06ArtigoBRASILA tortura dos baixos IDHsChegou a hora de o País aprender a se mirar nas grandes nações doplaneta, principalmente as monarquias parlamentaristas que souberamaliar Desenvolvimento Social com Democracia.Edvaldo F. EsquivelJornalistaedesquivel@oi.com.brAinda não foi desta vez que o<strong>Brasil</strong> mostrou categoria comopaís emergente. Mais uma vez,não conseguiu ostentar melhoriasconvincentes no quadrodo Índice de DesenvolvimentoHumano da ONU (IDH)de 2012, cujo relatório foi divulgadorecentemente. Nossopaís, simplesmente, patinounum desconcertante 85º lugarno ranking dos 187 países quesão avaliados anualmente. Aliás,a colocação é reincidente,pois nas duas últimas décadaso <strong>Brasil</strong> não tem conseguidoavançar substancialmente nosquesitos investimento social:saúde, saneamento básico eeducação pública. O governobrasileiro, em vez de dourar apílula deveria encarar esta vergonhanacional de frente.O tal país do futuro aparece,sempre, com uma taxa decrescimento menor que a médiados países da AméricaLatina e Caribe. É vexatório.Paradoxalmente, no entanto,a grande mídia brasileira tambéminsiste em fazer médiacom a irrealidade, e todos osanos tenta dourar a pílula donosso insuportável subdesenvolvimento.É um equívoco! Agente precisa tirar lições e nãotem avançado estatisticamentemuito lentamente, quase parandoem quesitos básicos.Francamente, o ex-País do futeo<strong>Brasil</strong> não tem conseguido avançar substancialmente nosquesitos investimento social: saúde, saneamento básico eeducação pública. O governo brasileiro, em vez de dourar apílula deveria encarar esta vergonha nacional de frentedissimular, aprender a encarara realidade social (triste) denosso povo e buscar soluçõesrápidas. Ninguém suporta maisas desculpas esfarrapadas dotipo, “apesar de tudo, o <strong>Brasil</strong>está melhorando a cada ano”.Nada disso, o <strong>Brasil</strong> na prática
07bol perde de goleada até paraIdem. E a Habitação Popular? Edesse país continental.O que temos aí – e os IDH anuaisos nossos hermanos sul-amer-o transporte público? Nem pen-Um crescimento pífiocomprovam – é arremedo puroicanos e nos coloca próximosar. Ah! Sim. Reinam absolutasNem adianta considerar quee simples de uma realidade so-de países indigentes da Áfricaas favelas, esses abomináveisesse avanço é proporcional-cial que é cruel para o nossoou até da Asia. O jornalista J.antros da violência urbana. Emente superior a de outrospovo, a despeito do propaladoR. Guzzo, em artigo de últimatome UPPs.países da América Latina. Nodesempenho do país na áreapágina da Veja (edição 2.317Como é que pode? Temos umamesmo período, a Argentina au-social dos últimos anos (vide– 17/04/2013), sob títulonação secularmente desencon-mentou seu índice em 16%; oBolsa Escola e Bolsa Família).“Efeitos colaterais”, substan-trada com suas instituições. EChile, em 17%, e o México emAs pessoas, às vezes, desaba-cia o nosso argumento quandolouvam-se – ou criticam – quan-18%. Entretanto, vejam comofam contra a realidade brasilei-afirma: “O governo brasileirodo o STF ocupa a cena nacionalestão classificados esses país-ra, afirmando que “temos umaviciou-se em confundir estatís-no embate quixotesco contraes no ranking do IDH da ONU dedemocracia capenga”. Estarãoticas com realidade”. Em outrotrecho pontua: “O <strong>Brasil</strong> pegouo 85º lugar em 2013 (no IDH daONU), dezesseis postos abaixodo Cazaquistão e outras potênciasdo mesmo quilate. Não éum desastre. É apenas aquiloque realmente somos – a mediocriadadeem estado puro...”.Pronto.É triste. E o que fazer então?Ora bolas, ir atrás do tempoperdido! Os projetos de modernizaçãoda infra-estruturado Estado brasileiro do governofederal existem, porém,não saem do papel. Arrastamsenas gavetas dos gabinetes.a corrupção e a malandragemda política nacional. Aí, vem aperguntinha: como nos salvarmos,então, dos baixos IHDs?Na reflexão? Ou na compaixãode nós mesmos? Melhor dizer:no trabalho incansável dosnossos governantes. Para aliviara situação, o relatório doPrograma das Nações Unidaspara o Desenvolvimento, divulgadono dia 14/03, baseadoem números de 2012, apontaque o <strong>Brasil</strong> teve um aumentode 24% do seu IDH desde 1990,o que não chega a ser tão significativoassim, se levado emconta o potencial econômico2012. Bem na frente do <strong>Brasil</strong>.É simples: o nosso País cresceubobagem de um ano pro outro.RepetImos: por seu potencialimenso, está a merecer colocaçãomelhor. Ou, até mesmo,a liderança no continente sulamericano.Basta dessa maniade nos contentarmos com pouco.Queremos progresso, sim,mas não pela metade. O <strong>Brasil</strong>precisa se mirar nos exemplosdas grandes nações (muitasdelas, inclusive, de regimemonárquico-parlamentarista),que souberam aliar muito bemDesenvolvimento Social comDemocracia.erradas?De qualquer modo, mesmocom algum avanço – pálido,insistimos - nos últimos anos,o relatório deixa claro que o<strong>Brasil</strong> ainda possui um indefensávelfosso social entre ricose pobres. A propósito: dos dezpaíses que lideram o IDH/2012,em primeiro lugar está a Noruega,democrática e socialmenteavançada nação de regimemonarquista-parlamentaristada Escandinávia. Seria meracoincidência? Por sinal, queiramver a relação completa, noGoogle, dos dez países do rankingdo IDH/2012.E tirem as conclusões, ok?Adormecem nos meandros dopoder, na areia movediça quereina absoluta na maresia administrativado poder público.Pior: salvam-se poucos exemplospositivos. Um deles são osmetrôs de capitais, indispensáveispara a mobilidade urbanapara cidades de trânsitocaótico como Salvador. Aqui, aconstrução da Linha 2 do metrô,na Av. Paralela, foi mais umavítima quase fatal da pasmaceiraque ronda as obras públicasnesse país.Sim, desde 2010 a obra dometrô de Salvador virou umanovela eterna do PAC, traindoas esperanças dos baianos deque finalmente se tornasse umlegado edificante da Copa 2014. Construíram a Arena FonteNova, mas não conseguiramviabilizar o projeto exigido pelaFifa. Eis outra vergonha nacional.Credibilidade em baixaEnfim, a credibilidade despencaem setores vitais da vidanacional. E todos fingem queestá tudo bem. E a Educação?Não está. E a Saúde Pública?É triste. E o que fazer então? Ora bolas, ir atrás do tempoperdido! Os projetos de modernização da infra-estrutura doEstado brasileiro do governo federal existem, porém, nãosaem do papel.