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Arquivo 8 - Esportes olímpicos 1ª parte.pmd - Atlas do Esporte no ...

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Saltos ornamentaisFERNANDO TELLES RIBEIRO, ALICE KOHLER, GIOVANI CASILO E LANA PERESDivingDiving became part of the Olympic Games in Lon<strong>do</strong>n – 1908. Atthat time only the men’s event was included. In Brazil, the firstcompetition to have springboards was organized by Clube Espéria(Esperia Club), located on Rio Tietê, São Paulo, in 1911. The firstnational diving competition took place in Enseada de Botafogo(Botafogo Bay) in Rio de Janeiro in 1913. A<strong>do</strong>lfo Wellisch, aBrazilian national champion since 1913, earned the 13 th position inhis first international experience at the Olympic Games of Antwerp– 1920. Women’s diving competitions started in Brazil in 1935:Ursula van der Leyen from São Paulo was the winner of the CampeonatoBrasileiro de Saltos (Brazilian Diving Championship). Inthe 1940s and 1950s, diving and diving facilities followed the greatexpansion of swimming pools in the country. However, Brazilianparticipation in international competitions since 1920 has <strong>no</strong>t shownexpressive results, except for the Olympic Games of 1952 and thePan American Games of 2003. Although the number of Brazilianathletes and divers in general <strong>do</strong>es <strong>no</strong>t correspond to the potentialof facilities (see Table 1), their technical level is similar to that ofthe best synchronized swimming teams. Despite the reduced numberof divers, there have been local initiatives of informal practices invarious locations in Brazil since the 1930s.Definição Os Saltos Ornamentais constituem uma modalidadeesportiva em que o atleta projeta-se <strong>no</strong> ar pela impulsão executadasobre um trampolim flexível de 1 e 3 metros de altura ouplataforma fixa de 5m, 7,5m e 10m de altura e conduz o seu corpoem queda, controla<strong>do</strong> <strong>no</strong> espaço, para imergir-se na água. Osmais experientes salta<strong>do</strong>res executam <strong>no</strong> ar ma<strong>no</strong>bras comparafusos e mortais, na exata medida e precisão, desde sua saída<strong>do</strong> trampolim ou da plataforma até a entrada segura na água. Issoocorre devi<strong>do</strong> a capacidade de orientação espacial <strong>do</strong> salta<strong>do</strong>r.Além disto, para obter um bom resulta<strong>do</strong> nesse esporte énecessário ter, também, capacidades como força, flexibilidade ecoordenação. Com toda sua beleza e graça, os Saltos Ornamentaisfazem com que seus atletas sejam admira<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s e dêembelos espetáculos que fascinam até mesmo especta<strong>do</strong>res semqualquer <strong>no</strong>ção desse esporte. Quanto aos Saltos Sincroniza<strong>do</strong>s,são aqueles que envolvem <strong>do</strong>is competi<strong>do</strong>res que saltam simultaneamente<strong>do</strong> trampolim ou plataforma.Origens Embora os gregos antigos já praticassem saltos comalgum desenvolvimento, deixan<strong>do</strong> inclusive reproduções de váriosdeles, o primeiro campeonato de saltos surgiu em 1893, na Europa.Muitos <strong>do</strong>s salta<strong>do</strong>res eram ginastas que acharam um <strong>no</strong>vo e excitantemeio de mostrar movimentos complexos com me<strong>no</strong>s chance dese machucarem. O principal problema na época era encontrar umlugar apropria<strong>do</strong> para a prática da modalidade. Então, pessoas começarama pular de pontes na Europa e EUA. No México, emAcapulco, os índios eram adeptos <strong>do</strong>s saltos de eleva<strong>do</strong>s penhascospara o mar, e turistas <strong>do</strong> Havaí relataram como os nativos saltavamde grandes alturas. Na Inglaterra, portos e pontes das costas litorâneasmais freqüentadas tornaram-se os pontos favoritos para aprática de saltos. A Europa, Alemanha, Inglaterra e Suécia foram ospioneiros desta atividade por efeito de registro de memória. Nesteúltimo país, colocavam-se nas praias aparelhos de ginástica a 2 e 8metros de altura por cima da água para a realização de movimentoscomo cambalhotas e giros, batiza<strong>do</strong>s então de acrobacia aérea sobrea água. Desde esta época, os saltos foram separa<strong>do</strong>s em duasmodalidades esportivas: springboard diving (salto de trampolim) efancyhigh diving (plataforma). Exceto nas Jogos Olímpicos de SaintLouis-EUA,1904, em que o america<strong>no</strong> Shel<strong>do</strong>n venceu <strong>no</strong> salto detrampolim, os suecos tiveram <strong>do</strong>mínio absoluto conquistan<strong>do</strong> todasas medalhas <strong>do</strong>s jogos de 1908 e 1912. Em 1926 iniciou-se o CampeonatoEuropeu. Na época os alemães, segui<strong>do</strong>s de italia<strong>no</strong>s e ingleses,obtiveram efetivos resulta<strong>do</strong>s. Mas veio a 1a. Grande Guerra eenquanto os europeus se recuperavam de suas conseqüências, osamerica<strong>no</strong>s se aprimoravam.Quan<strong>do</strong> os Jogos Olímpicos recomeçaram em 1920 (Antuérpia,Bélgica), os america<strong>no</strong>s <strong>do</strong>minaram completamente o esporte, tanto<strong>no</strong> masculi<strong>no</strong> como <strong>no</strong> femini<strong>no</strong>. Até as Olimpíadas de Munique,em 1972, eles tiveram a supremacia – e ainda têm, embora soviéticose alemães já sejam fortes concorrentes. A primeira competiçãode fancy high diving ocorreu em 1903, e a de trampolim em1904. As duas modalidades foram unificadas em 1928. Em 1912foi realizada a primeira competição para mulheres mas na épocahouve apenas a prova de plain diving, pois os outros saltos eramconsidera<strong>do</strong>s inadequa<strong>do</strong>s ao sexo femini<strong>no</strong>. Somente nas Olimpíadasde Amsterdã (1928), os saltos ornamentais propriamenteditos foram oficializa<strong>do</strong>s para mulheres. Em resumo, até 1920 aAlemanha e a Suécia <strong>do</strong>minaram as primeiras competições deSaltos Ornamentais. Após este estágio e até 1992, os Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s <strong>do</strong>minaram o cenário mundial da modalidade. Hoje, osEUA dividem com os chineses, canadenses, alemães e russos aprimazia desse esporte.1871 É efetuada a primeira prova de saltos ornamentais naPonte de Londres e, nesta época, as competições baseavam-sena altura percorrida.1893 Neste a<strong>no</strong>, o esporte popularizou-se e foi quan<strong>do</strong> nestamesma cidade – Londres - construiu-se uma torre para saltos de 5metros de altura – a então de<strong>no</strong>minada Highgate Pond.1900 Os Saltos Ornamentais foram incluí<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s Jogos Olímpicosde Paris sob forma de atração.1901 A primeira organização desse esporte é fundada e de<strong>no</strong>minadade Associação Ama<strong>do</strong>ra de Saltos Ornamentais (AmateurDiving Association).1904 A modalidade estreou <strong>no</strong>s Jogos Olímpicos de Saint Louis-EUA, quan<strong>do</strong> foi incluída junto com os eventos de natação parahomens, mas apenas saltos de plataforma.1908 A modalidade estreou oficialmente como esporte olímpiconas Olimpíadas de Londres. Nesta época só havia a participaçãomasculina. Codifica<strong>do</strong> mais tarde pela Federação Internacional deNatação Ama<strong>do</strong>ra-FINA, surgiram com regularidade nas competiçõesinternacionais.1911 No Brasil, o primeiro trampolim de competição organizadafoi o <strong>do</strong> Clube Espéria, monta<strong>do</strong> às margens <strong>do</strong> Rio Tietê-SP.1912 Nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, acontece a primeiraparticipação feminina nas provas de mergulhos simples de plataforma(plain dive), até então este esporte era considera<strong>do</strong> imprópriopara mulheres.1913 No Brasil, a primeira competição nacional de saltos realizasea 30 de março deste a<strong>no</strong>, na Enseada de Botafogo <strong>no</strong> Rio deJaneiro-RJ e é vencida pelo paulista A<strong>do</strong>lpho Wellich.1919 O Fluminense Football Club <strong>do</strong> Rio de Janeiro é o primeiroclube <strong>do</strong> país a construir uma piscina com aparelhagem para saltosornamentais com trampolim de 1 e 3 metros e plataforma de 6 metros.1920 Nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, um brasileiro, o antescita<strong>do</strong> A<strong>do</strong>lfo Wellisch, campeão nacional desde 1913, obteve adécima terceira posição na sua primeira experiência internacional.Nestes Jogos acontece a primeira competição de trampolim femini<strong>no</strong>.Ainda neste evento, os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s conquistaram trêsmedalhas de ouro (trampolim masculi<strong>no</strong> e femini<strong>no</strong>, e plataforma).Na Inglaterra, é determina<strong>do</strong> pela Amateur Diving Assocation (AssociaçãoAma<strong>do</strong>ra de Saltos) que um ”ponto de apoio <strong>no</strong>s trampolinsdeva ser coloca<strong>do</strong> a quatro pés e seis polegadas (1,40m) daextremidade dianteira da tábua”. Os primeiros apoios (fulcros)eram simples cavaletes de madeira fixa<strong>do</strong>s permanentemente nabase <strong>do</strong> trampolim.1921 Oswal<strong>do</strong> Gomes, de São Paulo-SP, conquista o primeirolugar na “Prova Clássica Washington Luís” (ver memória de1931 adiante).1923 No pla<strong>no</strong> internacional, <strong>no</strong> início da década de 1920 foramintroduzi<strong>do</strong>s os fulcros móveis. Eles permitem o ajuste da flexibilidade<strong>do</strong> trampolim pelo salta<strong>do</strong>r.1924 Acontece <strong>no</strong>s Jogos Olímpicos de Paris a utilização pelaprimeira vez <strong>do</strong> fulcro móvel em uma Olimpíada. Tal aparelho foitrazi<strong>do</strong> pela equipe de Saltos Ornamentais <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>sque <strong>do</strong>mi<strong>no</strong>u a competição nas provas de trampolim. Assim, introduziu-seo primeiro trampolim de padrão internacional com fulcromóvel, o que ocasio<strong>no</strong>u grande progresso para a modalidade, vistoque cada salta<strong>do</strong>r poderia regular a flexibilidade <strong>do</strong> trampolimconforme seu peso e sua técnica de impulsão.1928 Neste a<strong>no</strong>, o evento de saltos de plataforma femini<strong>no</strong> (incluin<strong>do</strong>saltos mortais) ocorreu em âmbito internacional.1931 A Federação Brasileira das Sociedades de Remo <strong>do</strong> Rio deJaneiro publicou, em dezembro desse a<strong>no</strong>, um “Registro de Vitórias”em que consta a data de 1921 para o primeiro campeonatonacional de saltos. Este evento chamava-se “Prova Clássica WashingtonLuis”. Posteriormente, em 1928, passou a ser de<strong>no</strong>mina<strong>do</strong>Campeonato Brasileiro de Saltos.1935 As competições femininas <strong>no</strong> Brasil iniciaram-se apenasneste a<strong>no</strong>, sen<strong>do</strong> vence<strong>do</strong>ra Ursula van der Leyen de São Paulo, <strong>no</strong>Campeonato Brasileiro de Saltos.1948 Nas Olimpíadas de Londres, o Brasil participou com trêsatletas de São Paulo: Milton Busin, décimo primeiro e GunnarKemnitz, vigésimo primeiro, ambos <strong>no</strong> trampolim e Harol<strong>do</strong> Maria<strong>no</strong>,décimo sexto na plataforma.1948 A partir deste a<strong>no</strong>, os grandes destaques da modalidade <strong>no</strong>Brasil foram Milton Busin, Harol<strong>do</strong> Maria<strong>no</strong>, Arie Hanitz, Oswal<strong>do</strong>Fiore, Fernan<strong>do</strong> Telles, Milton Braga, Paulo Fernandes e Julio Veloso.No femini<strong>no</strong>, destacaram-se Eleo<strong>no</strong>ra Schmitt, Mary Proença, SueliMartins, Laura Hecker, Sueli Martinez, Silina Braga, JoanaBielchowski, Ângela Men<strong>do</strong>nça, Andréia Boehme e Silvana Neitzke.Décadas de 1940 – 1950 Neste perío<strong>do</strong> são construídas importantespiscinas <strong>no</strong> país com instalações completas para Saltos,sen<strong>do</strong> estas a <strong>do</strong> Clube de Regatas Tietê, Clube Germânia (atualClube Pinheiros), Clube Espéria e Pacaembu (to<strong>do</strong>s em SP), e aspiscinas <strong>do</strong> Clube de Regatas Guanabara e Clube <strong>do</strong> Vasco daGama (<strong>no</strong> RJ).1952 Nos Jogos Olímpicos de Helsinki, o brasileiro Milton Busin(SP) teve excelente participação, obten<strong>do</strong> o sexto lugar na provade trampolim de 3 metros. Seu compatriota Arie Hanitz (SP) foielimina<strong>do</strong> na disputa da prova de plataforma.1953 Inauguração, pelo Clube de Regatas Vasco da Gama - RJ deseu conjunto de quatro piscinas (uma somente para saltos, inclusivecom eleva<strong>do</strong>r na torre das plataformas), construídas <strong>no</strong>s moldesmais moder<strong>no</strong>s da época. É publica<strong>do</strong> o livro “Mergulhos Ornamentais”,por Eduar<strong>do</strong> Guidão da Cruz, engenheiro, que entre osestudiosos <strong>do</strong>s Saltos Ornamentais em <strong>no</strong>sso país, figurou sen<strong>do</strong>várias vezes campeão carioca de Saltos. Seu livro foi considera<strong>do</strong>,na época, <strong>do</strong>s mais completos e explicativos sobre a matéria. Maistarde,os técnicos Giovani Casilo (DF) e Álvaro Brito Pereira (RJ)muito contribuíram com publicações sobre o tema.1956 Nos Jogos Olímpicos de Melbourne, a representação brasileiraincluiu os salta<strong>do</strong>res Mary Dalva Proença e Fernan<strong>do</strong> TellesRibeiro, ambos <strong>do</strong> Rio de Janeiro, que não passaram das eliminatórias.As restrições quanto à participação das mulheres em to<strong>do</strong>s oseventos de Saltos foram suspensas nesses Jogos.1958 A empresa <strong>no</strong>rte americana Arcadia Air Products emPasadena, Califórnia-EUA, desenvolve e lança um <strong>no</strong>vo tipo detrampolim de liga de alumínio de<strong>no</strong>mina<strong>do</strong> Duraflex, o qual passaa ser o único a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> em todas as competições internacionais atéo presente. O modelo atual de<strong>no</strong>mina-se Maxiflex . Necessita serimporta<strong>do</strong> e não existe similar.DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A TLAS DO ESPORTE NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 8.241


1960 Jogos Olímpicos de Roma: o brasileiro Fernan<strong>do</strong> Telles Ribeiro<strong>do</strong> Fluminense F.C. <strong>do</strong> RJ, sexto coloca<strong>do</strong> <strong>no</strong>s Jogos Pan America<strong>no</strong>sde Chicago <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior, não conseguiu superar a etapade qualificação <strong>no</strong> trampolim.1968 Inauguração <strong>do</strong> Parque Aquático Caio Pompeu de Tole<strong>do</strong>(SP) com piscina exclusiva e equipamentos completos para SaltosOrnamentais.1976 Nos Jogos Olímpicos de Montreal, o Brasil participou representa<strong>do</strong>por Milton Macha<strong>do</strong> Braga que não conseguiu ultrapassaras etapas de classificação, seja na plataforma ou <strong>do</strong> trampolim.1980 Jogos Olímpicos de Moscou: Milton Macha<strong>do</strong> Braga, <strong>do</strong>s 23atletas inscritos na plataforma, foi o vigésimo segun<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s 24inscritos <strong>no</strong> trampolim, ficou em vigésimo lugar.1984 Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, o Brasil esteverepresenta<strong>do</strong>, nas competições femininas, por Ângela Men<strong>do</strong>nçaRibeiro que obteve a décima terceira posição na plataforma de umtotal de 21 atletas inscritas e a vigésima terceira posição <strong>no</strong>trampolim de um total de 24 atletas inscritas.1988 Jogos Olímpicos de Seul: prejudicada por uma inflamação<strong>no</strong> tendão <strong>do</strong> ombro esquer<strong>do</strong>, Ângela Men<strong>do</strong>nça Ribeiro desistiude competir na plataforma , competin<strong>do</strong> apenas na prova de trampolim.Mesmo contundida, ela teve um bom desempenho e se colocouna décima terceira posição nas eliminatórias; porém, apenasas <strong>do</strong>ze primeiras passaram para a final.Década de 1990 Nesta década e até 2003, os grandes <strong>no</strong>messão Juliana Veloso, Milena Sae, Evelyn Winkler , Cassius Duran,César Castro, Ubirajara Barbosa e Hugo Parisi.1992 Jogos Olímpicos de Barcelona: a brasileira Silvana de FátimaNeitzke ficou em vigésimo oitavo lugar na plataforma.1997 Assume a Diretoria de Saltos da Confederação Brasileira deDesportos Aquáticos-CBDA a ex-salta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Fluminense F.C (RJ),Alice Kohler. Com esforço e habilidade, ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is primeirosa<strong>no</strong>s, consegue administrar problemas estruturais <strong>do</strong> esporte, tantona área pessoal quanto na administrativa, com isso obten<strong>do</strong> oapoio <strong>do</strong> Presidente da entidade, Coaracy Nunes Filho, para arealização de ações que se faziam urgentes e necessárias. Avulta,neste estágio, a a<strong>do</strong>ção de critérios técnicos na seleção de atletase treina<strong>do</strong>res, nas representações nacionais em campeonatos internacionais.1999 A contratação <strong>do</strong> treina<strong>do</strong>r cuba<strong>no</strong> Francisco Ferrer Matosneste a<strong>no</strong>, <strong>no</strong>mea<strong>do</strong> como técnico responsável pela equipe nacionalprincipal, representa o marco a partir <strong>do</strong> qual os Saltos Ornamentaisiniciam sua trajetória na busca de um lugar de destaquedentro da comunidade internacional <strong>do</strong> esporte.1998 Copa Mun<strong>do</strong> da modalidade em Wellington-NZ: JulianaVeloso – Semi-Finalista Plataforma.1999 Copa Mun<strong>do</strong>, Sidney-AUS: Juliana Veloso – Semi-FinalistaTrampolim 3m e Plataforma.2000 Jogos Olímpicos de Sidney, Juliana Veloso obteve vigésimo<strong>no</strong><strong>no</strong> lugar na plataforma e décimo <strong>no</strong><strong>no</strong> <strong>no</strong> trampolim. CassiusDuran obteve o vigésimo oitavo na plataforma e décimo quarto <strong>no</strong>trampolim (semi-finalista). As provas de Saltos Sincroniza<strong>do</strong>s sãooficialmente incluídas neste evento.2001 As instalações para saltos <strong>do</strong> Complexo Aquático JúlioDelamare, em conjunto com o Centro de Treinamento Dr. CarlosArthur Nuzman, localiza<strong>do</strong>s na cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, representamo que há de mais moder<strong>no</strong> para a prática <strong>do</strong>s Saltos Ornamentais<strong>do</strong> país, nada fican<strong>do</strong> a dever quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> aos centrosmais adianta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.2002 Durante o FINA Diving Drand Prix em Coral Springs, Flórida-EUA, o atleta César Castro obteve a 3ª colocação <strong>no</strong> trampolim de3 metros, entran<strong>do</strong> para o hall da fama como o atleta revelação <strong>do</strong>esporte em 2002. No mesmo a<strong>no</strong>, a atleta Juliana Veloso obteve a2ª colocação na plataforma, em Juarez-México. No FINA DivingGrand Prix, César Castro participou <strong>do</strong> Grand Prix Super Final,classifican<strong>do</strong>-se em quarto lugar <strong>no</strong> circuito mundial.2003 Juliana Veloso, César Castro e Cassius são finalistas <strong>do</strong>sGrand Prix da FINA. Juliana obtém segun<strong>do</strong> lugar <strong>no</strong> Grand PrixSuper Final <strong>no</strong> México (Junho) e segun<strong>do</strong> lugar <strong>no</strong> Circuito Mundialdesse a<strong>no</strong> (soma <strong>do</strong>s quatro melhores resulta<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s Gran Prix).Nos Jogos Pan America<strong>no</strong>s, Santo Domingo-República Dominicana,realiza<strong>do</strong>s neste a<strong>no</strong>, ocorre a participação internacional mais significativaem toda a história <strong>do</strong>s Saltos Ornamentais <strong>do</strong> Brasil:Juliana Veloso obteve medalha de prata na Plataforma e bronze <strong>no</strong>Trampolim; e Cassius Duran, a medalha de prata na Plataforma. OBrasil jamais obtivera medalhas em Pan America<strong>no</strong>s de Saltos.Neste a<strong>no</strong> foram também realiza<strong>do</strong>s os II Jogos Pan America<strong>no</strong>sJunior, primeira competição internacional de grande porte realizada<strong>no</strong> Brasil, na cidade de Belém-PA. Nesta mesma cidade, em2004, realizou-se, pela primeira vez nas Américas, o XV CampeonatoMundial de Juniors de Saltos Ornamentais.Situação Atual A prática <strong>do</strong>s Saltos Ornamentais <strong>no</strong> Brasil, deforma sistemática, se comparada às grandes potências <strong>no</strong> esporte,é precária (ver Tabela 1). Entretanto, a prática lúdica de atividadesque se assemelham aos saltos ornamentais é encontrada em diversasregiões <strong>do</strong> país. Nas cidades litorâneas, e nas que se localizama beira de rios, é comum encontrar crianças saltan<strong>do</strong> de pontes,trapiches ou em lagos e cachoeiras. Em 1930, na Praia de Icaraí –Niterói - RJ, foi instalada uma torre de saltos , de uso público, comquatro plataformas e <strong>do</strong>is trampolins em “V” que se tor<strong>no</strong>u símbolodaquela localidade freqüentada por praticantes de esportesnáuticos e aquáticos. Este trampolim gigante de três andares foidemoli<strong>do</strong> em 1964 por se encontrar com a estabilidade comprometida.Hoje há casos de crianças que, na periferia, longe de praias ourios, praticam difíceis saltos acrobáticos sobre serragens, produzidaspor madeireiras locais, situadas <strong>no</strong>s arre<strong>do</strong>res de cidades comoBelém-PA, como também a<strong>do</strong>lescentes que improvisaram um trampolimem uma plataforma marítima de petróleo, localizada junto aum estaleiro em Niterói - RJ.Diante deste potencial, convive-se, <strong>no</strong> país, com o pressuposto deque há um incontável número de dispendiosas instalações para aprática de saltos que se encontram ociosas por falta principalmentede técnicos que as tornem operacionais. O incentivo àformação desses profissionais, alia<strong>do</strong> à uma política consistentepara o setor como a preconizada pelo projeto Comitê OlímpicoBrasileiro 2001-2008 - CBDA, é o que possibilitará a efetivadisseminação deste esporte por to<strong>do</strong> o país. As atuais exigências<strong>do</strong> esporte de ponta demandam treinamento contínuo ao longode to<strong>do</strong> a<strong>no</strong>. Em SP e esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sul, as baixas temperaturasambientais impedem que o treinamento aconteça em condiçõessatisfatórias durante os meses de maio a setembro, época emque as competições internacionais ocorrem (verão <strong>no</strong> hemisférioNorte). A construção de piscinas para saltos, cobertas e aquecidas,em pelo me<strong>no</strong>s algumas capitais dessas regiões, muito contribuiriampara o desenvolvimento <strong>do</strong> esporte. A Universidade <strong>do</strong> Sulde Santa Catarina - UNISUL, já deu o primeiro passo neste senti<strong>do</strong>e está construin<strong>do</strong> um moder<strong>no</strong> Parque Aquático <strong>no</strong> seu Campusem Palhoça, na Grande Florianópolis, com piscinas olímpicas denatação e saltos ornamentais cobertas e aquecidas. Emcontraponto a esta expectativa, é admissível a implantação nasregiões <strong>no</strong>rte e <strong>no</strong>rdeste <strong>do</strong> Brasil, de projetos de desenvolvimento<strong>do</strong>s Saltos Ornamentais em proveito <strong>do</strong> clima favorável à práticadurante to<strong>do</strong> o a<strong>no</strong>.No contexto <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s esportivos, a participação <strong>do</strong> Brasil emcompetições internacionais desde 1920 é pouco expressiva, salvo<strong>no</strong>s Jogos Olímpicos de 1952 e <strong>no</strong>s jogos Pan America<strong>no</strong>s de 2003.Seguramente isto decorreu de uma crônica falta de recursos para oesporte de um mo<strong>do</strong> geral, e para os Saltos Ornamentais de mo<strong>do</strong>particular. O atual investimento <strong>no</strong>s talentos existentes, e a criaçãode centros de excelência pela CBDA alia<strong>do</strong> ao expressivo apoio<strong>do</strong> Comitê Olímpico Brasileiro-COB, estão se traduzin<strong>do</strong> em resulta<strong>do</strong>spositivos que decerto colocarão brevemente os SaltosOrnamentais em destaque <strong>no</strong> cenário mundial. Atualmente, osSaltos Ornamentais <strong>no</strong> Brasil estão com nível técnico idêntico aodas maiores potências desse esporte.Fontes Enciclopédia Barsa. Editora Enciclopédia Britânica Ltda.Vol. III .Pag. 267. A<strong>no</strong> 1964. Supervisão <strong>do</strong> Prof. Inezil Penna Marinho(assunto: Ed.Física e <strong><strong>Esporte</strong>s</strong>); Enciclopédia Delta Larousse.Editora Delta Ltda. Páginas 4915 e 4916. A<strong>no</strong> 1964. Supervisão deCarlos Varady; Livro de autoria de Eduar<strong>do</strong> Guidão da Cruz sob otítulo”Mergulhos Ornamentais”. Editora Imprensa Nacional,1950;Fernandes, Ana Paula Shalders. Considerações sobre o TreinamentoFísico Específico para atletas de Saltos Ornamentais, 2000.8.242 DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A TLAS DO ESPORTE NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006


Da<strong>do</strong>s técnicos <strong>do</strong>s saltos ornamentaisTechnical information on divingHá seis grupos de saltos:Grupo I - saltos para frente - saída de frente e execução <strong>do</strong>s movimentos para frente.Grupo II - saltos para trás - saída de costas para a água e execução <strong>do</strong>s movimentos para trás.Grupo III - saltos em pontapé - saída de frente e execução <strong>do</strong>s movimentos para trás.Grupo IV - saltos revira<strong>do</strong>s - saída de costas para a água e execução <strong>do</strong>s movimentos para afrente.Grupo V - giro <strong>do</strong> corpo em seu eixo longitudinal independentemente <strong>do</strong> tipo de saída.Grupo VI - saída em parada de mãos, de face para água ou para o aparelho (parada reversa).Executa<strong>do</strong> apenas na plataforma.Quanto à posição <strong>do</strong> corpo na trajetória, há quatro tipos de posições:A – Esticada: o corpo assume uma posição totalmente estendida.B - Carpada: o corpo se flexiona na altura da cintura e as pernas permanecem esticadas.C - Grupada: o corpo se flexiona na cintura e <strong>no</strong>s joelhos com as coxas junto ao peito e oscalcanhares próximos ao quadril.D - Livre: Não é de fato uma posição, mas a opção <strong>do</strong> salta<strong>do</strong>r de usar quaisquer das posiçõesacima quan<strong>do</strong> executa um salto com parafuso. A combinação <strong>do</strong> tipo estica<strong>do</strong> com a carpadaé comum enquanto a grupada é raramente utilizada.Quanto ao julgamento, podemos dizer que quan<strong>do</strong> se assiste a muitos saltos, especialmentede talentosos executantes, observa-se que embora vários salta<strong>do</strong>res possam fazer o mesmosalto, nunca parece ser a mesma coisa. Isto é porque cada indivíduo tem características emo<strong>do</strong>s de execução próprios, tu<strong>do</strong> contribuin<strong>do</strong> para o abstrato mas observável fenôme<strong>no</strong>de<strong>no</strong>mina<strong>do</strong> ”estilo”.Estilo é difícil de se entender por qualquer padrão, exceto se gostamos ou não. Neste fato,consiste a dificuldade <strong>do</strong> julgamento. Mesmo haven<strong>do</strong> critérios que to<strong>do</strong> salto deve atender, aavaliação <strong>do</strong>s juízes permanece um processo subjetivo. A sensibilidade <strong>do</strong> juíz influi bastante<strong>no</strong> resulta<strong>do</strong> da competição. Por essa razão, há <strong>no</strong>rmalmente diferenças de opinião entretécnicos, competi<strong>do</strong>res, juízes e especta<strong>do</strong>res quanto à precisão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Os saltos são avalia<strong>do</strong>s por cinco ou sete juízes de 0 (zero) a 10 pontos a dez com intervalo de½ ponto. Nas competições internacionais há utilização de placar eletrônico.Abaixo, uma tabela de <strong>no</strong>tas:0 completamente falho½ - 2insatisfatório2 ½ - 4 ½ deficiente5 - 6 satisfatório6 ½ - 8 bom8 ½ - 10 ótimoOs principais pontos a serem considera<strong>do</strong>s <strong>no</strong> julgamento de um salto são:A saída: deve ser equilibrada e controlada com ângulo adequa<strong>do</strong> para a impulsão próximo àvertical.A elevação: a quantidade de impulsão influi na aparência <strong>do</strong> salto. Quanto mais alto, maistempo para se executar com precisão e suavidade os movimentos necessários.A execução: é o mais importante porque é o salto propriamente dito. O juiz observa a mecânicacorreta, o desempenho, a técnica e a beleza.A entrada: a entrada na água é muito significativa porque é o último movimento que o juiz vê.Os <strong>do</strong>is critérios para se avaliar a entrada são o ângulo da entrada e a quantidade de águaespirrada, que deve ser a mínima possível.Quanto à pontuação, sete juízes são usa<strong>do</strong>s nas competições individuais. Quan<strong>do</strong> as <strong>no</strong>tas<strong>do</strong>s juízes são dadas, a <strong>no</strong>ta maior e a <strong>no</strong>ta me<strong>no</strong>r são eliminadas e as cinco <strong>no</strong>tas remanescentessão totalizadas. Este número será multiplica<strong>do</strong> pelo grau de dificuldade conferi<strong>do</strong> aosalto. O GD é predetermina<strong>do</strong> em uma tabela varian<strong>do</strong> de 1.2 a 3.7 com incrementos de umdecimal. (quanto mais difícil e complexo for um salto, maior o seu GD). O resulta<strong>do</strong> é entãomultiplica<strong>do</strong> por 0.6, obten<strong>do</strong>-se assim o valor <strong>do</strong> salto. Um exemplo <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> salto é da<strong>do</strong>abaixo:1. Notas: 6-5-5-5-5-5-42. “6” e “4” são desprezadas3. Total das <strong>no</strong>tas remanescentes = 254. Multiplica<strong>do</strong> pelo GD (2.0) = 505. Multiplica<strong>do</strong> por 0,6 = 30Há <strong>no</strong>ve juízes <strong>no</strong> julgamento em eventos de saltos sincroniza<strong>do</strong>s. Dois juízes julgam umsalta<strong>do</strong>r , outros <strong>do</strong>is juízes julgam o segun<strong>do</strong> salta<strong>do</strong>r e mais cinco juízes julgam o sincronismoda dupla. As <strong>no</strong>tas mais altas e as mais baixas individuais, bem como as <strong>no</strong>tas mais altas emais baixas <strong>do</strong> sincronismo, são eliminadas . A pontuação final <strong>do</strong> salto é dada conforme afórmula acima.Uma piscina completa destinada à prática e competições de Saltos Ornamentais deve terdimensões mínimas de 15m x 20m (preferencial 25m x 25m), possuir plataformas fixas nasalturas de 1m, 3m (podem ser de 0,60m ou 2.60, caso forem construídas em conjunto com asbases de apoio <strong>do</strong>s trampolins), 5m, 7.5m e 10m . Para treinamento <strong>no</strong>rmal e competições desaltos sincroniza<strong>do</strong>s recomenda-se <strong>do</strong>is trampolins na altura de 1m e <strong>do</strong>is trampolins na alturade 3m. A profundidade deve estar entre 4.5m e 5,00m (preferencial). O Regulamento da FINA(Federação Internacional de <strong><strong>Esporte</strong>s</strong> Aquáticos) especifica os padrões de construção paraessas instalações. Recomenda-se consultar a CBDA (Confederação Brasileira de <strong><strong>Esporte</strong>s</strong>Aquáticos – RJ), e-mail: cbda@cbda.org.br, para orientação <strong>no</strong> projeto.Deve ainda ser equipada com esguichos de água destina<strong>do</strong>s agitar a superfície da águalogo abaixo <strong>do</strong>s trampolins e plataformas ou, para o mesmo fim, podem ser usa<strong>do</strong>scompressores de ar para a geração de borbulhas <strong>no</strong> fun<strong>do</strong> da piscina. A água imóvel eespelhada, confunde e prejudica a visão <strong>do</strong> salta<strong>do</strong>r, <strong>no</strong> momento da entrada na mesma.Outro equipamento de uso não obrigatório e utiliza<strong>do</strong> apenas em piscinas de alto nível éo “Bubble Machine”(máquina de bolhas), cujo acionamento expele uma forte coluna dear comprimi<strong>do</strong> <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> da piscina em direção à superfície, tornan<strong>do</strong> a água pouco densae tem a finalidade de amortecer a queda, em saltos onde o atleta não se sinta suficientementeconfiante. Este equipamento é utiliza<strong>do</strong> apenas <strong>no</strong>s paises mais desenvolvi<strong>do</strong>s<strong>no</strong> esporte. Na América <strong>do</strong> Sul, o único existente está sen<strong>do</strong> instala<strong>do</strong> na piscina daSecretaria de <strong><strong>Esporte</strong>s</strong> <strong>do</strong> Distrito Federal, local de treinamento da equipe de Saltos daABRASSO, pelo Prof. Giovani Casilo. Para o desenvolvimento desse esporte é necessário,além da piscina, de um espaço para o treinamento fora d’água que corresponde a até70% <strong>do</strong> treinamento <strong>do</strong>s saltos. Esta área deve ser equipada com cama elástica, cintos desegurança, pista acrobática, trampolim <strong>no</strong> solo ou sobre um fosso, colchão de espuma ecolchonetes.Tabela 1 – Clubes, atletas e praticantes de Saltos Ornamentais <strong>no</strong> Brasil, 2003Table 1 – Diving: Number of clubs, athletes and participants in Brazil, 2003DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A TLAS DO ESPORTE NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 8.243

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