampr6firo (mineta).Fenocristais de piroxéniu (~uverdeado)e biotita-flogopita (Bi,em parte muito clara por excesso de iluminacao), e amigdala comze61itas (junto a biotita marrom), em matriz com pirox~nio,opaco, biotita e feldspato alcalino (a: apatita). Amostra C200,borda NE da Serrania de Ybytymi. N / /. Dimens&o horizontal 5,5mm.Fotomicrografia 21. Enclaves alongados de carbonato emlampr6firo. Enclaves(E), alongados elipsoidais, constituidospor carbonatos (calcita?) e apatita, junto com fenocristais deopacos e biotita, em matriz traquit6ide com feldspato alcalinoripiforme (algo alterado), opacos e carbonato. Amostra C510, a Ndo Cerro Chobi. N X. Dimensao horizontal 5,5 mm.


130


TABELA 4-4Dados modala de roehas lamproflrleas e afinsN9Local.199Ybyt.re M200Ybyt.re M201Ybyt.re M202Ybyt.re M203Ybvt.re M204Ybyt.re M205Ybyt.213Ybyt.re M re M214Ybyt.370P.Ybate378Cañ.lre609Ybyt.re MOlivo 6,4Cpx 35,3Biot. trf oidefA 12,3Plag.Opac.Vidro2,320,0 29,22,1 7,89,6tr16,9 3,62,8 0,931,96,18,628,210,636,418 ,46,610,81,051,812,04,436,4tr35,30,416,21,05,14,43,02,138,42,641,044,64,432,010,052,821,73 ,05,5tr5220,33,3tr12,0 3,6 7,8 10, 1 6,2 1,0 10,13,4 19,0 7,0 1,6Acess. tr tr 2,3 2,9 0,8 tr trtr%41,758,3 40,659,4 4,5 95,5 14,785,3 27,372,7 17,482,6 17,6 82,4 12,587,5 100lOO5,2 9


Oliv 132,.-;;0('213I.LJ 199 O 370~o FFigura 4 - 5. Modas de lamprófiros. Triangulos FA-PI-F, FA-F- M e oliv (olivina)­Cpx (clinopiroxenio)- (resto de máficos, principalmente biotitae opacos). M é a quantidade total de máficos. Os dados represent2dos no l ado FA-M (triangulo FA- F - M) projetam- se todos no ponto FA,por nio apresentarem teores de feldspatóides.FA 501~~60_3~____~~__~____~~/' O• 12500620050 FFigura 4-6 . Modas de traquitos e fonolitos. Traquitos : pontos cheios ; fonolitos: círculos vazios. TrianguJOs FA-PI-F, FA-F-M e Mel+Op (melanita+opacosl-Cpx(clinopiroxeniol-Anf+8io (anfibóIio+biotitñ). M éa quantidade total de máficos da amostra.


133de cor (da ordem de 67) é caracterlstico dos lamprófiros cálcioalcalinos(ver Rock, 1984). Sao rochas mais próximas das minetaaque dos sannaitos, pelo seu teor de biotita e o tipo de piroxénio(Rock, 1991).Sao freqüentemente observados diques de rochas alteradas comproeminentes eabundantes fenocristais de biotita, acompanhadosde piroxenios, alterados ou nao. Numa amostra algo mais fresca(c. 200) observa-se, ao microsc6pio, mineralogia e texturasimilares as das rochas lamprofiricas tipicas, apenas sediferenciando pelo teor algo superior de minerais máficos; naoforam observados feldspat6ides.Os biotita lamprófiros, encontrados raramente no campo, saorochas com biotita alongada, com matriz de aspecto vitreo. Afratura destas rochas é conchoidal, e mostram "manchas"circulares de óxidos ocre.Ao microsc6pio (Fotomicrografia 18), destaca-se a texturacom poucos fenocristais, alguns submilimétricos, de biotitamarrom lamelar e outros de augita diopsidica prismática; os deopacos sao irregulares. A matriz éintergranular muito fina afina «0,1 a 0,3 mm) com clinopiroxenio, opacos e biotita e,intersticialmente, analcima; acessoriamente, ocorre apatita comocristais finos.Dados modais de urna amostra (C.214) sao apresentados naTabela 4.4; a rocha tem indice de cor >67, e a presen~a deanalcima como único mineral félsico sugere que esta rochapertence ao Grupo dos lamprófiros alcalinos (Rock, 1977, 1991)tratando-se possivelmente de urn monchiquito.Lamprófiros ultramáficos. Na regiao de San Miguel, serrania


134de Ybytymi, ocorre urn grupo de diques de poucos metros a dezenasde metros de largura, identificados pe lo seu aspecto basalt6ideescuro. Destacam-se nesta rocha os fenocristais de piroxenio, decaracter1stica cor verde esmeralda a verde escuro, e osesverdeados de olivina, colocados emmatriz escura. Nela saoobservados enclaves peridotiticos angulosos a irregulares,subcentimétricos a centimétricos.Ao microsc6pio (Fotomicrografia 17), a textura é porfiriticaseriada com abundante fenocristais de diopsidio idiomorfo asubidiomorfo, e de olivina (Fo-90-85), na forma tanto demicrofenocristais idiomorfos como de cristais maioresalotriomorfos, alguns com sinais de deforma


135freqüentemente encontrados ocelli milimétricos a centimétricos decomposi9go sien1tica ou zeolitica-carbonática.Ao microsc6pio (Fotomicrografia 16), os fenocristais sgo dediopsidio (de cores esverdeadas a.amareladas-amarronzadas), deolivina (como pequenos fenocristais idiomorfos total aparcialmente substituidas por biotita e opacos, e comoxenocr istais maiores alotriomorfos e em parte deformados, comcoroa externa de biotita), e de biotita (fenocristais idiomorfose xenocristais deformados de contorno irregular). Ocorrem aindapequenos enclaves de peridotitos, que mostram texturas deformadastípicas de rochas metamórficas. Os opacos sao encontrados comocristais irregulares alevemente subidiomorfos. A matriz fina(0,1 a 0,4 mm) é intergranular a granular com biotitaclinopiroxenio e opacos; intersticialmente, ocorre feldspatoalcalino em intercrescimento com nefelina, com inclusoespoiquilíticas de feldspat6ide isótropo. Acessoriamente éencontrada a apatita.Os dados modais (Tabela 4.4) indicam indice de cor > 90(lamprófiros ultramáficos). A presenca de feldspato alcalinoasseme lha estas · rochas aos damkj ernitos (Rock, 1986, 198'1 e1991) .4.2.7. TraguitosOs traquitos aparecem, associados aoutras litologias, noenxame de digues Ybytyml,onde se destacam pela cor clara easpecto de rocha vulcánica. No campo e nas amostras de mgoobserva-se geralmente estrutura de fluxo magmático, por


I136orienta~ao de fenocristais de feldspato e das amigdalasestiradas, guando presentes. Sao reconhecidos, além dos defeldspato, os fenocristais de piroxenio preto, de granada COl'caramelo e, em algumas amostras, também os de biotita. A matriz ésempre muito fina, em alguns casos de aspecto vítreo.Os fenocristais, observados no microscópio, sao de sanidinade baixa temperatura (plano dos eixos ópticosI..L 001) , comocristais tabulares, e de augita diopsídica (prismática, combordas sódicas), por vezes acompanhados de anfibólio alcal ino(prismático, com pleocroismo verde escuro a amarelo mel),feldspatóides equidimensionais ( substituidos por analcima e/ouminerais de argila) e granada melanítica. Os opacos aparecem comocristais irregulares. A biotita é laminar, marcadamentepleocroica (tons de amarelo mel amarrom tabaco). A matriz,geralmente com textura desorientada a traguitóide, é muito fina« 0,1 mm), algo alterada. Os minerais constituintes saofeldspato alcalino e clinopiroxenio (em alguns casos alcalinos),com alguma nefelina e "analcima" intersticial. Acessórioscaracterísticos sao a apatita, carbonato (secundário?), melanita(em algumas amostras) e tra~osde plagioclásio. Alguns aspectosdestes traquitos sao mostrados nas Fotomicrografias 22 e 23.As modas sao apresentadas na Tabela 4.5 (ver também Figura4.6). Sao álcali-feldspato traquitos com melanita e geralmentetambém com feldspatóides.4.2.8. FonolitoaFonolitos foram encontrados nos Cerros Medina e Doña Lilí.


IFotomicrografia 22. Fenocristais de melanita e sanidina emtraquito. A granada aparece como fenocristais zonados (M)matriz, feldspato alcalino como raros fenocristais (F) ee nacomoripas na matriz traquit6ide, junto compequenos cristais defeldspat6ide (noseana?, n). Amostra C614, Serrania de Ybytym1. N11. Dimens&o vertical 5,5 mm.Fotomicrografias 23. Fenocristais de sanidina e minerais máficosem traquito. Glomérulo de sanidina, associado a fenocristais demelanita (marrom) e anfib6lio (esverdeado), em matriztraquit6ide com sanidina, clinopirox~nio alcalino, opacos enefelina. Amostra C601, Serrania de Ybytym1. N 1/. Dimens&overtical 5,5 mm.Fotomicrografia 24. Anfib6lio fonolito. Pequenos fenocristais deanfib6lio marrom (A), com inclusoes de opacos e egirina-augita(es'verdeada), que também aparece como prismas isolados . Matriztraquit6ide com feldspato alcalino, pirox~niosódico e nefelinaintersticial. Amostra C620, Cerro Medina. N 11. Dimensaovertical 5,5 mm.Fotomicrografia 25. Textura traquitóide emfonolito. Sanidina,em parte poiQui11tica, cominclusoes de feldspat6ide isótropo(f), ambosalgo alterados, com piroxenio sódico prismático airregular. Amostra C1250, Cerro Dofia Li11. N 11. Dimens&overtical 1,4 mm.


138o fonolito do Cerro Medina (C.620) éde cor bege cinza,maciQo alevemente orientado, algo porfiritico pela presenQa dealguns fenocristais de anfib61io verde escuro e feldspatoalcalino, ocorrendo ainda amígdalas (milimétricas acentimétricas) de carbonato e zeolitas, todos englobados pormatriz muito fina.Ao microscópio (Fotomicrografia 24), a rocha aparece comfenocristais de anfibólio barqueviquitico (pleocr01smo de marromamarelado ou esverdeado a marrom escuro), zonado com bordas maisescuras, em alguns casos rodeados por coroa de piroxenioalcalino, ou completamente substituidos por ele. Os cristais defeldspato alcalino, alterado, s~o raros, assim como os declinopiroxenio esverdeado alcalino. A matriz é de texturatraquitóide fina (~O,3 mm), com microfenocristais de opacosidiomorfos, feldspato alcalino alterado, clinopiroxenioesverdeado, e nefelina intersticial.Dados modais sao encontrados na Tabela 4.6 e na Figura 4.7.No Cerro Doña Lili (C.1250), sao encontrados fonol i tos emquantidades subordinadas, de cores claras a avermelhadas,orientados mais do que maciQos, com poucos fenocristais defeldspato alcalino e máficos de cor verde escuro. A matriz, muitofina, lembra a dos quartzo pórfiros encontrados em afloramentosdo Alto de Caapucú, com os quais foram aparentementecorrelacionados pelos autores do relat6rio da Cuadricula 40(1966).A rocha, vista ao microscópio (Fotomicrografia 25), mostratextura traquitóide, fortemente orientada, com fenocristaisalongados de sanidina de baixa temperatura (plano dos eixos


Dados modais deTABELA 4-5traquitos, Conolitoz e rochas afinsLocal •109s .JoséfflJYbyt.601Ybyt.603Ybyt.604Ybyt.608Ybyt.610Ybyt.611Ybyt.620Medina1215cañ o 31250Lil iFCMFeMFeMFeMFCMFe M FCMFeMFCMFCMCpx5,30,43,0tr1,614,21,04,22,88,96,0Anf.3 ,30,41,10 ,39,61,19,6~Ian.0 ,60,88,32,21,47,9Biot.1,30,3FoideFA2,09,32,27,03,45,81,516,02,365,61,81,32 ,3tr76, 08,0tr3,32,081,64,033,050,2O,6 a17, 274,7Cpac1,65,32,1Acess.Arrll gd8,61,8%22,3 77 ,7 10,2 89,8 10,4 89 ,6 26,973,1 13,1 86,9 9 , 890,2 17,6 82,4 4, 395,7 7,992,1 12,0 88 ,0 100Mf14,621,713,112,88,1J.!ni!!d.; a'!ligcalas; Fe : fenoc ristais; M: matriz; Melan.; melanita; a: plagixlásio; Mf: másicos.,'()()()lltos: 2!rostras 620 e 1250; as cernais sao de traquitas (incluindo a anostra "atipica" 1215).


140ópticosI...L. 001), cristais alotriomorfos de anfibólio(hornblenda?, pleocroismo de verde oliva a verde amarronzado) eopacos, também alotriomorfos. Como matriz ocorrem cristaismenores de feldspato alcalino, nefelina idiomorfa a intersticial,"sodalita" em cristais idiomorfos e sericita como alterac;go.Acessoriamente ocorrem anfibólio, esfena e apatita.Os dados modais sao encontrados na Tabe la 4.5 (ver tambémFigura 4.6).4.2.9. "Plugs" de rochas faneriticas alcalinasSgo descritas sob este nomecoletivo cinco intrusoes derochas plutóicas, com marcada variac;go petrográfica.Cerro San José (e. 100 a 107). Neste morro observa-sezonalidade petrográfica, com sienitóides aparecendo na borda W,monzonitóides na parte central, e melasienitóides na borda E. Saodescritos ainda alguns veios com rochas de afinidade lamproitica.A rocha sienitóide da borda W (C. 100 a 102) é de cor brancac inza, com manchas de minerais máficos. A textura égranularidiomorfa a alotriomorfa, algo inequigranular, com algunsmegacristais de piroxenio preto idiomórfico. Predominam na rochapiroxenio, biotita e feldspatos.Aomicroscópio (Fotomicrografia 27), observa-se diopsidiosalitico, opacos quadráticos a retangulares ("ilmenita") em partecom borda externa de biotita, eplagioclásio (An55-48). Entreestes, aparecem colocados feldspato alcalino, nefelinaintersticial e em intercrescimento com feldspato, biotitaamarronzada e alguns cristais de olivina. Acessoriamente, ocorre


141apatita e analcima ( secundária? ) . A textura é granularsubidiomórfica a idiomórfica, de tamanho médio (1 a 3 mm).Osdados modais (Tabela 4.6, Figura 4.7) caracterizam asrochas como melasienitos com feldspat6ide.Os monzonitóides da parte central (C.103~ 105 e 106) estaoexpostos na parte alta do morro. Sao rochas claras, com maiorguantidade de manchas escuras de minerais máficos, e maiseguigranulares gue as anteriormente citadas. Os mineraisreconhecíveis sao piroxénio preto e feldspatos, com algumaslamelas de biotita.No exame microscópico (Fotomicrografia 26) e observadatextura granular idiomórfica, de granula~aomédia a algo grossa(2 a 5 mm). Sao encontrados diopsídio salítico, vários tipos deopacos (por ex., "ilmenita" em C.106), plagioclásio (An>67),feldspato alcalino, com nefelina intersticial em parte alteradaem analcima. Acessoriamente ocorrem tambem biotita (por vezes emporcentagens ponderáveis), olivina e prismas de apatita.Os dados modais (Tabela 4.6, Figura 4.7) caracterizam estafacies como um biotita monzonito com feldspat6ide.Os melasienitóides da borda Leste (C. 104), intrusivos nosmonzonitos, sao observados como digues com bordas fortementeorientadas e centro maci~o. Estas rochas esbranguiQadas mostram"motas" e "pintas" escuras de minerais máficos. Sao algoineguigranulares, com cristais maiores, de até 20 mm, depiroxénio preto idiomórfico. A matriz é de granula~aomédia (1 a2 mm) com piroxenio, feldspatos e biotita.A facies caracteriza-se adicionalmente pela presen~a de


Fotomicrografia 26. Monzonit6ide do Cerro San José. Olivina (01)alotriomorfa, rodeada de mosaico de feldspatos e feldspat6ides;opacos aparecem com borda de biotita, por vezes maisdesenvolvida (ángulo inferior direito). Amostra Cl03, Cerro SanJosé. N X. Dimensao horizontal 1,4 mm.Fotomicrografia 27. Monzonit6ide do Cerro San José. Cristaismaiores de olivina (01) e biotita (Bi), junto com ripas deplagioclásio e graos intersticiais de feldspato alcalino. Graosde opacos, rodeados por biotita. Amostra Cl00, Cerro San José. NX. Dimensao horizontal 1,4 mm.Fotomicrografia 28. Melasienit6ide do Cerro Tano 2. Olivina (01)e biotita (Bi) junto com feldspat6ide is6tropo com inclusoesconcentradas (área escura, leucita?) e feldspato alcalino.Amostra Cl050, Cerro Tano 2. N X. Dimensao horizontal 1,4 mm.


142


TABELA 4-6 Dados modais de rochas faneriticas com plagioclásio (mela-monzonitóides e -sienitóides) Nº 100 101 102 103 104 105 106 1050 1060 1061 1219Loca] S.Jose S. José s.José s.José s.José s.José S.Jose Tano 2 Tano 1 Tano 1 Chobi O]iv 1 , O 0,4 1 ,8 0,3 2,6 1 ,2 0,4 4,4 2,0 1 ,2 1 , OCpx 27,5 29,4 32,8 31,3 51,0 26,8 24,6 26,6 25,9 22,6 27,2Biot 3,8 8,0 5,7 6,5 1,6 6,6 1 ,6 2,0 4,3 13,8 8,0Foide a 0,2 3,2 0,6 O,2 b 5,8 3,6 6,3 3,Ob 13,1 16,6 c 13,2FA 47,5 44,9 38,8 34,4 32,4 24,3 36,8 46,0 38,0 20,4 31,4Plag 11,8 10,4 15,3 19,6 2,4 26,5 21,3 11 ,2 11 ,5 22,6 14,0Opac 8,0 3,4 4,5 6,6 3,6 8,4 8,2 6,5 4,8 2,8 5,2Aces 0,2 0,3 0,5 1 ,1 0,6 2,6 0,8 0,3 0,4 tr trj\! f 40,5 41,5 45,3 45,8 59,4 45,6 35,6 39,8 37,4 40,4 41,4a: gera]mente nefelina; b: ana]cima e nefe]ina, ou so ana]cima; c: nefe]ina intercrescida comAmostras 105, 106, 1061, 1060 e 1219, sao "monzonitóides" (monzonitos com foides do campo 8',monzosienitos do campo 12); as demais sao de "sienitóides" (sienitos com foides, campo 7').Loca]iza~ao das amostras na Figura 4-1.FA.f01def-'.t>.W


fA ~o PI Oliw 144.---~--~--~~-r--~--~-r-r--__-­ __--_++ ++++.+ + ++~o F Cpx ~oFigura 4-7. Modas de sienitóides e monzonitóides. TriEtngulos FA-Pl-F, FA-F-Me oliv (o1ivina ) -Cpx (clinopiroxenio)-L (resto de máficos). As rQchas representadas sao sienitos, monzonitos com foides, foide mo~zosienitos e nefe1ina sienito (a amostra 104) .•.1212• 12'2\.1214,1213•,"--~_-L-_. I I "--....L-,,_.._ • --'------"-~---L_&.._..,¡~oCpx50Figura 4-8. Modas de foide sienitóides. Ver 1egenda da Figura 4-7. As rochasrepresentadas sao "foide" melasienitos s.s. (ma1ignitos, a maioria,com mais de 30\ de M e shonkinito, a rocha com mais de 60%de M).


145enclaves centimétricos (até 4 cm) angulosos a arredondados deperidotitos e xenocristais de olivina.A observa~ao microscópica mostra textura granularsubidiomórfica de granula~aomédia com alguns megacristais dediopsldio, que também ocorre como cristais menoressubidiomórficos, junto com opacos (alguns de "ilmenita"), biotitaamarronzada lamelar a intersticial, feldspato alcalino associadoa alguns cristais de plagioclásio e nefelinaintersticial. Olivina ocorre como "xenocristais", com suascaracteristicas formas alotriomorfas e sinais de deforma~!o.Apatita eraros prismas de rutilo marrom sao encontrados comoacessórios.Os dados modais (Tabe la 4.6) mostram que se trata de urnarocha sienitóide melanocrática que pode ser caracterizada comoshon.k.inito (SYrensen, 1974). Estas rochas aparecem freqüentementeassociados tanto com minetas como com lamproitos (Wooley, 1987;Rock, 1992; Mitchell & Bergman, 1991; Báez Presser, 1992).A W do Morro San José, aparecem veios ricos em enclaves dasrochas encaixantes, cortando as rochas monzonit6ides. Os enclavessao angulosos a arredondados, mi 1 imétricos a centimétricos. Arocha portadora éde aspecto basaltóide c inza escuro, bastantefresca, com fenocristais milimétricos de pirox~nioverde escuro ealguns fenocristais de leucita branca bege. A matriz é fina e detextura irregular, reconhecendo-se nela áreas de aspectofragmentado e anguloso.Ao microscópio sao observados fenocristais de diopsidio,fortemente zonados, acompanhados de opacos alotriomorfos edealguns xenocristais de olivina mu1to fresca. A matriz é


146texturalmente homogenea. Em partes dela sgo encontrados cristaisde anfib61io marrom (com plecroismo de amarelo canário a marrom).Em outras partes aparecem conjuntos constituidos por diopsidio etracos de plagioclásio (primário?), outros de aspecto turvo,megascopicamente observados como "fragmentos", aqui interpretadoscomo enclaves incorporados pela rocha porfiritica. O anfibólioocorre ainda na matriz, como cristais poiquiliticos, etambémformando parte de estruturas ocelares félsicas, com feldspatoalcalino. Na matriz, além do anfib6lio citado, ocorrem tambémfeldspato alcalino, feldspat6ide is6tropo ("leucita"), opacosirregulares; acessoriamente, por vezes abundantes, apatita, etraeos de flogopita (de hábito poiquilitico).A rocha com "leucita", feldspato alcalino, diopsídio eanfibólio, parece ter afinidade lamproitica (ver Mitchell &Bergman, 1991; e Wade & Prider, 1940).Cerro Tano 1 (C.1060 a. 1062). Está formado por rochas deaspecto sienitóide, com variacoes locais em granulometria, desdefina (>1 mm) até grossa (>4 mm), de cores cinza escura aavermelhada, com manchas e"pintas" escuras de minerais máficos.Na rocha sao observados feldspato (predominantemente alcalino),piroxenio verde escuro, biotita e, maia raramente, alguns opacos.Também aqui, como no caso do Cerro San José, é posslvel separaruma facies de borda, mais fina, de urna central.Ao microsc6pio, a textura é hipidiom6rfica inequigranularmédia agrossa, formada por augita (aparentemente titanifera),opacos (como conjunto de cristais com bordas de biotita),fe ldspato alcalino e plagioclásio (An ~ 40) (ausente ou poucoabundante nas facies da borda). Intersticialmente, também biotita


147de marcado pleocro1smo(amare lo me 1 a marrom tabaco marcado) enefelina (em parte como "vermes" , algo alterada). Olivina, menosfrequente, é observada em alguns exemplares, como aparentes"xenocristais" alotriomorfos (com deformac§.o). Acessoriamenteocorrem grandes cristais de apatita.Os dados modais (Tabela 4.6 e 4.7, ver também Figura 4.7 e4.8) mostram que as rochas da facies da borda sao biotita alcalifeldspatomelasienitos com feldspat6ide, enguanto gue os docentro sao biotita feldspatóide sienitos a biotita feldspatóidemelamonzonitos ou sienitos (com olivina).Cerro Tano 2 (C_1050). Afloram rochas sienitóides degranulacao média e porfiróides, com fenocristais de piroxeniopreto, de até 5 mm, gue também ocorre como cristais maispequenos, junto com feldspatos e olivina.O exame microscópico (Fotomicrografia 28) revela a texturasubidiom6rfica inequigranular. Os fenocristais sao de augita algotitanífera. Na "matriz" aparecem cristais menores do mesmopiroxenio, graos equidimensionais de opacos "magnetita" colocadosem parte como bordas no piroxenio, plagioclásio c&lcico efeldspato alcalino. Ocorrem também cristais deformados de olivina(Fo ~ 85-90). J& biotita e analcima sao minerais intersticiais,menos abundantes. Apatita é acess6rio caracteristico.Os dados modais (Tabe la 4.6, Figura 4.7), definem a rochacomo um feldspat6ide melasienito com olivina.Cerro Chobi (C_1200 a1206). Os afloramentos melhores, na


TABELA 4-7Dados modais de rochas faneriticas sem plagioclásio (álcali-feldspato mela-sienitóides)Nº 1062 1200 1202 1204 1205 1212 1213 1214 1216Local Tano 1 Chobt Chobt Chobt Chobi Caño 1 Caño 1 Can: 1 Caño 2Oliv 3,0 0,6 1,2Cpx 22,6 23,0 25,8 30,4 42,2 34,8 45,4 44,2 22,5Biot 6,4 3,6 0,5 4,6 4,2 18,4 6,4Foide a 6,6 b 14,8 12,3 8,6 10,4 29,5 33,Oc 27,2 15,3FA 55,4 45,6 52,0 46,0 37,2 28,3 16,5 52,8Opac 6,0 6,8 6,6 6,8 5,2 6,0 2,6 4,5 4,8Aces tr 6,2 2,8 3,6 0,8 1,4 tr tr 4,6Mf 38,0 39,6 35,7 45,4 52,4 42,2 67,0 56,3 31,9a: geralmente nefelina; b: anal cima; c: nefelina predominante, foide isótropo subordinado. As rochas sao "sienitóides" sem plagioclásio (álcali-feldspato melasienitóides, campo 11), diferentes portanto dos "sienitóides" com plagioclásio da Tabela 4-6. Com M>30, as rochas sao malignitos; M>60, shonkinitos. A rocha 1213.um "ijolito", é excepcional. Localiza~ao das amostras na Fig. 4-1. f-'.to.:Xl


149parte N,permitem identificar urna facies de borda e outra maiscentral. Na parte S ocorrem ainda matacoes de rocha sienit6ideescura (C. 1219).A fac ies de borda (C. 1200 a 1203), a N, é constituida porurna rocha sienitóide de cores róseas a esbranquiQadas, comalgumas "motas" devidas aconcentrar;:oes de minerais máficos. Agranula9ao é média a grossa e a estrutura orientada, comabundantes cristais de feldspato alcalino alinhados, junto compiroxenio, biotita e nefelina (em algumas amostras). Localmente opiroxenio aparece como megacristais de até 5 mm.Ao microscópio (Fotomicrografia 29), observa-se texturatraquitóide, marcada pela orienta~~o de feldspato alcalinotabular a ripiforme (algo alterado). Entre eles est~ocolocadoscristais idiomorfos de clinopiroxenio zonado (centro de augita,bordas esverdeadas), opacos equidimensionais ( "magnet ita" ), Tibiotita(pleocroismo laranja, marrom escuro a amarelo mel)lamelar a intersticiaL e nefelina (0,5 a 1 mm). Como mineraisacessórios reconhecem-se abundantes prismas largos de apatita ecristais de esfeno.A rocha é um álcali-feldBpato nefelina melaBienito (Tabela4.7 e Figura 4.8).A facies central (C.1204, 1205) é caracterizada porgranula9aO fina a média e estrutura menos orientada, que passa emáreas mais centrais para rochas de granula~ao mais grossa (~5mm).Os minerais reconheciveis sao feldspato alcalino (cristaisidiomorfos ou de contorno irregular), piroxenio verde escuro ebiotita.Ao microsc6pio, as rochas orientadas mostram textura


150traquit6ide, enquanto que as com menos orienta~ao apresentamtextura subidiomorfa granular. Numa amostra (C. 1205) aparecem osfeldspatos alcalinos englobando vários minerais máficos,lembrando a textura adcumulática das rochas de maci~oBestratiformes. Os minerais observados sao feldspato alcalino(relativamente fresco) , clinopiroxenio augitico (fortementezonado com bordas esverdeadas), Ti-biotita intersticial (de fortepleocroísmo em laranja, marrom escuro a amarelo mel), efeldspatóide (ora nefelina intercrescida com feldspato, oracristais isótropos intersticiais de analcima). Acessórios sao oesfeno e a apatita.Estas rochas sao também feldapatóide mela álcali-feldspatosienita (Tabela 4 . 7 e Figura 4.8).Nos matacoes de borda S, é encontrada urna rocha sienitóidec inza esbranquit;ada com manchas pretas de minerais máficos, degranulat;ao média, algo inequigranular, com piroxenio preto (porvezes com tamanhos maiores), feldspato branco e biotita.A observa~aoao microscópio mostra textura inequigranularsubidiomórfica, algo porfirítica, com"fenocristais" de augita(titanífera) de até 4 mm,que também forma cristais menores. Osoutros minerais sao biotita amarronzada (lamelar aidiomorfa),opacos equidimensionais ( "magnetita") eplagioclásio cálcico.Intersticialmente, éobservado feldspato alcalino intercrescidocom nefelina, associado a "analcima". Apatita acircular éacessório abundante. Cristais de olivina (Fo~90), também sa.oencontrados como cristais isolados e com formas subidiomorfas( ~ 0,5 mm).Os dados modais (Tabela 4.6, Figura 4.7) mostram que a


Fotomicrografia 29. Nefelina sienito. Piroxenios sódicosesverdeados idiomórficos emamarronzado por alteracao) efeldspato alcalino irregular (F,nefelina fresca (incolor), ambospoiguiliticos. Ocorrem ainda opacos de biotita marrom .A texturalembra "adcumulatos" de macicos estratiformes. Amostra C1200,Cerro Choabi. N 11. Dimensao horizontal 5,5 mm.Fotomicrografia 30.Alcali feldspato melasienito (malignito).Cristais idiomórficos de noseana (n) e prismáticos de piroxeniosódico esverdeado, em feldspato alcalino irregular,poiguilitico; textura "adcumulática". Amostra C1212,Cafiada loN 11. Dimens~ohorizontal 1,4 mm.Fotomicrografia 31. Alcali feldspato sienito. Feldspato alcalinoidiomórfico tabular (centro-direita) a irregular (incolor,levemente alterado) , contendo piroxenio sódico esverdeado,opacos cúbicos e noseana (n), todos idiomórficos; textura"adcumulática". Amostra C1216, Caf1ada 2. N 11. Dimens&ohorizontal 5,5 mm.


1 r . 1


152rocha (C.1219) e um feldBpat6ide melaBienito amelamonzonito comolivina e biotita.Conjunto de CerrOB de Cañada. No Cerro Cafiada 1, saoidentificadas rochas sienitóides (C.1212) de estrutura orientadae outras ultramáficas, macicas. As rochaB sienitóides sao de corcinza esbranquicada, de granula~aofina a média, com predominiode feldspato alcalino eprismas de piroxenio escuro, em parteconcentrados em glomérulos; encontra-se também amigdalas comzeolitas.Ao microscópio (Fotomicrografia 30), ressalta-se a texturatraquit6ide subidiom6rfica, em parte com alguns graos depiroxenio mais destacados. Ele é augltico e aparece como prismasas vezes agrupados. O feldspato alcalino é ripiforme, englobandogr!os de piroxenio e opacos. Em propor~5esmenores sao observadosgr!os equidimensionais de noseana (fresca ou em partesubstitulda por zeólitas). Ocorrem ainda biotita, granadamelanítica, esfeno e apatita.Dados modais (Tabela 4.7, Figura 4.8) mostram que a rocha éum feldBpatóide ( "noaeana" ) melaaienito , equivalente aosmalignitoB da literatura (Sorensen, 1974; Mitchell & Platt,1979) .As rochas ultramáficas (C.1213, 1214), maci~assao de corcinza escuro, mostrando predominancia de piroxenio, com manchasesbranquicadas de um possivel feldspatóide acompanhado em algunscasos por biotita e olivina.O exame microscópico mostra textura subidiomórfica, degranulacao média, com clinopiroxenio augitico esverdeado(sódico?) como cristais maiores (até 15 mm), mais comumente como


prismas menores. Biotita lamelar (em parte intersticial)acompanha olivina alotriom6rfica com extinQBo ondulante153("xenocristais", emparte rodeados por biotita), nefelina (emparte intersticial com cristais de feldspato alcalino) e urnfeldspatóide de hábito equidimensional, substituido por zeolitas.Opacos ocorrem em quantidades menores, com contornos irregulares.Aparece ainda apatita como acessório.No Cerro Cañada 3, aparece exposto um "dique" pouco extensode alguns metros de largura, representado por urna rocha deaspecto hipoabissal, cor cinza bege, esparsamente porfiritica ede granulacao fina (-1 mm) (C.1215). Os fenocristais sao depiroxenio escuro de até 5 mm e de anfibólio também escuro,prismático alongado. A matriz é feldspática e conta com graosvisíveis de minerais máficos.O exame microscópico mostra textura porfiritica comfenocristais de plagioclásio cálcico (?) com textura "sieve",clinopiroxenio augitico fortemente zonado (com bordas esverdeadassódicas?) e anfibólio kaersutitico prismático. A matriz é degranulacao fina, intergranular, com feldspato alcalino, anfibóliokaersutítico, clinopiroxenio e cubinhos de opacos ("magnetita").Acessoriamente ocorrem alguns graos equidimensionais de "noseanae prismas de apatita.A rocha é um pórfiro traquitico de composiQao inusual, maismáfico que os outros traquitos encontrados na regiao (Tabela4.5) .No Cerro Cafiada 2, ocorrem rochas sienitóides de cor begecinza, orientadas einequigranulares com feldspato alcalino, emalguns casos formando fenocristais de até 10 mm, junto com


154prismas de piroxenio verde elamelas de biotita preta de tonsbronze (C.1216).Ao microsc6pio (Fotomicrografia 31) ressaltam-se os cristaismaiores de feldspato alcalino, algo alterados, junto com osmaiores de clinopiroxénio augitico, em parte esverdeado. Os graomenores, predominantes, formam uma "matriz" traquit6ide degranula~ao média, com feldspato alcalino. opacos idiomórficos( "magnetita" ) , clinopiroxenio, noseana e biotita.Acessoriamente aparece esfeno.Os dados modais (Tabela 4.7 eFigura 4.8) mostram que arocha é urn alcali-feldspato sienito com feldspat6ide.4.3. CONSI<strong>DE</strong>RAC<strong>DE</strong>S GERAISRochas SedimentaresE consenso entre os vários autores que o Grupo Caacupérepresenta urnaingressao marinha no pré-llandoveriana, que seinicia com um conglomerado basal e passa gradativamente para asunidades superiores (Cerro Jhú e Tobati) . Existe algumadiscussao. apresentada mais como conclusao em trabalhos gerais doque fundamentada em dados de campo mais detalhados, sobre aimportancia ou a existencia da contribuiQ8.o fluvial para estesdepósitos. A impressao geral é que as caracteristicas estruturaise texturais, bem como a relativa homogeneidade e monotoniamineralógica da maioria destes depósitos, sao compatlveis com umadeposi~ao em plataforma marinha (ver Proyecto Par 83/005, 1986;Eckel, 1959; Harrington, 1972).


155A Formacgo San Miguel é encontrada nesta Folha como umconjunto de tres Unidades (U1, basal, U2e U3) caracterizando,com algumas recorrencias, uma sucessao com granocrescénciaascendente, com pelitos e arenitos na parte basal, arenitosvariados na média e conglomerados de areia média a grossa notopo. Nestes últimos, nao foram observadas evidencias claras deorigem glacial, o que justificaria a denomina~aode "diamictitos"utilizada para definir muitos dos sedimentos mais grossosencontrados em outras regioes (veja-se, por exemplo, Proyecto Par83/005, 1986, e referencias citadas). Trabalhos mais minuciososde caracteriza~ao faciológica, necessários para definirclaramente o ambiente de deposi~ao, nao foram realizados peloautor desta disserta~ao.Os indicios gerais sao, entretanto, dedeposi~aoem ambiente fluvial (localmente lacustre, ver descriQaoda Unidade U1), possivelmente parecido aquele que preencherapidamente depressoes em áreas de "rifting". Esta interpretaQ8.o,apenas sugestiva, nao esgota evidentemente oassunto. Algumaspoucas evidencias sugerem que, por baixo da Unidade U1, aparecemdepósitos de conglomerados (" j ane la" na parte NWda Folha, verdescri~ao de U1), enquanto que a presen


156contudo, nao sgo aqui definidas como "membros" por carecer-se dedados sobre a sua extensao em folhas vizinhas, e nao ser bemconhecida a distribui~ao de facies na formaQao como um todo,muito mais distribuida para Leste.Rochas 19neasAs rochas descritas como pertencentes ao Grupo Caapucú saoleucogranitos e leucoriolitos, caracterizando uro magmatismo ácido(Précambriano e Eocambriano?) no embasamento daquela regiao; naoforam observadas rochas encaixantes metam6rficas. Estas rochasácidas sao aqui correlacionadas como outraB semelhantes citadasem localidades vizinhas (ver item 3.3.1).Os diabásioB que ocorrem na área sao atribuidos a Formac~oAlto Paraná. Aparecem todos como diques, alguns deles de percursolongo (Anexo A). Sao encontrados dois tipos petrográficos, o dosdiabásios toleiticos tipicos e os dos "diabásios" jádiferenciados.As rochas alcalinas ou de tendencia alcalina, que aparecemgeralmente como corpos menores, foram em principio consideradascomo da Forma~oSapucal (ou seja, referidas ao cronogrupo deaproximadamente 130 Ma). Data~oesrecentemente realizadas, emboraainda esparsas se considerada a complexidade petrográficapresente na regiao, sustentam em geral essa atribuiQao; contudo,aparece caracterizada uma superposi~ao geográfica pelo menosparcial com uro magmatismo mais s6dico representado por fonolitosde idade 66 ± 4,6 Ma(Cerro Giménez, Folha Acahay; Velázquez,1992), e que podem portanto se atribuidos a Formac~o Nemby (vertambém item 2.3.1); ela deve também englobar todas as


157manifesta~oesde fonolitos sódicos presentes na Folha La Colmena(Cerros Medina e Doha Lili; ver Anexo A).As rochas basál ticas do Potrero Ybaté (a maioria tefrifonolitos)sao ricas em K20. Como lavas ocorrem ora comabundantes fenocristais de piroxenio, ora como tipos quaseafíricos. Os blocos de lava, que compoem junto com fragmentosmenores os piroclastitos acompanhantes, sao de rochassemelhantes, mas chamam também aatenQao os que aparecem comabundante olivina forsterítica, caracterizando assim urna faciesefusiva rica em MgO, certamente mais primitiva que as quepredominam entre as lavas.As rochas que aqui sao consideradas de "afinidadelamproítica" sao também ricas em K20, como mostrado pelamineralogia. Nao foram encontrados, entretanto, alguns dosminerais que caracterizam esse grupo de rochas, como wadeita e oanfibó lio típico; falta pesquisar mais adequadamente o quimismode alguns minerais opacos. A ocorrencia geológica ("pipes", nasquais a facies hipoabissal associa-se também piroclástica, e unspoucos "plugs") é também reminiscente da forma em que seapresentam os lamproitos. A associa~aoencontrada de mineraispesados ésugestiva, tendo-se observado alguns cristais comfei~oes similares as do diamante (hábito, superficies, cor,rea~goa luz ultravioleta), cuja verdadeira identidade deve aindaser definitivamente verificada (por ex., com microssonda edifraQ8.o de RX).Os frequentes diques de mela-folonitoB ("cocitos") saobastante similares as rochas anteriores. Texturalmente, poderi~1ser considerados lamprófiros alcalinos mesocráticos e,


158mineralogicamente, apresentam afinidade com "minetas alcalinas" e"sannaitos" mas, contrariamente a todas essas rochas, mostramsempre pouca biotita e nenhum anfib61io. A presenQa destas e deoutras rochas ricas em K20 indica que existe na regiao urnafamilia de litotipos aparentados, ao estilo do que é descrito naliteratura internacional (e.g., Wooley, 1987; Mitchell & Bergman ,1991; Rock, 1991). Este último autor, por sinal, considera oscocitos da literatura como rochas hibridas, formadas por misturade magmas lamproiticos e de minetas.Os lélmprófiros sao sempre rochas de dificil classificaQao einterpretacao. Os da Folha La Colmena apresentam augitas ebiot i tas- flogopitas (e 01 i vina, quando presente) comofenocristais, em matriz com esses mesmos minerais, opacos efeldspato alcalino (ver Tabela 4.4). Faltam plagioclásio,anfibólio e quartzo, e geralmente também os fóides (exceQ8.o feitade algumas amostras). Estas caracteristicas as aproximamdoslamprófiros alcalinos (do tipo "mineta alcalina" ,ou "sannaito"com biotita e sem anfibólio) mais que das minetas tipicas(cálcio-alcalinas). Entre e les, encontra-se também um prováve1"damkjernito" mas, outra vez, sem anfibólio ecom biotita comomineral máfico hidratado.Os fonolitos encontrados nos Cerros Medina e Doña Lili saopossiveis representantes, nesta regiao, da Formacao Nemby(verAnexo A). A mineralogia (Tabela 4.5) revela a sua tendénciasódica. Os trélquitos sao guase todos portadores de melanita e dealguns f6ides; inexiste plagioclásio (observa~ao óptica).Piroxenios, 05 mAficos predominantes, e anfibólios,fregüentemente presentes, sao de natureza sódica, o que sugeriria


159quimismo de tendenc ia sódica. A sua ocorrencia como diques, emmeio ao enxame de Ybytymi, indica que eles se colocarampossivelmente em conjunto com as outras rochas que compoem oenxame. Sao assim considerados, tentativamente, como pertencentesa Forma~aoSapucai.As rochas alcalinas faneriticas tem propor~oessignificativas de máficos (augita, biotita-flogopita e olivina,nessa ordem); os opacos sao sempre abundantes. O feldspatoalcalino é o mineral geralmente mais abundante, por vezes ofeldspato único, sempre junto a fóides (no caso dos álcalifeldspatofóide sienitos); as rochas com plagioclásio, queaparece geralmente em proporcoes menores, mostram modaséHespalhadas pela parte insaturada do triángulo FA-P-F, mu rmente seconcentrando no campo dos fóide monzosienitos (Figura 4.7)Duas características texturais presentes nas rochasalcalinas desta regiao sao notáveis (sao reproduzidas aquidiscussoes com o orientador).Uma delas refere-se a abundancia de fenocristais em muitasdas rochasporfiríticas, bastante por cima do valor critico quea "lei" de Einstein-Roscoe consideraria segura para movimentacaode liquidos com cristais em suspensao (da ordem de 25-30%);valores superiores da fracao cristalina impediram a ascensao. Asmaiores proporcoes de fenocristais encontradas sao as seguintes:basaltóides, de 34 até 40% (Tabela 4.2); mela-fonolitos e rochasde afinidade lamproítica, de 36 até 55% (Tabela 4.3) ;lamprófiros, 41 a 42%(Tabela 4.4) Estes dados sugerem que houveaumento considerável de fenocristais no próprio local decolocacao, possivelmente pela a~aode um mecanismo parecido a


160"filter pressing" (as rochas, portanto, tiveram algum liquidointersticial extraido) ou, como complemento por cristaliza~aorápida de alguns dos fenocristais (e.g., fóides?).A segunda fei¡;ao textural interessante éapresentada pormuitas das rochas faneriticas, todas elas colocadas, valelembrar, como corpos pequenos. Sao texturas tipicamenteencontradas em maci¡;os estratiformes, que pressupoem fases"cumulus" previamente cristalizadas se movimentando emcámaramagmática, rodeados por urna associa


161nefeliniticos da Forma~ao Nemby (ver Velázquez, 1992, paramaiores referencias). A interpreta~aodinámica é, evidentemente,ade que os magmas portadores desses enclaves deveriam ter-sedeslocado rapidamente e num só estágio (porque, caso contrário,n~o se encontrariam esses enclaves na posicao presente). Aexplicac~o também exclui, claramente, a existencia de uma ouvárias camaras magmáticas ocultas em profundidade, onde poderiamter-se formado, por exemplo, os fenocristais dessas rochas. Comoreforco, cabe ainda destacar que pequenos volumes de magmasprimitivos colocados em fraturas, e que portanto resfriamrapidamente, só podem chegar até niveis superficiais ousubsuperficiais se a movimentacao é rápida. Os argumentos nao saonovos,tendo sido utilizados na literatura internacional comreferencia a coloca~ao de kimberlitos e lamproitos (ver, porexemplo, Mitchell & Bergman, 1991; Rock, 1991). Da mesma maneira,deve ser admitido que a maioria dos fenocristais, pela supostainexistencia de camaras magmáticas de cristaliza~aointermediária, cresceriam principalmente durante a etapa deascens~oe, secundariamente, durante a fase de resfriamento, apósa finalizac~oA eros~oda movimentacao dos respectivos magmas.pós-erupcao pouco afetou as áreas agora expostas noVale de Acahay, daí a presenca de derrames e mantos de lavas erochas piroclásticas em algumas áreas algo deprimidas (e. g. ,Potrero Ybaté) e a caracterizacao dos diques e outros corposintrusivos como de natureza subvulcanica. A erosao se manifestoucertamente commaior intensidade nas áreas elevadas vizinhas ao"rift" (por exemplo, a Serrania de Cordillerita).


162CAPÍTULO 5ESTRUTURA. HISTóRIA GEOLóGICAERECURSOS NATURAISNeste capitulo sao discutidas as estruturas presentes naFolha La Colmena, e a seguir a história geológica. Uma brevedigress8.o enfatiza a importancia do "rift" de Asunción comocoletor e possivel gerador do magmatismo alcalino, radicadotanto nele como nas suas vizinhancas. Umitem sobre RecursosNaturais fecha o capitulo.5.1. ESTRUTURAA Folha La Colmena édividida, convenientemente, em blocoslimitados por falhas. Esta divis&o tem vantagem dupla. Por urnlado, permite sistematizar adescricao de unidades geológicas,como mostrado no Capitulo 3. Por outro, enfatiza as feicoesestruturais tidas como mais significativas nest'a regiao, e defato no Paraguai Oriental inteiro: apresenca de urna tect5nicarelativamente recente, que retalha o embaeamento, junto com suapouco espessa cobertura sedimentar, em conjuntos de blocos commovimentacao predominantemente vertical (ver também comentáriosno item 2.1). Os limites dos blocos sao, portanto, falhasnormais, cuja movimentacao relativa erejeito pode, pelo menosem principio, ser estimado ou inferido pela dispoeicao da


163 cobertura sedimentar, colocada proeminentemente de mane1rasubhorizontal.5.1.1. Os blocos na Folha La ColmenaAs falhas normais e movimentacBes relativas.As falhas mais importantes detectadas na Folha La Colmenasgo as de Acahay, Chauria, Medina eSan José (Figura 5.1). Adisposi~ao das formaQoes do Grupo Caacupé, bem como a daFormaQao San Miguel (ver Anexo A), identifica as movimentacoesrelativas mostradas na mesma Figura, que serao discutidas aseguir.A falha de Acahay, de percurso ge~alE-W, é de import&nciaregional, já que é um dos limites (o meridional) do segmento E­W, aqui chamado de segmento Acahay, do "rift" Asunción (verFiguras 2.1, 2.3 e 5.2). Pouco mais para W,na vizinha Folha deAcahay, muda a falha seu rumo para aproximadamente N45-55W,iniciando-se assim o aqui chamado segmento Asunción, de percursoSE-NW,do mesmo "rift", que se extende até o Rio Paraguai. AcontinuaQao para W da falha Acahay nao ébem conhecida, porfalta de bons afloramentos e, principalmenre, por ausencia detrabalhos de mapeamento; mesmo assim, deve prolongar-se por maisde 10 ou 15 km para Oriente, antes da deflexao para SE, com oinicio do segmento Ybytyruzú, dietal, do "rift" de Asunción. Afalha Acahay é cortada pela de San José.A falha Hedina é de rumo geral quase E-W, levementediferente do mostrado pela falha Acahay. Ela forma, junto com ade Chauria (rumo N53W), uma geometria em "escada", que deve


164\\ \ 810co Vale de AcahayO \F Medinau81.u• Lo ColmenaO O F. Acahayuu81. San810coPotrero Alto8or-­lf)L FJPAf 9226°00'--~L-_----------~~Figura 5-1. Os blocos da Folha La Colmena e as falhas que oslimitam. Indicam-se com as letras U (up) e D (down)as movimenta~oesrelativas.N \ \\ \ \ \\ \ \ \ 1\ \ \ \LL-___________ _~~--"'--------- - - ---­F. Acohoyo I 4kmbL==~;;.;;¡;;¡;¡.I~~=;;;;/!Figura 5-2. Os segmentos Acahay"rift" de Asunción.dos, na deflexao dapreta~ao baseada na(l) e Medina (2).(E-W) e Asunción (NW-SE) do A sequencia de blocos escalon-ª. Falha Acahay para NW, é inter­disposi~ao das falhas Chauria


165estar relacionada com o ponto de inflex&o para NW da falhaprincipal, ade Acahayo Uma posslvel interpretac&o. que deveráser confirmada ou retificada por trabalhoB de mapeamentonaFolha Acahay, é a mostrada na Figura 5.20 Observe-se que aorientacao da falha Chauria é grosseiramente a mesma Que amostrada pelo segmento Asunci6n do "rift"o A falha San José, porsua vez, também corta a de Medina.O último epis6dio relevante de fraturamento e deslocamentona Folha La Colmena é representado pela falha San José, de rumogeral N12-15Wo A sua existencia éainde marcada pela aparicao,na vizinhanca, de diques subverticais de diabásios com o mesmorumo,presentes principalmente na sua parte meridional (verAnexo A) o As relacoes mútuas entre esta falha e a de Acahaypuderam ser confirmadas no campo, mostrando que os arenitosTobatl do Bloco San José estao em contato tectónico, pela ac&oda falha homonima, com rochas do embasamento (ver Anexo A).A observacao das fotografias aéreas também sugere levedeslocamento de componente dextral da falha Acahay pela de SanJosé. Os estudos realizados por T.A.C. (1981) levaram aosautores do respectivo mapa apropor sistemas de falhas, nestaregiao, de rumosemelhante ao da Falha San José, claramenteposteriores a falha meridional limítrofe do segmento Acahay do"rift". Estes trabalhos prévios reforcam ainterpretac§.o aquiproposta para a idade da falha San José.RejeitoB entre blocosAs falhas acima citadas sao os limites dos blocos PotreroAlto, San José, Chauria eVale de Acahay (Figura 5.1), como


166discutido no Capitulo 3. A presenca das formac5es sedimentaresmapeadas, de atitude subhorizontal, permite identificar asmovimentacoes relativas, como indicadas na Figura 5.1, e avaliara magnitude do rejeito vertical.o limite entre as formacoes Cerro Jhú eTobati (ver item3.3.1.) aparece nos dois blocos Potrero Alto e San José. Noprimeiro, encontra-se aproximadamente nas cotas de410-450 m(Cerro Achón) eno segundo, nas cotas de· 250 m (extremo NE doBloco San José, Anexo A). O rejeito entre ambos os blocos éportanto da ordem de 160 a 200 m.O Bloco Chauria aparece dividido emduas subunidades. Asituada a leste da falha San José mostra o contato entre asformacoes Cerro Jhú e \Tobati a aproximadamente 180-200 m,~ .,definindo entgo urna Bubsidencia em torno de 200 m em comparacaocom as áreas vizinhas (Cerro Achón, Bloco Potrero Alto) (AnexoA) .Na subunidade do Bloco Chauria que se encontra a W da falhaSan José, n&o é observado o contato entre ambas as formac5espreviamente citadas, possivelmente oculto por depósitosquaternários. A cota minima em que afloram os arenitos Tobati éde 130 m; é esta também a cota na qual é encontrado o limiteCerro Jhú-Tobati, imediatamente a S, no bloco San José (AnexoA). As relacoes relatadas sugerem que esta subunidade do blocoChauria deve ter rejaito, frente 8.0Bloco San José, de algumaspoucas dezenas de metros. urna subsidencia portanto menor que ados 200 m avaliados para o afundamento da subunidade oriental domesmo bloco (frente ao Bloco Potrero Alto).De interesse maior a se destacar é a subsidencia entre os


167blocos Potrero Alto eVale Acahay, que sgo geometricamente asregioes que melhor identificam, na escala local da Folha LaColmena, respectivamente a parte "alta" e a afundada do "rift"de Asunción no seu segmento Acahay (Figura 5.2). NoVale deAcahay sgo encontrados os estratos basais aflorantes da unidadeinferior (U1) da Formaogo San Miguel em cotas de 130 a150 m(Anexo A). Admitindo que U1represente a parte basal da citadaformaogo, localizada imediatamente por cima da Formaogoinfrajacente Coronel Oviedo (ver observaogo no item 3.3.4.), esupondo ainda seqüencia estratigráfica completa (sem presenoalocal de hiatos erosivos), é possivel estimar a profundidade aqual seria encontrado o topo da Formaogo Cerro Jhú (verseqüencia e espessuras de formaooes na Tabela 2.2). Com urnapotencia estimada de 650 m para Coronel Oviedo, e deaproximadamente 400 m para o Grupo Itacurubi, e ainda a minimade 200 para a Formaogo Tobati (ver Anexo A e item 3.3.1.),chega-se a urna cobertura total de 1250 m, para atingir o topo daFormaogo Cerro Jhú. Esta última unidade atinge na Folha LaColmena uma espessura da ordem de 200 m (Anexo A e item 3.3.1.).Conseqüentemente, é estimada urna espessura total de 1450 m,desde a base da unidade U1, até o embasamento cristalino , n oVale de Ac ahay _ A subsidencia total do bloco Vale de Acahay,frente ao bloco Potrero Alto, que marca olimite meridional do"rift", é algo maior, da ordem de 1520 m, já que a base daunidade U1 está a 130-150 m, e os afloramentos do embasamentoaparecem a cota de 200 m,na regigo da Falha de Acahay (verAnexo A).A análise estrutural ensaiada mostra, por outro ángulo, que


168o bloco Chauria nada mais seria que resultado de um ajuste local(por ex., no sentido indicado na Figura 5.2), e Que afalha SanJosé representaria movimentac5ee tardias de import&ncia menor.Perfia estruturaisVários perfis sao apresentados que mostram, de mane irainterpretativa, tanto deslocamentos como comportamentoestrutural dos blocos edas unidades sedimentares. Sao os queunem os pontos A e B, C e D, E e F, e G e H (ver indicac5es noAnexo A e detalhes nas Figuras 5.3 a 5.6).O perfil A-B (Figura 5.3) parte de Costa Pefia (BlocoChauria, a W da Falha San José), a SW, e chega até a regiao a NEda Serrania de Ybytymi. Corta as falhas San José e Chauria,ambas supostas subverticais (ou de pronunciado mergulho, daordem de 75-85 0 , para o interior do "rift"). A E da falha SanJosé é observado o cantata entre as formac5es Cerro Jhú eTobati, que para W da citada falha permanece oculto. Observa-seainda o leve mergulho, considerado de origem tectonica estimadoem 1,5 - 2 0 para SW e S, das camadas da Formacao San Miguel (vercomentários no próximo parágrafo).O perfil C-D (Figura 5.4) éde percurso SE-NW e parte deurna regiAo elevada, a E do Bloco Potrero Alto, passando por LaColmena e atingindo a Serrania de Ybytymi; finaliza, já na Folhavizinha de Sapucai, algo a N da localidade homonima. Identificaseneste perfil o mergulho pouco marcado das formac5es Cerro Jhúe Tobati, da ordem de 2-3 0 para E e SE, (também de origemtectonica?). Nao existem, evidentemente, evid~nciaslocais quepermitam aceitar com seguranca tal afirmacao. Entretanto, a


swNE mAB400 S. J.o·':772?/ ~\?/:\::: .:: .:


m500SEeSC SY S SA300 F:~"··;:···'·~'... "-FALC~1FL-=::: ~+ + + ++ + + + +100~·+··· ~ .=-=: Fi++l~ D~~§o- - - - -5kmNWoFigura 5-4. Perfil C-D (Serrania de Cordillerita, a SE, até Sapucai, a NW, na Folha vizinha). IndicadasasSerranias de Altos (SA), de Cordillerita (SC) e Ybytymi (SY), e as localidadesde La Colmena (LC) e Sapucai (S) (ver anexo A). Sao indicadas as falhas N e S que limitamo segmento Acahay do "rift" de Asunción (FA: falha de Acahay; FL: falha do limite N,posi9ao aproximada ao pe da Serrania de Altos). 1: Grupo Caapucú; 2 e 3: Forma90es CerroJhú e Tobatl; 4: Forma9ao Coronel Oviedo; Forma9ao San Miguel; 6: preenchimento devale. Linhas grossas verticaJs: diques.~-.JO


171aparicao sistemática de leveB mergulhos nas camadassubhorizontais que cobrem dois blocos diferentes (o do vale doAcahay e o de Potrero Alto) sugere que esses meraulhos seoriginaram por leve basculamento dos blocos durante a etapa degeracao das estruturas, eventualmente reforcados por reativacaoposterior das mesmas. A N da Falha Acahay (Figura 5.4), entra-sena área deprimida do "rift", pare e qual é estimada urnasubsidencie da ordem de 1520 m (ver i tem acima). Considera-se,como sugerido acima, que a Formacao Coronel Oviedo apareceimediatamente sotoposta aos afloramentos da Unidade Ul daFormacao Sao Miguel. Mais para NW, é mostrada a Serrania deAltos, com as formacoes Tobati e Cerro Jhú (ponto D do perfil),que assinala com o seu marcado relevo positivo a partesetentrional "soerguida" do "rift". A falha-limite setentrional,ainda sem designacao, aparece assinelada na Figura 5.4 demaneira tentativa, e constitui o par conjugado da Falha doAcahay (ver também a Figura 5.6, como complemento do mostrado naFigura 5.4).O perfil E-F (Figura 5.5) expoe com maior detalhe ocomportamento das formacoes Cerro Jhú e Tobati, no Bloco PotreroAlto. O percurso do perfil (WNW-ESE) corta a Falha San José,paralela a qual sao observados diques subverticais de diabásios,e enfatiza o mergulho das camadas sedimentares, já discutido noparágrafo anterior.O perfil G-H (Figura 5.6) moetra na sua parte sul-ocidentalas feicoes da Folha La Colmena, definidas nos perfis anteriores.A parte nor-oriental, entretanto, nao ébem conhec ida. Nesteperfil sao indicadas apenas feicoes j á sugeridas. várias delas


mWNWE500-300­-I oo-.¡." :-: :+ + + +C.a.C.A. S.Ap. C.M. FF. S. J.~..... .... ' . . .'. . '.. .... ....' . . . .: . . .... .'. ...... .' '. . . ... .+ +++ ++ + + --± + -±ESE...,;~:¡Ú~~¡f;;!.~"'/0?~+ ~I m ~ j' . . " ., f+ + + + '"""""----. ..... .+ + + + + + + + --+ +~+ + l:tI + + + + + + + + + + + +o 2 IOkmI ! IFigura 5.5. Perfil E-F (bloco San José , a WNW, até limite da Folha Lo Colmena, a eSE, ver Anexo A).CO, CA e CM: cerros Obi, Achón e Mongelos; FSJ: Falha San José; SAp ; Serrania Apynaguá .Cruzes: Grupo Caapucú; pontilhados espa9ado e apertado, forma90es Cerro Jhú e Tobati.f-A~[\)


mwswG::::~.s~ ~ Fíf-- FL T, pe11Ir" ' Io ::,:' ,


174 marcadas em mapas (e.g., T.A.C., 1981; Proyecto Par 83/005,1986) tais como diques e vérias falhas (confirmadas ouinferidas) . A sigla FL identifica a falha que, perto dalocalidade Mauricio José Troche, deveria limitar para N osegmento Acahay do "rift" de Asunción. A unidade ali aflorante(como também na base da Cordillera de Ybytyruzú) pertence asforma


175 rej eito) como também por estarem ocupadas por diques de rochas19neas. Estas últimas fraturas comportam-se, portanto, comofraturas extenaionais, seja porque representam os "locais" deverdadeira distensgo local, seja porque adquirem eSS8 carliter! ./tardiamente, abrindo-se por efeitos de "transtás5es" locais ouaté regionais.Na Tabe la 5.1 sao registradas as direc5es dos diqU8S devários tipos de rochas 19neas alcalinas, coletadasprincipalmente na regiao da Serrania de Ybytyml e Potrero Ybaté.As medidas sgo em geral aproximac5es e foram f~eqüentementearredondados para valores inteiros mais próximos, porque muitosdos diques se manifestam no campo apenas como conjunto alinhadode blocos e matac5es. Situac5es como as mostradas nasFotografias 6 e 8 (Capitulo 3) sgo maia raras. Foi tambémconstatado que muitos destes diques tem percurso algo irregular,com desvios, mudancas na largura, espessamento, eramificac5es(e até, mais esporadicamente, interruPc5es e deflex5es emangulo, a maneira de padra.o "en echelon") . As direcoesamostradas sao, portanto, médias aproximadas que identificam orumo geral da fratura correspondente.As direc5es predominantes dos diques e das fraturascorrespondentes (Tabela 5.1, ver também Figura 5.7) sa.o as N-S,as E-W e as situadas em torno de N20-25W e N45-55W.A últimadireCao, em especial, é a mais freqüente e a que mais e destacaem fotografia aérea e no campo (ver Anexo A), por sustentarcristas de percurso similar; aparece como a direcao geralmostrada pelo enxame de diques alcalinos de Ybytymi, e repete-seregionalmente (por ex. no enxame de diques presente na


176 TAREI.A 5-1 Dire~oesde diques de rochas ígneas Lamprofiros Cocitos TraquitosN60W N82W N65WN70WN80WN80W N80W N30WN70W N70W N20WN70WN15WN60WN50WN65WN50WN40WN40WN50WN40WN50WN20WN50WN30WN51WN20WN46WN40WE-WN40WE-WN43WN41WN40WNN35WN23WN15WN20WN05WN-S ( 8 )p{-W (11 )EwFigura 5-7. Diagrama em rosácea de dire~oes de diques (pont1Ih~do: lamprófiros; em branco: traquitos, etc.). As d!re~oes predominantes, na Folha, sao as obliquas (vertexto) .NP105O


177Cordillera de Ybytyruzú, ver T.A.C., 1981). Da mesma forma,muitos dos diques dediabásio, pertencentes A Formacgo AltoParaná (=Serra Geral) se colocam regionalmente emfraturas dedirecgo predominantemente N45-55W (ver Drueker & Gay, 1987) .Percebe-se ainda urna deflexao do sistema de diques de Ybytyml,que ao entrar na Folha vizinha Sapucal, mais a N, curva-selevemente para N. As direcoes N45-55W passam assimsistematicamente paraangulos menores, por mudancas na direcaodas respectivas fraturas. Embora afalta de bons afloramentosnao permita urna medicao, no campo, do número e espessuraintegrada dos diques, é estimada urna densidade, no enxame deYbytymi, de ordem de 100 diques por km de rocha encaixanteinvadida. O "locus" destes diques é interpretado como um sistemade fraturas extensionais (ver também Ulbrich & Báez Presser,1992), que em alguns casos abriu-se repetidas vezes, comoatestado pela presenc;a de diques compostos. Admitindo urnalargura média de urn metro (grosseiramente estimada, já queinexistem suficientes dados de campo), épossivel identificarurna distensao aproximada, nessa área, da ordem de 10% (100 m deespessura de diques por cada km).A disposic;ao geométrica destas fraturas, bem como a suarelac;ao com o "rift" de Asunción, permite ensaiar algumasinterpretac;oes genéticas (ver Ulbrich & Presser, 1992), que saodiscutidas no item 5.3.


1785.2. HISTóRIA GEOLóGICA5.2.1. As unidades pré-cambrianae e eopaleoz6icasNo Alto de Caapucú, de acordo com os dados geocronol6gicosencontrados em Comte & Hasui (1971) e em Bitschene & Lippolt(1986), as rochas pré-cambrianas do Grupo Paso Pind6 saoinvadidas no Pré-Cambriano Superior aEocambriano por magmasácidos, com manifestacoes iniciais de vulcanismo riolit6ide,posteriormente cortadas por corpos granit6ides. Vestigios destemagmatismo, atribuido ao Ciclo Brasiliano, aparecem comoafloramentos isolados na base da escarpa da Serrania deCordillerita e a W junto a falha San José (Anexo A). Estasrochas sao agrupadas, no Paraguai Oriental, sob a designaCao decomo o Grupo Caapucú (Tabela 2.1).Ap6sdemorada etapa erosiva, superpoem-se os sedimentosclásticos do Grupo Caacupé aos granit6ides e riolit6ides doGrupo Caapucú. Os sedimentos finos fossiliferos do GrupoItacurubi (Llandoveriano Inferior), nao encontrados na Folha LaColmena, sobrepoem-se ao Grupo Caacupé (para comentários veja-seProyecto Par 83/005, 1986; ver também Capitulo 2). A maioria dosautores colocam o Grupo Caacupé por baixo dos sedimentosmarinhos do Grupo Itacurubi, atribuindo assim ao primeiro idadesiluriana inferior ou até ordoviciana (e.g., Proyecto Par83/005, 1986). A interpretacao, em termos de facies, é que adeposicao do Grupo Caacupé registra urna invasao marinha no Altode Caapucú, previamente submetido a erosao subaérea, enquantoque a deposicao do Grupo 1tacurubi assinala urna fase marinha


•i179total ou parcialmente r-e-g-pes-Biva. Esta parte do alto foi.portanto, um área positiva pos8ivelmente durante todo oCambriano e Ordoviciano (ou parte dele) • para tornar-seplataforma marinha com a correspondente deposicao dos gruposCaacupé eItacurubi. O Devoniano foi documentado exclusivamenteem perfuracoes, as da Asunción 1 e 2 (a S da falha Jejui-Aguaray Guazú, Figura 2.4), e é representado por folhelhosfossiliferos considerados representantes de uma fase marinhatransgressi va (Proyecto Par 83/005, 1986). Nao existe registrode Devoniano aflorante ero toda a regiao do Alto de Caapucú,embora ele possa efetivamente estar presente em subsuperficie,em boa parte da depressao de San Pedro.5.2.2. Aa unidades neopaleoz6icaaOs registros estratigráficos identificam, como unidadesneopaleoz6icas, as constituidas pela Formac~oCoronel Oviedo e osuperposto Grupo Independenc ia, com as formacoes San Miguel eTacuary (ver Tabela 2.2).A Formac~oCoronel Oviedo esté representada por um conjuntode sedimentos grossos (diamictitos) até finos (lutitos),aparentemente depositados em ambientes glacial e periglacial. Econsiderada de idade carbonifera superior a permiana inferior. epara N interdigita-se com os sedimentos da FormaC8o Aquidabán,de origem fluvial e deltáica (ver também item 2.2.2.). O contatodesta formacao com as silurianas é tect6nico, por meio de falha,8. E da Folha La Colmena (ver, para orientacao, a Figura 2.2);n~osao observados contatos normais euperpostos com as unidades


180mais antigas, mas parece lógico supor contato erosivo, commarcado hiato estratigráfico que abarcaria todo (ou parte) doDevoniano, e todo o Carbonifero Inferior e Médio. A FormacaoCoronel Oviedo só aflora a W da Folha La Colmena. Pareceevidente, por outra parte, que ela deva encontrar-se emprofundidade no Vale de Acahay, ex1stindo até a possibilidade deque apareca o teto dela aflorando na janela erosiva aberta naUnidade U1 (item 3.3.4), algo a N de Caffada (ver tambéminterpretacao no perfil A-B, Figura 5.3).A próxima formacao, a de San Miguel, é considerada de idadepermiana média ou superior, com sedimentosvariados (grossosaté finos), que se depositaram em ambientes fluviaie, lacustres,deltaicos e até marinhos rasos (ver Proyecto Par 83/005, 1986).As tres unidades Ul, U2 e U3 que compoem a Formacao San Miguelna Folha La Colmena formam urna sucessao com granocresc~nciaascendente e sao compativeis com deposicao em "alluvial fans"; apresenca, na unidade U1 inferior, de material carbonático,sugere a exi8t~ncia de sedimentos forma.dos em lagos de poucaextensao (ver item 3.3.4).A interpretacao ensaiada no perfil G-H (Figura 5.6) adapta.­se 8.Sobservacoes documentadas nos mapas regionais, sugerindopouca ou nenhuma diferenca de cotas entre as unidades inferiorésda Formacao San Miguel, na Serrania de Ybytymi, e os estratospossivelmente crono-correlatos encontrados na Serrania Ybytyruzúe áreas mais a E, já fora da zona de influ~ncia do "rift".Embora inexistam dados mais detalhados, é tentadora apossibilidade de levantar a hipótese de uma origem muito antigado "rift" de Asunción, com os seus segmentos Acahay e Ybytyruzú


181j á formados no Permiano e em franca subsid~nc ia, com deposiQ§.ocoet&nea da FormaQgo San Miguel (e Tacuary, mapeadasconjuntamente na maioria dos trabalhos) (sugest§.o pessoal).5.2.3. Aa manlfeata~Bes ignesa do CretáceoAs ocorrencias de rochas 19neaa cretáceas na Folha LaColmena (principalmente diabásios e rochas alcalinas várias, verCapitulo 4) par ~cem pertencer todas ao cronogrupo de 131 Ma,definido em Ulbrich et al. (1990). DataQoes mais novas parecemconfirmar a previs8.o inicial (e.g. dados em Velázquez, 1992).Assim, as data~oessugerem, com erros geralmente significativos(da ordem de vários Ma), urna contemporane idade geocronol6gicapara diabásios e rochas alcalinas. ObservaQoes geol6gicasentretanto, indicam gue as rochas basálticas localizam-se antesque as alcalinas (por ex., raros casos em gue urolamprófirocorta uro diabásio, na regigo de Chauria) . É também defundamental importáncia destacar as localiza~oes claramentediferentes de diabásios e rochas alcalinas. Os primeiros mostramdispersao geográfica significativa, aparecendo naoapenas no"rift" de Asunción como também por toda a parte do Alto Caapucú(e.g., Drueker & Gay, 1987). As alcalinas, por outro lado, estaosugestivamente limitadas 800interior do "rift" de Asunción, ou asua imediata vizinhan~a (como por ex. o maci~o de Acahay).Independentemente da sua aparente contemporaneidadegeocronológica, ambos os litotipos sao rochas claramentediferentes, tanto do ponto de vista genético como tect6nico.O magmatismo alcalino, mais complexo do ponto de vista


182geológico, deve ter tido, ent&o, duracgo escassa, possivelmentede alguns poucos Ma;geraram-se nesse intervalo varios sistemasde diques, "plugs" , "pipes" , derrames de lavas e mantos depiroclásticas. Masas observacoes geológicas oferecem claraspravas de histórias complicadas de intrus&o e efus&o, mesmo nobreve intervalo de tempo suposto para a maioria dasmanifestacoes alcalinas (cronogrupo de 130 Ma). Algumas deseasobservacoes sgo indicadas a seguir (ver item 3.3.4):- a ocorrencia intermitente de rochas piroclá.sticas e dederrames de lava, no Potrero Ybaté;- a aparicao inicial, em "pipes" de rochas consideradas deafinidade lamproítica, das manifestacoee piroclasticas ("faciespiroclá.stica"), seguida por intrusao de magmas ("facieshipoabissal" ) ;a invasao de diques com alguma variacgo nas direcoes(embora as com direcao N40-55W sejam as que predominem) noenxame de Ybytymi, possivelmente colocados em épocas algodiferentes;a presenca de enclaves de leucita melafonolitos elamprófiros em sienitóides (por ex., contidoe nos nefelinasienito do Cerro Chobi), por sua vez cortados por diques tardiosde rochas similares as dos enclaves;- diques compostos no enxame de Ybytymi (por ex., biotitalamprófiro nas duas bordas, invadido por leucita melafonolito,ambos frescos, por sua vez invadido por biotita lamprófirocentral, alterado);rochas sienitóides (por ex., em Cafiada) cortadas porlamprófiros ultramá.ficos.


, 1183A enumera~!lo deetae fei~5es, Que indicam claramenteseqü~ncias complexas das manifesta~5es alcalinas, n!lo delatanenhuma ordem especial de intrusao (por ex., de "mais máfico"para "maie félsico"). Pelo contrário, indica em vários casosrecorr~ncia da manifesta~go ignea.A combina~go de dados eetruturais (Anexo A) com asobserva~5es de campo e a informa~!lo geocronológica estabelecemum quadro de rela~aoentre falhamento e atividade ignea.A falha San José (N12-15W) é posterior a forma~aoda falhaAcahay, o limite meridional do segmento Acahay, e a de Medina,grosseiramente paralela a anterior, portanto posterior aforma~ao do Bloco Chauria (ver interpreta~ao deste bloco naFigura 5.2). Emparalelo a falha San José, aparecem váriosdiques de diabásio, com rumo geral N15W, atribuidas aocronogrupo de 131 Ma citado. Com isto, estabelece-se urna idademinima para eeta falha de ajuste tardio. Fica indefinida a idadeda Falha Acahay €a do próprio "rift". De qualquer maneira, afase de subeidencia mais importante do "rift", da ordem de 1520m no segmento Acahay (item 5.1.1), deve preceder a da forma~aoda falha San José e do próprio magmatismo basáltico e alcalino.O sistema de diques (= fraturas) N40-55W está colocado emfraturas extensionais; esta geometria, bem como a de toda aconfigura~aodo "rift" de Asunción (de "Z" invertido e deitado)só pode formar-se pela a~aode um par de componentes cisalhantesde direQao E-W e com movimenta~!lodextral, aplicados no segmentoAcahay. As fraturas extensionais que aparecer!lo, nesse caso,terao orienta~ao aproximada N45W (ver discussao no itemseguinte). Estas fraturas devem ter a mesma idade dos diques de


184rochas alcalinas. tendo-se formado portanto em torno de 130 Maatr8.s, e s&o (possive lmente ) mais novas que as fraturas quecontém os diabásio (cortados por lamprófiro,ver observac~oacima citada, em Chauria).As idades existentes até o momento (veja-se Velázquez, 1992e literatura ali citada) indica que algumas poucas manifestacBesisoladas (como o"plug" fonolitóide do Cerro Gimenes na Folhavizinha de Acahay) s&o mais jovens (com idade K/Ar de ordem de66 Ma) e cronologicamente mais próximas, portanto, asocorrencias da Formac~o Nemby (aproximadamente 40 a 60 Ma),aflorante no extremo NWdo segmento Asunción (ver comentários noi tem 4.3).5.2.4. As unidades sedimentares pós-magmatismo CretáceoA mais importante unidade a ser ainda mencionada éno segmento Asunción do "rift", é mapeada como Formac~oa que,Patif'.t.o.É constituida por sedimentos vermelhos pouco selecionados,grossos a médios (conglomerados a cascalho. areias), por vezessem muita compactac~o,descritos como "fanglomerados" (ProyectoPar 83/005, 1986). Mostra blocos de todas as unidades aflorantesnessas regi5es. tratando-se de tipico "recheio" de vale. Aparecea formac~o cortada por algumas das rochas alcalinas daquelaregi~o(e. g., diques de nefelinito, observacoes próprias), mastambém sao encontrados, pelo menos localmente, blocos daFormac~o Nemby. A Formacgo Patif'.t.o inicia a sua sedimentacgo noCretáceo (imediatamente antes, e durante, o magmatismoCretáceo?) e a finaliza aparentemente só no Terciário (no caso


185do segmento Asunci6n).Dep6sitos semelhantes sgo encontrados na Folha La Colmena,de cores variadas earranjo granulométrico aparentemente maiscaótico, ngo mostrando a seqüencia de diminuicgo granulométricaque éclaramente observada nos sedimentos correlatos do segmentoAsunción (Proyecto Par 83/005, 1986). No Vale de Acahay, saoencontrados afloramentos desta unidade cortados por fraturasconsideradas antigas (as de rumo aproximado N-S e N20W) , o quesugere inicio de deposic&o antes ou durante o magmatismoCretáceo (ver item 3.3.4).Sao encontrados adicionalmente vArias unidades desedimentos recentes e subrecentes (Anexo A, item 3.3.4).5.3. O "RIFT" <strong>DE</strong> ASUNCIóN: UHA INTERPRETACAOA associacao do "rift" de Asunción com aa ocorrencias derochas alcalinas da chamada "Provincia Central" (ver item 2.3.1)é de tal sorte imediata que é essa estrutura, mais que merolocal de colocacao, provável causa até da geracao demanifestacoes alcalinas (H.Ulbrich, apreciacao pessoal). Estarelacao foi expressa de maneira explicita em trabalho preliminarde Ulbrich & Presser ( 1992), e será apreeentada, com maioresdados, em artigo mais extenso em preparacao. Segue-se aqui aargumentacao expressa nesse artigo, que se baseia em modelosgerais existentes na literatura.A geometria do "rift" de Asunción, inicialmente destacadapor Degraff ( 1985; ver também Drueker & Gay, 1987) , é muito


186caracteristica. Mostra forma de "z" invertido e deitado,formando os tres segmentos jA citados: o de Asunción, depercurso NW-SE; o central, de Acahay, de rumo E-W, e o ocidentalou de Ybytyruzú, outra vez com direcao NW-SE, que desaparece porbaixo das coberturas da Bacia do ParanA; o último é o menosconhec ido dos tres. Por estas caracteristicas, destaca-se comouma estrutura de percurso "sinistral" ( "left-stepping" ), cuj osegmento central (Acahay) comporta a aplicacao de um parconjugado de componentes cisalhantes, de direcao E-W(obviamente, paralelo as falhas limites N e S desse segmento) ecuja movimentacao é dextral (horAria). As conseqüenciasestruturais da atuacao deste par cisalhante E-W sao muitointeressantes e geram uro conjunto de falhas secundárias degeometria única. A maioria delas sao "shears" secundArios, queaparecerao no interior do segmento Acahay formando angulos dediversos v~lnrp.R com as falhas principais. Mas de maiorinteresse estrutural éa formacAo de fraturas extensionais, comuma orientacao aproximacia N45W (para movimentacao dextral edirecao E-W do par cisalhante limitrofe); eventuais diferencasna orientacao e/ou curvaturas no percurso dessas fraturas podemser explicadas de vArias maneiras (cf. Ulbrich & Presser, 1992).Estas fraturas extensionais <strong>sAo</strong> verticais edevem atingirfontes mantélicas, certamente as da litosfera inferior maispossivelmente também as infralitosféricas. Elas devem ser, porvArios motivos, o"locus" de geracao de magmas mantélicos, jé.que representam fraturas ao longo das quais existe alivio depress8.o. As que s~oobservadas no Vale do Acahay e vizinhancas,com orientacao aproximada N45W, s~o portanto interpretadas nao


apenas como o "caixa" para subida e coloca~go dos diques mas187também como 03 locais de gera~go,em profundidades mantél ica.s.Este processo magma.genico, a luz do exposto, seria.conseqüentemente a.penas o corolArio da a.tua~&o do citado parc isalhante, dextral, nesse ambiente de "rift". Qual a causadessa movimenta~&o? A idade aproximada dos diques do enxameYbytymi (e fei~oes equivalentes, como muitos dos "plugs" ,"pipes" e derrames), de 130 Ma, possivelmente definiria também aidade da abertura inicial dessas fraturas extensionais. A idadecoincide, grosseiramente, com o inicio da abertura do AtlanticoSul, que come~a na sua parte meridional e se propaga para N,gerando urna movimenta~aohorária nas placas envolvidas (África eAmérica do Sul), compativel portanto com a movimenta~go deidentico sentido do par cisalhante E-Wno segmento Acahay do"rift". O panorama geral, amparado em dados geocronológicos efei~oesestruturais, aponta assim para uma causa geotectOnicamaior como explica~ao para a localiza~ao deste cronogrupo derochas alcalinas no Paraguai Oriental: os esfor~ostransmitidosna placa Sul-Americana pela abertura do Atlantico Sul.É provável que o sentido dextral de movimenta~gocisalhantenao durasse muito tempo, ou que se esgotaram as fontesmantélicas geradoras do magmatismo, pelo menos no segmentoAcahay. Nao existe documenta~ao, por enquanto, de diques deidades mais recentes nesse segmento, o que sugere fechamento dasfraturas (por ex., por inversao da movimentacao, de dextral parasinistral). As idades terciárias do magmatismo alcalino detendencia sódica da Forma~aoNemby (e.g., Bitschene, 1887), bemcomo os dados divulgados em VelázQuez (1882) sobre manifesta~oes


lBBde fonolit6ides de idade 66 Ma, nao se enquadram, evidentemente,neste esquema de abertura e fechamento de fraturas extensionaisassociadas ao evento geotectonico citado mesmo porque amaioria das mais novas aparecem como"plugs", etc, sugerindoconcentracoes de magmas em "n6s" estruturais (intersecoes defraturas, previamente existentes?). Uma análise mais apropriadade algumas feicoes estruturais, poderá oferecer explicacoesadicionais. Nao é recomendável, entretanto, abandonar a idéia deque as causas geotectonicas gerais (além da j á citada aberturado Atlantico, ver sugestoes neste sentido em Ulbrich & Freseer,1992) nao sejam as geradoras do magmatismo alcalino,convenientemente localizadas por aproveitamento deestruturaslocais (H. Ulbrich, 1992, sugestao pessoal).A geracao de magmas como conseqüencia da aparicao defraturas extensionais nao é necessariamente processo único,desacompanhado de outros fatores (por ex., da tao propaladaidéia de que os geradores últimos de fusao no manto sao asperturba


189correspondentes se originam em grandes profundidades (por ex.,Mitchell & Bergman, 1991) por serem liquidos primitivosenriquecidos en K20(como indicado pela mineralogia e sugeridoem Báez Presser, 1991, para o caso do "plug" lamproitóide NYGr).Sabe-se já, desde vários anos, que diamantes n&o sao encontradosexclusivamente em associaQao com kimberlitos. A mais rica jazidade diamante do mundo, em exploraQao. encontra-se no "pipe"Argyle AK1, de filiaQ&o lamproitica, na provincia de rochasperpotássicas descrita pela primeira vez por Wade& Prider(1940), O teor médio da jazida, desenvolvida ao longo de 7 anosde trabalho ao custo de 24 milhoes de dólares, é de 6,8ct/tonelada e portanto superior a média de 50 ct/100 toneladas,que caracteriza os kimberlitos mais férteis (ver maioresdetalhes em Atkinson et al., 1984; Hall & Smith. 1985; Deankinet al., 1989). Alvos interessantes para esta pesquisa na FolhaLa Colmena, já iniciada por várias empresas, sao principalmenteas "facies piroclásticas" de "pipes" como Don Eladio 1, Kristo eDú 2.Toda rocha primitiva rica em K20, por ter-se gerado emprofundidades significativas pode, em principio, carregardiamantes, como noticiado faz tempo na literatura. Nestesentido, seriam também possiveis alvos de pesquisa as "facies"piroclásticas das lavas basaltóides com leucita (tefrifonolitos)encontradas no Potrero Ybaté e adjac~ncias.Alguns depósitos de sedimentos finos considerados recentes,localizados nos Vale de Acahay, apresentam propriedades de"pozolanas" e sao explorados, há 5 ou 6 anos, como aditivos parao concreto (ver detalhes na dissertaQao de Zarza, 1991). Nao se


190descarta a possibilidade de que algumas camadas de rochas finas(argilitos, etc.) da Forma~&oSan Miguel apresentem propriedadesde interesse para a indústria de cer&mica ou de refratários.Os arenitos ricos em quartzo da Forma~&o Tobati podemservir, em princ ipio. como matéria prima para a fabrica~&o devidro. A pesquisa deveria proceder. neste caso. no sentido delocalizar camadas ou "facies" com teores baixos ou nulos doscomponentes menores (e.g. de alguns dos minerais pesadosacompanhantes), indesejáveis do ponto de vista tecnológico.·1Os troncos f6sseis silicificados, urna vez cortados epolidos, sllo aproveitados em vários paises como objetos de usodoméstico (pratos, porta-copos, adornos de mesa ede parede).Existem suficientes ocorréncias desses troncos na Unidade basalda Formacllo San Miguel. na Folha La Colmena, como para sustentarpor algum tempo a fabricacllo desses objetos.As formacoes mapeadas na Folha La Colmena, evidentemente,tem potencial diferente como rochas formadoras de solos. Ossolos que por ventura sao gerados as expensas da Formac&o Tobatidevem ser muito pobres em nutrientes minerais. Os mais ricos, demaior interesse para atividades agricolas e a pecuária, devemser os formados por cima das rochas vulcánicas do Potrero Ybaté,e as geradas por transformac&o de camadas da Forma~llo SanMiguel, principalmente as de granulometria mais fina, e daFormacao Patif'io.As ocorréncias de rochas alcalinas e basálticas,finalmente. podem ser utilizadas para cantaria ebrita. paraobras localizadas na regiao.


191REFERENCIASBIBLIOGRÁFICASALMEIDA, F.F.M. 1983. Relac5es Tect6nicas das Rochas Alcalinasda Regi&o Meridional da Plataforma Sul-Americana. Rey.Bras.Geoc. 13. 139-158.ATKINSON, W.J.; HUGHES, F.E. & SMITH, C.B. 1984. A Reyiew ofthe Kimberlitic Rocks of Western Australia. In: KORNPROBST, J.(ed), Kimberlites and Related Rocks, p. 195-224. ElseyierPress., New York.BÁEZ PRESSER, J . 1991. Characterization of Lamproites fromParaguay (South-America). In: INTERNATIONAL KIMBERLITECONFERENCE, 5, Araxá Brasil. Extended AbstractB. Brasilia.C.P.R.M., Publ. Esp. 2/91, p. 334-335.BÁEZ PRESSER, J. 1992. Characterization of Lamproites fromParaguay (South-America). In: LEONARDOS, O. et al., (eds.) ,INTERNATIONAL KIMBERLITE CONFERENCE, 5, Proceedings Volume.Brasilia C.P.R.M. (em Impr.).BAILEY, D.K.1974. Continental Rifting and Alkaline Magmatism.In: SORENSEN, H. (ed.) The Alkaline Rocks. Chichester, JohnWiley & Sons, 622 p.


192BELLlENl, G.; COMlN-CHIARAMONTI, P.; MARQUES, L.S.; MELFl, A.J.;PlCClRILLO, E.M.; NARDY, A.J.R. & ROlSENBERG, A. 1984. Highand Low-Ti02 F100d Basa1ts from the Parana P1ateau (Brazi1):Petro1ogy and Geochemica1 Aspeots Bearing on their Mant1eOrigino N. Jb. Miner. Abh., lfrQ, 273-306.BlTSCHENE, P.R.1987. Mesozoischer und kanozoischer anorogenerMagmatismus in Ostparaguay: Arbeiten zur Geo1ogie undPetro1ogie zweier A1ka1iproyinzen. Hei1de1berg, Universidadede Hei1de1berg, 318 p. (Tese de Doutoramento).BITSCHENE, P.R. & BÁEZ PRESSER, J.1989. The Asunción A1ka1ineProvince (Eastern Paraguay): Geologic Setting and PetrogeneticAspects. Zb1. Geo1. Pa1aont. Tei1 l, liL6. 959-971.BlTSCHENE, P.R. & LIPPOLT, H.J. 1986. Acid Magmatites of theBrasi1iano Cyc1e in East Paraguay. Zb1. Geo1. Pa1aont. Teil.~ aLlQ, 1457-1468.BITSCHENE, P.R.; LIPPOLT, H.J. & ARETZ, J. 1985. TertiarerVulkanismus in Ostparaguay (Asunción-Provinz) und Rifting­Prozesse am Westrand der südamerikanischen P1attform. Fortsch.Miner. fiaLl, p. 26.BlTSCHENE, P.R.; LlPPOLT, H.J. & STROH, A. 1986. Jungmesozoicher,K-betonter Magmatismus in Ostparaguay (Guairá­Paraguari Provinz) und Rifting-Prozesse innerha1b dersüdamerikanischen P1attform. Fortsch. Miner., fi4L1, p. 19.


19;3 BLACK, R.; LAMEYRE, J. & BONIM, B.1985. The Structural Settingof Alkaline Complexes. Journal of Afr. Earth Sciences. 3, 5­16.CASTILLO, A.M.CL. 1986. Reavaliadlo da Geologia do ParaguayOriental. Sgo Paulo. IG-USP, 141 p. (Tese de Doutoramento).CIGUEL, E.; ROSLER, O. & CASTILLO, A.M. 1987. Skolithosverticalis eSkolithos ayalis, Formacgo Eusebio Ayala (GrupoItacurubi, borda ocidental da Bacia do Paraná. no Paraguay) esua importancia no ambiente deposicional. In: CONGR.BRASIL.PALEONT., Rio de Janeiro, Anais 10. 253-269.COMIN-CHIARAMONTI, P.; GOMES, C.B.; PICCIRILLO, E.M.; BELLIENI,G.; CASTILLO, A.M.; <strong>DE</strong>MARCHI, G.; GALLO, P. & VELÁZQUEZ, J.C.1990. Petrologia do Macico Alcalino de Acahay, ParaguaiOriental. Rey. Bras. Geoc., ZQ, 133-152.COMTE, D. & HASUI, Y. 1971. Geochronology of Eastern Paraguayby the Potassium-Argon Method. Rey. Bras. Geoc. 1, 33-43.COOPERSMITH, H.G. & MI TCHELL, R.H. 1989. Geology andExploration of the Rose Lamproites, South-east Kansas, U.S.A.Geol. Soco Austr. Spec. Publ., lA, 1179-1791.CUADRICULA 40-ITÁ. 1966. Plan de Prospección Geológica yMineral. Direc. Rec. Min. M.O.P,C •. Asunción.


194CUADRICULA 41-CORONEL OVIEDO. 1966. Plan de ProspecciónGeológica y Mineral. Direc. Rec. Min. M.O.P.C .. Asunción.<strong>DE</strong>AKIN, A.S.; BOXER, G.L.; MEAKINS, A.E.; HAEBIG. A.E. & LEW,J. H. 1989. Geology of the Argyle Alluvial Diamond Deposits.Geol. Soco Aust. Special Publ., lA, 1118-1122.<strong>DE</strong>GRAFF, J.M.1985. Late Mesozoic Crustal Extension and Riftingon the Western Edge of the Parana Basin, Paraguay. Geol. Soc.Amer. Abstr., 17, 560.<strong>DE</strong>GRAFF, J .M.; FRANCO, R. & ORUÉ, D. 1981. Interpretaci6ngeofisica ygeológica del valle de Ypacarai (Paraguay) y suformación. Asoc. Geol. Argent. Rey. xxXVI, 3, 240-256.DRUEKER, M.D. & GAY, S.P. 1987. Mafic Dyke Swarms Associatedwith Mesozoic Rifting in Eastern Paraguay, South America. In:HALL e FAHRIG (eds.), Mafic Dyke Swarms. Geo1. Ass. of Can.Spec. Paper, 34, 187-193.ECKEL, E.B.1959. Geology and Mineral Resources of Paraguay. AReconnaissance. U.S. Geol. Surv. Prof. Pap., 322, 110 p.


195FIPKE, Ch. E. 1991. Significance of Chromite, G5 Mg-AlmandineGarnet, Zircon and Tourmaline in Heavy Mineral Detection ofDiamond Bearing Lamproite. In: INTERNATIONAL KIMBERLITECONFERENCE, 5, Araxá, Brasil. Extended Abstracts. Brasilia,C.P.R.M., Publ. Esp. 2/91, 97-100.FISHER, R.V. & SCHMINCKE, H.V. 1984. Pyroclastic Rocks.Springer, New York, 472 p.FITTON, J.G. & UPTON, B.G.J. 1987. Alkaline 19neous Rocks.Geol. Soco Spec. Publ. Lond., aQ, Oxford, 568 p.FROSTICK, L. & REID, l.1989. ls Structure the main Control ofRiver Drainage and Sedimentation in Rift? Journal of AfricanEarth Scienc., a. 2/3/4, 165-182.FULFARO, V.J . & PETRI, S.1983. Geologia do Brasil. Editora daUniversidade de Sao Paulo, Sao Paulo, 631 p.FULFARO, V.J.; SAAD, A.R.; SANTOS. M. V. & VIANA, P.B. 1982.Compartimentacao e Evolucao Tectónica da Bacia do Paraná. ~Eras. Geoc., 12, 4, 590-611.GOMES DUARTE, D. 1990. Manifestaciones de Roca Ultramafica enel Extremo Oriental de los Esteros del Neembucú. In: COLOQUIO<strong>DE</strong> ROCAS MAGMATICAS <strong>DE</strong> PARAGUAY. 1er, Resumenes. Dep. Geol.Fac. Cien. Exact. y Nat. (UNA) San Lorenzo, Paraguay.


196GOMES, C.B.; COMIN-CHIARAMONTI. P.; <strong>DE</strong> MIN, A.; MELFI, A.J.;BELLIENI. C; CASTILLO, A.M.; VELÁZQUEZ, J.C.; VELÁZQUEZ, V.F.& PICCIRILLO, E.M. 1989. Atividade Fi loniana Associada aoComplexo Alcalino de Sapucai, Paraguai Oriental. Geoch.Brasil. ~, 93-114.GUPTA, A.K. & YAGUI, K.1980. Petrology and Genesis oí LeucitebearingRocks. Springer Verlag, Berlin, 252 p.HALL, A.E. & SMITH, C. B. 1985. Lamproite Diamonds - Are TheyDifferent?Publ. Geol. Dep. & Extension, Univ. West. Aust.,.8, 167-212.HARRI NGTON, H. J . 1950. Geologia del Paraguay Oriental. Univ.Bs. Aires, Fac. Cien. Exactas y Naturales., ContribucionesCientificas, Serie E. Geologia, Tomo 1, 82 p.HARRINGTON, H.J.1972. Silurian of Paraguay. In: BERRY, W.B. eBOUCOT, A.J. (eds.) Correlation oí South American SilurianRocks. Geol. Soco Am. Spec. Pap., 133, 41-50.HERBST, R. 1972. Nota sobre la Presencia de LypcopsidaeArborescentes en el Pérmico (Serie Independencia) delParaguay. Ameghiniana, IX, ~, 258-264.IRVINE, T.N. 1980. Magmatic Density Currents and CumulusProcesses. Amer. J. Science, 280-A, 1-58.


197JAQUES, A. L.; HAGGERTY, S . E.; LUCAS, H. & BOXER. G. L. 1988.Mineralogy and Petrology of the Argyle (AK1)Lamproite Pipe.Western Australia. Geol. Soo. Austr. Spee. Publo, ll, 153­169.JAQUES, A.L.; LEWIS, C.D. & SMITH, C.B. 1986. The Kimberlitieand Lamproitie Roeks of Western Australia. Bull. Geolo Sury.Western Australia, ~, 268 p.JAQUES, A.L.; LEWIS, C.D.; SMITH, C.B.; GREGORY, G.P.; FERGUSON,J .; CHAPPELL, B. W . & Me CULLOCH, M. T . 1984. The DiamondBearing Ultrapotassie (Lamproitie) Roeks of the West KimberleyRegion, Western Australia. In: KORNPROBST, J. (ed.)Kimberlites and Related Roeks. Elsevier, Amsterdan, p. 225­254.JAQUES, A.L.; SUN, S.S. & CHAPPEL, B.W. 1989. Geoehemistry ofthe Argyle (AK1) Lamproite Pipe. Geol. Soo, Austr. Spee,Publ., ll, 170-188.KANZLER, A. 1987. The Southern Preoambrian in ParaguayGeologioal Inventory and AgeRelations. Zbl, geol. Palaont.Teil 1, H 7/8, 753-765.Le BAS, M.J. 1977. Carbonatite - Nephelinite Voloanism. Wiley,New York, 347 p.


198Le BAS, M.J. & STRECKEISEN, A.L. 1991. The IUGS SystematicB ofIgneous Rocks. Journal of the Geo1. Soc., London, l.1..B, 825­833.Le MA I TRE , R . W . 1989. A Classification of Igneous Rocks andGlossary of Terms: Recommendations of International Union ofGeological Sciences Subcomission on the Systematics of IgneouBRocks. Blockwell Scientific Publication Oxford.LIVIERES, R.A.G. 1987. Der KarbQnatit-Komplex von Chirjgue] o ,Nordost Paraguay, Clausthales Geowiss. Diss. H28, 191 p.Clausthal.LIVIERES, R.A.G. & QUA<strong>DE</strong>, H. 1987. Distribución Regional yAsentamiento Tectónico de 105 Complejos Alcalinos delParaguay. Zb1. Geo1. Palaont. Teil 1, 1.LfJ., 791-805.MANTOVANI, M.S.M.; HAWKESWORTH, C.J. & BASEI, M.A.S. 1987. Ndand PbIsotope Studies Bearing on the Crustal Evolution ofSouthearn Brasil. Rev. Eras. Geoc., ~ a, 263-268.MENZIES, M. A. & HAWKESWORTH, C. J. 1987. Mantle Metasonatism.Academic Press. London, 472 p.MITCHELL, R.H.1985. A Review of the Mineralogy of Lamproites.Tr. Geol. Soco S. Afr., 88, 411-438.


199MITCHELL, R.H. 1986. Kimberlites: Mineralogy. Geocheroistry andPetrology. Plenum, New York, 442 p.MITCHELL, R.H. 1989. Aspects of the Petrology of Kimberlitesand Lamproites: some Definitions and Distinctions. Geol. SocoAustr. Spec. Publ., ¡S, 7-45.MITCHELL, R.H. & BERGMAN, S.C. 1991. Petrology of Lemproites.Plenum, New York, 477 p.MITCHELL, R.H. & LEWIS, R.D.1983. Priderite-bearing Xenolithsfroro Prairie Creek Mica Peridotite, Arkansas. Can. Mineral.,2.l, 59-64.MITCHELL, R.H. & PLATT, R.H.1979. Nepheline-bearing Rocks frorothe Poohbah Lake Coroplex, Ontario. Malignites and Malignites.Contrib. Mineral. Petrol., Qa, 255-264.NIXON, P .H. 1987. Mantle Xenoliths. John Wiley & Sons , NewYork, 845 p.O.E.A. 1975. Proyecto Aquidabán, Cuenca del Plata, Rep. delParaguay. Secr. Gral. O.E.A. Washington, D.C. 197 p.PALMIERI, J.H. & ARRIBAS, A. 1975. El Complejo AlcalinoPotássico de Sapucai (Paraguay-Oriental). In: CONGoLAT. AMER.<strong>DE</strong> GEOL. ECON., 5to., Buenos Aires, Vol. IV, 267-300.


200PALMIERI. J.H. & VELÁZQUEZ. J.C. 1982. Geologia de 1 Paraguay.Napa. Asunción. 65 p.PETRI, S.; COIMBRA, A.M; AMARAL. G. & LOPES PONCANO. W. 1986.Guia de Nomenclatura Estratigráfica. Rev. Bras . GeQc . ~ ~ . 4,376-415.PICCIRILLO, E.M.; CIVETTA, L.; PETRINI, R.; LONGINELLI, A.;BELLIENI, G.; COMIN-CHIARAMONTI, P; MARQUES, L.S. & MELFI,A.J. 1989. Regional Variations Within the Parana FloodBasalts (Southerm Brasil): Evidence for Subcontinental MantleHeterogeneity and Crustal Contamination. Chemical Geology, IQ,103-122.PICCIRILLO, E. M. ; RAPOSO, M.LB.; MELFI, A. J . ; COMIM­CHIARAMONTI, P.; BELLIENI, G.; CORDANI, U.C. & KAWASHITA, K.1987. Bimodal fissural volcanic Suites from the Parana basin(Brasil): K-Ar age, Sr-isotopes and geochemistry. Geoch.Bras., ~, 53-69.PROYECTO PAR 83/005.1986. Mapa Geológico del Paraguay (1 mapa1:1.000.000 y texto explicativo). RealizaQgo por V.J. Fúlfaroy J.H. Palmieri. GOY. ReD. del Paraguay/ONU, Asunción,Paraguay.PUTZER, H.1962. Geologie yon Paraguay. Beitr. Reg. Geol. Erde,Bd 2, 183 p., Berlin.


202SCOTT SMITH, B.H. & SKINNER, E.M.W. 1984a. A New Look atPrairie Creek, Arkansas. In: KORNPROBST,J. (ed.) Kiroberlitesand Related Rocks. pp. 255-284.SCOTT SMITH, B.H. & SKINNER, E.M.W. 1984b. DiamondiferousLamproites. Journal Geol., 92, 433-438.SMITH, C.B. & LORENZ, V. 1989. Volcanology of EllendaleLamproite Pipes, Western Australia. Spec. Publ. Geol. SOCoAust. ~, 505-519.SONOKI, I.R. & GARDA, G.M.1988. Idade K-Ar de rochas alcalinasdo Brasil Meridional e Paraguai Oriental: Compila~ao eadapta~aoas novas constantes de decaimento. Boletim IG-USP.Série Cientifica, la, 63-85.SORENSEN, H. 1974. The Alkaline Rocks. John Wiley & Sons,Chichester, 622 p.STRECKE1 SEN, A. 1976. To Each Plutonic Rock its Proper Name.Earth Science Reyiews. 12, 1-33.STRECKEISEN, A. 1980. Classification and Nomenclature ofVolcanic Rocks, Lamprophyres, Carbonatites, and MeliliticRocks: Recommendations and Suggestions of the IUGSSubcomission on the Systematics of Igneous Rocks. Geol.Rundschau, fia, ~, 194-207.


203SUGUIO, K. 1980. Rochas Sedimentares: propriedades. géneses.importancia económica. Editora Blusher (Univ. Sao Paulo), SaoPaulo, 500 p.T.A.C., (the Anschutz Corporation). 1981. Geologic Map ofEastern Paraguay, 1:500.000 (compilaQao F. Wiens) 1 mapa(inédito), Asunción. (compilado por F. Wiens)TR6GER, W. E . 1979. Optical Determination of Rock - forroingMinerals. Part 1. Determinative tables. E. Schweizerbart'sche, 188 p.ULBRICH, H.H.G.J. 1986. As Brechas de Origem Ígnea: Revisao eProposta para urna ClassificaQao Geológica. Bol. IG-USP, Publ.~, .3, 1-82,ULBRICH, H.H.G.J. & BÁEZ PRESSER, J.1992. The Asunción Rift,Eastern Paraguay: A Preliminary Interpretatión. Bol. IG-USP,Publ. Esp. 12, 139-140.ULBRICH, H.H.G.J. & GOMES, C.B. 1981. Alkaline Rocks froroContinental Brasil. Earth-Science Reviews, 1I, 135-154.ULBRICH, H.H.G.J.; GARDA, G.M. & ULBRICH, M.N.C. 1990.AvaliaQ80 das Idades K-Ar dos Macicos Alcalinos do Brasil SulOriental e Paraguai Oriental. Bol. IG-USP Publ. Esp., a, 87­92.


204ULBRICH, M. N. C & LEONARDOS , O. 1991. The Ultrabasic PotassicRocks of Presidente Olegário, Serra da Mata da Corda, MinasGerais, Brazil. In: INTERNATIONAL KIMBERLITE CONFERENCE, 5,Araxa, Brazil, Extended Abstracts. Brasília C.P.R.M. Spec.Publ. 2/91, 437-439.VEUZQUEZ , V . F. 1992. Provincia Alcalina Central. ParaguaiCentro-Oriental: Aspectos Tect6nicos. Petrográficos eGeoCIQnológicos. Sao Paulo, IG-USP, 189 p. (Disserta~ao deMestrado) .WA<strong>DE</strong>, A. & PRI<strong>DE</strong>R, R. 1940. The Leucite-Bearing rocks of theWest Kimberley Area, Western Australia. Guaterly Journal ofthe Geol. SOCo of London, BE, 39-98.WAGNER, F. & VEL<strong>DE</strong>, D. 1986. Lamproites in North Vietnam: anExamination of Cocites. Journal Geol. ~ 770-776.WIENS, F. 1984. El Precámbrico Paraguayo. In: 1~ SIMPa NAC. <strong>DE</strong>GEOL. Resumen. Asunción.WIENS, F. 1986. Zur lithostratigraphischen. petrographischenund strukturellen Entwicklung des Rio Apa-Hochlandes. NordostParaguay. Clausthaler Geowiss. Diss. H19, 280 p. Clausthal(Tese de Doutoramento).


205WIENS, F. 1990. El Complejo Alcalino Cerro Sarambi. In:COLOQUIO <strong>DE</strong> ROCAS MAGMATICAS <strong>DE</strong> PARAGUAY, Resumenes, Dep.Geol. Fac. Cien. Exact. y Nat. (UNA). San Lorenzo, Paraguay.WILKINSON, J.F.G. 1974. The Mineralogy and Petrography ofAlkaline Basaltic Rocks. In: SORENSEN, H. (ed.) AlkalineRocks. John Wiley & Sonso Chichester, p. 67-95.WOOLEY, A.R. 1987. Alkaline Rocks and Carbonatites of theWorld. Parte 1: North a.nd South America. British Museum(Natural History), London, 216 p.ZALÁN, P.V.; WOLFF, S.; CONCEICAO, J.C.J.; ASTOLFI, A.M.;VIEIRA, r.S.; APPI. V.T.; ZANOTTO, O. & MARQUESA. Tectonicsand sedimentation of the Paraná Basin. In: ULBRICH, H. & ROCHACAMPOS, A. (eds. ): Godwana Seven PrQQeedings . Instituto deGeociéncias, USP, Sao Paulo, 83-117.ZALÁN, V.P.; WOLFF, S.; CONCEICAO, J.C. de J.; SANTOS VIERA, l.;MENDONCA STOLFI, M.A.; APPI, V. T. & ZANATTO, O.A. 1987. ADivisgo Tripartite do Siluriano da Bacia do Paraná. Rev. Bras.GeQc. 12. 3, 242-252.ZARZA, P.R.L.1991. Kst-udo das 12Qzolanas Naturais de "Ybytvmi.La CQlmena". Pa.raguav Oriental. UNESP - Campus de Rio Claro,Rio Claro, 151 p. (Tese de Mestrado).


ERRATAGeologia da Folha 5569-111 La Colmena. Paraguai Oriental Jaime Baez Presser P. 18, 2ª linha. Ler "no" ao inves de "No".Favor ler "grupos... " e "formac;;:oes... ", ao inves de "Grupos .. "e "Formac;;:oes ... " (por ex.: p. 24, linhas 3,8,9, 10; p. 31,linha 12; p. 37, linha 15; p. 58, linha 16; etc.):P. 28, linha 14, ler "eosiluriana" e nao "Eosiluriana".P. 68, última linha, ler "carbonato" e nao "carboneto".P. 76, 1 inha 12, 1er "contrastadas" e nao "constatadas"P. 89, 1 inha 15, ler "encaixante; em parte "P. 92, 1 inha 1, ler lié neste trabalho correl acionada".P. 163, linha 18, ler "para E" e nao "para W".P. 35, linha 15, ler "San Miguel"ao invés de Tacuary.P. 83, 1ª linha, ler "SE-NW" e nao SW-NW.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!