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Software livre: a luta pela liberdade do conhecimento

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protocolos existentes). O objetivo é simples: retirar capacidade competitivaaos seus concorrentes (dentre os quais o Linux é o maistemi<strong>do</strong>). Esta estratégia ficaria admiravelmente sintetizada na frase“Embrace, Extend, Exterminate”. Isto é, primeiro abraçar umanova tendência tecnológica, depois criar extensões a essa tecnologiade forma a tornar a versão Microsoft incompatível com as restantes,depois oferecer o software juntamente com o Win<strong>do</strong>ws e, comoconseqüência, criar as condições para o estabelecimento de umstandard de facto que acaba por exterminar a concorrência” 1 .Mas esta não é a única estratégia. Talvez a principal seja sintetizada<strong>pela</strong> junção de três palavras, “fear, uncertainty and <strong>do</strong>ubt”,ou seja, “me<strong>do</strong>, incerteza e dúvida”, conhecida pelos analistas deinformática também por FUD. O que ela implica? Trabalhar comos elementos diversionistas que permitam ampliar o me<strong>do</strong> de novassoluções, amplian<strong>do</strong> as dúvidas sobre quaisquer possibilidadesde inovação fora <strong>do</strong>s limites de seus produtos. Usar to<strong>do</strong> o seupoder para explorar o controle que tem sobre o merca<strong>do</strong> de sistemasoperacionais para manter aprisiona<strong>do</strong>s seus usuários visan<strong>do</strong>controlar o futuro das aplicações. Quem não se lembra como onavega<strong>do</strong>r Explorer arrebentou o Netscape?Seja feliz, seja prisioneiro! Este é, no limite, o produto final daestratégia <strong>do</strong> me<strong>do</strong>. Talvez seja pior, se considerarmos importantea reflexão crítica feita pelo filósofo William Irwin em relação aofilme Matrix, ao argumentar que a “única coisa pior que uma prisãopara a sua mente é uma prisão para a sua mente que você nemsabe existir; portanto uma prisão de onde você nem tenta escapar” 2 .A estratégia <strong>do</strong> me<strong>do</strong> também pode conduzir a um comportamentocomo o <strong>do</strong> personagem Cypher, que após afirmar que “ignorância éfelicidade” entrega Morpheus à Matrix. A vida imita a arte?1. ROCHA, Paulo. Por que não utilizar Internet Explorer, Outlook, Messengere Win<strong>do</strong>ws Media? Disponível no site Maracujá: http://maracuja.homeip.net/opiniao/ti/ienao .2. IRWIN, William. Computa<strong>do</strong>res, cavernas e oráculos: Neo e Sócrates.In: IRWIN, William (org.). Matriz, bem-vin<strong>do</strong> ao deserto <strong>do</strong> real. São Paulo,Madras, 2003.54Sérgio Amadeu da Silveira

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