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The Christian imaginary in the novels of knights and in the ... - Mirabilia

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COSTA, Ricardo da (coord.). <strong>Mirabilia</strong> 6A educação e a cultura laica na Idade MédiaLa educación y la cultura laica en la Edad Media<strong>The</strong> educacion <strong>and</strong> secular culture <strong>in</strong> <strong>the</strong> Middle AgesJun-Dez 2006/ISSN 1676-5818conhecimento de cultura lat<strong>in</strong>a, bem como da lírica da época. Assim,<strong>in</strong>spiraram-se em textos bretões, porém, mesmo mantendo o ladomaravilhoso, aproximaram-se dos dramas da humanidade, d<strong>and</strong>o-lhes umconteúdo humano que aqueles não t<strong>in</strong>ham.Nestes textos seculares, não temos uma simples negação dos valores cristãos,mas uma fusão destes aos valores pré-existentes ao próprio Cristianismo,como, por exemplo, amores, aventuras guerreiras, lutas com gigantes, fadasmadr<strong>in</strong>has de cavaleiros, num processo de atualização de toda a criação míticacelta. Conforme Simões (1967: 24), esses <strong>in</strong>gredientes foram transplantadospara as cantigas dos trovadores e, animados pelo espírito cortesão,constituíram o substrato do lirismo do século XII, presente, tanto nas novelasquanto nas cantigas. Como características fundamentais da mensagem poéticados autores da época, temos a presença do Amor e de Deus, tido como umconfidente da tragédia amorosa.Evidentemente, a Igreja não aprovava essas espécies literárias, e muito menosos valores que veiculava e, segundo Campbell (1997: 198), embora osprimeiros registros das novelas medievais tenham sido feitos por clérigos, aInquisição foi a responsável pelo desaparecimento repent<strong>in</strong>o dessas produçõesna Europa. Ora, tanto os romances de cavalaria quanto as cantigas,pr<strong>in</strong>cipalmente as cantigas de amor, que nos propomos a analisar, sãoexpressões de dois aspectos <strong>in</strong>desejáveis na filos<strong>of</strong>ia cristã: o amor entre ohomem e a mulher e o <strong>in</strong>dividualismo.O amor era um tema “proibido” e “aterrador” pelos devastadores resultadosque acarretava no plano social. As uniões matrimoniais eram todas arranjadas,sem a exigência de sentimentos de qualquer das partes, e era natural os noivossó se conhecerem no momento do casamento. O amor cortês, presente tantonas novelas de cavalaria quanto nas cantigas de amor, mesmo que sublime esublimado, não é bem visto pela Igreja, que considerava pecam<strong>in</strong>oso atémesmo o amor entre pessoas casadas. Para a Igreja, o amor entre um homeme uma mulher deveria se restr<strong>in</strong>gir ao amor comunitário (a caridade, afidelidade), e a relação sexual era vista como tendo por único fim areprodução. Todo sentimento que levasse ao prazer <strong>in</strong>dividual , tanto carnalquanto afetivo, era considerado pecam<strong>in</strong>oso.É natural, portanto, que a Igreja recrim<strong>in</strong>asse essa forma de afeição, pois setratava de um sentimento que surgia de dentro para fora, vis<strong>and</strong>o satisfazer aanseios e necessidades também subjetivas. Além disso, o amor cortês faz aapologia do amor adúltero e coloca em risco todo o equilíbrio social da época,53

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