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TEXTO-BASE DA CONFERÊNCIA NACIONAL DE ... - Cultura Digital

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1.4. CULTURA, COMUNICAÇÃO E <strong>DE</strong>MOCRACIAAs atividades relacionadas à informação estão adquirindo importância crescente no mundoatual. A produção, difusão e acesso às informações são requisitos básicos para o exercíciodas liberdades civis, políticas, econômicas, sociais e culturais. O monopólio dos meios decomunicação (mídias) representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos,principalmente no Brasil, onde a televisão e o rádio são os equipamentos de produção edistribuição de bens simbólicos mais disseminados, e por isso cumprem função relevantena vida cultural.As políticas culturais só recentemente começam a dar importância aos meios decomunicação de massas e ao seu papel de produtor e difusor da cultura. Tão necessárioquanto reatar o vínculo entre cultura e educação é integrar as políticas culturais e decomunicação. Nesse sentido, os fóruns de cultura e de comunicação devem unir-se na lutapela regulamentação dos artigos da CF/88 relativos ao tema. Entre eles o que obriga asemissoras de rádio e televisão a adaptar sua programação ao princípio da regionalização daprodução cultural, artística e jornalística, bem como o que estabelece a preferência quedeve ser dada às finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, à promoção dacultura nacional e regional e à produção independente (art. 221). Da mesma forma, caberegulamentar o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal derádio e TV (art. 223).As emissoras comerciais se organizam com base nas demandas do mercado, que sãolegítimas. Contudo, essas demandas não podem ser as únicas a dar o tom da comunicaçãosocial no país. Aqui entra o papel das emissoras públicas, que devem dar visibilidade àsidéias e expressões culturais minoritárias, que não têm aptidão para tornarem-se “campeãsde audiência” e nem encontram lugar nas emissoras comerciais. Exercendo funçõescomplementares – não opostas – as emissoras públicas e comerciais, cada uma no seucampo, fortalecem a saúde da democracia.As TVs e rádios comerciais vendem sua audiência (o público) para os anunciantes. Suaestratégia dirige-se à captação de público e à manutenção da atenção desse público. Elasvivem disso, que é o que tem valor em seu modelo de negócio. Para tanto, suaprogramação visa, basicamente, o entretenimento. As TVs e rádios públicas devemcaminhar em outra direção. Não podem ser caixas de ressonância das demandas domercado e tampouco sujeitar-se a promover os governantes. Precisam ser independentesdos governos e do mercado. Sua programação deve basear-se na experimentação delinguagens, na discussão de ideias e na busca da autonomia e da emancipação de ouvintese telespectadores. Em suma, o negócio da televisão e das rádios públicas não é oentretenimento, é cultura, educação, informação e liberdade.Para avançar nessa direção é necessária uma maior articulação interna do setor. Hoje, nopaís, há inúmeros canais públicos, mas eles não dialogam nem cooperam entre si e por

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