Exclusão nos equipamentos culturais e potencial do Vale Cultura no ...
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Exclusão <strong><strong>no</strong>s</strong><br />
<strong>equipamentos</strong> <strong>culturais</strong><br />
e <strong>potencial</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong><br />
<strong>Cultura</strong> <strong>no</strong> Brasil
F u n d a ç ã o P e r s e u A b r a m o<br />
Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res<br />
Exclusão <strong><strong>no</strong>s</strong> <strong>equipamentos</strong> <strong>culturais</strong><br />
e <strong>potencial</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> <strong>Cultura</strong> <strong>no</strong> Brasil<br />
Março de 2013
EXPEDIENTE<br />
FPA Comunica é uma publicação da Fundação Perseu Abramo<br />
Diretoria Executiva<br />
Presidente<br />
Marcio Pochmann<br />
VicePresidenta<br />
Iole Ilíada<br />
Diretoras<br />
Ariane Leitão, Fátima Cleide<br />
Diretores<br />
Artur Henrique, Joaquim Soria<strong>no</strong><br />
Conselho Cura<strong>do</strong>r<br />
Hamilton Pereira (presidente), André Singer, Eliezer Pacheco, Elói Pietá, Emilia<strong>no</strong> José, Fernan<strong>do</strong> Ferro, Flávio Jorge Rodrigues, Gilney Viana, Gleber Naime, Helena<br />
Abramo, João Motta, José Celesti<strong>no</strong> Lourenço, Maria Aparecida Perez, Maria Celeste de Souza da Silva, Nalu Faria, Nilmário Miranda, Paulo Vannuchi, Pedro Eugênio,<br />
Raimunda Monteiro, Regina Novaes, Ricar<strong>do</strong> de Azeve<strong>do</strong>, Selma Rocha, Severine Mace<strong>do</strong>, Valmir Assunção<br />
Este <strong>do</strong>cumento foi to<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> software livre: GIMP, Inkscape, LibreOffice e Scribus sobre Ubuntu Linux<br />
Tipos de fontes usadas: Ubuntu Family e Liberation
INTRODUÇÃO<br />
O Esta<strong>do</strong> brasileiro não possui um padrão de intervenção homogênea <strong>no</strong> território<br />
nacional. As políticas de proteção social, como as de transferência de renda,<br />
tendem a privilegiar regiões com parcelas maiores de população pobre.<br />
No caso das políticas de educação fundamental e saúde básica há maior enfoque<br />
territorial segun<strong>do</strong> a proporcionalidade da população a ser atendida.<br />
O mesmo não se pode dizer em relação à presença <strong>no</strong> território nacional das<br />
universidades e hospitais públicos.<br />
No caso das políticas bancárias e <strong>culturais</strong>, registrase que os aparatos públicos<br />
(agências bancárias e <strong>equipamentos</strong> <strong>culturais</strong>) encontramse geralmente situa<strong>do</strong>s<br />
nas áreas mais <strong>no</strong>bres <strong>do</strong>s municípios brasileiros.<br />
Cidades de me<strong>no</strong>r porte e periferia das grandes cidades tendem a apresentar maior<br />
grau de exclusão populacional das políticas bancárias e <strong>culturais</strong>.<br />
Em função disso, este FPA Comunica centra foco <strong>no</strong> tema da exclusão da<br />
população aos <strong>equipamentos</strong> públicos <strong>culturais</strong>, ten<strong>do</strong> em vista o desenvolvimento<br />
da política de <strong>Vale</strong> <strong>Cultura</strong> <strong>no</strong> Brasil. O <strong>Vale</strong> <strong>Cultura</strong> é um benefício <strong>no</strong> valor de<br />
R$ 50 mensais, que será destina<strong>do</strong> a trabalha<strong>do</strong>res que recebem até 5 salários<br />
mínimos, deven<strong>do</strong> entrar em vigor até mea<strong>do</strong>s deste a<strong>no</strong>. O presente <strong>do</strong>cumento<br />
se divide em três seções: a primeira apresenta uma síntese <strong>do</strong> grau de exclusão <strong>do</strong>s<br />
mais distintos <strong>equipamentos</strong> públicos <strong><strong>no</strong>s</strong> municípios brasileiros; a segunda referese<br />
à identificação <strong>do</strong> público alvo da política de <strong>Vale</strong> <strong>Cultura</strong>; e a terceira procura<br />
estimar a quantidade de recursos passíveis de serem envolvi<strong>do</strong>s pela política <strong>do</strong><br />
<strong>Vale</strong> <strong>Cultura</strong>.<br />
A produção deste FPA Comunica contou com a participação de um grupo de<br />
membros da Fundação Perseu Abramo (FPA)1, antecipan<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s ainda em<br />
andamento. Os da<strong>do</strong>s seleciona<strong>do</strong>s e sistematiza<strong>do</strong>s pertencem originalmente ao<br />
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Pesquisa de Informações<br />
Básicas Municipais) e ao Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego/Rais (Relação Anual<br />
de Informações Sociais).<br />
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Considerações finais<br />
Conforme demonstra<strong>do</strong>, o Brasil mantém alto grau de exclusão de sua população ao direito à cultura, com <strong>equipamentos</strong> <strong>culturais</strong> insuficientes e fortemente<br />
concentra<strong>do</strong>s nas áreas mais ricas <strong>do</strong> território nacional. Impressiona que neste começo <strong>do</strong> século 21 somente um município a cada grupo de dez possui o equipamento<br />
de cinema, com 2/3 das cidades sem acesso a qualquer unidade de ensi<strong>no</strong> superior.<br />
Na tentativa de formação de público para o exercício <strong>do</strong> direito à cultura, a proposição de garantia de uma renda pública para o trabalha<strong>do</strong>r formal de até 5 salários<br />
mínimos, entre outros segmentos, poderá ampliar o acesso aos <strong>equipamentos</strong> <strong>culturais</strong> <strong>no</strong> Brasil. Ao mesmo tempo, tende a estimular a ampliação <strong>do</strong>s <strong>equipamentos</strong> de<br />
cultura, ten<strong>do</strong> em vista a existência de recursos volta<strong>do</strong>s objetivamente para esse fim.<br />
A somatória de recursos a serem canaliza<strong>do</strong>s para a cultura depende de vários atores, especialmente da empresa que repassará aos seus trabalha<strong>do</strong>res o <strong>Vale</strong> <strong>Cultura</strong>.<br />
Também os emprega<strong>do</strong>s, por meio de seus respectivos sindicatos, poderão colaborar na luta pela redução <strong>do</strong> grau de exclusão <strong>do</strong>s <strong>equipamentos</strong> <strong>culturais</strong> <strong><strong>no</strong>s</strong><br />
municípios brasileiros.<br />
E, para além <strong>do</strong>s óbvios benefícios econômicos que tal política traz, é importante ter em mente que o direito a bens e <strong>equipamentos</strong> <strong>culturais</strong> envolve mais <strong>do</strong> que<br />
entretenimento, é cidadania. O acesso à cultura é forma<strong>do</strong>r, gera conhecimento e poder de crítica. É também viral, fomenta o espírito criativo e incentiva <strong>no</strong>vas formas<br />
de expressão, tornan<strong>do</strong> o cidadão um agente ativo de transformação de sua realidade.<br />
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