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sonali paula molin bedin metodologia para validação de ontologias

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SONALI PAULA MOLIN BEDINMETODOLOGIA PARA VALIDAÇÃO DE ONTOLOGIAS:O CASO ORBIS_MCDISSERTAÇÃO DE MESTRADOFLORIANÓPOLIS (SC)2007


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃOSONALI PAULA MOLIN BEDINMETODOLOGIA PARA VALIDAÇÃO DE ONTOLOGIAS:O CASO ORBIS_MCDissertação Mestrado apresentada ao Programa <strong>de</strong>Pós-graduação em Ciência da Informação do Centro<strong>de</strong> Ciências da Educação, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC), <strong>para</strong> a obtenção do título<strong>de</strong> Mestre em Ciência da Informação.Area <strong>de</strong> Concentração: Gestão da Informação.Linha <strong>de</strong> Pesquisa: Fluxos <strong>de</strong> Informação.Orientadora: Profª. Dra. Lígia Maria ArrudaCafé.FLORIANÓPOLIS (SC)2007


SONALI PAULA MOLIN BEDINMETODOLOGIA PARA VALIDAÇÃO DE ONTOLOGIAS:O CASO ORBIS_MCESTA DISSERTAÇÃO FOI APROVADA PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DEMESTRE EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERALDE SANTA CATARINA. LINHA DE PESQUISA: “FLUXOS DE INFORMAÇÃO”.Florianópolis, 05 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007._____________________________________________________Profª. Dra. Miriam Figueiredo Vieira da Cunha (Coor<strong>de</strong>nadora)BANCA EXAMINADORA:____________________________________________________Profª. Dra. Lígia Maria Arruda Café – PGCIN/UFSC (Orientadora)____________________________________________________Profª. Dra. Marisa Brascher Basílio Me<strong>de</strong>iros – UnB/BRASILIA____________________________________________________Dra. Tânia Cristina D’Agostini Bueno – IJURIS/FLORIANÓPOLIS


AGRADECIMENTOSÀ minha orientadora, Profª. Lígia Café, pelo entusiasmo, pelas contribuições ediscussões enriquecedoras que permitiram a construção <strong>de</strong>ste trabalho.Ao Carlos, companheiro <strong>de</strong> sempre, pela compreensão e apoio na minha opção pelaaca<strong>de</strong>mia, pela pesquisa científica e construção do conhecimento.Aos meus filhos, Yan e Tess, que enten<strong>de</strong>ram e aceitaram todos os momentos,contribuindo muito com sua presença sempre tão amorosa.À minha família, pelo apoio em todos os momentos.À equipe valorosa do IJURIS, em especial, Aline Nicolini, Filipe Costa e ThiagoSilva, pela cooperação, pela ajuda, pelas discussões.À Dra. Tânia Bueno, pela colaboração, disponibilida<strong>de</strong> e generosida<strong>de</strong> nocompartilhamento do conhecimento em sua incansável <strong>de</strong>dicação à pesquisa científica.Aos amigos Hermes, Marília e Adriane, pelo companheirismo.Aos professores do Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFSC, pelapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> momentos tão enriquecedores.À Cecília, secretária do PGCIN, pela atenção e presteza em todas as situações.Aos professores do Curso <strong>de</strong> Biblioteconomia da UDESC, que mostraram adiversida<strong>de</strong> da Ciência da Informação e sempre foram gran<strong>de</strong>s incentivadores.Ao Profº. Divino Ribeiro Jr., que fez nascer em mim o gosto pela pesquisa e marcou oponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> toda a trajetória acadêmica até aqui.


RESUMOBEDIN, Sonali Paula Molin. Metodologia <strong>para</strong> validação <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong>: o casoORBIS_MC. 2007. 113f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Programa <strong>de</strong>Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina,Florianópolis, 2007.O <strong>de</strong>senvolvimento científico e tecnológico vem trazendo em seu escopo novas estruturas <strong>de</strong>conteúdos. Relações <strong>de</strong> toda or<strong>de</strong>m montam teias que ligam dados, informações, pessoas elocais em um mesmo ambiente não mais físico. A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong>ste novo séculotem gerado inquietações acerca da nova situação que envolve todas as áreas do conhecimento.Gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> conteúdos precisam ser recuperados com rapi<strong>de</strong>z e precisão aten<strong>de</strong>ndo àsexpectativas dos usuários. Sistemas <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Informação são <strong>de</strong>senvolvidos natentativa <strong>de</strong> solucionar esta questão. A pesquisa se insere no universo das linguagensaplicadas nesses sistemas e sua motivação é fruto da leitura e reflexão <strong>de</strong> estudos anterioressobre o tema, envolvendo aspectos da sua estrutura, conceitos, relacionamentos e variações.Abordando a linguagem natural e suas novas formas <strong>de</strong> representação, são estudadas as<strong>ontologias</strong> <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Informações que utiliza a tecnologia KMAI®.Esta tecnologia adota técnicas <strong>de</strong> inteligência artificial e <strong>ontologias</strong> como forma <strong>de</strong>recuperação da informação em documentos não-estruturados disponíveis em mídias escritas:jornais, revistas e sites eletrônicos com código aberto. O sistema-alvo <strong>de</strong> estudo, <strong>de</strong>senvolvido<strong>para</strong> o Observatório Regional Base <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Metropolitano <strong>de</strong>Curitiba- ORBIS_MC, busca estruturar informações que vão subsidiar políticas públicas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>para</strong> a região metropolitana por meio <strong>de</strong> monitoramento, recuperação ecomposição da base do conhecimento sobre Saú<strong>de</strong> Ambiental, Saú<strong>de</strong> Humana e ViolênciaUrbana na Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. O sistema conta com um dicionário <strong>de</strong> termosconstruído por especialistas nas áreas <strong>de</strong>finidas como objeto <strong>de</strong> representação. A presentepesquisa propõe uma <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> validação das <strong>ontologias</strong> que integram este dicionário,consi<strong>de</strong>rando os critérios lingüísticos que reflitam o uso da língua no contexto comunicativo,visto que se trata <strong>de</strong> uma linguagem utilizada <strong>para</strong> recuperar conteúdos cuja função écomunicar. Apoiando-se no estudo <strong>de</strong> publicações já reconhecidas nas áreas <strong>de</strong> Ciência daInformação e Lingüística, foram sistematizadas recomendações sobre o estabelecimento dasrelações semânticas entre os termos, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir critérios <strong>de</strong> validação <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> sob oponto <strong>de</strong> vista lingüístico. Esses critérios foram aplicados em um “corpus” <strong>de</strong> 28 termos e 163relações semânticas. O resultado da análise apresenta 82,21% <strong>de</strong> relações semânticasconsi<strong>de</strong>radas consistentes e 17,79% ina<strong>de</strong>quadas. Para este último conjunto, foram tecidasrecomendações. A aplicação <strong>de</strong> uma <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> fundamentação lingüística sob aperspectiva do uso foi a obtenção <strong>de</strong> uma ontologia atualizada, tanto no seu aspecto lexicalcomo semântico, aumentando a eficiência <strong>de</strong> recuperação da informação.Palavras-chave: Ontologias. Validação <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong>. Recuperação da Informação.


ABSTRACTBEDIN, Sonali Paula Molin. Methodology for ontology validation: the case ORBIS_MC.2007. 113 f. Dissertation (Master in Information Science Degree) – Post Graduation Programin Information Science, Fe<strong>de</strong>ral University of Santa Catarina, Florianópolis, 2007.The technological and scientific <strong>de</strong>velopment comes bringing in their purpose new structuresof contents. Relations of all or<strong>de</strong>r mount webs that link data, information, people andlocalities in a same environment not more physical. The <strong>de</strong>terminant speed of this newcentury, has generated restlessness about the new situation that involves all the knowledgeareas. The large number of contents needs to be recuperated with quickness and precisionattending to the users´ expectations. Information Retrieval systems are <strong>de</strong>veloped in theattempt to solve this question. The research is inserted in the universe of the languagesapplied in these systems and its motivation is the reading fruit and reflection of previousstudies about the subject involving aspects about structure, concepts, relationships andvariations. Approaching the natural language and its new forms of representation will bestudied the ontologies used in an Information Retrieval System that utilizes the technologyKMAI. This technology adopts techniques of artificial intelligence and ontologies as form ofinformation retrieval in documents not structured available in written medias: periodics,magazines and sites with open co<strong>de</strong>. The study system, <strong>de</strong>veloped for the RegionalObservatory Metropolitan Sustainability Indicator Base in Curitiba- ORBIS_MC, searches tostructure information that are going to subsidize public politics of <strong>de</strong>velopment for themetropolitan region by means of gathering, recuperation and composition of knowledge baseabout Environmental Health, Human Health and Urban Violence in the Metropolitan Regionin Curitiba. The system counts with a dictionary of terms built by specialists in the <strong>de</strong>finiteareas as object of representation. The present research proposes a validation methodology ofthe ontologies that integrate this dictionary, consi<strong>de</strong>ring the linguistic criteria that reflect thelanguage use in the communicative context seen that it is a matter of a language used torecuperate contents which function is to communicate. Supporting itself in the study ofpublications already recognized in the areas of Information Science and Linguistic, weresystematized recommendations about the establishment of the semantic relations among theterms in or<strong>de</strong>r to <strong>de</strong>fine criteria of ontologies validation un<strong>de</strong>r the linguistic viewpoint. Thesecriteria were applied in a "corpus" of 28 terms and 163 semantic relations. The result of theanalysis presents 82,21% of semantic relations consi<strong>de</strong>red consistent and 17,79% ina<strong>de</strong>quate.For this last joint, indicated recommendations. The application of a methodology of linguisticsubstantiation un<strong>de</strong>r the perspective of the use is the obtaining of an ontology brought up todate, so much in his lexical as semantic aspect, increasing the efficiency information retrieval.Keywords: Ontology. Ontology evaluation. Information retrieval.


RESUMENBEDIN, Sonali Paula Molin. Metodología <strong>para</strong> validación <strong>de</strong> ontologías: caso ORBIS_MC.2007. 113f. Disertación (Master en Ciencia <strong>de</strong> la Información) – Programa <strong>de</strong> Pos-Graduación en Ciencia <strong>de</strong> la Información, Universidad Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina,Florianópolis, 2007.El <strong>de</strong>sarrollo científico y tecnológico viene trayendo en su escopo nuevas estructuras <strong>de</strong>contenidos. Relaciones <strong>de</strong> todo or<strong>de</strong>n arman telas que unen datos, informaciones, personas ylocales en un mismo ambiente ya no más físico. La velocidad <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> este nuevosiglo ha generado inquietu<strong>de</strong>s acerca <strong>de</strong> la nueva situación que envuelve todas las áreas <strong>de</strong>lconocimiento. Gran<strong>de</strong>s volúmenes <strong>de</strong> contenidos precisan ser recuperados con rapi<strong>de</strong>z eprecisión atendiendo a las expectativas <strong>de</strong> los usuarios. Sistemas <strong>de</strong> Recuperación <strong>de</strong>Información son <strong>de</strong>sarrollados en la tentativa <strong>de</strong> solucionar esta cuestión. La pesquisa seinserta en el universo <strong>de</strong> los lenguajes aplicados en estos sistemas y su motivación es fruto<strong>de</strong> la lectura y reflexión <strong>de</strong> estudios anteriores sobre el tema, envolviendo aspectos <strong>de</strong> suestructura, conceptos, relacionamientos y variaciones. Abordando el lenguaje natural y susnuevas formas <strong>de</strong> representación, son estudiadas las ontologías <strong>de</strong> un Sistema <strong>de</strong>Recuperación <strong>de</strong> Informaciones que utiliza la tecnología KMAI®. Esta tecnología adoptatécnicas <strong>de</strong> inteligencia artificial y ontologías como forma <strong>de</strong> recuperación <strong>de</strong> la informaciónen documentos no-estructurados disponibles en medios gráficos: periódicos, revistas y siteselectrónicos con código abierto. El sistema-objeto <strong>de</strong> estudio, <strong>de</strong>sarrollado <strong>para</strong> elObservatorio Regional Base <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Sustentabilidad Metropolitano <strong>de</strong> Curitiba-ORBIS_MC, busca estructurar informaciones que van a subsidiar políticas públicas <strong>de</strong><strong>de</strong>sarrollo <strong>para</strong> la región metropolitana por medio <strong>de</strong>l acompañamiento, recuperación ycomposición <strong>de</strong> la base <strong>de</strong>l conocimiento sobre Salud Ambiental, Salud Humana y ViolenciaUrbana en la Región Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. El sistema cuenta con un diccionario <strong>de</strong>términos construido por especialistas en las áreas <strong>de</strong>finidas como objeto <strong>de</strong> representación. Lapresente pesquisa propone una metodología <strong>de</strong> validación <strong>de</strong> las ontologías que integran estediccionario, consi<strong>de</strong>rando los criterios lingüísticos que reflejen el uso <strong>de</strong> la lengua en elcontexto comunicativo, visto que se trata <strong>de</strong> un lenguaje utilizado <strong>para</strong> recuperar contenidoscuja función es comunicar. Apoyándose en el estudio <strong>de</strong> publicaciones ya reconocidas en lasáreas <strong>de</strong> Ciencia <strong>de</strong> la Información y Lingüística, fueron sistematizadas recomendacionessobre el establecimiento <strong>de</strong> las relaciones semánticas entre los términos a fin <strong>de</strong> <strong>de</strong>finircriterios <strong>de</strong> validación <strong>de</strong> ontologías bajo el punto <strong>de</strong> vista lingüístico. Estos criterios fueronaplicados en un “corpus” <strong>de</strong> 28 términos y 163 relaciones semánticas. El resultado <strong>de</strong>l análisispresenta 82,21% <strong>de</strong> relaciones semánticas consi<strong>de</strong>radas consistentes e 17,79% ina<strong>de</strong>cuadas.Para este último conjunto, fueron tejidas recomendaciones. La aplicación <strong>de</strong> una metodología<strong>de</strong> fundamentación lingüística bajo la perspectiva <strong>de</strong>l uso es la obtención <strong>de</strong> una ontologíaactualizada, tanto en su aspecto lexical como semántico, aumentando la eficiencia <strong>de</strong>recuperación <strong>de</strong> la información.Palabras-llave: Ontologías. Validación <strong>de</strong> ontologías. Recuperación <strong>de</strong> la Información.


LISTA DE FIGURASFigura 1: Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte das relações gênero/espécie .............................................. 87Figura 2: Figura 2: Alteração da relação dos termos “gangues juvenis” e “gangues nasescolas” ........................................................................................................... 92


Quadro 18: Síntese <strong>de</strong> Autores e Critérios. Relações Hierárquicas – Tipo <strong>de</strong> / Parte <strong>de</strong> ... 73Quadro 19: Síntese <strong>de</strong> Autores e Critérios. Relações Associativas – Conexos ................. 74Quadro 20: Definição dos conceitos que compõem os parâmetros das relações associativasapresentada por Marroni (2006) .................................................................... 75Quadro 21: Síntese relação associativa causa/efeito ........................................................ 90Quadro 22: Relações construídas e relações propostas .................................................... 91


LISTA DE TABELASTabela 1: Síntese quantitativa das relações semânticas .................................................... 77Tabela 2: Pesos <strong>para</strong> o cálculo <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> ................................................................ 78Tabela 3: Síntese qualitativa das relações semânticas ...................................................... 79


14CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃONo Século XXI, os estudos <strong>de</strong>dicados ao acesso à informação, particularmente aquelesque consi<strong>de</strong>ram a utilização dos recursos disponíveis <strong>de</strong> simultaneida<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong> em queessa informação está sendo produzida, têm se tornado, além <strong>de</strong> imprescindíveis, uma questãoincansável <strong>para</strong> pesquisadores <strong>de</strong> diversas áreas. As inquietações acerca <strong>de</strong>ssa nova situação,que envolve todas as áreas do conhecimento, têm produzido inúmeras pesquisas.Entretanto, os estudos que objetivam i<strong>de</strong>ntificar a recuperação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong>conteúdos <strong>de</strong> informação nem sempre têm atendido às expectativas <strong>de</strong> buscas. Comoexemplo, po<strong>de</strong>-se citar: os conteúdos produzidos e in<strong>de</strong>xados em mo<strong>de</strong>rnos sistemasinformacionais que não correspon<strong>de</strong>m às expectativas <strong>de</strong> acesso; e os Sistemas <strong>de</strong> Informação<strong>de</strong>senvolvidos em larga escala e dotados <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> que dificultam sua utilização.Dentro <strong>de</strong>sse contexto, <strong>para</strong> se in<strong>de</strong>xar os conteúdos e recuperá-los <strong>de</strong> maneirasatisfatória, estudos recentes <strong>de</strong>scritos na literatura especializada revelam que isto envolveriapráticas e caminhos que incluem sempre o binômio: homens/máquinas e usuários/sistemas.Os dois elementos, apesar <strong>de</strong> suas diferenças, são ou <strong>de</strong>veriam ser consi<strong>de</strong>rados importantes,complementares e interativos.Por causa disso, a linguagem utilizada <strong>para</strong> proporcionar a recuperação <strong>de</strong> conteúdosexerce um papel fundamental, ou seja, ela é um elo entre o usuário e o sistema. Neste estudo,esse processo é entendido não como uma linguagem <strong>de</strong> programação, mas <strong>de</strong> representaçãodo conhecimento.Portanto, consi<strong>de</strong>rando os argumentos acima, esta pesquisa se insere no universo daslinguagens aplicadas em Sistemas <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Informação (SRI), e sua motivação é


15fruto da leitura e reflexão <strong>de</strong> estudos e pesquisas anteriores sobre o tema apresentado,incluindo aspectos da sua estrutura, conceitos, relacionamentos e variações.A apresentação <strong>de</strong>sta Dissertação está estruturada em seis capítulos. O Capítulo 1apresenta uma breve contextualização da temática, a justificativa, o problema e os objetivosda pesquisa. No Capítulo 2, está a Fundamentação Teórica, na qual são abordados oselementos <strong>de</strong> natureza conceitual sobre linguagens <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>, termos, conceitos e suasrelações, linguagens <strong>de</strong> representação do conhecimento e <strong>ontologias</strong>, objeto <strong>de</strong>ste estudo. OCapítulo 3 trata do contexto da pesquisa, em que se <strong>de</strong>screve <strong>de</strong>talhadamente o SistemaORBIS_MC, seus objetivos e componentes; e a ferramenta KMAI®, suas funcionalida<strong>de</strong>s,forma <strong>de</strong> representação do conhecimento e o vocabulário inserido. No Capítulo 4, são<strong>de</strong>scritos os procedimentos metodológicos, a caracterização da pesquisa, os procedimentos <strong>de</strong>coleta <strong>de</strong> dados, a exploração do corpus selecionado e analisado e os parâmetros adotados. OCapítulo 5 apresenta os resultados da pesquisa, em que são expostas as análises quantitativa equalitativa do corpus selecionado, além das proposições elaboradas com base no estudo. NoCapítulo 6, são tecidas as Consi<strong>de</strong>rações Finais acerca da pesquisa. Ao final, são apresentadasas obras consultadas durante este estudo e os Anexos, contendo o material selecionado ecomentários.1.1 TEMA DE PESQUISA E JUSTIFICATIVADes<strong>de</strong> os primórdios tempos, sabe-se que a informação tem fundamental importânciaem qualquer socieda<strong>de</strong>. A produção e a transmissão <strong>de</strong> dados, <strong>de</strong> forma a que outrosentendam e a transformem em conhecimento, têm gerado pesquisas ao longo da história.À medida que as investigações evoluem, novas situações são criadas, fazendo nasceroutras formas <strong>de</strong> interação. Dessa maneira, novos e diversos formatos <strong>de</strong> produção da


16informação estão sendo disponibilizados em larga escala, tornando o conhecimentoimprescindível. Os agentes dos processos <strong>de</strong> comunicação, atuantes nesse meio, divi<strong>de</strong>m suaimportância com outro fator fundamental: o conteúdo. Este necessita ser transmitido <strong>de</strong> formaágil e precisa, e <strong>de</strong>ve ser entendido em sua plenitu<strong>de</strong> pelos possíveis usuários, <strong>para</strong> que possaser recuperado.A escala crescente <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> produção e disseminação <strong>de</strong> informação fezsurgir mecanismos voltados ao registro dos dados <strong>de</strong> forma uniforme e com estrutura bem<strong>de</strong>finida, com vistas a posterior recuperação e utilização dos mesmos.Diante disso, os SRI passaram a exercer papel fundamental. Esses Sistemas têm sidoalvo <strong>de</strong> pesquisas voltadas ao seu aperfeiçoamento, na busca da melhor performance que vá<strong>de</strong> encontro às necessida<strong>de</strong>s do usuário já conhecido e do usuário potencial que precisam <strong>de</strong>informação. Em outras palavras, o usuário sabe on<strong>de</strong> está a informação, mas ainda não têmrecursos e/ou condições técnicas <strong>para</strong> administrar este universo.Os vários itens que compõem um SRI, estudados exaustivamente em diversas áreas, ea linguagem utilizada nesses Sistemas, que urge ser mais próxima do discurso e doentendimento natural do usuário, <strong>de</strong>spertam especial interesse na Ciência da Informação e naCiência da Computação, fazendo emergir uma interdisciplinarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações quando da suaelaboração.No campo da recuperação da informação, diversas linguagens têm sido construídas. O‘tesauro’ 1 é um exemplo clássico. Mais recentemente, as <strong>ontologias</strong> têm se apresentado comouma alternativa na resolução <strong>de</strong> problemas semânticos prejudiciais à recuperação <strong>de</strong>informação. Sobre esse aspecto, enten<strong>de</strong>-se que as Ontologias cumprem a função <strong>de</strong>1 Coleção <strong>de</strong> palavras agrupadas por conceitos e títulos, e não em or<strong>de</strong>m alfabética como num dicionário. Ex:tesauro <strong>de</strong> sociologia, tesauro <strong>de</strong> economia política. Arquivo contendo sinônimos que são exibidos comoalternativas <strong>para</strong> uma palavra escrita <strong>de</strong> forma incorreta, durante uma verificação <strong>de</strong> ortografia (HOUAISS,2006).


17linguagem <strong>de</strong> recuperação, uma vez que elas trazem em seu escopo uma aproximação entre aconstrução <strong>de</strong> expressões baseadas no conhecimento e o entendimento geral.Observou-se que a linguagem ontológica se manifesta como uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>representação do conhecimento, <strong>de</strong> forma que ela aproxime ou indique o que o usuário estápensando na hora da busca, ou, ainda, facilite o entendimento do Sistema acerca do que ousuário preten<strong>de</strong>. O uso das <strong>ontologias</strong> se insere neste universo, como um elo <strong>de</strong> ligação entreo usuário e o Sistema com o objetivo <strong>de</strong> aumentar a eficiência na recuperação da informação.Assim, os recursos das <strong>ontologias</strong>, por serem mais flexíveis e passíveis <strong>de</strong> avaliação,constante a partir dos resultados das buscas, acompanham o <strong>de</strong>senvolvimento dos SRI e dasexpectativas dos usuários, agregando as evoluções lingüísticas correntes. Essas característicastrazem mobilida<strong>de</strong>s justificando seu uso.Verificou-se também que a evolução dos SRI tem mostrado uma preocupaçãocrescente em contemplar requisitos <strong>de</strong> busca mais próximos ao modo <strong>de</strong> pesquisar do usuário.As interfaces se apresentam mais interativas, facilitando as operações. As linguagens <strong>de</strong>recuperação são mais objetivas e dinâmicas, cumprindo o objetivo <strong>de</strong> aproximar àquelautilizada pelo usuário do Sistema. Esta dinamicida<strong>de</strong> faz com que elas necessitem estar emconstante avaliação, <strong>para</strong> que possam aten<strong>de</strong>r às exigências informacionais cada vez maisespecíficas e emergentes dos usuários. Também, <strong>para</strong> seu perfeito funcionamento, é preciso<strong>de</strong>terminar parâmetros <strong>de</strong> validação que garantam sua consistência e aplicação comoinstrumento <strong>de</strong> navegação conceitual do usuário. A adoção <strong>de</strong> <strong>metodologia</strong>s específicas <strong>de</strong>construção e validação, <strong>de</strong>senvolvidas com base em critérios pré-estabelecidos, vai justamenteao encontro <strong>de</strong>ssa melhoria contínua.Por conseguinte, acredita-se que os critérios <strong>de</strong>vam ser <strong>de</strong> natureza lingüística,refletindo o uso da língua no contexto comunicativo, visto que se trata <strong>de</strong> uma linguagemutilizada <strong>para</strong> recuperar conteúdos cuja função é comunicar. A vantagem da aplicação <strong>de</strong> uma


18<strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> fundamentação lingüística sob a perspectiva do uso é a obtenção <strong>de</strong> umaontologia atualizada, tanto no seu aspecto lexical como semântico, registrando variações <strong>de</strong>significante e significado e, assim, aumentar a eficiência da recuperação da informação.O gran<strong>de</strong> enfoque que vem sendo dado à utilização <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> nos SRI po<strong>de</strong> serverificado em Congressos <strong>de</strong> Tecnologias da Informação, voltados <strong>para</strong> a busca <strong>de</strong> sistemasmais eficientes.Por outro lado, por se tratar <strong>de</strong> temática recente, ainda em fase <strong>de</strong> aplicações tímidas e,em algumas situações, também controversas, a literatura carece <strong>de</strong> pesquisas que apresentemresultados efetivos, testados e documentados sobre a questão da validação <strong>de</strong>ssas linguagenssob a ótica da Lingüística.Ao abordar este tema, a presente pesquisa preten<strong>de</strong> contribuir <strong>para</strong> o projeto <strong>de</strong>construção <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> elaboradas <strong>para</strong> o sistema <strong>de</strong> informação do Observatório Base <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Metropolitano <strong>de</strong> Curitiba (ORBIS_MC). Apresenta-se uma<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>sse projeto no Capítulo 3.1.2 PROBLEMA DE PESQUISADe maneira geral, é possível intuir e consi<strong>de</strong>rar que as informações que vão relatar ahistória dos povos, que vão expressar sentimentos e <strong>de</strong>monstrar conquistas, estas vão registraro presente <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>para</strong> se tornar passado quase que no mesmo instante.É fato, e amplamente encontrado na literatura corrente, que o atual crescimentocientífico, registrado com uma velocida<strong>de</strong> sem prece<strong>de</strong>ntes históricos, produziu, numa escalaainda maior, uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados e informações impossíveis <strong>de</strong> serem registrados ourecuperados na mesma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção.


19Esses dados e informações, disponíveis em suportes distintos, po<strong>de</strong>m ser or<strong>de</strong>nados eclassificados como: estruturados, semi-estruturados ou não estruturados. Nessa classificação,enquadram-se conteúdos disponíveis em sites <strong>de</strong> acesso livre, portais corporativos, sitesgovernamentais, publicações diversas, documentos e bancos <strong>de</strong> dados, <strong>de</strong>ntre outros. Essadiversida<strong>de</strong> vem então <strong>de</strong>terminar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e disponibilização <strong>de</strong>formatos também diferenciados <strong>para</strong> a recuperação e possível utilização das informações.Nesse sentido, McGarry (1999, p. 11) afirma que “[...] A informação <strong>de</strong>ve ser or<strong>de</strong>nada,estruturada ou contida <strong>de</strong> alguma forma, senão permanecerá amorfa e inutilizável. [...] Ainformação <strong>de</strong>ve ser representada <strong>para</strong> nós <strong>de</strong> alguma forma, e transmitida por algum tipo <strong>de</strong>canal”.Quanto à popularização dos conteúdos, hoje ela se faz por meio <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong>acesso virtual, que facilitam e permitem a busca e consulta em catálogos, bases <strong>de</strong> dados ououtras bases que estejam disponibilizados em formato on-line, não exigindo a presença fisicado usuário. A busca <strong>de</strong> informações faz com que novas ferramentas sejam implementadas,aplicando a força das novas tecnologias que mudam conceitos, o modo <strong>de</strong> pensar, e a forma<strong>de</strong> realizar trabalhos e pesquisas.Para McGarry (1999, p. 17), “[...] A linguagem é um sistema; uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações<strong>de</strong>finidas”. A classificação da linguagem como um sistema relaciona os elementos entre si,on<strong>de</strong> tudo e todos têm, em algum momento, um ponto <strong>de</strong> relação e, <strong>para</strong> tal, precisam secomunicar com perfeição. Nesta prática <strong>de</strong> comunicação perfeita, há que se consi<strong>de</strong>rar asvariações que o uso dos termos vão se agregando ao longo do tempo. Essas variaçõeslingüísticas estarão representadas nos assuntos contidos nos documentos e registradas pelalíngua escrita.No que concerne à recuperação <strong>de</strong> informação, essa tem uma ligação direta eindissolúvel com a representação dos assuntos, razão pela qual essas representações <strong>de</strong>vem


20expressar com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> os pontos importantes, sendo quase que sínteses resumidas empalavras-chave ou <strong>de</strong>scritores que vão possibilitar o acesso <strong>de</strong> forma rápida e objetiva. Estarepresentação tem caráter subjetivo, pois se espera que <strong>para</strong> cada leitura existam váriasinterpretações, diferentes análises, um novo olhar a cada leitor <strong>para</strong> cada nova leitura. Todoprocesso <strong>de</strong> leitura implica no posicionamento do leitor, fazendo com que a padronização dalinguagem voltada à recuperação da informação se torne um trabalho direcionado a aten<strong>de</strong>r àsnecessida<strong>de</strong>s dos usuários do sistema.Dessa forma, a importância da linguagem <strong>de</strong> recuperação a ser utilizada estáintimamente relacionada à análise documentária, específica <strong>para</strong> fins <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação erecuperação, à sua forma <strong>de</strong> expressão e representação e à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evolução. Alinguagem, elaborada e voltada <strong>para</strong> fins documentários, que encerra em si um sentido e umaestrutura própria, se traduz em si mesma e se volta a aten<strong>de</strong>r à expectativa do usuário, quetanto po<strong>de</strong> ser o produtor quanto o receptor das mensagens ou informações.Para Cintra et al. (2002, p. 42), “[...] O vocabulário documentário tem por objetivoreunir unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>puradas <strong>de</strong> tudo aquilo que possa obscurecer o sentido: ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vocabulário ou <strong>de</strong> construção, sinonímia, pobreza informativa, redundância, etc”.No planejamento das estratégias <strong>de</strong> buscas, são freqüentes os questionamentos queversam sobre a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação do conhecimento, sobre as linguagens a seremadotadas, sobre o resultado esperado quando da utilização da linguagem documentária ounatural, como melhor representar o conhecimento e como melhor representar a linguagemnatural nas linguagens dos sistemas, estas ditas artificiais 2 .No mundo virtual, <strong>para</strong> se lidar com essa complexida<strong>de</strong>, observa-se uma crescentetendência no uso <strong>de</strong> linguagens classificadas como <strong>ontologias</strong>. A dificulda<strong>de</strong> apresenta-se emcomo elaborar vocabulários <strong>de</strong> representação do conhecimento, que empregam as <strong>ontologias</strong>2 Linguagem Documentária e Linguagem <strong>de</strong> Recuperação são tratadas como sinônimos. Linguagem <strong>de</strong> Sistemasé a linguagem <strong>de</strong> programação.


21como linguagens, levando em consi<strong>de</strong>ração toda a gama <strong>de</strong> variações lexicais e semânticas domundo real ou cotidiano. Sob o ponto <strong>de</strong> vista metodológico, a problemática se insere na<strong>de</strong>finição correta <strong>de</strong> critérios lingüísticos a serem consi<strong>de</strong>rados na construção e validação das<strong>ontologias</strong>. Somente <strong>de</strong>ssa forma acredita-se ser possível atingir os níveis a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>revocação 3 e precisão 4 nos SRI.Nesta pesquisa, o problema apresentado aplica-se ao Observatório Regional Base <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Metropolitano <strong>de</strong> Curitiba (ORBIS_MC). O SRI, instalado noORBIS_MC, tem por objetivo aten<strong>de</strong>r à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> informações que levem aindicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano e à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da Região Metropolitana <strong>de</strong>Curitiba e melhorias das ações públicas. As políticas públicas consi<strong>de</strong>radas nesse contexto, eimplementadas em conjunto com a iniciativa privada, preten<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento uniformeda região visando o progresso futuro.O ORBIS_MC tem por finalida<strong>de</strong> a coleta, o gerenciamento, a análise e o uso dainformação <strong>de</strong> políticas públicas voltadas ao <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social. Já o SRIbuscará auxiliar, pelo uso da tecnologia, a melhoria <strong>de</strong> análise e emissão <strong>de</strong> relatórios, além<strong>de</strong> reunir diferentes tipos <strong>de</strong> informações em uma única base <strong>de</strong> conhecimento.A opção por <strong>ontologias</strong>, como recurso a ser utilizado no SRI, tem por objetivoestabelecer o elo <strong>de</strong> comunicação entre o Sistema e a fonte das informações i<strong>de</strong>ntificadaspelos usuários do sistema durante o processo <strong>de</strong> Engenharia do Conhecimento, que faz parteda <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong>. Com o auxílio das <strong>ontologias</strong>, acrescenta-se atecnologia KMAI® 5 , que fará a coleta automática <strong>de</strong> dados ou informações com base noreconhecimento dos termos ou expressões criadas.3 Revocação é a relação entre o número <strong>de</strong> documentos relevantes disponíveis no sistema e o número <strong>de</strong>documentos relevantes recuperados pelo usuário.4 Precisão é a relação entre o número <strong>de</strong> documentos relevantes recuperados e o número total <strong>de</strong> documentosrecuperados pelo sistema.5 Uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada da tecnologia KMAI®, utilizada no SRI do ORBIS_MC, é fornecida no Capítulo 3.


22A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> critérios lingüísticos <strong>para</strong> validação das <strong>ontologias</strong>adotadas está na importância da qualida<strong>de</strong> da coleta dos dados e informações, uma vez que osdados não coletados ou coletados <strong>de</strong> forma incorreta induzem ao erro dos índices obtidosestatisticamente. As buscas serão realizadas em fontes <strong>de</strong> mídia, por meio <strong>de</strong> observadoresautomáticos, on<strong>de</strong> as informações precisam ser reconhecidas pelo sistema, sendo que alinguagem a ser utilizada urge estar em perfeita sincronia com a linguagem naturalapresentada nas fontes.A elaboração <strong>de</strong> uma <strong>metodologia</strong> <strong>para</strong> a validação <strong>de</strong>ssas <strong>ontologias</strong> e <strong>de</strong> seusrelacionamentos semânticos buscará garantir a eficiência do Sistema no domínio estabelecido.1.3 OBJETIVOS1.3.1 Objetivo gerallingüísticos.Propor uma <strong>metodologia</strong> <strong>para</strong> validação <strong>de</strong> ontologia por meio <strong>de</strong> critérios1.3.2 Objetivos específicos• Definir critérios lingüísticos <strong>de</strong> validação da ontologia;• Avaliar a qualida<strong>de</strong> das <strong>ontologias</strong> inseridas no sistema ORBIS_MC com base noscritérios lingüísticos <strong>de</strong> validação <strong>de</strong>finidos.


23CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA2.1 TERMINOLOGIAAo longo da história, observou-se que todos os povos <strong>de</strong>finiram formas <strong>de</strong> representarconteúdos, formas <strong>de</strong> se comunicar, <strong>de</strong> transmitir e receber mensagens. Essas tentativas <strong>de</strong>comunicação estão em registros históricos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios, on<strong>de</strong> os <strong>de</strong>senhos rupestrestinham um significado. Nesses <strong>de</strong>senhos, po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar o retrato da história dos povos,sua evolução e a representação dos mecanismos “tecnológicos” que foram sendoaperfeiçoados. Nesse aperfeiçoamento, inclue-se a padronização da nomenclatura, haja vistaque os processos ou materiais são dotados <strong>de</strong> conceitos que <strong>de</strong>vem ser retransmitidos.Assim, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se comunicar e se fazer enten<strong>de</strong>r têm levado à busca <strong>de</strong>padronizações que abarquem o conhecimento alvo <strong>de</strong> representação. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da línguautilizada ou da área do conhecimento, é indiscutível a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um conhecimentocomum entre os pares.Depois disso, <strong>para</strong> a análise da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> documentação, é preciso <strong>de</strong>screvê-la comoum procedimento <strong>de</strong> tratamento e organização da informação, que sofre influência direta domeio on<strong>de</strong> está inserida. Na mesma condição também está a terminologia, que visaestabelecer uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação entre produtor e leitor, gerando condições <strong>de</strong>elaborar significantes em cada área.Segundo Krieger e Finatto (2004, p. 20-40),[...] A Terminologia é uma disciplina que possui seu objeto primordial <strong>de</strong>finido: otermo técnico-científico. [...] A Terminologia é um campo <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> caráter intere transdisciplinar, o que a leva a convocar um conjunto <strong>de</strong> saberes <strong>para</strong> a apreensãodo fenômeno terminológico, por excelência, o termo, cuja essência situa-se narepresentação lexical do conhecimento especializado e na sua divulgação. Paratanto, contribuem <strong>de</strong>terminados conhecimentos exteriores e mesmo interiores aosestudos da linguagem (KRIEGER; FINATTO, 2004, p. 40).


24Consi<strong>de</strong>rando essa perspectiva, é possível perceber que as comunicações científicastêm maior preocupação e cuidado sob este aspecto, pois se encontra com facilida<strong>de</strong>publicações que versam sobre as terminologias utilizadas em áreas <strong>de</strong>terminadas. Por isso,Lyons (1987, p.33) diz que “[...] Toda disciplina dispõe <strong>de</strong> um vocabulário técnico próprio”.Por exemplo: Dicionários Terminológicos na área <strong>de</strong> Psicologia; Dicionário Terminológico <strong>de</strong>Inteligência Artificial; Dicionário Terminológico <strong>de</strong> Medicina; <strong>de</strong>ntre tantos outros.Para Krieger e Finatto (2004, p. 16), “[...] a terminologia é um termo polissêmico”. Apolissemia se caracteriza pelo fato <strong>de</strong>ste termo representar uma disciplina, o conjunto <strong>de</strong>termos representando o conhecimento especializado <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada área e ainda aprodução <strong>de</strong> glossários.Além <strong>de</strong> estar relacionada à representação do conhecimento ou estar relacionada àscomunicações científicas, a terminologia também está presente na corriqueira troca <strong>de</strong>palavras <strong>de</strong> grupos distintos. Consi<strong>de</strong>re-se, por exemplo, grupos <strong>de</strong> adolescentes <strong>de</strong> diversasépocas. As terminologias utilizadas <strong>para</strong> a comunicação entre eles, embora não estejamrelacionadas <strong>para</strong> fins científicos, são práticas <strong>de</strong> comunicação.Nesta pesquisa, consi<strong>de</strong>rou-se apenas a terminologia como uma forma <strong>de</strong> organizaçãodos conceitos, na tentativa <strong>de</strong> facilitar a comunicação e a recuperação <strong>de</strong> informação.Para los especialistas, la terminología es el reflejo formal <strong>de</strong> la organizaciónconceptual <strong>de</strong> una especialidad, y un medio inevitable <strong>de</strong> expresión y <strong>de</strong>comunicación profesional. […] Para los usuarios (directos e intermediarios) laterminología es un conjunto <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicación, útiles y prácticas, cuyovalor se mi<strong>de</strong> en función <strong>de</strong> criterios <strong>de</strong> economía, <strong>de</strong> precisión y <strong>de</strong> a<strong>de</strong>cuación(CABRÉ, 1993, p. 37).A autora <strong>de</strong>monstra a importância da terminologia <strong>para</strong> especialistas e usuários, queestá voltada <strong>para</strong> a transmissão <strong>de</strong> informações especializadas que precisam ser consultadas,recuperadas, analisadas e utilizadas.


25É certo que, <strong>para</strong> ser possível a interação entre especialistas e usuários, a linguagemterminológica <strong>de</strong>ve estar a<strong>de</strong>quada ao entendimento <strong>de</strong> ambos. Por essa razão, a terminologiapreten<strong>de</strong> ser uma forma <strong>de</strong> padronização.Para Krieger e Finatto (2004, p. 19), “[...] A tentativa <strong>de</strong> estabelecer uma padronizaçãoterminológica nas linguagens técnicas é própria da adoção <strong>de</strong> políticas lingüísticas articuladassobre a crença <strong>de</strong> que o uso recorrente <strong>de</strong> um mesmo termo garante a univocida<strong>de</strong> dacomunicação especializada”.Assim, as terminologias têm a intenção <strong>de</strong> serem formas normalizadoras, objetivandoum maior entendimento na comunicação e favorecendo a recuperação da informação. Noentanto, nem sempre essa padronização é possível, uma vez que o uso terminológico pordiferentes grupos <strong>de</strong> especialistas, <strong>de</strong> uma mesma área, po<strong>de</strong> trazer diferenças lexicais esemânticas.2.2 LINGUAGENS DE ESPECIALIDADEAs terminologias são fundamentais <strong>para</strong> a perfeita representação e transmissão doconhecimento. Nesse sentido, as linguagens <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> são utilizadas por usuários <strong>de</strong>uma mesma área do conhecimento <strong>para</strong> agilizar a comunicação.Para Santos e Sarmento (2005), as linguagens <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> são, genericamente,“[...] o conjunto <strong>de</strong> marcas lexicais, sintáticas, estilísticas e discursivas que tipificam o uso <strong>de</strong>um código lingüístico em qualquer ambiente <strong>de</strong> interação social”. Cabré (1993, p.133-134)utiliza <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> autores diversos <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir a linguagem <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>. Nainterpretação da autora, são códigos <strong>de</strong> caráter lingüístico, ou uma simples variação dalinguagem geral, ou subconjuntos <strong>para</strong> um entendimento amplo. Assim, com base nessasconsi<strong>de</strong>rações diversas, a autora indica que: a) As linguagens tratam <strong>de</strong> conjuntos


26especializados pela temática, pela experiência e universo <strong>de</strong> uso dos usuários; b) Elas seapresentam como um conjunto com características interrelacionadas e não como fenômenosisolados; c) Têm como predominante a função <strong>de</strong> comunicação, apesar <strong>de</strong> suas outras funçõescomplementares (CABRÉ, 1993, p. 135).Infere-se, assim, que as linguagens buscam essencialmente o intercâmbio <strong>de</strong>informações, em que pese, neste estudo, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem dinâmicas e contarem com oconsenso dos pares. Contam com uma elaboração formal, porém não po<strong>de</strong>m ser confundidascom linguagens documentárias, por conter características específicas.Nesse sentido, Cabré (1993, p. 131) indica as razões que <strong>de</strong>monstram esta diferença:• Porque no se pue<strong>de</strong>n consi<strong>de</strong>rar lenguajes , en el sentidoliteral <strong>de</strong>l término, sino que en buena medida participan <strong>de</strong> la lenguageneral;• Porque no han sido construidos tomando como punto <strong>de</strong> referencia ellenguaje, ya que propiamente forman parte <strong>de</strong> él;• Porque pue<strong>de</strong>n admitir nuevas unida<strong>de</strong>s, aunque es <strong>de</strong>seable que secontrole su entrada;• Porque tien<strong>de</strong>n (solo tien<strong>de</strong>n) a disponer <strong>de</strong> una <strong>de</strong>nominación <strong>para</strong> cadaconcepto, lo que les lleva a presentar un cierto grado <strong>de</strong> sinonimia nocontrolada;• Porque disponen <strong>de</strong> todas las posibilida<strong>de</strong>s sintácticas que les ofrece lalengua general, aunque suelen materializar solo una parte; y• Porque cuentan con un repertorio <strong>de</strong> signos no necesariamente reducido.Como características, Cabré (1993, p. 131) sugere:• Cuentan com uma conceptualización previa bastante controlada;• No suelen admitir (em teoría) nuevas unida<strong>de</strong>s si no están establecidas yconceptualizadas previamente;• No tienen, en teoría, términos polisémicos; la polisemia <strong>de</strong>l léxico común<strong>de</strong>viene homonimia en el léxico especializado;• La forma escrita <strong>de</strong> los términos es prioritaria sobre su forma oral;• Los términos especializados tien<strong>de</strong>n a tener vali<strong>de</strong>z supranacional enmuchos casos;• No suele materializar ni la función emotiva ni la función poética <strong>de</strong>llenguaje, al menos en el grado en que ocurre en los textos <strong>de</strong>l lenguajegeneral.As características <strong>de</strong>monstram que as linguagens, apesar <strong>de</strong> serem controladas, contamcom a utilização <strong>de</strong> linguagens naturais e são <strong>de</strong>stinadas a grupos bastante restritos natemática em que é construída. Essa restrição se manifesta nos SRI, que necessitam traduzir osconteúdos <strong>para</strong> uma linguagem amigável entre usuário e sistema.


272.3 UNIDADE TERMINOLÓGICA2.3.1 TermoOs termos encerram em si a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> representar clara e explicitamente umconceito, favorecendo o entendimento ou a recuperação da informação.Para Sager (1990, p. 57), “[…] Terms are the linguistic representation of concepts 6 ”.Cabré (1993, p. 93) conclui que “[…] los términos son unida<strong>de</strong>s que relacionan el lenguaje yla realidad, que representan objetos <strong>de</strong> la realidad; con los términos, los individuos expresane intercambian pensamientos y organizan la estructura <strong>de</strong> base <strong>de</strong> una disciplina”.Já Goua<strong>de</strong>c (1990, p.3) diz que “[…] Un terme est une unité linquistique désignant unconcept, um objet ou un processus. Le terme est l’unité <strong>de</strong> désignation d’éléments <strong>de</strong> l’universperçu ou conçu. Il ne se confond que rarement avec le mot orthographique 7 ”.No âmbito da Ciência da Informação, segundo Gomes (1990, p. 20), “[...] Enten<strong>de</strong>-sepor termo a palavra ou expressão selecionada <strong>para</strong> representar um dado significado”. Assim,po<strong>de</strong>-se inferir que os termos são utilizados <strong>para</strong> expressar conceitos específicos em áreasespecializadas, sendo <strong>de</strong> amplo conhecimento e entendimento dos usuários.Os termos também são empregados em situações específicas em que se preten<strong>de</strong> acomunicação técnica ou especializada acerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado domínio. Na representação doconhecimento, os termos são recursos lingüísticos que trazem o conceito do que preten<strong>de</strong>mrepresentar, consi<strong>de</strong>rando o contexto on<strong>de</strong> estão inseridos. Nesse sentido, Lara (2004, p. 92)diz que “[...] o termo é uma <strong>de</strong>signação que correspon<strong>de</strong> a um conceito em uma linguagem <strong>de</strong>especialida<strong>de</strong>”. Cabré (1993, p. 169) acrescenta que “[…] Los términos, que son las unida<strong>de</strong>s6 Termos são a representação lingüística dos conceitos. (tradução nossa)7 Um termo é uma unida<strong>de</strong> lingüística que <strong>de</strong>signa um conceito, um objeto ou um processo. O termo é a unida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> elementos do universo percebido ou concebido. Ele raramente se confun<strong>de</strong> com a palavraortográfica. (tradução nossa)


28<strong>de</strong> base <strong>de</strong> la terminología, <strong>de</strong>signan los conceptos proprios <strong>de</strong> cada disciplinaespecializada”. Para Felber (1984, p. 168), termo é “[...] a linguistic symbol which is assignedto one or more concepts, which are <strong>de</strong>fined from neighbouring concepts 8 ”. Como exemplo, oautor indica que o termo po<strong>de</strong> ser uma palavra ou um conjunto <strong>de</strong> palavras, uma letra ou umsímbolo gráfico, uma abreviação, um acrônimo ou uma anotação, uma vez que os conceitosexistem in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos termos.Sendo os termos expressões <strong>de</strong> caráter técnico, científico ou tecnológico, é possível,por meio <strong>de</strong>les, a manifestação da realida<strong>de</strong> e do conhecimento, uma vez que se inserem emtodos os textos e publicações especializadas. Assim, quando se avalia um texto, é possíveli<strong>de</strong>ntificar a diferença fundamental entre palavras e termos. Segundo Lara (2004, p. 92):Uma palavra tem proprieda<strong>de</strong>s (como em um dicionário <strong>de</strong> língua), mas tem muitossignificados, porquanto são elementos do léxico da língua. Um termo, ao contrário, éuma palavra contextualizada no discurso, tendo, conseqüentemente, um referente <strong>de</strong>interpretação.Po<strong>de</strong>-se dizer então que os termos são manifestações lingüísticas e fazem parte daslinguagens <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>, pois expressam um conhecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado domínio. Nonível <strong>de</strong> sua estrutura, os termos po<strong>de</strong>m se apresentar <strong>de</strong> forma simples, como“biodiversida<strong>de</strong>”, ou <strong>de</strong> forma complexa, como “óleo biocombustível”. Sua apresentação eutilização vão estar diretamente ligadas ao conceito contextualizado que representa.2.3.2 ConceitoSegundo a norma ISO 704/2000 – Princípios e métodos da terminologia – os conceitossão construções mentais que vão categorizar os objetos e com os quais são representados nasvariadas formas <strong>de</strong> comunicação, representado por (objeto → conceito → comunicação).8 [...] um símbolo lingüístico que é <strong>de</strong>signado a um ou mais conceitos que são <strong>de</strong>finidos por conceitos contíguos.(tradução nossa)


29Conforme a norma citada, <strong>para</strong> a terminologia, os conceitos são consi<strong>de</strong>radosrepresentações mentais <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto especializado. Não são, entretanto,confundidos com abstrações ou objetos imaginários, mas os elos <strong>de</strong> ligação entre o objeto esua <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> forma abstrata.A formação e utilização dos conceitos têm fundamental importância <strong>para</strong> organizaçãodo conhecimento, e é a partir dos conceitos que se torna possível a <strong>de</strong>limitação dos contextos,a classificação dos seres e dados, e a representação dos conteúdos.De acordo com a sua representação, os conceitos po<strong>de</strong>m ser classificados em:• Individuais: quando <strong>de</strong>screvem um único objeto e são representados por umalinguagem especial que se torna marca ou símbolo. Ex.: internet; www.• Gerais: quando <strong>de</strong>screvem um conjunto <strong>de</strong> dois ou mais objetos e a sua representaçãotoma a forma <strong>de</strong> termos ou símbolo. Ex.: CD-Room; ®.A literatura da área da Ciência da Informação <strong>de</strong>fine conceito como compilação <strong>de</strong>enunciados verda<strong>de</strong>iros sobre <strong>de</strong>terminado objeto, fixada por um símbolo lingüístico. Sãopressupostos indispensáveis na argumentação e nas comunicações verbais e constituemelementos necessários na construção <strong>de</strong> sistemas científicos (DAHLBERG, 1978). Cintra(2002) <strong>de</strong>fine a noção ou conceito como “unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento constituído porproprieda<strong>de</strong>s comuns a uma classe <strong>de</strong> objetos” .Na Lingüística, Cabré (1993) esclarece que conceitualização é um processo <strong>de</strong> seleçãodas características importantes que <strong>de</strong>finem uma classe <strong>de</strong> objetos. A autora <strong>de</strong>fine conceitocomo o conjunto das características interrelacionadas que <strong>de</strong>screvem, essencial oucomplementariamente, uma classe <strong>de</strong> objetos da realida<strong>de</strong>.O conceito é o que i<strong>de</strong>ntifica um objeto, ou seja, aquilo que encerra as característicasúnicas que particularizam e remetem mentalmente a <strong>de</strong>terminada forma ou <strong>de</strong>finição. Quandose preten<strong>de</strong> dizer “água”, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da língua em que se expresse, a noção a que se está


30referindo é clara <strong>para</strong> todos ouvintes. O conceito <strong>de</strong> água tem características relevantes que ai<strong>de</strong>ntificam e diferem <strong>de</strong> outros líquidos, sendo essas características amplamente conhecidaspor qualquer pessoa.Além <strong>de</strong> ter como objetivo i<strong>de</strong>ntificar e diferenciar um objeto ou uma classeespecífica, os conceitos se diferenciam entre si pelas suas características ou proprieda<strong>de</strong>s.Assim, o conjunto <strong>de</strong> características <strong>de</strong>termina uma classe e a ausência <strong>de</strong>la. Uma ou maiscaracterísticas ou proprieda<strong>de</strong>s permitem o estabelecimento das relações conceituais <strong>de</strong> formahierarquizada. Para Cabré (1993, p. 198), as características se estabelecem por diferentescritérios:• De acordo com a relevância, são: a) Essenciais: <strong>de</strong>screvem a essência e sãoimprescindíveis <strong>para</strong> garantir sua <strong>de</strong>finição; b) Complementares: não essenciais,adicionam elementos à discrição.• De acordo com a relação com o objeto: a) Intrínsecas: representam a <strong>de</strong>scriçãorelacionada a uma classe, tais como: forma, cor, tipo <strong>de</strong> ação, etc.; b) Extrínsecas:externas à sua <strong>de</strong>finição, tais como: função, origem, localização, etc.As características <strong>de</strong> um conceito vão <strong>de</strong>terminar a classificação dos termos,estabelecendo as relações conceituais que se dispõem hierarquicamente, partindo <strong>de</strong> conceitoscom características mais abrangentes <strong>para</strong> as características mais específicas.2.4 RELAÇÃO ENTRE SIGNIFICANTE E SIGNIFICADOQuando se preten<strong>de</strong> a comunicação, é certo que os discursos se constróem compalavras, que, <strong>para</strong> Saussure (2003, p. 79-81), são <strong>de</strong>finidas como signos lingüísticos. Ossignos são formados pelo conceito e pelo som, que classifica como significado e significante.Sendo intrinsicamente relacionados, já que um <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do outro, eles <strong>de</strong>têm a


31funcioncionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exprimir as características que vão diferenciar as palavras. Esta relação,entretanto, se dá <strong>de</strong> forma bastante arbitrária, não <strong>de</strong>terminando que o som tenha sempre omesmo significado, em que pese a diferença das línguas praticadas. Assim, não existe umaobrigatorieda<strong>de</strong> <strong>para</strong> que um som remeta a um conceito.Saussure (2003, p. 81) diz que “[...] O laço que une o significante ao significado éarbitrário ou então, visto que enten<strong>de</strong>mos por signo o total resultante da associação <strong>de</strong> umsignificante com um significado, po<strong>de</strong>mos dizer mais simplesmente: o signo lingüístico éarbitrário”.Para Lyons (1987, p. 103), tradicionalmente os significados “[...] são idéias ouconceitos que se po<strong>de</strong>m transferir da mente do falante <strong>para</strong> a do ouvinte por encarnar-se, porassim dizer, nas formas <strong>de</strong> uma ou outra língua”.Encontra-se em Cabré (1993, p. 213) a indicação <strong>de</strong> que as relações entre significantee significado ocorrem <strong>de</strong> forma múltipla. Desta forma, uma unida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter váriossignificados ou um conceito po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> várias formas.2.4.1 HomonímiaConforme <strong>de</strong>fine o Dicionário <strong>de</strong> Lingüística (1986, p. 326), a homonímia é “[...] ai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fônica (homofonia) ou a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> gráfica (homografia) <strong>de</strong> dois morfemas quenão têm o mesmo sentido, <strong>de</strong> um modo geral.” Segundo Câmara Júnior (1996, p. 139),homonímia se <strong>de</strong>fine como: “Proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> duas ou mais formas, inteiramente distintas pelasignificação ou função, terem a mesma estrutura fonológica: os mesmos fonemas, dispostosna mesma or<strong>de</strong>m e subordinados ao mesmo tipo <strong>de</strong> acentuação”. Para Cintra (2002, p. 71), ahomonímia “[...] consiste em uma mesma forma significante remeter a duas realida<strong>de</strong>svocabulares diversas, sejam unida<strong>de</strong>s com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fônica (homofonia) ou i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>


32gráfica (homografia)”. A autora relata que esta relação entre significante e significado po<strong>de</strong>gerar ambigüida<strong>de</strong>. Para Lyons (1987, p.110), “[...] homônimos são palavras diferentes(i.e.lexemas) com uma forma igual”. Conceito semelhante encontra-se na GramáticaPortuguesa que diz: “[...] É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar <strong>de</strong> possuíremsignificados diferentes, possuem a mesma estutura fonológica”.Ainda, segundo a gramática, as palavras homônimas se classificam em perfeitas eimperfeitas.• Homógrafas heterofônicas (homógrafas): são as palavras iguais na escrita e diferentesna pronúncia. (Ex.: conserto: substantivo; conserto: verbo consertar);• Homófonas heterográficas (homófonas): são as palavras iguais na pronúncia ediferentes na escrita. (Ex.: cela: substantivo; sela: verbo);• Homófonas homográficas (homônimos perfeitos): são as palavras iguais na pronúnciae na escrita. (Ex.: cura: verbo; cura: substantivo).2.4.2 PolissemiaA polissemia indica uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significados. A <strong>de</strong>finição do Dicionário <strong>de</strong>Lingüística diz que: “Chama-se polissemia à proprieda<strong>de</strong> do signo lingüístico que possuivários sentidos”. Segundo a Gramática Portuguesa, o termo polissemia “[...] É a proprieda<strong>de</strong>que uma mesma palavra tem <strong>de</strong> apresentar vários significados. Ex.: posto <strong>de</strong> gasolina; postona empresa”. De acordo com o Glossário <strong>de</strong> Gramática e Lingüística, polissemia é “[...]Fenômeno lingüístico pelos quais vários significados inter-relacionados, surgidos a partir <strong>de</strong>um primitivo ou original, associam-se ao mesmo significante”.Essas transformações lingüísticas dizem respeito ou estão inseridas em um contextoespecífico, como <strong>de</strong>fine Câmara Júnior (1996, p. 194): a polissemia é a “[...] Proprieda<strong>de</strong> da


33significação lingüística <strong>de</strong> abarcar toda uma gama <strong>de</strong> significações, que se <strong>de</strong>finem e precisam<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto”.2.4.3 SinonímiaDe acordo com a Gramática da Língua Portuguesa, uma relação sinonímica é aquela“[...] que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ousemelhantes (Ex: distante; afastado)”. Para Lyons (1987, p.111): “[...] Se a sinonímia for<strong>de</strong>finida como i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significado, po<strong>de</strong>remos dizer que os lexemas são completamentesinônimos (em uma certa faixa <strong>de</strong> contextos) se, e somente se, tiverem o mesmo significado<strong>de</strong>scritivo, expressivo e social (na faixa <strong>de</strong> contextos em questão)”. Cintra (2002, p. 75)afirma que sinonímia “[...] po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significação entre elementoslexicais, porém, a existência <strong>de</strong> sinonímia absoluta é controversa”.O entendimento <strong>de</strong> sinonímia se faz em dois aspectos diferentes, segundo Dubois etal. (1986, p. 555): quando os termos têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se substituírem um ao outro ouquando dois termos são intercambiáveis em todos os contextos. Os autores concluem que asinonímia é “[...] a tendência das unida<strong>de</strong>s do léxico <strong>de</strong> terem o mesmo significado e <strong>de</strong> seremsubstituíveis umas pelas outras”. No mesmo sentido, está o proposto na ISO 704:2000 (p. 25)que <strong>de</strong>fine:Synonymy is the relation differing <strong>de</strong>signations that <strong>de</strong>signate the same concept, i.e.,having the same intension, in a given language. Designations in a synonymousrelation are called synonyms. Given the same level of language, synonyms areinterchangeable. If two or more terms are attributed to concepts whose intensionsare almost i<strong>de</strong>ntical, they are called quase-synonyms and are interchangeable onlyin some contexts. 99 Sinonímia é a relação entre <strong>de</strong>signações diferentes que <strong>de</strong>signa o mesmo conceito, i.e., tendo a mesma intensãoem uma <strong>de</strong>terminada língua. Designações em uma relação sinonímica são chamadas sinônimas. Dado o mesmonível <strong>de</strong> linguagem, sinônimos são intercambiáveis. Se dois ou mais termos são atribuídos a conceitos cujasintensões são quase idênticas, são chamados quase-sinônimos e são intercambiáveis só em alguns contextos”.(tradução nossa)


34De acordo com o Vocabulário <strong>de</strong> Terminologia, incluído na ISO RecomendationISO/R 1087-1969 (p. 336), “synonymous (several terms): Having the same meaning […]exactly or nearly, but different external forms […] 10 ”.Para Faulstich (2005, p. 42), a sinonímia po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada sob dois aspectos:quando dois termos po<strong>de</strong>m ser substituídos mutuamente ou quando são intercambiáveis emtodos os contextos.Na sinonímia, insere-se a hiponínima, que, quando se apresenta como uma relaçãorecíproca e simétrica, é classificada como sinônima. Assim, como exemplifica Faulstich(2005, p. 43), “[…] Em <strong>de</strong>terminado contexto, on<strong>de</strong> bate-bola é igual a jogo e jogo é igual abate-bola a relação entre os termos é recíproca, logo sinonímica.”Entretanto, normalmente, a hiponímia é assimétrica. Faulstich (2005, p. 42-43) diz que“[…] A hiponímia <strong>de</strong>ve ser entendida como relação <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> significados das unida<strong>de</strong>sem questão, assim é que o subconjunto (assassino, matador, pistoleiro, carrasco, bandido,celerado) está incluso no conjunto criminoso”. Continua a autora: a hiponímia, propriamentedita, se <strong>de</strong>fine “[...] por uma relação <strong>de</strong> implicação unilateral, assim é que se um objeto éesver<strong>de</strong>ado po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r que esse objeto seja ver<strong>de</strong>, mas se o objeto é ver<strong>de</strong> não se dizque ele é esver<strong>de</strong>ado.”Essa relação é que <strong>de</strong>termina que a hiponímia é assimétrica, como também i<strong>de</strong>ntificaCintra (2002, p. 77), em que a hiponímina está caracterizada lingüisticamente <strong>de</strong>ntro dasrelações <strong>de</strong> sentido, consi<strong>de</strong>rando a significação. Assim, a hiponímia se refere à noção <strong>de</strong>inclusão, que reúne unida<strong>de</strong>s em uma mesma classe.Para Lyons apud Cintra (2002, p. 78), “a hiponímia expressa a relação existente entreum lexema mais específico ou subordinado, e um lexema mais geral ou superor<strong>de</strong>nado, […]”10 Sinônimos (vários termos): têm o mesmo significado [...] exatamente ou próximo, mas com diferentes formasexternas [...]. (tradução nossa)


35Verifica-se, pelas <strong>de</strong>finições, que a hiponímia vai <strong>de</strong>terminar a lógica <strong>de</strong> pertinênciadas classes ou gênero <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto.2.5 RELAÇÕES ENTRE CONCEITOSOs conceitos, obrigatoriamente, se relacionam quando se i<strong>de</strong>ntificam característicassemelhantes entre eles. Para Dahlberg (1978, p. 104), “[...] Sempre que diferentes conceitospossuem características idênticas, <strong>de</strong>ve-se admitir que entre eles existem relações”.A partir das características básicas dos conceitos, que po<strong>de</strong>m ser essenciais quandoestão relacionadas às finalida<strong>de</strong>s e aplicação ou aci<strong>de</strong>ntais quando dizem respeito àscondições externas, verifica-se a sua importância quando se preten<strong>de</strong> a representação doconhecimento. A representação se vale <strong>de</strong>ssas características <strong>para</strong> elaborar a sistematizaçãodos conteúdos.Esta representação consi<strong>de</strong>ra o contexto do domínio-alvo, no qual todos os termoscom características pertinentes estabelecem uma relação. Cabré (1993, p. 201), consi<strong>de</strong>randoa caracterização dos termos, indica como as relações ocorrem:Consi<strong>de</strong>rados em conjunto, los términos no son <strong>de</strong> ninguna forma unida<strong>de</strong>s aisladasque puedan darse fuera <strong>de</strong> um contexto específico, sino elementos que formam parte<strong>de</strong> um sistema lingüístico especializado y que se materializan em um contextoconcreto que correspon<strong>de</strong> a um campo <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> especialización. [...] untérmino se relaciona com todos los <strong>de</strong>más términos que forman parte <strong>de</strong> un mismocampo especializado, com los que constituye un campo conceptual o camponocional.Segundo Gomes (1990, p. 39), quando instrue <strong>para</strong> a elaboração <strong>de</strong> tesauros, orelacionamento entre conceitos é uma estruturação. Assim, “[...] sempre que houvercaracterísticas comuns (presentes na <strong>de</strong>finição), existe um relacionamento direto entre osconceitos”.


362.5.1 Relações <strong>de</strong> equivalênciaAs relações <strong>de</strong> equivalência entre “[...] dois ou mais termos são consi<strong>de</strong>rados, <strong>para</strong> fins<strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação, como <strong>de</strong>signando o mesmo conceito” (IBICT, 1984 p.22). Nesse contexto, háentre os termos uma reciprocida<strong>de</strong>; por exemplo:HIDROVIASup Vias navegáveisVias navegáveisUSE HIDROVIASFonte: IBICT (1984)2.5.2 Relações lógicasAs relações lógicas se estabelecem pela semelhança entre os conceitos. Comosemelhança, são consi<strong>de</strong>radas as características comuns aos dois conceitos alvo dorelacionamento. Para elaboração <strong>de</strong> tesauros, segundo Gomes (1990, p. 41), o relacionametnológico “[...] é um relacionamento <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> porque, quando se com<strong>para</strong>m dois conceitosentre si, verifica-se se possuem algumas características em comum”.Cabré (1993, p. 202) consi<strong>de</strong>ra a com<strong>para</strong>ção e a combinação dos conceitos quandoelabora sobre relacionamentos lógicos. Segundo a autora,Las relaciones lógicas que se establecen entre los conceptos se basan en lasemejanza que estos mantienen entre sí, por el hecho <strong>de</strong> poseer una o máscaracterísticas comunes: esta semejanza se manifiesta tanto cuando se com<strong>para</strong>ndistintos conceptos (la com<strong>para</strong>ción) como cuando se combinan entre sí (lacombinación) (CABRÉ, 1993, p. 202).Quanto às características, Dahlberg (1978, p. 104) estabelece que as relações lógicaspo<strong>de</strong>m acontecer entre dois conceitos, chamados A e B, nas seguintes situações:• I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>: on<strong>de</strong> as características são as mesmas entre os dois conceitos;


37• Implicação: conceito <strong>de</strong> A está contido no conceito <strong>de</strong> B;• Intersecção: algum elemento coinci<strong>de</strong> nos dois conceitos;• Disjunção: não apresentam nenhuma característica em comum;• Negação: conceito <strong>de</strong> A tem característica que encontra a negação em B.Essas classificações permitem a elaboração e o entendimento dos relacionamentoslógicos na representação do conhecimento e a organização dos conteúdos. Assim, segundoDahlberg (1978), consi<strong>de</strong>rando as características dos conceitos, as relações po<strong>de</strong>m serhierárquicas (genéricas e partitivas), <strong>de</strong> oposição e funcionais.2.5.2.1 Relação hierárquicaAs relações hierárquicas são aquelas que se <strong>de</strong>finem nas noções subordinadas em umou vários níveis (ISO 1087). São compostas pelas relações genérico/específico e as partitivas.2.5.2.1a Relação genéricaCaracterizadas como <strong>de</strong> gênero e espécie, as relações genéricas se estabelecem quandodois conceitos apresentam características semelhantes, porém um dos conceitos tem umacaracterística a mais que o outro. Quando um conceito é mais abrangente ou mais genérico e“absorve” ou contém o outro, fica estabelecida uma relação hierárquica. Po<strong>de</strong>-se dizertambém que um termo na hierarquia sempre é mais completo que outro.Para Gomes (1990, p. 41), a or<strong>de</strong>nação dos termos, a partir da relação hierárquica,<strong>de</strong>termina uma verticalização, em que os termos superor<strong>de</strong>nados (com todas ascaracterísticas) se ligam a termos subordinados (com pelo menos uma característica a mais).


382.5.2.1b Relação partitivaAs relações partitivas se estabelecem entre um objeto, consi<strong>de</strong>rado todo, e suas partessubordinadas ou que o constituem. Essas relações existem quando o conceito superor<strong>de</strong>nadorepresenta um total, enquanto os conceitos relacionados ou inferiores representam as partes<strong>de</strong>ste total (ISO 704/2000). Segundo Sager (1990, p. 32), as relações partitivas servem <strong>para</strong>indicar a conexão entre conceitos, consistindo num todo e suas partes e po<strong>de</strong>m serrepresentadas por árvores. Para Cabré (1993), são relações on<strong>de</strong> o todo e as suas partes serelacionam. Também chamadas <strong>de</strong> relações “parte-todo”, elas se baseiam na contigüida<strong>de</strong> dosobjetos no espaço, ou seja, simultaneamente.Conforme a norma <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> tesauro, Gomes (1990, p. 44) apresenta quatrotipos <strong>de</strong> classes que representam o relacionamento <strong>de</strong> todo/parte: sistemas e órgãos do corpo;localida<strong>de</strong>s geográficas; disciplinas ou áreas do discurso; e estruturas sociais hierarquizadas.Para Felber e Picht (1984), as relações partitivas po<strong>de</strong>m ser estabelecidas em sérieshorizontais ou verticais e são verificadas apenas na or<strong>de</strong>nação das partes <strong>de</strong> um conceito ou <strong>de</strong>um objeto individual.As relações partitivas ocorrem quando se apresenta um todo e suas partes, porexemplo: quando se fala em avião, como pertinentes, têm-se as partes (asa, hélice, fuselagem,turbina, trem <strong>de</strong> pouso) ou quando as partes relacionadas fazem parte <strong>de</strong> um todo, como:pneu, aro, pedal, guidão e selim fazem parte da bicicleta.2.5.3 Relação associativaAs relações associativas são <strong>de</strong> difícil <strong>de</strong>finição. É possível encontrar na literatura<strong>de</strong>finições que as caracterizem como aquelas relações que não po<strong>de</strong>m ser classificadas comohierárquicas ou como sinonímicas.


39Para Gomes (1984, p.31), esses relacionamentos ocorrem entre termos que não sãoequivalentes nem formam uma hierarquia, em que um termo seja subordinado a outro;contudo, são tão associados mentalmente que se <strong>de</strong>ve tornar esta ligação explícita. Definiçãosemelhante po<strong>de</strong> ser encontrada na ISO 704/2000 (p.12) que diz: “[...] Associative relationsare non-hierarchical. An associative relation exists when a thematic connection can beestablished between concepts by virtue of experience 11 ”. Já a ISO 2788/1974 propõe que “[…]The associative relation is usually employed to cover the other relations between conceptsthat are related but are neither consistently hierarchical nor equivalent (e.g. similarity,antonymity) 12 ”.Encontra-se em Cintra (2002, p.63) uma breve indicação da dificulda<strong>de</strong> na <strong>de</strong>finiçãodas relações associativas, uma vez que, em algum momento, todos os termos, palavras ouconceitos estabelecem um relacionamento consi<strong>de</strong>rando o universo ou o domínio on<strong>de</strong> estãoinseridos. Essa dificulda<strong>de</strong> também é alvo <strong>de</strong> pesquisa e análise <strong>de</strong> Marroni (2006, p. 1), queconsi<strong>de</strong>ra a inexistência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>limitação das relações como fator comprometedor <strong>para</strong> arepresentação e recuperação dos conteúdos. Nesse sentido, segundo o autor, busca “i<strong>de</strong>ntificaros parâmetros capazes <strong>de</strong> explicitar mais a<strong>de</strong>quadamente essas relações associativas”.Nas relações associativas, encontram-se, entre outras, as relações <strong>de</strong> oposição queDahlberg (1978) cita como uma das relações possíveis a partir das características dosconceitos e que expressam proprieda<strong>de</strong>s. Elas po<strong>de</strong>m ser: a) <strong>de</strong> contradição: presente –ausente; b) <strong>de</strong> contrarieda<strong>de</strong>: branco – preto.Outro tipo <strong>de</strong> relação associativa são as chamadas relações funcionais. Essas relaçõesse dão a partir <strong>de</strong> conceitos que expressam processos. Para Dahlberg (1978, p. 105), elas têm11 Relações associativas não são hierárquicas. Existem quando uma conexão temática po<strong>de</strong> ser estabelecida entreconceitos em virtu<strong>de</strong> da experiência. (tradução nossa).12 A relação associativa normalmente é empregada <strong>para</strong> tartar <strong>de</strong> outras relações entre conceitos que sãorelacionados mas não são nem consistentemente hierárquicos nem equivalentes. (tradução nossa)


40por base as valências semânticas dos verbos. O autor enten<strong>de</strong> por valência semântica “a somados lugares a serem preenchidos <strong>de</strong> acordo com a ligação <strong>de</strong>ste conceito com outro”.2.6 VARIANTES TERMINOLÓGICASPara proce<strong>de</strong>r à análise <strong>de</strong> terminologias, Faultstich (1996) expõe que “[...] Emterminologia, os fenômenos variáveis ocorrem no sistema interno da língua na qual estãoredigidos os textos <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>”. Essa <strong>de</strong>finição aponta que, <strong>para</strong> se proce<strong>de</strong>r a umaavaliação terminológica, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar o texto na sua totalida<strong>de</strong>, a contextualização dostermos, <strong>para</strong> então elaborar sobre as variações, o quê e como as terminologias variam.Indicação semelhante faz Sager (1990, p. 213), quando sugere que “[…] Observationof usage permits the i<strong>de</strong>ntification and categorisation of linguistic variants of terms by texttypes 13 ”. Para o autor, é importante observar que a variação <strong>de</strong> categoria dos termos temrelação direta com a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos termos num <strong>de</strong>terminado texto, consi<strong>de</strong>rando seucontexto.Uma classificação das variantes é proposta por Faultstich (1996) que as divi<strong>de</strong> em doisgran<strong>de</strong>s grupos: 1) Variantes Lingüísticas: o fenômeno lingüístico <strong>de</strong>termina o processo <strong>de</strong>variação; 2) Variantes <strong>de</strong> Registro: a variação ocorre nos planos horizontal, vertical etemporal da língua.Para a classificação das variantes lingüísticas, a autora consi<strong>de</strong>ra: a) A interpretaçãosemântica é a base <strong>para</strong> análise do termo; b) As unida<strong>de</strong>s terminológicas complexas sãoanalisadas sob o ponto <strong>de</strong> vista funcional; c) Os subsistemas da língua portuguesa constituemfundo lingüístico <strong>de</strong> análise; d) Os usos escrito e oral dos termos são levados em conta.13 A observação do uso permite a i<strong>de</strong>ntificação e categorização <strong>de</strong> variants lingüísticas <strong>de</strong> termos por tipo <strong>de</strong>texto.


41Para a classificação das variantes <strong>de</strong> registro, a autora consi<strong>de</strong>ra: a) Os termos sãorecolhidos no discurso real da linguagem <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>; b) Os termos pertencem àvarieda<strong>de</strong> socioprofissional; c) Os termos são recolhidos <strong>de</strong> textos, <strong>de</strong> procedênciadiversificada, mas que tratam do mesmo assunto; d) Os termos são recolhidos <strong>de</strong> discursoscom maior ou menor grau <strong>de</strong> formalização, que tratam do mesmo assunto; f) Os termos sãorecolhidos <strong>de</strong> textos redigidos em épocas diferentes, que tratam do mesmo assunto; g) Os usosescrito e oral são levados em conta.A partir <strong>de</strong>sses critérios e seguindo os princípios <strong>de</strong> classificação propostos, asvariantes se subdivi<strong>de</strong>m e apresentam a seguinte classificação:VARIANTES LINGÜÍSTICAS• Variante terminológica morfossintática: na constituição do termo ocorre a alternânciamorfológica e sintática sem que o conceito se altere;• Variante terminológica lexical: a forma lexical se modifica mas não altera o conceitodo termo;• Variante terminológica gráfica: a diversida<strong>de</strong> gráfica está ligada às convenções dalíngua.VARIANTES DE REGISTRO• Variante terminológica geográfica: ocorre no plano horizontal <strong>de</strong> diferentes regiõesem que se fala a mesma língua;• Variante terminológica <strong>de</strong> discurso: <strong>de</strong>corre da sintonia entre elaborador e usuários <strong>de</strong>textos mais formais ou menos formais;• Variante terminológica temporal: concretiza-se como mudança num discurso escritoem épocas diferentes sobre um mesmo assunto.


42No processo <strong>de</strong> comunicação, diversos fatores contribuem <strong>para</strong> as variaçõesterminológicas, <strong>de</strong>terminando que um mesmo termo tenha conceitos diferentes ou diversostermos tenham o mesmo conceito, consi<strong>de</strong>rando-se a importância da análise do contexto.2.7 LINGUAGENSA linguagem é a forma <strong>de</strong> comunicação entre os grupos e <strong>de</strong>stes com o conjunto dasocieda<strong>de</strong>. Nessa perspectiva <strong>de</strong> comunicação, as linguagens são também a forma <strong>de</strong> interaçãoentre os mo<strong>de</strong>rnos recursos tecnológicos e o usuário, no binômio amplamente difundidohomem-máquina.2.7.1 Linguagem naturalAo longo da última década, o volume crescente da produção <strong>de</strong> conteúdos vemgerando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> possibilitar ao usuário autonomia suficiente <strong>para</strong> recuperarinformações. A diversificação dos SRI disponíveis espelha esta nova realida<strong>de</strong>.Na tentativa <strong>de</strong> estabelecer interface amigável entre sistemas e usuários, as pesquisastêm consi<strong>de</strong>rado a linguagem natural como base <strong>de</strong> comunicação e espelho da cultura <strong>de</strong><strong>de</strong>terminada socieda<strong>de</strong>. Nesse sentido, Dahlberg (1978, p. 101) teoriza dizendo que “...alinguagem constitui a capacida<strong>de</strong> do homem <strong>de</strong>signar os objetos que o circundam assimcomo <strong>de</strong> comunicar-se com seus semelhantes” (grifo do autor).Para Lancaster (1993, p. 200), a linguagem natural (LN) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida comosinônimo <strong>de</strong> ‘discurso comum’, ou “[...] a linguagem utilizada habitualmente na escrita e nafala, e que é o contrário <strong>de</strong> vocabulário controlado”.


43Sendo uma expressão <strong>de</strong> um grupo e sua cultura, Cintra (2002, p. 15) indica que “[...]Na LN, o elemento <strong>de</strong> troca é o signo lingüístico que associa um significante (imagemacústica) a um significado (conceito)”.Nos processos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação, a LN serve <strong>de</strong> base <strong>para</strong> a elaboração das linguagensdocumentárias (LD), que, padronizadas, preten<strong>de</strong>m uma recuperação satisfatória <strong>para</strong> ousuário. Pesquisas recentes têm procurado <strong>de</strong>monstrar como a aplicação da linguagem naturalvem sendo utilizada, enquanto recurso <strong>de</strong> busca, e quais os resultados nos sistemasdisponíveis.2.7.2 Linguagem documentáriaSegundo Cintra (2002, p. 33), a utilização das linguagens documentárias (LD), comorecurso <strong>para</strong> recuperação da informação, vem das décadas <strong>de</strong> 1950 e 1960, com o crescimentodo conhecimento científico e tecnológico.Guinchart e Menou (1994, p. 133) <strong>de</strong>finem linguagem documentária como “[...] umalinguagem convencional utilizada por uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação <strong>para</strong> <strong>de</strong>screver o conteúdodos documentos, com o objetivo <strong>de</strong> armazená-los e recuperar as informações que elescontém”. Cintra (2002, p. 33) <strong>de</strong>fine como “[...] linguagens construídas <strong>para</strong> in<strong>de</strong>xação,armazenamento e recuperação da informação e correspon<strong>de</strong>m a sistemas <strong>de</strong> símbolos<strong>de</strong>stinados a ‘traduzir’ os conteúdos dos documentos”. Para Gardin (1968) apud Cintra (2002,p. 35), uma LD é “[...] um conjunto <strong>de</strong> termos, providos ou não <strong>de</strong> regras sintáticas, utilizadas<strong>para</strong> representar conteúdos <strong>de</strong> documentos técnico-científicos com fins <strong>de</strong> classificação oubusca retrospectiva <strong>de</strong> informações”.Essas linguagens são “construídas” ou elaboradas com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir oentendimento dos conteúdos a partir <strong>de</strong> uma normalização da LN e são consi<strong>de</strong>rados


44“instrumentos intermediários” (CINTRA, 2002). A autora busca em Gardin et al. (1968) oselementos básicos que integram uma LD:• Um léxico, i<strong>de</strong>ntificado como uma lista <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>scritores, <strong>de</strong>vidamentefiltrados e <strong>de</strong>purados;• Uma re<strong>de</strong> <strong>para</strong>digmática <strong>para</strong> traduzir certas relações essenciais e, geralmente estável,entre <strong>de</strong>scritores. Essa re<strong>de</strong> lógico-semântica correspon<strong>de</strong> à organização dos<strong>de</strong>scritores numa forma que, lato sensu, po<strong>de</strong>r-se-ia chamar <strong>de</strong> classificação;• Uma re<strong>de</strong> sintagmática <strong>de</strong>stinada a expressar as relações contingentes entre os<strong>de</strong>scritores, relações que são válidas no contexto particular on<strong>de</strong> aparecem. Aconstrução <strong>de</strong> “sintagmas” é feita por meio <strong>de</strong> regras sintáticas <strong>de</strong>stinadas a coor<strong>de</strong>naros termos que dão conta do tema.As linguagens utilizadas no SRI encerram o objetivo <strong>de</strong> permitir a in<strong>de</strong>xação erecuperação dos conteúdos. Assim, com o controle das terminologias e a padronização dostermos, torna-se possível encontrar respostas <strong>para</strong> as questões formuladas pelo usuário nomomento da busca.Por se tratarem <strong>de</strong> linguagens elaboradas, elas se valem da técnica <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação dostermos a partir dos conceitos. Essa coor<strong>de</strong>nação po<strong>de</strong> ser feita em dois momentos distintos: 1)quando da in<strong>de</strong>xação, feita pelo técnico especialista e classificadas como linguagens précoor<strong>de</strong>nadas;2) ou quando da recuperação, feita pelo usuário no momento da busca eclassificadas como pós-coor<strong>de</strong>nadas.• Linguagens pré-coor<strong>de</strong>nadas: são utilizadas quando a coor<strong>de</strong>nação dos termos é feitano momento da in<strong>de</strong>xação, na qual são consi<strong>de</strong>rados vários tópicos do assunto a serrepresentado e a importância <strong>de</strong>stes <strong>para</strong> o usuário. A in<strong>de</strong>xação obe<strong>de</strong>ce a critériossubjetivos, uma vez que o técnico é que <strong>de</strong>termina o quê e como será representado o


45conteúdo. Ex.: Classificação Decimal <strong>de</strong> Dewey (CDD); Classificação DecimalUniversal (CDU).• Linguagens pós-coor<strong>de</strong>nadas: são utilizadas quando a coor<strong>de</strong>nação dos termos é feitapelo usuário no momento da busca, <strong>de</strong> forma não or<strong>de</strong>nada e <strong>de</strong> acordo com asnecessida<strong>de</strong>s do usuário. Para proce<strong>de</strong>r a busca, todos os termos são consi<strong>de</strong>rados, nãorepresentando maior ou menor importância entre eles. Essas linguagens sãocomumente utilizadas nos sistemas <strong>de</strong> busca automatizados, que utilizam elementos dalógica booleana, tais como and e or <strong>para</strong> realizar a ligação dos termos. Ex.: Tesauros.As linguagens utilizadas nos SRI são fundamentais <strong>para</strong> o seu <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>para</strong>a interação com o usuário. Consi<strong>de</strong>rando que os sistemas precisam aten<strong>de</strong>r às expectativas dosusuários, o estudo exaustivo das linguagens a serem utilizadas <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os objetivos dosistema, a área do conhecimento que preten<strong>de</strong> representar e as necessida<strong>de</strong>s dos possíveisusuários.2.8 ONTOLOGIASA palavra ontologia <strong>de</strong>riva do grego onto (ser) e logia (discurso escrito ou falado).Tradicionalmente, quando se preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir ontologia, busca-se na Filosofia que diz “oestudo do ser enquanto ser” ou a “teoria do ser”, e estuda as coisas como elas existem oucomo são. Po<strong>de</strong>-se dizer que as <strong>ontologias</strong> favorecem ou permitem o entendimento <strong>de</strong> comoas ligações se estabelecem no mundo.As correntes filosóficas vêm se <strong>de</strong>dicando ao estudo da ontologia como disciplina<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVIII. Conforme relata Feitosa (2005, p. 210), três correntes filosóficasimportantes surgiram a partir do século XIX. Segundo Husserl apud Feitosa (2005), aontologia é a ciência das essências e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> dois tipos: 1) formal: que é o fundamento <strong>de</strong>


46todas as ciências e interessa-se pelas essências e suas relações com outras essências; 2)material: conjunto <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> setoriais que se preocupa com fatos. Para Hartmann apudFeitosa (2005), a ontologia presta-se ao reconhecimento daquilo que é metafisicamenteinsolúvel; essa corrente examinava os diversos momentos do ser, relacionando-os à existênciaou à essência; à realida<strong>de</strong> ou à i<strong>de</strong>alida<strong>de</strong>; à possibilida<strong>de</strong>, realida<strong>de</strong>, causalida<strong>de</strong> ounecessida<strong>de</strong>. De acordo com Hei<strong>de</strong>gger apud Feitosa (2005), a ontologia é uma metafísica daexistência; é baseada na fenomenologia.Na literatura, é possível encontrar outras <strong>de</strong>finições. Para a Filosofia, é uma <strong>de</strong>scriçãosistemática da Existência. Na Inteligência Artificial (IA), é uma especificação formal explícita<strong>de</strong> como representar os objetos, conceitos e outras entida<strong>de</strong>s que supostamente existem emalguma área <strong>de</strong> interesse e os relacionamentos que existem entre eles. Para os sistemas <strong>de</strong> IA,o que “existe” é o que po<strong>de</strong> ser representado. Então, a ontologia po<strong>de</strong> ser um programa que<strong>de</strong>fine um conjunto <strong>de</strong> termos a serem representados.Sua adaptação <strong>para</strong> a Ciência da Computação adiciona ao termo taxonomia àsespecificações das relações entre as entida<strong>de</strong>s mais um conjunto <strong>de</strong> regras automáticas <strong>de</strong>inferência e ações associadas (PARREIRAS, 2004).Outras <strong>de</strong>scrições são atribuídas ao termo ontologia, conforme a área <strong>de</strong> atuação. Naárea da Ciência da Informação,[…] as ontologías establecen una terminología conjunta entre miembros <strong>de</strong> unacomunidad <strong>de</strong> interés. Estos miembros pue<strong>de</strong>n ser humanos os agentes automáticos.Una ontología es una especificación <strong>de</strong> una conceptualización. [...] Ontología esuna <strong>de</strong>scripción formal <strong>de</strong> conceptos en el dominio <strong>de</strong> un discurso (CAMARA,2002).Na Gestão do Conhecimento, Guillén, Moreno e Badaya (2005) afirmam que:[…] as ontologías se encasillana <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> las LISTAS RELACIONADAS, como tipo<strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> ORGANIZACIÓN DEL CONOCIMIENTO. Una ONTOLOGÍA <strong>de</strong>fineel vocabulario <strong>de</strong> un área mediante un conjunto <strong>de</strong> términos básicos y relacionesentre dichos conceptos, así como las reglas que combinan términos y relaciones.[...] La GESTIÓN DEL CONOCIMIENTO está <strong>de</strong>sarrollando ontologías comomo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> conceptos específicos. Pue<strong>de</strong>n representar relaciones complejas entrelos objetos, e incluyen las reglas y los axiomas que faltan en los tesauros.


47Relacionado à área tecnológica, o Núcleo <strong>de</strong> Estudos em Tecnologias <strong>para</strong> Informaçãoe Conhecimento <strong>de</strong>fine ontologia como sendo:Especificações das relações entre as entida<strong>de</strong>s mais um conjunto <strong>de</strong> regrasautomáticas <strong>de</strong> inferência e ações associadas. É uma <strong>de</strong>scrição formal dos conceitose relacionamentos que existem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um domínio. Isso significa que umaontologia se relaciona com um vocabulário específico, uma linguagem específica e aconceitualização <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado domínio (NETIC, 2003).Na Inteligência Artificial (IA), é possível i<strong>de</strong>ntificar em Gruber (1993) que as<strong>ontologias</strong> se apresentam como linguagens ou formas <strong>de</strong> representação do conhecimento quepossibilitam a comunicação entre os SRI e os usuários, além <strong>de</strong> favorecer o entendimento dosconteúdos pelo compartilhamento do conhecimento, representado nos termos ou expressõesconstruídas com base nos conceitos. É uma forma <strong>de</strong> representar e organizar, consi<strong>de</strong>rando osprincípios semânticos.Voltados <strong>para</strong> a estruturação e representação do conhecimento, Swartout et al. (1996)se referem à ontologia como um conjunto <strong>de</strong> termos estruturados que <strong>de</strong>screvem algumdomínio e são a estrutura <strong>para</strong> uma base <strong>de</strong> conhecimento.Gruber (1993) elaborou o conceito que melhor <strong>de</strong>fine <strong>ontologias</strong>: “An ontology is naexplicit specification of a conceptualization 14 ”. O autor, a partir <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>finição, sugere acondição das <strong>ontologias</strong> que permitem a reutilização do conhecimento e indica a suaapropriação pela Inteligência Artificial.For AI systems, what “exists” is that which can be represented. When theknowledge of a domain is represented in a <strong>de</strong>clarative formalism, the set of objectsthat can be represented is called the universe of discourse. This set of objects, andthe <strong>de</strong>scribable relationships among them, are reflected in the representationalvocabulary with which a knowledge-based program represents knowledge. Thus, inthe context of AI, we can <strong>de</strong>scribe the ontology of a program by <strong>de</strong>fining a set ofrepresentational terms. In such an ontology, <strong>de</strong>finitions associate the names ofentities in the universe of discourse (e.g., classes, relations, functions, or otherobjects) with human-readable text <strong>de</strong>scribing what the names mean, and formalaxioms that constrain the interpretation and well-formed use of these terms.Formally, an ontology is the statement of a logical theory 15 .14 Ontologia é a especificação explícita <strong>de</strong> uma conceitualização. (tradução nossa)15 Para sistemas <strong>de</strong> IA, o que “existe” é o que po<strong>de</strong> ser representado. Quando o conhecimento <strong>de</strong> um domínio érepresentado num formalismo <strong>de</strong>clarado, o conjunto <strong>de</strong> objetos que po<strong>de</strong> ser representado é chamado <strong>de</strong> universo<strong>de</strong> discurso. Este conjunto <strong>de</strong> objetos, e seus relacionamentos possíveis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>scritos, são refletidos novocabulário <strong>de</strong> representação com o qual um sistema baseado em conhecimento representa o conhecimento.


48O termo ontologia é associado diretamente à <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> um conhecimentoespecífico, apresentando-se como forma <strong>de</strong> representação do domínio do conhecimentoatravés <strong>de</strong> um vocabulário construído <strong>para</strong> esta finalida<strong>de</strong>. Esse vocabulário vai abranger osconceitos e as relações que po<strong>de</strong>m existir <strong>de</strong>ntro do domínio.Quando se preten<strong>de</strong> a representação do conhecimento e a conseqüente construção <strong>de</strong><strong>ontologias</strong>, alguns critérios <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rarados, a partir da conceitualização, que vão<strong>de</strong>finir a estrutura e a sua elaboração, voltadas ao compartilhamento do conhecimento e arecuperação (GRUBER, 1993):• Clareza: a ontologia <strong>de</strong>ve expressar com objetivida<strong>de</strong> e em linguagem natural osignificado dos termos <strong>de</strong>finidos.• Coerência: <strong>de</strong>ve validar inferências que são coerentes com as <strong>de</strong>finições e estacoerência <strong>de</strong>ve estar presente também nos conceitos expressos em linguagem natural.• Extensibilida<strong>de</strong>: a ontologia <strong>de</strong>ve estar voltada <strong>para</strong> o compartilhamento do uso,permitindo a sua atualização e inclusão <strong>de</strong> novos termos.• Codificação parcial: a conceitualização <strong>de</strong>ve ser especificada no nível <strong>de</strong>conhecimento sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um nível simbólico.• Comprometimento ontológico mínimo: <strong>de</strong>ve permitir as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> partilhamentodo conhecimento em um contexto menor possível, possibilitando a mo<strong>de</strong>lagem docontexto com liberda<strong>de</strong> e agilida<strong>de</strong>.Nessa perspectiva, Gómez-Pérez (2000, p. 34) acrescenta outros critérios aos expostospor Gruber, aos quais chama <strong>de</strong> princípios, que também <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados naconstrução <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong>:Assim, no contexto <strong>de</strong> IA, nós po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>screver a ontologia <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong>finindo um conjunto <strong>de</strong> termos<strong>de</strong> representação. Em tal ontologia, as <strong>de</strong>finições associam os nomes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s do universo <strong>de</strong> discurso (porexemplo, classes, relações, funções, ou outros objetos) com o texto legível pelo homem<strong>de</strong>screvendo o que osnomes significam, e axiomas formais que <strong>de</strong>terminam a interpretação e uso correto <strong>de</strong>stes termos. Formalmente,uma ontologia é a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> uma teoria lógica. (tradução nossa)


49• Princípio da distinção ontológica: as classes <strong>de</strong> uma ontologia <strong>de</strong>vem ser<strong>de</strong>smembradas;• Diversificação <strong>de</strong> hierarquias: aumentar a capacida<strong>de</strong> fornecida por múltiplosmecanismos herdados, sendo possível entrar com novos conceitos e também herdarproprieda<strong>de</strong>s a partir <strong>de</strong> diferentes pontos <strong>de</strong> vista;• Modularida<strong>de</strong>: <strong>para</strong> minimizar a união entre os módulos;• Minimizar a distância semântica entre conceitos similares: conceitos similares sãoagrupados e representados como subclasses <strong>de</strong> uma classe e <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>finidosusando as mesmas primitivas, enquanto conceitos, que são menos similares, sãorepresentados mais distantes na hierarquia;• Padronizar nomes sempre que possível.As <strong>ontologias</strong>, por meio <strong>de</strong> suas características, preten<strong>de</strong>m abranger todo o domínioalvo<strong>de</strong> sua construção, representando o conhecimento através <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> entendimentocomum e suas respectivas relações, assim como contribuindo <strong>para</strong> a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperaçãodas informações ali representadas.Nesse sentido, Gómez-Pérez (2000, p. 35) diz que as <strong>ontologias</strong> fornecem umvocabulário comum <strong>de</strong> uma área e <strong>de</strong>finem – com diferentes níveis <strong>de</strong> formalismo – osignificado dos termos e as relações entre eles. Para a autora, os conhecimentos representadospelas <strong>ontologias</strong> são formalizados utilizando cinco tipos <strong>de</strong> componentes:1) Classes: os conceitos são usados em sentido amplo, po<strong>de</strong>ndo ser abstratos ouconcretos, elementares ou compostos, reais ou fictícios e po<strong>de</strong>m ser algo sobre o que édito e também po<strong>de</strong> ser a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma tarefa, função, ação, estratégia,argumentação;2) Relações: representam um tipo <strong>de</strong> interação entre os conceitos <strong>de</strong> um domínio;formalmente <strong>de</strong>finidos como qualquer subconjunto <strong>de</strong> um produto <strong>de</strong> ‘n’conjuntos;


503) Funções: é um caso especial <strong>de</strong> relações no qual o enésimo elemento da relação éúnico <strong>para</strong> os ‘n-1’ elementos prece<strong>de</strong>ntes;4) Axiomas: são usados <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>lar as sentenças que são sempre verda<strong>de</strong>iras;5) Instâncias: usadas <strong>para</strong> representar elementos.No processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong>, torna-se imprescindível consi<strong>de</strong>rar ocontexto on<strong>de</strong> serão inseridas e os objetivos do sistema, representando, assim, a razão <strong>para</strong> aqual serão elaboradas e empregadas. Uma proposta <strong>de</strong> <strong>metodologia</strong> única <strong>para</strong> esta construção<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar as seguintes dimensões propostas por Uschold (1996, p. 3):• Formalida<strong>de</strong>: o grau <strong>de</strong> formalida<strong>de</strong> da representação do vocabulário e daespecificação do significado po<strong>de</strong> ser: a) altamente informais: expressadas livrementeem linguagem natural; b) informal estruturada (semi-informal): expressada emlinguagem natural, <strong>de</strong> forma restrita e estruturada, reduzindo a ambigüida<strong>de</strong>; c)semiformal: expressada numa linguagem artificial formalmente <strong>de</strong>finida; d)rigorosamente formal: termos <strong>de</strong>finidos meticulosamente com semântica formal,teoremas e comprovação <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s como retidão e integralida<strong>de</strong>.• Propósito: a intenção <strong>de</strong> uso da ontologia;• Tema: a natureza do tema que a ontologia está caracterizando.De acordo com os objetivos a que se propõem, as <strong>ontologias</strong> po<strong>de</strong>m ser classificadas,segundo Gómez-Pérez, 2000, em:a) Ontologias <strong>de</strong> representação do conhecimento: compreen<strong>de</strong>m as representaçõesprimitivas usadas <strong>para</strong> conhecimento formalizado em <strong>para</strong>digmas <strong>de</strong> representação doconhecimento;b) Ontologias gerais/comuns: incluem vocabulários relacionados a coisas, eventos,tempo, espaço, causalida<strong>de</strong>, comportamento, função, etc.


51c) Meta-<strong>ontologias</strong>: também chamadas <strong>ontologias</strong> genéricas ou <strong>ontologias</strong> núcleo as quaissão reutilizadas através dos domínios;d) Ontologias <strong>de</strong> domínio: são reutilizáveis em um <strong>de</strong>terminado domínio. Elas fornecemvocabulários sobre os conceitos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um domínio e seus relacionamentos, sobreas ativida<strong>de</strong>s que ocorrem em um domínio e sobre as teorias e princípios elementaresreguladoras <strong>de</strong>ste domínio;e) Ontologias <strong>de</strong> tarefa: fornecem um vocabulário sistematizado <strong>de</strong> termos <strong>para</strong> solução<strong>de</strong> problemas associados com tarefas que po<strong>de</strong>m ou não ser do mesmo domínio. Estas<strong>ontologias</strong> fornecem um conjunto <strong>de</strong> termos por significados com as quais <strong>de</strong>screvemgenericamente como resolver um tipo <strong>de</strong> problema;f) Ontologias <strong>de</strong> tarefas <strong>de</strong> domínio: são <strong>ontologias</strong> reutilizáveis em um dado domínio,mas não através do domínio;g) Ontologias <strong>de</strong> aplicação: contém o conhecimento necessário <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> umdomínio.A utilização <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> como recurso nos SRI encerra algumas vantagens,conforme <strong>de</strong>screve Guimarães (2002): a) Elas fornecem vocabulário <strong>para</strong> representação doconhecimento apoiado na conceitualização, o quê reduz a ambigüida<strong>de</strong>; b) Permitem ocompartilhamento do conhecimento; c) Fornecem <strong>de</strong>scrição exata do conhecimento, uma vezque o vocabulário construído será am<strong>para</strong>do pela conceitualização comum <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> umdomínio; d) Uma mesma conceitualização po<strong>de</strong> ser expressa em várias línguas; e) Po<strong>de</strong> serestendida <strong>de</strong> forma que se a<strong>de</strong>qüe a domínios específicos.Por suas características e aplicabilida<strong>de</strong>, as <strong>ontologias</strong> po<strong>de</strong>m ser utilizadas em áreas e<strong>para</strong> fins diversos, tais como:


52• Processamento <strong>de</strong> linguagem natural: funcionando como um dicionário <strong>de</strong> termosapoiados nos conceitos, possibilita a eliminação das ambigüida<strong>de</strong>s quando representao conhecimento <strong>de</strong> um domínio;• Gestão do conhecimento: possibilitam a estruturação básica <strong>para</strong> a elaboração <strong>de</strong> bases<strong>de</strong> dados e o processamento <strong>de</strong> dados não-estruturados;• Web semântica: viabiliza buscas mais precisas, possibilitando a compreensão dossignificados dos conteúdos;• Comércio eletrônico: favorece a <strong>de</strong>scrição dos produtos e a integração dos catálogos.A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações variadas e as diversas classificações <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong><strong>de</strong>monstram que seu uso está diretamente relacionado à necessida<strong>de</strong> emergente <strong>de</strong>representação e compartilhamento do conhecimento e à diversida<strong>de</strong> dos SRI.Nesse sentido, Chandrasekaran et al. (1999, p. 22) concluem que, apesar dasdiferenças, existe uma conformida<strong>de</strong> entre as <strong>ontologias</strong> em vários aspectos: a) Existemobjetos no mundo; b) Os objetos têm proprieda<strong>de</strong>s ou atributos a serem valorizados; c) Osobjetos po<strong>de</strong>m existir em várias relações um com o outro; d) As proprieda<strong>de</strong>s e relaçõespo<strong>de</strong>m mudar no tempo; e) Há acontecimentos que ocorrem em instantes diferentes <strong>de</strong> tempo;f) Há processos em que objetos participam, e isso ocorre no tempo; g) O mundo e seus objetospo<strong>de</strong>m estar em estados diferentes; h) Os acontecimentos po<strong>de</strong>m causar outrosacontecimentos como efeitos; i) Os objetos po<strong>de</strong>m ter partes.Além da representação do conhecimento, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reutilizar esteconhecimento e expandir <strong>de</strong> forma a ser utilizado por outros domínios é o gran<strong>de</strong> diferencialdas <strong>ontologias</strong>. De igual importância, apresenta-se o fato <strong>de</strong>la contribuir <strong>para</strong> a redução daambigüida<strong>de</strong> semântica que é característica da LN.A utilização <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> como vocabulário <strong>de</strong> representação e recuperação doconhecimento vem ao encontro da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> otimizar e favorecer a posição do usuário


53frente às novas tecnologias e seus propósitos cada vez mais inovadores. A especificação doconceito, como propõe Gruber (1993), e a contextualização, indicada por Uschold (1996), sãoimprescindíveis <strong>para</strong> uma construção <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> que, sob o ponto <strong>de</strong> vista da recuperaçãona perspectiva do usuário, será consi<strong>de</strong>rada satisfatória.


54CAPÍTULO 3 - CONTEXTO DE PESQUISA: O SISTEMA ORBIS_MC3.1 APRESENTAÇÃO DO ORBIS_MCO Observatório Regional Base <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Metropolitano <strong>de</strong>Curitiba (ORBIS_MC) foi fundado em 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2004 e tem como objetivo “reunirindicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos 26 municípios da região”,conforme site institucional disponível em . Essesindicadores são coletados em fontes oficiais, <strong>de</strong>pois avaliados por especialistas, <strong>para</strong> entãoseus resultados servirem <strong>de</strong> base <strong>para</strong> a formulação <strong>de</strong> políticas voltadas ao <strong>de</strong>senvolvimentouniforme da região.Organismo integrante da Re<strong>de</strong> Mundial <strong>de</strong> Observatórios Urbanos, programa da ONU<strong>para</strong> Assentamentos Urbanos (UN-Habitat), conta com o apoio do Observatório GlobalUrbano (GUO), da Fe<strong>de</strong>ração das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Instituto ParanáDesenvolvimento (IPD), Governo do Estado por meio da Secretaria Especial <strong>de</strong> AssuntosMetropolitanos, Prefeitura <strong>de</strong> Curitiba, <strong>de</strong>ntre outras instituições, que têm por objetivo ajudara implantar a Agenda Habitat e a Agenda do Milênio (Agenda 21), gerando informações emâmbito local e nacional.Os indicadores econômicos são utilizados <strong>para</strong> o acompanhamento das ações epermitem uma prospecção <strong>de</strong> futuro, haja vista que o ORBIS_MC se propõe apoiar asiniciativas governamental e privada <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>para</strong> a RegiãoMetropolitana <strong>de</strong> Curitiba (RMC).Como base <strong>para</strong> o agrupamento e análise dos indicadores, o Observatório está apoiadona Agenda Habitat e nos Oito Objetivos do Milênio, estabelecidos na Declaração do Milênio


55das Nações Unidas, em reunião da ONU com 147 Chefes <strong>de</strong> Estado e <strong>de</strong> Governo <strong>de</strong> 191Países, em setembro <strong>de</strong> 2000. As metas do milênio levam em consi<strong>de</strong>ração questões como aerradicação da fome e da pobreza, educação, saú<strong>de</strong> e da sustentabilida<strong>de</strong> ambiental.Conforme consta em sua divulgação institucional, “o Observatório selecionou partedos 48 indicadores estabelecidos pela ONU, seguindo o critério <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quá-los à realida<strong>de</strong> daRMC, <strong>para</strong> serem aplicados na formulação <strong>de</strong> políticas e planejamento estratégico dosMunicípios”. Baseados nisso, os especialistas e pesquisadores do Observatório efetuaramlevantamento do perfil das localida<strong>de</strong>s da região <strong>de</strong> abrangência, utilizando dados que<strong>de</strong>monstram a condição dos municípios e da vida da população. Com esses dados, foielaborado o relatório “Indicadores do Milênio na Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba” comoforma <strong>de</strong> possibilitar a verificação dos resultados das ações da socieda<strong>de</strong> e dos governos <strong>para</strong>melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e a sustentabilida<strong>de</strong> da região.3.2 APRESENTAÇÃO DO SISTEMAO Sistema <strong>de</strong> Informações KMAI/ORBIS_MC tem o intuito <strong>de</strong> contribuir <strong>para</strong> aintegração <strong>de</strong> instituições que compõem a RMC, além <strong>de</strong> estabelecer um ambientecooperativo <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> conhecimentos. A tecnologia KMAI® é utilizada <strong>para</strong> omonitoramento <strong>de</strong> informações em tempo real e <strong>para</strong> o cruzamento <strong>de</strong>ssas informações. Comoresultado, são produzidas informações estratégicas voltadas ao suporte dos processos <strong>de</strong>elaboração e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão das políticas públicas.Entre as principais vantagens do projeto, <strong>de</strong>stacam-se: a) A in<strong>de</strong>xação <strong>de</strong> documentosem tempo real nas fontes <strong>de</strong> informação monitoradas. Por meio <strong>de</strong>sse mecanismo, o processo<strong>de</strong> captura, armazenamento e tratamento das informações torna-se mais ágil; b) Melhoraproveitamento <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e recursos em organismos <strong>de</strong> financiamento pelo


56monitoramento constante das fontes <strong>de</strong> financiamento nacional e internacional; c)Visualização gráfica que facilita a interpretação dos fatos; d) Busca textual que facilita arecuperação <strong>de</strong> documentos relevantes ao conteúdo da consulta; f) Retro-alimentação dosistema, ou seja, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserção <strong>de</strong> novos conhecimentos através <strong>de</strong> notasinformativas que serão recuperadas pelo usuário. Nesse sentido, o aumento da utilização dosistema gera também um aumento <strong>de</strong> performance do mesmo. g) Por fim, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>relações entre diversos aspectos; por exemplo: poluição do ar e camada <strong>de</strong> ozônio ouprodução <strong>de</strong> recursos naturais e gestão do ambiente e <strong>de</strong> seus recursos.O <strong>de</strong>senvolvimento do projeto permite a realização em <strong>para</strong>lelo da construção <strong>de</strong> umacesta <strong>de</strong> indicadores, processo que está em sinergia com a produção <strong>de</strong> informaçõesestratégicas geradas pelo sistema.3.3 A FERRAMENTA KMAI®A ferramenta KMAI® é composta das seguintes interfaces: Interface <strong>de</strong> Análise;Interface <strong>para</strong> inserção <strong>de</strong> Notas Informativas (as notas informativas são documentos <strong>de</strong>análise produzidos pela instituição); Interface <strong>de</strong> Relatório e Gráfica; e Interface <strong>de</strong>Administração.Os seguintes módulos compõem a ferramenta:• Análise: permite busca em linguagem aberta e resgata os documentos maissemelhantes com o texto <strong>de</strong> entrada. Utiliza técnicas <strong>de</strong> Inteligência Artificial e<strong>metodologia</strong>s <strong>de</strong> recuperação da informação <strong>de</strong>senvolvidas no Brasil;• Coleta: tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reunião <strong>de</strong> informações digitais, advindas da Internet ou <strong>de</strong>arquivos locais, em uma base <strong>de</strong> conhecimento classificada e in<strong>de</strong>xada <strong>de</strong> formaautomática;


57• Notas Informativas: insere conteúdos produzidos pelos analistas com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>recuperação posterior baseado em graus <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>;• Suíte <strong>de</strong> Engenharia do Conhecimento: módulo <strong>de</strong>stinado à <strong>de</strong>finição dos conceitos econtextos (<strong>ontologias</strong>), que serão utilizados pelas rotinas <strong>de</strong> Inteligência Artificial <strong>para</strong>enten<strong>de</strong>rem o universo dos assuntos;• Relatórios Gráficos: visualização gráfica <strong>de</strong> todos os dados armazenados pelo sistema,classificados por tema, termos, fonte, período ou combinação <strong>de</strong>stes atributos;• Administração: disponibilização dos níveis <strong>de</strong> acesso ao sistema e gerenciamento dapolítica <strong>de</strong> segurança.3.4 RESULTADOS DO SISTEMAO sistema KMAI/ORBIS_MC proporciona os seguintes resultados: 1) Monitoramento<strong>de</strong> assuntos específicos em tempo real; 2) Geração <strong>de</strong> gráficos; 3) Aumento do conhecimentosobre a RMC; 4) Fornecimento <strong>de</strong> subsídios <strong>para</strong> análises com<strong>para</strong>tivas <strong>de</strong> diversos tipos <strong>de</strong>indicadores; 5) Aperfeiçoamento do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão do conhecimento do ORBIS_MC.3.5 A ELABORAÇÃO DO VOCABULÁRIOO processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> <strong>para</strong> utilização na tecnologia KMAI® se<strong>de</strong>senvolve em etapas diferenciadas, <strong>de</strong> acordo com a tipificação do documento-alvo <strong>de</strong>recuperação e análise.Para a representação do conhecimento e posterior recuperação <strong>de</strong> documentosestruturados e semi-estruturados, o Sistema utiliza tecnologias <strong>de</strong>senvolvidas especialmente<strong>para</strong> este fim e que integram o Editor <strong>de</strong> Ontologias, chamados Extrator Semântico e Extrator


58<strong>de</strong> Freqüência. Trata-se <strong>de</strong> ferramenta que busca a i<strong>de</strong>ntificação automática dos termos e estávoltada à representação e recuperação em documentos internos próprios <strong>de</strong> cada área,estruturados em bases <strong>de</strong> dados próprias. Esse universo <strong>de</strong> documentos não será objeto <strong>de</strong>análise <strong>de</strong>sta pesquisa. Nosso contexto se concentra nos documentos não-estruturados,<strong>de</strong>scritos a seguir.3.6 REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO EM DOCUMENTOS NÃO-ESTRUTURADOSA construção <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong>, <strong>para</strong> recuperação e análise <strong>de</strong> documentos nãoestruturadose recuperados diretamente da Web, não conta com mecanismos automáticos,razão pela qual é vital a validação da qualida<strong>de</strong> das expressões construídas.Nesse caso, on<strong>de</strong> os documentos não-estruturados são recuperados da mídia,i<strong>de</strong>ntificada como fonte, o processo <strong>de</strong> elaboração das <strong>ontologias</strong> tem a participação efetivados especialistas e engenheiros do conhecimento. Infere-se que a i<strong>de</strong>ntificação da fonte éessencial <strong>para</strong> a performance do Sistema, tendo relação direta com a construção das<strong>ontologias</strong>. Isto se dá porque as <strong>ontologias</strong> construídas <strong>de</strong>vem, necessariamente, representar oconteúdo contido nas fontes. Outro fator importante está na representativida<strong>de</strong> da fonte que<strong>de</strong>ve sempre conter qualida<strong>de</strong> nos seus conteúdos e ser <strong>de</strong> amplo conhecimento e utilizaçãopor parte da equipe <strong>de</strong> usuários.A construção dos vocabulários está diretamente ligada à representação doconhecimento <strong>de</strong> um domínio. Assim, o conhecimento <strong>de</strong>ste domínio precisa ser comum atodos os membros da equipe. I<strong>de</strong>ntifica-se que a participação do especialista é fundamental,uma vez que, além do conhecimento das estratégias e procedimentos usuais, é ele quem


59fornece informações sobre o quê <strong>de</strong>ve ser recuperado com eficiência pelo usuário e quais asparticularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada conteúdo.Para que seja possível uma perfeita recuperação das informações, as linguagensutilizadas pelos usuários precisam ser “entendidas” pelo sistema <strong>de</strong> recuperação. O uso das<strong>ontologias</strong> busca favorecer este entendimento comum que tem seu ponto <strong>de</strong> partida nasincronização das equipes, na percepção e na elaboração dos conceitos (BUENO, 2005).Sendo uma forma <strong>de</strong> representação, a ontologia representa um entendimento comum, ou seja,tem o mesmo conceito <strong>para</strong> todos que utilizarem o sistema.Nesta sincronização, a visualização do ambiente é fundamental, na qual todos osparticipantes das equipes <strong>de</strong>vem ter a mesma compreensão do que está sendo representado edo que é objeto <strong>de</strong> recuperação. Nesta etapa, as dinâmicas como a percepção do ambiente,elementos envolvidos, rotinas, materiais utilizados, <strong>de</strong>limitação física, são alguns doscomponentes utilizados <strong>para</strong> que todos os membros da equipe estabeleçam a mesma<strong>de</strong>finição, tenham o mesmo conceito sobre o que vai ser representado e on<strong>de</strong> se dá o início da<strong>de</strong>finição do sistema. Este processo <strong>de</strong> integração das equipes envolvidas nocompartilhamento das informações vai contribuir <strong>para</strong> a <strong>de</strong>finição dos termos e a construçãodos relacionamentos necessários <strong>para</strong> a representação do conhecimento (BUENO, 2005).Dessa maneira, o entendimento comum levará todos a perceber, por exemplo, que otermo “violência urbana” tem como relação conexa: segurança da população, segurança nascida<strong>de</strong>s, monitoramento das ruas. A partir <strong>de</strong>sse exemplo, po<strong>de</strong>-se concluir que oconhecimento do ambiente vai permitir que todos i<strong>de</strong>ntifiquem os aspectos e as açõesenvolvidas em cada área. Assim, a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>finição do termo <strong>de</strong> maior abrangência, os<strong>de</strong>mais vão sendo construídos conforme o seu relacionamento, formando as teias que nosistema estabelecem os relacionamentos semânticos.


603.7 CONSTRUÇÃO DO DICIONÁRIO DE TERMOSO processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação dos termos tem seu início quando da <strong>de</strong>finição docontexto alvo. Esta <strong>de</strong>finição consiste na percepção comum entre os participantes do processo<strong>de</strong> qual domínio será representado e quais os componentes ou ações que fazem parte <strong>de</strong>ste.Isto significa que todos os envolvidos contribuem com a sua percepção do ambiente e do queserá representado e qual a melhor forma <strong>de</strong> fazê-lo.Na etapa seguinte, serão elaboradas as categorias, ou seja, a inclusão dos termos nouniverso do contexto e suas relações diretas ou indiretas. Essas relações, por sua vez, vãorepresentar as interações <strong>de</strong>ntro do domínio. Assim, após a visualização do ambiente e dosobjetivos do sistema, é possível a i<strong>de</strong>ntificação do vocabulário que será utilizado <strong>para</strong> arepresentação do domínio e que se constitui na fase seguinte do processo <strong>de</strong> construção.Nesta i<strong>de</strong>ntificação do vocabulário, são consi<strong>de</strong>rados os termos ou ainda as expressõesutilizadas <strong>de</strong> forma corrente, isto é, utilizadas no dia-a-dia, além daquelas consi<strong>de</strong>radasformais. Como formais, são classificados os termos técnicos ou aqueles encontrados emdocumentação oficial.Esta distinção entre o vocabulário usual e o formal do domínio é necessária <strong>para</strong> aelaboração do dicionário, pois, seguindo os propósitos da ontologia, os termos e expressõeselaborados <strong>de</strong>vem traduzir, em linguagem natural e entendida por todos, o conhecimento queestá contido em cada domínio.Para a expansão do vocabulário, inicialmente, são consi<strong>de</strong>rados os sinônimos, uma vezque, a partir <strong>de</strong>les, é possível elaborar o entendimento do conteúdo e do contexto em que sepreten<strong>de</strong> trabalhar. Com a lista <strong>de</strong> sinônimos, são consi<strong>de</strong>rados aqueles que têmrepresentativida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>limitação do contexto e que são <strong>de</strong> entendimento comum aosparticipantes. A elaboração inicial dos sinônimos representa também a condição <strong>de</strong>


61caracterização do domínio, possibilitando aos engenheiros do conhecimento, que estãointeragindo no processo com os especialistas, absorver e elaborar seu conhecimento prévio doque será representado.Seguindo a <strong>metodologia</strong> adotada <strong>para</strong> a construção das <strong>ontologias</strong> <strong>de</strong> representação doconhecimento em documentos não-estruturados, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do vocabulárioconta com a participação dos especialistas do domínio, no sentido <strong>de</strong> apontar outros tipos <strong>de</strong>relacionamentos semânticos existentes entre os termos consi<strong>de</strong>rados expressivos <strong>para</strong>representar o domínio. Nesta i<strong>de</strong>ntificação, todos contribuem num processo <strong>de</strong> brainstorm,em que os termos vão sendo elencados, <strong>de</strong> forma visível, <strong>para</strong> que todos possam ter a noçãodo contexto do domínio e os relacionamentos, além da pertinência <strong>de</strong> cada termo.Na etapa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do vocabulário, os membros das equipes po<strong>de</strong>m tambémi<strong>de</strong>ntificar se existem divergências <strong>de</strong> conceitualização, sincronizar e padronizar oentendimento dos termos elencados e do conhecimento que os termos preten<strong>de</strong>m representar,partilhamento do conhecimento <strong>para</strong> construção dos dicionários, além <strong>de</strong> ser o momento <strong>de</strong>sugestões e/ou padronização <strong>de</strong> vocabulário.Segundo Bueno (2005, p. 117), a participação das Ontologias no sistema se dá em trêsmomentos distintos:1) Fase <strong>de</strong> Coleta: o sistema extrai as informações das bases que foram selecionadas pelousuário. Os documentos são in<strong>de</strong>xados individualmente com base nas Ontologiasconstruídas pelos especialistas e engenheiros do conhecimento na fase <strong>de</strong> Engenhariado Conhecimento. O sistema então vai i<strong>de</strong>ntificar os documentos com todas asexpressões que forem localizadas no seu texto, armazenando-os <strong>de</strong> forma organizadana Base <strong>de</strong> Conhecimento.2) Interfaces <strong>de</strong> análise disponbilizadas ao usuário final do sistema: o processo iniciaquando o usuário digita o texto <strong>para</strong> pesquisa. Nesse momento, são i<strong>de</strong>ntificadas as


62Expressões Indicativas <strong>de</strong>scritas pelo usuário que coinci<strong>de</strong>m com aquelas previstas nasOntologias. Essas expressões vão <strong>de</strong>terminar o fluxo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> relações. O fluxo seestabelece <strong>de</strong> acordo com a classificação das Ontologias em: sinônimos, conexos, ‘tipo<strong>de</strong>’ e ‘parte <strong>de</strong>’. Verifica-se então que existe uma relação dinâmica entre a forma <strong>de</strong>como o usuário entra com uma Expressão Indicativa na interface <strong>de</strong> recuperação e aforma <strong>de</strong> como são <strong>de</strong>finidas as relações no Editor <strong>de</strong> Ontologias. Essa dinamicida<strong>de</strong>está no fato <strong>de</strong> que quem <strong>de</strong>termina a importância das expressões a seremconsi<strong>de</strong>radas é o próprio usuário, no momento da <strong>de</strong>scrição do texto <strong>para</strong> pesquisa.3) Editor <strong>de</strong> Ontologias: o Editor está integrado à arquitetura do sistema e fica disponívelpermitindo a atualização constante da base do conhecimento com novas expressões.Sempre que for feita uma alteração nas Ontologias, o sistema re-in<strong>de</strong>xa todos os textosda base <strong>para</strong> garantir que as interfaces <strong>de</strong> análise possam trabalhar com todos os casosconstantes da base <strong>de</strong> conhecimento.


63CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISAO estudo da História tem <strong>de</strong>monstrado que o conhecimento foi sendo construído aolongo dos tempos. Exaustivas pesquisas científicas levam a <strong>de</strong>scobertas que se perpetuam efomentam outras, criando, assim, o ciclo do <strong>de</strong>senvolvimento científico. Nessa construção,não apenas as teorias científicas são consi<strong>de</strong>radas, mas também as práticas.Po<strong>de</strong>-se dizer que o trabalho científico está apoiado em práticas que aliam técnica epesquisa aplicada, métodos e <strong>metodologia</strong>s <strong>de</strong> verificação, teoria e prática. Descartes, em seuDiscurso do Método (s.d.), já dizia acreditar que po<strong>de</strong>ria obter melhores raciocínios econclusões daqueles que estão na prática <strong>de</strong>senvolvendo seus trabalhos, do queacompanhando apenas quem produz teorias e proposições.Nesse esteio, a presente pesquisa apoiou-se no estudo <strong>de</strong> publicações já reconhecidasnas áreas <strong>de</strong> Ciência da Informação e Lingüística, voltando-se <strong>para</strong> uma aplicação e análiseprática. Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>limitá-la como do tipo qualitativo e bibliográfico, com aplicação em estudo<strong>de</strong> caso.Portanto, este estudo é caracterizado como tendo uma abordagem qualitativa, pois,segundo Gol<strong>de</strong>nberg (2004, p. 14), na pesquisa qualitativa, “a preocupação do pesquisadornão é com a representativida<strong>de</strong> numérica do grupo pesquisado, mas com o aprofundamento dacompreensão <strong>de</strong> um grupo social, <strong>de</strong> uma organização, <strong>de</strong> uma instituição, <strong>de</strong> uma trajetória”.Para Flick (2004, p. 27),[...] o processo <strong>de</strong> pesquisa qualitativa po<strong>de</strong> ser representado como uma trajetóriaque parte da teoria em direção ao texto, e outra do texto <strong>de</strong> volta <strong>para</strong> a teoria. Ainterseção <strong>de</strong>ssas duas trajetórias é a coleta <strong>de</strong> dados verbais ou visuais e ainterpretação <strong>de</strong>stes em um plano <strong>de</strong> pesquisa específico.


64O autor consi<strong>de</strong>ra ainda que (2004, p. 28), “[...] A pesquisa qualitativa é orientada <strong>para</strong>a análise <strong>de</strong> casos concretos em sua particularida<strong>de</strong> temporal e local, partindo das expressõese ativida<strong>de</strong>s das pessoas em seus contextos locais”.Dentre os aspectos que envolvem os métodos qualitativos, propostos por Tobar (2004,p. 92), <strong>de</strong>stacam-se: 1) Ocupar-se mais dos significados do que da freqüência dos fatos; 2)Operar com símbolos lingüísticos, por exemplo: com as metáforas e conceitos, com asnarrativas e <strong>de</strong>scrições, mais do que com números e estatísticas.Quanto ao aspecto bibliográfico, na seleção da literatura, buscou-se i<strong>de</strong>ntificardocumentos que versassem sobre a utilização <strong>de</strong> linguagem natural e suas novas formas <strong>de</strong>representação, objetivando especificamente estudar as <strong>ontologias</strong>. Dessa análise, foramsintetizadas recomendações sobre o estabelecimento das relações semânticas entre os termoscom vistas a <strong>de</strong>finir critérios <strong>de</strong> validação <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> sob o ponto <strong>de</strong> vista lingüístico.Os critérios foram aplicados em uma amostra da ontologia utilizada na tecnologiaKMAI® do ORBIS_MC. Tal Sistema foi <strong>de</strong>senvolvido com base neste recurso <strong>de</strong> linguagemcomo forma <strong>de</strong> recuperação da informação em documentos não-estruturados, disponíveis emmídias escritas, tais como: jornais, revistas e sites eletrônicos com código aberto.A aplicação dos critérios semânticos na amostra da ontologia utilizou técnicas <strong>de</strong>análise <strong>de</strong> conteúdo, propostas por Bardin (2004, p. 37), que consiste em:[...] Um conjunto <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> análise das comunicações visando obter, porprocedimentos sistemáticos e objectivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição do conteúdo das mensagens,indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência <strong>de</strong> conhecimentosrelativos às condições <strong>de</strong> produção/recepção (variáveis inferidas) <strong>de</strong>stas mensagens.Para a autora, a análise <strong>de</strong> conteúdo vai estudar “a prática da língua por emissoresi<strong>de</strong>ntificáveis”, além <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar “as significações (conteúdo)”. A análise <strong>de</strong> conteúdoprocura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se <strong>de</strong>bruça. É uma busca<strong>de</strong> outras realida<strong>de</strong>s através das mensagens (BARDIN, 2004, p. 38).


65A utilização da técnica <strong>de</strong> análise do conteúdo ocorreu seguindo as três etapaspropostas pela autora: 1) a pré-análise; 2) a exploração do material; 3) tratamento dosresultados, a inferência e a interpretação (BARDIN, 2004, p. 89).A seguir, <strong>de</strong>screve-se cada uma <strong>de</strong>las, especificando-as no objeto <strong>de</strong>sta pesquisa.4.2 COLETA DE DADOS (PRÉ-ANÁLISE)A coleta dos dados foi realizada no dicionário que está instalado no Sistema KMAI ®.Esse dicionário foi construído por um grupo <strong>de</strong> especialistas com o objetivo <strong>de</strong> monitorar asituação da Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba em três aspectos, que <strong>de</strong>terminaram o escopo doSistema: Saú<strong>de</strong> Ambiental, Saú<strong>de</strong> Humana e Violência Urbana. O dicionário é composto porexpressões indicativas, e suas relações <strong>de</strong> sinônimos (equivalência), ‘tipo <strong>de</strong>’ e/ou ‘parte <strong>de</strong>’(hierárquicas), e conexos (associativas), foram organizados em três domínios e 15subdomínios, conforme segue:DOMÍNIOSSaú<strong>de</strong> Ambiental:Saú<strong>de</strong> Humana na RMC:Violência Urbana na RMCQuadro 1: Domínios e subdomíniosSUBDOMÍNIOSEnergia; Gestão <strong>de</strong> Recursos Naturais; Saneamento Ambiental; PoluiçãoAmbiental; Ocupação do Solo; Órgãos vinculados à Saú<strong>de</strong> Ambiental.Promoção da Saú<strong>de</strong>; Vigilância em Saú<strong>de</strong>; Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; Gestão <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>.Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Violência Urbana; Violência baseada por localida<strong>de</strong>;Causas da Violência Urbana; Conseqüências da Violência Urbana;Segurança PúblicaEnten<strong>de</strong>-se por ‘domínio’ como a área em que se preten<strong>de</strong> trabalhar ou a <strong>de</strong>finição douniverso que será representado. O ‘subdomínio’ é a divisão do domínio nas temáticassuficientes <strong>para</strong> <strong>de</strong>limitar o assunto ou, ainda, representar o conteúdo pretendido. Os termosou expressões indicativas são as palavras ou o conjunto <strong>de</strong> palavras que expressam umsignificado, representando o domínio <strong>de</strong> aplicação do sistema.


66Com base nos critérios <strong>de</strong> exaustivida<strong>de</strong> e pertinência, propostos por Bardin (2004,p.90-92), a amostra <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> contemplou duas expressões <strong>de</strong> cada subdomínio e suasrelações semânticas. As expressões foram escolhidas aleatoriamente em cada subdomínio,sendo que, <strong>para</strong> melhor representar o conteúdo e proce<strong>de</strong>r a análise, estabeleceu-se comocritério a escolha <strong>de</strong> expressões com mais <strong>de</strong> quatro relações semânticas <strong>de</strong>ntro dos três tipospropostos: equivalência, hierárquicas e associativas. Ressalta-se, porém, que, no universoanalisado, cinco expressões geraram apenas duas relações semânticas, sendo consi<strong>de</strong>radas,por não haver outras <strong>de</strong>ntro do seu domínio, com mais <strong>de</strong> quatro relações. Também foiencontrado um subdomínio contendo termos com apenas três ou menos relações semânticas.Como resultado, obteve-se uma base <strong>de</strong> conhecimento <strong>para</strong> análise composta <strong>de</strong>: trêsdomínios; 15 subdomínios; 28 termos ou expressões indicativas; e 163 relações semânticasconstruídas. Registra-se que o subdomínio “Órgãos Vinculados a Saú<strong>de</strong> Ambiental” nãoapresenta nenhuma expressão.O universo a ser analisado se apresenta conforme <strong>de</strong>scrito a seguir:DOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: ENERGIATERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOBiodiesel Combustível natural sinônimoCombustível biológicosinônimoBiocombustívelsinônimoPesquisa sobre biocombustívelconexoAumento da produção <strong>de</strong> biodieselconexoComercialização <strong>de</strong> biodieselconexoÓleo biocombustível ecológicotipo <strong>de</strong>Combustível biológico Biodiesel sinônimoCombustível naturalsinônimoBiocombustívelsinônimoPesquisa sobre biocombustívelconexoAumento da produção <strong>de</strong> biodieselconexoComercialização <strong>de</strong> biodieselconexoÓleo biocombustível ecológicotipo <strong>de</strong>Quadro 2: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Ambiental. Subdomínio: Energia


67DOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: GESTÃO DE RECURSOS NATURAISTERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOÁreas Ver<strong>de</strong>s Zonas ver<strong>de</strong>s sinônimoEspaços ver<strong>de</strong>ssinônimoRecuperação <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>sconexoEspaços ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteçãoconexoGestão <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>sconexoRegulamentação <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>sconexoRe<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>sparte <strong>de</strong>Espaços ver<strong>de</strong>s integradostipo <strong>de</strong>Manejo Ambiental Manejo <strong>de</strong> recurso natural sinônimoGestão do Ambiente e <strong>de</strong> seus recursossinônimoGerenciamento <strong>de</strong> recursos naturaissinônimoGestão <strong>de</strong> recurso naturalsinônimoProdução <strong>de</strong> recursos naturaisconexoPolíticas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> recursos naturaisconexoQuadro 3: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Ambiental. Subdomínio: Gestão <strong>de</strong>Recursos NaturaisDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: SANEAMENTO AMBIENTALTERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOAterro sanitário Depósitos <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos sinônimoDepósitos <strong>de</strong> lixosinônimoFechamento <strong>de</strong> aterros sanitáriosconexoSaturamento do aterro sanitárioconexoAterro sanitário controladoconexoColeta e tratamento <strong>de</strong>Tratamento <strong>de</strong> resíduossinônimoResíduosEmpresas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduosconexoCentral <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduosconexoSistemas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduosconexoTratamento <strong>de</strong> resíduos químicostipo <strong>de</strong>Tratamento <strong>de</strong> resíduos sanitáriostipo <strong>de</strong>Tratamento <strong>de</strong> resíduos sólidostipo <strong>de</strong>Tratamento <strong>de</strong> águas residuáriastipo <strong>de</strong>Tratamento <strong>de</strong> resíduos industriaistipo <strong>de</strong>Tratamento <strong>de</strong> resíduos orgânicostipo <strong>de</strong>Quadro 4: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Ambiental. Subdomínio: SaneamentoAmbiental


68DOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: POLUIÇÃO AMBIENTALTERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOÁrea contaminada Poluição do solo sinônimoDegradação do solosinônimoContaminação do solosinônimoGrau <strong>de</strong> contaminação do soloconexoSituação <strong>de</strong> contaminação do soloconexoNível <strong>de</strong> contaminação do soloconexoProcesso <strong>de</strong> contaminação do soloconexoAumento da <strong>de</strong>gradação do soloconexoRedução da <strong>de</strong>gradação do soloconexoControle da <strong>de</strong>gradação do soloconexoDestruição dos RecursosPoluição hídricasinônimoHídricosDegradação <strong>de</strong> recursos hídricossinônimoDegradação dos riossinônimoDeterioração dos riossinônimoDestruição dos riossinônimoDeterioração <strong>de</strong> recursos hídricossinônimoContaminação <strong>de</strong> recursos hídricossinônimoPoluição <strong>de</strong> recursos hídricossinônimoEutrofização <strong>de</strong> lagosconexoSalinização <strong>de</strong> rios e açu<strong>de</strong>sconexoDoenças ligadas à poluição hídricaconexoQuadro 5: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Ambiental. Subdomínio: PoluiçãoAmbientalDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: OCUPAÇÃO DO SOLOTERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOExplosão <strong>de</strong>mográficaCrescimento da populaçãosinônimourbanaExpansão populacionalsinônimoAumento populacional nas cida<strong>de</strong>ssinônimoCrescimento populacionalsinônimoCrescimento populacional <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadoconexoLoteamento irregular Loteamento clan<strong>de</strong>stino sinônimoRegularização <strong>de</strong> loteamentosconexoirregularesRegularização <strong>de</strong> loteamentosconexoclan<strong>de</strong>stinosProliferação <strong>de</strong> loteamentosconexoclan<strong>de</strong>stinosQuadro 6: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Ambiental. Subdomínio: Ocupação doSolo


69DOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: ÓRGÃOS VINCULADOS À SAÚDE AMBIENTALTERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃO- Nenhuma relação encontrada -Quadro 7: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Ambiental. Subdomínio: Órgãosvinculados à Saú<strong>de</strong> AmbientalDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: PROMOÇÃO DA SAÚDETERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOAções <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> Práticas <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> sinônimoAtivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong>sinônimoEducação em saú<strong>de</strong>sinônimoPrevenção da saú<strong>de</strong> Questão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>Questão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicaparte <strong>de</strong>Educação e prevenção em saú<strong>de</strong>tipo <strong>de</strong>Promoção e prevenção em saú<strong>de</strong>tipo <strong>de</strong>Serviço <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>tipo <strong>de</strong>Programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicatipo <strong>de</strong>Prevenção <strong>de</strong> doençatipo <strong>de</strong>Quadro 8: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Humana. Subdomínio: Promoção da Saú<strong>de</strong>DOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: VIGILÂNCIA EM SAÚDETERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOAumento <strong>de</strong> doenças Casos <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s sinônimoSurto <strong>de</strong> doençassinônimoSurto <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>miassinônimoAumento <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>miassinônimoAumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>ssinônimoAumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> graveAumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>stransmissíveisconexoconexoFalta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higiene Falta <strong>de</strong> saneamento conexoCondições <strong>de</strong> higieneconexoFalta <strong>de</strong> saneamento básicoconexoOrigem <strong>de</strong> doençastipo <strong>de</strong>Motivo <strong>de</strong> doençastipo <strong>de</strong>Causa <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>stipo <strong>de</strong>Agravo em saú<strong>de</strong>tipo <strong>de</strong>Causa <strong>de</strong> doençastipo <strong>de</strong>Quadro 9: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Humana. Subdomínio: Vigilância emSaú<strong>de</strong>


70DOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: POLÍTICAS DE SAÚDETERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sinônimoProgramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>sinônimoImplantação <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoFalta <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoExecução <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoPlanejamento <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletivatipo <strong>de</strong>Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicatipo <strong>de</strong>Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sinônimoProgramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>sinônimoFalta <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoExecução <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoPlanejamento <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoImplantação <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>conexoCampanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicaconexoAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletivatipo <strong>de</strong>Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicatipo <strong>de</strong>Quadro 10: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Humana. Subdomínio: Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>DOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: GESTÃO DE SAÚDETERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOCusto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Aplicação <strong>de</strong> recurso na saú<strong>de</strong> sinônimoOrçamento da saú<strong>de</strong>sinônimoInvestimento em saú<strong>de</strong>sinônimoAumento do investimento em saú<strong>de</strong>conexoRedução do investimento em saú<strong>de</strong>conexoRecuperação <strong>de</strong> investimento em saú<strong>de</strong>conexoInvestimento em saú<strong>de</strong> Orçamento da saú<strong>de</strong> sinônimoCusto da saú<strong>de</strong>sinônimoAplicação <strong>de</strong> recurso na saú<strong>de</strong>sinônimoAumento do investimento em saú<strong>de</strong>conexoRedução do investimento em saú<strong>de</strong>conexoRecuperação <strong>de</strong> investimento em saú<strong>de</strong>conexoQuadro 11: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Saú<strong>de</strong> Humana. Subdomínio: Gestão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>


71DOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: MODALIDADES DE VIOLÊNCIA URBANATERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOViolência nos presídios Violência prisional sinônimoRebeliões prisionaisconexoAumento da violência nos presídiosconexoTortura <strong>de</strong> <strong>de</strong>tentostipo <strong>de</strong>Maus-tratos aos <strong>de</strong>tentostipo <strong>de</strong>Violência no trânsito Problema da violência no trânsito sinônimoCombate à violência no trânsitoconexoRoubo no trânsitotipo <strong>de</strong>Seqüestros no trânsitotipo <strong>de</strong>Homicídios no trânsitotipo <strong>de</strong>Assassinatos no trânsitotipo <strong>de</strong>Assalto no trânsitotipo <strong>de</strong>Quadro 12: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Violência Urbana. Subdomínio: Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Violência UrbanaDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: VIOLÊNCIA BASEADA POR LOCALIDADETERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOViolência doméstica Violência no lar sinônimoViolência familiarsinônimoAgressão domésticasinônimoViolência domiciliarsinônimoAgressão familiarsinônimoViolência na periferia Violência no bairro sinônimoViolência na comunida<strong>de</strong>sinônimoQuadro 13: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Violência Urbana. Subdomínio: Violênciabaseada por Localida<strong>de</strong>DOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: CAUSAS DA VIOLÊNCIA URBANATERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOGangues juvenis Gangues nas escolas sinônimoVandalismo nas escolasconexoAdolescentes infratoresparte <strong>de</strong>Menores infratoresparte <strong>de</strong>Tráfico <strong>de</strong> armas Tiroteio entre traficantes conexoControle do tráfico <strong>de</strong> armasconexoCombate ao tráfico <strong>de</strong> armasconexoTiroteio entre quadrilhasconexoQuadro 14: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Violência Urbana. Subdomínio: Causas daViolência Urbana


72DOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: CONSEQÜÊNCIAS DA VIOLÊNCIA URBANATERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃODepredação <strong>de</strong> áreas Depredação <strong>de</strong> equipamentos públicossinônimopúblicasDestruição <strong>de</strong> áreas públicassinônimoMortalida<strong>de</strong> por homicídio Aumento <strong>de</strong> homicídios conexoAumento do número <strong>de</strong> homicídiosconexoRedução do número <strong>de</strong> homicídiosconexoQuadro 15: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Violência Urbana. Subdomínio: Conseqüênciasda Violência UrbanaDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIO: SEGURANÇA PÚBLICATERMO RELAÇÃO TIPO DE RELAÇÃOCustos da violência Custos da criminalida<strong>de</strong> sinônimoCustos econômicos da violênciasinônimoPoliciamento comunitário Parceria da comunida<strong>de</strong> com a polícia sinônimoParticipação da comunida<strong>de</strong> na segurançasinônimoQuadro 16: Universo <strong>de</strong> termos e relações analisados. Domínio: Violência Urbana. Subdomínio: SegurançaPública4.3 EXPLORAÇÃO DO MATERIALComo ponto <strong>de</strong> partida, a pesquisa i<strong>de</strong>ntificou, pela análise da literatura <strong>de</strong> Ciência daInformação e Lingüística, as características conceituais que <strong>de</strong>terminam direta ouindiretamente as relações <strong>de</strong> equivalência, hierárquicas e associativas. Essas indicaçõesteóricas são amplamente utilizadas na construção <strong>de</strong> tesauros e constatou-se que elas sãoperfeitamente aplicáveis na construção <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> <strong>de</strong>vido às semelhanças nos processos <strong>de</strong>construção.Dessa análise, foram estabelecidas as relações <strong>de</strong> equivalência, hierárquicas eassociativas entre os autores e os critérios que serão consi<strong>de</strong>rados:


73RELAÇÕES DE EQUIVALÊNCIA - SINONÍMIARelação entre <strong>de</strong>signações diferentes que <strong>de</strong>signa o mesmo conceito, tendo a mesmaISO 704:2000intensão. São intercambiáveis.Termos que têm o mesmo significado – exatamente ou próximo – mas com diferentesISO/R 1087-1969formas externas.Gramática da São estabelecidas entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ouLíngua Portuguesa semelhantes.Se tiverem o mesmo significado <strong>de</strong>scritivo, expressivo e social (na faixa <strong>de</strong> contextosLyons (1987)em questão).Cintra (2002) I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significação entre elementos lexicais.Quando os termos têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se substituírem um ao outro ou quando doisDubois et.al. termos são intercambiáveis em todos os contextos.(1986) Tendência das unida<strong>de</strong>s do léxico <strong>de</strong> terem o mesmo significado e <strong>de</strong> seremsubstituíveis umas pelas outras.Dahlberg (1978) Relações lógicas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> as características dos conceitos são as mesmas.Quando consi<strong>de</strong>rados dois termos, um po<strong>de</strong> substituir o outro em <strong>de</strong>terminadoFaulstich (2005)enunciado. Quando dois termos são intercambiáveis em todos os contextos.Quando dois ou mais termos são consi<strong>de</strong>rados, <strong>para</strong> fins <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação, comoIBICT (1984)<strong>de</strong>signando o mesmo conceito.Quadro 17: Síntese <strong>de</strong> Autores e Critérios. Relações <strong>de</strong> Equivalência – SinonímiaRELAÇÕES HIERÁRQUICAS – TIPO DE / PARTE DEOr<strong>de</strong>nação dos termos <strong>de</strong>termina uma verticalização: termos superor<strong>de</strong>nados (comGomes (1990) todas as características) se ligam a termos subordinados (com pelo menos umacaracterística a mais).Relações génericas: envolvem e compartilham amplamente todas as características dostermos: têm características comuns.Cintra (2002) Relações específicas: apresentam pelo menos uma característica diferente dascaracterísticas genéricas.Relações partitivas: envolvem características <strong>de</strong> um objeto como um todo e seuscomponentes como parte.Definem-se nas noções subordinadas em um ou vários níveis. Caracterizada comoISO 1087 gênero e espécie, são estabelecidas quando dois conceitos apresentam característicassemelhantes, porém, um tem uma característica a mais que o outro.Sager (1990) As relações partitivas servem <strong>para</strong> indicar a conexão entre conceitos consistindo numtodo e suas partes.ISO 704/2000 Quando o conceito superor<strong>de</strong>nado representa um contexto maior, total, enquanto osconceitos relacionados ou inferiores representam as partes <strong>de</strong>ste total.As relações partitivas são relações <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação, on<strong>de</strong> o todo e suas partes seCabré (1993) relacionam. Baseiam-se na contigüida<strong>de</strong> dos objetos no espaço, ou seja,simultaneamente.Quadro 18: Síntese <strong>de</strong> Autores e Critérios. Relações Hierárquicas – Tipo <strong>de</strong> / Parte <strong>de</strong>


74RELAÇÕES ASSOCIATIVAS – CONEXOSTermos associados mentalmente on<strong>de</strong> há uma ligação explícita <strong>de</strong> subordinação, porémIBICT (1984)não são equivalentes e nem formam hierarquia.ISO 704/2000 Ligação temática entre conceitos, mas não hierárquicas.Normalmente utilizada <strong>para</strong> as outras relações que não são equivalentes nemISO 2788/1974hierárquicas.Marroni (2006) Ação, Coisa, Conceito, Processo ou Proprieda<strong>de</strong> / Atributo, Princípio ou Proprieda<strong>de</strong>Ação, Coisa, Matéria-prima ou Processo / Aplicação, Produto, Produto ou ResultadoAção, Conceito ou Processo / Agente (Instrumento) ou Paciente (Alvo)Causa / EfeitoCoisa ou Conceito / OrigemCoisa ou Processo / Estado ou LocalCoisa ou Todo / ParteConceito / Mecanismos <strong>de</strong> medidaDisciplina, Campo <strong>de</strong> estudo ou Ocupação / Objeto ou fenômenos estudados ou aquelesque a praticam (Relação material)Expressões ou Frases sincategoremáticas / Substantivos nelas incluídosOposiçãoQuadro 19: Síntese <strong>de</strong> Autores e Critérios. Relações Associativas – ConexosPara a verificação das relações associativas, ressalta-se que foram utilizadosprincipalmente os parâmetros sintetizados e propostos por Marroni (2006). A opção pelaautora está diretamente ligada ao propóstio <strong>de</strong>sta pesquisa: avaliação e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>critérios e argumentos válidos <strong>para</strong> a construção <strong>de</strong> uma <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> apoio <strong>para</strong>construção <strong>de</strong> futuras relações. A sistematização dos parâmetros <strong>para</strong> o estabelecimento <strong>de</strong>relações associativas favorece o entendimento <strong>de</strong> como estas relações po<strong>de</strong>m ocorrer nosistema.Por essa razão, <strong>para</strong> a i<strong>de</strong>ntificação das a<strong>de</strong>quações ou inconsistências na construçãodo instrumento <strong>de</strong> representação do conhecimento, é importante relacionar a <strong>de</strong>finição dosconceitos que compõem os parâmetros das relações associativas apresentada por Marroni(2006, p. 90), conforme o Quadro 20:


75RELAÇÕESASSOCIATIVASCONCEITOSAÇÃO Atuação, ato, efeito, maneira como um agente atua sobre outro.AGENTE Pessoa que pratica a ação.ALVO Aquilo que se procura alcançar, objetivo.APLICAÇÃO Emprego, utilização, uso.ATRIBUTO Aquilo que é próprio do ser.CAUSA Razão <strong>de</strong> ser, o que faz com que algo exista.COISA Aquilo que existe ou po<strong>de</strong> existir, objeto inanimado.CONCEITO Representação <strong>de</strong> um objeto pelo pensamento, por meio <strong>de</strong> suas característicasgerais.DISCIPLINA Qualquer ramo do conhecimento (artístico, científico, histórico, etc).EFEITO Conseqüência, resultado.ESTADO Situação ou disposição em que se acham as pessoas ou as coisas em um momentodado.FENÔMENO Fato, aspecto ou ocorrência passível <strong>de</strong> observação.INSTRUMENTO Recurso empregado <strong>para</strong> se alcançar um objetivo, conseguir um resultado; meio.LOCAL Area <strong>de</strong> limites <strong>de</strong>finidos.MATÉRIA-PRIMA: Substância bruta principal com que é fabricada alguma coisa.MECANISMOS DEMEDIDAMecanismo (conjunto <strong>de</strong> elementos que concorrem <strong>para</strong> a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umaestrutura) + Medida (quantida<strong>de</strong> fixada por um padrão <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar asdimensões ou o valor <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong>za da mesma espécie).OBJETO Tudo que é perceptível por qualquer dos sentidos.OCUPAÇÃO Ativida<strong>de</strong>, serviço ou trabalho manual ou intelectual realizado por um período <strong>de</strong>tempo mais ou menos longo.OPOSIÇÃO Antagonismo, contrasteORIGEM Princípio, começo, procedência.PACIENTE O que sofre ou é objeto <strong>de</strong> uma ação.PARTE Porção <strong>de</strong> um todo dividido.PRINCÍPIO Preceito, regra, lei.PROCESSO Seqüência contínua <strong>de</strong> fatos ou operações que apresentam certa unida<strong>de</strong> ou que sereproduzem com certa regularida<strong>de</strong>.PRODUTO Aquilo que resulta <strong>de</strong> qualquer processo ou ativida<strong>de</strong>.PROPRIEDADE Qualida<strong>de</strong> inerente aos seres.RESULTADO Conseqüência, efeito, termo, fim.SINCATEGOREMÁTICO Vocabulário que não tem significado por si mesmo, somente quando acompanhado<strong>de</strong> outros.TODO Completo, inteiro, total.Quadro 20: Definição dos conceitos que compõem os parâmetros das relações associativas apresentada porMarroni (2006).Como passo seguinte, os termos do dicionário e suas relações semânticas foramanalisados individualmente. Para tal, elaborou-se uma com<strong>para</strong>ção entre os critériosi<strong>de</strong>ntificados na literatura e as relações semânticas estabelecidas <strong>para</strong> cada expressãoindicativa. Nessa com<strong>para</strong>ção, foram verificados as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>eqüivalência, os tipos <strong>de</strong> relações hierárquicas e suas características e os parâmetros <strong>de</strong>relacionamento <strong>de</strong> cada relação associativa construída.


76Na análise individual das relações, foi consi<strong>de</strong>rada também a pertinência daclassificação <strong>de</strong> domínios e subdomínios a que estão submetidas. Com base nessa análise,foram i<strong>de</strong>ntificadas as a<strong>de</strong>quações e as inconsistências das relações.A seguir, <strong>de</strong>screve-se a etapa do tratamento dos resultados que, <strong>de</strong>vido a sua naturezae importância, se constitui num capítulo à parte.


77CAPÍTULO 5 - TRATAMENTO DOS RESULTADOS5.1 ANÁLISE QUANTITATIVA DAS RELAÇÕESApós a seleção dos termos do dicionário, estes foram agrupados, segundo os três tipos<strong>de</strong> relação semântica proposta <strong>para</strong> análise na pesquisa: Sinonímicas; Hierárquicas; e Conexos(associativas).O arranjo foi feito dispondo em uma tabela os termos ou expressões indicativasextraídos do dicionário do sistema em uma coluna, e as relações semânticas correspon<strong>de</strong>ntesdispostas em outra coluna, conforme Anexo 1. A disposição seguiu a or<strong>de</strong>m seqüencialapresentada no dicionário, não obe<strong>de</strong>cendo a critérios <strong>de</strong> alfabetação nem qualquer outrocritério <strong>de</strong> relevância entre os termos. Tampouco os termos foram or<strong>de</strong>nados numericamente.A tabela contém ainda duas colunas à direita <strong>para</strong> registro <strong>de</strong> dados sobre: a) Indicação <strong>de</strong>a<strong>de</strong>quação ou inconsistência da relação semântica atribuída na ontologia; b) Comentáriossugerindo correção da relação semântica atribuída ou oferecendo informação esclarecedora.Este agrupamento inicial buscou permitir a visualização por tipo <strong>de</strong> relação douniverso a ser analisado. A Tabela 1 mostra uma síntese quantitativa dos três tipos <strong>de</strong> relaçõessemânticas estudadas:Tabela 1: Síntese quantitativa das relações semânticasTIPO DE RELAÇÕESQUANTIDADE1) SINÔNIMOS 652) HIERÁRQUICAS2.1) Tipo <strong>de</strong>2.2) Parte <strong>de</strong>30053) ASSOCIATIVAS (CONEXOS) 63TOTAL 163Analisando a Tabela 1, é possível observar que as relações <strong>de</strong> sinônimos e conexosrepresentam a maioria das relações construídas. Essas relações são consi<strong>de</strong>radas as mais


78importantes e <strong>de</strong> maior valor pelo Sistema KMAI®, conforme indicado pelos pesos atribuídos<strong>para</strong> o cálculo da similarida<strong>de</strong> apresentada na Tabela 2:Tabela 2: Pesos <strong>para</strong> o cálculo <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>RELAÇÃO DA SUÍTE DE ENGENHARIADO CONHECIMENTOPESOS PARA O CÁLCULO DASIMILARIDADESinônimos 0,99Tipo <strong>de</strong> (hipernímia e hiponímia) 0,4Parte <strong>de</strong> (meronímia e holonímia) 0,3Termos Conexos 0,7Fonte: BUENO (2004, p. 120)Conforme i<strong>de</strong>ntificado in loco e indicado na documentação do sistema, a verificação<strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> entre os termos individuais e as expressões armazenadas na base <strong>de</strong>conhecimento é realizada por uma métrica. A métrica <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> no Sistema KMAI ® sedá por cálculo realizado <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificar a semelhança entre o conteúdo pesquisado e osdocumentos que estão na base do sistema. Para efeito <strong>de</strong> cálculo, são consi<strong>de</strong>rados os pesosdas relações estabelecidas, conforme Tabela 2.Como ponto <strong>de</strong> partida, buscaram-se os sinônimos <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação das relações.Constatou-se, nesta opção, que ela está apoiada na tentativa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar, em LinguagemNatural, palavras com o mesmo sentido num mesmo contexto, objetivando estabelecer umamplo universo <strong>de</strong> representações do conhecimento alvo e reduzir a pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>signações encontradas, favorecendo, assim, a recuperação da informação.As relações associativas, ou conexos como são i<strong>de</strong>ntificadas no Sistema, são <strong>de</strong>finidasapós a construção dos sinônimos. Essas relações, por suas características, ten<strong>de</strong>m a abrangerum gran<strong>de</strong> volume das informações a serem i<strong>de</strong>ntificadas, recuperadas e in<strong>de</strong>xadas <strong>para</strong>formação da base <strong>de</strong> conhecimento. Por se tratarem <strong>de</strong> relações complexas e encerraremimportância consi<strong>de</strong>rável na concepção dos mecanismos que permitem a recuperação dosconteúdos <strong>de</strong>sejados, as relações associativas foram alvo <strong>de</strong> estudo mais <strong>de</strong>talhado nestapesquisa.


79Analisando a construção do dicionário incluso no Sistema, verificou-se que aelaboração dos termos conexos está diretamente relacionada ao conhecimento do especialistano domínio, que irá i<strong>de</strong>ntificar as conexões entre os assuntos. Outro recurso utilizado foi alocalização <strong>de</strong> expressões que aparecem com maior freqüência em documentos que tratam domesmo assunto.As relações hierárquicas somente são utilizadas quando é imprescindível, ao objetivodo Sistema, o <strong>de</strong>talhamento e representação <strong>de</strong> todas as partes e tipos <strong>de</strong> um conceito.Baseado nesta premissa, verificou-se que a valoração <strong>de</strong>ssa relação representa peso menor doque a relação <strong>de</strong> sinônimos e <strong>de</strong> conexos.A exploração do corpus extraído do dicionário resultou na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> algumasrelações semânticas ina<strong>de</strong>quadas, segundo os critérios adotados com base na literatura. ATabela 3 mostra, <strong>de</strong> forma quantitativa, o total <strong>de</strong> relações a<strong>de</strong>quadas e inconsistentesverificadas no corpus.Tabela 3: Síntese qualitativa das relações semânticasRELAÇÃO ADEQUAÇÃO INCONSISTÊNCIASINÔNIMO 50 15HIERÁRQUICA 24 11ASSOCIATIVA 60 03TOTAL 134 29Durante a análise que resultou na compilação dos dados expressos na Tabela acima,foi possível verificar que as construções das relações nem sempre seguem um método quegaranta a sua consistência. Este fato <strong>de</strong>corre, provavelmente, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sconhecimento porparte do especialista dos rigores metodológicos necessários em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa natureza.A seção a seguir apresenta, em maior <strong>de</strong>talhe, consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> cunho qualitativo arespeito <strong>de</strong>sses dados.


805.2 ANÁLISE QUALITATIVA DAS RELAÇÕESA análise dos termos e suas relações estão apresentadas em dois momentos distintos.Inicialmente, são tratadas as relações que apresentam a<strong>de</strong>quação aos critérios lingüísticosi<strong>de</strong>ntificados na literatura. Em seguida, são <strong>de</strong>scritas as relações consi<strong>de</strong>radas ina<strong>de</strong>quadassegundo esses mesmos critérios.5.2.1 Relações a<strong>de</strong>quadasAs relações <strong>de</strong> sinônimo, que apresentaram a<strong>de</strong>quação na sua construção,correspon<strong>de</strong>m às características que indicam relações em que os termos têm o mesmoconceito, sendo intercambiáveis em todos os contextos, conforme propõe Faulstich (2005) eLyons (1987). Verificou-se que essas características foram encontradas em todas asocorrências, consi<strong>de</strong>rando que os termos relacionados expressam um mesmo conceito <strong>de</strong>ntrodo domínio que preten<strong>de</strong>m representar.Os exemplos a seguir expressam esta idéia:Domínio: Saú<strong>de</strong> AmbientalSubdomínio: Energiabiodiesel ↔ combustível naturalDomínio: Saú<strong>de</strong> AmbientalSubdomínio: Gestão <strong>de</strong> Recursos Naturaismanejo ambiental ↔ manejo <strong>de</strong> recurso natural


81Domínio: Saú<strong>de</strong> AmbientalSubdomínio: Gestão <strong>de</strong> Recursos Naturaisáreas ver<strong>de</strong>s ↔ espaços ver<strong>de</strong>sDomínio: Violência Urbana na Região Metropolitana <strong>de</strong> CuritibaSubdomínio: Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Violência Urbanaviolência doméstica ↔ agressão familiarDomínio: Saú<strong>de</strong> AmbientalSubdomínio: Ocupação do Soloexplosão <strong>de</strong>mográfica urbana ↔ aumento populacional nas cida<strong>de</strong>sFoi possível verificar que, respeitando o domínio e o subdomínio em que estãoclassificados, os termos po<strong>de</strong>m ser substituídos mutuamente no contexto, mantendo oentendimento e a recuperação das informações pretendidas.As relações hierárquicas se apresentam em menor número no sistema. Isto ocorre pela<strong>metodologia</strong> adotada <strong>para</strong> construção da ontologia. Ela parte do estabelecimento <strong>de</strong> sinônimose conexos na expectativa <strong>de</strong> abranger conteúdo bastante significativo no que tange àquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representações do conhecimento passíveis <strong>de</strong> serem recuperadas. As relaçõeshierárquicas são construídas a partir <strong>de</strong> situações específicas encontradas nas fontes <strong>para</strong>construção das <strong>ontologias</strong>.Nessas relações hierárquicas, observou-se o estabelecimento <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias verticalizadas,com termos superor<strong>de</strong>nados e subordinados bem <strong>de</strong>finidos e com características comuns quejustificam a relação, conforme exemplos a seguir:


82Domínio: Saú<strong>de</strong> AmbientalSub Domínio: Saneamento Ambientalcoleta e tratamento <strong>de</strong> resíduos16tratamento <strong>de</strong> resíduos químicosDomínio: Saú<strong>de</strong> Humana na Região Metropolitana <strong>de</strong> CuritibaSub Domínio: Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicaDomínio: Violência Urbana naRegião Metropolitana <strong>de</strong> CuritibaSub Domínio: Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Violência Urbanaviolência nos presídiostortura <strong>de</strong> <strong>de</strong>tentosDomínio: Violência Urbana naRegião Metropolitana <strong>de</strong> CuritibaSub Domínio: Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Violência Urbanaviolência no trânsitoassalto no trânsitoFoi possível constatar que as relações se enquadram quase na sua totalida<strong>de</strong> no tipogenérico/específico, o que garante um <strong>de</strong>talhamento maior do universo <strong>de</strong> representação doconhecimento.Na análise das relações hierárquicas, registrou-se uma situação em que duas relaçõesestabelecidas po<strong>de</strong>riam ser classificadas como associativas:16= contém


83Domínio: Violência Urbana na Região Metropolitana <strong>de</strong> CuritibaSub Domínio: Causas da Violência Urbanagangues juvenisgangues juvenisadolescentes infratoresmenores infratoresNesse caso, verificou-se a possibilida<strong>de</strong> da relação ‘parte <strong>de</strong>’ como do tipo associativa,conforme <strong>de</strong>scrito por Marroni, 2006. No entanto, consi<strong>de</strong>rou-se a<strong>de</strong>quada, pois a relaçãotodo/parte é também um tipo <strong>de</strong> relação hierárquica.As relações associativas foram analisadas em duas etapas. Inicialmente, buscou-seapurar se as relações construídas não se enquadravam nas categorias <strong>de</strong> sinonímica ouhierárquica. Isto porque, por se tratarem <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> certa subjetivida<strong>de</strong>, a tendência éindicar qualquer relação que, aparentemente, não tenha uma caracterização bem <strong>de</strong>finida(sinônimo e/ou hierárquica) como conexo. Esta também é uma <strong>de</strong>finição indicada por muitosautores, como Gomes (1984).No resultado, foram i<strong>de</strong>ntificadas três relações ina<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> acordo com os critériospropostos. Essas relações serão <strong>de</strong>scritas e comentadas na próxima seção.Após a primeira análise, todas as relações associativas foram classificadas <strong>de</strong> acordocom os <strong>de</strong>z parâmetros sugeridos por Marroni (2006) e adotados como referência <strong>para</strong> estapesquisa. Vale ressaltar que, nesta etapa, foi consi<strong>de</strong>rado o princípio da reciprocida<strong>de</strong> entre ostermos. A reciprocida<strong>de</strong> favorece a análise, permitindo a troca <strong>de</strong> posição dos termos.Dessa maneira, foi possível constatar que as relações associativas estudadasapresentaram relações com parâmetros diferentes, quando um mesmo termo estava associadoa termos diversos, conforme ilustra o exemplo a seguir:


84Domínio: Violência Urbana na Região Metropolitana <strong>de</strong> CuritibaSub Domínio: Causas da Violência Urbanatráfico <strong>de</strong> armas ≡ tiroteio entre traficantes (causa / efeito)tráfico <strong>de</strong> armas ≡ controle do tráfico <strong>de</strong> armas (ação / alvo)tráfico <strong>de</strong> armas ≡ combate ao tráfico <strong>de</strong> armas (ação /alvo)tráfico <strong>de</strong> armas ≡ tiroteio entre quadrilhas (causa / efeito)Esta construção <strong>de</strong>monstra que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um domínio, busca-se representar oconhecimento <strong>de</strong> forma bastante ampla, registrando vários tipos <strong>de</strong> associações. O recurso darelação associativa cumpre o papel <strong>de</strong> ampliar a pesquisa na recuperação da informação.5.2.2 Relações inconsistentesNo processo <strong>de</strong> análise, i<strong>de</strong>ntificou-se a existência <strong>de</strong> 29 relações não a<strong>de</strong>quadas àscategorias em que estavam classificadas. Essas relações apresentaram característicasdivergentes ou insuficientes que justificassem a classificação original. As inconsistênciasverificadas em cada tipo <strong>de</strong> relação semântica, propondo a solução correspon<strong>de</strong>nte, serãotratadas na seqüência.5.2.2.1 Relações classificadas originalmente como SinônimosAs relações examinadas não se caracterizam como sinonímicas, pois não consi<strong>de</strong>ram ocritério <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finido por Dahlberg (1978) e o requisito <strong>de</strong> intercâmbio <strong>de</strong> contextoconstatado por Faulstich (2005) e Lyons (1987). Para Dahlberg (1978), nas relações lógicas<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>finem os sinônimos, as proprieda<strong>de</strong>s dos conceitos <strong>de</strong> cada termo <strong>de</strong>vemser iguais. Além disso, conforme Faulstich (2005) e Lyons (1987), os sinônimos existem


85apenas quando é possível substituir um termo pelo outro em um mesmo enunciado semprejudicar o sentido pretendido pelo autor.O exame das relações originalmente classificadas como sinônimos encontra-seorganizado em duas partes. A primeira <strong>de</strong>las diz respeito àquelas que, após análise,apresentaram-se como relações associativas. A segunda parte refere-se àquelas cuja naturezasemântica <strong>de</strong>finia-se como uma relação hierárquica.5.2.2.1a Relações <strong>de</strong> natureza associativaOs seguintes termos relacionados originalmente como sinônimos refletiam, após oexame, relações associativas:a) Área contaminada – poluição <strong>de</strong> solob) Área contaminada – <strong>de</strong>gradação do soloc) Área contaminada – contaminação do solod) Custo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – aplicação <strong>de</strong> recurso na saú<strong>de</strong>e) Custo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – investimento em saú<strong>de</strong> 17f) Investimento em saú<strong>de</strong> – orçamento da saú<strong>de</strong>g) Violência no trânsito – problema <strong>de</strong> violência no trânsitoNos casos a, b, e c, trata-se <strong>de</strong> uma relação associativa que expressa as noções <strong>de</strong>processo/resultado. Os processos <strong>de</strong> , e resultam em .Os exemplos d e e foram <strong>de</strong>finidos como relação associativa <strong>de</strong> oposição,consi<strong>de</strong>rando os significados dos elementos e como sendo <strong>de</strong>sentido oposto ao conceito <strong>de</strong> .17 Registra-se que, <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong> contagem dos dados do corpus, foi consi<strong>de</strong>rada também a recíproca <strong>de</strong>starelação: Investimento em saú<strong>de</strong> – Custo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>


86O item f foi classificado como uma relação associativa do tipo coisa/aplicação, sendoo a aplicação do .No caso g, a relação associativa é do tipo conceito/atributo, sendo o conceito <strong>de</strong> relacionado à expressão naqual o atributo “problema” é ressaltado.5.2.2.1b Relações <strong>de</strong> natureza hierárquicaOs seguintes termos relacionados originalmente como sinônimos foram classificados,após exame, como relações hierárquicas:a) Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> 18b) Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>c) Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>d) Custo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – orçamento da saú<strong>de</strong>e) Depredação <strong>de</strong> áreas públicas – <strong>de</strong>predação <strong>de</strong> equipamentos públicosf) Gangues juvenis – gangues na escolaDe forma geral, observa-se nesses exemplos o uso do recurso <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentogenérico em que “o nome <strong>de</strong> uma classe e os nomes <strong>de</strong> seus membros são tratados comoequivalentes em seu significado, ficando o termo mais geral como <strong>de</strong>scritor” (IBICT, 1984 p.24). Na língua natural, este fenômeno po<strong>de</strong> ocorrer como uma relação recíproca e simétrica(sinonímica) ou assimétrica (hiponímica), <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mesmo discurso. No entanto, a<strong>de</strong>cisão pelo registro como relação <strong>de</strong> equivalência em um instrumento <strong>de</strong> representação doconhecimento po<strong>de</strong> vir a prejudicar a precisão na recuperação da informação.18 Registra-se que, <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong> contagem dos dados do corpus, foi consi<strong>de</strong>rada também a recíproca <strong>de</strong>starelação: Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>


87Os casos apresentados em a, c, d, e e f são <strong>de</strong> natureza hierárquica, pois se trata dorelacionamento entre um termo superor<strong>de</strong>nado (com todas as características) que se liga atermos subordinados (com pelo menos uma característica a mais), conforme Gomes (1990),Cintra (2002), ISO 1087 e ISO 704/2000. Constituem-se, portanto, como uma relação do tipogênero/espécie, <strong>de</strong>terminadas da seguinte forma em uma representação gráfica <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte.Figura 1: Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte das relações gênero/espécieQuanto ao item b, ao interpretá-lo como relação hierárquica e não mais sinonímica,este apresenta um conflito semântico quando estabelece uma relação direta entre e . Conforme po<strong>de</strong> ser verificado na Figura 1, entre esses doistermos existe o termo intermediário , caracterizando, portanto, essarelação como indireta e impossível <strong>de</strong> ser representada diretamente.No que se refere ao item f, ressalta-se ser um exemplo em que se po<strong>de</strong> dizer que houveum apagamento do elemento central “juvenis” no termo complexo ,tornando o conceito “gangues (juvenis) nas escolas” subentendido na <strong>de</strong>signação. Com base


88nessa análise, consi<strong>de</strong>ra-se a relação como hierárquica em que possuicomo termo específico .5.2.2.2 Relações classificadas originalmente como HierárquicasO exame das relações originalmente classificadas como hierárquicas estásistematizado em duas partes. Na primeira, tratam-se os casos em que se concluiu que anatureza semântica entre os termos é do tipo sinonímica. Na segunda parte, encontram-se asrelações consi<strong>de</strong>radas como associativas.5.2.2.2a Relações <strong>de</strong> natureza sinonímicaOs seguintes termos relacionados originalmente como hierárquicos foramclassificados, após a análise, como sinônimos:a) Biodiesel – óleo biocombustível ecológicob) Combustível biológico – óleo biocombustível ecológicoc) Prevenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – prevenção <strong>de</strong> doençaTanto os conceitos apresentados no item a, b como no item c se caracterizam comosinônimos, pois eles obe<strong>de</strong>cem ao requisito, <strong>de</strong>finido por Faulstich (2005), <strong>de</strong> <strong>de</strong>signarem omesmo conceito e serem intercambiáveis em contextos <strong>de</strong> igual entendimento.Ressalta-se que o caso apontado na letra c apresenta uma substituição dos elementos e na composição das duas expressões complexas. No entanto, emborasejam conceitos opostos, não é cabível concluir que se trata <strong>de</strong> uma relação associativa <strong>de</strong>oposição, pois não po<strong>de</strong> existir uma ação <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Neste caso, provavelmenteocorreu o fenômeno do apagamento do elemento “doença” na expressão e a substituição da preposição em pela <strong>de</strong>. É provável que a expressão original fosse


89, o que possibilita inferir a natureza sinonímica darelação.5.2.2.2b Relações <strong>de</strong> natureza associativaOs seguintes termos relacionados originalmente como hierárquicos forami<strong>de</strong>ntificados, após exame, como associativos:a) Prevenção da saú<strong>de</strong> – educação e prevenção em saú<strong>de</strong>b) Prevenção da saú<strong>de</strong> – promoção e prevenção em saú<strong>de</strong>c) Prevenção da saú<strong>de</strong> – serviço <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>d) Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higiene – origem <strong>de</strong> doençae) Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higiene –motivo <strong>de</strong> doençaf) Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higiene – causa <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>sg) Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higiene – agravo em saú<strong>de</strong>h) Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higiene – causa <strong>de</strong> doençasNos exemplos dos itens a e b, verifica-se uma ampliação conceitual do segundo termoda relação. Mesmo que os exemplos não se enquadrem em nenhum dos parâmetrosapresentados por Marroni (2006), <strong>de</strong>cidiu-se incluí-los nas relações associativas, isto por nãoser possível a sua i<strong>de</strong>ntificação com os outros dois tipos <strong>de</strong> relação semântica.No item c, constata-se uma relação associativa do tipo ação /processo .Os itens d, e, f, g e h caracterizam-se com relação associativa <strong>de</strong> causa/efeito,conforme ilustrado no Quadro 21.


90CAUSAFalta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneFalta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneFalta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneFalta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneFalta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneQuadro 21: Síntese relação associativa causa/efeitoEFEITOorigem <strong>de</strong> doençamotivo <strong>de</strong> doençacausa <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>sagravo em saú<strong>de</strong>causa <strong>de</strong> doenças5.2.2.3 Relações classificadas originalmente como ConexasO exame das relações <strong>de</strong>scritas originalmente como conexas foram classificadas, apósanálise, como hierárquicas do tipo gênero/espécie. São elas:a) Aterro sanitário – aterro sanitário controladob) Aumento <strong>de</strong> doenças – aumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> gravec) Aumento <strong>de</strong> doenças – aumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> transmissívelOs pares <strong>de</strong> expressões <strong>de</strong>scritos pelos itens a, b e c apresentam conceitos que serelacionam <strong>de</strong> forma verticalizada. Há, em cada par, o compartilhamento <strong>de</strong> todas ascaracterísticas genéricas, sendo que um dos termos possui, além <strong>de</strong>ssas, uma ou maiscaracterísticas que o especifica em relação ao termo maior.Após a análise e sugestão <strong>de</strong> nova classificação dos tipos <strong>de</strong> relação, os itens que nãoapresentaram conformida<strong>de</strong> passaram a ter a seguinte proposta <strong>de</strong> construção:


91N° TERMO RELAÇÃO CONSTRUÍDA RELAÇÃO PROPOSTA01 Área contaminadaPoluição do soloAssociativa/conexoSinônimoProcesso / resultado02 Área contaminadaDegradação do soloAssociativa/conexoSinônimoProcesso / resultado03 Área contaminadaContaminação do soloAssociativa/conexoSinônimoProcesso / resultado04 Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>HierárquicaSinônimoGenérico / específico05Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Hierárquica indiretaSinônimoGenérico / específico06Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>HierárquicaSinônimoGenérico / específico07 Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>HierárquicaSinônimoGenérico / específico08 Custo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Aplicação <strong>de</strong> recurso na saú<strong>de</strong>: Associativa/ConexoSinônimooposição09 Custo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Orçamento da saú<strong>de</strong>HierárquicaSinônimoGenérico / específico10 Custo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Investimento em saú<strong>de</strong>Associativa/ConexoSinônimooposição11 Investimento em saú<strong>de</strong>Orçamento da saú<strong>de</strong>Associativa/ConexoSinônimoCoisa / aplicação12Investimento em saú<strong>de</strong> Custo da saú<strong>de</strong>Associativa/ConexoSinônimooposição13 Violência no trânsitoProblema da violência no trânsito Associativa/ConexoSinônimoConceito / atributo14 Gangues juvenisGangues nas escolasHierárquicaSinônimoGenérico / específico15 Depredação <strong>de</strong> áreas públicasDepredação <strong>de</strong> equipamentos Hierárquicapúblicos SinônimoGenérico / específico16 BiodieselÓleo biocombustível ecológico SinônimoHierárquica17 Combustível biológicoÓleo biocombustível ecológico SinônimoHierárquica18 Prevenção da saú<strong>de</strong>Educação e prevenção em saú<strong>de</strong> Associativa/ConexoHierárquicaAção / aplicação19 Prevenção da saú<strong>de</strong>Promoção e prevenção em saú<strong>de</strong> Associativa/ConexoHierárquicaAção / aplicação20 Prevenção da saú<strong>de</strong>Serviço <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Associativa/ConexoHierárquicaAção / processo21 Prevenção da saú<strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> doença: Hierárquica Sinônimo22 Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneOrigem <strong>de</strong> doençasAssociativa/ConexoHierárquicaCausa / efeito23 Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneMotivo <strong>de</strong> doençasAssociativa/ConexoHierárquicaCausa / efeito24 Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneCausa <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>sAssociativa/ConexoHierárquicaCausa / efeito25 Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneAgravo em saú<strong>de</strong>Associativa/ConexoHierárquicaCausa / efeito26 Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> higieneCausa <strong>de</strong> doençasAssociativa/ConexoHierárquicaCausa / efeito27 Aterro sanitárioAterro sanitário controlado HierárquicaConexoGenérico / específico28 Aumento <strong>de</strong> doençasAumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> grave HierárquicaConexoGenérico / específico29 Aumento <strong>de</strong> doençasAumento <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s Hierárquicatransmissíveis: ConexoGenérico / específicoQuadro 22: Relações construídas e relações propostas


92Esta nova classificação das relações ten<strong>de</strong> a contribuir na qualida<strong>de</strong> das informaçõesrecuperadas no sistema. Por isso, com o objetivo <strong>de</strong> verificar o comportamento do sistemaante a classificação proposta, proce<strong>de</strong>u-se a alteração da relação dos termos “gangues juvenis”e “gangues nas escolas” originalmente classificadas como sinônimos <strong>para</strong> hierárquica.Figura 2: Alteração da relação dos termos “gangues juvenis” e “gangues nas escolas”No que se refere à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> documentos recuperados, foi possível verificar que aclassificação original resultou em 36 documentos, o que apresenta um conteúdo maisgenérico. Após a alteração proposta, a recuperação resultou em apenas um documento <strong>de</strong>conteúdo mais específico. Consi<strong>de</strong>rando a seqüência <strong>de</strong> peso da métrica <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>,observou-se que, além da quantida<strong>de</strong>, também a or<strong>de</strong>m dos documentos recuperados pelosistema sofreu alteração, porém ficou mantida a pertinência e contextualização do primeiro aoúltimo documento recuperado.


93CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAISA dinamicida<strong>de</strong> tecnológica disponível atualmente impõe uma nova realida<strong>de</strong> a todasas áreas do conhecimento. Nesse contexto, observou-se uma interdisciplinarida<strong>de</strong> crescentealiada à necessida<strong>de</strong> recorrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobertas. Por outro lado, o meio acadêmico eprofissional reconhece que, <strong>de</strong>vido à sua imensurável quantida<strong>de</strong>, as informações disponíveis,por certo, jamais serão acessadas e absorvidas na sua totalida<strong>de</strong>, pois, ao mesmo tempo, maise mais conteúdos são gerados a todo o momento. Como consequência, os Sistemas <strong>de</strong>Recuperação <strong>de</strong> Informações vêm assumindo responsabilida<strong>de</strong>s cada vez maiores, arriscandosedizer que eles se tornaram até imprescindíveis.Entretanto, a representação do conhecimento, enquanto parte essencial dos Sistemas,precisa ser sistematizada, tratada, armazenada e acessada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma contextualizaçãorepresentativa. Nesse sentido, verificou-se que a concepção <strong>de</strong> um Sistema envolve e exigediversos fatores, como agentes, objetivos e etapas que buscam a i<strong>de</strong>ntificação do melhorescopo e da melhor resposta. Essas etapas culminaram na verificação das funcionalida<strong>de</strong>s daferramenta <strong>de</strong>senvolvida, na expectativa <strong>de</strong> que os resultados obtidos fossem os resultadosesperados quando da sua concepção. Cumpre ressaltar que o Sistema KMAI®, <strong>de</strong>scrito noestudo, utilizou a “Engenharia da Mente”, proposta por Bueno (2005), como <strong>metodologia</strong> <strong>para</strong>representação do conhecimento.Neste estudo, cujo objetivo se voltou à validação das <strong>ontologias</strong> construídas einseridas em um Sistema, a fase <strong>de</strong> testes envolveu os recursos tecnológicos da ferramentaKMAI®, que permitiu a verificação das funcionalida<strong>de</strong>s a que se propõe no SistemaORBIS_MC. Os testes das <strong>ontologias</strong> foram feitos diretamente na ferramenta, em que cadatermo escolhido foi alvo <strong>de</strong> busca nas fontes <strong>de</strong> informação, previamente <strong>de</strong>finida, e que


94formam a base referencial do Sistema. Buscou-se, nestes testes, verificar se as <strong>ontologias</strong> têmrepresentativida<strong>de</strong>, se a forma <strong>de</strong> construção está a<strong>de</strong>quada, se a linguagem está <strong>de</strong> acordocom os textos-base e com os usuários e, o ítem mais importante, se as relações construídastraduzem o conhecimento alvo <strong>de</strong> representação.Constatou-se que essas funcionalida<strong>de</strong>s, que utilizam o recurso <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong> comoforma <strong>de</strong> representação e recuperação do conhecimento, possibilitaram a validação dos termosou expressões e suas respectivas relações semânticas. Diante disso, po<strong>de</strong>-se dizer que avalidação está diretamente relacionada à qualida<strong>de</strong> da recuperação <strong>de</strong> informações, no quetange à contextualização e expectativas do usuário no momento da busca.Foram i<strong>de</strong>ntificados também os parâmetros que nortearam os trabalhos das equipesdiretamente envolvidas na construção <strong>de</strong> vocabulários. Entretanto, na fase <strong>de</strong> testes <strong>de</strong>construção <strong>de</strong> vocabulários, etapa consi<strong>de</strong>rada fundamental, pelo fato do processo seraltamente subjetivo e pouco estudado, sentiu-se a falta <strong>de</strong> uma <strong>metodologia</strong> consolidada, <strong>de</strong>cunho lingüístico, <strong>de</strong> validação <strong>de</strong> <strong>ontologias</strong>. Por isso, o estudo do caso proposto <strong>de</strong>monstrouser possível a implementação <strong>de</strong> critérios lingüísticos <strong>para</strong> a fase <strong>de</strong> validação dos termos,além <strong>de</strong> reforçar sua importância. Uma construção coerente e bem elaborada evita, porexemplo, que sejam i<strong>de</strong>ntificadas relações que gerem uma recuperação sem pertinência aoassunto pesquisado. Para minimizar esse problema, verificou-se a necessida<strong>de</strong> doconhecimento prévio do contexto assim como o entendimento <strong>de</strong>ste <strong>de</strong> forma sincronizadaentre todos os envolvidos.Assim, a elaboração <strong>de</strong> uma <strong>metodologia</strong> que contenha parâmetros lingüísticos po<strong>de</strong>rácontribuir na construção das relações semânticas, favorecendo o entendimento e a inserçãodas expressões i<strong>de</strong>ntificadas <strong>de</strong>ntro do contexto do domínio <strong>de</strong> aplicação. Apoiado nosresultados encontrados, enten<strong>de</strong>-se que a contribuição <strong>de</strong>ste trabalho está na <strong>de</strong>finição esistematização <strong>de</strong> critérios semânticos que possam nortear a capacitação, a construção e os


95testes <strong>de</strong> validação, garantindo uma melhor performance do sistema, além <strong>de</strong> uma melhororganização da base <strong>de</strong> conhecimento. Esta organização vai refletir diretamente nocomportamento do usuário frente à ferramenta, garantindo a<strong>de</strong>quação do texto <strong>de</strong> entrada àverificação dos documentos existentes.No caso do Sistema KMAI® ORBIS, constatou-se um total <strong>de</strong> 29 inconsistências numuniverso estudado <strong>de</strong> 163. Concluiu-se ser um índice baixo, consi<strong>de</strong>rando que não faz parte da<strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> capacitação <strong>para</strong> a construção o módulo específico <strong>para</strong> o conhecimento eentendimento da correspondência lingüística. Também não faz parte da <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> testesdo sistema a etapa específica <strong>de</strong> avaliação da ontologia sob o aspecto lingüístico. Contudo, há<strong>de</strong> se ressaltar que a equipe responsável pela construção do vocabulário foi coor<strong>de</strong>nada porespecialista com profundo conhecimento na área, que participou ativamente <strong>de</strong> todas as etapasdo <strong>de</strong>senvolvimento do sistema e da construção das <strong>ontologias</strong>. Esta, porém, é uma situaçãoímpar que não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada regra <strong>para</strong> todos os sistemas.Neste esteio, sugere-se que os parâmetros e critérios apresentados neste trabalho sejamsistematizados <strong>de</strong> forma a servir como fonte <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> apoio à capacitação emConstrução <strong>de</strong> Ontologias. Propõe-se ainda que este material faça parte das rotinas <strong>de</strong> testescom objetivo <strong>de</strong> garantir a qualida<strong>de</strong> lingüística das expressões.Como forma <strong>de</strong> contribuir <strong>para</strong> a qualida<strong>de</strong> das <strong>ontologias</strong> construídas, sugere-se queseja implementado, na capacitação <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Ontologias, um módulo <strong>de</strong>conhecimento dos critérios lingüísticos apresentados, em que:a) Para construção <strong>de</strong> sinônimos, sejam consi<strong>de</strong>rados termos que têm o mesmo conceito,sendo intercambiáveis em todos os contextos;b) Para construção <strong>de</strong> relações hierárquicas, sejam consi<strong>de</strong>rados termos superor<strong>de</strong>nados(com todas as características) que se liguem a termos subordinados (com pelo menos


96uma característica a mais), caracterizando o tipo genérico/específico; também quesejam consi<strong>de</strong>rados termos que apresentem relação partitiva (o todo e suas partes);c) Para construção <strong>de</strong> relações associativas (conexas), sejam consi<strong>de</strong>rados os <strong>de</strong>zparâmetros propostos, respeitando a ligação temática entre os termos.Por último, consi<strong>de</strong>rando que a nova geração <strong>de</strong> ferramentas tecnológicas se apóia nosrecursos da Inteligência Artificial, que buscam se tornar cada vez mais inteligentes, as<strong>ontologias</strong> se apresentam como uma forma dinâmica <strong>de</strong> representação do conhecimento emque a contextualização dos conteúdos, durante o processo <strong>de</strong> construção, é a mesma quandodo processo <strong>de</strong> recuperação. Portanto, po<strong>de</strong>-se dizer que a representação do conhecimento <strong>de</strong>um domínio po<strong>de</strong> ser aplicada a qualquer área do conhecimento, sendo imprescindível <strong>para</strong>construção e utilização <strong>de</strong> ferramenta <strong>de</strong> recuperação, seja ela manual ou eletrônica.Para futuros trabalhos, sugere-se aliar esta validação, norteada por critérioslingüísticos, à <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> recuperação, utilizando as <strong>ontologias</strong> construídas no<strong>de</strong>senvolvimento dos sistemas.


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ANEXOS101


102SINONÍMIADOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: ENERGIATERMO RELAÇÃO ADEQUAÇÃO COMENTÁRIOBiodieselCombustível natural okCombustívelbiológicookBiocombustível okCombustível biológico BiodieselokCombustível natural okBiocombustível okDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: GESTÃO DE RECURSOS NATURAISÁreas Ver<strong>de</strong>s Zonas ver<strong>de</strong>s okEspaços ver<strong>de</strong>s okManejo Ambiental Manejo <strong>de</strong> recurso oknaturalGestão do Ambiente e ok<strong>de</strong> seus recursosGerenciamento <strong>de</strong> okrecursos naturaisGestão <strong>de</strong> recurso oknaturalDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: SANEAMENTO AMBIENTALAterro sanitário Depósitos <strong>de</strong> resíduossólidos urbanosokDepósitos <strong>de</strong> lixo okColeta e Tratamento Tratamento <strong>de</strong> ok<strong>de</strong> resíduosresíduosDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: POLUIÇÃO AMBIENTALPoluição do solo não AssociativaÁrea contaminadaProcesso/resultadoDegradação do solo não AssociativaProcesso/resultadoContaminação do solo não AssociativaProcesso/resultadoDestruição <strong>de</strong> Poluição hídrica okRecursos Hídricos Degradação <strong>de</strong> okrecursos hídricosDegradação dos rios okDeterioração dos rios okDestruição dos rios okDeterioração <strong>de</strong> okrecursos hídricosContaminação <strong>de</strong> okrecursos hídricosPoluição <strong>de</strong> recursos okhídricosDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: OCUPAÇÃO DO SOLOExplosão <strong>de</strong>mográfica Crescimento da okurbanapopulaçãoExpansãookpopulacional


103Aumentookpopulacional nascida<strong>de</strong>sCrescimentookpopulacionalLoteamento irregular Loteamentoclan<strong>de</strong>stinookDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: ÓRGÃOS VINCULADOS A SAÚDE AMBIENTALNenhuma relação encontradaDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: PROMOÇÃO DA SAÚDEAções <strong>de</strong> educação em Práticas <strong>de</strong> educação oksaú<strong>de</strong>em saú<strong>de</strong>Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> okeducação em saú<strong>de</strong>Educação em saú<strong>de</strong> okDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: VIGILÂNCIA EM SAÚDEAumento <strong>de</strong> doenças Casos <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> okenfermida<strong>de</strong>sSurto <strong>de</strong> doenças okSurto <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mias okAumento <strong>de</strong> okepi<strong>de</strong>miasAumento <strong>de</strong> okenfermida<strong>de</strong>sDOMÌNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: POLÍTICAS DE SAÚDEAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nao Hierarquica generico/específicoProgramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não Hierarquica generico/especificoCampanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não Hierarquica generico/específicoProgramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não Hierarquica generico/específicoDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: GESTÃO DE SAÚDECusto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Aplicação <strong>de</strong> recurso nãoAssociativa oposiçãona saú<strong>de</strong>Orçamento da saú<strong>de</strong> não Hierárquica genérico/específicoInvestimento em nãoAssociativa oposiçãosaú<strong>de</strong>Investimento em saú<strong>de</strong> Orçamento da saú<strong>de</strong> não Associativa coisa/aplicaçãoCusto da saú<strong>de</strong> não Associativa oposiçãoAplicação <strong>de</strong> recurso okna saú<strong>de</strong>DOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: MODALIDADES DE VIOLÊNCIA URBANAViolência nos Violência prisional okpresídiosViolência no trânsito Problema da violênciano trânsitonãoConexoConceito/atributoDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: VIOLÊNCIA BASEADA POR LOCALIDADEViolência doméstica Violência no lar okViolência familiar okAgressão doméstica okViolência domiciliar okAgressão familiar okViolência na periferia Violência no bairro ok


104violência na okcomunida<strong>de</strong>DOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: CAUSAS DA VIOLÊNCIA URBANAGangues juvenis Gangues nas escolas nao Hieraraquica –generico/especificoDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIOS: CONSEQÜÊNCIAS DA VIOLÊNCIA URBANADepredação <strong>de</strong> áreas Depredação <strong>de</strong> nãoHierárquica –genérico/específicopúblicasequipamentospúblicosDestruição das áreas okpúblicasDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: SEGURANÇA PÚBLICACustos da violência Custosda okcriminalida<strong>de</strong>Custos econômicos da okviolênciaPoliciamentoParceria da okcomunitáriocomunida<strong>de</strong> com apolíciaParticipação da okcomunida<strong>de</strong> nasegurançaHIERÁRQUICADOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: ENERGIATERMO RELAÇÃO ADEQUAÇÃO COMENTÁRIOBiodiesel Óleo biocombustível nãosinonimoecológicoCombustível biológico Óleo biocombustível nãosinonimoecológicoDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: GESTÃO DE RECURSOS NATURAISÁreas ver<strong>de</strong>s Espaços ver<strong>de</strong>s okintegradosRe<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s okDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: SANEAMENTO AMBIENTALColeta eTratamento <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> resíduos okGenérico/específicoresíduosquímicosTratamento <strong>de</strong> resíduos okGenérico/específicosanitáriosTratamento <strong>de</strong> resíduos okGenérico/específicosólidosTratamento <strong>de</strong> águas okGenérico/específicoresiduaisTratamento <strong>de</strong> resíduos okGenérico/específicoindustriaisTratamento <strong>de</strong> resíduos okGenérico/específicoorgânicosDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: PROMOÇÃO DA SAÚDEPrevenção da saú<strong>de</strong> Educação e prevençãoem saú<strong>de</strong>nãoAssociativaPromoção e prevençãoem saú<strong>de</strong>nãoAssociativa


105Falta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong>higieneAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Violência nos presídiosViolência no trânsitoServiço <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>nãoAssociativaação/processoPrograma <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> okpúblicaPrevenção <strong>de</strong> doença não SinônimoQuestão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> okQuestão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> okpúblicaDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: VIGILÂNCIA EM SAÚDEOrigem <strong>de</strong> doenças não AssociativaCausa/efeitoMotivo <strong>de</strong> doenças não Associativa causa/efeitoCausa <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s não Associativa causa/efeitoAgravo em saú<strong>de</strong> não Associativacausa / efeitoCausa <strong>de</strong> doenças não Associativa causa/efeitoDOMÌNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: POLÍTICAS DE SAÚDEAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletiva ok Genérico/específicoAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública ok Genérico/específicoAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletiva ok Genérico/específicoAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública ok Genérico/específicoDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: MODALIDADES DE VIOLÊNCIA URBANATortura <strong>de</strong> <strong>de</strong>tentos ok Genérico/específicoMaus-tratos aos <strong>de</strong>tentos ok Genérico/específicoRoubo no trânsito ok Genérico/específicoSeqüestros no trânsito ok Genérico/específicoHomicídios no trânsito ok Genérico/específicoAssassinatos no trânsito ok Genérico/específicoAssalto no trânsito ok Genérico/específicoDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: CAUSAS DA VIOLÊNCIA URBANAGangues juvenis Adolescentes infratores okMenores infratores okASSOCIATIVAS (conexos)DOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: ENERGIATERMO RELAÇÃO ADEQUAÇÃO COMENTÁRIOBiodieselPesquisa sobre okcoisa/processobiocombustívelAumento da produção <strong>de</strong>biodieselokcoisa/resultadoComercialização <strong>de</strong> okcoisa/processobiodieselCombustível biológico Pesquisa sobre okcoisa/processobiocombustívelAumento da produção <strong>de</strong>biodieselokcoisa/aplicaçãoComercialização <strong>de</strong> okmateria prima/resultadobiodieselDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: GESTÃO DE RECURSOS NATURAISÁreas ver<strong>de</strong>sRecuperação <strong>de</strong> espaçosver<strong>de</strong>sokcoisa/processo


106Espaços ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong>proteçãoGestão <strong>de</strong> espaçosver<strong>de</strong>sRegulamentação <strong>de</strong>espaços ver<strong>de</strong>sokokokmatéria prima/processomatéria prima/processocoisa/processoManejo ambientalAterro sanitárioColeta e tratamento <strong>de</strong>resíduosÁrea contaminadaColeta dos RecursosHídricosExplosãourbana<strong>de</strong>mográficaLoteamento irregularProdução <strong>de</strong> recursos okação/resultadonaturaisPolíticas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> okAção/produtorecursos naturaisDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: SANEAMENTO AMBIENTALFechamento <strong>de</strong> aterros okcoisa/processosanitáriosSaturamento do aterro okcoisa/resultadosanitárioAterro sanitário nãoHierárquico genérico/específicocontroladoEmpresas <strong>de</strong> tratamento okAgente/processo<strong>de</strong> resíduosCentral <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> okAgente/processoresíduosSistemas <strong>de</strong> tratamento okAgente/processo<strong>de</strong> resíduosDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: POLUIÇÃO AMBIENTALGrau <strong>de</strong> contaminação ok campo estudo/fenomenodo soloestudadoSituação<strong>de</strong> okcampo <strong>de</strong> estudo/objeto estudadocontaminação do soloNível <strong>de</strong> contaminação ok campo <strong>de</strong> estudo/objeto oudo solofenômeno estudadoProcesso<strong>de</strong> ok causa/objeto ou fenômenocontaminação do soloestudadoAumento da <strong>de</strong>gradação okcausa/efeitodo soloRedução da <strong>de</strong>gradação okoposiçãodo soloControle da <strong>de</strong>gradação okcoisa/processodo soloEutrofização <strong>de</strong> lagos ok oposiçãoSalinização <strong>de</strong> rios e okCausa/efeitoaçu<strong>de</strong>sDoenças ligadas à okCausa/efeitopoluição hídricaDOMÍNIO: SAÚDE AMBIENTALSUBDOMÍNIO: OCUPAÇÃO DO SOLOCrescimentookação/resultadopopulacional<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadoRegularização <strong>de</strong> okação/processoloteamentos irregularsRegularização <strong>de</strong> okação/processoloteamentos clan<strong>de</strong>stinosProliferação <strong>de</strong> okcausa/efeitoloteamentos clan<strong>de</strong>stinosDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: VIGILÂNCIA EM SAÚDE


107Aumento <strong>de</strong> doenças Aumento<strong>de</strong> nãoHierárquicaenfermida<strong>de</strong> graveGenérico/específicoAumento<strong>de</strong> nãoHierárquicaenfermida<strong>de</strong>sGenérico/específicotransmissíveisFalta <strong>de</strong> condição <strong>de</strong> Falta <strong>de</strong> saneamento ok ação/agentehigieneCondições <strong>de</strong> hygiene ok ação/alvoFalta <strong>de</strong> saneamento okação/agentebásicoDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: POLÍTICAS DE SAÚDEAções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Implantação <strong>de</strong> okação/agenteprograma <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Falta <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> okoposiçãosaú<strong>de</strong>Execução <strong>de</strong> programa<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>okação/processo ou aplicaçãoPlanejamento <strong>de</strong> okação/processo ou aplicaçãoprograma <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Falta <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> okoposiçãosaú<strong>de</strong>Execução <strong>de</strong> programa okação/processo ou aplicação<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Planejamento <strong>de</strong> okação/processo ou aplicaçãoprograma <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Implantação <strong>de</strong> okação/processo ou aplicaçãoprograma <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> okação/processo ou aplicaçãopúblicaDOMÍNIO: SAÚDE HUMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: GESTÃO DE SAÚDECusto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Aumento do okconceito/mecanismo <strong>de</strong> medidainvestimento em saú<strong>de</strong>Reduçãodo okconceito/mecanismo <strong>de</strong> medidainvestimento em saú<strong>de</strong>Recuperação <strong>de</strong> okcausa/efeitoinvestimento em saú<strong>de</strong>Investimento em saú<strong>de</strong> Aumentodo okconceito/mecanismo <strong>de</strong> medidainvestimento em saú<strong>de</strong>Reduçãodo okconceito/mecanismo <strong>de</strong> medidainvestimento em saú<strong>de</strong>Recuperação <strong>de</strong> okação/alvoinvestimento em saú<strong>de</strong>DOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: MODALIDADES DE VIOLÊNCIA URBANAViolência nos presídios Rebeliões prisionais ok causa/origemAumento da violência okconceito/mecanismo <strong>de</strong> medidanos presídiosViolência no trânsito Combate à violência no okConceito/alvotrânsitoDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUBDOMÍNIO: CAUSAS DA VIOLÊNCIA URBANAGangues juvenis Vandalismo nas escolas ok causa/efeitoTráfico <strong>de</strong> armas Tiroteio entre traficantes ok causa/efeitoControle do tráfico <strong>de</strong> okação/alvoarmasCombate ao tráfico <strong>de</strong> okação/alvoarmasTiroteio entre quadrilhas ok causa/efeito


108Mortalida<strong>de</strong>homicídioDOMÍNIO: VIOLÊNCIA URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBASUB DOMÍNIOS: CONSEQÜÊNCIAS DA VIOLÊNCIA URBANApor Aumento <strong>de</strong> homicídios ok Conceito/mecanismo <strong>de</strong> medidaAumento do número <strong>de</strong>homicídiosokConceito/mecanismo <strong>de</strong> medidaRedução do número <strong>de</strong> okConceito/mecanismo <strong>de</strong> medidahomicídios

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