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Escolas Promotoras de Saúde - BVSDE - PAHO/WHO

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Série Promoção da Saú<strong>de</strong> No. 4ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE<strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Fortalecimento da Iniciativa RegionalEstratégias e Linhas <strong>de</strong> Ação 2003-2012


Série Promoção da Saú<strong>de</strong> No. 4(Originale en Espagnol)<strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Fortalecimento da Iniciativa RegionalEstratégias e Linhas <strong>de</strong> Ação 2003-2012Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Espaços SaudáveisÁrea <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável e Saú<strong>de</strong> AmbientalWashington, DCMaio <strong>de</strong> 2003


Biblioteca Se<strong>de</strong> OPAS – Catalogação na fonteIppolito-Shepherd, Josefa<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>—Fortalecimento da Iniciativa RegionalEstratégias e linhas <strong>de</strong> ação 2003-2012.Washington, D.C: OPAS, © 2006.(Série Promoção da Saú<strong>de</strong> Nº 4) -- 72 p.ISBN 92 75 72693 0I. Título II. Mantilla Castellanos, LeonardoIII. Cerqueira, Maria Teresa IV. Série1. SAÚDE ESCOLAR2. PROMOÇÃO DA SAÚDE3. EDUCAÇÃO EM SAÚDE4. SERVIÇOS DE SAÚDE ESCOLAR5. AMÉRICA LATINANLM WA 350


As solicitações para reproduzir ou traduzir tudo ou parte<strong>de</strong>sta publicação <strong>de</strong>verão ser dirigidas à:Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Espaços SaudáveisÁrea <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável e Saú<strong>de</strong> Ambiental,Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong>,525 Twenty-third Street,N.W., Washington, D.C.20037, E.U.A.Texto preparado por:Dra. Josefa Ippolito-Shepherd, PhDAssessora Regional em Promoção da Saú<strong>de</strong> e Educação para a Saú<strong>de</strong>eLeonardo Mantilla Castellanos, MDConsultor em Saú<strong>de</strong> Mental e Desenvolvimento Psicosocial<strong>de</strong> Crianças e AdolescentesCoor<strong>de</strong>nação técnica:Dra. Josefa Ippolito-Shepherd, PhDDireção geral:Dra. María Teresa Cerqueira, PhDChefe, Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Espaços SaudáveisDesenho gráfico:Alejandro LevyCoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho:Centro <strong>de</strong> Assessoria em Saú<strong>de</strong> do AdolescenteULTRA<strong>de</strong>signs.com


CONTEÚDOReconhecimentosPrefácioIntroduçãoApresentação1. Condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população em ida<strong>de</strong>escolar na América Latina e no Caribeiiiivix14. Marco Conceitual4.1 O que é uma Escola Promotora <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>?4.2 Declarações internacionais e algunsenfoques teóricos nos quais sefundamentam a Iniciativa <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>3335422. Perspectiva geral e situação atual dosprogramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar na AméricaLatina e no Caribe2.1 Perspectiva geral2.2 Situação atual dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar3. A Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>3.1 Como surgiu e em que consiste aIniciativa?3.2 Estratégia Operativa da Organização parapôr em andamento a Iniciativa Regional3.3 Re<strong>de</strong>s Latino-Americana e Caribenha <strong>de</strong><strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>3.3.1 Re<strong>de</strong> Latino-Americana <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (RLEPS)3.3.2 Re<strong>de</strong> Caribenha <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (RCEPS)3.4 Acreditação <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>7913212324262629305. Estratégias e Linhas <strong>de</strong> Ação 2003-20125.1 Advocacia dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar e a difusão da Iniciativa Regional<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>5.2 Apoio à institucionalização da Estratégia<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e aformulação <strong>de</strong> políticas públicassaudáveis nas comunida<strong>de</strong>s educativas5.3 Fortalecimento da participação <strong>de</strong> atoreschaves na gestão dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar5.4 Fortalecimento da capacida<strong>de</strong> dosEstados Membros para a gestão daEstratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>5.5 Apoio à investigação para o<strong>de</strong>senvolvimento dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar5.6 Mobilização <strong>de</strong> recursosBibliografiaAnexo: Participantes na Reunião <strong>de</strong> Especialistas daSaú<strong>de</strong> Escolar, Washington,DC 2-4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002515355565859606569


As <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estimulam o sentido<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social em meninos, meninas ejovens, <strong>de</strong>senvolvendo neles e nelas a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>resolver conflitos através do diálogo e da negociação,como fatores preventivos da violência e instrumentos <strong>de</strong>convivência harmônica.Meninos, meninas e jovens <strong>de</strong>sejam sentir-se úteis eestão dispostos a trabalhar na comunida<strong>de</strong>, nos hospitais,com pessoas idosas ou com crianças pequenas. Estas ativida<strong>de</strong>s,que estimulam seu espírito <strong>de</strong> compromissosocial e comunitário, e ao mesmo tempo lhes permiteutilizar o tempo livre <strong>de</strong> forma criativa, resultarão maisefetivas quanto mais integradas estiverem no processo<strong>de</strong> aprendizado escolar.<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Entornos saudáveis e melhor saú<strong>de</strong> para as gerações futurasOrganização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong>, 1998


RECONHECIMENTOSAgra<strong>de</strong>cemos a todos aqueles que, com suas valiosascontribuições, observações e sugestões, cooperaram <strong>de</strong>alguma forma para enriquecer e melhorar este documento.Nosso reconhecimento especial, em primeira instância, épara o pequeno grupo <strong>de</strong> colegas e profissionais constituídopor: Blanca Patricia Mantilla, Amanda Bravo, VerónikaMolina, Gloria Briceño, Karina Cimmino, Nereida Arjona,María Paz Guzmán, Daniele Pompei, Sergio Meressman,Carlos dos Santos Silva e Benjamín Puertas, que paciente egenerosamente reuniram-se conosco, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um intensodia <strong>de</strong> trabalho durante a III Reunião da Re<strong>de</strong> Latino-Americana <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> da Saú<strong>de</strong>, realizada emQuito, Equador, <strong>de</strong> 10 a 13 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2002, para revisarem conjunto uma versão preliminar do presente Plano<strong>de</strong> Ação.Com base na retroalimentação antecipadamente fornecidapelo mencionado grupo, foram efetuados ajustes, e preparadauma nova versão do documento, apresentada ediscutida durante a Reunião <strong>de</strong> Especialistas em Saú<strong>de</strong> Escolar,realizada na se<strong>de</strong> da Organização em Washington, entreos dias 2 e 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002. Nosso agra<strong>de</strong>cimento sinceroà equipe <strong>de</strong> profissionais e convidados (as) especiais dosdiversos países, assim como aos funcionários da própriaOrganização, que <strong>de</strong> forma tão entusiasta e assumida participaramnesta jornada <strong>de</strong> trabalho (a lista completa <strong>de</strong> participantesencontra-se no Anexo correspon<strong>de</strong>nte), trazendocontribuições a partir <strong>de</strong> suas diversas experiências e áreas <strong>de</strong>conhecimento, até a valida<strong>de</strong> e consenso <strong>de</strong>sta proposta.Desejamos também expressar o nosso reconhecimentoe gratidão à Dra. María Teresa Cerqueira, chefe da Unida<strong>de</strong><strong>de</strong> Entornos Saudáveis da Área <strong>de</strong> DesenvolvimentoSustentável e Saú<strong>de</strong> Ambiental, não apenas pelo apoiodado à realização das ativida<strong>de</strong>s necessárias para o preparo<strong>de</strong>ste documento e revisão da sua versão final, mastambém pela sua li<strong>de</strong>rança e entusiasmo permanentes notrabalho na Região, em benefício da promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>no âmbito escolar.Apresentamos nosso reconhecimento a Carlos dosSantos Silva e Nora Zamith Ribeiro Campos pela revisãoda tradução do texto, feita por Maria Dolores CaamañoLeiria.Por último, ainda que por isso não menos importante,o nosso reconhecimento mais fervoroso aos professores,pais, mães, diretores escolares, meninas, meninos, equipes<strong>de</strong> trabalhadores da saú<strong>de</strong> e outros profissionais que,dia após dia, com o seu trabalho, fazem das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> tangível em diferentesrecantos da América Latina e do Caribe. Seu entusiasmo,interesse e convicção para avançar este trabalho, freqüentementeno meio da pobreza e outras condiçõesadversas, constituem motivação e gran<strong>de</strong> estímulo paratodas as pessoas comprometidas em melhorar as condições<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e as oportunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento integral da população emida<strong>de</strong> escolar.i


PREFÁCIONunca antes na história das nações da América Latinae do Caribe, uma proporção tão significativa <strong>de</strong> meninase meninos em ida<strong>de</strong> escolar havia tido acesso àescola, e a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> completar, pelo menos, aeducação fundamental básica.Esta situação <strong>de</strong>staca a função transcen<strong>de</strong>ntal quetêm as instituições educativas na transformação dascomunida<strong>de</strong>s locais e na formação <strong>de</strong> mulheres ehomens mais solidários, críticos e capazes <strong>de</strong> enfrentarcom sucesso os <strong>de</strong>safios do mundo contemporâneo e<strong>de</strong> viver uma vida plena e saudável.Ainda que as relações entre saú<strong>de</strong> e educação sejammúltiplas e inseparáveis, talvez o elemento comum maisimportante é que ambas compartilham as aspirações eobjetivos do <strong>de</strong>senvolvimento humano observados naspolíticas internacionais <strong>de</strong> Educação para Todos, Saú<strong>de</strong>para Todos, e As Metas do Milênio para o Desenvolvimento.A partir <strong>de</strong>sta perspectiva ampla e integral, saú<strong>de</strong>e educação são, ao mesmo tempo, fonte epré-requisito do bem-estar, do <strong>de</strong>senvolvimento humanoe da riqueza social, econômica e espiritual <strong>de</strong> indivíduose povos.As <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> constituem umagran<strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> no âmbitoescolar e um mecanismo articulado <strong>de</strong> esforços e recursosmultissetoriais, orientados para o melhoramento dascondições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar, ampliando assim asoportunida<strong>de</strong>s para um aprendizado <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e o<strong>de</strong>senvolvimento humano sustentável, para todos osintegrantes das comunida<strong>de</strong>s educativas.Des<strong>de</strong> o lançamento formal da Iniciativa Regional em1995, as <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> da Saú<strong>de</strong> têm <strong>de</strong>monstradoo imenso potencial que possuem como comunida<strong>de</strong>ssaudáveis, contribuindo para a conquista <strong>de</strong> objetivoscomuns em diferentes setores sociais, em especial, saú<strong>de</strong>e educação. Tais setores po<strong>de</strong>m, juntos , conseguir: aadoção <strong>de</strong> políticas escolares saudáveis; a criação emanutenção <strong>de</strong> entornos físicos seguros e saudáveis; oaprimoramento <strong>de</strong> culturas escolares harmônicas, eqüitativas,livres <strong>de</strong> qualquer forma <strong>de</strong> violência ou discriminação,e que facilitem o processo <strong>de</strong> ensino eaprendizado; o <strong>de</strong>senvolvimento e implementação <strong>de</strong>currículos <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> que transcendam asimples transmissão didática <strong>de</strong> informação e promovamo aprendizado participativo das atitu<strong>de</strong>s, dos valores edas habilida<strong>de</strong>s necessárias para viver uma vida saudávele contribuir para o cuidado da saú<strong>de</strong> das <strong>de</strong>mais pessoas;o fortalecimento da participação social e o respeitoaos direitos humanos e liberda<strong>de</strong>s fundamentais; e oacesso a<strong>de</strong>quado a serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para a prevençãoe tratamento <strong>de</strong> doenças.O Plano Estratégico que se apresenta neste documentoreflete a visão da Organização Pan-Americana daSaú<strong>de</strong> para o fortalecimento da Iniciativa Regionaldurante os próximos <strong>de</strong>z anos. Fazemos uma nova convocaçãoa todos os Estados Membros para que continuemavançando no melhoramento da saú<strong>de</strong> equalida<strong>de</strong> da educação <strong>de</strong> todos os meninos, meninas ejovens em ida<strong>de</strong> escolar, por meio das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Mirta Roses PeriagoDiretoraOrganização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong>iii


INTRODUÇÃOAs Metas do Milênio para o Desenvolvimento (MDM)adotadas na 55.ª Assembléia Geral da ONU representam umcompromisso mundial na luta para reduzir a pobreza e ainiqüida<strong>de</strong> na distribuição da renda <strong>de</strong>ntro e entre os EstadosMembros. Neste magno compromisso, o setor saú<strong>de</strong> estáimplicado diretamente na conquista <strong>de</strong> três gran<strong>de</strong>s metas: aredução da mortalida<strong>de</strong> materna (MDM No. 5) e infantil(MDM No. 4 ), e a redução da AIDS e outras doenças transmissíveis(MDM No. 6).Adicionalmente, o setor saú<strong>de</strong> tem a gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> colaborar com outros setores na conquista das<strong>de</strong>mais metas. Especialmente na redução da pobreza e dafome (MDM No. 1), é indispensável promover o <strong>de</strong>senvolvimentohumano e social sustentável, mediante o aumento <strong>de</strong>segurança alimentar e nutricional, assim como o uso e a distribuiçãoda renda. Por outro lado, em duas das metas serequer uma estreita colaboração entre os setores saú<strong>de</strong> eeducação: na <strong>de</strong> garantir a educação fundamental completapara meninos e meninas (MDM No. 2), assim como na eliminaçãoda disparida<strong>de</strong> por gênero na educação fundamental(MDM No. 3).As MDM se relacionam entre si <strong>de</strong> tal forma que osucesso <strong>de</strong> uma requer avanços significativos nas outras.Esta inter<strong>de</strong>pendência das metas obriga a que a capacida<strong>de</strong>dos países seja fortalecida para pôr em andamento estratégiasque sustentem os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentohumano e social a longo prazo, o qual requer o fortalecimentoda capacida<strong>de</strong> das instituições para elaborar processos<strong>de</strong> planificação participativa e intersetorial, assim comoa sua implementação e avaliação. Neste sentido, também éfundamental fortalecer a capacida<strong>de</strong> dos países para implementarestratégias integrais e integradoras, como as <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, assegurando uma continuida<strong>de</strong>maior dos processos.A Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(IREPS) tem o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, também a oportunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>contribuir para a conquista das Metas <strong>de</strong> Desenvolvimentodo Milênio. No contexto dos compromissos do setorsocial, tanto a saú<strong>de</strong> como a educação têm um compromissoinevitável na conquista das metas mencionadas,especialmente as seguintes:1. Erradicação da Pobreza e da Fome, on<strong>de</strong> é precisoincrementar o nível educativo da população. As <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (EPS) po<strong>de</strong>m apoiar com o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> hortas escolares que contribuampara a nutrição dos estudantes e a erradicação dafome neste grupo etário.2. Educação primária universal, cujo principal <strong>de</strong>safio éconseguir a educação completa para todos os meninose meninas nas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sfavorecidas, reduzindoassim as iniqüida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro e entre os países daRegião.3. Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e valorização da mulher. As EPStêm o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> contribuir para a eliminaçãoda disparida<strong>de</strong> por gênero na educação secundária.4. Redução da mortalida<strong>de</strong> infantil, mediante educaçãopara a saú<strong>de</strong> na escola e a educação com pais e mães<strong>de</strong> família, usando Habilida<strong>de</strong>s para a Vida e outrosenfoques, capacitando o corpo docente e preparandomateriais para a alfabetização em saú<strong>de</strong>.5. Melhoramento da saú<strong>de</strong> materna. Através das EPS,po<strong>de</strong>-se fortalecer, mediante o enfoque <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>spara a Vida, a formação <strong>de</strong> jovens, antes <strong>de</strong> sair doensino fundamental, em aspectos relacionados com asaú<strong>de</strong> sexual e reproductiva.v


6. Luta contra o HIV/AIDS. De forma similar ao itemanterior, esta meta po<strong>de</strong> ser atingida mediante ainclusão do componente <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>s para a Vidanos programas <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> e a formaçãoda população jovem, antes <strong>de</strong> sair do ensino fundamentale médio, e a inclusão <strong>de</strong> aspectosrelacionados com a saú<strong>de</strong> sexual e reprodutiva.7. Garantir sustentabilida<strong>de</strong> ambiental. As EPS po<strong>de</strong>mintegrar e atualizar os conteúdos e metodologias noensino da saú<strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong>ntro do currículo escolar,assim como também reforçar os grupos ecológicose a li<strong>de</strong>rança dos jovens no cuidado do ambiente.8. Aliança global para o <strong>de</strong>senvolvimento. As EPS são umcenário propício para o ensino, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tenra ida<strong>de</strong>, dosprincípios e valores fundamentais <strong>de</strong> convívio, solidarieda<strong>de</strong>,<strong>de</strong>mocracia e participação social.O Banco Mundial fez uma análise sobre a probabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> conquista das MDM na América Latina, da qual seconcluiu que dita probabilida<strong>de</strong> é muito baixa na maioriados casos e que as intervenções em saú<strong>de</strong> tem uma altíssimapriorida<strong>de</strong>. A análise das MDM revelou, uma vezmais, que a capacida<strong>de</strong> para implementar estratégiasintegrais <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong>, envolvendo a socieda<strong>de</strong>civil e diversos setores num esforço planificado em conjunto,continua sendo <strong>de</strong>ficiente em muitos países daAmérica Latina e do Caribe, motivo pelo qual o seu fortalecimentoé ainda mais urgente. A conquista das MDMexige aprofundar e fortalecer os mecanismos <strong>de</strong> distribuiçãoeqüitativa <strong>de</strong> renda, <strong>de</strong>scentralizando e <strong>de</strong>mocratizandoas <strong>de</strong>cisões. As MDM são uma oportunida<strong>de</strong> paraestabelecer acordos sociais entre todos os setores e coma socieda<strong>de</strong> civil para conseguir o <strong>de</strong>senvolvimentohumano e social sustentável.Outro estudo recente indicou que os fatores <strong>de</strong> riscoque os jovens enfrentam no seu <strong>de</strong>senvolvimento são <strong>de</strong>tal magnitu<strong>de</strong> que se não forem conseguidos ambientesmais saudáveis e uma etapa <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong>senvolvimentona infância com menos riscos, a Região não serácapaz <strong>de</strong> avançar no <strong>de</strong>senvolvimento econômico esocial e certamente não alcançará as MDM 1 . Calcula-seque cerca da meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> meninos (as) e adolescentes naAmérica Latina (AL) já experimentaram algum tipo <strong>de</strong> fracassodurante o seu <strong>de</strong>senvolvimento. Os cálculos sebasearam na mortalida<strong>de</strong> infantil, informações <strong>de</strong> criançasentre 11 e 16 anos não matriculadas na escola, e jovensentre 17 e 18 anos, <strong>de</strong>sempregados e não escolarizados.Esta conclusão do Informativo sobre Índices <strong>de</strong> Fracassosem Jovens da América Latina 10 revela, uma vez mais, anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fortalecer a capacida<strong>de</strong> dos países para acriação <strong>de</strong> ambientes físicos e psicossociais mais saudáveise solidários. O setor saú<strong>de</strong> tem a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>colaborar com o setor educativo para enfrentar o gran<strong>de</strong><strong>de</strong>safio que é estabelecido por esta situação, para melhorara saú<strong>de</strong> da população em ida<strong>de</strong> escolar, oferecendooportunida<strong>de</strong>s educativas e ambientes saudáveis quegarantam melhor <strong>de</strong>sempenho no aprendizado e diminuao fracasso escolar. O informativo citado anteriormentemostra, com toda a clareza, que é urgente reduzir os riscosque levam ao fracasso, já experimentado pela meta<strong>de</strong>das meninas(os) na AL, se o que se <strong>de</strong>seja é fortalecera capacida<strong>de</strong> da Região para competir no mercado ealcançar o melhoramento dos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentohumano e social.Diversas experiências na Região são animadoras eilustram como é possível avançar nas MDM medianteestratégias integradoras como a Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Tal Iniciativa é produto <strong>de</strong>vários anos <strong>de</strong> consenso e <strong>de</strong>senvolveu-se com base nasexperiências dos países com o propósito <strong>de</strong> ter um marvi


co integrador das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar. Em termosoperativos é relativamente nova, já que vem sendo experimentadaapenas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995. Nos países on<strong>de</strong> ocorreuavaliação, os resultados mostram que a Iniciativa é bemsucedida, produz melhorias nos ambientes escolares, naqualida<strong>de</strong> e nos resultados da educação para a saú<strong>de</strong> e,geralmente, é bem qualificada pelos professores e gerentesdo setor educativo.A Iniciativa foi avaliada na sua totalida<strong>de</strong> no Chile.Diversos componentes foram avaliados em outros países:na Colômbia, avaliou-se a educação em Habilida<strong>de</strong>s paraa Vida; no Brasil e Argentina, avaliou-se o módulo sobre aviolência e a educação para uma boa convivência. NaColômbia, o setor educativo vem implementando a educaçãopara a paz com resultados importantes para umaproveitamento escolar melhor e uma educação em saú<strong>de</strong>mais integral, por estar baseada no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>strezas. Os estudantes reforçam a suaauto-estima e mostram maior confiança em si mesmos eao enfrentar situações difíceis. Observa-se maior capacida<strong>de</strong>para resolver os conflitos através do diálogo, assimcomo mais respeito e tolerância.Na Venezuela e Costa Rica, avaliou-se o módulo sobreo tabaco; no Panamá, o componente <strong>de</strong> alimentação enutrição; em El Salvador, avaliou-se a saú<strong>de</strong> oral e, na Nicarágua,avaliaram-se as re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong> apoio, o trabalhovoluntário dos estudantes e a coor<strong>de</strong>nação entre a escolae a comunida<strong>de</strong>. O fortalecimento da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ProteçãoSocial na Nicarágua é fundamental, já que apóia as famíliaspara matricular e manter os meninos e meninas na escola,contribui para a melhoria da alimentação, o acesso aos serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e fortalece a orientação das mães em saú<strong>de</strong>sexual e reprodutiva.No Equador, avaliou-se a Iniciativa na sua totalida<strong>de</strong> nos“Cantones <strong>de</strong> Loja”, assim como os módulos educativos produzidospelo Projeto <strong>de</strong> Espaços Saudáveis. A experiênciaestá sendo <strong>de</strong>senvolvida em gran<strong>de</strong> escala pelo Ministério <strong>de</strong>Educação do Equador com o apoio do Ministério da Saú<strong>de</strong> ea OPS/OMS. No México, uma adaptação da Iniciativatambém está sendo realizada em gran<strong>de</strong> escala no programa<strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>s Educativas Saudáveis da Secretaria <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, on<strong>de</strong>, além do “Programa Progresa“, que consiste namelhoria da alimentação, acesso a serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> eaumento da assistência escolar , resulta em lições importantespara o melhoramento do <strong>de</strong>senvolvimento humano esocial. O “Programa Progresa” conseguiu aumentar o uso dosserviços <strong>de</strong> atenção primária para os menores <strong>de</strong> cinco anos,além <strong>de</strong> diminuir a evasão escolar, inclusive nos municípioscom maior índice <strong>de</strong> pobreza.As Estratégias e Linhas <strong>de</strong> Ação propostas neste documentopara a Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, durante o período 2003 – 2012, são produtos daanálise das experiências geradas nestes 6 – 7 anos, assimcomo o resultado <strong>de</strong> múltiplas consultas e reuniões, naconstrução <strong>de</strong> uma proposta em conjunto com os responsáveisda promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a saú<strong>de</strong> escolar dossetores Saú<strong>de</strong> e Educação, as organizações não governamentaise as Universida<strong>de</strong>s que trabalham nesta área. Éassim que entregamos este documento para que sirva <strong>de</strong>diretriz no esforço e compromisso contínuos <strong>de</strong> melhorara saú<strong>de</strong> e o aproveitamento escolar, assegurandoespaços sociais sadios e fatores protetores que facilitema prática <strong>de</strong> hábitos e estilos <strong>de</strong> vida mais saudáveis.María Teresa CerqueiraChefeUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Entornos SaudáveisÁrea <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável e Saú<strong>de</strong> Ambientalvii


APRESENTAÇÃOO presente Plano Estratégico para o Fortalecimentoda Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,durante o período 2003 – 2012, é o resultado <strong>de</strong> um longoprocesso <strong>de</strong> análise da situação atual da Estratégia<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na América Latina e noCaribe, e das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> meninos, meninas e jovense dos países da Região, assim como <strong>de</strong> discussão, consenso,e avaliação final com um grupo <strong>de</strong> profissionais,principalmente dos setores saú<strong>de</strong> e educação, comampla experiência na gestão da estratégia e dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar nos países da Região.Além do contato freqüente com os responsáveis daestratégia nos países, muitos dos quais tive a oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> visitar durante os últimos dois anos, cumprindo astarefas <strong>de</strong> colaboração técnica próprias da Organização,a visão sobre o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (EPS) nas Américas enriqueceu-semediante a valiosa informação compartilhada na III Reuniãoda Re<strong>de</strong> Latino-Americana <strong>de</strong> EPS e na I Reunião eCriação da Re<strong>de</strong> Caribenha <strong>de</strong> EPS, assim como a informaçãocom a qual contribuíram os 17 países que, entre2001 e 2002, respon<strong>de</strong>ram a Pesquisa Regional sobre asEPS na América Latina.Com base no conhecimento da situação até omomento, foi elaborada a versão preliminar do PlanoEstratégico, submetida a uma primeira sessão <strong>de</strong> discussãocom um grupo <strong>de</strong> especialistas, os quais participaramna III Reunião da Re<strong>de</strong> Latino- Americana <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, celebrada em Quito, Equador, <strong>de</strong> 10 a13 <strong>de</strong> setembro do corrente ano. Tanto a retroalimentaçãodo grupo informal <strong>de</strong> consulta, como as apresentaçõese contribuições dos 135 representantes dos 19 paísese outros convidados que assistiram à reunião <strong>de</strong> Quitoserviram para atualizar a análise da situação e fazer asmodificações correspon<strong>de</strong>ntes ao Plano Estratégico.A jornada <strong>de</strong> discussão final realizou-se <strong>de</strong> 2 a 4 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 2002 na se<strong>de</strong> da Organização Pan-Americanada Saú<strong>de</strong>, em Washington, DC, durante a Reunião <strong>de</strong>Especialistas em Saú<strong>de</strong> Escolar, da qual participaram profissionais<strong>de</strong> vários países da Região, <strong>de</strong>stacados convidadosespeciais e funcionários da própria Organização,especialmente dos diferentes programas da Divisão <strong>de</strong>Promoção e Proteção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Nenhum documento po<strong>de</strong>ria incorporar na sua totalida<strong>de</strong>as contribuições e sugestões <strong>de</strong> todas e <strong>de</strong> cadauma das pessoas que, <strong>de</strong> forma tão entusiasta e <strong>de</strong>sinteressada,participaram nos processos <strong>de</strong>scritos anteriormente.Confiamos, porém, que esta versão final do PlanoEstratégico retrate com a maior fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> possível osacordos e elementos fundamentais que foram discutidos.A primeira seção do documento contém uma resenhasobre as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na população em ida<strong>de</strong>escolar na América Latina e no Caribe, enquanto que asegunda oferece uma perspectiva geral e uma resumida<strong>de</strong>scrição da situação atual dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar na Região.A terceira seção está <strong>de</strong>dicada à síntese dos antece<strong>de</strong>ntesmais importantes da Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>scrição da estratégia operativada Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong> para pôr emandamento tal Iniciativa, o resumo sobre o <strong>de</strong>senvolvimentodas Re<strong>de</strong>s Latino-Americana e Caribenha <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e os mecanismos <strong>de</strong> acreditação<strong>de</strong> EPS.ix


Na quarta seção, estão resumidos alguns dos aspectosteóricos e conceituais mais importantes em que sefundamenta o marco conceitual da Estratégia <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a Iniciativa Regional. Por último,na 5ª seção do documento, são apresentadas as seis gran<strong>de</strong>sestratégias e as linhas <strong>de</strong> ação correspon<strong>de</strong>ntes que,no seu conjunto, constituem o Plano Estratégico para ofortalecimento da Iniciativa Regional durante os próximos<strong>de</strong>z anos.Desejamos que este Plano Estratégico contribua eficazmentepara o propósito da Iniciativa Regional das<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> articular esforços erecursos regionais, nacionais e locais em benefício domelhoramento das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> bem-estar e <strong>de</strong>senvolvimento integral da populaçãoem ida<strong>de</strong> escolar e da comunida<strong>de</strong> educativa em todosos Estados Membros.Josefa Ippolito-ShepherdAssessora Regional em Promoção da Saú<strong>de</strong> e Educaçãopara a Saú<strong>de</strong>Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Entornos SaudáveisÁrea <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável e Saú<strong>de</strong> Ambientalperpcpernpcpeixpecr


1.CONDIÇÕES DE SAÚDE DAPOPULAÇÃO EM IDADE ESCOLARNA AMÉRICA LATINA E NO CARIBEprogramas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saú<strong>de</strong>participaçãoeducação promoçãoprogramaseducaçãonutrição iniciativa regionalcolaboraçãoprogramassetor saú<strong>de</strong> promoção participanutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção prpromoçãonutrição initiativa regionale colaboração sector saú<strong>de</strong> educaçãparticipação programas nutrição initiativaprogramaseducaçãonutrição iniciativa regional colaboração setor saúdpromoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoçãoeducaçãoparticipação programas nutrição incolaboração setor saú<strong>de</strong> promoção participaregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção prcolaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoção particip


Há nas Américas uma população <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 220 milhões<strong>de</strong> crianças e adolescentes na faixa etária entre 5 e18 anos, dos quais 27 milhões vivem nos países da RegiãoAndina; 53 milhões, no Brasil e no Cone Sul; 41 milhões, noMéxico, América Central e no Caribe <strong>de</strong> língua hispânica;2 milhões, no Caribe <strong>de</strong> língua inglesa; e 103 milhões nosEstados Unidos da América do Norte e Canadá 2 .Os projetos indicam que durante os próximos 40anos, a população em ida<strong>de</strong> escolar menor <strong>de</strong> 15 anospermanecerá constante 3 . Numa era <strong>de</strong> inovações permanentese acesso crescente ao mundo da tecnologia, opotencial <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong>sta população para o <strong>de</strong>senvolvimentomaterial, cultural e espiritual da Região é ilimitado;porém, se os países fracassam em satisfazer assuas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação e <strong>de</strong>senvolvimentohumano integral, suas esperanças e expectativas,po<strong>de</strong>rão ter um enorme efeito <strong>de</strong>sestabilizador nos sistemaspolítico, social e econômico das nações.Durante o último <strong>de</strong>cênio do século XX, avanços consi<strong>de</strong>ráveisforam realizados para melhorar alguns problemasque tradicionalmente têm afetado meninos, meninase jovens na Região. As principais conquistas foram feitasno campo dos direitos sociais (saú<strong>de</strong>, nutrição e educação),em gran<strong>de</strong> medida como resultado do estímulointernacional dado, em 1990, pela Reunião Mundial daInfância (Cumbre Mundial <strong>de</strong> la Infancia 4 ).Quase todos os países da América Latina e do Caribeconseguiram aumentar a expectativa <strong>de</strong> vida e diminuir amortalida<strong>de</strong> infantil, principalmente como resultado docontrole das doenças transmissíveis mediante a ampliaçãodas coberturas <strong>de</strong> vacinação e a melhora dos serviços<strong>de</strong> água potável e saneamento básico. A poliomielite, porexemplo, foi erradicada do Continente, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> não seinformam casos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1991. A partir <strong>de</strong>sse ano, conseguiu-sediminuir em 98% a incidência do sarampo e em99% a mortalida<strong>de</strong> por esta causa 5 .Não obstante, os avanços não têm sido uniformes emtodos os países e nem sempre se correlacionam com onível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento alcançado. Persistem mesmoassim, <strong>de</strong>ntro dos próprios países, enormes <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>srelacionadas com o nível sócio-econômico, a localizaçãogeográfica ou a origem étnica dos diferentesgrupos <strong>de</strong> população, entre outros fatores.Apesar das conquistas durante os últimos anos, aindahá muitos problemas e <strong>de</strong>safios que ameaçam as possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento saudável dos meninos, meninase jovens na América Latina e no Caribe. O perfil dascondições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população infantil e juvenil se elaborano contexto específico <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s iniqüida<strong>de</strong>ssociais, econômicas, geográficas, étnicas, <strong>de</strong> gênero e noacesso a serviços básicos como saú<strong>de</strong> e educação queainda prevalecem e caracterizam a Região.Um estudo recente adverte que o clima gerado pelosatuais mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento está configurandoos acontecimentos sociais e econômicos do século presente<strong>de</strong> tal forma que as possibilida<strong>de</strong>s para conseguirmaiores progressos a curto, médio e longo prazo serãolimitadas, impedindo, com isso, alcançar os benefíciosesperados do investimento social que se fez durante osúltimos anos, e aumentando a tendência à iniqüida<strong>de</strong>entre os países e no interior dos mesmos 4 .A saú<strong>de</strong> e o bem-estar são conceitos sociais e populacionais,mais do que individuais. Nos grupos <strong>de</strong> popula-3


ção on<strong>de</strong> há gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e econômicasentre os indivíduos, os níveis <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar (físico,cognitivo e psicossocial) são inferiores aos das comunida<strong>de</strong>son<strong>de</strong> as diferenças são menores; isto vemressaltar o papel fundamental <strong>de</strong>sempenhado pela falta<strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> como um fator <strong>de</strong>terminante da saú<strong>de</strong> 5 .Pobreza, exclusão, vulnerabilida<strong>de</strong> social, falta <strong>de</strong>oportunida<strong>de</strong>s, trabalho infantil, violência intrafamiliar eviolência sócio-político (incluindo a migração forçada)são outros fatores que ameaçam a vida e o <strong>de</strong>senvolvimentosaudável <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> meninos, meninas ejovens na Região, on<strong>de</strong> mais da meta<strong>de</strong> vive na pobreza.O perfil sanitário dos países da América Latina e doCaribe se caracteriza, além disso, pela chamada transiçãoepi<strong>de</strong>miológica, a superposição ou acumulação <strong>de</strong> diferentestipos <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> e a distribuição <strong>de</strong>sigual <strong>de</strong>stasna população. Ainda que durante os últimos anos, namaioria dos países, tenha havido uma transição gradativada carga <strong>de</strong> doenças do grupo <strong>de</strong> doenças transmissíveisaos grupos das não transmissíveis e das causas externas,as primeiras não foram eliminadas por completo.Em muitas comunida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> as afecções mortais típicasda infância diminuíram ou se eliminaram, estas foramsubstituídas por lesões (aci<strong>de</strong>ntes, lesões provocadas),doenças mentais e problemas associados com o comportamento,afecções crônicas, doenças reinci<strong>de</strong>ntes como atuberculose e outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> originados emfatores psicossociais e ambientais preventivos. Estima-seque perto <strong>de</strong> 600.000 crianças e adolescentes aindamorrem a cada ano em Ibero- América como conseqüência<strong>de</strong> afecções que po<strong>de</strong>riam ter sido prevenidas. Essas afecçõespo<strong>de</strong>m agrupar-se em três gran<strong>de</strong>s categorias 4 :· Mortes provocadas por doenças que po<strong>de</strong>riam serevitadas mediante a vacinação a<strong>de</strong>quada, ou comoconseqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição, condições <strong>de</strong> vidaina<strong>de</strong>quadas, falta <strong>de</strong> água potável e ausência <strong>de</strong>saneamento básico.· Mortes ocasionadas por afecções que po<strong>de</strong>riam tersido tratadas com sucesso mediante o acesso a<strong>de</strong>quadoa serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>; e· Mortes ocasionadas pela violência, sejam por açãodireta (homicídios) ou por negligência (aci<strong>de</strong>ntes).Apesar <strong>de</strong> obtidos avanços importantes em prol dadiminuição da <strong>de</strong>snutrição infantil na América Latina e noCaribe, as taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> micronutrientes e <strong>de</strong>snutriçãocrônica continuam altas, especialmente emalguns países <strong>de</strong> população numerosa, havendo tambémelevadas taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil. Calcula-se que noano 2000 perto <strong>de</strong> 36% dos menores <strong>de</strong> 2 anos da Regiãoestavam em situação <strong>de</strong> alto risco em termos nutricionais,especialmente nas zonas rurais, on<strong>de</strong> inclusive a proporçãofoi maior (46%). Uma conseqüência típica da<strong>de</strong>snutrição é que, através <strong>de</strong> variáveis neuropsicológicasintermediárias, afeta consi<strong>de</strong>ravelmente o rendimentoescolar. Adicionalmente, as crianças <strong>de</strong>snutridas não freqüentama escola com regularida<strong>de</strong>, repetem o ano comfreqüência, ou a abandonam completamente. Como conseqüência,uma das causas principais da diminuição daeficiência e eficácia dos sistemas educativos 4 é a <strong>de</strong>snutriçãoinfantil.Na América Latina e no Caribe, os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>dos adolescentes e jovens diferem bastante dos problemasda população infantil, e se associam principalmente com asmudanças físicas e psicossociais que caracterizam esta eta-4


pa do ciclo evolutivo, com as condições do entorno que osro<strong>de</strong>ia, e com o apoio e as oportunida<strong>de</strong>s que recebem dasocieda<strong>de</strong> a qual pertencem.A adolescência é um período da vida cheio <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>se riscos, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> adolescênciaque uma pessoa vive, po<strong>de</strong> ter conseqüências a longoprazo nela própria e na socieda<strong>de</strong>. Apesar do progressodos últimos anos, a saú<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento integral e,em certas ocasiões, até a própria vida <strong>de</strong> muitos adolescentese jovens do Continente encontram-se seriamenteameaçados. Diferenciando-se <strong>de</strong> outros grupos <strong>de</strong> população<strong>de</strong> menor ida<strong>de</strong>, os adolescentes e jovens morremprincipalmente em conseqüência <strong>de</strong> atos <strong>de</strong> violência(aci<strong>de</strong>ntes, homicídios e suicídios) que causam, emmédia, 40% das mortes neste grupo. A mortalida<strong>de</strong> émaior no sexo masculino e nos adolescentes e jovensentre 15 e 24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. 6Além das conseqüências éticas e a perda econômicaque representa, a mortalida<strong>de</strong> neste grupo tem repercussõespsicossociais enormes: para cada criança ou adolescenteque morre em conseqüência <strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>nte ou atoviolento, 15 sofrem seqüelas graves e outros 30 ou 40 precisarãotratamento médico, psicológico ou <strong>de</strong> reabilitação.Os aci<strong>de</strong>ntes automobilísticos são a causa principalda morte violenta <strong>de</strong> adolescentes em Íbero-América. Ohomicídio é uma causa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, particularmenteimportante, na Colômbia, on<strong>de</strong> causa 54% das mortesneste grupo etário, em comparação com o Equador on<strong>de</strong>representa apenas 11% do total. 4Ainda que a informação disponível sugira que naAmérica Latina em geral a taxa <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> nas adolescentesseja menor agora do que há 30 anos, esta tendêncianão se manteve durante a última década, e é possívelinclusive que esteja aumentando novamente 4 . Os paísesque têm a taxa <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> adolescente mais alta são:Nicarágua, Honduras, Guatemala, El Salvador e Venezuela.Em geral, os países da América Central têm uma taxa<strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> maior ( 87 x 1000 ) do que os países do Caribe(78 x 1000 ) e os da América do Sul ( 75 x 1000 ) 7 .A fertilida<strong>de</strong> elevada em adolescentes é um problema <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> pública por várias razões. Em primeiro lugar, pelas conseqüênciasnegativas que po<strong>de</strong>m ocasionar aos pais adolescentes,especialmente às mães. Freqüentemente, obriga osjovens a abandonarem a escola, o que diminui consi<strong>de</strong>ravelmenteo tempo <strong>de</strong>dicado às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua formação;estimula a entrada precoce e prejudicial dos jovens no mercado<strong>de</strong> trabalho; implica em riscos para a saú<strong>de</strong>, especialmentequando as gestações acontecem numa ida<strong>de</strong> menor,e conduz a uniões conjugais frágeis. Po<strong>de</strong> haver tambémconseqüências negativas nos filhos <strong>de</strong> pais adolescentes,relacionadas com a imaturida<strong>de</strong> biológica corporal da mãe ea menor condição psicossocial para assumir a criação dos filhos,assim como um risco maior <strong>de</strong> lares <strong>de</strong>sfeitos e <strong>de</strong> múltiplascarências associadas à pobreza.A população adolescente enfrenta os riscos que envolvemuma iniciação precoce das relações sexuais no contexto<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>. Conseqüentemente,problemas como as infecções <strong>de</strong> transmissão sexual quasesempre afetam os adolescentes e as adolescentes <strong>de</strong> formamais severa. Há informação, por exemplo, <strong>de</strong> que anualmente15% <strong>de</strong> adolescentes entre 15 e 19 anos contraemtricomoníase, clamídia, gonorréia ou sífilis 8 .De acordo com um informe recente, 1.660.000 pessoasinfectaram-se com o HIV/AIDS na América Latina, das5


quais aproximadamente 37.600 são meninos e meninas <strong>de</strong>0 a 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 9 . Geralmente, a América Latina apresentaalgumas diferenças no que se refere à evolução daepi<strong>de</strong>mia e taxas <strong>de</strong> infecção mais baixas que em outrasregiões do mundo, ainda que exista uma franca tendênciaao aumento, especialmente na sub-região do Caribe.O flagelo do HIV/AIDS afeta com maior intensida<strong>de</strong> apopulação jovem: meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os casos novos é <strong>de</strong>adolescentes e jovens entre 15 e 24 anos e a média porida<strong>de</strong> dos casos novos tem <strong>de</strong>scido <strong>de</strong> 32 anos, em 1983,para 25 anos, em 1992. Estima-se que do total <strong>de</strong> homensinfectados, 29% no Brasil e 31% em Honduras têm entre 10e 19 anos, e que na República Dominicana, Guatemala,Haiti, Honduras e Panamá, mais <strong>de</strong> 1% da população entre15 e 24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> é soropositivo 4 .perpcpernpcpei6pecr


2.PERSPECTIVA GERAL E SITUAÇÃOATUAL DOS PROGRAMAS DESAÚDE ESCOLAR NA AMÉRICA LATINAE NO CARIBEprogramas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saú<strong>de</strong>participaçãoeducação promoçãoprogramaseducaçãonutrição iniciativa regionalcolaboraçãoprogramassetor saú<strong>de</strong> promoção participanutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção prnutriçãopromoçãoinitiativa regionale colaboração sector saú<strong>de</strong> educaçãparticipação programas nutrição initiativaprogramaseducaçãonutrição iniciativa regional colaboração setor saúdpromoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoçãoeducaçãoparticipação programas nutrição incolaboração setor saú<strong>de</strong> promoção participaregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção prcolaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoção particip


2.1PERSPECTIVA GERALExiste uma trajetória <strong>de</strong> várias décadas <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar na América Latina e no Caribe, e emconsonância com as práticas vigentes em outras regiõesdo mundo. Até a década <strong>de</strong> oitenta e início <strong>de</strong> noventa,tais programas caracterizaram-se por uma forte tendênciaà concentração <strong>de</strong> esforços para melhorar condições<strong>de</strong> higiene e saneamento básico, prevenção <strong>de</strong> doençastransmissíveis, tratamento <strong>de</strong> doenças específicas e realizaçãoperiódica e indiscriminada <strong>de</strong> exames médicos ouprovas <strong>de</strong> triagem (“screening”).Freqüentemente, as comunida<strong>de</strong>s educativas foramsobrecarregadas <strong>de</strong> múltiplas intervenções <strong>de</strong>sarticuladas,dirigidas à solução <strong>de</strong> problemas ou objetivos específicos,sem que houvesse estratégias operativas clarasque facilitassem a integração dos diferentes componentes(políticas, educação para a saú<strong>de</strong>, serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> enutrição, etc.) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um marco conceitual que permitisseavançar na conquista <strong>de</strong> objetivos comuns e relevantespara os diferentes setores, especialmente saú<strong>de</strong> eeducação.Tradicionalmente, os programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolareram consi<strong>de</strong>rados responsabilida<strong>de</strong> exclusiva do setorsaú<strong>de</strong> e as escolas como simples “receptoras passivas”das intervenções, quase sempre esporádicas (jornadas <strong>de</strong>vacinação, campanhas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, palestras ou conferênciassobre doenças específicas, entre outras) e realizadaspor agentes externos à comunida<strong>de</strong> educativa.É evi<strong>de</strong>nte que o contexto <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo vertical,“medicalizado” e “assistencialista”, no qual as escolaseram consi<strong>de</strong>radas pontos passivos (“populações submissas”)das ações do setor saú<strong>de</strong>, nem os integrantes daprópria comunida<strong>de</strong> escolar, nem as equipes locais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> ou outros membros da comunida<strong>de</strong> em geral exerciammaior influência nas <strong>de</strong>cisões sobre o conteúdo ouenfoque <strong>de</strong> tais intervenções 10 . Freqüentemente, os programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar mostravam as priorida<strong>de</strong>s dasadministrações centrais ou agências financiadoras, aoinvés das verda<strong>de</strong>iras necessida<strong>de</strong>s ou expectativas dascomunida<strong>de</strong>s escolares.No marco <strong>de</strong>ste enfoque “medicalizado” – com ênfasenas ações <strong>de</strong> caráter preventivo e assistencial – a saú<strong>de</strong> dapopulação escolar continuava sendo compreendida maisem termos <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> doença, do que como o resultado<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> transformação coletiva dos fatores<strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o bem-estar, no qual osprofissionais da saú<strong>de</strong> e todos os membros da comunida<strong>de</strong>escolar po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem converter-se em atores ativos.A educação para a saú<strong>de</strong>, que <strong>de</strong> uma ou outra formasempre fez parte dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nas escolas,caracterizou-se fundamentalmente pela transmissão didática<strong>de</strong> informação sobre temas isolados (relacionados, geralmente,com doenças específicas ou aspectos físicos dasaú<strong>de</strong>) e não como o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s ou<strong>de</strong>strezas para viver uma vida plena e saudável. Ainda haviauma gran<strong>de</strong> omissão em incluir nos programas educativoscertos temas como sexualida<strong>de</strong> humana ou saú<strong>de</strong> mental;além disso, temas como suicídio ou violência não eramconsi<strong>de</strong>rados assuntos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública 11 .De fato, os resultados <strong>de</strong> uma análise comparativarealizada ao final dos anos oitenta, incluindo mais <strong>de</strong> trintaestudos <strong>de</strong> caso em 20 países da Região das Américas,9


mostraram que os conteúdos, os enfoques educativos e ametodologia da educação para a saú<strong>de</strong> nos diversos paísesque participaram eram verticais, baseados nos danosà saú<strong>de</strong> e nas causas <strong>de</strong> doença e morte. O estudo tambémrevelou a falta <strong>de</strong> enfoques novos para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> materiais educativos 12 .Ainda que no início do Novo Milênio estas tendênciasnão tenham <strong>de</strong>saparecido por completo dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar na América Latina e no Caribe, é indiscutívelque progressos consi<strong>de</strong>ráveis vem sendo obtidosem todos os países, na direção <strong>de</strong> um enfoque integral dasaú<strong>de</strong> nas escolas. Durante as últimas duas décadas, aRegião tem sido cenário <strong>de</strong> processos importantes <strong>de</strong>transformação e mudanças que espelham as mega-tendênciasrelacionadas com a globalização e internacionalizaçãoda economia, as estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e<strong>de</strong>sconcentração do po<strong>de</strong>r, a redução do aparato estatal,a crise dos paradigmas em saú<strong>de</strong> e a abertura <strong>de</strong> novos ecrescentes espaços <strong>de</strong> participação social. De umamaneira ou <strong>de</strong> outra, todos estes fatores incidiram na forma<strong>de</strong> conceber a saú<strong>de</strong> pública em geral, assim como asaú<strong>de</strong> escolar e a prestação <strong>de</strong> ditos serviços.As reformas dos setores saú<strong>de</strong> e educação, pelasquais estão atravessando a maioria dos países nas Américas,têm fortalecido a estratégia <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,estimulando a flexibilida<strong>de</strong> nos currículos escolares eaumentando a autonomia das comunida<strong>de</strong>s escolares,criando assim novas oportunida<strong>de</strong>s e espaços institucionaispara os programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar com enfoqueintegral.A mudança <strong>de</strong> paradigmas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> significou, entreoutras coisas, um consenso maior sobre a estreita relaçãoentre saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento. A saú<strong>de</strong> é consi<strong>de</strong>radaagora não apenas um componente fundamental do processo<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, como também, essencialmente,sua razão <strong>de</strong> ser 13 . A partir <strong>de</strong>sta perspectiva, a saú<strong>de</strong> éantes <strong>de</strong> tudo um processo social, já que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> e éresultante <strong>de</strong> todas aquelas ações que realizam, a favorou contra, os diversos atores sociais e políticos que intervêmsobre as condições <strong>de</strong> vida da população. A diminuiçãodos níveis <strong>de</strong> pobreza e o progresso no<strong>de</strong>senvolvimento econômico dos países só são possíveisquando os cidadãos têm a liberda<strong>de</strong> ou a oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> acesso à educação básica e ao cuidado da saú<strong>de</strong> 14 .A tendência à <strong>de</strong>scentralização e <strong>de</strong>sconcentração dopo<strong>de</strong>r, que re<strong>de</strong>fine o papel do Estado no âmbito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,também tem contribuído para <strong>de</strong>stacar a importância<strong>de</strong> novos atores e espaços na gestão do saudável, no marcodas territorialida<strong>de</strong>s e no setor privado. A <strong>de</strong>finição donovo papel do Estado conduziu à reflexão sobre as relaçõesentre este, a <strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong> seus papéis e a participaçãoda população na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Isto temimplicado no fortalecimento das comunida<strong>de</strong>s ou espaçoslocais*, no reconhecimento <strong>de</strong> suas particularida<strong>de</strong>s étnicase culturais, na luta por um grau maior <strong>de</strong> autonomia ena <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> uma maior participação das mesmas no<strong>de</strong>senvolvimento das políticas e programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.É no meio <strong>de</strong>ste panorama complexo <strong>de</strong> novas relaçõese formas <strong>de</strong> administração pública e <strong>de</strong> uma nova* É no nível local on<strong>de</strong> tem lugar boa parte das ações <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e praticamente, todas as ações <strong>de</strong> prevenção e recuperação, poisalém <strong>de</strong> ser a realida<strong>de</strong> local – proximida<strong>de</strong> da vida diária das pessoas– é on<strong>de</strong> se produzem e se resolvem a maioria dos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>da população, sujeito e objeto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.10


visão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletiva na América Latina e no Caribe,que o papel crucial das comunida<strong>de</strong>s escolares no melhoramentodas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem-estar e <strong>de</strong>senvolvimentointegral <strong>de</strong> meninos, meninas e jovens vemadquirindo progressivamente maior reconhecimento eprotagonismo.A Iniciativa Regional da Organização Pan-Americana <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> tem contribuído <strong>de</strong> forma ininterrupta, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seulançamento em 1995, para a difusão em todos os EstadosMembros do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (EPS)como uma estratégia integral e integradora para o fornecimento<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar que transcendam aatenção médica tradicional e se fundamentem em ações<strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> no âmbito escolar.A Terceira Reunião da Re<strong>de</strong> Latino-Americana <strong>de</strong><strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (Quito, <strong>de</strong> 10 a 13 <strong>de</strong> setembro<strong>de</strong> 2002) colocou em evidência que, na atualida<strong>de</strong>,todas as sub-regiões e países do Continente são, semexceção e em maior ou menor grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,cenários <strong>de</strong> experiência e inovações importantes em saú<strong>de</strong>escolar com enfoque integral.Na América Central, por exemplo, além da execuçãoda estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em quasetodos os países da sub-região, faz dois anos que se vemtrabalhando na articulação da mencionada estratégia e ocomponente <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Nutricional como <strong>de</strong>senvolvimento humano sustentável, nos âmbitosregional, nacional e municipal. Esta iniciativa foi apresentadae aprovada na V Reunião Regular do Conselho Educativoe Cultural Centro-Americano (CECC), organizadaem Antigua, Guatemala, <strong>de</strong> 06 a 08 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002.Um esforço conjunto da OPS/OMS e do Instituto <strong>de</strong>Nutrição <strong>de</strong> Centro América e Panamá (INCAP) permitiurecentemente completar a documentação da experiência<strong>de</strong> sete países da sub-região* na implementação da estratégia<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 15 .No Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, o “Projeto nesta Escolaeu Fico”, que começou a se <strong>de</strong>senvolver em 1999 nas comunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> baixa renda, procura melhorar o ambiente <strong>de</strong>aprendizagem nas escolas <strong>de</strong>sfavorecidas mediante umacombinação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s artísticas, esportivas e culturais,<strong>de</strong>ntro do contexto histórico e social da comunida<strong>de</strong>. Oprojeto, que atualmente conta com uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 120 <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, está avançando gradativamenteem direção à consolidação dos mecanismos necessáriospara transformar-se numa gran<strong>de</strong> iniciativa que cubra toda are<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas públicas municipais 16 .No Chile, o Ministério da Educação realizou um programaintegral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar que oferece exames gratuitos<strong>de</strong> postura, audição e visão, junto com outrosbenefícios. Os docentes têm a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizaro primeiro exame nas crianças, mecanismo que temsido um fator <strong>de</strong> suma importância para garantir a igualda<strong>de</strong><strong>de</strong> acesso aos serviços do programa, assim comopara o sucesso do tratamento diário dado aos estudantese dos serviços <strong>de</strong> acompanhamento 17 .Em Barbados, Chile, Colômbia e Costa Rica vem-setrabalhando na educação em habilida<strong>de</strong>s psicossociais(Habilida<strong>de</strong>s para a Vida) como um componente importantedos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar e nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>educação para a saú<strong>de</strong> das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.* Belice, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua ePanamá.11


Por sua parte, os países <strong>de</strong> fala inglesa da região doCaribe, associados hoje em dia na Comunida<strong>de</strong> Caribenha*(CARICOM), também constituem, na atualida<strong>de</strong>, umasub-região do Continente muito ativa no campo da promoção<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbito escolar.Nos últimos 15 anos, tem havido um reconhecimentomaior do impacto negativo que po<strong>de</strong>m ter sobre a saú<strong>de</strong>,o bem-estar, o <strong>de</strong>senvolvimento e as oportunida<strong>de</strong>s parao aprendizado da população infantil e juvenil do Caribe,os fatores <strong>de</strong> risco e as novas ameaças relacionadas comas mudanças complexas nos padrões sócio-econômicos eculturais que experimentam as famílias e as comunida<strong>de</strong>scaribenhas em geral. Conseqüentemente, produziu-setambém uma aceitação progressiva, por parte dos setoressaú<strong>de</strong> e educação, da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fortalecer o papelda escola na reformulação dos valores e práticas relacionadascom a saú<strong>de</strong> 18 .Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentar esta situação, e aomesmo tempo evitar a falta <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação intersetoriale interagencial, e a duplicação <strong>de</strong> ações que caracterizoudiversas intervenções no passado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 <strong>de</strong>u-seandamento, em vários países membros do CARICOM, auma iniciativa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação para a saú<strong>de</strong> no âmbitoescolar (“Health and Family Life Education”- HFLE),coor<strong>de</strong>nada pela UNICEF, e que conta com o apoio técnicoda Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong> e o respaldodos Ministérios da Saú<strong>de</strong> e da Educação 19 .Seguem alguns dos aspectos mais relevantes <strong>de</strong>staIniciativa 19 :* Na atualida<strong>de</strong>, o corpo <strong>de</strong> membros em CARICOM inclui não só ospaíses <strong>de</strong> fala inglesa da Região do Caribe, mas também os membrosassociados, constituídos pelos territórios britânicos <strong>de</strong> ultramar, Haiti eSuriname.· Promoção da coor<strong>de</strong>nação e colaboração multissetorial,assim como uma compreensão maior sobre a saú<strong>de</strong>escolar e a educação para a vida em família.· Realização <strong>de</strong> uma análise das necessida<strong>de</strong>s em cincopaíses, e <strong>de</strong> uma investigação sobre a saú<strong>de</strong> dos adolescentesem nove países.· Desenvolvimento <strong>de</strong> um novo marco conceitual noqual são fundamentadas as ações <strong>de</strong> educação para asaú<strong>de</strong> e a vida em família, com ênfase no enfoque <strong>de</strong>habilida<strong>de</strong>s e a criação <strong>de</strong> ambientes <strong>de</strong> apoio. Omarco conceitual procura con<strong>de</strong>nsar e re-enfocarmúltiplos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, próprios dos escolaresem cinco gran<strong>de</strong>s áreas temáticas:• alimentação saudável e bom estado físico;• proteção da saú<strong>de</strong> sexual e reprodutiva;• <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s para o manejo domundo emocional e as relações interpessoais;• manejo do meio ambiente;• conservação <strong>de</strong> estilos <strong>de</strong> vida e ambientes maissaudáveis.· Advocacia das intervenções na saú<strong>de</strong> e no âmbitoescolar e educação para a vida em família, e apoiopara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> políticas do setor saú<strong>de</strong>em oito países, mediante a realização <strong>de</strong> oficinas intersetoriais(com a inclusão <strong>de</strong> organizações não governamentaise universida<strong>de</strong>s da Região) e estímulo ao diálogo.· Capacitação <strong>de</strong> docentes e educadores <strong>de</strong> adultos nacomunida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> aumentar a capacida<strong>de</strong> dorecurso humano na aplicação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong>ntroda educação em habilida<strong>de</strong>s para a vida, e garantira sustentação da Iniciativa.12


· Criação <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> dados sobre os materiais educativos<strong>de</strong> apoio disponíveis na Região do Caribe.No futuro, a Iniciativa Caribenha <strong>de</strong>verá enfrentar<strong>de</strong>safios como 19 :· Desenvolver argumentos sólidos que facilitem a coor<strong>de</strong>naçãomultissetorial, a advocacia, a ampliação e ofortalecimento das políticas e o apoio da Iniciativa <strong>de</strong>educação para a saú<strong>de</strong> e a vida em família.· Revitalizar e fortalecer os mecanismos que garantama continuida<strong>de</strong> da coor<strong>de</strong>nação multissetorial noâmbito nacional, especialmente a plena participaçãodo setor educação.· Revisar o <strong>de</strong>senho da estratégia <strong>de</strong> capacitação econtinuá-la, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a integraçãodo enfoque <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s para a vida nas universida<strong>de</strong>se centros <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> docentes.· Desenvolver normas e padrões que sirvam como pontos<strong>de</strong> referência para i<strong>de</strong>ntificar e orientar os paísesem relação às habilida<strong>de</strong>s e conhecimentos, e o apoiomínimo requerido para a conquista dos objetivos daIniciativa <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> e a vida em família.· Continuar <strong>de</strong>senvolvendo a base <strong>de</strong> dados sobre osmateriais <strong>de</strong> apoio disponíveis no Caribe.2.2SITUAÇÃO ATUAL DOSPROGRAMAS DE SAÚDEESCOLARCom a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer o estado atual <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoda Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(IREPS) e dispor <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> dados que permita realizarfuturas análises comparativas e uma planificação <strong>de</strong> acordocom as necessida<strong>de</strong>s dos Estados Membros, a IREPS, Programa<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família e População, Divisão <strong>de</strong> Promoção eProteção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong><strong>de</strong>linearam e aplicaram, no ano 2001, uma pesquisa (“As <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na América Latina”) <strong>de</strong> caráter autoadministrativo,em 19 países da América Latina e do Caribe 20 .O questionário, respondido por 17 países* (porcentagem<strong>de</strong> resposta <strong>de</strong> 90%), foi estruturado com base nasseguintes dimensões: informação geral sobre o contextodo país, políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar, coor<strong>de</strong>nação intersetorial,capacitação, pesquisa e avaliação, financiamento,educação para a saú<strong>de</strong>, ambientes saudáveis, serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e alimentação, participação e publicações.Na tabela, a seguir, apresenta-se uma síntese dos principaisresultados e conclusões da pesquisa, com base nainformação fornecida pelos 17 países que a respon<strong>de</strong>ram.* Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador,El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru,República Dominicana e Uruguai.13


AS ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDENA AMÉRICA LATINARESULTADO DA PESQUISA 2001 20VariáveisPrincipais achados e conclusõesComentários adicionaisPolíticas e planosnacionais <strong>de</strong>promoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> dapopulação emida<strong>de</strong> escolar· 94% dos países contam com políticas orientadasà promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população em ida<strong>de</strong>escolar e em 82% <strong>de</strong>les existem políticasespecíficas relacionadas com a estratégia <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (EPS).· 82% dos países dispõem <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar (principalmente <strong>de</strong> aplicação em escolasprimárias) e 57% <strong>de</strong>stes incluem ações relacionadascom os três componentes daestratégia EPS ( educação para a saú<strong>de</strong>, criação<strong>de</strong> ambientes saudáveis e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> enutrição).· A existência <strong>de</strong> políticas públicas, normas técnicase científicas e planos <strong>de</strong> ação dirigidos especificamenteà promoção e atenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dapopulação infantil e juvenil em ida<strong>de</strong> escolarconstituem um indicador do grau <strong>de</strong> posicionamentoda saú<strong>de</strong> escolar nas agendas públicas esanitárias dos países da Região.· 94% dos países contam hoje em dia com programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar ,Financiamento <strong>de</strong>programas eativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar· Apenas 30% dos países informaram que dispõem<strong>de</strong> orçamentos específicos para financiar osprogramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.· As organizações não governamentais (nacionaisou locais) apóiam o financiamento <strong>de</strong> tais ativida<strong>de</strong>sem 71% dos casos.· Nem sempre o reconhecimento da saú<strong>de</strong> escolarcomo um tema importante ou a existência<strong>de</strong> políticas nacionais significam a consignaçãodos recursos necessários.· É evi<strong>de</strong>nte o papel crucial que <strong>de</strong>sempenham asONG no <strong>de</strong>senvolvimento dos programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar nos países; por isso, a sua partici-14


· Menos <strong>de</strong> um terço dos países (29,4%) informouempréstimos ou financiamento <strong>de</strong> organismosinternacionais como o Banco Mundial ou o BancoInteramericano <strong>de</strong> Desenvolvimento (BID)para o apoio dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.pação (mediante alianças estratégicas ou outrosmecanismos) <strong>de</strong>ve sempre ser consi<strong>de</strong>rada nosplanos <strong>de</strong> ação.Mecanismos <strong>de</strong>coor<strong>de</strong>naçãomultissetorial parao apoio dapromoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> no âmbitoescolar· 65% dos países têm Comissões Nacionais Mistas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar, porcentagem que se eleva a75% quando são consi<strong>de</strong>radas outras modalida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> trabalho intersetorial diferentes dascomissões (por exemplo, comitês técnicosintersetoriais ou grupos mistos) que estão emfuncionamento nos países.· Em geral, a formação <strong>de</strong> Comissões NacionaisMistas <strong>de</strong>monstrou ser um mecanismo facilitadorda coor<strong>de</strong>nação intersetorial embora emcertas ocasiões, seu enfoque ou o dos acordosentre os ministérios ser <strong>de</strong>masiado “burocratizado”e pouco efetivo. 17· Os países i<strong>de</strong>ntificaram a dificulda<strong>de</strong> para o trabalhointersetorial como uma das principaisbarreiras que ainda persistem para o <strong>de</strong>senvolvimentoda estratégia EPS, razão pela qual serequer consolidar os mecanismos formais existentese explorar novas formas <strong>de</strong> fortalecer acoor<strong>de</strong>nação multissetorial efetiva.Grau <strong>de</strong> difusãodo enfoque <strong>de</strong><strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (EPS)· 94% dos países estão <strong>de</strong>senvolvendo a estratégiaEPS.· Em quase todos os casos (90%) a estratégia EPSimplementa-se nas escolas públicas <strong>de</strong> educaçãoprimária nas zonas urbanas.· Uma conquista importante da Iniciativa Regionalé ter contribuído, nos 7 anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seulançamento, para a difusão continental domo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> comoestratégia para a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbitoescolar.· O grau <strong>de</strong> difusão da estratégia (estimado na proporção<strong>de</strong> EPS em relação ao total <strong>de</strong> escolas) ébastante heterogêneo, com média <strong>de</strong> 16,3%.· Enquanto que em alguns países, como o Paraguai,a estratégia ainda se encontra numa etapa· É importante continuar fortalecendo a difusãoda estratégia no interior dos países, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> aumentar a cobertura nacional dasEPS.15


inicial, em outros, como o Chile, Colômbia, ElSalvador ou México, as EPS alcançaram umadifusão nacional maior. Em El Salvador, porexemplo, o programa <strong>de</strong> “<strong>Escolas</strong> Saudáveis”teve a cobertura aumentada <strong>de</strong> 124 escolas, no“Departamento <strong>de</strong> La Libertad” em 1996, para3.593 escolas, em quatorze <strong>de</strong>partamentos, em1999. 17Conformação eparticipação nasre<strong>de</strong>s Nacionais eInternacionais <strong>de</strong>EPS· 29% dos países conformaram re<strong>de</strong>s nacionais <strong>de</strong>EPS.· 47% dos países participam atualmente na Re<strong>de</strong>Latino-Americana <strong>de</strong> EPS.· Ë necessário estimular a criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s nacionais<strong>de</strong> EPS nos países on<strong>de</strong> ainda não foramconformadas, assim como dinamizar a gestãodas já existentes, incluídas as Latino-Americanae Caribenha.· Convém <strong>de</strong>stacar que, em alguns casos, comoocorre há 4 anos nos países da América Centralainda que não se tenha constituído formalmenteuma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> EPS , na prática se <strong>de</strong>senvolvemmecanismos efetivos <strong>de</strong> intercâmbio <strong>de</strong> experiênciase cooperação horizonta.Componentes dosprogramas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar· A oferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbito escolarnos países da Região é ampla e inclui ações eintervenções relacionadas com: implementação<strong>de</strong> políticas saudáveis, criação <strong>de</strong> ambientesescolares saudáveis, promoção e educação paraa saú<strong>de</strong>, serviços escolares preventivos e <strong>de</strong>atenção da doença e programas <strong>de</strong> nutrição ecomplementação alimentar (ver a <strong>de</strong>scrição<strong>de</strong>talhada dos resultados por componente, nos4 itens seguintes, (sombreados da tabela). Mas,o enfoque, o conteúdo e a articulação <strong>de</strong>stes· O conteúdo dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolarnos países da Região é heterogêneo e, em muitoscasos, não há um consenso claro sobre oscomponentes que <strong>de</strong>vem ser incluídos em taisprogramas. 1716


elementos diferentes variam consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong> umlugar para outro.Políticas saudáveisno âmbito escolar· 70% dos países informaram que existem políticas encaminhadaspara evitar o tabagismo na escola e em 64% háprogramas <strong>de</strong> prevenção à violência no âmbito escolar.Ambientes escolaresSaudáveis· A informação específica disponível na maioria dos países, sobre as condições <strong>de</strong> higiene e saneamento básiconas escolas , é escassa e <strong>de</strong>ficiente.· Há gran<strong>de</strong>s disparida<strong>de</strong>s entre os países da Região emrelação a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas que têm acesso à águae água potável, e pelo menos na meta<strong>de</strong> dos que dispõem<strong>de</strong>sta informação, a cobertura <strong>de</strong> tais serviços ébaixa ou insatisfatória.· Cada vez mais, há clareza sobre a enormeimportância que têm os ambientes escolaresfísico e psicossocial na saú<strong>de</strong> integral(incluída a nutrição) e o aprendizadodos estudantes 21 , razão pela qual é necessárionão apenas continuar trabalhandono <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste componente,mas também no sistema <strong>de</strong> monitoramentoe avaliação das ações.Educação para asaú<strong>de</strong>· 100% dos países informaram que a educação para a saú<strong>de</strong>está incluída nos programas escolares, quase sempre(88%) como um eixo transversal.· Existe uma gama muito ampla <strong>de</strong> temas tratados nasativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong>, por exemplo: uso<strong>de</strong> drogas (94%); higiene pessoal, saú<strong>de</strong> sexual e reprodutiva,educação física e esportes (88%); HIV/AIDS, alimentaçãoe nutrição, utilização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>(82%); auto-estima, imunizações, manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios,habilida<strong>de</strong>s para a vida (70%).· Vale a pena <strong>de</strong>stacar a difusão crescenteque teve a educação em habilida<strong>de</strong>spara a vida em muitos países da Região,em alguns dos quais como México,Costa Rica, Colômbia, Chile ou Argentinaconta-se agora com projetos <strong>de</strong>vários anos <strong>de</strong> duração, que estão permitindoacumular experiências e liçõesmuito valiosas sobre a aplicação <strong>de</strong>steenfoque no contexto específico daAmérica Latina.· A maior parte dos países informou que os programasescolares incluem ativida<strong>de</strong>s para a prática do exercíciofísico e a recreação (76% contam com programas específicos,e em 86% dos casos o tema é abordado comoum conteúdo curricular).17


Ofertas <strong>de</strong> serviçosescolarespreventivos,atenção à doença enutrição oucomplementaçãonutricional· 76% dos países contam com pautas <strong>de</strong>finidaspelos Ministérios da Saú<strong>de</strong> ou Educação sobreos serviços médicos que a população escolar<strong>de</strong>ve receber, os quais quase sempre incluemcontroles médicos periódicos e vacinação e,numa proporção muito baixa, outras intervençõescomo: <strong>de</strong>tecção precoce da escoliose,atendimento psicológico ou tratamento ginecológico.· Ainda que não se possa generalizar, a prestação<strong>de</strong>stes serviços ten<strong>de</strong> a se realizar combinandomodalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro e fora da escola, e geralmente,são os profissionais <strong>de</strong> setor saú<strong>de</strong> osresponsáveis pela coor<strong>de</strong>nação dos mesmos.· Os docentes também cumprem importantesfunções na prestação <strong>de</strong>stes serviços, especialmentenas ativida<strong>de</strong>s relacionadas com a <strong>de</strong>tecçãoprecoce <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> comportamento,dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado ou doenças físicase a <strong>de</strong>rivação para a valorização ou tratamentoespecializado; parecem estar realizando controles<strong>de</strong> peso e altura, ou triagem (“screening”)visual ou auditiva em menor proporção.· Os programas <strong>de</strong> nutrição ou complementaçãoalimentar também estiveram, quase sempre,estreitamente relacionados com os programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar. Em países como El Salvador, Bolívia,Brasil, Equador, e em algumas províncias daArgentina existe uma legislação específica queinclui ditos programas como parte das estratégiasnacionais <strong>de</strong> segurança alimentar, enquanto que· Um estudo recente <strong>de</strong>staca o fato <strong>de</strong> que apesardas provas <strong>de</strong> triagem terem feito parte datradição dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar emmuitos países da Região, durante décadas, existeagora uma forte tendência para exploraralternativas mais efetivas frente à práticacomum <strong>de</strong> triagem universal, indiscriminada, eque não se faz acompanhar dos respectivosmecanismos <strong>de</strong> referência e solução <strong>de</strong>finitivados problemas <strong>de</strong>tectados 17 .· A maior parte dos países conta com uma elevadaporcentagem <strong>de</strong> escolas que possuem refeitóriosescolares, o que <strong>de</strong>staca a oportunida<strong>de</strong>que têm as EPS <strong>de</strong> realizar ações relacionadascom a nutrição e a educação nos hábitos alimentares.· Em El Salvador colocou-se à prova uma modalida<strong>de</strong>diferente que consiste na entrega <strong>de</strong> umbônus alimentar, transferível a organizaçõescomunitárias ou escolares para sua administraçãoe a compra local da merenda escolar. A avaliação<strong>de</strong>sta iniciativa mostrou que o uso dobônus, no lugar da entrega <strong>de</strong> alimentos crus, éum incentivo para a economia local, além <strong>de</strong>permitir uma variação maior no cardápio 22 .18


outros esquemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong>stes programas17 estão tão sendo postos à prova.Formação <strong>de</strong>recursos humanosem promoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> no âmbitoescolar· 70% dos países informaram a existência <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> profissionais emtemas relacionados com a saú<strong>de</strong> escolar aindaque, apenas Cuba, Equador e México contemcom uma especialização aprovada nesse campo.· Os profissionais que mais se capacitam nestestemas pertencem à área da saú<strong>de</strong> (enfermageme medicina), embora em 65% dos países já existamdocentes com formação específica em saú<strong>de</strong>escolar ou os que são responsáveis pelaestratégia EPS, a maioria <strong>de</strong>les vinculada aoâmbito da educação primária.· Um estudo recente <strong>de</strong>stacou experiênciasinteressantes e inovadoras nesta área queestão sendo levadas adiante em algumasregiões do continente. No Chile, por exemplo,<strong>de</strong>senvolveram-se programas específicos paraa formação <strong>de</strong> docentes, <strong>de</strong> profissionais dasaú<strong>de</strong> e inclusive um programa <strong>de</strong> educaçãoa distância 17 .Monitoramento,acompanhamentoe avaliação dosprogramas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolarInvestigação· Ainda que quase 71% dos países tenham respondidoque dispõem <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> avaliação daestratégia EPS (principalmente do tipo qualitativo,<strong>de</strong> processo e resultado ou fontes <strong>de</strong> avaliaçãoou acompanhamento), só alguns têmmo<strong>de</strong>los disponíveis para a avaliação do impacto.Quase todos os países mencionaram anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar e aplicar tais mecanismos<strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> forma mais sistemática.· A porcentagem <strong>de</strong> países que informaram sobreprojetos <strong>de</strong> investigação em temas relacionadoscom a promoção da saú<strong>de</strong> no âmbito escol ébaixo (41,2%), assim como os que dispõem <strong>de</strong>sistemas <strong>de</strong> vigilância <strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong>risco em escolares (35%) ou realizaram pesquisassobre práticas <strong>de</strong> risco (41,2%).· O acompanhamento e a avaliação continuam sendoo “tendão <strong>de</strong> Aquiles” <strong>de</strong> muitos programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar e nutrição, na maioria dos países.· O resultado claro é que a informação fundamentadacientificamente sobre intervenções bemsucedidas no âmbito escolar e proveniente dospaíses da América Latina e do Caribe é escassa,ao contrário da originada nos Estados Unidos daAmérica do Norte e na Europa. Não é apenas anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar mais e documentarmelhor as experiências, mas sim fazer melhoruso da informação já existente e que ela estejadisponível a um número maior <strong>de</strong> pessoas. Foisugerido, por exemplo, usar a Internet criativamenteno campo da saú<strong>de</strong> escolar como um dosmeios <strong>de</strong> divulgar informação relevante 14 .19


Principais barreiras (em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> importância)para o <strong>de</strong>senvolvimento da estratégia <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com a informação <strong>de</strong>pesquisa regional:· Escassez <strong>de</strong> recursos humanos (equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> eeducação sobrecarregadas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s) e financeiros.• Baixo grau <strong>de</strong> consciência dos lí<strong>de</strong>res políticos sobrea importância dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar, e insuficienterespaldo aos mesmos.• Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar <strong>de</strong> forma coor<strong>de</strong>nada comoutros setores.• Infra-estrutura ina<strong>de</strong>quada ou insuficiente.• Problemas relacionados com a administração pública(burocracia, <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> das equipes técnicas epouca sustentação dos projetos).• Capacitação insatisfatória <strong>de</strong> recursos humanos.· Capacitar recursos humanos em promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>no âmbito escolar.· Institucionalizar a estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>.· Propiciar o intercâmbio <strong>de</strong> experiências.· Melhorar os mecanismos <strong>de</strong> acompanhamento esupervisão das escolas participantes.· Melhorar o abastecimento <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> apoiodidático às escolas.· Fortalecer a participação comunitária nas escolas.· Aumentar a difusão da estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; e· Melhorar os processos <strong>de</strong> acreditação e certificaçãodas <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.• Dificulda<strong>de</strong> para inserir a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nosprogramas escolares.Ações prioritárias (em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> importância)para o fortalecimento da estratégia <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com a informação <strong>de</strong>pesquisa regional:· Aumentar a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos humanos efinanceiros· Consolidar e melhorar os mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>naçãointersetorial.20


3.A INICIATIVA REGIONAL ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDEprogramas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saú<strong>de</strong>participaçãoeducação promoçãoprogramaseducaçãonutrição iniciativa regionalcolaboraçãoprogramassetor saú<strong>de</strong> promoção participanutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção prpromoçãonutrição initiativa regionale colaboração sector saú<strong>de</strong> educaçãparticipação programas nutrição initiativacolaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoção participrogramaseducaçãonutrição iniciativa regional colaboração setor saúdpromoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoçãoeducaçãoparticipação programas nutrição incolaboração setor saú<strong>de</strong> promoção participaregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção pr


3.1COMO SURGIUE EM QUE CONSISTEA INICIATIVA?A educação para a saú<strong>de</strong> no âmbito escolar é um direitofundamental <strong>de</strong> todos os meninos e meninas. A saú<strong>de</strong> estáentranhavelmente ligada ao aproveitamento escolar, à qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida e à produtivida<strong>de</strong> econômica. Ao adquirirem econstruírem conhecimentos sobre a saú<strong>de</strong> infantil e a juventu<strong>de</strong>,são adquiridos valores, aptidões, <strong>de</strong>strezas e práticasnecessárias para a vida sã. No processo a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>formar e fortalecer comportamentos e hábitos salutares éadquirida. Neste sentido, meninos, meninas, e jovens se transformamem sujeitos capazes <strong>de</strong> influenciar mudanças embenefício da saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas comunida<strong>de</strong>s.OPAS, 1995 23A Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> daOrganização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong> surgiu formalmenteem 1995, em resposta à situação dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar, i<strong>de</strong>ntificados nos países da Região dasAméricas, e como resultado do compromisso da Organização<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> oitenta, com a promoção e aeducação para a saú<strong>de</strong> com enfoque integral no âmbitoescolar 24 .A iniciativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e fortalecer a promoçãoe a educação para a saú<strong>de</strong> nas escolas, com uma perspectivaintegral e a partir da experiência Latino-Americana,foi proposta pela Organização e aceita durante aReunião <strong>de</strong> Consulta sobre este tema, realizada em 1993em Costa Rica. A reunião foi assistida por representantesdos setores, saú<strong>de</strong> e educação <strong>de</strong> 12 países e membros <strong>de</strong>organizações internacionais como: UNICEF, UNESCO,UNFPA, e a União Internacional <strong>de</strong> Promoção e Educaçãopara a Saú<strong>de</strong> 23 – UIPES. Nesta reunião foram feitas recomendaçõesaos Governos dos Estados Membros para o<strong>de</strong>senvolvimento da Iniciativa Regional, e estabelecidosseus propósitos e ações principais*.A Iniciativa, que por sua vez se constitui no amplocontexto do enfoque regional <strong>de</strong> municípios e comunida<strong>de</strong>spela saú<strong>de</strong> 25 , <strong>de</strong>stina-se a facilitar a articulação e* As memórias completas da Reunião <strong>de</strong> Consulta realizada naUniversida<strong>de</strong> Nacional Heredia, Costa Rica (1993), inclusive as recomendaçõesaos Estados Membros na Região das Américas, aparecem consignadasna publicação “Educação para a Saú<strong>de</strong> no Âmbito Escolar: UmaPerspectiva Integral” (OPS / OMS Série HSS / SILOS No. 37, 1995).mobilização multissetorial <strong>de</strong> recursos regionais, subregionaise nacionais <strong>de</strong>stinados à promoção da saú<strong>de</strong>nas comunida<strong>de</strong>s educativas mediante a Estratégia <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoiar acriação <strong>de</strong> condições propícias ao aprendizado e <strong>de</strong>senvolvimentohumano integral, a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida e o bem-estar coletivo dos meninos, meninas, jovense <strong>de</strong>mais membros das comunida<strong>de</strong>s educativas.A Iniciativa se fundamenta numa visão integral e noenfoque multidisciplinar que consi<strong>de</strong>ra as pessoas nocontexto <strong>de</strong> sua vida cotidiana na família, na comunida<strong>de</strong>e na socieda<strong>de</strong>. Fomenta o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> conhecimentos,capacida<strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s para que as pessoaspossam cuidar da sua saú<strong>de</strong> e a dos outros, reduzindo aomínimo os comportamentos <strong>de</strong> risco. Promove uma análisecrítica e reflexiva <strong>de</strong> valores, comportamentos, condiçõessociais e modos <strong>de</strong> vida, com o objetivo <strong>de</strong>fortalecer aqueles fatores que favorecem a saú<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimentohumano, e <strong>de</strong> ajudar os membros da comunida<strong>de</strong>escolar a tomar <strong>de</strong>cisões para promover a própria26, 27saú<strong>de</strong> e a dos <strong>de</strong>mais.A Iniciativa Regional contribui para estabelecer relaçõessociais <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> entre os sexos, ao alentar oespírito cívico e a <strong>de</strong>mocracia e ao reforçar as tradições<strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e espírito comunitário. Advoga a promoçãoe proteção dos direitos humanos nas escolas e asliberda<strong>de</strong>s fundamentais, em conformida<strong>de</strong> com as regrasinternacionais, gerais e padronizadas dos direitos humanosque protegem meninos, meninas, adolescentes e23


jovens*, em especial aqueles que se encontram em situações<strong>de</strong> maior vulnerabilida<strong>de</strong> (a população infantil ejuvenil com <strong>de</strong>ficiências físicas ou mentais, ou ainda emcaso <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos forçados, por exemplo).3.2ESTRATÉGIA OPERATIVADA ORGANIZAÇÃO PARAPÔR EM ANDAMENTO AINICIATIVA REGIONALDes<strong>de</strong> seu lançamento formal, em 1995, a estratégiaoperativa da OPS/OMS para a implementação daIniciativa nas Américas tem focalizado seus esforços nasseguintes linhas <strong>de</strong> ação prioritárias:· Advocacia dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar com enfoqueintegral e difusão do conceito <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nos países da Região, mediante arealização <strong>de</strong> reuniões regionais e sub-regionais, ela-* Organismos internacionais diferentes estabeleceram padrões especiaispara a promoção e proteção dos direitos civis, políticos, econômicos,sociais e culturais e as liberda<strong>de</strong>s fundamentais <strong>de</strong> meninos,meninas, adolescentes e jovens (Declaração dos Direitos da Criança ,A.G. res. 1386 [XIV], 14 N.U. GAOR Supp. [No. 16], p. 19, ONU Doc. A/4354[1959] e o Estatuto sobre os Direitos da Criança, A.G. res. 44/25, anexo,44. N.U. GAOR Supp. [No. 49] p. 167, ONU Doc. A/44/49 [1989] , queentrou em vigor em 02 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990. Geralmente, estes direitose liberda<strong>de</strong>s fundamentais incluem : o direito à vida, a um nome e a umanacionalida<strong>de</strong>, à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento, religião e associação, odireito à integrida<strong>de</strong> pessoal, à garantia judicial, à saú<strong>de</strong> e à educação,entre outros.boração e difusão <strong>de</strong> material informativo e promocionale participação em foros internacionais.· Colaboração técnica aos países para a consolidação<strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação intersetorial (ComissõesNacionais integradas por representantes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,educação e outros setores) para o fomento <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar com enfoque integral, e para pôr emandamento a estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.· Colaboração técnica aos países para a análise e atualização<strong>de</strong> políticas conjuntas dos setores saú<strong>de</strong> e educaçãoe a elaboração dos respectivos planos <strong>de</strong> ação.· Colaboração técnica para o fortalecimento da capacida<strong>de</strong>institucional dos países para a gestão dos programase ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar com enfoqueintegral, mediante ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> profissionaisdos setores saú<strong>de</strong> e educação.· Apoio à conformação <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Nacionais <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nos países da Região, comomecanismo facilitador do intercâmbio <strong>de</strong> informação,conhecimentos e experiências no interior dos própriospaíses.· Criação das Re<strong>de</strong>s Latino-Americana e Caribenha <strong>de</strong><strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>facilitar o intercâmbio <strong>de</strong> informação, conhecimentose experiências entre os diferentes países da Regiãodas Américas, assim como apoiar a organização e o<strong>de</strong>senvolvimento das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> eas re<strong>de</strong>s em cada país.24


· Apoio à difusão e inclusão do enfoque <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>spara a Vida como um componente dos programas <strong>de</strong>educação para a saú<strong>de</strong> com enfoque integral noâmbito escolar.· Desenvolvimento, difusão e apoio à aplicação <strong>de</strong> instrumentospara o diagnóstico e análise rápidos da capacida<strong>de</strong>dos países para a implementação e avaliação <strong>de</strong>programas amplos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar com enfoque integral.· Apoio para o <strong>de</strong>senvolvimento, validação e aplicação<strong>de</strong> instrumentos para a investigação e vigilância daspráticas <strong>de</strong> risco e fatores protetores em escolares.· Apoio para o <strong>de</strong>senvolvimento do Consórcio Inter-Americano <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>s e Centros <strong>de</strong> Formação<strong>de</strong> Equipes em Educação para a Saú<strong>de</strong> e Promoção daSaú<strong>de</strong>.· Criação <strong>de</strong> alianças estratégicas com outras agênciasinternacionais e o setor privado ( por exemplo, a “IniciativaConjunta da Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong>e o Banco Mundial para a Saú<strong>de</strong> Escolar e Nutrição naAmérica Latina e no Caribe”, em 1997) com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> apoiar estratégias efetivas para a gestão <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar com enfoque integral.Apesar da forma pela qual os diferentes países daRegião têm dado andamento à estratégia <strong>Escolas</strong>Promotora <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realçada por diversas interpretaçõese adaptações da mesma, em função do perfil dasnecessida<strong>de</strong>s e problemas da população em ida<strong>de</strong> escolarou por suas priorida<strong>de</strong>s e recursos disponíveis, em termosgerais, essa estratégia tem incluído as seguintes gran<strong>de</strong>slinhas <strong>de</strong> ação 23 :· Desenvolvimento <strong>de</strong> acordos e políticas conjuntasentre os setores (principalmente saú<strong>de</strong> e educação) oque inclui ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mobilização e comunicaçãosocial para fomentar o diálogo entre os setoressociais e a população sobre as priorida<strong>de</strong>s em saú<strong>de</strong>escolar, assim como a formação <strong>de</strong> consenso, aliançase pactos sociais para apoiar a difusão da estratégia<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.· Consolidação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação emdiferentes níveis, incluída a ativação ou a formação <strong>de</strong>Comissões Mistas para a elaboração conjunta <strong>de</strong> análise<strong>de</strong> situação e planejamento <strong>de</strong> trabalho, realizaçãodo acompanhamento e avaliação das ativida<strong>de</strong>s.· Gestão dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.· Capacitação <strong>de</strong> docentes e profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> emtemas relacionados com a saú<strong>de</strong> escolar.· Produção <strong>de</strong> materiais educativos e para a advocaciada estratégia.· Realização <strong>de</strong> ações coor<strong>de</strong>nadas entre escolas, serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e organizações comunitárias queincluem fomentar e facilitar a participação comunitáriaem torno da promoção da saú<strong>de</strong>, envolver os lí<strong>de</strong>resda comunida<strong>de</strong> e autorida<strong>de</strong>s locais, e fomentar oplanejamento participativo local para incorporar apromoção da saú<strong>de</strong> nos planos locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.25


3.3REDES LATINO-AMERICANA E CARIBENHADE ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE3.3.1 REDE LATINO-AMERICANA DE ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE (RLEPS)A Re<strong>de</strong> Latino-Americana <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> (RLEPS) teve a sua origem na Conferência Européiasobre Educação Sanitária e Promoção, organizada emEstrasburgo, em 1990. Posteriormente no Chile, em 1995,durante o Congresso <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escolar, foi <strong>de</strong>cidida a suacriação formal, efetivada em 1996, em São José (CostaRica), com a participação <strong>de</strong> representantes da Argentina,Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador,Guatemala, México e Panamá, e também membros daRe<strong>de</strong> Espanhola e dos Centros Colaboradores da OMSem saú<strong>de</strong> escolar (Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento Educacionale os Centros dos Estados Unidos da América do Nortepara Prevenção e Controle <strong>de</strong> Doenças) 28 .Na atualida<strong>de</strong>, 20 países da América Latina fazem parteda RLEPS, cuja segunda reunião realizou-se no Méxicoem 1998, sendo assistida por todos os países da AméricaLatina, inclusive Cuba e República Dominicana. A terceirareunião foi realizada <strong>de</strong> 10 a 13 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2002 nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Quito (Equador), com a assistência <strong>de</strong> repre-sentantes <strong>de</strong> todos os países da América Latina, comexceção da Argentina e do México, e a participação <strong>de</strong><strong>de</strong>legados <strong>de</strong> agências internacionais, organizações nãogovernamentais e do setor privado.A missão da RLEPS consiste em apoiar a organizaçãoe <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e asre<strong>de</strong>s em cada país da Região, assim como facilitar ointercâmbio das suas experiências, apoiando a abertura econstituição <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> comunicação multidirecional quese entrelacem e sejam convergentes em pontos <strong>de</strong> interessepara o aperfeiçoamento da educação e da saú<strong>de</strong> noâmbito escolar 29 .O funcionamento da RLEPS se baseia nos seguintesparâmetros:· Organiza-se como estrutura que agrupa instituições eorganismos dos diversos setores que promovem asaú<strong>de</strong> dos integrantes <strong>de</strong> diversas comunida<strong>de</strong>s escolaresem todos os países da Região.· Está aberta à livre filiação <strong>de</strong> todas as instituições e<strong>de</strong> todos os países.· Respon<strong>de</strong> às particularida<strong>de</strong>s da Região e às dos paísesmembros.· Centra-se nas necessida<strong>de</strong>s dos educandos e temuma visão integral da educação para a saú<strong>de</strong>.· Compromete-se com o <strong>de</strong>senvolvimento integral dainfância e da adolescência.26


A RLEPS procura alcançar os seguintes propósitos:As principais estratégias <strong>de</strong> trabalho da RLEPS são:· Difusão do marco conceitual e operativo da Iniciativa <strong>de</strong> promoçãoda saú<strong>de</strong> nas escolas.· Promoção da saú<strong>de</strong> no âmbito escolar mediante a educaçãopara a saú<strong>de</strong>, a criação e cuidado <strong>de</strong> ambientes saudáveis e daoferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.· Promover o <strong>de</strong>senvolvimento e a capacitação <strong>de</strong> recursoshumanos, técnicos e educativos nas áreas <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong>,educação para a saú<strong>de</strong>, participação comunitária, planificaçãoe gestão <strong>de</strong> projetos multissetoriais e outras ações emfavor da saú<strong>de</strong> daqueles que estudam, ensinam e trabalham naescola.· Desenvolvimento <strong>de</strong> metodologias <strong>de</strong> avaliação dos processos<strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> nas escolas.· Fortalecimento <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação intersetorial,com inclusão <strong>de</strong> comissões mistas.· Fomento da participação da comunida<strong>de</strong> escolar, do corpo institucional,da população e das autorida<strong>de</strong>s locais.· Impulso à formação e ao funcionamento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s nacionais <strong>de</strong><strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.· Apoiar a elaboração <strong>de</strong> materiais educativos para a promoçãoda saú<strong>de</strong> nas escolas e estabelecer estratégias para a sua análisee intercâmbio.· Promover o intercâmbio <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> educação e promoçãoda saú<strong>de</strong> no âmbito escolar, assim como difundir programasbem sucedidos e estimular o <strong>de</strong>bate crítico.· Impulsionar a avaliação tanto das ações <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>no âmbito escolar, finalizadas no marco da Re<strong>de</strong>, quanto dopróprio processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Re<strong>de</strong>.· Criação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, que promovame facilitem o intercâmbio <strong>de</strong> conhecimentos e experiênciassobre a promoção da saú<strong>de</strong> nas escolas e entre as re<strong>de</strong>snacionais.· Fortalecimento das re<strong>de</strong>s nacionais e a expansão das <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> entre os países Membros.· Fomentar a investigação aplicada à promoção da saú<strong>de</strong> em conjuntocom universida<strong>de</strong>s, organismos <strong>de</strong> governo, organizaçõesnão governamentais, entida<strong>de</strong>s civis e o setor privado.· Organizar fóruns, oficinas, grupos <strong>de</strong> trabalho, seminários eoutros eventos que permitam o estudo, a análise e o <strong>de</strong>batesobre o conteúdo e a metodologia <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> nasescolas.· Alentar o interesse <strong>de</strong> políticos, setor privado e socieda<strong>de</strong> civilpelas <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.· Elaborar um boletim informativo, com a colaboração <strong>de</strong> todos ospaíses membros, que contenha as experiências e progressos dapromoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nas escolas e re<strong>de</strong>s nacionais.27


A seguir, são apresentadas resumidamente algumasdas insuficiências percebidas no funcionamento da ativida<strong>de</strong>da RLEPS <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua criação, as quais foram discutidasdurante a Primeira Reunião Constitutiva da Re<strong>de</strong>Caribenha <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realizada emBridgetown, Barbados, <strong>de</strong> 26 a 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001 30 :· Falta <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> financiamento contínuo.· Dificulda<strong>de</strong> para coor<strong>de</strong>nar ações (requer bastantetempo).· Alta e freqüente rotativida<strong>de</strong> dos representantes dospaíses.· Apoio insuficiente e inconstante por parte dos governos.· Limitações para obter uma comunicação efetiva.· Conhecimento insuficiente das experiências locais.· Duplicação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.· Desenvolvimento insuficiente das re<strong>de</strong>s nacionais <strong>de</strong>EPS.· Desconhecimento da existência da RLEPS nos paísesmembros.· Escassa participação <strong>de</strong> novos atores (setor privado,organizações não governamentais, universida<strong>de</strong>s) noprocesso.· Concentração da responsabilida<strong>de</strong> em um ou doispontos focais <strong>de</strong> um único país.· Limitações para atingir os objetivos <strong>de</strong> capacitação eeducação continuada.· Falta <strong>de</strong> experiência na dinâmica do trabalho em re<strong>de</strong>.Durante sua Terceira Reunião realizada em Quito (Equador),foi <strong>de</strong>cidido, com base na análise dos aspectos críticosdo funcionamento da RLEPS, fortalecer a sua gestão,tendo em conta as seguintes e principais recomendações 31 :· Incluir na estrutura da Re<strong>de</strong> Latino-Americana <strong>de</strong><strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e também nas re<strong>de</strong>snacionais <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, outrossetores convergentes com a proposta, sejam governamentaisou não, além dos setores saú<strong>de</strong> e educação.· Modificar a estrutura organizadora da RLEPS para quea Presidência do Conselho Geral seja eleita a partir <strong>de</strong>um trio <strong>de</strong> países proposto pelos participantes emcada reunião da re<strong>de</strong>.· Modificar a estrutura, funções e responsabilida<strong>de</strong>s daRLEPS, para que o país eleito pela Assembléia para assumira Presidência do Conselho Geral seja o encarregado <strong>de</strong>coor<strong>de</strong>nar as ativida<strong>de</strong>s necessárias a esta reestruturação.· Fortalecer o sentido <strong>de</strong> pertencimento e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>institucional da RLEPS, mediante uma estratégia queinclua a construção e difusão da sua imagem corporativae a promoção dos vínculos interpessoais e interprofissionaisentre seus integrantes, em um marco <strong>de</strong>respeito à diversida<strong>de</strong> cultural.· Mobilizar recursos financeiros que permitam o funcionamentoa<strong>de</strong>quado da RLEPS.28


· Desenvolver o plano <strong>de</strong> ação da RLEPS <strong>de</strong> acordocom os procedimentos gerais estabelecidos em Quitoe criar grupos ou comitês <strong>de</strong> trabalho nas áreas <strong>de</strong>formação e capacitação <strong>de</strong> recursos humanos, comunicaçãoe conexão.Os representantes dos 19 países que assistiram à TerceiraReunião da Re<strong>de</strong> Latino-Americana <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> elegeram Porto Rico, por maioria, paraassumir a se<strong>de</strong> da IV Reunião e a Presidência do ConselhoGeral da RLEPS, <strong>de</strong>signação que foi aceita pelos <strong>de</strong>legadosoficiais <strong>de</strong>ste país.3.3.2 REDE CARIBENHA DE ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE (RCEPS)Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar apoiando os países doCaribe na difusão e fortalecimento dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar, <strong>de</strong>ntro do contexto específico das características ei<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural, recursos e priorida<strong>de</strong>s, realizou-se nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bridgetown, Barbados, em novembro <strong>de</strong> 2001, areunião constitutiva da Re<strong>de</strong> Caribenha <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, sendo assistida por representantes dasBahamas, Barbados, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica,Porto Rico, São Vicente e as Granadinas, Santa Lucia, SãoCristovão e Neves, Suriname, e Trinidad e Tobago.As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da AméricaLatina e do Caribe oferecem oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> continuaro diálogo sobre promoção da saú<strong>de</strong> e educação para asaú<strong>de</strong> em todos os âmbitos, e facilitar o intercâmbio <strong>de</strong>idéias, recursos e experiências para nutrir o compromissoe entusiasmo dos distintos interessados 33 .Os objetivos da Re<strong>de</strong> Caribenha são 32 :· Apoiar os países da sub-região no melhoramentodas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento dapopulação infantil e juvenil em ida<strong>de</strong> escolar.· Apoiar os países do Caribe na implementação <strong>de</strong>políticas saudáveis no âmbito escolar.· Fortalecer vínculos mediante a organização e participaçãocomunitária.· Aumentar a participação <strong>de</strong> pais e mães <strong>de</strong> famíliana saú<strong>de</strong> e no bem-estar <strong>de</strong> crianças e adolescentes,com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> facilitar a aquisição econservação <strong>de</strong> estilos saudáveis <strong>de</strong> vida.· Divulgar conhecimentos e práticas bem sucedidas<strong>de</strong> promoção e educação para a saú<strong>de</strong> com relaçãoa escolas livres <strong>de</strong> tabaco, educação sexual,alimentação e nutrição, ativida<strong>de</strong> física, prevenção<strong>de</strong> uso <strong>de</strong> drogas, educação em Habilida<strong>de</strong>spara a Vida, entornos saudáveis (livres <strong>de</strong> violência),prevenção do suicídio, saú<strong>de</strong> mental, estilossaudáveis <strong>de</strong> vida, etc.· Oferecer incentivos para uma colaboração maisestreita entre os Ministérios da Saú<strong>de</strong> e da Educação,com o propósito <strong>de</strong> conseguir o <strong>de</strong>senvolvimentosaudável <strong>de</strong> meninos, meninas e jovens.· Advogar e promover o valor agregado que tem a existência<strong>de</strong> uma Re<strong>de</strong> Caribenha <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, entre todos os sócios estratégicos, especialmentequem já esteja trabalhando temas relacionadoscom a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nas escolas.· Fortalecer a capacida<strong>de</strong> do Ministério da Saú<strong>de</strong> eo da Educação para promover a Iniciativa <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.29


3.4ACREDITAÇÃO DEESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDECom base nas diretrizes gerais da Iniciativa <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, os países têm avançado no processo<strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> critérios e procedimentos para a acreditaçãodas <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Em termosgerais, os procedimentos incluem normas sobre requisitosmínimos, certificação por parte dos Ministérios daSaú<strong>de</strong> e da Educação, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitoramento eacompanhamento, requisitos <strong>de</strong> informação e período <strong>de</strong>acreditação, ainda que os esquemas variem muito <strong>de</strong> paísa país. No quadro a seguir, apresenta-se o exemplo doChile.CRITÉRIOS PARA A ACREDITAÇÃO DE UMAESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE*Processo <strong>de</strong> PlanejamentoA Escola <strong>de</strong>ve reunir pelo menos três dos seguintes elementos:· Processo <strong>de</strong>finido para advocacia ou documento <strong>de</strong> compromissopara o <strong>de</strong>senvolvimento da Iniciativa.· Grupo <strong>de</strong> trabalho para implementação da Iniciativa e coor<strong>de</strong>naçãocom outros setores, on<strong>de</strong> há participação <strong>de</strong> representantesdos administradores escolares, docentes, pais e mães <strong>de</strong>família, estudantes e associação <strong>de</strong> pais e mestres.· Avaliação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s ou plano <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> pelo menos umano.· Inclusão do programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar no plano <strong>de</strong> ação dacomunida<strong>de</strong>, no projeto educativo institucional ou nos planosnacionais regulares.Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>A escola <strong>de</strong>ve ter pelo menos um programa, em três das seguintesáreas prioritárias:· Alimentação saudável (lanchonetes, cantinas ou refeitóriossaudáveis).* Exemplo do Chile30


· Educação física (ampliação das horas <strong>de</strong>dicadas à ativida<strong>de</strong> física,recreação e esportes, melhoramento dos espaços físicos).· Fatores psicossociais protetores (afetivida<strong>de</strong> e sexualida<strong>de</strong>,educação em Habilida<strong>de</strong>s para a Vida, relações interpessoais).· Uso <strong>de</strong> tabaco, álcool e outras drogas (<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> espaçoslivres <strong>de</strong> tabaco, ativida<strong>de</strong>s educativas, prevenção).· Promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal (instalação <strong>de</strong> espaços a<strong>de</strong>quadospara a escovação [“escovódromo”] ,ativida<strong>de</strong>s educativas).· Ambiente escolar saudável (melhoramento dos espaços físicos,educação ambiental, criação e conservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s).Participantes nos programasA escola <strong>de</strong>ve incorporar pelo menos três participantes dos seguintesrepresentantes:· Pessoal <strong>de</strong> administração escolar.· Professores.· Alunos.· Pais e mães <strong>de</strong> família.· Representantes da comunida<strong>de</strong>.31


4.MARCO CONCEITUALprogramas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saú<strong>de</strong>participaçãoeducação promoçãoprogramaseducaçãonutrição iniciativa regionalcolaboraçãoprogramassetor saú<strong>de</strong> promoção participanutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção prnutriçãopromoçãoinitiativa regionale colaboração sector saú<strong>de</strong> educaçãparticipação programas nutrição initiativacolaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoção participrogramaseducaçãonutrição iniciativa regional colaboração setor saúdpromoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoçãoeducaçãoparticipação programas nutrição incolaboração setor saú<strong>de</strong> promoção participaregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção pr


INTRODUÇÃOA Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>tem como meta o fortalecimento do <strong>de</strong>senvolvimentohumano sustentável <strong>de</strong> meninos, meninas, adolescentes ejovens, no contexto do âmbito escolar. O marco conceitualno qual se fundamenta tal iniciativa tem duas basesprincipais. A primeira <strong>de</strong>las diz respeito às Declarações eOrientações <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> *, que oferecem ogran<strong>de</strong> marco <strong>de</strong> referência geral da proposta <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. A segunda inclui as consi<strong>de</strong>raçõespertinentes ao binômio saú<strong>de</strong> e educação, assim comooutros setores sociais, o contexto e as experiências dospaíses na América Latina e no Caribe, os programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar existentes, e particularmente os conhecimentoscientíficos e técnicos sobre saú<strong>de</strong> e educação emnível mundial, inclusive teorias, mo<strong>de</strong>los e ações educativasque permitam i<strong>de</strong>ntificar as práticas apropriadas,eficazes e afetivas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programasintegrais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar nos âmbitos regional, nacionale local.* Carta <strong>de</strong> Ottawa (1986), Declaração <strong>de</strong> A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> (1988), Declaração <strong>de</strong>Sundswall (1991), Declaração <strong>de</strong> Bogotá 1992), Conferência do Caribe(1993), Declaração <strong>de</strong> Jakarta (1997), Declaração do México (2000), eConferência do Chile (2002).O <strong>de</strong>senvolvimento das estratégias e linhas <strong>de</strong> açãopropostas para o fortalecimento da Iniciativa Regionaldurante o Período 2003 – 2012 sustenta-se no trabalhopor meio <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, e na participação comunitária, especialmenteda comunida<strong>de</strong> educativa, as quais por sua vezse canalizam através dos três pilares das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (educação para a saú<strong>de</strong> com enfoqueintegral; entornos escolares saudáveis; e serviços escolares<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, alimentação e vida ativa). Com o propósito<strong>de</strong> facilitar o <strong>de</strong>senvolvimento humano sustentável, étambém proposto o trabalho permanente em políticaspúblicas saudáveis, como um elemento comum e transversalaos três pilares da Iniciativa Regional.O diagrama da página seguinte ilustra a forma comose articulam os elementos principais do marco conceitualda Iniciativa Regional, os quais são <strong>de</strong>scritos em <strong>de</strong>talhe,a seguir, nesta seção do documento.4.1O QUE É UMA ESCOLAPROMOTORA DE SAÚDE ?O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (EPS),difundido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995 pela Organização Pan-Americanada Saú<strong>de</strong> na Região das Américas através da IniciativaRegional, é uma estratégia <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> noâmbito escolar, que se fundamenta no <strong>de</strong>senvolvimentoarticulado e sinérgico <strong>de</strong> três componentes principais 34 :· educação para a saú<strong>de</strong> com enfoque integral· criação e manutenção <strong>de</strong> entornos e ambientes saudáveis· provisão <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, nutrição saudável evida ativa.35


MARCO CONCEITUALINICIATIVA REGIONAL ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDEDESENVOLVIMENTO HUMANO SUSTENTÁVELEducaçãopara aSaú<strong>de</strong>EntornosSaudáveisPOLÍTICAS PÚBLICAS SAUDÁVEISREDES E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIAESTRATÉGIA E LINHAS DE AÇÃO 2003 -2012Serviços<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Teorias, Mo<strong>de</strong>los e Ação EducativaBinômio Saú<strong>de</strong> e EducaçãoOutros SetoresProgramas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Integraldas e dos EscolaresContextos e ExperiênciasDECLARAÇÕES E ORIENTAÇÕES36


Educação para a saú<strong>de</strong> com enfoque integralOs sistemas <strong>de</strong> educação formal dos países constituemum cenário i<strong>de</strong>al para a realização <strong>de</strong> ações educativas coma população em ida<strong>de</strong> escolar durante etapas formativasmuito importantes <strong>de</strong> sua vida, pois se parte do reconhecimento<strong>de</strong> que meninos, meninas, adolescentes e jovens sãoos atores sociais do amanhã, e que as escolas são uma instânciaon<strong>de</strong> os estudantes po<strong>de</strong>m ter acesso à informação,ao conhecimento, exemplo e apoio necessários ao <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> hábitos e estilos <strong>de</strong> vida saudáveis 35 .Há evidência científica que <strong>de</strong>monstra que os programas<strong>de</strong> prevenção às doenças que se centram principal ou exclusivamentena transmissão <strong>de</strong> informação e conhecimentossão pouco efetivos 36 , razão pela qual as intervenções educativaspara o fomento da saú<strong>de</strong> no âmbito escolar <strong>de</strong>vemlevar em conta a gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores que influenciamo comportamento humano. Mesmo assim, <strong>de</strong>vem fundamentar-senuma visão multidisciplinar e integral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>que inclua a análise dos fatores sociais, políticos e econômicosque afetam a vida cotidiana.Conseqüentemente, este componente da estratégiaprocura fortalecer a capacida<strong>de</strong> (“empo<strong>de</strong>ramento”) <strong>de</strong>meninos, meninas e jovens, mediante processos educativosestruturados nas escolas que lhes facilite adquirir epôr em prática os conhecimentos, atitu<strong>de</strong>s, valores, habilida<strong>de</strong>se competências necessárias à promoção e proteçãoda própria saú<strong>de</strong>, a <strong>de</strong> sua família e a da comunida<strong>de</strong>.Um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios para educadores e sanitaristasconsiste em transcen<strong>de</strong>r os enfoques tradicionais <strong>de</strong> abordara educação para a saú<strong>de</strong>, enfoques esses caracterizados peloensino <strong>de</strong> conteúdos isolados <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que têmpouca ou nenhuma relação com a realida<strong>de</strong> do estudanteem seus entornos familiar e comunitário, e que enfatizamaspectos cognitivos e didáticos do processo educativo comescassa valorização ou franco <strong>de</strong>sconhecimento dos processosafetivos e da inteligência emocional; além disso, nãolevam em conta a participação dos estudantes e outrosmembros da comunida<strong>de</strong> escolar na seleção <strong>de</strong> temas e naavaliação do processo <strong>de</strong> ensino e aprendizado, e dão poucaatenção ao uso <strong>de</strong> técnicas interativas e participativas quecontribuem para fazer da experiência educativa um processomais agradável e <strong>de</strong> maior impacto para todos os envolvidos.Os programas <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> nas escolas sãointegrais quando 38 :· Inspiram-se num paradigma que consi<strong>de</strong>ra a saú<strong>de</strong>como fonte <strong>de</strong> bem-estar e <strong>de</strong>senvolvimento sustentávele não como a simples ausência <strong>de</strong> doença.· Utilizam todas as oportunida<strong>de</strong>s disponíveis (<strong>de</strong>ntro efora da comunida<strong>de</strong> educativa, educação formal einformal, métodos tradicionais ou alternativos) para<strong>de</strong>senvolver processos <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong>.· Fortalecem a capacida<strong>de</strong> dos estudantes (“empo<strong>de</strong>ramento”)para transformar as condições <strong>de</strong>terminantesda saú<strong>de</strong>.· Promovem a interação entre escola, comunida<strong>de</strong>, paise mães <strong>de</strong> família, e os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> disponíveisno local.· Promovem o <strong>de</strong>senvolvimento e conservação <strong>de</strong>ambientes escolares saudáveis.37


Uma Escola Promotora <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> :· Implementa políticas que apóiam a dignida<strong>de</strong> e o bem-estarindividual e coletivo e oferecem múltiplas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento para meninos, meninas eadolescentes, <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>de</strong> aprendizagem e dosucesso da comunida<strong>de</strong> escolar (incluídos docentes, estudantese suas famílias).· Põe em andamento estratégias que fomentam e apóiam aaprendizagem e a saú<strong>de</strong>, utilizando-se <strong>de</strong> todos os meios erecursos disponíveis, e envolvendo o pessoal do setor saú<strong>de</strong>e educação e lí<strong>de</strong>res comunitários no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s escolares planificadas (ex.: educação para a saú<strong>de</strong>com enfoque integral e treinamento <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>s para avida; fortalecimento <strong>de</strong> fatores protetores e diminuição <strong>de</strong>comportamentos <strong>de</strong> risco; facilitação do acesso a serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar, nutrição e educação física).· Envolve todos os membros da escola e da comunida<strong>de</strong> (incluídosprofessores, pais, estudantes, lí<strong>de</strong>res e organizações nãogovernamentais) na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e na execução dasintervenções para a promoção da aprendizagem, no fomento<strong>de</strong> estilos <strong>de</strong> vida saudável e na realização <strong>de</strong> projetos comunitários<strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.· Tem um plano <strong>de</strong> trabalho para a melhoria do ambiente escolarfísico e psicossocial e seus entornos (ex: normas e regulamentospara ambientes livres <strong>de</strong> tabaco, drogas, abuso equalquer forma <strong>de</strong> violência; acesso à água potável e instalaçõessanitárias; alimentos saudáveis), tentando dar exemplomediante a criação <strong>de</strong> ambientes escolares saudáveis e o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que sejam planificadas fora doambiente escolar para a comunida<strong>de</strong>.· Implementa ações para avaliar e melhorar a saú<strong>de</strong> dos estudantes,da comunida<strong>de</strong> educativa, das famílias e dos membrosda comunida<strong>de</strong> em geral e trabalha com os lí<strong>de</strong>rescomunitários para garantir o acesso à nutrição, à ativida<strong>de</strong>física, à administração, aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> referência.· Oferece treinamento relevante e efetivo e material educativoa docentes e estudantes.· Tem um comitê local <strong>de</strong> educação e saú<strong>de</strong> no qual participamativamente as associações <strong>de</strong> pais, as organizações nãogovernamentais e outras organizações na comunida<strong>de</strong>.No novo Milênio*, meninos, meninas e jovens precisam<strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira educação para a vida, orientadapara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> inata <strong>de</strong>apren<strong>de</strong>r a ser, apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r, apren<strong>de</strong>r a fazer,apren<strong>de</strong>r a conviver 39 , e apren<strong>de</strong>r a empreen<strong>de</strong>r 40 , e aofortalecimento das diferentes <strong>de</strong>strezas e competênciasnecessárias para enfrentar, com sucesso, exigências e <strong>de</strong>safios<strong>de</strong> um mundo cada vez mais complexo.Esta situação requer uma educação participativa elibertadora que <strong>de</strong>senvolva a capacida<strong>de</strong> analítica einvestigativa, num ambiente positivo e criativo, e que fortaleçao respeito aos direitos humanos, a eqüida<strong>de</strong>, e osvalores solidários, contribuindo assim para a formação <strong>de</strong>homens e mulheres com auto-estima, autonomia, consciênciae compromisso social 35 .Neste sentido, o enfoque <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>s para a Vida,com ênfase no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>strezas e capacida<strong>de</strong>spsicossociais, vem obtendo, a cada dia, maior aceitaçãoe difusão nos países da Região, constituindo umavaliosa ferramenta para continuar apoiando os processos<strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> no âmbito escolar 41 .A educação em Habilida<strong>de</strong>s para a Vida tem comoobjetivo principal o <strong>de</strong>senvolvimento e fortalecimento* As Metas do Milênio para o Desenvolvimento (MDM), adotadas na 55 a .Assembléia Geral da ONU, representam um compromisso mundial, naluta para reduzir a pobreza e a iniqüida<strong>de</strong> na distribuição <strong>de</strong> renda <strong>de</strong>ntroe entre os Estados Membros. O setor saú<strong>de</strong> está empenhado naconquista <strong>de</strong> três gran<strong>de</strong>s metas: a redução da mortalida<strong>de</strong> materna einfantil (MDM Nos. 4 e 5 ) e a redução do HIV/AIDS e outras doençastransmissíveis (MDM No. 6). Além disso, o setor saú<strong>de</strong> tem a responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> colaborar com outros setores na conquista das <strong>de</strong>maismetas.38


<strong>de</strong> um grupo genérico <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s psicossociais quetêm aplicação numa ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações cotidianase <strong>de</strong> risco, próprias da vida <strong>de</strong> meninos, meninas ejovens. Ainda que existam diversas formas <strong>de</strong> classificartais habilida<strong>de</strong>s 42 , a Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> concluiuque são relevantes, em qualquer contexto sociocultural43 , as <strong>de</strong>z que se seguem :Conhecimento <strong>de</strong> si mesmo (a)Comunicação efetiva (assertiva)Tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisõesPensamento criativoManejo <strong>de</strong> emoções e sentimentosEmpatiaRelacionamentos interpessoaisSolução <strong>de</strong> problemasPensamento críticoManejo <strong>de</strong> tensões e estresseSaber tomar melhores <strong>de</strong>cisões ou ter a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> “dizer não”, por exemplo, são habilida<strong>de</strong>s psicossociaisimportantes que po<strong>de</strong>m ajudar meninas, meninos ejovens a resistir à pressão do grupo <strong>de</strong> pares ou amigospara iniciar-se no consumo <strong>de</strong> substâncias psicoativas outabagismo. Não obstante, estas mesmas habilida<strong>de</strong>s tambémpo<strong>de</strong>m constituir um fator protetor no caso <strong>de</strong>situações <strong>de</strong> risco, relacionadas com a vida sexual dosadolescentes e jovens.Algumas das características pessoais i<strong>de</strong>ntificadas emmeninos e meninas resilientes 44 , como por exemplo autonomia,empatia, controle <strong>de</strong> emoções e impulsos, ouhabilida<strong>de</strong> para compreen<strong>de</strong>r e analisar situações, po<strong>de</strong>mser <strong>de</strong>senvolvidas ou fortalecidas mediante intervenções<strong>de</strong> educação em Habilida<strong>de</strong>s para a Vida nas escolas.Constitui uma das principais fortalezas <strong>de</strong>ste enfoqueo fato <strong>de</strong> que uma só intervenção —a educação em Habilida<strong>de</strong>spara a Vida— permita abordar múltiplos objetivos,interesses e priorida<strong>de</strong>s comuns a diversos setoressociais, como a promoção da saú<strong>de</strong> (<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>atitu<strong>de</strong>s pessoais), a prevenção <strong>de</strong> problemas psicossociaise a promoção do <strong>de</strong>senvolvimento humano integral.Os programas atuais <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> nasescolas <strong>de</strong>vem prestar atenção, igualmente, nos aspectosrelacionados com a alfabetização em saú<strong>de</strong> (“health literacy”*)e o seu potencial <strong>de</strong> contribuir para os objetivos<strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> e prevenção <strong>de</strong> doença nas diferentesetapas do ciclo evolutivo.Como parte dos possíveis conteúdos temáticos da“alfabetização em saú<strong>de</strong>” por meio das escolas, seria a<strong>de</strong>quadoincluir a educação no que se refere aos direitoshumanos básicos e às liberda<strong>de</strong>s fundamentais <strong>de</strong> todosos meninos, meninas e jovens em geral, especialmentedaqueles que pertencem aos grupos mais vulneráveis ouexcluídos (por exemplo: meninos e meninas com afecçõescrônicas ou <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> qualquer tipo, vítimas <strong>de</strong>conflitos armados, refugiados , entre outros).* Sobre o conceito <strong>de</strong> “health literacy” ( <strong>de</strong> aplicação relativamenterecente no campo da saú<strong>de</strong> pública) existem diversas <strong>de</strong>finições, como aadotada nos objetivos da US Healthy People 2010, on<strong>de</strong> se afirma que aalfabetização em saú<strong>de</strong> consiste na “capacida<strong>de</strong> para obter, interpretar ecompreen<strong>de</strong>r informação básica sobre a saú<strong>de</strong> e os serviços, e a capacida<strong>de</strong>para usar tal informação e serviços para o melhoramento das condições<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>” (US Healthy People 2010 Objetives). Durante a VConferência Mundial <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (México, 2000), foi <strong>de</strong>cididoincorporar no conceito outras dimensões do <strong>de</strong>senvolvimento comunitárioe dar ênfase à alfabetização em saú<strong>de</strong>, não apenas como uma característicapessoal e sim como um fator <strong>de</strong>terminante da saú<strong>de</strong> pública(Ilona S. Kickbusch, Health Literacy: Adressing the health and educationdivi<strong>de</strong> February 2001).39


É fundamental educar meninas, meninos e jovens paraque tenham uma vida saudável, a partir do conhecimentoe apropriação dos direitos humanos e liberda<strong>de</strong>s fundamentais,e neste sentido as instituições educativas constituemum cenário i<strong>de</strong>al. Existem vínculos muitoimportantes por explorar entre direitos humanos e promoçãoe educação para a saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>de</strong>“empo<strong>de</strong>ramento” e participação social das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> nas escolasque intercalam o uso <strong>de</strong> métodos e estratégias <strong>de</strong> aprendizadoparticipativo e interativo, como os enfoquesCriança à Criança ou Jovem a Jovem, estimulam os estudantesa assumir um papel ativo na promoção e proteção<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, entre os meninos e meninas da mesma ida<strong>de</strong>,suas famílias e comunida<strong>de</strong>s, inclusive as crianças e jovensque estão fora do sistema escolar 45 .É evi<strong>de</strong>nte que num continente como o das Américas,com tão extraordinária diversida<strong>de</strong> cultural e fonte <strong>de</strong> ricasexperiências pedagógicas inovadoras, não po<strong>de</strong> haver umaúnica forma <strong>de</strong> planificar e levar a cabo as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>educação para a saú<strong>de</strong> nas escolas. Não obstante, em termosgerais, o planejamento e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umprograma integral <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> requer o diagnóstico<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s, o <strong>de</strong>senvolvimento curricular, apreparação <strong>de</strong> material didático, a formação, capacitação eatualização <strong>de</strong> docentes, a investigação, o monitoramentoe a avaliação, e a difusão da informação 37 .É recomendável que tais programas*:· Integrem um currículo escolar com base nas priorida<strong>de</strong>snacionais, regionais e locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública,concebidas nos termos <strong>de</strong>: conhecimentos, atitu<strong>de</strong>s,valores e habilida<strong>de</strong>s necessárias para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> estilos saudáveis <strong>de</strong> vida.· Enfatizem os fatores protetores da saú<strong>de</strong> (inclusive apromoção da resiliência), as práticas e fatores <strong>de</strong> risco.· Incluam o componente <strong>de</strong> educação em habilida<strong>de</strong>s ecapacida<strong>de</strong>s psicossociais (Habilida<strong>de</strong>s para a Vida).· Apliquem novos métodos <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong>que complementem o aprendizado nas aulas,mediante o reforço transcurricular e as ativida<strong>de</strong>s noâmbito escolar e na comunida<strong>de</strong>.Ainda que habitualmente a educação física faça parteda educação para a saú<strong>de</strong> e esteja centrada na prática <strong>de</strong>esportes e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>strezas motrizes,recentemente vem recobrando força o movimento internacionalpara promover o aperfeiçoamento do estado físicodurante todas as etapas do ciclo vital. A educação físicae as ativida<strong>de</strong>s recreativas oferecem oportunida<strong>de</strong>s adicionaispara a promoção da vida ativa e da saú<strong>de</strong> física e mentalnas escolas e colégios.Criação e preservação <strong>de</strong> entornos e ambientes saudáveisA criação <strong>de</strong> entornos saudáveis é outro componentefundamental na promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbito escolar,intercalando duas dimensões diferentes e complementares:* Extraído e adaptado da “World Health Organization (1997) PromotingHealth through Schools. Report of a <strong>WHO</strong> Expert Committee onComprehensive School Health Education and Promotion. <strong>WHO</strong> TechnicalReport Series 870. Geneva: <strong>WHO</strong>.”40


· Dimensão física. Refere-se ao entorno físico on<strong>de</strong> seensina e se apren<strong>de</strong>, o qual <strong>de</strong>ve garantir as condiçõesmínimas <strong>de</strong> segurança e saneamento básico (água,serviços sanitários) que favoreçam a saú<strong>de</strong>, o bemestareo <strong>de</strong>senvolvimento do potencial máximo <strong>de</strong>meninos, meninas e <strong>de</strong>mais membros da comunida<strong>de</strong>educativa. As condições do entorno físico <strong>de</strong> umaescola, as condições que apóiem o cuidado com oambiente e as políticas relacionadas com o seu uso(espaços livres <strong>de</strong> tabaco, tipos <strong>de</strong> alimentos vendidosna cantina escolar, por exemplo) po<strong>de</strong>m ter umpotente efeito reforçativo ou contraditório <strong>de</strong> outrasmensagens <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> implementadas noâmbito escolar 38 .· Dimensão psicosocial. Uma Escola Promotora <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> procura promover a adaptação <strong>de</strong> um clima <strong>de</strong>interação harmônica, agradável, respeitadora dosdireitos humanos, eqüitativa, e livre <strong>de</strong> qualquer forma<strong>de</strong> violência entre os seus membros, através doensino da tolerância, <strong>de</strong>mocracia e solidarieda<strong>de</strong>.Cada vez mais, está evi<strong>de</strong>nte a enorme importânciada qualida<strong>de</strong> do microclima psicossocial <strong>de</strong>ntro dasala <strong>de</strong> aula (bom relacionamento, ausência <strong>de</strong> brigas,grupos <strong>de</strong> pares ) no rendimento acadêmico dos estudantese no <strong>de</strong>sempenho dos próprios docentes*.Provisão <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, alimentação saudável evida ativaA prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbito escolartem uma longa trajetória na Região das Américas. Ao longodos anos, os enfoques e mo<strong>de</strong>los foram se caracterizandopor uma enorme diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> país a país,ocasionando fundamentalmente mudanças nas tendências<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, e as diferentes formas <strong>de</strong> progres-so que as nações tiveram na reforma <strong>de</strong> seus sistemassanitários. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “higiene escolar”, inspirado emexperiências européias, no início do século passado, foievoluindo até chegar aos programas escolares com ainclusão <strong>de</strong> campanhas massivas <strong>de</strong> vacinação e temas <strong>de</strong>educação para a saú<strong>de</strong> e, posteriormente, ao <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>intervenções <strong>de</strong> corte mais integral on<strong>de</strong> a saú<strong>de</strong> e a educaçãose transformam em sócios ativos na conquista <strong>de</strong>objetivos e metas comuns 17 .A provisão <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, uma alimentaçãosaudável e uma vida ativa para os escolares <strong>de</strong>vem serorganizadas <strong>de</strong> acordo com políticas, mecanismos,mo<strong>de</strong>los e conteúdos relevantes que respondam àsnecessida<strong>de</strong>s dos escolares, e também com os recursosprevistos em cada caso (país, região ou município) para aatenção da saú<strong>de</strong> da população em geral. Neste sentido,uma Escola Promotora <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>:· Orienta a comunida<strong>de</strong> educativa para que os escolarestenham acesso a todas as ações <strong>de</strong> prevenção(imunizações, avaliação visual e auditiva, saú<strong>de</strong> bucal,saú<strong>de</strong> mental e administração, entre outros) e tratamento<strong>de</strong> doença, alimentação e nutrição aos quaistêm direito <strong>de</strong>ntro dos mecanismos previstos no sistemasanitário vigente.· Organiza, em coor<strong>de</strong>nação com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviçoslocais disponíveis, a prestação direta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>* Resultados do Primeiro Estudo Internacional Comparado <strong>de</strong>Matemática, Linguagem, e Fatores Associados, realizado peloLaboratório latino-americano <strong>de</strong> Avaliação da Qualida<strong>de</strong> da Educaçãoem doze países da América Latina (UNESCO,1998). Para maiores informaçõessobre esta investigação, po<strong>de</strong> ser consultado o site Web daUNESCO-OREALC: .41


saú<strong>de</strong> (incluídos os serviços <strong>de</strong> alimentação, nutriçãoe vida ativa) <strong>de</strong>ntro da escola, sempre que isto se consi<strong>de</strong>repertinente e <strong>de</strong> acordo com as políticas estabelecidas,o mo<strong>de</strong>lo vigente para a prestação <strong>de</strong>serviços sanitários, os recursos disponíveis para talfinalida<strong>de</strong> e o contexto sócio-cultural.· Exerce vigilância da qualida<strong>de</strong> e oportunida<strong>de</strong> dosserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (incluídos os <strong>de</strong> alimentação, nutriçãoe vida ativa) que estudantes e <strong>de</strong>mais membrosda comunida<strong>de</strong> educativa recebem.· Informa e educa a comunida<strong>de</strong> educativa sobre osdireitos e <strong>de</strong>veres dos escolares e dos <strong>de</strong>mais membros<strong>de</strong>ntro do sistema sanitário ao qual pertencem.· Participa na vigilância epi<strong>de</strong>miológica das condições<strong>de</strong> risco e fatores protetores para a saú<strong>de</strong> aos quaisestá exposta a comunida<strong>de</strong> educativa.4.2DECLARAÇÕESINTERNACIONAIS EENFOQUES TEÓRICOS NOSQUAIS SE FUNDAMENTA AINICIATIVA REGIONALESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDEAs <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> são, essencialmente,uma gran<strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbitoescolar e, em conseqüência, constituem uma aplicação,no entorno específico das comunida<strong>de</strong>s educativas, dasteorias, bases científicas, mo<strong>de</strong>los e ferramentas nosquais se fundamenta a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Portanto,referir-se ao marco conceitual das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> significa, principalmente, consi<strong>de</strong>rar os elementosmais importantes do marco conceitual da própria promoção<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> 46 .Como estratégia <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, a promoção ocupase<strong>de</strong> uma ampla gama <strong>de</strong> áreas sociais que são críticas parao melhoramento da saú<strong>de</strong> dos povos, o <strong>de</strong>senvolvimentohumano e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. A promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>amplia o marco operante da estratégia <strong>de</strong> atenção primáriae contribui para alcançar os objetivos <strong>de</strong> “Saú<strong>de</strong> paraTodos”, fortalecendo a capacida<strong>de</strong> das pessoas para optar42


«A saú<strong>de</strong> se cria e se vive no marco da vida cotidiana: noscentros <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> recreio. A saú<strong>de</strong> é oresultado dos cuidados que uma pessoa dispensa a si mesmae aos <strong>de</strong>mais, da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões e controlar aprópria vida e <strong>de</strong> garantir que a socieda<strong>de</strong> na qual se viveofereça a todos os seus membros a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usufruirum bom estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.»Carta <strong>de</strong> Ottawa, 1986e manter estilos saudáveis <strong>de</strong> vida e participar nas açõescomunitárias necessárias para ter uma vida saudável.A promoção inspira-se principalmente, ainda que nãoseja <strong>de</strong> forma exclusiva, nas propostas essenciais da carta<strong>de</strong> Ottawa (1986) 47 e nas sucessivas conferências internacionaise regionais, on<strong>de</strong> foram analisados distintos aspectoscríticos para melhorar as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<strong>de</strong>senvolvimento das pessoas e das comunida<strong>de</strong>s. Assim,por exemplo, na Segunda Conferência, realizada em A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>(Austrália, 1988), <strong>de</strong>stacou-se o papel fundamentaldas políticas públicas saudáveis, e na Terceira Conferência,em Sundsval (Suécia, 1991), enfatizou-se a inter<strong>de</strong>pendênciaentre a saú<strong>de</strong> e o ambiente nas suas diferentes dimensões(físicas, culturais, econômicas e políticas).Durante a Conferência <strong>de</strong> Santa Fé <strong>de</strong> Bogotá (Colômbia,1992), discutiu-se a importância da solidarieda<strong>de</strong> e a eqüida<strong>de</strong>como condições indispensáveis para a saú<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimentoe, além disso, lamentou-se a repercussão daviolência na saú<strong>de</strong> dos indivíduos e das comunida<strong>de</strong>s. NaConferência <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Caribe (Trinidad eTobago, 1993), enfatizou-se a promoção e proteção da saú<strong>de</strong>,i<strong>de</strong>ntificaram-se estratégias para a realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>sintersetoriais, e fez-se um chamado para renovar ocompromisso <strong>de</strong> participação comunitária nos processos <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão, comunicação social e maior eqüida<strong>de</strong> em saú<strong>de</strong>.Posteriormente, durante a Conferência <strong>de</strong> Jakarta (Indonésia,1997), consi<strong>de</strong>rada como a Quarta Conferência Internacionalsobre Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Ottawa,<strong>de</strong>monstrou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avançar na luta contra apobreza e outros <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, nos países em <strong>de</strong>senvolvimento.Do mesmo modo, foram ressaltadas a mobilização<strong>de</strong> setores privados e a formação <strong>de</strong> alianças estratégicas 19 .A Quinta Conferência Internacional sobre Promoção <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, realizada na Cida<strong>de</strong> do México (2000), consi<strong>de</strong>rou apromoção do <strong>de</strong>senvolvimento sanitário e social como um<strong>de</strong>ver primordial e uma responsabilida<strong>de</strong> dos governos aserem compartilhados por todos os <strong>de</strong>mais setores dasocieda<strong>de</strong>, concluindo que a promoção da saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve serum componente fundamental das políticas e programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> em todos os países, na busca <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> umasaú<strong>de</strong> melhor para todos, propondo, entre outros aspectos,o <strong>de</strong>senvolvimento das seguintes ações 13 :· Situar a promoção da saú<strong>de</strong> como priorida<strong>de</strong> fundamentaldas políticas e programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> locais,regionais, nacionais, e internacionais.· Exercer o papel <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança para assegurar a participaçãoativa <strong>de</strong> todos os setores e da socieda<strong>de</strong> civil naaplicação <strong>de</strong> medidas para a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.· Apoiar o preparo <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação no âmbito nacionalpara a promoção da saú<strong>de</strong>.· Estabelecer ou fortalecer re<strong>de</strong>s nacionais e internacionaisque promovam a saú<strong>de</strong>.Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passar da teoria à prática, ealcançar os objetivos próprios da promoção da saú<strong>de</strong>, acarta <strong>de</strong> Ottawa (1986) propôs que as ações <strong>de</strong> promoçãosejam fundamentadas no <strong>de</strong>senvolvimento das seguintescinco gran<strong>de</strong>s áreas estratégicas:· Formulação <strong>de</strong> políticas públicas que promovam asaú<strong>de</strong> em todos os setores e níveis da socieda<strong>de</strong>(políticas públicas saudáveis).43


· Criação <strong>de</strong> entornos favoráveis (ambientes físicos,sociais, econômicos, políticos, culturais) para a saú<strong>de</strong>e o bem-estar.· Fortalecimento das ações comunitárias e da participaçãodas pessoas nas <strong>de</strong>cisões e nas ações <strong>de</strong> promoçãoda saú<strong>de</strong>.· Desenvolvimento das atitu<strong>de</strong>s pessoais necessárias auma vida saudável.· Reorientação dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para dar maiorimportância à promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.A aplicação <strong>de</strong>ste marco estratégico geral, no qual seapóia a promoção da saú<strong>de</strong> no contexto <strong>de</strong> cenários ouentornos específicos, tem servido para direcionar o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> importantes propostas internacionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública como as <strong>de</strong> “cida<strong>de</strong>s ou municípiossaudáveis” e “escolas saudáveis ou promotoras <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”.Conceitualmente a promoção da saú<strong>de</strong> se nutre <strong>de</strong> umaenorme diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> teorias e mo<strong>de</strong>los que têm fundamentona investigação científica originada em diferentes disciplinase latitu<strong>de</strong>s, especialmente nos Estados Unidos daAmérica do Norte e na Europa, com exceções notáveis comoa investigação no campo da ação Participativa (Fals Borda1988-91) e a teoria da educação participativa (Freire 1970-74),que se <strong>de</strong>senvolveram na América Latina. Não obstante, estáclaro que é preciso intensificar as investigações com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver teorias, mo<strong>de</strong>los e processos para asintervenções em saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do contexto social, econômicoe cultural específico da América Latina e do Caribe.Alguns dos enfoques teóricos mais importantes, assimcomo a sua relação com as áreas <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong>, seapresentam esquematizados no quadro a seguir 48 :Marco <strong>de</strong> referência· Teorias políticas sobre o <strong>de</strong>senvolvimentocomunitário participativo· Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio social <strong>de</strong> base comunitária· Teorias sobre o <strong>de</strong>senvolvimento cognitivocentrado em quem apren<strong>de</strong>· Teorias sobre a modificação do comportamentoÊnfase· Explicam o fortalecimento da capacida<strong>de</strong>(“capacity building” ), a organização<strong>de</strong>mocrática e os estilos <strong>de</strong> administração· Facilitam a comunicação interpessoal e oconsenso sobre estilos <strong>de</strong> vida saudável· Descrevem e explicam o processo <strong>de</strong> aquisiçãoe atualização <strong>de</strong> valores, conhecimentose habilida<strong>de</strong>s· Descrevem e explicam o processo <strong>de</strong>adoção <strong>de</strong> estilos <strong>de</strong> vida saudável emnível individual e comunitárioÁrea estratégica <strong>de</strong> lapromoção da saú<strong>de</strong>· Criação <strong>de</strong> entornos ou ambientes <strong>de</strong>apoio à vida saudável· Fortalecimento da ação comunitária· Desenvolvimento <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s ou habilida<strong>de</strong>snecessárias para uma vida saudável44* O quadro se baseia na informação contida no documento “Communication, Education and Participation: A Framework and Gui<strong>de</strong>d Action”, elaboradoem 1996 pelas Doutoras María Teresa Cerqueira e Gloria Coe, na época Assessoras Regionais em Participação Social e Educação para a Saú<strong>de</strong> e emComunicação Social, respectivamente.


Teorias Políticas sobre o <strong>de</strong>senvolvimento comunitárioparticipativoO empo<strong>de</strong>ramento (“empowerment”) é um conceitofundamental na prática da organização comunitária e no<strong>de</strong>senvolvimento participativo e refere-se à capacida<strong>de</strong>que as pessoas têm para tomar <strong>de</strong>cisões e finalizar açõesindividualmente ou coletivamente. Implica acesso e controlesobre os recursos necessários.Em termos <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento individual, refere-seàs características psicológicas <strong>de</strong> auto-estima, confiançaem si mesmo e uma boa dose <strong>de</strong> controle para conseguira meta ou um objetivo pessoal. Em termos <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramentocomunitário, refere-se às características <strong>de</strong>organização social, contatos e alianças entre grupos <strong>de</strong>pressão, influência nos níveis políticos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão econômica,<strong>de</strong> tal forma que se consiga a meta ou o interessedo grupo ou comunida<strong>de</strong> 35 .Dentro do marco <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong>, o termo“empo<strong>de</strong>ramento” refere-se também ao processo <strong>de</strong>ação social que promove a participação <strong>de</strong> pessoas,organizações e comunida<strong>de</strong>s em direção a metas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentodo controle individual e comunitário, eficiênciapolítica, melhora da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida emcomunida<strong>de</strong> e justiça social.O processo <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento implica <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> competências e treinamento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>spara negociar, conduzir conflitos, construir consenso ealianças estratégicas.Na medida em que as comunida<strong>de</strong>s fortalecem a suacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões e resolver problemasmediante ação coletiva, as mudanças se refletirão noaumento dos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e na redução<strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> problemas sociais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. As comunida<strong>de</strong>sque se vêm fortalecendo <strong>de</strong>sta forma po<strong>de</strong>mtrabalhar para modificar os fatores <strong>de</strong> risco e as condiçõesque ocultam muitos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Estas comunida<strong>de</strong>ssão a força que impulsiona a promoção <strong>de</strong>políticas públicas que facilitam os estilos <strong>de</strong> vida saudáveis.Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio social <strong>de</strong> base comunitáriaO <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s competentesfreqüentemente envolve a aplicação <strong>de</strong> princípios eenfoques <strong>de</strong>rivados das teorias <strong>de</strong> apoio social e conformação<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s com base na comunida<strong>de</strong>, cujas técnicasse usam para: i<strong>de</strong>ntificar os lí<strong>de</strong>res naturais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>uma comunida<strong>de</strong>; compreen<strong>de</strong>r os padrões comunitários;i<strong>de</strong>ntificar grupos <strong>de</strong> alto risco; e envolver os membrosdas re<strong>de</strong>s na avaliação das necessida<strong>de</strong>s nas própriascomunida<strong>de</strong>s para que empreendam as ações necessáriaspara melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e criar ambientes <strong>de</strong>apoio <strong>de</strong>ntro da comunida<strong>de</strong>.As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio social <strong>de</strong>sempenham uma funçãovital na promoção dos estilos individuais e coletivos <strong>de</strong>vida saudável, seja estimulando, ou <strong>de</strong>salentando o comportamentoorientado para a saú<strong>de</strong> e o bem-estar.Teorias sobre <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo centrado emquem apren<strong>de</strong>Muitos dos pilares atuais sobre <strong>de</strong>senvolvimento cognitivose <strong>de</strong>vem ao trabalho pioneiro <strong>de</strong> Jean Piaget, que nadécada <strong>de</strong> trinta <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que o <strong>de</strong>senvolvimento cogniti-45


vo nos seres humanos progri<strong>de</strong> ao longo <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong>etapas (sensório-motor, pré-operacional, <strong>de</strong> operações concretas,e <strong>de</strong> operações formais), como resultado da interaçãopermanente entre os fatores biológicos e aexperiência, e que em cada uma <strong>de</strong>las a pessoa adquire acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o mundo <strong>de</strong> forma cada vezmais complexa e sofisticada 49 .É evi<strong>de</strong>nte que, sete décadas <strong>de</strong>pois, muitas das propostasiniciais <strong>de</strong> Piaget foram revisadas e atualizadas à luzdos resultados <strong>de</strong> pesquisas científicas recentes. Por exemplo,as seis fases, nas quais o autor subdividiu o período sensório-motor,classificam-se hoje em quatro, com pontoscríticos <strong>de</strong> transição aos 3, 8, 12, e 18 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, queparecem coincidir com mudança no processo <strong>de</strong> amadurecimentocerebral relacionados com as ondas cerebrais, osciclos do sono e a percepção, os quais não tinham sidoesclarecidos na época <strong>de</strong> Piaget 49 .É certo que é necessário contextualizar o trabalho científico<strong>de</strong> Piaget. Não resta a menor dúvida <strong>de</strong> que a sua contribuiçãoao <strong>de</strong>senvolvimento da teoria do conhecimentofoi enorme, e que muito serviu para assentar as bases do<strong>de</strong>senvolvimento das teorias da educação. Em primeirolugar, Piaget <strong>de</strong>monstrou claramente que o conhecimentotem como função transformar a realida<strong>de</strong>, não apenasadquirir informação. Em segundo lugar, <strong>de</strong>stacou que muitoda psicologia do condutismo e da ciência cognitiva negavaa importância dos sentimentos. A experiência humanaenvolve o pensamento, o cognitivo, a ação, a psicomotricida<strong>de</strong>e o afetivo. Piaget assinalou que somente quandoestas três dimensões são consi<strong>de</strong>radas em conjunto, oaprendizado <strong>de</strong> cada experiência tem sentido, enriquece e“empo<strong>de</strong>ra” o indivíduo 50 .Durante anos, consi<strong>de</strong>rou-se que envolver pessoas emexperiências construtivas <strong>de</strong> aprendizado é um aspectoessencial para o melhoramento da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, tantoindividual quanto coletiva. Os marcos <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentocognitivo centrado em quem apren<strong>de</strong>, que sefundamentam principalmente nas teorias <strong>de</strong> educação <strong>de</strong>adultos (Knowles 1981-1984), pedagogia crítica (Freire 1970 -1974) e aprendizado social (Bandura 1986), são chaves para ofortalecimento da capacida<strong>de</strong> no âmbito local.Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> educação popular para a saú<strong>de</strong>, baseadosna pedagogia crítica, centram-se no empo<strong>de</strong>ramentodos membros da comunida<strong>de</strong> para que possam i<strong>de</strong>ntificarproblemas e implementar as soluções necessárias para melhorara qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Em gran<strong>de</strong> medida, o fundamento teórico da educaçãopara a saú<strong>de</strong> e a capacitação dos trabalhadores da saú<strong>de</strong><strong>de</strong>rivaram-se da educação <strong>de</strong> adultos na zona rural. Osmo<strong>de</strong>los mais efetivos assumem que uma pessoa que estejaapren<strong>de</strong>ndo, se ela estiver bem motivada, po<strong>de</strong> beneficiar-se<strong>de</strong> uma vasta experiência <strong>de</strong> vida; por isso, muitosprogramas enfatizam a importância <strong>de</strong> um clima <strong>de</strong> respeitomútuo, colaboração, reciprocida<strong>de</strong>, confiança, apoio,franqueza e autenticida<strong>de</strong>.Teorias sobre a mudança do comportamentoTentar compreen<strong>de</strong>r o que <strong>de</strong>termina que uma pessoaqueira ou não optar por um estilo <strong>de</strong> vida saudável temsido tema <strong>de</strong> investigação científica <strong>de</strong> diversas disciplinas.Algumas das teorias utilizadas com freqüência paraexplicar este processo são as relacionadas com os mo<strong>de</strong>lossobre a modificação do comportamento por etapas eas teorias da persuasão.48


As teorias sobre a mudança do comportamento sustentamque adotar comportamentos saudáveis é um processono qual as pessoas progri<strong>de</strong>m ao longo <strong>de</strong> váriasetapas, até que o novo comportamento chegue a fazerparte da vida cotidiana.As teorias e mo<strong>de</strong>los da persuasão oferecem umamplo marco <strong>de</strong> referência para a compreensão do comportamentohumano e seus <strong>de</strong>terminantes, e serviramcomo bases para a investigação científica nas disciplinasrelacionadas com as ciências da saú<strong>de</strong> e a planificação,implementação e avaliação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicaçãoe educação para a saú<strong>de</strong>. Dentro <strong>de</strong>ste campo <strong>de</strong>stacamseduas, por sua soli<strong>de</strong>z e ampla difusão transcultural.O Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Crenças em Saú<strong>de</strong> formulou-se na décadados cinqüenta, a partir <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong> participaçãopública em um programa <strong>de</strong> triagem (screening)para a tuberculose. A análise das diferentes forças e fatoresque influenciaram a participação <strong>de</strong>u origem ao <strong>de</strong>senvolvimentodo mo<strong>de</strong>lo, o qual se baseia em trêsfatores essenciais 51 :· A disponibilida<strong>de</strong> da pessoa para consi<strong>de</strong>rar mudançasem seu comportamento, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitara doença ou reduzir ao máximo os riscos à saú<strong>de</strong>.· A presença e intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forças no entorno dapessoa que estimulam a mudança e a facilitam.· Os comportamentos em si mesmos.Este mo<strong>de</strong>lo se baseia na presunção <strong>de</strong> que, se a pessoatem acesso à informação sobre a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umadoença e tem a sensibilida<strong>de</strong> em relação às condiçõesque possam produzi-la, agirá <strong>de</strong> forma racional sempre equando perceber que o comportamento recomendado éefetivo.A Teoria do Aprendizado Social <strong>de</strong> Bandura sugereque as pessoas se comprometem na modificação docomportamento sempre e quando:• Consi<strong>de</strong>rem que são competentes para adotar o novocomportamento, ou seja, se percebem como indivíduoseficientes.• Acreditem que os resultados do comportamentoserão positivos.O Mo<strong>de</strong>lo PRECEDE-PROCEDE 52 vem sendo usadocom sucesso em programas <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> eeducação para a saú<strong>de</strong> no âmbito escolar, enfatizando o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>strezas dos estudantes.Leva em conta os fatores <strong>de</strong>terminantes da saú<strong>de</strong>e serve <strong>de</strong> guia no planejamento <strong>de</strong> programas e intervenções<strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> e educação para a saú<strong>de</strong>,facilitando o planejamento, a implementação e avaliaçãointegral <strong>de</strong> programas e, também, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>políticas e legislação. O mo<strong>de</strong>lo enfatiza que a saú<strong>de</strong> e ascondutas estão <strong>de</strong>terminadas por múltiplos fatores e queas ações multissetoriais e multidisciplinares são fundamentaispara conseguir mudanças <strong>de</strong> condutas.O mo<strong>de</strong>lo consta <strong>de</strong> cinco fases <strong>de</strong> diagnóstico, umafase <strong>de</strong> execução e três <strong>de</strong> avaliação. As fases <strong>de</strong> diagnósticoincluem:1. Diagnóstico social <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>sejos e percepções.49


2. Diagnóstico epi<strong>de</strong>miológico da situação e os problemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mais freqüentes.3. Diagnóstico <strong>de</strong> condutas e do entorno.4. Diagnóstico das condições <strong>de</strong> condutas predisponentes(conhecimentos, atitu<strong>de</strong>s, crenças, valores e percepçõesque facilitam ou limitam o processo <strong>de</strong>mudança), que reforçam (recompensas e retroalimentação),que facilitam e afetam o comportamento(habilida<strong>de</strong>s sociais, recursos disponíveis, barreirasque po<strong>de</strong>m favorecer a conduta <strong>de</strong>sejada e limitar ain<strong>de</strong>sejada).5. Diagnóstico do ambiente administrativo e político,que avalia a capacida<strong>de</strong> organizadora, gerencial, e osrecursos disponíveis para o <strong>de</strong>senvolvimento e implementação<strong>de</strong> programas que possam influenciar osfatores da conduta <strong>de</strong>sejada.O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para aqueles que trabalham em promoção<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbito escolar consiste na aplicaçãocriativa <strong>de</strong>stes marcos teóricos, assim como <strong>de</strong> muitosoutros, para o melhoramento da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e asoportunida<strong>de</strong>s para o aprendizado e o <strong>de</strong>senvolvimentosaudável da população em ida<strong>de</strong> escolar.50


5.ESTRATÉGIAS E LINHAS DE AÇÃO2003-2012programas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição iregionale colaboração setor saú<strong>de</strong>participaçãoeducação promoçãoprogramaseducaçãonutrição iniciativa regionalcolaboraçãoprogramassetor saú<strong>de</strong> promoção participanutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção prnutriçãopromoçãoinitiativa regionale colaboração sector saú<strong>de</strong> educaçãparticipação programas nutrição initiativacolaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoção participrogramaseducaçãonutrição iniciativa regional colaboração setor saúdpromoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saú<strong>de</strong> educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoçãoeducaçãoparticipação programas nutrição icolaboração setor saú<strong>de</strong> promoção participaregional colaboração setores saú<strong>de</strong> educação promoção pr


A Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> éum mecanismo estratégico <strong>de</strong> advocacia, articulação emobilização social, multissetorial e interagencial <strong>de</strong>recursos para o fortalecimento das capacida<strong>de</strong>s regionais,nacionais e locais, necessárias para a promoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, a criação <strong>de</strong> condições propícias para o aprendizadoe o <strong>de</strong>senvolvimento humano integral, e o melhoramentoda qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e o bem-estar coletivo <strong>de</strong>meninos, meninas, jovens e <strong>de</strong>mais membros das comunida<strong>de</strong>seducativas.O presente plano estratégico para o fortalecimentoda Iniciativa durante o período 2003 a 2012 foi formuladotendo-se em conta a situação atual dos programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar e o grau <strong>de</strong> progresso na implementaçãoda estratégia na Região, <strong>de</strong>ntro do marco geral das áreasprioritárias <strong>de</strong> cooperação técnica da Organização para omesmo período 53 , e as estabelecidas pela Divisão <strong>de</strong> Promoçãoe Proteção da Saú<strong>de</strong> (HPP) para a criação e fortalecimento<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> técnica em matéria <strong>de</strong>promoção da saú<strong>de</strong> 54 .O plano apóia-se no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seis estratégiasprincipais e suas correspon<strong>de</strong>ntes linhas <strong>de</strong> ação,<strong>de</strong>scritas a seguir, e que se apresentam <strong>de</strong> forma resumidana tabela ao final <strong>de</strong>sta seção.5.1ADVOCACIA DOSPROGRAMAS DE SAÚDEESCOLAR E DIFUSÃO DAINICIATIVA REGIONALESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDEUma das conquistas mais significativas da IniciativaRegional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> é ter contribuído,durante os últimos sete anos, para que as necessida<strong>de</strong>sintegrais da população infantil e juvenil em ida<strong>de</strong> escolartenham agora uma visão mais ampla nas agendas políticas,sócio-econômicas e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública dos EstadosMembros. Do mesmo modo, a Iniciativa promoveu umacompreensão continental maior sobre a indissolubilida<strong>de</strong>do binômio saú<strong>de</strong>-educação e o potencial estratégicoque têm as escolas no fomento da saú<strong>de</strong>, do <strong>de</strong>senvolvimentosustentável, e do crescimento sócio-econômico eespiritual dos povos.Não obstante o parágrafo anterior, e apesar das conquistasobtidas, a advocacia das intervenções integrais noâmbito escolar <strong>de</strong>ve continuar sendo uma das priorida<strong>de</strong>sda Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Um <strong>de</strong>safio persistente para a consolidação da mesma naRegião consiste em envolver a socieda<strong>de</strong> no seu conjunto,as agências internacionais, os setores público e privado,os meios <strong>de</strong> comunicação, as instâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãopolítica, os docentes, os estudantes e os pais e mães <strong>de</strong>família na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s e mobilização dos53


ecursos humanos e materiais requeridos para a realizaçãodas ativida<strong>de</strong>s.Conseqüentemente, durante os próximos <strong>de</strong>z anos, aIniciativa continuará apoiando estratégias regionais esub-regionais, <strong>de</strong>stinadas a incrementar a valorizaçãosocial dos programas integrais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar, o compromissopolítico e os recursos disponíveis para tais programas.Além disso, dará <strong>de</strong>staque à colaboração técnicada Organização no fortalecimento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>advocacia nos próprios países, especialmente das ComissõesNacionais e outros atores interessados e responsáveispor impulsionar a causa em favor dos programasintegrais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.Os <strong>de</strong>fensores da saú<strong>de</strong> escolar precisam ter umavisão clara sobre as ações mencionadas e a forma <strong>de</strong>colocá-las em andamento <strong>de</strong>ntro do contexto específico<strong>de</strong> cada país, e também dispor <strong>de</strong> ferramentas técnicaspara formular propostas e gerar recursos e informaçãofundamentada em evidência científica. A ampla divulgação<strong>de</strong> tal informação, bem como os resultados das pesquisastêm um impacto consi<strong>de</strong>rável na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>priorida<strong>de</strong>s e no trabalho das diferentes instituições eagências 38 .Principais linhas <strong>de</strong> ação:· Fortalecer a consciência <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res políticos e funcionáriosdos Estados Membros responsáveis pelas <strong>de</strong>cisõesnos Ministérios da Saú<strong>de</strong>, da Educação e outrossetores, <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> opinião e atores estratégicos vinculadosaos setores não-governamentais*, sobre ocompromisso <strong>de</strong> continuar progredindo nos objetivosdas políticas internacionais “Saú<strong>de</strong> para Todos” e “Educaçãopara Todos” (EFA-2015), e sobre o potencial das<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> contribuir eficientementepara a conquista <strong>de</strong>sses objetivos comuns.· Fortalecer a capacida<strong>de</strong> técnica das ComissõesNacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escolar, para promover eficientemente,a estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.· Apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento e a difusão <strong>de</strong> estratégias<strong>de</strong> informação, educação e comunicação social (IEC)e materiais inovadores, para a advocacia dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar e a promoção da estratégia<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.* Instituições <strong>de</strong> educação superior e formadoras <strong>de</strong> recursos humanos;agremiações científicas e profissionais; sindicatos dos professores;meios massivos <strong>de</strong> comunicação; organizações não governamentais eoutros grupos <strong>de</strong> advocacia.54


5.2APOIO ÀINSTITUCIONALIZAÇÃO DAESTRATÉGIA ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE EA FORMULAÇÃO DEPOLÍTICAS PÚBLICASSAUDÁVEIS NASCOMUNIDADESEDUCATIVASNo contexto sócio-político e administrativo dos processoscrescentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e reforma dos setoressaú<strong>de</strong> e educação na América Latina, cada vez mais aspriorida<strong>de</strong>s se estabelecem e se <strong>de</strong>finem nos cenárioslocais, on<strong>de</strong> também se distribuem (ou não) os respectivosrecursos. A ausência <strong>de</strong> políticas claras, que garantam apriorida<strong>de</strong> indiscutível <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> escolar nasagendas públicas e econômicas dos países, províncias emunicípios, ou das próprias comunida<strong>de</strong>s educativas,impe<strong>de</strong> com freqüência que experiências bem sucedidasrecebam o financiamento necessário, como conseqüênciada vonta<strong>de</strong> variável das administrações vigentes.A sustentação da estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> requer políticas explícitas <strong>de</strong> compromisso com asaú<strong>de</strong>, a educação e o <strong>de</strong>senvolvimento humano sustentável,através das comunida<strong>de</strong>s educativas, não só noâmbito das administrações nacionais, senão mediante asua inclusão nos planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional emunicipal. Da mesma forma, é importante avançar na institucionalizaçãoda estratégia, mediante sua articulaçãocom os Projetos Educativos Institucionais (PEI).A Iniciativa Regional continuará fortalecendo a capacida<strong>de</strong>técnica dos Estados Membros para que avancemna formulação e atualização <strong>de</strong> políticas e planos <strong>de</strong> açãocombinados multissetorialmente, assim como na inclusãoda saú<strong>de</strong> escolar com enfoque integral e a estratégia<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nos planos e projetos institucionaisdas comunida<strong>de</strong>s educativas.Por outro lado, a experiência acumulada durante quaseuma década <strong>de</strong>monstra que as <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> constituem uma estratégia efetiva para impulsionara difusão, adoção, auditoria social e avaliação <strong>de</strong> políticassaudáveis no âmbito escolar. Um dos objetivoscentrais da estratégia é facilitar a convergência <strong>de</strong> açõescomplementares em benefício da saú<strong>de</strong>, da educação eda qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das comunida<strong>de</strong>s, motivo pelo quala Iniciativa promoverá, em coor<strong>de</strong>nação com outras Divisões,Programas e Centros da Organização*, CentrosColaboradores da OPS/OMS, Ministérios da Saú<strong>de</strong> e daEducação e outros atores chaves, a difusão e formulaçãoparticipativa <strong>de</strong> políticas que contribuam para a conquista<strong>de</strong>stes objetivos nas <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Principais linhas <strong>de</strong> ação:· Oferecer colaboração técnica aos Estados Membrospara a elaboração <strong>de</strong> diretrizes e instrumentos que* CPC, CLAP, CFNI, INCAP e CEPIS55


facilitem a ação multissetorial e fortalecimento <strong>de</strong>políticas e planos <strong>de</strong> ação, orientados para a promoção<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar e a difusão da estratégia <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.· Apoiar a elaboração e divulgação <strong>de</strong> diretrizes e instrumentosque facilitem a inclusão da estratégia <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nos planos e projetosinstitucionais das comunida<strong>de</strong>s educativas.· Advogar, em coor<strong>de</strong>nação com outras Áreas, Unida<strong>de</strong>s,Representações e Centros da Organização, CentrosColaboradores da OPS/OMS e Ministérios daSaú<strong>de</strong>, Educação e outros setores, pela difusão, adoção,auditoria social e avaliação <strong>de</strong> políticas saudáveisno âmbito escolar.5.3FORTALECIMENTO DAPARTICIPAÇÃO DE ATORES– CHAVES NA GESTÃODOS PROGRAMAS DESAÚDE ESCOLARO melhoramento das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida, bem-estar e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado e<strong>de</strong>senvolvimento da população em ida<strong>de</strong> escolar e<strong>de</strong>mais membros das comunida<strong>de</strong>s educativas não é responsabilida<strong>de</strong>exclusiva <strong>de</strong> um setor apenas, e requer ocompromisso e articulação <strong>de</strong> recursos e esforços dacomunida<strong>de</strong>, dos diferentes setores e níveis da administraçãopública (especialmente no âmbito local ou municipal),das organizações não-governamentais e agências<strong>de</strong> cooperação internacional. A multissetorialida<strong>de</strong> éimprescindível para a mobilização <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s, a <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> soluções e a realização das ações 55 .Ainda que mais <strong>de</strong> 65% dos países da Região já disponham<strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação intersetorial 20 ,estes precisam ainda ser consolidados e fortalecidos.Durante os próximos <strong>de</strong>z anos, a Iniciativa da Organizaçãoprocurará estimular os Estados Membros para quetais mecanismos e estratégias incluam todos os setoresresponsáveis pela saú<strong>de</strong>, educação e <strong>de</strong>senvolvimentodos escolares, e não somente saú<strong>de</strong> e educação, e paraque esses mecanismos se traduzam na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>negociar e acertar agendas comuns, marcos conceituais eoperativos compartilhados e relevantes para todos, eintervenções convergentes e complementares.56


A formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s tem <strong>de</strong>monstrado ser uma estratégiaefetiva para impulsionar a promoção dos programasescolares com enfoque integral nos âmbitos regional(Re<strong>de</strong> Latino-Americana e Caribenha <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) e dos próprios países (Re<strong>de</strong>s Nacionais<strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>); por isso, esta Iniciativacontinuará apoiando a sua difusão e a mobilização dosrecursos necessários para dinamizar a sua gestão.Principais linhas <strong>de</strong> ação:· Apoiar a conformação ou o fortalecimento da capacida<strong>de</strong>resolutiva das Comissões Nacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Escolar nos países da Região, que ainda não tenhamsido estabelecidas, e consolidar as já existentesmediante estratégias <strong>de</strong> capacitação, difusão <strong>de</strong>informação pertinente e intercâmbio <strong>de</strong> conhecimentose experiências.· Dinamizar a gestão das Re<strong>de</strong>s Latino-Americana eCaribenha <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ( RLCEPS )mediante difusão <strong>de</strong> informação sobre programas emo<strong>de</strong>los bem sucedidos <strong>de</strong> intervenção nas escolas,facilitação do <strong>de</strong>bate e intercâmbio <strong>de</strong> conhecimentose experiências, fomento da pesquisa aplicada, epromoção do <strong>de</strong>senvolvimento e capacitação <strong>de</strong>recursos humanos, em áreas críticas para a saú<strong>de</strong>escolar.· Criar e consolidar alianças estratégicas com agênciasdiferentes do sistema <strong>de</strong> Nações Unidas, Centros daOrganização, Centros Colaboradores da OPS/OMS,organizações não governamentais e outras instituições,com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fortalecer a Iniciativa Regional<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nos Países Membros.· Oferecer colaboração técnica aos países da Região,para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> linhas que facilitem aação multissetorial <strong>de</strong> marcos conceituais e planosestratégicos compartilhados. para o <strong>de</strong>senho, execuçãoe avaliação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar, quepossam ser aplicados nos âmbitos nacional, regional emunicipal.· Impulsionar a criação <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Nacionais <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e dinamizar a sua gestão,mediante estratégias que facilitem a divulgação <strong>de</strong>informação relevante, o intercâmbio <strong>de</strong> conhecimentos,a documentação e difusão <strong>de</strong> experiências bemsucedidas, e a pesquisa aplicada à promoção da saú<strong>de</strong>no âmbito escolar.57


5.4FORTALECIMENTO DACAPACIDADE DOSESTADOS MEMBROS PARAA GESTÃO DA ESTRATÉGIAESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDEEm resposta ao perfil <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s e problemas,i<strong>de</strong>ntificados pelos países da Região, para a gestão bemsucedida <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar com enfoqueintegral e a estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, a IniciativaRegional apoiará a capacitação <strong>de</strong> recursos humanose institucionais (centros facilitadores) existentes nosEstados Membros e fortalecerá as associações, para a colaboraçãotécnica entre os diferentes países e sub-regiões.A situação <strong>de</strong> escassez crônica <strong>de</strong> pessoal (profissionaisdos setores saú<strong>de</strong> e educação) com treinamento emsaú<strong>de</strong> escolar, a alta rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> funcionários e trabalhadores,bem como os custos elevados dos processos<strong>de</strong> capacitação obrigam, igualmente, a procura e avaliação<strong>de</strong> estratégias inovadoras e <strong>de</strong> significativo custobenefícioque permitam aumentar o recurso humanodisponível nos países.O <strong>de</strong>senvolvimento saudável da população infantil ejuvenil requer que se satisfaçam as necessida<strong>de</strong>s básicas ea aquisição das habilida<strong>de</strong>s e competências (inclusive aspsicossociais) necessárias para negociar com o entornosocial e, eventualmente, assumir funções como pessoasadultas 56 ; por isso, a difusão e o fortalecimento da capacida<strong>de</strong>técnica para o esboço, execução e avaliação <strong>de</strong>intervenções orientadas para a promoção da competênciapsicossocial e a educação em atitu<strong>de</strong>s para a vidaconstituem, também, uma priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta IniciativaRegionalPrincipais linhas <strong>de</strong> ação:· I<strong>de</strong>ntificar nos países, as instituições (acadêmicas,agências <strong>de</strong> governo, organizações não-governamentais)com credibilida<strong>de</strong>, li<strong>de</strong>rança e experiência empromoção da saú<strong>de</strong> no âmbito escolar, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> fortalecer a sua capacida<strong>de</strong> técnica, gestão etrabalho coor<strong>de</strong>nado como centros facilitadores nosseus próprios países e sub-regiões.· Promover a inclusão do componente <strong>de</strong> promoção dasaú<strong>de</strong> no âmbito escolar nos planos curriculares dasinstituições formadoras <strong>de</strong> recursos humanos em saú<strong>de</strong>e educação nos Estados Membros.· Apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento, execução e avaliação <strong>de</strong>programas e metodologias inovadoras para a educaçãocontínua <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação eoutros setores relacionados, no que se refere aosaspectos conceituais, técnicos e operativos dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.· Estabelecer, com a colaboração <strong>de</strong> agências internacionais*,Centros da Organização, Centros Colabora-* UNESCO, UNICEF, WFP, Banco Mundial e Banco Inter-Americano <strong>de</strong>Desenvolvimento, entre outras.58


dores da OPS/OMS, instituições acadêmicas (ConsórcioInteramericano <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>s e Centros <strong>de</strong>Formação <strong>de</strong> Pessoal em Educação para a Saú<strong>de</strong> ePromoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>—CIUEPS) e outros sócios potenciais,mecanismos para a formação superior <strong>de</strong> profissionaisda saú<strong>de</strong> e educação em saú<strong>de</strong> escolar.· Oferecer colaboração técnica aos países para o melhoramentodos sistemas e mecanismos <strong>de</strong> acreditaçãodas <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com seuspróprios critérios, priorida<strong>de</strong>s e recursos.· Apoiar a difusão, inclusão e avaliação do componente<strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s psicossociais ( Habilida<strong>de</strong>s para aVida ) nos programas <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> das<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.5.5APOIO À INVESTIGAÇÃOPARA O DESENVOLVIMENTODOS PROGRAMAS DESAÚDE ESCOLARO fomento da investigação visando à avaliação (<strong>de</strong>processo e impacto) dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar comenfoque integral, a vigilância <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> risco e fatoresprotetores nos escolares, e a análise periódica (pesquisaa cada dois anos) do grau <strong>de</strong> progresso no<strong>de</strong>senvolvimento da Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> Promoto-ras <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nos países são outras priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste planoestratégico.Do ponto <strong>de</strong> vista da investigação, a ampliação <strong>de</strong>cobertura e o melhoramento da qualida<strong>de</strong> dos programasescolares nos Estados Membros <strong>de</strong>vem sustentar-se nadivulgação ampla <strong>de</strong> informação fundamentada em evidênciacientífica, na análise e uso racional da informaçãodisponível nos diferentes âmbitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão (especialmenteno municipal) e numa participação maior das própriascomunida<strong>de</strong>s educativas nos processos <strong>de</strong>avaliação. Determinar quais são as intervenções que causamos maiores benefícios com menor custo no âmbitoescolar constitui uma priorida<strong>de</strong>, assim como a difusão<strong>de</strong> tal informação para apoiar o trabalho permanente <strong>de</strong>advocacia e a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.Com o propósito <strong>de</strong> fomentar e apoiar a investigaçãoaplicada no campo da saú<strong>de</strong> escolar, a Iniciativa promoveráa mobilização <strong>de</strong> recursos, a criação e fortalecimento<strong>de</strong> associações estratégicas com diferentes sócios ealiados potenciais , e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> protocolos<strong>de</strong> investigação.Principais linhas <strong>de</strong> ação :· Definir e impulsionar uma agenda regional <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>sem investigação aplicada nos programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar com enfoque integral e a IniciativaRegional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, em coor<strong>de</strong>naçãocom os países, outras Áreas, Unida<strong>de</strong>s,Representações e Centros da Organização, agências<strong>de</strong> cooperação internacional, instituiçõesacadêmicas (Consórcio Interamericano <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>se Centros <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Pessoal em Edu-59


cação para a Saú<strong>de</strong> e Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) e outrossócios potenciais.· Colaborar com agências do sistema <strong>de</strong> Nações Unidas*,organizações não governamentais e instituiçõesacadêmicas no <strong>de</strong>senvolvimento colaborativo <strong>de</strong> protocolos<strong>de</strong> investigação e instrumentos para a vigilância<strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> risco e fatores protetores napopulação em ida<strong>de</strong> escolar.· Oferecer colaboração técnica aos países da Regiãopara pôr em andamento protocolos <strong>de</strong> vigilância <strong>de</strong>práticas <strong>de</strong> risco e fatores protetores em escolares.· Aplicar a cada dois anos a pesquisa sobre o grau <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> naAmérica Latina e divulgar os resultados, em colaboraçãocom os pontos focais <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong>, nasrepresentações da OPS/OMS, nos Ministérios da Saú<strong>de</strong>e da Educação, e outros sócios potenciais nos paísesda Região.· Difundir entre os Estados Membros informação fundamentadaem evidência científica que facilite ainvestigação em aspectos relacionados com os diferentescomponentes dos programas integrais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar e a Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.· Validar o marco conceitual da Iniciativa Regional combase nos resultados da investigação e o conhecimentoda situação das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nosEstados Membros.5.6MOBILIZAÇÃO DERECURSOSA promoção da saú<strong>de</strong> no âmbito escolar implica açõese responsabilida<strong>de</strong>s complexas que escapam à competência<strong>de</strong> um só setor ou agência; por isso, torna-se imprescindívela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilizar vonta<strong>de</strong>s e recursos enegociar propostas combinadas multissetorialmente.A mobilização <strong>de</strong> recursos a favor dos programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar está estreitamente relacionada com o trabalho<strong>de</strong> advocacia e o posicionamento <strong>de</strong> tais programasnas agendas públicas e no centro <strong>de</strong> interesse dasocieda<strong>de</strong> em geral. Existe um ponto comum entre estaslinhas <strong>de</strong> ação on<strong>de</strong> são indispensáveis estratégias inovadoras<strong>de</strong> comunicação e traquejo social, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> incrementar a consciência global sobre o valor da saú<strong>de</strong>e da educação como sócios ativos na promoção do<strong>de</strong>senvolvimento humano sustentável, da estabilida<strong>de</strong>social e do progresso espiritual e econômico dos povos.A Iniciativa Regional <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>continuará administrando a mobilização <strong>de</strong> recursos institucionaise externos, <strong>de</strong>stinados à execução das distintasestratégias e linhas <strong>de</strong> ação propostas neste plano,em apoio às iniciativas nos Estados Membros e à GerênciaRegional da própria Iniciativa.* UNESCO, UNICEF, WFP, OMS, FACO, CDC y UNFPA, entre outras.60


Principais linhas <strong>de</strong> ação:· Elaborar propostas regionais, sub-regionais e nacionaispara a mobilização <strong>de</strong> recursos internacionaisque contribuam com a difusão da Iniciativa Regional<strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a execução das ativida<strong>de</strong>sprevistas nos países, <strong>de</strong> acordo com as suasnecessida<strong>de</strong>s e a situação atual das comunida<strong>de</strong>seducativas.· Criar e consolidar alianças com agências do sistema <strong>de</strong>Nações Unidas, organizações não governamentais, osetor privado e outros sócios estratégicos, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> mobilizar os recursos necessários para fortaleceras ações <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbito escolarna Região e minimizar a duplicação <strong>de</strong> esforços e asobrecarga dos profissionais nos Estados Membros.FORTALECIMENTO DA INICIATIVA REGIONALESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDEPLANO DE AÇÃO 2003 - 2012Estratégia1. Advocacia dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolarLinhas <strong>de</strong> Ação• Fortalecimento da consciência <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res políticos, responsáveispor tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão nos diferentes setores, lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> opiniãoe outros atores estratégicos vinculados aos setores não-governamentais,sobre a importância dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.• Aumento da capacida<strong>de</strong> técnica das Comissões Nacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>escolar para promover a estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.• Desenvolvimento e difusão <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> comunicação social emateriais inovadores para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> advocacia dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.61


2. Institucionalização da estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e formulação <strong>de</strong> políticas saudáveisnas comunida<strong>de</strong>s educativas• Fortalecimento da combinação multissetorial para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> políticas e planos conjuntos <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>escolar.• Fomento da inclusão da estratégia <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nosplanos e projetos das instituições educativas.• Promoção da difusão, aplicação, auditoria social e avaliação <strong>de</strong> políticassaudáveis no âmbito escolar.3. Participação <strong>de</strong> atores chaves na gestão dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar• Apoio para a conformação ou consolidação <strong>de</strong> ComissõesNacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escolar nos países da Região.• Promoção da elaboração multissetorial <strong>de</strong> marcos conceituais eplanos estratégicos compartilhados para a gestão dos programas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar.• Apoio para a criação e dinamização da gestão das Re<strong>de</strong>s Nacionais<strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.• Dinamização da gestão das Re<strong>de</strong>s Latino-Americana e Caribenha <strong>de</strong><strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.• Criação e consolidação <strong>de</strong> alianças interagenciais estratégicas parao fortalecimento da Iniciativa Regional.4. Fortalecimento da capacida<strong>de</strong> técnica dos países• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> recursos institucionais existentes na Região e fortalecimento<strong>de</strong> sua gestão como centros facilitadores <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> escolar nos distintos países e sub-regiões.• Fomento da inclusão do componente <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> escolarnos planos curriculares das instituições formadoras <strong>de</strong> recursoshumanos em saú<strong>de</strong> e educação.62


• Promoção <strong>de</strong> programas e metodologias inovadoras para a educaçãocontínua <strong>de</strong> profissionais em temas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.• Apoio no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mecanismos para a formação superior<strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação em saú<strong>de</strong> escolar, em coor<strong>de</strong>naçãocom distintos sócios potenciais.• Apoio para o melhoramento dos sistemas e mecanismos <strong>de</strong> acreditaçãodas <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.• Promoção da inclusão do componente <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s psicossociaisnos programas <strong>de</strong> educação para a saú<strong>de</strong> das <strong>Escolas</strong> <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>.5. Investigação• Fomento da investigação aplicada nos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.• Desenvolvimento colaborador <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong> investigação e instrumentospara a vigilância <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> risco e fatores protetoresna população em ida<strong>de</strong> escolar.• Apoio para a aplicação <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong> vigilância <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong>risco e fatores protetores na população em ida<strong>de</strong> escolar.• Aplicação a cada dois anos <strong>de</strong> pesquisa regional sobre as <strong>Escolas</strong><strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na América Latina.• Difusão <strong>de</strong> informação científica atualizada na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar.• Validação do marco conceitual da Iniciativa Regional com base emevidência científica e informação sobre a situação dos programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> escolar nos países.63


6. Mobilização <strong>de</strong> recursos • Elaboração <strong>de</strong> propostas regionais e sub-regionais.• Desenvolvimento <strong>de</strong> alianças com sócios estratégicos para amobilização regional e sub-regional <strong>de</strong> recursos.64


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30Puertas, B (2001) Latin America Network of Health-Promoting Schools. Ippolito-Shepherd, J (Editor) (2002)Proceedings First Meeting and Creation of the CaribbeanNetwork of Health-Promoting Schools. Washington, DC:<strong>PAHO</strong>/<strong>WHO</strong>.31Organización Panamericana <strong>de</strong> la Salud (2002) ResumenMemoria <strong>de</strong> la III Reunión <strong>de</strong> la Red Latinoamericana<strong>de</strong> Escuelas <strong>Promotoras</strong> <strong>de</strong> la Salud, Quito, Ecuador,10–13 <strong>de</strong> septiembre <strong>de</strong> 2002. Washington, DC: OPS/OMS.32Ippolito-Sepherd, J (Editor) (2002) Proceedings FirstMeeting and Creation of the Caribbean Network ofHealth-Promoting Schools, Bridgetown, Barbados, November2001. Health Promoting Series No. 2. Washington, DC:<strong>PAHO</strong>/<strong>WHO</strong> (In press).33Organización Panamericana <strong>de</strong> la Salud (2002) LaSalud en las Américas. Volumen I. Publicación Científica yTécnica No. 587. Washington, DC: OPS/OMS.34Cerqueira, MT (1996) Health-Promoting Schools.World Health. The Magazine of the <strong>WHO</strong>, 49th Year, No.4, July-August 1996.35Arroyo, H y MT Cerqueira (Editores) (1997) La promoción<strong>de</strong> la salud y la educación para la salud en AméricaLatina. Un análisis sectorial. San Juan, Puerto Rico: Editorial<strong>de</strong> la Universidad <strong>de</strong> Puerto Rico.36Botvin, GJ (1999) Preventing drug abuse through theschools: Intervention programs that work. Document presentedin Meeting “Life Skills and Human Development”,Washington, DC, 8 – 10 September, 1999.37Ippolito-Shepherd, J y MT Cerqueira (2002) The Health-PromotingSchools Initiative in the Americas (1995-2002) Family Health and Population Program. Division ofHealth Promotion and Protection. Washington, DC:<strong>PAHO</strong>/<strong>WHO</strong>. (Documento inédito).38World Health Organization (1997) Promoting Heaththrough Schools. Report of a <strong>WHO</strong> Expert Committee onComprehensive School Health Education and Promotion.<strong>WHO</strong> Technical Report Series 870. Geneva: <strong>WHO</strong>.39Programa <strong>de</strong> la Naciones Unidas para el Desarrollo(1998) Educación: La Agenda <strong>de</strong>l Siglo XXI. Hacia unDesarrollo Humano. Bogotá: Tercer Mundo Editores.40Organización <strong>de</strong> la Naciones Unidas para la Educación,la Ciencia y la Cultura (2002) Propuesta <strong>de</strong> ProyectoRegional <strong>de</strong> Educación para América Latina y el Caribe (ED-PRELAC I/REF.1). Documento <strong>de</strong> trabajo discutidodurante la Primera Reunión Intergubernamental <strong>de</strong> PRE-LAC, realizada en la Habana, Cuba, <strong>de</strong>l 14 al 16 <strong>de</strong>noviembre <strong>de</strong> 2002.41Mantilla, L (2000) Habilida<strong>de</strong>s para la Vida: Una propuestaeducativa para la promoción <strong>de</strong>l <strong>de</strong>sarrollo humanoy la prevención <strong>de</strong> problemas psicosociales. Bogotá,Colombia.42Mangrulkar, L, C Vince Whitman, and M Posner (2001)Life Skills Approach to Child and Adolescent HealthyHuman Development. Washington, DC: <strong>PAHO</strong>/<strong>WHO</strong>.43World Health Organization (1999) Life Skills Educationin Schools (<strong>WHO</strong>/MNH/PSF/93, 7A. Rev.2). Geneva:<strong>WHO</strong>.67


44Organización Panamericana <strong>de</strong> la Salud (2000) Manual<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificación y promoción <strong>de</strong> la resiliencia en niños yadolescentes. Washington, DC : OPS/OMS.45The Child-to-Child Trust (1997) Health Promotion inOur Schools. London: The Child-to-Child Trust-UNICEF.46Kickbusch, I (2003) The Contribution of the WorldHealth Organization to a New Public Health and HealthPromotion. AJPH (March 2003) Vol. 93, No. 3, pp 383-388.47World Health Organization (1986) Health Promotion.Ottawa Charter. Charter Adopted at an InternationalConference on Health Promotion. The Move Towards aNew Public Health, November 17-21, 1986, Ottawa, Ontario,Canada. Geneva: <strong>WHO</strong>.48Cerqueira, MT and G Coe (1996) Communication, Educationand Participation: A Framework and Gui<strong>de</strong>dAction. Washington, DC: <strong>PAHO</strong>/<strong>WHO</strong> (Unpublisheddocument).53Organización Panamericana <strong>de</strong> la Salud (2002) PlanEstratégico <strong>de</strong> la Oficina Sanitaria Panamericana para elperíodo 2003-2007. Documento CSP26/10. Washington,DC: OPS/OMS.54Organización Panamericana <strong>de</strong> la Salud (2001) Fortalecimiento<strong>de</strong> la planificación <strong>de</strong> la Promoción <strong>de</strong> la Salu<strong>de</strong>n las Américas. Documento CE128/17. Washington, DC:OPS/OMS.55Suárez, J y M Márquez (2002) Proyectos locales <strong>de</strong>Promoción <strong>de</strong> la Salud. Nuevos escenarios para el <strong>de</strong>sarrollo<strong>de</strong> la salud pública. Documento <strong>de</strong> archivo <strong>de</strong>l Centro<strong>de</strong> Documentación e Información “Doctor LuisErnesto Giraldo”. Representación OPS/OMS en Cuba.56World Health Organization (1999) Programming forAdolescent Health and Development. Technical ReportNo. 889. Geneva: <strong>WHO</strong>.49Steinberg, LD and J Belsky (1991) Infancy, Childhood,and Adolescence: Development in Context. New York.McGraw-Hill.50Piaget, J (1926) The Language and Thought of theChild. New York: Harcourt Brace.51Dignnan, MB and PA Carr (1992) Program Planning forHealth Education and Promotion. Phila<strong>de</strong>lphia.52Green, LW and MW Kreuter (1991) Health PromotionPlanning. An Educational and Environmental Approach.Second Edition. Mayfield Publishing Company.68


ANEXOPARTICIPANTES EMREUNIÃO DE ESPECIALISTASDE SAÚDE ESCOLARWASHINGTON, DC, 2–4 DE OUTUBRO DE 2002Dr. Andy Thomas An<strong>de</strong>rsonOntario Institute for Studies in EducationUniversity of Toronto252 Bloor Street WestToronto, OntarioM5S 1V6CanadaTel. 416-978-2992E-Mail: aan<strong>de</strong>rson@oise.utoronto.caLic. Amanda Josefina BravoCoordinadora Pedagógica NacionalFe y Alegría ColombiaDiagonal 34 No. 4 - 94Bogotá, ColombiaTel. 323-7775E-Mail: abravo@col-online.comMrs. Carmen Dardano NewmanFood and Nutrition OfficerFood and Agriculture Organization (FAO)P.O. Box 631-CBridgetown, BarbadosTel. 246-426-7110E-Mail: carmen.dardano@fao.orgDr. Carlos dos Santos SilvaGerente do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escolar daSecretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Escolar do Rio <strong>de</strong> Janeiro/BrasilRua Afonso Cavalcanti, 455/850Cida<strong>de</strong> NovaRio <strong>de</strong> Janeiro/RJ, BrasilTel. 55-21-250-32-222Fax: 55-21-22734240E-Mail: carlossilva@pcrj.rj.gov.brLic. Irene Diana GojmanDirectora <strong>de</strong> CASSA(Centro <strong>de</strong> Asesoramiento en Salud Adolescente)Peña 2709 7to. Piso1425 Buenos Aires, ArgentinaTel. 4805-6217E-Mail: irenegojman@hotmail.comMr. Charles GollmarTeam Lea<strong>de</strong>r School Health/Youth Health Promotion<strong>WHO</strong>/ NPHAve Appia 20Geneva, SwitzerlandTel. 41-22-791-3581E-Mail: gollmarc@who.intDra. María Paz Guzmán LlonaEncargada <strong>de</strong>l Programa Nacional <strong>de</strong> Salud <strong>de</strong>l EstudianteRed <strong>de</strong> Apoyo al EstudianteMinisterio <strong>de</strong> Educación (JUNAEB)Antonio Varas, 153, Provi<strong>de</strong>nciaSantiago, ChileTel. 235-9898 ext. 226E-Mail: mpguzman@junaeb.clDra. Blanca Patricia Mantilla UribeDirectoraInstituto PROINAPSAUniversidad Industrial <strong>de</strong> Santan<strong>de</strong>rCarrera 32 No. 29-31 Piso 3ºFacultad <strong>de</strong> SaludBucaramanga, ColombiaTel. 7-645-0006 - Ext.3156E-mail: proinaps@uis.edu.co69


Dr. Leonardo MantillaAsesorFe y Alegría ColombiaCarrera 8 # 49-25 Consultorio 705Bogotá, ColombiaTel. 2-219621E-Mail: lmantilla@cable.net.coSr. Juan Carlos Melero IbáñezResponsable <strong>de</strong> PrevenciónEDEX / Centro <strong>de</strong> Recursos ComunitariosParticular <strong>de</strong> Indautxu, 948011 BilbaoEspañaTel. 34-94-442-5784E-Mail: prevencion@e<strong>de</strong>x.esMrs. Paula MorganInternational Program CoordinatorCenters for Disease Control and PreventionCDC/DASH4770 Buford Hwy. N.E. MS-K-29Atlanta, GA 30002Tel. 770-488-6107E-Mail: pmorgan@cdc.govSr. Jesús A. Pérez-Arróspi<strong>de</strong> GarcíaDirector <strong>de</strong>l Observatorio Vasco <strong>de</strong> la JuventudPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la Fundación "Vivir sin Drogas"Gregorio <strong>de</strong> la Revilla 22, entreplanta,Dto. 3, 48011 BilbaoEspañaTel. 94-441-8582Sr. Alfredo Rojas-FigueroaOficial <strong>de</strong> ProgramasUNESCOOficina Regional <strong>de</strong> EducaciónEnrique Delpiano 2058Santiago, ChileTel. 562-655-1050 ext. 43E-Mail: arojas@unesco.clDr. Antonio SáezAsociación Iberoamericana <strong>de</strong> Salud Escolar y UniversitariaC/Pilar <strong>de</strong> Zaragoza, No. 32-2º DCHAMadrid, EspañaTel. 34-91-725-0919E-Mail: omepspain@ent.ucm.esDra. Aída Verónica Simán <strong>de</strong> BetancourtDirectora <strong>de</strong> Desarrollo Humano y Coordinadora Ejecutiva<strong>de</strong> Escuela SaludableSecretaría Nacional <strong>de</strong> la FamiliaCalle José Martí # 15, Col. EscalónSan Salvador, El SalvadorTel. 503-263-4090E-Mail: a.siman@primeradama.gob.svMr. Kiene WernerRepresentativeUnited NationsWorld Food Programme (PMA)2175 K Street, N.W., Suite 350Washington, DC 20009Tel. 202-653-2029E-Mail: werner.kiene@wfp.orgOPS/OMS70


Dra. Maria Teresa CerqueiraDirectoraDivisión <strong>de</strong> Promoción y Protección <strong>de</strong> la SaludOrganización Panamericana <strong>de</strong> la Salud525-23rd. Street NWWashington, DC 20037202-974-3243Fax: 202-974-3640E-Mail: cerqueim@paho.orgDr. Ernest PateCoordinadorPrograma <strong>de</strong> Salud <strong>de</strong> la Familia y PoblaciónDivisión <strong>de</strong> Promoción y Protección <strong>de</strong> Salud525 Twenty-third St, NWWashington, DC 20037Tel: 202-974-3466E-Mail: pateerne@paho.orgDra. Josefa Ippolito-ShepherdAsesora Regional en Educación para la SaludPrograma <strong>de</strong> Salud <strong>de</strong> la Familia y PoblaciónDivisión <strong>de</strong> Promoción y Protección <strong>de</strong> Salud525-23rd. Street, NWWashington, DC 20037202-974-3639Fax: 202-974-3631E-Mail: ippolitj@paho.orgDr. Lenor AmstrongStu<strong>de</strong>nt InternHealth-Promoting Schools Regional InitiativeFamily Health and Population ProgramDivision of Health Promotion and Protection525-23 Street, NWWashington, DC 20037Ms. Christine BocageNutritionistCaribbean Food and Nutrition Institutec/o UWI, AugustineTrinidad1-868-663-1544Fax: 1-868-663-1544E-Mail: cfni@cablenett.netMs. Patricia BrandonAdviser in Health Promotion and Health Education<strong>PAHO</strong> Office of the Caribbean Program CoordinationDayrells, St. Michael, P.O Box 508Barbados246-426-3860Fax: 246-436-9779E-Mail: brandon@cpc.paho.orgLic. Lour<strong>de</strong>s MindreauAsesora, Atención Primaria AmbientalCEPIS/OPSLos Pinos 259 Urb. Camacho-La MolinaLima, Perú511-437-1077Fax: 511-437-828971


Lic. Veronika MolinaGerente EducaciónINCAP/ OPSPO Box 1188Guatemala, Guatemala502-440-9722Fax: 502-473-6529E-Mail: vmolina@incap.ops-oms.orgLic. Karina CimminoConsultoraHealth-Promoting Schools Regional InitiativeFamily Health and Population ProgramDivision of Health Promotion and Protection525-23 Street, NWWashington, DC 2003772


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