12.07.2015 Views

50 Anos de Cirurgia da Mão no Brasil - Osvandré Lech Ortopedia

50 Anos de Cirurgia da Mão no Brasil - Osvandré Lech Ortopedia

50 Anos de Cirurgia da Mão no Brasil - Osvandré Lech Ortopedia

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>1959 - 2009<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>Fernando Baldy dos Reis


ApresentaçãoPessoas fazem uma Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Não o contrário.Ao completar <strong>50</strong> a<strong>no</strong>s, uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>olhar para várias direções: seu patrimônio, suaconta corrente, seu imobilizado, seu futuro, sualista <strong>de</strong> sócios, sua história <strong>de</strong> conquistas e progresso.Nenhuma <strong>de</strong>ssas direções é mais gratificante,<strong>no</strong> entanto, do que olhar para as pessoasque, literalmente, “fizeram” esta socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aglutinação <strong>de</strong> Danilo,que se reuniu a mais 58 colegas e fundou aSBCM <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1959, e o único apresidi-la por dois man<strong>da</strong>tos. A vanguar<strong>da</strong> <strong>de</strong>Bulcão, que organizou, em 1965, um congressointernacional, sem nunca antes ter havidoum nacional. O altruísmo <strong>de</strong> Graner, que nãodiferenciava o paciente rico do pobre, e seu espíritocientífico ao publicar <strong>no</strong> JBJS e se tornarepônimo na técnica <strong>de</strong> Brooks-Graner. O pionerismo<strong>de</strong> Lauro, ao estabelecer o primeiroserviço <strong>no</strong> país em 1952, logo após ter aprendidonuma Londres sob bombar<strong>de</strong>ios em plenaSegun<strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Guerra. A ardileza <strong>de</strong> Pernet,o <strong>no</strong>sso Maquiavel em tons suaves, e seumérito <strong>de</strong> representar o <strong>Brasil</strong> na fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>Fe<strong>de</strong>ração Internacional em Chicago em 1966e presidir a Comissão <strong>de</strong> Deformi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Congênitas,que elaborou a classificação <strong>de</strong> Swanson,utiliza<strong>da</strong> até hoje.A <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong> Roberto, ao subsidiar oprêmio máximo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> congresso, que levao <strong>no</strong>me do seu pai, Godoy Moreira. A disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> Albertoni, ao ce<strong>de</strong>r uma sala <strong>da</strong>sua clínica para que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> interrompesseo sistema “<strong>da</strong> mala” e sua <strong>de</strong>dicação ao longo<strong>de</strong> 10 a<strong>no</strong>s como secretário. O dinamismo <strong>de</strong>Sobania, incansável na participação <strong>de</strong> incontáveiscomissões. O ineditismo <strong>de</strong> Pardini,que formou 100 cirurgiões <strong>de</strong> mão e presidiua Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (IFSSH). O reconhecimento internacionalpelo pioneirismo em microcirurgia<strong>de</strong> Castro Ferreira.A geniali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ulson, que <strong>de</strong>senvolveuum sistema simples, barato e eficiente <strong>de</strong> fixaçãoexterna <strong>da</strong>s fraturas distais do rádio, que foipatenteado pelo FDA (Food and Drug Administration)e utilizado em larga escala <strong>no</strong>s EstadosUnidos, invertendo o sentido tradicional <strong>de</strong>transferência tec<strong>no</strong>lógica. O talento <strong>de</strong> Azze,que adquiriu a primeira se<strong>de</strong> própria <strong>da</strong> SBCMe tornava uma morna sessão científica em algoinusitado, atraente, intenso, por seu espírito <strong>de</strong>safiador,anarquista e levemente <strong>de</strong>bochado. Oamor à anatomia <strong>de</strong> Edie Caeta<strong>no</strong>. A <strong>de</strong>dicaçãoao esporte do Edmur. O mais belo dos discursosinaugurais, proferido por Chiconelli.O resgate histórico dos primeiros 40 a<strong>no</strong>s,do Almir Pereira. O aca<strong>de</strong>micismo <strong>de</strong> Zumiotti,ao <strong>da</strong>r bases científicas ao teste <strong>de</strong> obtençãodo título <strong>de</strong> especialista. O entusiasmo <strong>de</strong> RonaldoCarneiro que, mesmo trabalhando <strong>no</strong>sEstados Unidos, esteve presente em mais congressosbrasileiros que a maioria dos sócios. Avanguar<strong>da</strong> <strong>de</strong> Angelini, que estabeleceu o primeiroprograma <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>oconferência. Kleinert<strong>de</strong>ve ser lembrado pelo amor à educação <strong>de</strong>vários lí<strong>de</strong>res <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e pelo ensinamento<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> “amability, availability, ability,always in this or<strong>de</strong>r!”. Jesse Júpiter e DiegoFernan<strong>de</strong>s, pela disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vir tantasvezes, algumas <strong>de</strong>las literalmente para palestrare retornar. Fallopa, Rames, José Maurícioe outros tantos lí<strong>de</strong>res, que fizeram e fazemmuito pela especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Esta é uma lista incompleta, tanto <strong>de</strong> fatosquanto <strong>de</strong> <strong>no</strong>mes, bem próprio <strong>de</strong> resgateshistóricos. Este livro e outros mais que serãoescritos haverão <strong>de</strong> melhor ilustrar esta lin<strong>da</strong>história e seus personagens.Que socie<strong>da</strong><strong>de</strong> médica po<strong>de</strong>r reunir tantostalentos e progredir tanto em tão pouco tempo?O somatório <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s essas ações, e muitasoutras não menciona<strong>da</strong>s, conheci<strong>da</strong>s ou não,compõe o elenco <strong>da</strong>s realizações pessoais, dossonhos íntimos <strong>de</strong> colaborar com o melhor emaior esforço, <strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> paradigmas, <strong>de</strong>atos em prol do grupo e não do pessoal. Pessoasfazem uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não o contrário.A Associação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> é umexemplo <strong>de</strong> tudo isso, dig<strong>no</strong> <strong>de</strong> ser reconhecidoe respeitado.<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>Passo Fundo, junho <strong>de</strong> 200911


Fun<strong>da</strong>ção e primeiros a<strong>no</strong>sNascimento e contextoCaligrafia capricha<strong>da</strong> <strong>de</strong> Henrique Jorge Bulcão<strong>de</strong> Moraes, secretário ad hoc, registrava, em19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1959, em páginas hoje amarela<strong>da</strong>sdo Livro <strong>de</strong> Atas I, a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (SBCM). Permaneceuele por vários a<strong>no</strong>s como secretário, a<strong>no</strong>tando as<strong>de</strong>liberações <strong>da</strong>s reuniões, sempre <strong>no</strong>turnas, <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> - mas, provavelmente pelo adiantado<strong>da</strong> hora, numa caligrafia nem tão bonita assim.Nascia carioca a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>: a se<strong>de</strong> provisória foiestabeleci<strong>da</strong> na rua Cameri<strong>no</strong>, número 9, <strong>no</strong> Rio<strong>de</strong> Janeiro, “por cortesia do Centro <strong>de</strong> PesquizasBiológicas”, conforme a<strong>no</strong>tou Bulcão na ata <strong>de</strong>fun<strong>da</strong>ção, e por gentileza <strong>de</strong> seu diretor, SayãoLobato.E nascia extremamente organiza<strong>da</strong>: a ata <strong>de</strong>fun<strong>da</strong>ção, assina<strong>da</strong> por 59 médicos (ver lista), jáHenrique Jorge Bulcão<strong>de</strong> MoraesCarioca, nascido em 5/06/1925,Bulcão formou-se médico em1949. Antes disso, serviu comoenfermeiro na Itália durante aSegun<strong>da</strong> Guerra Mundial, como voluntário <strong>da</strong> ForçaAérea <strong>Brasil</strong>eira. Após sua formatura, especializou-seem <strong>Cirurgia</strong> Geral, <strong>de</strong>pois em <strong>Ortopedia</strong>, em <strong>Cirurgia</strong>Plástica e, por fim, <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Passou seis a<strong>no</strong>s naAmérica do Norte, on<strong>de</strong> estagiou em diversos serviços<strong>de</strong> cirurgia, como o Massachusetts General Hospital,o Baltimore City Hospital e o serviço capitaneado porRaymond Curtis, que lhe ofereceu treinamento específicoem cirurgia <strong>da</strong> mão.Voltou ao <strong>Brasil</strong> em 1957, vindo atuar na Santa Casa<strong>de</strong> Misericórdia do Rio <strong>de</strong> Janeiro, o que fez duranteto<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> profissional. Articulou, junto a outros colegas,a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> (SBCM) em 1959, a<strong>no</strong> em que também tor<strong>no</strong>u-sechefe do Serviço <strong>de</strong> Queimados do Instituto <strong>de</strong> Aposentadoriase Pensões dos Industriários (IAPI), do Rio <strong>de</strong>Janeiro. Os contatos que havia feito <strong>no</strong> exterior foramessenciais para a articulação do I Congresso Internacional<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, realizado <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> em 1965sob sua coor<strong>de</strong>nação*, e que contou com o apoio <strong>de</strong>diversos dos melhores cirurgiões <strong>de</strong> mão do mundo.Exerceu a presidência <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> biênio 1963-65. Em1972, inaugurou um Serviço <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> na 11 aEnfermaria <strong>da</strong> Santa Casa do Rio. Aposentou-se em1996 e vive <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.*Infelizmente, foram extraviados os registros que mantinha arespeito <strong>da</strong> realização <strong>de</strong>sse Congresso.13continha o primeiro Estatuto completo, <strong>de</strong>screvendoregras <strong>de</strong> associação e exclusão (incluindoprocedimentos <strong>de</strong> julgamento e prazos), composição<strong>de</strong> diretorias e comissões, votações, man<strong>da</strong>tose responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s do presi<strong>de</strong>nte, diretores eoutros, atribuições e direitos <strong>da</strong>s regionais e atévalores <strong>de</strong> admissão e anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s (à época, “hummil cruzeiros” para a inscrição e “quinhentos cruzeiros”por a<strong>no</strong>). Estabelecia também a periodici<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> assembleias e reuniões administrativas eseu conteúdo obrigatório, a forma <strong>de</strong> escolha <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, a maneira com quetesoureiros <strong>de</strong>veriam prestar contas. O artigo 36 ojá atestava sua pereni<strong>da</strong><strong>de</strong>: “em caso <strong>de</strong> dissolução<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> os seus remanescentes constituirão<strong>no</strong>va socie<strong>da</strong><strong>de</strong> com os mesmos objetivosculturais e científicos”.Essa organização, esse fi<strong>no</strong> acabamento, dá aimpressão <strong>de</strong> que a criação <strong>da</strong> SBCM teria sidonatural e fácil. Mas não foi bem assim: o primeiroserviço especializado <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>já havia sido criado por Orlando Graner em 1945,<strong>no</strong> Pavilhão Fernandinho Simonsen, na SantaCasa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> São Paulo. O Departamento<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo também já tinha o seu serviço,criado por Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu em 1952. Em1953 houve uma visita do pai <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão,Sterling Bunnell 1 , ao <strong>Brasil</strong>, o que estimulou Lauro<strong>de</strong> Abreu a tentar criar a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> especializa<strong>da</strong>.Apoiado por Roberto Godoy Moreira, então chefedo Departamento, enviou correspondências amuitos ortopedistas <strong>de</strong> todo o <strong>Brasil</strong> na tentativa<strong>de</strong> congregá-los para a criação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, na <strong>de</strong>fesa dos especialistas,mas não conseguiu resultados. As resistênciasdos ortopedistas e outros cirurgiões à criação1 O california<strong>no</strong> Sterling Bunnell serviu na equipe <strong>de</strong> Neurologia,durante a Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial, na França. Noperíodo entre guerras, publicou muitos artigos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndoque o cirurgião <strong>de</strong> mão fosse capaz <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong> ossos,articulações, nervos, pele e partes moles, <strong>de</strong> maneiraa po<strong>de</strong>r atuar regionalmente. Fundou muitos centros <strong>de</strong>tratamento <strong>da</strong> mão <strong>no</strong>s Estados Unidos até a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em 1946. É autor<strong>de</strong> obras até hoje consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s bases didáticas em cirurgia<strong>de</strong> mão.1959 a 1969


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091959 a 1969<strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> à parte sóforam venci<strong>da</strong>s por DaniloGonçalves em 1959, mas <strong>no</strong>eixo do Rio <strong>de</strong> Janeiro, comapoio <strong>de</strong> Henrique Bulcão<strong>de</strong> Moraes. De acordo comLauro <strong>de</strong> Abreu, a SBCM nasceupor uma “atitu<strong>de</strong> ousa<strong>da</strong>e <strong>de</strong>cidi<strong>da</strong> <strong>de</strong> Danilo, Bulcão,Pitanguy e outros”, que “tor<strong>no</strong>u reali<strong>da</strong><strong>de</strong> essei<strong>de</strong>al, em 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1959”. Sobre a criação<strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, Bulcão comenta quehouve, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma parceria entre os cirurgiõesdo Rio e <strong>de</strong> São Paulo, uma ação conjunta:“Eu e Danilo achávamos que não <strong>de</strong>veríamos fun<strong>da</strong>ra Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sem a concordância dos colegaspaulistas, por isso nós os consultamos e o fizemos<strong>de</strong> comum acordo.”Se houve certa resistência inicial <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, haviacertamente uma tendência <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> internacionalmente.A primeira edição do livro Surgeryof the Hand, <strong>de</strong> Sterling Bunnell, <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 1944, eOrlando GranerNascido em 30 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>1914, Graner formou-se médicoem 1941 pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo (FMUSP). Criou e dirigiu oprimeiro serviço especializado <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>no</strong><strong>Brasil</strong> em 1945, <strong>no</strong> Pavilhão Fernandinho Simonsen,na Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> São Paulo. Participou<strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> SBCM em 1959. O Departamento <strong>de</strong><strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia era, na época, coor<strong>de</strong>nadopor Domingos Define. Após 1968, passou a atuar <strong>no</strong>Hospital do Servidor Público Estadual, on<strong>de</strong> organizouo Serviço <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Orientou também a instalaçãodo Grupo <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> na Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina,mais tar<strong>de</strong>.Estagiou com Robert Guy Pulvertaft em Derby, na Inglaterra,e conheceu também Sterling Bunnel. Porémera consi<strong>de</strong>rado um autodi<strong>da</strong>ta <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão:<strong>de</strong>dicava-se à pesquisa, tendo publicado numerosose importantes trabalhos (que receberam honra aomérito e foram publicados em revistas como a Journalof Bone and Joint Surgery), ao treinamento <strong>de</strong> outrosespecialistas, que muito o admiravam, e também aospacientes, com quem muitas vezes tinha envolvimentopessoal. Era reconhecido como o modificador <strong>da</strong>técnica <strong>de</strong> Brooks, que ficou conheci<strong>da</strong> como <strong>Cirurgia</strong><strong>de</strong> Brooks-Graner.Trabalhador incansável, ocupou a secretaria <strong>da</strong> SBCMpor muitos a<strong>no</strong>s, e a presidência <strong>no</strong> biênio 1970-71. Faleceuem 14 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000.“Nossa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> não é <strong>Ortopedia</strong>,nem <strong>Cirurgia</strong> Plástica. Ela temcaracterísticas próprias - é a <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e dos Membros Superiores.”Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu (1913-2004),em carta a <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong><strong>da</strong>ta<strong>da</strong> <strong>de</strong> 18/12/1998nela já se falava <strong>no</strong> aumento<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprimoramentodos tratamentos dostraumas <strong>da</strong> mão <strong>de</strong>correntes<strong>da</strong> industrialização. A fun<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> American Society forSurgery of the Hand (ASSH)se <strong>de</strong>u em 1946. A socie<strong>da</strong><strong>de</strong>escandinava (1951) tambémjá estava forma<strong>da</strong> quando <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira. De acordo com a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Britânica <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, “após a Segun<strong>da</strong>Guerra Mundial, vários cirurgiões perceberamque a velha especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ortopedia e a mais<strong>no</strong>va especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cirurgia plástica, posta emproeminência pelas exigências [<strong>de</strong> tratamento]<strong>de</strong> pilotos queimados, tinham muito a oferecerse aplica<strong>da</strong>s em conjunto na cirurgia <strong>da</strong> mão”. ASocie<strong>da</strong><strong>de</strong> Britânica adquiriu seu caráter oficial <strong>de</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> somente em 1968, mas já estava configura<strong>da</strong>informalmente como “clube <strong>de</strong> cirurgiões”,que se reuniam regularmente duas vezes ao a<strong>no</strong>para discutir casos difíceis, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1952 (encontrosseguidos por fabulosos jantares, <strong>no</strong> melhor estiloinglês).Eram homens, como o brasileiro Lauro Barros<strong>de</strong> Abreu, formados em meio à guerra e que, parareabilitar o membro superior dos feridos, treinavam-seem ortopedia, cirurgia plástica, cirurgianeurológica e até anestesia. Habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e competênciasessenciais ao cenário <strong>de</strong> emergência,com poucos recursos tec<strong>no</strong>lógicos na época ecom reduzidos recursos huma<strong>no</strong>s, o que tornavaesse cirurgião um especialista peculiar, para dizero me<strong>no</strong>s. “Não queríamos ser ortopedistas”, revelaBulcão <strong>de</strong> Moraes. “Queríamos ser cirurgiões <strong>de</strong>mão”.Era, aliás, pré-requisito para inscrição na SBCMque o candi<strong>da</strong>to fosse formado médico há cincoa<strong>no</strong>s e que tivesse ao me<strong>no</strong>s três a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> experiênciaem cirurgia <strong>da</strong> mão especificamente. Essesortopedistas e cirurgiões plásticos faziam parte<strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ortopedia recém-forma<strong>da</strong>s emvários países, e <strong>da</strong>s <strong>de</strong> cirurgia plástica, mas sentiamnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> compartilhar informaçõessobre a subespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong> “mão”. Estava, <strong>de</strong> fato,registrado na ata <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> SBCM que um<strong>de</strong> seus objetivos era: “reunir os cirurgiões empenhadosem conquistar entre nós, para esse ramo<strong>da</strong> cirurgia, a posição <strong>de</strong> relevo que o mesmo já14


Fun<strong>da</strong>ção e primeiros a<strong>no</strong>sOs 59 fun<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>1959 a 19691. Henrique J. Bulcão <strong>de</strong> Moraes (RJ)2. Danilo S. L. Gonçalves (RJ)3. Eneas Nogueira Bales<strong>de</strong>nte4. José Juvenil Teles (RJ)5. Oswaldo Pinheiro Campos (RJ)6. Jorge Beral Sardinha (RJ)7. Dagmar A<strong>de</strong>raldo Chaves (RJ)8. Arceli<strong>no</strong> Bitar (RJ)9. Henrique <strong>de</strong> Goes (RJ)10. Itamar Demétrio <strong>de</strong> Souza (RJ)11. José Sanseri<strong>no</strong> (RJ)12. Cláudio Rabelo (RJ)13. Urba<strong>no</strong> Fabrini (RJ)14. Ivo H. J. C. Pitanguy (RJ)15. Jorge <strong>de</strong> Faria (RJ)16. José Viana <strong>de</strong> Carvalho (RJ)17. Achiles <strong>de</strong> Araújo (RJ)18. Otavio Caputi (RJ)19. Wal<strong>de</strong>mar R. dos Santos (RJ)20. Donatelo Sparvoli (RJ)21. Donato D’Ângelo (RJ)22. Caio do Amaral (RJ)23. José Hygi<strong>no</strong> Ferreira (RJ)24. Antônio Campos Vieira (RJ)25. Gastão Dias Velloso (MG)26. Arnaldo Bonfim (RJ)27. Francisco João Machado Pires28. Paulo Marques <strong>de</strong> Souza (RJ)29. Antônio Alceu <strong>de</strong> Araújo (RJ)30. Oscar Cardoso Rudge (RJ)31. Antonio Carlos A. Sepúlve<strong>da</strong> (BA)32. Walter <strong>de</strong> M. Barbosa (RJ)33. José <strong>de</strong> Lima Batalha (RJ)34. Wal<strong>de</strong>mar Bianchi (RJ)35. Hugo <strong>da</strong> Costa Santos (RJ)36. José <strong>da</strong> Silva Rodrigues (PE)37. Bru<strong>no</strong> Maia (PE)38. Francisco <strong>de</strong> Assis Bezerra (PE)39. Américo Nasser (SP)40. Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu (SP)41. Reynaldo Anauete (SP)42. Diovaldo Antônio Silva (SP)43. David Serson Neto (SP)44. Moacyr Navarro Leitão (RJ)45. João A. Mara<strong>de</strong>i C. Pereira (PA)46. F.E. Godoy Moreira (SP)47. Roberto <strong>de</strong> Godoy Moreira (SP)48. Lineu Mattos Silveira (SP)49. Alípio Pernet (SP)<strong>50</strong>. Flávio P. Camargo (SP)51. Diome<strong>de</strong> Belliboni (SP)52. Orlando Graner (SP)53. Orlando P. <strong>de</strong> Souza (SE)54. Edgar Pinto <strong>de</strong> Souza (SP)55. Ol<strong>de</strong>gar Pontes (RJ)56. Odyr Geraldo Al<strong>de</strong>ia (RJ)57. Alci<strong>no</strong> Cochrane Affonseca Jr. (RJ)58. Edson W. <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> (DF)59. Odílio L. <strong>da</strong> Silva (DF)15


Fun<strong>da</strong>ção e primeiros a<strong>no</strong>sLauro Barros <strong>de</strong> AbreuLauro Barros <strong>de</strong> Abreu nasceuem Tatuí, interior do Estado <strong>de</strong>São Paulo, em 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>1913. Formou-se pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>São Paulo (FMUSP) em 1936, <strong>da</strong> qual foi professor associado<strong>de</strong> 1945 a 1978, quando aposentou-se, e on<strong>de</strong>criou e chefiou o Grupo <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>no</strong> Departamento<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia (DOT). Foifun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>(SBCM), que presidiu <strong>no</strong> biênio 1962-1963.Uma história curiosa <strong>de</strong> seu início <strong>de</strong> carreira e especializaçãomerece registro: inspirado pelo cirurgiãoplástico inglês Sir Harold Gillies, que palestrou <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>em 1941, Lauro solicitou uma bolsa <strong>de</strong> estudos naInglaterra ao British Council, que lhe foi concedi<strong>da</strong>,porém apenas em 1944. A esta altura, estava Laurocui<strong>da</strong>ndo do e<strong>no</strong>rme movimento na traumatologia <strong>no</strong>Hospital <strong>da</strong>s Clínicas e casado. O estágio na Europa representariauma separação por um a<strong>no</strong> mas, apoiadopela esposa e pelo serviço, Lauro viajou.Em plena Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial, foi <strong>de</strong> trem aMontevidéu, <strong>de</strong>pois a Bue<strong>no</strong>s Aires, <strong>de</strong> navio <strong>de</strong> voltaa Montevidéu, <strong>de</strong>pois ao Recife, e <strong>da</strong>li em ziguezaguepelo Ocea<strong>no</strong> Atlântico até a Europa, fugindo <strong>de</strong> ataques<strong>de</strong> navios e submari<strong>no</strong>s alemães, até atracar emLiverpool. Na Inglaterra, estagiou em diversos serviços,retornando ao <strong>Brasil</strong> em 1945, pronto para palestrarsobre “Reabilitação dos Feridos <strong>de</strong> Guerra”.Em 2001, Lauro montou um sítio na internet (www.laurobarros<strong>de</strong>abreu.com), on<strong>de</strong> relata: “Houve risco?SIM, mas o entusiasmo <strong>da</strong> juventu<strong>de</strong> (31 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>)e a inabalável perseguição <strong>de</strong> <strong>no</strong>sso objetivo naárea <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão sobrepujaram os perigos. Esobre o valor <strong>da</strong> Bolsa po<strong>de</strong>mos afirmar que o volume<strong>de</strong> informações recebi<strong>da</strong>s em 1 a<strong>no</strong>, equivaleriam a 10a<strong>no</strong>s, em tempos <strong>de</strong> paz.”Naquele mesmo a<strong>no</strong>, foi ovacionado <strong>de</strong> pé por umauditório lotado e emocionado durante o Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em Gramado (RS). Viuali reconhecido o esforço <strong>de</strong> to<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> em prol <strong>da</strong>SBCM e <strong>da</strong> própria especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Doou sua valiosa bibliotecaa <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>, que a mantém intacta emPasso Fundo (RS).Faleceu em 2004, aos 91 a<strong>no</strong>s.Janeiro, sempre tar<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>no</strong>ite (como a <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 1961, que se iniciou às 23h30!...).Em 10 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1961, com a presença <strong>de</strong>Arceli<strong>no</strong> Bitar, foi realiza<strong>da</strong> eleição para troca <strong>de</strong>diretoria, em que Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu, primeirovice-presi<strong>de</strong>nte <strong>no</strong> man<strong>da</strong>to anterior, passoua presi<strong>de</strong>nte, assim como o segundo vice-presi<strong>de</strong>nte,Ivo Pitanguy, passou a primeiro vice.Em 28 e 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1962, ocorreu a 1 aJorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em Curitiba, compresença <strong>de</strong> Hans Rücker, um dos apoiadores <strong>de</strong>Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu. Rücker falou, <strong>no</strong> Hospital<strong>da</strong>s Clínicas <strong>de</strong> Curitiba, sobre os princípiosbásicos <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão, queimaduras, lesõestendi<strong>no</strong>sas e nervosas e contraturas. No mês seguinte,a SBCM recebia seu primeiro convi<strong>da</strong>doestrangeiro: o apoiador <strong>de</strong> Bulcão <strong>de</strong> Moraes,Raymond M. Curtis, com quem o brasileiro estagiou<strong>no</strong>s Estados Unidos <strong>no</strong> início <strong>de</strong> sua especialização,veio ao <strong>Brasil</strong> e, <strong>de</strong> 9 a 14 <strong>de</strong> julho, fezmuitas palestras, <strong>de</strong>monstrações cirúrgicas e discussões<strong>de</strong> “casos difíceis” em serviços como o <strong>de</strong>Ivo Pitanguy, <strong>no</strong> Hospital Central <strong>da</strong> Aeronáutica,Convi<strong>da</strong>dosinternacionaispara o I CongressoInternacional <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em 1965Erik MobergKauko VainioBernard O’BrienJoseph BoyesGraham StackHerbert ConwayGuilhermo Lo<strong>da</strong>Luiz Gomes CorreaCarlo Firpo<strong>no</strong> Colégio <strong>Brasil</strong>eiro<strong>de</strong> Cirurgiões, <strong>no</strong>Hospital <strong>da</strong>s Clínicas,<strong>no</strong> Hospital dos Servidoresdo Estado,na Aca<strong>de</strong>mia Nacional<strong>de</strong> Medicina, naSanta Casa, todos <strong>no</strong>Rio <strong>de</strong> Janeiro, e, emSão Paulo, <strong>no</strong> Centro<strong>de</strong> Estudos GodoyMoreira, AssociaçãoPaulista <strong>de</strong> Medicinae Pavilhão FernandinhoSimonsen <strong>da</strong> Santa Casa paulistana. Nessaver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira maratona <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os membros<strong>da</strong> SBCM pu<strong>de</strong>ram ouvi-lo falar sobre o uso <strong>de</strong>pedículos na mão traumatiza<strong>da</strong>, te<strong>no</strong><strong>de</strong>se <strong>de</strong>flexor, neuro<strong>de</strong>se do media<strong>no</strong>, tratamento ci-Danilo <strong>de</strong> Souza LeãoCoimbra GonçalvesNascido <strong>no</strong> Recife, em 7 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 1914, formou-se emMedicina na mesma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, em1939. Mas foi ao Rio <strong>de</strong> Janeiropara obter formação em <strong>Cirurgia</strong> Geral. Obteve, em1951, bolsa do Conselho Britânico para especializar-sena Inglaterra, on<strong>de</strong> trabalhou com Pulvertaft e outros,como Trueta, Allen e Hunt, e manteve contato estreitocom os cirurgiões <strong>de</strong> hospitais <strong>de</strong> Londres, Birmingham,Manchester e Edinburgh. Esteve também emNova York, antes <strong>de</strong> retornar ao <strong>Brasil</strong>.Chefiou o Serviço <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> do Hospital MunicipalSouza Aguiar, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> formoumuitos cirurgiões <strong>de</strong> mão. Foi o primeiro presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> SBCM (1959-1961) e o maior incentivador à suacriação <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Presidiu a SBCM <strong>no</strong>vamenteem 1968-69. Foi tambémo presi<strong>de</strong>nte do II Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.Faleceu em 1 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1983, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.1959 a 196917


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091959 a 1969Curso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> realizado em Porto Alegre em 1961, proferido por Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu, o quartosentado <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para direitaPrograma do primeiro Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>Aplasias radiais e/ouulnaresEmbriogênese<strong>Mão</strong> torta radialTratamento <strong>da</strong>saplasiasAplasia radiocubitalAspectos radiológicosArtrite reumatoi<strong>de</strong>Aspectos clínicosLaboratório clínicoLaboratório <strong>de</strong>patologiaAspectos radiológicos<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> artritereumatoi<strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> reparadora <strong>da</strong>mão reumatoi<strong>de</strong>Alípio Pernet, Ilian Roth,Antonio Moura e José LuizPistelliRicardo BarondiLauro Barros <strong>de</strong> Abreu eRonaldo AzzeRoberto <strong>de</strong> Godoy MoreiraOrlando GranerFernando ChamasAlípio Pernet, Ilian Roth,Antonio Moura e José LuizPistelliCastor Jordão CobraHernani D’AuraGodofredo Elejal<strong>de</strong>Pedro CiabaltoniHenrique Bulcão <strong>de</strong> MoraesDanilo Coimbra Gonçalvesrúrgico <strong>da</strong> artrite reumatoi<strong>de</strong>, osteotomia <strong>da</strong>falange com enxerto, reconstrução do polegare outros.Mais um convi<strong>da</strong>do estrangeiro veio a SãoPaulo em 1962. William Metcalf, do Albert EinsteinHospital, <strong>de</strong> Nova York, <strong>de</strong>u palestra sobrecirurgia reparadora e reconstrutiva <strong>da</strong> mão apedido <strong>da</strong> SBCM, <strong>da</strong> SBOT e <strong>da</strong> Associação Paulista<strong>de</strong> Medicina (APM), <strong>no</strong> dia 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.No dia 10, repetiu a conferência <strong>no</strong> Colégio <strong>Brasil</strong>eiro<strong>de</strong> Cirurgiões, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.Quando não organizava ela mesma as reuniõescientíficas, a SBCM procurava participar<strong>de</strong> outras: em 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1963, montou umSimpósio <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong>ntro do Congresso<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e <strong>Cirurgia</strong> doRio <strong>de</strong> Janeiro, cujos <strong>de</strong>bates transcorreram <strong>da</strong>manhã até mais <strong>de</strong> zero hora do dia seguinte.Uma “terceira” Jorna<strong>da</strong> <strong>da</strong> SBCM teve tambémlugar <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, na Aca<strong>de</strong>mia Nacional<strong>de</strong> Medicina, em 16 a 17 <strong>de</strong> agosto seguinte.Não se sabe por que foi <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong> como “IIIJorna<strong>da</strong>”, já que o livro <strong>de</strong> atas <strong>da</strong> SBCM registravaapenas uma Jorna<strong>da</strong> até então. 2 De qualquermaneira, esta tratou <strong>de</strong> sete temas oficiais emais 16 temas livres, a maioria sobre problemasortopédicos, além <strong>de</strong> dois simpósios. Durantea Jorna<strong>da</strong>, houve <strong>no</strong>vamente eleição, com presença<strong>de</strong> oito votantes, para troca <strong>de</strong> diretoria.Subiu para a presidência Henrique Bulcão, comOrlando Graner para vice, ambos com sete votos.Todo o restante <strong>da</strong> diretoria se elegeu porunanimi<strong>da</strong><strong>de</strong>.2 O resgate histórico <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos testemunhos já publicadospelos seus principais personagens, sob a forma <strong>de</strong>artigos e capítulos <strong>de</strong> livros, e principalmente dos livrosataque eram utilizados na era pré-informatização. Escritosa mão, em “caligrafia <strong>de</strong> médico”, e muitas vezes tar<strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>no</strong>ite, quando terminavam as reuniões científicas e administrativas,esses registros nem sempre trazem informaçõescompletas e consistentes cro<strong>no</strong>logicamente.18


Fun<strong>da</strong>ção e primeiros a<strong>no</strong>s1959 a 1969II Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, entre 23 e 26 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1969, <strong>no</strong> Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna,Rio <strong>de</strong> Janeiro, estado <strong>da</strong> GuanabaraA parceria com o Colégio <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> Cirurgiõesse estreitava. Na se<strong>de</strong> do CBC, que tinhaum confortável auditório, a SBCM realizou umsimpósio sobre síndrome do túnel carpia<strong>no</strong>,em 24 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1964, com a presença <strong>de</strong>17 médicos, e uma mesa redon<strong>da</strong> em 13 <strong>de</strong>agosto do mesmo a<strong>no</strong>, em conjunto tambémcom a SBOT, sobre traumatismos <strong>da</strong> mão. Essasreuniões científicas ain<strong>da</strong> reuniam númeroreduzido <strong>de</strong> especialistas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> recémforma<strong>da</strong>.Ain<strong>da</strong> estava para se cumprir a tarefa<strong>de</strong> organizar um Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (previsto, <strong>no</strong>s Estatutos, para ocorrerbienalmente, sempre <strong>no</strong> mês <strong>de</strong> julho), masa SBCM lançou-se, primeiro, a uma tarefa maisau<strong>da</strong>ciosa: realizar não um Congresso <strong>Brasil</strong>eiro,mas um Internacional.1965 e 1967: I CongressoInternacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>e I Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>Apesar <strong>da</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> realizar um Congresso<strong>Brasil</strong>eiro, os contatos realizados pelos<strong>no</strong>ssos especialistas <strong>no</strong> exterior, em seus programas<strong>de</strong> treinamento, viabilizaram que um eventomaior, <strong>de</strong> cunho internacional, fosse realizadoprimeiro. “Não sabíamos na<strong>da</strong> na época”, comentaHenrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes, reconhecendo atradição <strong>da</strong> transmissão <strong>de</strong> técnicas cirúrgicaspessoalmente, <strong>de</strong> cirurgião para cirurgião e a evoluçãodo conhecimento até hoje. Os mestres queensinaram os brasileiros foram então convi<strong>da</strong>dosa palestrar e <strong>de</strong>ram total apoio à iniciativa.O I Congresso Internacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>ocorreu entre 19 e 21 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1965 <strong>no</strong> HotelGlória, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. O XV Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia(SBOT) havia acontecido poucos dias antes, em11 a 15 <strong>de</strong> julho, em Ribeirão Preto, São Paulo.Bulcão <strong>de</strong> Moraes foi seu presi<strong>de</strong>nte, porém apóssua aposentadoria os registros históricos do eventose per<strong>de</strong>ram. Ele relata, <strong>no</strong> entanto, que, alémdos 20 sócios <strong>da</strong> SBCM presentes, compareceramcentenas <strong>de</strong> cirurgiões <strong>de</strong> diversas especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Apenas dois a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>pois, em 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>1967 é que foram repassados às atas <strong>da</strong> SBCM oscustos discriminados do congresso (impressão <strong>de</strong>programas, serviços e <strong>de</strong>spesas pagos por algunssócios, empresa <strong>de</strong> turismo, hotelaria etc.).O evento foi consi<strong>de</strong>rado um sucesso. No en-19


Fun<strong>da</strong>ção e primeiros a<strong>no</strong>s1959 a 1969I Congresso Internacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, com400 inscritosneutra e aguar<strong>da</strong>r um certo tempo antes <strong>de</strong> pronunciar-sea respeito <strong>de</strong> sua participação. Uma<strong>da</strong>s razões seria a não participação <strong>de</strong> paíseseuropeus na Fe<strong>de</strong>ração, o que po<strong>de</strong>ria ser umentrave político futuro. No entanto, em 20 <strong>de</strong> janeiro<strong>de</strong> 1966, a SBCM, representa<strong>da</strong> por AlípioPernet, participou efetivamente, em Chicago, <strong>da</strong>fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (IFSSH), sob primeirapresidência <strong>de</strong> Alfred Swanson. Pernet foi entãoindicado para presidir a Comissão <strong>de</strong> Classificação<strong>da</strong>s Deformi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Congênitas do MembroSuperior, utiliza<strong>da</strong> até hoje e conheci<strong>da</strong> como“classificação <strong>de</strong> Swanson”. Mais tar<strong>de</strong>, a SBCMparticipou também <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Sul-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (SSCM), em22 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1992.Nova reunião foi realiza<strong>da</strong> em 14 <strong>de</strong> março<strong>de</strong> 1966 em São Paulo, na rua Augusta. EstavamJoseph Boyes, que esteve <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> para o ICongresso Internacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, mas<strong>de</strong>pois precisou retratar-se por carta por ter sido<strong>de</strong>scortês com anfitriõesO Primeiro Congresso Internacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> teve tradução simultânea para oscongressistaspresentes Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu (que convocoua reunião), Alípio Pernet, Diome<strong>de</strong> Belliboni eRoberto <strong>de</strong> Godoy Moreira. Nessa reunião, foiproposta por Alípio Pernet a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> RegionalSão Paulo <strong>da</strong> SBCM. Godoy Moreira propôsentão que fosse fun<strong>da</strong><strong>da</strong> não uma regional paulistana,mas uma Regional Sul, abrangendo “todosos estados do Sul”. Na reunião seguinte, em21 <strong>de</strong> abril, ficou <strong>de</strong>cidido que a fun<strong>da</strong>ção seriaadia<strong>da</strong> para julho.O encontro seguinte, em 30 <strong>de</strong> julho, <strong>no</strong>vamenteaconteceu em São Paulo, na se<strong>de</strong> <strong>da</strong> AssociaçãoPaulista <strong>de</strong> Medicina (APM), na aveni<strong>da</strong>Briga<strong>de</strong>iro Luís Antônio, e além <strong>de</strong> Pernet, Bellibonie Godoy Moreira, contou com Lauro Barros<strong>de</strong> Abreu. Neste, finalmente foi instala<strong>da</strong> a Regional,abrangendo os estados <strong>de</strong> São Paulo, Paraná,Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Ficou <strong>de</strong>cidido<strong>de</strong>pois que a Regional teria direito a 60% <strong>da</strong>sanui<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos sócios, <strong>de</strong>sconta<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>spesas<strong>de</strong> cobrança.Essa última reunião foi também uma jorna<strong>da</strong>científica, com plateia <strong>de</strong> 29 pessoas, em queforam discuti<strong>da</strong>s 15 questões sobre possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> tratamento em casos específicos, incluindotécnicas <strong>de</strong> sutura e conduta pós-operatória(Quadro). Na ocasião, também se discutiu a respeito<strong>de</strong> um regulamento a ser criado para umtítulo <strong>de</strong> especialista em cirurgia <strong>da</strong> mão. Até então,havia a exigência <strong>de</strong> que o candi<strong>da</strong>to a titularexercesse, <strong>no</strong> seu cotidia<strong>no</strong>, pelo me<strong>no</strong>s <strong>50</strong>%dos tratamentos em mão. Os primeiros títulos foramentão concedidos a Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu,Roberto Godoy Moreira, Orlando Graner, DaniloGonçalves, Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes, Diome<strong>de</strong>21


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091959 a 1969Belliboni e Alípio Pernet, os primeiros especialistasem <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> do <strong>Brasil</strong> 3 .Em agosto <strong>de</strong> 1966, foi realiza<strong>da</strong> a I Conferência<strong>de</strong> Intercâmbio Médico, por iniciativa <strong>de</strong> ArnaldoBonfim, em que a SBCM participou organizandoum Simpósio sobre <strong>Mão</strong> Traumatiza<strong>da</strong>. Otrabalho foi orientado por Danilo Coimbra Gonçalves.Há nas atas <strong>da</strong> SBCM um outro registro<strong>de</strong> evento realizado <strong>no</strong> mesmo mês: um “curso”<strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão realizado em Salvador, com67 alu<strong>no</strong>s, 8 dos quais livres-docentes, a convite<strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Hospitalar do Estado <strong>da</strong> Bahia. Asatas também registram a realização <strong>de</strong> mais doiscursos: um <strong>de</strong> Traumatologia <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, com “16alu<strong>no</strong>s médicos e 3 doutorandos”, a convite doCentro Médico Cearense e promovido por Germa<strong>no</strong>Riquet, em abril, e outro em Porto Alegre,sobre Traumatologia <strong>de</strong> Urgência, promovidopor José Francisco Wechsler e pela AssociaçãoMédica do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, patrocinado pelaRegional Sul <strong>da</strong> SBCM. Entre 15 e 31 <strong>de</strong> março3 Ata <strong>de</strong> uma Assembleia realiza<strong>da</strong> durante a I Jorna<strong>da</strong>Lati<strong>no</strong>-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em 11 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>1968, em São Paulo, informa que também Norberto PereiraLopes teria recebido o título junto com esses colegas.<strong>da</strong>quele a<strong>no</strong>, foi organizado o Curso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> em São Paulo, com frequência <strong>de</strong> 48 alu<strong>no</strong>s,que assistiram 35 aulas teóricas. Foram realiza<strong>da</strong>s19 operações “franquea<strong>da</strong>s aos alu<strong>no</strong>s”. Eraa SBCM marcando presença em diversas regiõesdo país.Essa sequência <strong>de</strong> reuniões culmi<strong>no</strong>u com arealização do I Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (cujo Programa havia sido <strong>de</strong>batido anteriormente).O evento teve lugar <strong>no</strong> HospitalSão Camilo, <strong>no</strong> bairro <strong>da</strong> Pompéia, em São Paulo,em 22 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1967, e serviu para comemoraro aniversário <strong>de</strong> oito a<strong>no</strong>s <strong>da</strong> SBCM. Na ocasião,foi aprovado um Regulamento para Título<strong>de</strong> Especialista. Ficou <strong>de</strong>cidido que o título seriaconcedido a até 20 cirurgiões com registro<strong>no</strong>s Conselhos Regionais ou Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina,com indicação do Conselho Executivo <strong>da</strong>SBCM, com <strong>50</strong>% <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s concentra<strong>da</strong>sna cirurgia <strong>da</strong> mão ou aprovação em Concurso<strong>de</strong> Provas e Títulos ou ser docente em facul<strong>da</strong><strong>de</strong>reconheci<strong>da</strong> pela SBCM. O candi<strong>da</strong>to <strong>de</strong>veriaprovar também experiência cirúrgica, obti<strong>da</strong> emtreinamentos (como internato ou residência) <strong>de</strong>pelo me<strong>no</strong>s dois a<strong>no</strong>s na especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>.A publicação do jornal Manus fez evoluir a comunicação com os sócios <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>22


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90O aniversário <strong>de</strong> 10 a<strong>no</strong>s23Finalizados com sucesso o primeiro congressointernacional (1965) e o primeiro nacional (1967),a SBCM retomava sua rotina <strong>de</strong> reuniões científicas– não sem planejar uma comemoração <strong>de</strong>aniversário. Em 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1968, uma reunião<strong>da</strong> Comissão Executiva serviu para discutir<strong>da</strong>tas, locais e os temas oficiais do II Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>: mão paralítica elesões osteoarticulares. Outros assuntos, comoartrite reumatoi<strong>de</strong>, foram incluídos como temaslivres, para chamar a atenção <strong>de</strong> reumatologistaspara o evento.Uma Comissão Executiva do Congresso foi forma<strong>da</strong>,reunindo Pernet, Graner e Lauro, imbuídos<strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizaruma campanha financeira paraangariar fundos para a realizaçãodo evento – que já previa trazerRobert Guy Pulvertaft (Inglaterra),A.R. Wakefield (EUA) e outros.Alípio Pernet fez questão <strong>de</strong> lembraraos presentes <strong>da</strong> importância<strong>de</strong> se aproveitar o congressopara comemorar a primeira déca<strong>da</strong><strong>de</strong> existência <strong>da</strong> SBCM.Uma Assembleia Geral Ordináriaficou marca<strong>da</strong> para o dia12 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1968, com pautaincluindo entregas <strong>de</strong> títulos<strong>de</strong> especialista e admissões <strong>de</strong>sócios, recepção do relatórioe eleição <strong>da</strong> <strong>no</strong>va diretoria <strong>da</strong>Regional Sul e outros. AlmirJoaquim Pereira, em seu livrosobre a história <strong>da</strong> SBCM, relataque nessa reunião foi “aceito oemblema elaborado por Bulcãocomo representativo <strong>da</strong> SBCM”(emblema este aprovado pelossócios na Assembleia seguinte,conforme registrado em ataposteriormente). Era um mapado <strong>Brasil</strong>, com duas mãos <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s,como se po<strong>de</strong> ver numpapel timbrado do primeirocongresso nacional. Na ocasião,foi também eleita a diretoria <strong>da</strong> RegionalSul, tendo como presi<strong>de</strong>nte Roberto <strong>de</strong> GodoyMoreira, vice-presi<strong>de</strong>nte Lauro Barros <strong>de</strong> Abreue secretário-tesoureiro Luiz Carlos Sobania. Noentanto, esta reunião não está a<strong>no</strong>ta<strong>da</strong> nas atas<strong>da</strong> SBCM.Ficou agen<strong>da</strong><strong>da</strong>, então, para 11 a 13 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 1968, a I Jorna<strong>da</strong> Lati<strong>no</strong>-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em São Paulo, <strong>no</strong> Hospital Municipalà rua Castro Alves. Promovi<strong>da</strong> pela Regional Sulem conjunto com a Socie<strong>da</strong>d Sud Americana <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> la Ma<strong>no</strong>, serviu também para fecharmais uma parceria: o II Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, segundo se anunciou nessaAssembleia Geral Ordinária <strong>de</strong> 1968: apenas <strong>no</strong>ve assinaturas1969 a2000


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000ocasião, seria realizado conjuntamente com aSocie<strong>da</strong>d Sud Americana, e não mais em junho,mas em julho <strong>de</strong> 1969, com se<strong>de</strong> <strong>no</strong> então estado<strong>da</strong> Guanabara. Os trabalhos apresentados naI Jorna<strong>da</strong> seriam reunidos, impressos e mimeografadospara distribuição aos sócios, como emanais <strong>de</strong> congresso, que <strong>de</strong>pois tornar-se-ia umBoletim <strong>da</strong> SBCM.O II Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> seiniciou, então, em 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1969, na Sala <strong>da</strong>Cinemateca do Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna do Rio<strong>de</strong> Janeiro. Contou com a presença <strong>de</strong> EduardoZancolli, que também havia vindo para a I Jorna<strong>da</strong>,Carlos A.N. Firpo e Guillermo Lo<strong>da</strong>, que propuseramque a próxima reunião científica ocorresseem Bue<strong>no</strong>s Aires. A parceria com a Socie<strong>da</strong>d SudAmericana se consoli<strong>da</strong>va, a ponto <strong>de</strong> ficar combinadoo envio <strong>de</strong> um único representante <strong>de</strong>ambas as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s à Reunião Fed-Americana<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (reunião preliminar à formação<strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, órgão máximo internacional),a se realizar em Londres <strong>no</strong> final do a<strong>no</strong>.Durante a assembleia realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> congresso,foi anuncia<strong>da</strong> a publicação, em outubro do a<strong>no</strong>anterior, <strong>no</strong> Diário Oficial do Estado <strong>da</strong> Guanabara,o Projeto <strong>de</strong> Lei número 754/1968, do <strong>de</strong>putadoJamil Had<strong>da</strong>d, tornando a SBCM <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong>pública. Também foi proposto (sem consequênciasposteriores) que se fizesse um projeto paraque fosse proibi<strong>da</strong> pelas autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s a fabricação<strong>de</strong> fogos <strong>de</strong> artifício, causadores <strong>de</strong> muitos<strong>da</strong><strong>no</strong>s irreversíveis às mãos: eram os associadospreocupando-se com a prevenção <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.A diretoria do biênio passou então o comando <strong>da</strong>SBCM à <strong>no</strong>va chapa eleita: Orlando Graner comopresi<strong>de</strong>nte, Raul Chiconelli como vice, WalterCampos como secretário-tesoureiro.1970-1975: ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> eatualizaçãoDali em diante, uma sequência <strong>de</strong> reuniões foirealiza<strong>da</strong> na residência do presi<strong>de</strong>nte, OrlandoGraner, em São Paulo, entre 1970 e 1971. Graner,na recor<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> alguns ex-presi<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> SBCM,era “uma mãe” <strong>da</strong> SBCM. Circulava facilmente entreo Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<strong>da</strong> USP (o HC) e o Pavilhão FernandinhoSimonsen, <strong>da</strong> Santa Casa, numa época <strong>de</strong> intensaCapa do programa do III CBCM, realizado em 1971rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os serviços. Era consi<strong>de</strong>rado umgran<strong>de</strong> aglutinador. Atuava exclusivamente <strong>no</strong>ambulatório e <strong>no</strong> centro cirúrgico do serviço <strong>de</strong>cirurgia <strong>da</strong> mão que criou <strong>no</strong> Pavilhão, insistindoem não ter um consultório particular, apesar <strong>de</strong>ser muito procurado como especialista. O seualtruísmo foi muito significativo, e Graner insistiaem não fazer qualquer diferença entre o pacienterico do pobre. É <strong>de</strong>scrito por Walter Manna Albertoni,que trabalhou com ele pessoalmente, comoum sujeito “divertidíssimo, <strong>de</strong> coração e<strong>no</strong>rme, ecom uma <strong>de</strong>liciosa gargalha<strong>da</strong>”.Na casa <strong>de</strong> Graner, então, a Comissão Executivareuniu-se em 29 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1970 primeiramentepara aprovar algo que já estava sendoarticulado havia aproxima<strong>da</strong>mente dois a<strong>no</strong>s: acriação <strong>da</strong> Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> SBCM, incluindovários estados. Na ocasião, Danilo Gonçalves,conhecido por sua gran<strong>de</strong> articulação comserviços <strong>de</strong> outros países, foi escolhido como<strong>de</strong>legado <strong>da</strong> SBCM junto à Fe<strong>de</strong>ração Internacional<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Em 29 <strong>de</strong> agosto <strong>da</strong>quelea<strong>no</strong>, e <strong>no</strong>vamente em 2 <strong>de</strong> outubro e em 21 <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro, os encontros serviram para articular aparticipação <strong>da</strong> SBCM em dois congressos: o <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong>d Sud Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> la Ma<strong>no</strong>,24


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90em Bue<strong>no</strong>s Aires, em outubro <strong>de</strong> 1971, e o <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia(SBOT), <strong>no</strong> Recife, em setembro <strong>de</strong> 1971. Os participantes<strong>de</strong>cidiram os temas a serem apresentados.Naquela <strong>da</strong>ta e <strong>de</strong>pois, em 23 <strong>de</strong> agosto<strong>de</strong> 1971, cui<strong>da</strong>ram <strong>da</strong> formação <strong>da</strong> <strong>no</strong>va diretoria<strong>da</strong> Regional Sul <strong>da</strong> SBCM: Lauro Barros <strong>de</strong> Abreucomo presi<strong>de</strong>nte, Luiz Carlos Sobania como vicee Ronaldo Jorge Azze como secretário-tesoureiro<strong>da</strong> Regional.Em 17 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1971, a Assembleia Geralocorreu <strong>no</strong> Recife, on<strong>de</strong> se realizaram em conjuntoo III Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>(CBCM) e o XVIII Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>e Traumatologia (CBOT), <strong>no</strong> Teatro Santa Izabel. Aparticipação <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> Recife é lembra<strong>da</strong> porArlindo Pardini como tendo sido muito importante:“a mão foi muito bem nesse congresso!”. Opresi<strong>de</strong>nte do CBOT, Bru<strong>no</strong> Maia, em seu discurso<strong>de</strong> abertura, reverenciou a SBCM como tendo um“futuro alviçareiro”. De fato, fazia sentido a realizaçãodos eventos <strong>no</strong> Norte: exatamente quando seconsoli<strong>da</strong>va a Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> SBCM,com J. Rodrigues à sua frente.Em <strong>no</strong>vembro, em <strong>no</strong>va reunião em São Paulo,<strong>de</strong>cidiu-se por realizar o <strong>no</strong>vo congresso (que seriao IV CBCM) mais uma vez em conjunto com oCBOT <strong>da</strong> SBOT, em Curitiba, <strong>de</strong> 2 a 6 <strong>de</strong> setembro<strong>de</strong> 1973, e que os anais do Congresso anterior <strong>de</strong>veriamsair como o <strong>no</strong>vo Boletim <strong>da</strong> SBCM, tomo3, número 5. (De fato, posteriormente se registrouque foram impressos esses volumes, <strong>de</strong>dicadosao terceiro congresso brasileiro, o número 6, contendoos relatórios apresentados <strong>no</strong> Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> Plástica, em maio <strong>de</strong> 1972,e um volume 4 número 1, com temas <strong>da</strong>s Jorna<strong>da</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1973, e temaslivres do IV Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.) Além disso, foram planejados 16 cursos<strong>de</strong> atualização para os meses <strong>de</strong> março a setembro<strong>da</strong>quele a<strong>no</strong>, todos com temas pre<strong>de</strong>finidos,além <strong>de</strong> seminários em janeiro <strong>de</strong> 1972 em várioshospitais <strong>de</strong> São Paulo.A SBCM intensificava, portanto, suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> atualização e treinamento médico, realizandocursos e outros eventos em diversas partesdo país, lutando para chamar a atenção dos ortopedistas,reumatologistas, cirurgiões plásticos.Era uma época <strong>de</strong> preocupação com a <strong>de</strong>finição<strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> peculiar,que exige habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e competências especiais,e por isso mesmo reunia à mesma mesa os ortopedistase os plásticos. Pessoas <strong>de</strong> diferentesformações enxergando na cirurgia <strong>da</strong> mão umcampo <strong>de</strong> atuação específico. Uma era em quere<strong>no</strong>mados especialistas, como Arlindo Pardini,Walter Manna Albertoni, Luiz Carlos Sobania e outrosestavam se formando <strong>no</strong>s melhores centrosdo <strong>Brasil</strong> e do mundo, auxiliados pelos pioneiros –porém os "especialistas" consi<strong>de</strong>rados pela SBCMeram apenas aqueles <strong>no</strong>meados numa lista <strong>de</strong> 20,<strong>de</strong>pois 30 integrantes: só entrava um com a saí<strong>da</strong><strong>de</strong> outro. Pardini, por exemplo, era o sétimo <strong>de</strong>ssalista e não fez exame para ser consi<strong>de</strong>rado titular.Nova reunião <strong>da</strong> comissão executiva só ocorreuem São Paulo quase um a<strong>no</strong> <strong>de</strong>pois: foi registra<strong>da</strong>em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1972. Serviu para <strong>da</strong>ran<strong>da</strong>mento ao planejamento científico do congressoseguinte, disposição <strong>de</strong> salas e horários.A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> se realizar um Congresso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> na Argentina havia caído por terra: carta<strong>de</strong> Carlos Firpo comunicou à SBCM a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Porém, em carta posterior, <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 1972, ele comunicava que viria ao <strong>Brasil</strong> parao XIX CBOT.O falecimento <strong>de</strong> Walter Campos, que haviajustificado sua ausência em diversas reuniões anteriores,foi lembrado como tendo ocorrido em 7<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1972 (<strong>de</strong> fato, Alípio Pernet fezhomenagem a ele durante o IV CBCM, em Curitiba,um a<strong>no</strong> <strong>de</strong>pois, convocando um minuto <strong>de</strong> silênciodurante o evento). Seu título <strong>de</strong> especialistafoi, portanto, concedido postumamente. JoséLuiz Pistelli entrou em seu lugar como secretáriotesoureiro.Os encontros seguintes, em junho e em agosto<strong>de</strong> 1973, serviram para <strong>de</strong>talhar melhor a programaçãodo Congresso, em discussões que envolviamAlípio Pernet e Hans Rücker, presi<strong>de</strong>nte doCBOT 19. No <strong>de</strong> agosto, esteve presente CharlesB. Clark, convi<strong>da</strong>do para palestrar <strong>no</strong> IV Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, que se iniciaria em4 <strong>de</strong> setembro.O professor Rücker era chefe do Ambulatório<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> do Hospital <strong>de</strong> Crianças <strong>de</strong> Curitiba,e havia incentivado Luiz Carlos Sobania, em 1961,então um acadêmico <strong>de</strong> sexto a<strong>no</strong>, a especializarseem cirurgia <strong>da</strong> mão, uma área ain<strong>da</strong> não atendi<strong>da</strong><strong>no</strong> Paraná. Sobania interessou-se e veio a SãoPaulo participar <strong>da</strong> Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>1969 a200025


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000com Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu,e foi apresentado a Alípio Pernet,Danilo Gonçalves, OrlandoGraner e Henrique Bulcão,ficando acertado que faria oestágio com Lauro em cirurgia<strong>da</strong> mão, após um a<strong>no</strong> <strong>de</strong>residência em <strong>Ortopedia</strong>. Sobanialembra, emocionado, operfil científico <strong>de</strong> Lauro, seuprofessor: “numa <strong>da</strong>s primeirascirurgias que auxiliava, fizuma pergunta ao Lauro. Elepermaneceu quieto e, imediatamenteapós finalizar ocaso, levou-me à biblioteca eseparou cinco livros <strong>de</strong> cirurgia<strong>da</strong> mão. Disse para queeu os lesse, porque com istoa maioria <strong>da</strong> minhas dúvi<strong>da</strong>sestariam respondi<strong>da</strong>s! À épocado IV CBCM, a importânciado Paraná na cirurgia <strong>da</strong> mãojá estava consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>, inclusivepela formação <strong>da</strong> RegionalSul, na qual Sobania sempreteve firme atuação.Durante o IV CBCM, realizadoem Curitiba em 1973, foieleita <strong>no</strong>va chapa para a diretoria:José Raul Chiconelli napresidência, Jacy Conti Alvarenga como vice, FernandoBarros como secretário-tesoureiro e JoséLuiz Pistelli como segundo-secretário. A RegionalSul ficou presidi<strong>da</strong> por Luiz Carlos Sobania (PR),com Edmur Lopes como vice e J.C. Estima (cirurgiãoplástico <strong>de</strong> Porto Alegre, RS) como secretário.Já na Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste se elegeramGerma<strong>no</strong> Riquet como presi<strong>de</strong>nte, José Rodriguescomo vice e João Alberto Pereira como secretário.O presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM era Alípio Pernet,que apresentou um relatório <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,incluindo a produção <strong>de</strong> um Indicador do QuadroSocial e uma intensa programação <strong>de</strong> cursosrealizados entre abril <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1972. “Estescursos contaram com uma apreciável frequência<strong>de</strong> jovens ortopedistas <strong>da</strong> Capital e <strong>de</strong> algumasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do interior”, escreveu Pernet. “A realizaçãodo 4º Congresso <strong>Brasil</strong>eiro marca mais uma<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Capa do Programa do IV CBCM,realizado em conjunto com oCongresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> eTraumatologia, em 1973e assinala o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>”.De acordo com o registrohistórico <strong>de</strong> Almir JoaquimPereira, essa eleição marcauma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> comandona SBCM: assumiu uma <strong>no</strong>vageração <strong>de</strong> especialistas, discípulosdos pioneiros, “que atéentão continuavam na linha<strong>de</strong> frente, batalhando pelaevolução <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<strong>da</strong> sedimentação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>que criaram”. Chiconelli,eleito <strong>no</strong>vo presi<strong>de</strong>nte, eradiscípulo fiel <strong>de</strong> Danilo Gonçalves<strong>no</strong> serviço <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>criado por Arnaldo Bonfim<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Tendofinalizado seu fellowship poucosa<strong>no</strong>s antes <strong>no</strong> serviço <strong>de</strong>A. Flatt, <strong>no</strong>s Estados Unidos,contribuiu bastante para arealização <strong>de</strong> eventos importantespara a SBCM.Chiconelli recebeu a SBCMcom dinheiro em caixa. Osvalores arreca<strong>da</strong>dos com oscongressos (3 e 4) e com asanui<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos sócios servirampara cobrir <strong>de</strong>spesascom os eventos, impressão (mimeografa<strong>da</strong>) <strong>de</strong>boletins, diplomas e certificados, papelaria, inscriçõesna Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>de</strong>spesas com postagens epassagens <strong>de</strong> C. Clark, que fez diversas conferências<strong>no</strong> IV CBCM. E ain<strong>da</strong> sobrou dinheiro. Nessaépoca, o dinheiro em caixa era repassado <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ntea presi<strong>de</strong>nte por cheque.Em 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1974, ocorreu a I Jorna<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e a II Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> <strong>da</strong>Guanabara 1 , <strong>no</strong> Hospital dos Servidores do Estado,<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Raoul Tubiana e Fritz Schajowicsrealizaram conferências nessas jorna<strong>da</strong>s, e1 A capital do <strong>Brasil</strong> já havia sido transferi<strong>da</strong>, em 1960, <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro para Brasília, e a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Rio<strong>de</strong> Janeiro havia se tornado Estado <strong>da</strong> Guanabara (uma“ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-estado”). Em 15 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1975, fundiram-se oEstado <strong>da</strong> Guanabara com o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, como <strong>no</strong>me atual <strong>de</strong> Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.26


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 901969 a2000Boletim Sul-America<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, com os trabalhos apresentados <strong>no</strong> IV CBCM e trabalho <strong>de</strong> AlípioPernet apresentado <strong>no</strong> congressoTubiana enviou <strong>de</strong>pois carta <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimentopela recepção que teve em São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro,Belo Horizonte e Brasília.Em 1 o <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1974, foi realizado Curso<strong>de</strong> Iniciação em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, organizadopor Sobania. O V CBCM estava sendo planejadopara ocorrer também <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, e <strong>de</strong> fatoteve lugar <strong>no</strong> Rio em 18 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1975.Nessa ocasião, Chiconelli realizou famoso pronunciamentosobre “a mão” (transcrita <strong>no</strong> final<strong>de</strong>ste livro).Os temas do V CBCM estavam programadospara serem “<strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s congênitas do membrosuperior”, “próteses”, “cirurgia <strong>da</strong> mão reumatoi<strong>de</strong>”e “cirurgia <strong>da</strong> mão hanseniana”. Este últimofoi cancelado em reunião realiza<strong>da</strong> em 1º <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro<strong>de</strong> 1974, posto que “não havia suficienteexperiência nacional sobre o assunto”. Os temasentão ficaram: “mão espástica”, “<strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>scongênitas do membro escapular”, “próteses”, “mão reumatoi<strong>de</strong>”, “mão traumática” e “reparo dosnervos periféricos”.A consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>Por ocasião do V CBCM, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, em1975, foi realiza<strong>da</strong> uma Assembleia Geral, <strong>no</strong> dia18 <strong>de</strong> setembro, na qual pela primeira vez foi discuti<strong>da</strong>a admissão <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos membros associadoscom me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> cinco a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> formados. Ficou estabelecidoque a admissão ficaria condiciona<strong>da</strong> àrealização <strong>de</strong> prova e trabalho a ser apresentado ejulgado pela Comissão Executiva <strong>no</strong>s congressosseguintes. Só bastante tempo <strong>de</strong>pois, entretanto,é que esses exames começariam a ser aplicados,como <strong>de</strong>scrito adiante nesta história.A eleição <strong>da</strong> <strong>no</strong>va diretoria alçou CristóvãoGama à presidência, com Luiz Carlos Sobaniacomo vice, Maurício Menandro como secretáriotesoureiroe Alfredo Jacques como segundosecretário.Houve uma tentativa, por Heitor JoséRizzardo Ulson, <strong>de</strong> propor uma <strong>no</strong>va chapa, comPardini na presidência, interrompendo a eleição.No entanto, consultados os estatutos, verificou-seque a chapa não po<strong>de</strong>ria ser apresenta<strong>da</strong> após27


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Programa do VI CBCM e mensagem do presi<strong>de</strong>nte, Christóvão <strong>da</strong> Gama: o congresso foi <strong>de</strong>dicado “Ao pacienteque exibe sua mão - o mais perfeito instrumento que lhe foi concedido por Deus - mutila<strong>da</strong> e incapaz”inicia<strong>da</strong> a votação. A eleição então se retomoucom a chapa anterior, e houve apenas um votobranco e outro nulo. Na Regional Sul, entrou EdmurLopes como presi<strong>de</strong>nte, Antonio Costa Estimacomo vice e Albrecht Henel como secretáriotesoureiro.Na Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste, HumbertoMara<strong>de</strong>i Pereira como presi<strong>de</strong>nte, Eurico <strong>de</strong>Freitas como vice e João Alberto Mara<strong>de</strong>i Pereiracomo secretário-tesoureiro.A ata registra: “foi ain<strong>da</strong> enfatiza<strong>da</strong>, pelos membros<strong>da</strong> Comissão Executiva, a maior necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>de</strong> cursose planejamento <strong>de</strong> residências <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>”.No entanto, o tema <strong>da</strong> oficialização dosprogramas <strong>de</strong> residência em cirurgia <strong>da</strong> mão sófoi discutido, por várias horas, na reunião seguinte,que teve lugar em São Paulo, em 5 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>1976. Danilo Gonçalves opi<strong>no</strong>u que o pla<strong>no</strong> <strong>de</strong>veriaconstar <strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s, um <strong>de</strong> iniciação, comadmissão do resi<strong>de</strong>nte à SBCM como membro associado,e o segundo <strong>de</strong> especialização, em que ocandi<strong>da</strong>to prestaria prova e seria admitido comomembro titular. É registra<strong>da</strong> nessa ata também,pela primeira vez, a intenção <strong>de</strong> admitir a cirurgia<strong>da</strong> mão como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com aprovação peloConselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina (CFM) e posterioroficialização como disciplinas nas universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Ficou combinado que se tentaria um encontrocom o ministro <strong>da</strong> Assistência e Previdência Socialpara obter apoio à oficialização <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Nessa reunião também se comentou sobre osucesso <strong>de</strong> um Curso <strong>de</strong> Patologia e Terapêutica<strong>da</strong>s Afecções <strong>da</strong>s <strong>Mão</strong>s, com 39 participantes esaldo financeiro positivo para a SBCM. Além disso,<strong>de</strong>cidiu-se que os CBCMs <strong>de</strong>veriam, <strong>da</strong>li por diante,ser realizados em separado dos congressos <strong>da</strong>SBOT (os CBOTs), porém <strong>no</strong> mesmo local, com umdia <strong>de</strong> intervalo entre os dois eventos. O CBCM seguinte,<strong>no</strong> entanto, em sua sexta edição, ocorreriaem São Paulo, enquanto o CBOT 21 teve lugar <strong>no</strong>Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1977. A gestão <strong>de</strong> Gama marca,portanto, a in<strong>de</strong>pendência dos congressos <strong>da</strong>SBCM e <strong>da</strong> SBOT, <strong>da</strong>ndo força à cirurgia <strong>da</strong> mão.Poucos <strong>da</strong>dos há disponíveis sobre esse VI Congresso.Sérgio Gama, filho <strong>de</strong> Christóvão, relataque se lembra muito bem <strong>da</strong> recepção que se feza vários convi<strong>da</strong>dos internacionais, Kleinert inclusive,na residência <strong>de</strong> seus pais. Ain<strong>da</strong> criança, eafilhado <strong>de</strong> batismo <strong>de</strong> Pernet, Sérgio se lembra<strong>da</strong> elegância e do cui<strong>da</strong>do com que seus pais receberamos estrangeiros em sua residência paraum jantar <strong>de</strong> confraternização durante o congresso,e <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que era estapara o presi<strong>de</strong>nte.Outro interessante comunicado foi o fato <strong>de</strong> aJournal of Bone and Joint Surgery ter solicitado28


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90à SBCM a indicação <strong>de</strong> um especialista em mãopara membro correspon<strong>de</strong>nte para uma revistasobre mão que seria cria<strong>da</strong> (a JBJS passaria a publicarapenas textos <strong>de</strong> ortopedia). Alípio Pernetfoi indicado para editor correspon<strong>de</strong>nte do Journalof Hand Surgery, edição inglesa que antece<strong>de</strong>ua <strong>no</strong>rte-americana.1976-79: o título <strong>de</strong> especialista naera pré-CETPouco mais <strong>de</strong> um mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>pois, em 30 <strong>de</strong>abril <strong>de</strong> 1976, voltou-se a tocar <strong>no</strong> assunto “residência”durante uma reunião <strong>de</strong> diretoria, realiza<strong>da</strong>na casa do presi<strong>de</strong>nte. Foi aceita por unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong>a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> que fosse exigido docandi<strong>da</strong>to a membro associado um mínimo <strong>de</strong>dois a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> residência em ortopedia ou cirurgiaplástica e mais um a<strong>no</strong> em cirurgia <strong>da</strong> mão. Estavampresentes neste reunião <strong>no</strong>turna somente opresi<strong>de</strong>nte, Cristóvão Colombo <strong>da</strong> Gama, o presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> Regional Sul, Edmur Lopes, o secretárioMaurício B. Menandro, e os conselheiros AlípioPernet e Orlando Graner. O tema exigia modificaçãodos Estatutos, o que só seria possível numaAssembleia Extraordinária, a ser realiza<strong>da</strong> emjunho, durante uma Jorna<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>em São Paulo. Os diretores<strong>de</strong>cidiram então queos membros associados etitulares que se apresentassematé a Assembleiapreenchendo os requisitospresentes <strong>no</strong> estatutos(cinco a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> formadopara associado e 10 a<strong>no</strong>spara titular) seriam julgadosdurante a Assembleiae <strong>de</strong>les “não seria exigi<strong>da</strong> aprova escrita”. Como se vê,os critérios estavam prestesa mu<strong>da</strong>r, e ain<strong>da</strong> nãohavia precisão a respeitodos requisitos para ingressona especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>.A SBCM começava ase preocupar justamentecom a oficialização <strong>de</strong>critérios, regras e registros.Carta <strong>de</strong> Christóvão <strong>da</strong> Gama a <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>,<strong>da</strong>ta<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1993, 16 a<strong>no</strong>s após seu man<strong>da</strong>to <strong>de</strong>presi<strong>de</strong>nte29O presi<strong>de</strong>nte sugeriu que fosse refeita a lista <strong>de</strong>associados e titulares <strong>da</strong> SBCM, e Pernet ressaltou(sempre preocupado com as <strong>no</strong>rmas) que as atas<strong>da</strong>s reuniões não po<strong>de</strong>riam ser assina<strong>da</strong>s por médicosque não faziam parte do quadro social, eque fariam parte <strong>da</strong> lista a ser confecciona<strong>da</strong> apenasos <strong>no</strong>mes cujas admissões constassem <strong>no</strong>slivros <strong>de</strong> atas. Nova reunião <strong>de</strong>veria acontecer em18 <strong>de</strong> junho, dois dias antes <strong>da</strong> <strong>no</strong>va Jorna<strong>da</strong>.O mesmo grupo, e mais Danilo Gonçalves, LuizCarlos Sobania (que havia assumido a presidênciainterinamente, durante uma viagem internacional<strong>de</strong> Gama em maio) e Fernando Barros, reuniuse<strong>no</strong>vamente na <strong>da</strong>ta combina<strong>da</strong>, porém <strong>no</strong>Auditório Carlo Erba, na aveni<strong>da</strong> Ibirapuera, emSão Paulo. Ali se <strong>de</strong>cidiu que uma lista <strong>de</strong> membrosfun<strong>da</strong>dores seria sempre relembra<strong>da</strong> pelasocie<strong>da</strong><strong>de</strong> como <strong>de</strong> integrantes do quadro social,porém não envia<strong>da</strong> à Fe<strong>de</strong>ração Internacional. Osecretário então apresentou a <strong>no</strong>va lista do quadrosocial <strong>da</strong> SBCM, basea<strong>da</strong> nas atas anteriores,e a “leitura <strong>da</strong> relação suscitou várias controvérsias”,pois havia <strong>no</strong>mes faltando. Eram <strong>no</strong>mes <strong>de</strong>associados que, embora não constassem <strong>no</strong>slivros, faziam parte <strong>da</strong> SBCM, inclusive pagandoanui<strong>da</strong><strong>de</strong>s: eram os casos <strong>de</strong> Edmur Lopes (titularespecialista), Germa<strong>no</strong> F.Riquet (titular), José LuizPistelli e João Alberto Mar<strong>de</strong>iPereira (associado). Faziamjus aos títulos por teremsido apresentados eaprovados, e foram entãoincluídos <strong>no</strong> quadro.No dia seguinte, nacasa do presi<strong>de</strong>nte, ele,Sobania, Pernet, Edmur eAlfredo Jacques <strong>de</strong> Moraes,aceitaram dois <strong>no</strong>mescomo membros associados(Vilnei Matioli Leitee Marcos Castro Ferreira)e converteram dois associadosem titulares, <strong>de</strong>acordo com as regras doestatuto ain<strong>da</strong> em vigor:Ernani <strong>de</strong> Aguiar Correa,<strong>de</strong> Manaus, e Walter MannaAlbertoni.Mais quatro<strong>no</strong>mes foram avaliados,1969 a2000


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000mas não preenchiam ain<strong>da</strong> os requisitos preestabelecidos<strong>no</strong> estatuto vigente. (Passou a ser regrao registro dos associados e titulares admitidos <strong>no</strong>slivros <strong>de</strong> ata, que eram posteriormente consultadosto<strong>da</strong> vez que havia controvérsia).O grupo propôs modificar o estatuto <strong>da</strong> seguintemaneira: não haveria mais um título <strong>de</strong>Especialista em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, mas um título<strong>de</strong> Membro Associado e outro título, <strong>de</strong> MembroTitular; o título <strong>de</strong> Especialista seria concedidomediante convênio com a AssociaçãoMédica <strong>Brasil</strong>eira (AMB) <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s <strong>no</strong>rmas <strong>de</strong>concessão <strong>de</strong> ambas as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Christóvão <strong>da</strong>Gama escreveu, em carta a <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>, queessa medi<strong>da</strong> era “uma transformação <strong>da</strong> SBCMem Departamento <strong>da</strong> AMB”. Um relacionamentoque perduraria por muitos a<strong>no</strong>s. O estatutotambém <strong>de</strong>veria rezar que o sócio exercesse não<strong>50</strong>%, mas 80% <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em cirurgia <strong>da</strong>mão. E por fim se propunha que a admissão <strong>de</strong>associados reconhecesse, além <strong>de</strong> um a<strong>no</strong> <strong>de</strong>estágio em cirurgia <strong>da</strong> mão, também residênciaou exame escrito. O convênio com a AMB e o estabelecimento<strong>da</strong> residência em cirurgia <strong>da</strong> mãoforam registrados <strong>no</strong> relatório apresentado peladiretoria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do biênio 1975/77. Asdiretorias passariam a tomar posse sempre emprimeiro <strong>de</strong> janeiro.Tomaram também <strong>de</strong>cisões sobre o VI CBCM,incluindo <strong>da</strong>ta (24 a 26 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1977),convi<strong>da</strong>dos internacionais, composição <strong>de</strong> mesas,registraram a candi<strong>da</strong>tura <strong>da</strong> chapa para aeleição <strong>de</strong> diretoria seguinte (com Sobania, Edmure Nelson Otsuka). Os relatos <strong>de</strong>ssa geração<strong>de</strong> diretores <strong>da</strong> SBCM são <strong>de</strong> que, nessa época,ain<strong>da</strong> prevalecia o sistema <strong>de</strong> indicações paracomposição <strong>da</strong>s comissões executivas e presidência.E os <strong>no</strong>mes quase sempre partiam dosvetera<strong>no</strong>s, como Pernet e Graner. Sobania conta,por exemplo, que foi interrompido duranteuma cirurgia por telefonema <strong>de</strong> ambos, separa<strong>da</strong>mente,perguntando se aceitaria o cargo <strong>de</strong>presi<strong>de</strong>nte na eleição seguinte: “sem saberemum do contato feito pelo outro, ambos me indicaram...Aceitei!”, revela. Pardini, por outro lado,teve <strong>de</strong> retirar sua candi<strong>da</strong>tura por pressão <strong>de</strong>ssesvetera<strong>no</strong>s, que queriam lhe impor a composiçãocompleta <strong>da</strong> diretoria. “Eu não admitiaaquilo: se eu fosse o presi<strong>de</strong>nte, eu iria escolhera minha diretoria”, argumenta. Esse sistema <strong>de</strong>indicação, como se verá adiante, só se modificariaem 1979-80, a primeira vez em que houveduas chapas para eleição <strong>da</strong> diretoria <strong>da</strong> SBCM.Sobania completa: “o gran<strong>de</strong> feito <strong>no</strong>sso foi essareunião <strong>de</strong> quebrar o paradigma dos cinco”, referindo-seaos cinco pioneiros <strong>da</strong> SBCM (Graner,Plateia atenta neste Simpósio Nacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> organizado pela Regional Sul <strong>da</strong> SBCM: à esquer<strong>da</strong>,Pardini e Bulcão. No meio, po<strong>de</strong>-se ver Pistelli e Ronaldo Carneiro. Mais à direita, Luiz G. Jacob, Marcus C. Ferreira,Heitor Ulson e Lenise30


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90Danilo, Pernet, Lauro e Bulcão). A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> iase tornando mais <strong>de</strong>mocrática e pensando <strong>no</strong>sprimeiros critérios objetivos para concessão dotítulo <strong>de</strong> especialista.O ritual <strong>da</strong> malaNaquele mesmo encontro em junho <strong>de</strong> 1976levantou-se, pela primeira vez, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> se terum secretário fixo na SBCM, sediado num en<strong>de</strong>reçofixo, para a guar<strong>da</strong> <strong>de</strong> livros, arquivo, correspondênciase outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s próprias. Faziasentido: Walter Manna Albertoni, que secretarioua Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> durante muitos a<strong>no</strong>s, relata quehavia, até então, o rito <strong>da</strong> “transmissão do baú”:“como A SBCM não tinha se<strong>de</strong> própria, todos osdocumentos, certificados, talonários <strong>de</strong> recibose livros-ata eram colocados numa mala, que eraentregue por um secretário a outro na transmissão<strong>de</strong> diretorias”, relembra. “Então assumi oseguinte compromisso: ‘não vai ter mais mala’”.E como todos concor<strong>da</strong>vam com a instalação<strong>de</strong> uma secretaria fixa, cumprindo o prometido,quando foi eleito (ver adiante), Albertoni instaloua secretaria <strong>da</strong> SBCM numa sala <strong>de</strong> sua clínicaparticular, on<strong>de</strong> permaneceu por uma déca<strong>da</strong>,encerrando o folclórico “ritual <strong>da</strong> mala com osmateriais. Nesse mesmo dia (ain<strong>da</strong> na gestão <strong>de</strong>Gama), registraram em ata a obtenção do número<strong>de</strong> CGC (hoje em dia, CNPJ, Ca<strong>da</strong>stro Nacional<strong>de</strong> Pessoa Jurídica) <strong>da</strong> SBCM: 49.361.496/0001-18. O número é o mesmo até hoje.Ao tomarem conhecimento <strong>de</strong> que duas revistasleigas publicaram reportagens exaltandoas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s profissionais <strong>de</strong> três sócios, <strong>de</strong>cidiramadverti-los, por ofício, o que se esten<strong>de</strong>riaa todos os associados, que “não utilizem <strong>de</strong>tais meios <strong>de</strong> divulgação”. Conforme relatadoposteriormente, a presença <strong>de</strong> repórteres <strong>no</strong>splantões do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>de</strong> São Pauloé que possibilitou a exposição dos médicos,mas Ronaldo Azze comunicou que, apesar <strong>de</strong>o Hospital apoiar a realização <strong>da</strong> matéria, nãopensava <strong>no</strong> aproveitamento individual <strong>da</strong> exposição.A i<strong>de</strong>ia do presi<strong>de</strong>nte Gama era <strong>de</strong> que ossócios “não se <strong>de</strong>ixassem envolver” com o caso.A reunião transcorreu <strong>da</strong>s 14h às 21h30, e a atacontinha uma numerosa lista <strong>de</strong> alterações a serempropostas <strong>no</strong> estatuto em uma AssembleiaExtraordinária.Uma Assembleia Geral foi realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> dia 25<strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1977, <strong>no</strong> Augusta BoulevardHotel, em São Paulo, durante o VI CBCM, portanto.Esta teve quórum bem maior: 35 sóciospresentes, como esperado pela corri<strong>da</strong> ao Congresso.O presi<strong>de</strong>nte comunicou a todos sobre oconvênio com a AMB para expedição <strong>de</strong> diplomas<strong>de</strong> especialista.A chapa proposta para a <strong>no</strong>va diretoria eracomposta <strong>de</strong> Sobania na presidência, EdmurIsidoro Lopes como vice e Nelson Otsuka comosecretário-tesoureiro. No entanto, iniciou-se “calorosatroca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias” <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que dois<strong>de</strong>sses sócios não eram membros titulares, apenasassociados. Sobania relata que, como <strong>de</strong> praxe,quem levantou o assunto foi Pernet, habituadoa prestar atenção aos mínimos <strong>de</strong>talhes <strong>da</strong>s<strong>no</strong>rmas. De acordo com a ata <strong>da</strong> reunião, Graner,Danilo, Almir Pereira, Maurício Menandro, PauloCezar Schott manifestaram-se contra a abertura<strong>de</strong> uma exceção <strong>no</strong> caso. Pernet então propôsque fosse modificado o estatuto, instituindo queapenas o acesso à presidência fosse exclusivo<strong>de</strong> titulares, sendo os outros cargos <strong>de</strong> diretoriaabertos a todo o quadro social. No entanto, issoteria <strong>de</strong> ser feito em Assembleia Extraordinária,não numa Assembleia Geral... A solução encontra<strong>da</strong>por Sobania, à última hora, foi indicar o<strong>no</strong>me <strong>de</strong> Walter Manna Albertoni <strong>no</strong> lugar <strong>de</strong>Otsuka como secretário. “Como ele havia recémadquiridoo status <strong>de</strong> titular, Pernet não pô<strong>de</strong> seopor”, comentou. Assim, a diretoria foi eleita comSobania na presidência, Edmur como vice, porémAlmir Joaquim Pereira como secretário-tesoureiroe Albertoni como segundo-secretário.Como conselheiros, entraram Lauro Barros <strong>de</strong>Abreu, Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes e José RaulChiconelli – todos vetera<strong>no</strong>s e experientes nacondução <strong>da</strong> SBCM. Na Regional Sul, ficou RonaldoJorge Azze como presi<strong>de</strong>nte, Diome<strong>de</strong>Belliboni como vice e Antonio Luiz Gomes comosecretário. Na Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste, EuricoGoulart <strong>de</strong> Freitas como presi<strong>de</strong>nte, Germa<strong>no</strong>Fabrício Riquet como vice e Antonio Carlos AleixoSepúlve<strong>da</strong> como secretário.Arlindo Pardini, nessa <strong>da</strong>ta, propôs a criação<strong>de</strong> uma Regional Centro-Leste-Oeste, que englobariaEspírito Santo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Goiás, Brasília,Mato Grosso. A proposta foi encaminha<strong>da</strong> àComissão Executiva para estudo. O especialista1969 a200031


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000mineiro propôs também que fosse cria<strong>da</strong> umaComissão <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamento, <strong>no</strong>s mol<strong>de</strong>s<strong>da</strong> que já existia na SBOT. Os sócios solicitaramentão que o presi<strong>de</strong>nte indicasse <strong>no</strong>mes e cargospara tal Comissão.Finaliza<strong>da</strong> a assembleia e elogiado o Congresso,a reunião seguinte ocorreu na residência <strong>de</strong> EdmurLopes, em 27 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1978, com Sobania,Almir, Albertoni, o próprio Edmur e RonaldoAzze, representando a Regional Sul. O primeirodocumento a entrar sob a guar<strong>da</strong> do segundosecretárioAlbertoni foi justamente o termo <strong>de</strong>convênio SBCM-AMB para concessão do título <strong>de</strong>especialista em cirurgia <strong>da</strong> mão. Sobania entãocomunicou que, <strong>no</strong> dia seguinte, iria à AMB parauma reunião sobre <strong>no</strong>rmas para atribuição <strong>de</strong> títulos<strong>de</strong> especialista, residência médica e outrosassuntos. Porém o cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> serviçosa treinar os resi<strong>de</strong>ntes foi discussão adia<strong>da</strong> paraoutra ocasião.Se<strong>de</strong> <strong>da</strong> SBCM em São Paulo ou <strong>no</strong>Rio <strong>de</strong> Janeiro?É curioso que, nessa <strong>da</strong>ta, conforme registrado<strong>no</strong> livro-ata, ficou <strong>de</strong>cidido que a secretaria fixarse-ianão em São Paulo, mas <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro,on<strong>de</strong> Almir Pereira teria conseguido uma sala naSocie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do Rio <strong>de</strong> Janeiro, à ruaMem <strong>de</strong> Sá, 197. A conta bancária <strong>da</strong> SBCM, inclusive,<strong>de</strong>veria se transferir para o Rio. Esse registro,<strong>no</strong> entanto, está em <strong>de</strong>sacordo com a memóriados dirigentes, que relatam que, após a "era <strong>da</strong>mala", veio a época <strong>da</strong> se<strong>de</strong> provisória <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>clínica <strong>de</strong> Albertoni, e com os escritos dos livros,como se verá adiante. A tentativa <strong>de</strong> instalar ase<strong>de</strong> administrativa <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> Rio nunca foiadiante. Atualmente, a se<strong>de</strong> nacional <strong>da</strong> SBCMtem en<strong>de</strong>reço em São Paulo.Ficou também resolvido nessa reunião que a<strong>da</strong>ta do VII CBCM seria 13 e 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1979,um final <strong>de</strong> semana antes do congresso <strong>da</strong> SBOT,em São Paulo – aproveitando a afluência dosortopedistas à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> –, e que um local que pu<strong>de</strong>sseser cedido gratuitamente à SBCM seria oi<strong>de</strong>al, para evitar prejuízos, como anfiteatros <strong>da</strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong> USP ou do Hospital doServidor Público do Estado <strong>de</strong> São Paulo, já antesoferecidos à SBCM.A preocupação era legítima. Novamente naAssim como muitos outros presi<strong>de</strong>ntes, RonaldoAzze emprestava sua casa para receber as reuniões<strong>da</strong> SBCMresidência <strong>de</strong> Edmur, na <strong>no</strong>ite <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> março,reuniram-se a diretoria e os conselheiros, e discutiramesse assunto <strong>de</strong>licado: o balancete recémrecebido<strong>da</strong> direção anterior mostrava prejuízocom o VI CBCM. Como <strong>de</strong> praxe, a reunião invadiua madruga<strong>da</strong>. O alto custo do aluguel do HotelBoulevard e os gastos com assessoria <strong>de</strong> imprensae secretaria surpreen<strong>de</strong>ram os presentes. HenriqueBulcão chamou a atenção <strong>de</strong> todos para aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s apresentações e <strong>da</strong> presença <strong>de</strong>conferências internacionais <strong>no</strong> congresso, mas<strong>de</strong>clarou que a experiência <strong>de</strong>veria servir <strong>de</strong> liçãopara a <strong>no</strong>va diretoria. Sugeriu também queconvi<strong>da</strong>dos estrangeiros fossem trazidos compatrocínio <strong>da</strong> indústria ou <strong>de</strong> editoras, para nãoonerar a SBCM. O prejuízo com o VI CBCM foi inteiramentecoberto por Cristóvão <strong>da</strong> Gama, presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> gestão anterior, que fez uma doaçãoà SBCM <strong>da</strong> quantia necessária para zerar o caixa.Sérgio Gama revela que seu pai responsabilizousefinanceiramente por tudo: passagens dos estrangeiros,jantares com eles e todo tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesapara as quais, na época, não havia cobertura<strong>de</strong> patrocínios."Se<strong>de</strong> <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro", mas reuniões <strong>de</strong> diretoriaain<strong>da</strong> acontecendo em São Paulo, mesmocom a presença <strong>de</strong> cariocas, como Bulcão, e outros"estrangeiros", como o paranaense Sobania.32


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 901969 a2000Divulgação <strong>de</strong> um dos Cursos Rio-São Paulo <strong>de</strong> maior sucesso na história <strong>da</strong> SBCM: o primeiro foi organizadopor Bulcão em 1978A seguinte ocorreu na casa <strong>de</strong> Ronaldo Azze, em24 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1978. Bulcão, que havia sugeridoanteriormente a realização <strong>de</strong> um curso Rio-SãoPaulo (um curso com as mesmas aulas proferi<strong>da</strong>snas mesmas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e visitas dos alu<strong>no</strong>s, <strong>no</strong> máximo<strong>50</strong> <strong>de</strong>las, a serviços nas duas capitais), recebeuapoio <strong>de</strong> todos – e seria um sucesso e<strong>no</strong>rme<strong>de</strong>pois. Uma Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> em Florianópolistambém foi programa<strong>da</strong>. Brevemente,discutiu-se, mais uma vez, a criação <strong>da</strong> RegionalCentro-Leste-Oeste (que <strong>de</strong>veria incluir o Rio <strong>de</strong>Janeiro) e também os critérios <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>um cirurgião <strong>de</strong> mão <strong>no</strong> contexto <strong>da</strong> época, paracre<strong>de</strong>nciamento dos centros <strong>de</strong> treinamento.A Jorna<strong>da</strong> em Florianópolis se concretizou: em18 <strong>de</strong> agosto <strong>da</strong>quele a<strong>no</strong>, to<strong>da</strong> a diretoria viajou àcapital catarinense para assistir ao curso, muito elogiado,organizado por Ronaldo Azze, que abrangeu11 temas, distribuídos em dois dias <strong>de</strong> aulas.O encontro entre eles serviu para discutir a adoção<strong>de</strong> exames para admissão <strong>de</strong> membros associados,o financiamento <strong>da</strong> vin<strong>da</strong> <strong>de</strong> estrangeiros para oVII CBCM (dois dos quais já haviam sinalizado positivamentepara Bulcão que viriam) e o local docongresso, confirmado como sendo <strong>no</strong> Hospitaldo Servidor Público do Estado <strong>de</strong> São Paulo.De volta a São Paulo, a diretoria trabalhava intensamentena organização do Congresso. A ata<strong>da</strong> reunião <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1978, na residência<strong>de</strong> Edmur, é <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> acerca <strong>da</strong>s providênciastoma<strong>da</strong>s para divulgação e produção doevento, que coincidiria com o vigésimo aniversário<strong>da</strong> SBCM. Nomes <strong>de</strong> laboratórios e indústriassão lembrados como possíveis colaboradores.Detalhes do Curso Rio-São Paulo tambémforam acertados. No entanto, um assunto <strong>de</strong>licadosurgiu: uma correspondência <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Ginecologia e Obstetrícia à AMB,protestando contra a criação <strong>de</strong> uma Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> Mastologia, induziu a AMB a questionar, juntoà SBCM, sobre a real necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se criaruma "subespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>", numa associação comnúmero tão reduzido <strong>de</strong> sócios. A carta foi li<strong>da</strong>,mas o assunto, pelo que consta, não foi muitodiscutido nessa <strong>no</strong>ite (talvez pelo adiantado <strong>da</strong>hora, talvez pela profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> do assunto, queexigiria cui<strong>da</strong>do maior <strong>no</strong> tratamento).Durante <strong>no</strong>vembro e <strong>de</strong>zembro, foi realizado oCurso Rio-São Paulo, sob responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Bulcão,e muito elogiado por Sobania. Teve 14 temasdiferentes, proferidos por 12 professores, com <strong>50</strong>inscritos <strong>no</strong> Rio e 70 em São Paulo. "No Rio, receitae <strong>de</strong>spesa se equilibraram", registram os livros<strong>de</strong> ata, "enquanto em São Paulo foi apurado lucrolíquido." Esse sucesso do Curso Rio-São Paulo severificaria em muitas edições posteriores.Na vira<strong>da</strong> do a<strong>no</strong>, em 5 <strong>de</strong> janeiro, Edmur recebeua diretoria mais uma vez em sua casa, e falou<strong>da</strong>s providências toma<strong>da</strong>s para a organização docongresso: empresas foram responsabiliza<strong>da</strong>spela impressão <strong>de</strong> circulares, fichas <strong>de</strong> inscrição,diplomas, crachás, cartazes, papelaria, assimcomo o serviço <strong>de</strong> secretaria, inscrições, recepção,divulgação na imprensa, tudo estava sendo33


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE SOCIEDADES DE CIRURGIA DA MÃOProvavelmente a maioria dos colegas Cirurgiões <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> brasileiros não têm <strong>no</strong>çãodo que é a Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. A Fe<strong>de</strong>raçãoé uma organização cria<strong>da</strong> com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s várias socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> do mundo, e assim disseminar o conhecimento <strong>de</strong>ssaEspeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>. É importante salientar que ca<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>-membro tem sua própriaauto<strong>no</strong>mia.Consta <strong>de</strong> seus estatutos que suas maiores metas são manter uma ligação entre asvárias socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mão e proporcionar um intercâmbio <strong>de</strong> conhecimentos entreelas. A Fe<strong>de</strong>ração se propõe também a estabelecer e recomen<strong>da</strong>r a adoção <strong>de</strong> algunspadrões <strong>de</strong> <strong>no</strong>menclatura, classificação, avaliação e tratamento. Sem dúvi<strong>da</strong> são metasarroja<strong>da</strong>s, principalmente tendo em vista (ain<strong>da</strong>) a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação com asvárias socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e as características próprias <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> país. No entanto, muita coisa temsido realiza<strong>da</strong>, como a <strong>no</strong>menclatura <strong>de</strong> termos médicos na área <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, aclassificação dos <strong>de</strong>feitos congênitos, como classificar fraturas <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> distal dorádio (visto na internet <strong>no</strong> site http://www.eradius.com/IFSSH_Classification_D1.htm),e outras. Está em discussão na Fe<strong>de</strong>ração um extenso trabalho, realizado pelo comitêpresidido pelo Dr. Alfred Swanson, sobre Avaliação <strong>de</strong> Incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> na <strong>Mão</strong>. A finali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>sse trabalho é orientar cirurgiões, médicos do trabalho, peritos, companhias<strong>de</strong> seguro e to<strong>da</strong>s as instituições que li<strong>da</strong>m com tabelas <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizações em casos<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte ou incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> membros superiores. A maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para suaimplantação tem sido as diferentes legislações entre os países, mas sem dúvi<strong>da</strong> seráuma gran<strong>de</strong> contribuição.A SBCM é uma <strong>da</strong>s oito socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s fun<strong>da</strong>doras <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração, juntamente com associe<strong>da</strong><strong>de</strong>s americana, britânica, francesa, italiana, alemã, escandinava e japonesa. Atualmente78 socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s fazem parte <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração e ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las tem um <strong>de</strong>legadoque a representa nas reuniões do Conselho, É na reunião do Conselho <strong>de</strong> Delegadosque se elege o Conselho Diretor (ou Comitê Executivo). Esse é constituído pelo Presi<strong>de</strong>nte,Secretário-Geral, Presi<strong>de</strong>nte eleito e Secretário-Geral eleito e historiador. A Diretoriaé eleita a ca<strong>da</strong> três a<strong>no</strong>s, quando se escolhe o Presi<strong>de</strong>nte eleitor e o Secretárioeleito, que assumem automaticamente seus cargos após três a<strong>no</strong>s.O principal evento científico <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração é o Congresso Internacional, que ocorrea ca<strong>da</strong> três a<strong>no</strong>s. O país-se<strong>de</strong> do Congresso é escolhido pelo Conselho <strong>de</strong> Delegados,com seis a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> antecedência. Já foram realizados <strong>no</strong>ve congressos <strong>no</strong>s seguintes países:Holan<strong>da</strong>, Estados Unidos, Japão, Israel, França, Canadá, Finlândia, Turquia e Hungria.Em 2007 será em Sydney, Austrália, e em 2010 em Seul, Coréia do Sul. Para o Congresso<strong>de</strong> 2013 já existem três países candi<strong>da</strong>tos: Índia, China e Tunísia. Por duas vezes apresentamosa Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira como candi<strong>da</strong>ta a sediar um congresso, mas fomosvencidos por apenas dois votos. Na última reunião do Conselho, a Argentina, que haviase apresentado como candi<strong>da</strong>ta, retirou sua candi<strong>da</strong>tura por consi<strong>de</strong>rar-se sem condições<strong>no</strong> momento para sediar um congresso <strong>de</strong> tamanha envergadura. Esperamosque as gerações futuras continuem a luta para trazer para o <strong>Brasil</strong> esse evento internacional.Dr. Arlindo Gomes Pardini Jr.Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> IFSSHTexto publicado <strong>no</strong> jornal Manus34


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Fac-símile do primeiro Regimento Inter<strong>no</strong> <strong>da</strong> SBCMRio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong> acordo com esse estatuto, jáadmitindo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> umase<strong>de</strong> própria, mas a secretaria e a tesouraria ficariamem São Paulo (para se evitar o extravio <strong>de</strong>documentos a ca<strong>da</strong> transmissão <strong>de</strong> man<strong>da</strong>to). Oscargos <strong>de</strong> secretário-geral e <strong>de</strong> tesoureiro <strong>de</strong>veriamobrigatoriamente pertencer a membros <strong>de</strong>um mesmo estado. A duração dos man<strong>da</strong>tos doscargos <strong>de</strong> diretoria foi fixa<strong>da</strong> em dois a<strong>no</strong>s, assimcomo os congressos brasileiros seriam realizadosa ca<strong>da</strong> dois a<strong>no</strong>s, com jorna<strong>da</strong>s entre eles. O estatutoaprovado <strong>de</strong>screvia ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente,as atribuições <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> membro <strong>da</strong> diretoria, osquóruns necessários para votações, as <strong>da</strong>tas <strong>de</strong>assembleias, composição do quadro social.Membros associados ficaram <strong>de</strong>finidos comomédicos formados há pelo me<strong>no</strong>s quatro a<strong>no</strong>s,com conduta atesta<strong>da</strong> por doismembros titulares <strong>da</strong> SBCM, estágio<strong>de</strong> pelo me<strong>no</strong>s um a<strong>no</strong> emserviço <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão reconhecidopela Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e apresentandodocumentos comprobatórios.Titulares, a<strong>de</strong>mais <strong>da</strong>sexigências feitas aos associados,teriam <strong>de</strong> ser membros <strong>da</strong> SBCMhá pelo me<strong>no</strong>s três a<strong>no</strong>s, exerceremcirurgia <strong>da</strong> mão em pelome<strong>no</strong>s <strong>50</strong>% <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,apresentar trabalho <strong>de</strong> sua autoriae submeter-se a um exame(que seria marcado uma vez pora<strong>no</strong>). Somente os titulares teriamdireito a cargos na diretoria. O<strong>no</strong>vo estatuto foi aprovado por46 sócios presentes.No mesmo dia, foi eleita a <strong>no</strong>vadiretoria: pela primeira vez, duaschapas foram apresenta<strong>da</strong>s, umali<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> por Edmur Lopes, comJacy Alvarenga como vice, Albertonicomo secretário-geral,Nelson Otsuka (já titular) comoadjunto e Vilnei Leite como tesoureiro.A outra, com ArlindoPardini na presidência, MaurícioMenandro como vice, <strong>no</strong>vamenteAlbertoni, Otsuka e Vilnei <strong>no</strong>smesmos cargos. Dos 39 associadosregulares, 20 votos forampara a chapa <strong>de</strong> Edmur, e 18 para a <strong>de</strong> Pardini. UmConselho Fiscal também foi eleito, contendo expresi<strong>de</strong>ntes:Chiconelli, Pernet e Danilo. Para a RegionalSul, entraram Antonio Luiz Gomes, HeitorUlson e Antonio Estima. Para a Norte-Nor<strong>de</strong>ste,Humberto Mara<strong>de</strong>i Pereira, Germa<strong>no</strong> Riquet eJoão Alberto Mara<strong>de</strong>i C. Pereira.Mais <strong>de</strong> 300 pessoas foram inscritas <strong>no</strong> VII CBCM,e pu<strong>de</strong>ram assistir a William Bora Jr., Burke Evans eAlfred Swanson falarem. Um banquete comemorativoe a entrega <strong>de</strong> placas a sete ex-presi<strong>de</strong>ntes,mais Sobania, marcaram o aniversário <strong>de</strong> 20 a<strong>no</strong>s<strong>da</strong> SBCM durante o seu sétimo Congresso <strong>Brasil</strong>eiro.O sucesso do evento foi relembrado na últimareunião, a<strong>no</strong>ta<strong>da</strong> <strong>no</strong> Livro II <strong>de</strong> Atas <strong>da</strong> SBCM,ocorri<strong>da</strong> <strong>no</strong>vamente na casa <strong>de</strong> Edmur, <strong>da</strong> diretoriaencabeça<strong>da</strong> por Sobania. Nela, foi exigido que36


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90Carta <strong>de</strong> Orlando Graner a <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>, em 1982,<strong>de</strong>monstrando sua constante preocupação com osestudosfosse entregue ao <strong>no</strong>vo Conselho Fiscal o balancete<strong>de</strong> contas <strong>da</strong> SBCM, assim como se tratou <strong>de</strong>outros problemas administrativos, como a falta<strong>de</strong> um Título <strong>de</strong> Especialista padrão, impresso,para ser entregue a um titular que <strong>de</strong>le necessitavapara comprovar sua atuação junto ao Inamps(Instituto Nacional <strong>de</strong> Assistência Médica <strong>da</strong> PrevidênciaSocial). O titular recebeu uma carta comprobatóriapara ser entregue ao órgão. A falta <strong>de</strong>diplomas ain<strong>da</strong> se arrastaria por algum tempo.Estruturação <strong>da</strong> CET e dos serviços<strong>de</strong> Residência -- dúvi<strong>da</strong>s quanto àespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>“Eu sempre gostei muito <strong>de</strong> regras, <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>ra estruturar ao máximo a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”, relataAlbertoni. Exatamente sob esta ótica, ele, queacumulara os cargos <strong>de</strong> tesoureiro (com a <strong>de</strong>missão<strong>de</strong> Almir Pereira) e secretário na gestãoanterior, pô<strong>de</strong>, na primeira reunião <strong>da</strong> <strong>no</strong>va diretoria,apresentar um balancete <strong>de</strong>talhadíssimo,com cópias <strong>da</strong>tilografa<strong>da</strong>s para to<strong>da</strong> a diretoria,apresentação <strong>de</strong> recibos e contas, tudo assinadopor contador habilitado. Essa reunião ocorreu <strong>no</strong>anfiteatro do Hospital <strong>de</strong> Traumato-<strong>Ortopedia</strong> doRio <strong>de</strong> Janeiro, em 21 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1980. O man<strong>da</strong>tofora fechado com superávit, <strong>de</strong>monstrandoque a organização dos eventos com colaboração<strong>da</strong> indústria contribuía para sanear as contas <strong>da</strong>SBCM e até para gerar os recursos para uma futuracompra <strong>de</strong> se<strong>de</strong> própria. “A i<strong>de</strong>ia era guar<strong>da</strong>rdinheiro”, comenta Albertoni. Até mesmo a impressãodo recém-aprovado Estatuto <strong>da</strong> SBCMfoi feita com aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> um laboratório.A diretoria passou a discutir três assuntos muitointer-relacionados: o cre<strong>de</strong>nciamento dos serviços<strong>de</strong> residência em cirurgia <strong>da</strong> mão, a aprovaçãodo Regimento Inter<strong>no</strong> <strong>da</strong> SBCM, contendo as<strong>no</strong>rmas <strong>de</strong> cre<strong>de</strong>nciamento e reconhecimento<strong>de</strong>sses serviços, e a semelhança entre “membrostitulares” e “especialistas” reconhecidos por meio<strong>da</strong> residência. Jacy Alvarenga <strong>de</strong>fendia que os serviçoscre<strong>de</strong>nciados <strong>de</strong>veriam dispor <strong>de</strong> um certonúmero <strong>de</strong> titulares em sua chefia. A caracterizaçãodos membros titulares como reconhecidosespecialistas já tinha seus critérios estabelecidos<strong>no</strong> <strong>no</strong>vo estatuto <strong>da</strong> SBCM, porém casos <strong>de</strong> “titulados”antes <strong>de</strong>ssa <strong>da</strong>ta por vezes ain<strong>da</strong> traziamproblemas, como o <strong>de</strong> Antonio Luiz Gomes, pormuitos a<strong>no</strong>s atuando como representante <strong>da</strong>SBCM, presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Regional Sul, porém sem o<strong>no</strong>me presente em nenhum livro-ata <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>como portador do título. Esse caso foi registradocomo “erro por omissão” pela diretoria, quereconheceu a titulari<strong>da</strong><strong>de</strong> do sócio.Somente em agosto <strong>de</strong> 1980 reuniu-se <strong>no</strong>vamentea diretoria, em São Paulo. Nesta e na anterior,muito se discutiu sobre uma <strong>da</strong>ta apropria<strong>da</strong>para a realização do VIII CBCM, <strong>da</strong><strong>da</strong> a intensaprogramação <strong>de</strong> eventos em ortopedia e cirurgiado pé em diversos locais do <strong>Brasil</strong> <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong>1981, e mesmo as jorna<strong>da</strong>s e cursos <strong>da</strong> SBCM,o que implicava não apenas concorrência, masgastos excessivos com viagens por parte dos assistentes.Ficou <strong>de</strong>cidido, finalmente, que o mês<strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro seria o mais a<strong>de</strong>quado.Essa discussão ensejou um outro <strong>de</strong>bate: AntonioLuiz Gomes, presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Regional Sul,vinha articulando a realização do que <strong>de</strong>veria sera “Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre”, porém por ele <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong>“Simpósio Nacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>”,numa parceria com a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Microcirurgia.No entanto, não havia feito prévia comunicaçãoao presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM, Edmur Lopes, sobre essas1969 a200037


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Pernet queria que fun<strong>da</strong>dores tivessem direito avotar e serem votados... mas foi voto vencidoprovidências. A diretoria agra<strong>de</strong>ceu seus esforçosmas enfatizou “a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>crescer estrutura<strong>da</strong>, ampara<strong>da</strong> por regra váli<strong>da</strong> esegui<strong>da</strong> por todos, justificando o trabalho <strong>de</strong> atualizaçãodos Estatutos”. To<strong>da</strong> a diretoria precisavatrabalhar articula<strong>da</strong>, e isso ficou muito claro paratodos. O evento, realizado ain<strong>da</strong> naquele mês <strong>de</strong>agosto <strong>de</strong> 1980, foi consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>pois um sucesso,com 92 inscritos e vários conferencistas internacionais,do Japão, Estados Unidos, Argentinae Uruguai.A representação <strong>da</strong> SBCM frente à Fe<strong>de</strong>ração Internacional<strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> foitoma<strong>da</strong> pelo presi<strong>de</strong>nte Edmur, que enviou cartaa Alípio Pernet agra<strong>de</strong>cendo sua <strong>de</strong>dicação como assunto pelos últimos 14 a<strong>no</strong>s. A diretoria <strong>de</strong>cidiuque, <strong>da</strong>li por diante, essa representação caberiasempre aos presi<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> SBCM, em sistema<strong>de</strong> rodízio. Pernet havia enviado cartas à diretoriadiscor<strong>da</strong>ndo <strong>de</strong> alguns artigos dos <strong>no</strong>vos Estatutose pondo em dúvi<strong>da</strong> a re<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>les. Todos, <strong>no</strong>entanto, concor<strong>da</strong>ram que a re<strong>da</strong>ção havia sidoaprova<strong>da</strong> por todos em Assembleia Geral, não cabendonaquele momento a contestação, o quefoi comunicado por carta a Pernet. Em setembro,<strong>no</strong> entanto, <strong>no</strong>vamente foi recebi<strong>da</strong> carta <strong>de</strong> Pernetpropondo a realização <strong>de</strong> uma AssembleiaExtraordinária para <strong>de</strong>bater os artigos do estatuto“que estariam em <strong>de</strong>sacordo com o que foi aprovadona Assembleia Geral <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1979”.Apesar dos cui<strong>da</strong>dosos exames <strong>de</strong> Sobania sobreo assunto, e <strong>de</strong> sua garantia <strong>de</strong> que não haviairregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a diretoria enten<strong>de</strong>u que Pernettinha o direito <strong>de</strong> propor a Assembleia.Nessa mesma <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1980,foi proposta por Sobania, e aprova<strong>da</strong> pelo ConselhoExecutivo, a re<strong>da</strong>ção do Regimento Inter<strong>no</strong><strong>da</strong> SBCM, que regulamentava o Pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> Residênciaem <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, a concessão do Título <strong>de</strong>Membro Titular <strong>da</strong> SBCM e a Educação Continua<strong>da</strong>.O Regimento tinha 37 artigos e uma a<strong>no</strong>taçãoao pé <strong>da</strong> última página do livro <strong>de</strong> atas: “Naelaboração do Regimento Inter<strong>no</strong>, <strong>de</strong>ve-se registrarque parte <strong>de</strong> sua formulação foi basea<strong>da</strong> <strong>no</strong>sescritos anteriores do dr. Alípio Pernet”.Ficou estabelecido que os serviços a seremcre<strong>de</strong>nciados como Centros <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamentoem <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> fossem li<strong>de</strong>rados porMembro Titular <strong>da</strong> SBCM há mais <strong>de</strong> quatro a<strong>no</strong>s,que ficaria responsável pelo treinamento. O serviço<strong>de</strong>veria <strong>de</strong>monstrar ter infraestrutura (equipamentos,serviços complementares, bibliotecaatualiza<strong>da</strong> e pacientes) para capacitar os médicosem treinamento e trabalhar <strong>no</strong> mínimo oito horasdiárias. O tempo mínimo <strong>de</strong> residência seria<strong>de</strong> um a<strong>no</strong>, com pré-requisitos <strong>de</strong> residência em<strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia ou <strong>Cirurgia</strong> Plástica <strong>de</strong><strong>no</strong> mínimo dois a<strong>no</strong>s. O candi<strong>da</strong>to <strong>de</strong>veria passarpor exame <strong>de</strong> seleção e receber também aulasteóricas e práticas <strong>de</strong> acordo com um programamínimo elaborado pelo Conselho Executivo <strong>da</strong>SBCM. O resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>veria realizar um trabalhocientífico <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> durante o programa.Os centros cre<strong>de</strong>nciados passariam por inspeçãoanual por parte do Conselho Executivo.O Regimento também instituiu oficialmente,pela primeira vez na história <strong>da</strong> SBCM, um examepara Membro Titular <strong>da</strong> SBCM. Realizado anualmente,teria Comissão Examinadora compostapelo presi<strong>de</strong>nte e mais três titulares <strong>da</strong> SBCM, econstaria <strong>de</strong> prova escrita (com mínimo <strong>de</strong> <strong>50</strong>questões em teste) e oral (com cinco pontos doprograma, em 60 minutos), um trabalho científico<strong>de</strong> autoria do candi<strong>da</strong>to e exame <strong>de</strong> currículo. A<strong>no</strong>ta para aprovação seria <strong>de</strong> <strong>no</strong> mínimo 5 (em10 pontos). O candi<strong>da</strong>to <strong>de</strong>veria ter comprova<strong>da</strong>a realização <strong>de</strong> residência médica em cirurgia <strong>da</strong>mão, ser membro associado <strong>da</strong> SBCM há pelome<strong>no</strong>s três a<strong>no</strong>s e exercer cirurgia <strong>da</strong> mão empelo me<strong>no</strong>s <strong>50</strong>% <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Um trabalhocientífico também era exigido. O Certificado <strong>de</strong>Membro Titular permitiria ao candi<strong>da</strong>to requerer,junto à AMB, o seu Título <strong>de</strong> Especialista em <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.38


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90O Regimento tambémtratava <strong>da</strong> Educação Continua<strong>da</strong>:estabelecia que oCongresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> seria bienal,sempre prévio ao Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> eTraumatologia, “<strong>no</strong> sentido<strong>da</strong> educação aos ortopedistasque são os que, namaioria dos casos, fazem oprimeiro atendimento naslesões do membro superior”.O Regimento tambémdizia: “Em todos os Congressos,será consi<strong>de</strong>radocomo maior ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ascontribuições científicaslivres apresenta<strong>da</strong>s preferencialmentepor MembrosTitulares <strong>da</strong> SBCM”. Todosos trabalhos seriam submetidosa uma comissãojulgadora e teriam um comentador. Jorna<strong>da</strong>sanuais seriam programa<strong>da</strong>s por ca<strong>da</strong> Regional,em época escolhi<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma a não coincidir como Congresso.Na reunião seguinte, em 27 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1981,foram discuti<strong>da</strong>s questões financeiras, como adoação <strong>de</strong> numerário para cobrir déficits geradospor cursos e jorna<strong>da</strong>s e o reembolso <strong>de</strong> passagense <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> viagens para os membros<strong>da</strong> diretoria, quando vinham a São Paulo para asreuniões, <strong>de</strong>talhes sobre o IX CBCM, a se realizar<strong>no</strong> Hospital do Servidor Público em São Paulo, admissão<strong>de</strong> associados e titulares e, finalmente, aprimeira solicitação <strong>de</strong> cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> serviço<strong>de</strong> residência em cirurgia <strong>da</strong> mão, partindo <strong>da</strong>Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina. Os responsáveis doserviço seriam os titulares Walter Manna Albertonie Vilnei M. Leite.Nova reunião <strong>no</strong>turna ocorreu em 25 <strong>de</strong> setembro,<strong>no</strong>vamente em São Paulo. Na<strong>da</strong> me<strong>no</strong>s doque 15 admissões <strong>de</strong> associados foram aprova<strong>da</strong>snessa ocasião, além <strong>da</strong> conversão <strong>de</strong> dois associadosem titulares. A SBCM crescia. Além disso, oitopedidos <strong>de</strong> expedição <strong>de</strong> diploma <strong>de</strong> especialistaspara titulares foram feitos à ABM por titulares:<strong>de</strong> Jorge Henrique Fonseca Ely, Edmur IsidoroLopes, Walter Manna Albertoni, Albrecht Hener,Capa <strong>da</strong> edição dos Estatutos <strong>da</strong> SBCM39Christóvão Colombo <strong>da</strong>Gama, Fábio Lage CorreiaRabelo, Augusto CésarAguiar Teixeira e Jacy ContiAlvarenga. Os serviços <strong>de</strong>cirurgia <strong>da</strong> mão capitaneadospor Arlindo Pardini, <strong>de</strong>Belo Horizonte, e AugustoCésar Teixeira, do Rio <strong>de</strong> Janeiro,solicitaram cre<strong>de</strong>nciamentocomo centros <strong>de</strong>residência.Foi também li<strong>da</strong> e discuti<strong>da</strong>mais uma carta “polêmica”<strong>de</strong> Pernet: esta solicitavauma Assembleia Extraordináriapara “rever osdireitos dos sócios fun<strong>da</strong>dores”<strong>da</strong> SBCM, <strong>de</strong> acordocom os estatutos sociais.Edmur Lopes comunicoua todos que já havia conversadocom diretores ecom o próprio Pernet avisando que convocaria aAssembleia, a se realizar <strong>da</strong>li dois meses, duranteo VIII CBCM.O Congresso estava programado para os dias 18a 20 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1981, com presença confirma<strong>da</strong><strong>de</strong> Erik Moberg, <strong>da</strong> Suécia, <strong>de</strong>pois convertidoa Membro Ho<strong>no</strong>rário <strong>da</strong> SBCM. Haveria tambémduas mesas <strong>de</strong> discussão formal, 60 temaslivres <strong>de</strong> 12 minutos ca<strong>da</strong> um, com um comentadorusando mais 3 minutos. Uma empresa <strong>de</strong> turismofoi responsabiliza<strong>da</strong> por reservas <strong>de</strong> hotéis epassagens: a primeira “agência oficial”. No primeirodia, a Comissão Executiva reuniu-se rapi<strong>da</strong>mente,apenas para aprovar a admissão <strong>de</strong> sócios. No dia21, ocorreu a tão espera<strong>da</strong> Assembleia Extraordinária,para discutir sobre “sócios fun<strong>da</strong>dores.Titulares e fun<strong>da</strong>dores: direitosdiferentes irritam PernetNa ocasião, como esperado, Pernet levantou-see expôs sua preocupação: <strong>no</strong>s estatutos estavasesempre mencionando direitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong>“membros associados e titulares”. Estava tambémestabelecido que apenas titulares teriam direitoa cargos eletivos e <strong>de</strong> direção. Pernet propunhaque os sócios fun<strong>da</strong>dores fossem admitidos nes-1969 a2000


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Capa do programa do IX CBCM, organizadopor Arlindo Pardini em 1983ses pontos, entre os associadose os titulares, modificando-sea re<strong>da</strong>ção dosestatutos para “associados,fun<strong>da</strong>dores e titulares”. Aata <strong>de</strong>ssa Assembleia, <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>menteregistra<strong>da</strong> em<strong>no</strong>ve páginas pelo secretárioAlbertoni, é um pe<strong>da</strong>çocurioso e importante <strong>da</strong>história <strong>da</strong> SBCM.Sobania recebeu a palavrado presi<strong>de</strong>nte e relatouque a reforma dos estatutos,realiza<strong>da</strong> cui<strong>da</strong>dosamentena sua gestão, po<strong>de</strong>ria,claro, conter equívocos.No entanto, a mençãoaos fun<strong>da</strong>dores tambémfaltava na versão anteriordos estatutos. Ao inserir osfun<strong>da</strong>dores entre os elegíveis para cargos <strong>de</strong> diretoria,estariam todos atribuindo a esses sócios umdireito que a eles já não cabia antes. Disse Sobaniaque, <strong>de</strong>ntre os assinantes <strong>da</strong> Ata <strong>de</strong> Fun<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> SBCM, apenas 11 eram realmente atuantes naSocie<strong>da</strong><strong>de</strong>, contribuindo para sua projeção e elevação<strong>de</strong> conceito: Alípio Pernet, Américo Nasser,Arnaldo Bonfim, Arceli<strong>no</strong> Bittar, Danilo Gonçalves,Diome<strong>de</strong> Belliboni, Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes,João Alberto Mara<strong>de</strong>i Pereira, José Rodrigues,Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu e Orlando Graner. Sobaniarelembrou que todos estes “fazem realmente cirurgia<strong>da</strong> mão, participam <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e estão incluídosna categoria <strong>de</strong> membros titulares <strong>de</strong>s<strong>de</strong>quando se criou a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”. Sobania <strong>de</strong>fendiaque não havia ocorrido qualquer alteração dos direitosdos sócios fun<strong>da</strong>dores, e que qualquer aceitaçãodisso, agora, seria o mesmo que criar <strong>no</strong>vosdireitos para os fun<strong>da</strong>dores. Esses 11 fun<strong>da</strong>doresjá tinham acumulados dois títulos: o <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>dorese o <strong>de</strong> titulares. “A situação <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>dores os<strong>de</strong>ve honrar e a situação <strong>de</strong> titulares lhes asseguratodos os direitos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”.Vilnei Leite pediu a palavra e apoiou Sobanialembrando que, além dos 11 fun<strong>da</strong>dores atuantes,os outros contribuíram para a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>SBCM mas nela não atuavam há muito tempo.Sua elevação a titulares faria apenas aumentar acontribuição financeira <strong>da</strong> SBCM perante a Fe<strong>de</strong>raçãoInternacional <strong>de</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. Pernet arguiu quenenhum dos outros fun<strong>da</strong>doresjamais foi cobrado arespeito <strong>de</strong>ssa anui<strong>da</strong><strong>de</strong>, enenhum se recusou a pagar.“Não é possível que em<strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> os fun<strong>da</strong>doresnão possam votar”,reclamava. Ronaldo Azzeressaltou que não havia,<strong>no</strong>s estatutos, nenhum artigodizendo que fun<strong>da</strong>dorespo<strong>de</strong>riam ser eleitos ounão. Isso teria <strong>de</strong> ser acrescentadonaquela ocasião,cui<strong>da</strong>dosamente. Deu oseguinte exemplo: revelouque era sócio fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong>do Pé, e portanto, por essa ótica <strong>de</strong> Pernet,po<strong>de</strong>ria ser eleito presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>quela associação– mas há muito não atuava como cirurgião do pé,o que tornava absurdo o seu direito <strong>de</strong> ser eleito."Fui ‘pego’ para assinar uma ata <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>ção”, relatou.Ressaltou que não estava <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>randofun<strong>da</strong>dores como Pernet, Graner, Lauro, Danilo,Bulcão: "sem estes não viveríamos e nem existiríamos.Estamos falando <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>dores como eusou <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> do Pé, que nunca frequentei e,se me cobrarem, talvez eu até pague". O presi<strong>de</strong>nteEdmur apoiou Azze, dizendo que os fun<strong>da</strong>dores"são pessoas dignas <strong>de</strong> respeito e admiração,mas <strong>da</strong>í a <strong>da</strong>r a eles os direitos <strong>de</strong> todos os sócios,que frequentam todos estes a<strong>no</strong>s a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,não vejo por quê.”Foram então registra<strong>da</strong>s três propostas a seremvota<strong>da</strong>s: a <strong>de</strong> se manterem os estatutos já aprovados,a <strong>de</strong> se <strong>da</strong>r ao sócio fun<strong>da</strong>dor o direito <strong>de</strong>votar e ser votado e uma terceira, alternativa, propostapor Mara<strong>de</strong>i, <strong>de</strong> se <strong>da</strong>r ao fun<strong>da</strong>dor o direito<strong>de</strong> votar, mas não o <strong>de</strong> ser votado. Coloca<strong>da</strong> emvotação a modificação dos estatutos, <strong>de</strong>ntre os 53presentes, 47 em dia com as anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s, 40 votosforam <strong>da</strong>dos à permanência dos estatutos comoestavam.Na Assembleia Geral que se seguiu, foi propostapor Lauro <strong>de</strong> Abreu a criação do Prêmio GodoyMoreira ao melhor trabalho científico apresenta-40


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 901969 a2000Materiais <strong>de</strong> papelaria utilizados entre 1984 e 1995: <strong>de</strong>sign e cores diferentes ao longo dos a<strong>no</strong>s41


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000do em congressos <strong>da</strong> SBCM, em valor aproximado<strong>de</strong> <strong>50</strong>0 dólares. A proposta foi aprova<strong>da</strong>. Tempos<strong>de</strong>pois, Godoy Moreira seria <strong>no</strong>meado sócioBenemérito <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> por ter permitido estarealização.Após aprovarem a admissão e <strong>de</strong>missão <strong>de</strong> associadose titulares, o plenário se pôs a votar paraeleger a <strong>no</strong>va diretoria do biênio 1982-83. Destavez, havia apenas uma chapa, encabeça<strong>da</strong> porArlindo Gomes Pardini Jr., Ronaldo Azze comovice, Walter Albertoni na secretaria, Ronaldo Percopi<strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> como secretário-adjunto, VilneiMatioli Leite como tesoureiro. Na Regional Sul,entrou Nelson Otsuka, José Francisco Wechslercomo vice e Ronaldo Carneiro como secretário.Na Norte-Nor<strong>de</strong>ste, Eurico Goulart <strong>de</strong> Freitas, Ernani<strong>de</strong> Aguiar Correia como vice, João AlbertoPereira como secretário. Para o Conselho Executivoentraram Edmur Lopes, Bulcão e Heitor Ulson.Para o Conselho Fiscal, Sobania, Christóvão <strong>da</strong>Gama e Graner.Presi<strong>de</strong>nte mineiro, reuniões acontecendo ain<strong>da</strong>em São Paulo. O Conselho Executivo reuniu-se,após o oitavo CBCM, em 6 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1982. Aliforam discuti<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>spesas com as passagensdos membros <strong>da</strong> diretoria, para São Paulo, porocasião <strong>da</strong>s reuniões, estando a SBCM sem recursospara cobrir to<strong>da</strong>s elas. Pensou-se num esquema<strong>de</strong> rodízio <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s on<strong>de</strong> ocorrem os encontros.Outra <strong>de</strong>spesa importante era a filiação àFe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, que custava, além <strong>da</strong> taxa <strong>da</strong> SBCM, 5dólares por associado. Decidiu-se cobrar do associadoe titular, à parte, por essa inscrição e ain<strong>da</strong>solicitar à Fe<strong>de</strong>ração a emissão <strong>de</strong> diplomas. Foitambém <strong>no</strong>vamente aprova<strong>da</strong> a contratação <strong>de</strong>uma secretária para a SBCM, que ain<strong>da</strong> não haviaocorrido oficialmente.Albertoni e Edmur comunicaram que participariam<strong>de</strong> reunião junto ao Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Medicina, um gran<strong>de</strong> encontro <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>smédicas especializa<strong>da</strong>s, para tratar <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>sque vinham surgindo quanto ao título <strong>de</strong> especialista.O encontro estava marcado para 27 <strong>de</strong>março e 1982. Seis serviços já haviam solicitadoà SBCM cre<strong>de</strong>nciamento como treinadores emcirurgia <strong>da</strong> mão, e seriam vistoriados <strong>no</strong> segundosemestre. Sobania, Edmur e Chiconelli foram eleitoscomo integrantes <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> eTreinamento (CET) para vistoriar esses serviços.Pardini propôs a realização <strong>de</strong> uma Jorna<strong>da</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> na Bahia, o que foi aprovado.Defen<strong>de</strong>u que, além do eixo Rio-São Paulo,outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> informações sobrea especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, também recebessem cursos. Assim,o especialista po<strong>de</strong>ria contar com as regionais,além do congresso nacional. O calendário ficouentão <strong>de</strong>finido: Jorna<strong>da</strong> em setembro, CursoRio-São Paulo em <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1982, Curso <strong>da</strong>Regional Sul em maio <strong>de</strong> 1983 e o IX CBCM, emBelo Horizonte, em <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1983.O conclave seguinte ocorreu na residência <strong>de</strong>Pardini: em Belo Horizonte, ele recebeu o ConselhoExecutivo na <strong>no</strong>ite <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1982.Nessa ocasião, todos aprovaram o Regulamentodo Prêmio Godoy Moreira, enviado por LauroBarros <strong>de</strong> Abreu. Aprovaram também que aJorna<strong>da</strong> a se realizar na Bahia fosse chama<strong>da</strong> <strong>de</strong>II Jorna<strong>da</strong> Norte-Nor<strong>de</strong>ste, para se estabeleceruma cro<strong>no</strong>logia.Foi justamente em Salvador, durante a Jorna<strong>da</strong>,que o Conselho reuniu-se <strong>no</strong>vamente, em 18 <strong>de</strong>setembro. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> científica do evento foielogia<strong>da</strong>, assim como a presença do conferencistaargenti<strong>no</strong> Guilhermo Lo<strong>da</strong>. Vários conferencistasestrangeiros já haviam confirmado a presença<strong>no</strong> CBCM 9.Reuniu-se pela primeira vez a CET, com a missão<strong>de</strong> vistoriar os seis serviços que solicitaramcre<strong>de</strong>nciamento para residência. E o presi<strong>de</strong>nte,Pardini, fez um importantíssimo comunicadosobre a situação <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>: uma série <strong>de</strong>reuniões estavam acontecendo na se<strong>de</strong> <strong>da</strong> AMBe <strong>no</strong> Ministério <strong>da</strong> Educação e Cultura (MEC), emBrasília, para tratar dos assuntos residência médicae títulos <strong>de</strong> especialista. Em São Paulo, a SBCMestava sendo representa<strong>da</strong> por Edmur Lopes eAlbertoni. O presi<strong>de</strong>nte, Pardini, compareceu aBrasília para o encontro <strong>no</strong> MEC e relatou que oMEC "não reconhecia a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> como ‘especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>básica’, apenas como ‘especiali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> apoio’’’. Assim, Pardini planejou ir ao Rio <strong>de</strong> Janeiropara tratar do assunto junto ao CFM. Acompanhado<strong>de</strong> Bulcão, levou pessoalmente carta aoCFM ressaltando a importância <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>e solicitando seu reconhecimento pelo CFM.Às <strong>de</strong>z <strong>da</strong> <strong>no</strong>ite do dia 26 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong>1982, o Conselho Executivo reuniu-se, durante arealização do III Curso Rio-São Paulo, na capitalpaulista. Foi comunicado que o serviço chefiado42


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90por Bulcão <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro havia sido vistoriadoem 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1982 e aprovado comoCentro <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamento em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. Pardini propôs a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> realizaçãodo IX CBCM, <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro para setembro<strong>de</strong> 1983, aproveitando o feriado <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> setembroe a coincidência com outros eventos. Propôs tambémque se começasse a pensar na publicação<strong>de</strong> uma revista contendo os trabalhos aprovadospara título <strong>de</strong> especialista <strong>da</strong> SBCM, o que, numareunião seguinte, foi convertido na i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> sefazer parceria com a SBOT para adotar a revista<strong>da</strong>quela enti<strong>da</strong><strong>de</strong> como oficial <strong>da</strong> SBCM, ou <strong>de</strong>se produzir um número anual como suplemento,principalmente consi<strong>de</strong>rando as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>sfinanceiras <strong>de</strong> se manter uma revista e os empecilhosà in<strong>de</strong>xação. O <strong>no</strong>me <strong>de</strong> Pardini foi tambémindicado como representante <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> Journalof Bone and Joint Surgery.O Colóquio <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, organizadopela Regional Sul em Curitiba, serviu <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>para <strong>no</strong>vo encontro <strong>da</strong> diretoria namanhã <strong>de</strong> 1 o <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1983. Pardini e Bulcãocomunicaram sobre seus esforços para ter <strong>no</strong>vamentereconheci<strong>da</strong> a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> comoespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong> médica. Tendo contatado o presi<strong>de</strong>ntedo CFM e o presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong>Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ficaram esperançosos.Naquele momento, além do serviço <strong>de</strong> Bulcão,também o chefiado por Pardini, em Belo Horizonte,e por Sobania, em Curitiba, estavam aprovadoscomo Centros <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamento. Oprimeiro exame do concurso para membro titularespecialista seria realizado em 7 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>1983, na Associação Médica <strong>de</strong> Minas Gerais, porocasião do IX CBCM, marcado para 7 a 10 <strong>de</strong> setembro.A programação científica, com os <strong>no</strong>mes<strong>de</strong> N.J. Barton, H. Kleinert e George Omer, que inclusive<strong>de</strong>ram, sem ônus para a SBCM, outras conferências<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo, Salvador eRecife, assim como a programação social – quePardini recheou com visitas a Ouro Preto – foramelogia<strong>da</strong>s. O IX CBCM foi consi<strong>de</strong>rado um gran<strong>de</strong>sucesso, tanto do ponto <strong>de</strong> vista científico quandodo social.Assim como discuti<strong>da</strong> nessa reunião, foi <strong>de</strong>cidido,<strong>no</strong> encontro realizado durante o IX CBCM,que membros fun<strong>da</strong>dores com 70 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>ou mais receberiam, conforme ficou <strong>de</strong>cididoali, o título <strong>de</strong> Sócios Beneméritos ou Eméritos:foram incluídos aí Pernet, Danilo, Bulcão,Lauro, Graner e Godoy Moreira. Lauro e Bulcão1969 a2000Em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> Donato D’Angelo, reunidos Vilnei Mattioli, Alfredo Jacques, Eduardo Zancolli, Heitor Ulson, WalterManna Albertoni, Flávio Faloppa e outros43


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000receberam seus diplomas durante o Congresso,mas Danilo, Pernet e Graner receberiam os seus<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e em São Paulo, <strong>da</strong>s mãos <strong>de</strong>membros <strong>da</strong> diretoria.Durante o congresso, foi comunicado que osserviços <strong>de</strong> Edmur Lopes, na Santa Casa <strong>de</strong> SãoPaulo, e <strong>de</strong> Walter Albertoni, também em SãoPaulo, haviam sido aprovados como Centros <strong>de</strong>Ensi<strong>no</strong> e Treinamento. Apenas quatro candi<strong>da</strong>tosfizeram a prova escrita e oral do primeiro examepara Membro Titular <strong>da</strong> SBCM, e foram aprovados:Mauri Alves <strong>de</strong> Azevedo, Carlos Goytacaz Rocha,Paulo Sérgio dos Santos e Cláudio Bonamin. Elesforam examinados por Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu, EdmurLopes, Ronaldo Azze, Luiz Carlos Sobania eJosé Raul Chiconelli. Edie Benedito Caeta<strong>no</strong> foi ovencedor do Prêmio Godoy Moreira em sua primeiraedição.Naquela ocasião, consolidou-se também umantigo pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> Pardini: criou-se, oficialmente, aRegional Centro-Leste-Oeste, abrangendo Rio <strong>de</strong>Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, DistritoFe<strong>de</strong>ral e Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.Mas o principal feito foi este registro: "As gestõesdo Dr. Pardini e Dr. Bulcão junto ao CFM foram vitoriosase a aprovação <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> comoespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong> autô<strong>no</strong>ma e oficialmente reconheci<strong>da</strong>foi o fecho <strong>de</strong>sse trabalho", a<strong>no</strong>tou Albertoni<strong>no</strong> livro-ata em 8 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1983. O ConselhoExecutivo ren<strong>de</strong>u homenagens aos dois pelaconquista.Pardini hoje reconhece: "Isso foi um trabalhoconjunto entre a <strong>no</strong>ssa diretoria e o Bulcão. OBulcão foi, realmente, quem trabalhou junto co<strong>no</strong>scoe foi com ele que nós conseguimos essaespecialização <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão. Foi uma época<strong>de</strong> apreensão e incerteza, em que <strong>no</strong>s sentimostremen<strong>da</strong>mente injustiçados, por não sermosreconhecidos como especialistas em uma artedifícil, complexa e extensa como é a cirurgia <strong>da</strong>mão." Em seu discurso <strong>de</strong> abertura do Congresso,e que consta <strong>no</strong> Programa Científico, ele diz:"A <strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> atingiu a sua maiori<strong>da</strong><strong>de</strong>com o seu reconhecimento em junho <strong>de</strong>ste a<strong>no</strong>pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina. Com isto,várias perspectivas já se <strong>de</strong>linearam, como a propugnaçãojunto ao MEC <strong>no</strong> sentido <strong>da</strong> criação <strong>da</strong>disciplina <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> nas escolas médicas,ou junto ao INAMPS <strong>no</strong> sentido <strong>da</strong> confecção <strong>de</strong>uma tabela própria para a ESPECIALIDADE".No dia seguinte, em seu discurso antes <strong>da</strong> eleição<strong>da</strong> <strong>no</strong>va diretoria, "visivelmente emocionado",Pardini, Albertoni e Sobania divertem-se relembrando os tempos <strong>da</strong> aquisição <strong>da</strong> primeira se<strong>de</strong> própria <strong>da</strong> SBCM,em que “pizza<strong>da</strong>s” eram organiza<strong>da</strong>s para juntar dinheiro, numa época <strong>de</strong> inflação implacável44


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90Pardini disse: "Ao térmi<strong>no</strong> <strong>de</strong>stes dois a<strong>no</strong>s emque tive a honra <strong>de</strong> dirigir os <strong>de</strong>sti<strong>no</strong>s <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssaSocie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong>vo lhesdizer que tirei lições extraordinárias. Aprendi quea SBCM é uma escola especial e superior, situa<strong>da</strong>bem acima <strong>de</strong> <strong>no</strong>mes ou <strong>de</strong> pessoas ou <strong>de</strong>interesses ou <strong>de</strong> política. A SBCM foi implanta<strong>da</strong><strong>no</strong>s pilares <strong>de</strong> elementos como Danilo Gonçalves,Henrique Bulcão, Lauro Abreu, Alípio Pernet,Orlando Graner e muitos outros. Por isto, o <strong>no</strong>me<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> será perene e muitos outros <strong>no</strong>mesaparecerão e mu<strong>da</strong>rão constantemente com osa<strong>no</strong>s. Não mu<strong>da</strong>rá porém a <strong>de</strong>dicação, a leal<strong>da</strong><strong>de</strong>e as horas incontáveis <strong>de</strong> trabalho voluntário <strong>da</strong>quelesque a representarão sempre."Apenas uma chapa inscreveu-se para a eleição<strong>da</strong> <strong>no</strong>va diretoria naquele a<strong>no</strong>. Foram eleitosRonaldo J. Azze como presi<strong>de</strong>nte, José Raul Chiconellicomo vice. Novamente, Walter Albertonicomo secretário-geral, com Vilnei Leite como tesoureiro,mas com Nelson Otsuka como secretário-adjunto.No Conselho Executivo, entraram Pardini,Sobania e Heitor Ulson. No Conselho Fiscal,Edmur Lopes, Bulcão e Lauro. Na Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste entrou Ernani <strong>de</strong> Aguiar Correia, RômuloFonseca Santos como vice e João Mara<strong>de</strong>i Pereiracomo secretário-tesoureiro. Na Sul, Ronaldodos Santos Carneiro, Carlos Roberto V. Leal comovice e Paulo Alfredo Müller como secretário-tesoureiro.Na recém-cria<strong>da</strong> Regional Centro-Leste-Oeste, entraram Mauri Alves <strong>de</strong> Azevedo comopresi<strong>de</strong>nte, Fábio Lage C. Rabello como vice e osecretário-tesoureiro Alfredo Jacques <strong>de</strong> Moraes.Se<strong>de</strong> própriaEssa <strong>no</strong>va diretoria, em sua primeira reunião doa<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1984, na <strong>no</strong>ite <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> janeiro, lamentou amorte <strong>de</strong> Danilo Gonçalves, ocorri<strong>da</strong> em 1 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro.Como <strong>de</strong> praxe, foi discuti<strong>da</strong> e aprova<strong>da</strong>a admissão <strong>de</strong> muitos <strong>no</strong>vos sócios, como FlávioFaloppa, e resolvidos problemas <strong>de</strong> reconhecimento<strong>de</strong> titulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, alguns ain<strong>da</strong> queixando-se<strong>de</strong> não ter recebido diploma. Graças ao minuciosotrabalho <strong>de</strong> registro <strong>da</strong>s reuniões em atas porWalter Albertoni, esses casos eram rapi<strong>da</strong>mentelocalizados e solucionados. Outro fato registradofoi que a AMB convocou a SBCM, assim como to<strong>da</strong>sas outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas, a elaborar uma<strong>no</strong>va Tabela <strong>de</strong> Ho<strong>no</strong>rários Médicos. Sobania foi<strong>de</strong>signado para coor<strong>de</strong>nar esse trabalho.A Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste propôs a realização<strong>de</strong> um Congresso Nacional em Belém, mas a i<strong>de</strong>iafoi repudia<strong>da</strong> posto que 70% dos sócios, à época,eram do eixo Rio-São Paulo, e seu <strong>de</strong>slocamentoseria custoso, o que po<strong>de</strong>ria esvaziar o congresso.Eventos regionais seriam, portanto, organizados...pelas Regionais. A programação <strong>de</strong> eventos parao biênio ficou, então, composta com o X CBCMa ser realizado <strong>de</strong> 25 a 28 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1985,possivelmente <strong>no</strong> Guarujá, o IV Curso Rio-São Pauloem agosto <strong>de</strong> 1984, e diversos cursos <strong>da</strong>s trêsregionais a serem programados durante o a<strong>no</strong> <strong>de</strong>1984 e início <strong>de</strong> 1985. A CET e a Comissão Executiva<strong>de</strong>terminaram que o segundo Concurso paraMembros Titulares teria lugar em Belo Horizonte,em 10 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1984, durante a Jorna<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, antes do congresso <strong>da</strong> SBOT.Apurado um aporte financeiro consi<strong>de</strong>rável (<strong>de</strong>“2,7 milhões <strong>de</strong> cruzeiros”) proveniente do lucroobtido com a realização do IX CBCM, e consi<strong>de</strong>randosaldo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 8 milhões <strong>de</strong> cruzeiros, ostitulares presentes propuseram o investimentonuma se<strong>de</strong> própria <strong>da</strong> SBCM em São Paulo, postoque as aplicações financeiras não estavam, à época,repondo as per<strong>da</strong>s inflacionárias. Esse pla<strong>no</strong>foi amplamente apoiado, inclusive pelos colegas<strong>de</strong> fora <strong>de</strong> São Paulo. A se<strong>de</strong> jurídica permaneceria<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, por tradição e direito, masa administrativa ficaria em São Paulo, próxima <strong>da</strong>AMB e <strong>de</strong> outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas. Surgiu pelaprimeira vez a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> se realizarem jantares paraangariar os fundos necessários para a aquisição,já que o montante apurado até o momento seriasuficiente para cerca <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um imóvel <strong>de</strong>escritório. O presi<strong>de</strong>nte Ronaldo Azze ressaltou aimportância <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r contar com a se<strong>de</strong>: “umlocal <strong>de</strong>finitivo e a<strong>de</strong>quado para se guar<strong>da</strong>r documentaçãoe sobretudo dinamizar o atendimentodos sócios, que hoje são mais <strong>de</strong> 120”, disse elena época.O Simpósio Nacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, o primeiroevento científico organizado pela RegionalCentro-Oeste-Leste, em Petrópolis, em 29 <strong>de</strong> abril,serviu <strong>de</strong> pretexto para reunir a diretoria mais umavez em 1984. Como <strong>de</strong> costume, foram admitidos<strong>no</strong>vos sócios, como por exemplo <strong>Osvandré</strong> LuizCanfield <strong>Lech</strong>, aprovado como membro associadonessa <strong>da</strong>ta. Sobania, Edmur Lopes e Pardini forameleitos para compor a CET <strong>no</strong> biênio 1984-85.1969 a200045


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Eduardo Zancolli esteve presente ao Simpósio.O sonho <strong>de</strong> se editar uma revista científica teveprogresso: Donato D’Angelo, editor <strong>da</strong> Revista <strong>da</strong>SBOT, havia sido contatado e apoiado a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>que a SBCM se responsabilizasse por dois númerosanuais <strong>da</strong> publicação. A revista <strong>da</strong> SBOT estavaprestes a se tornar mensal, portanto a contribuiçãoexterna era bem-vin<strong>da</strong>.Assembleia Geral Extraordinária foi convoca<strong>da</strong>em Petrópolis <strong>no</strong> dia seguinte, para discutir sobrea aquisição <strong>da</strong> se<strong>de</strong>. Ronaldo Azze projetou algunssli<strong>de</strong>s com fotos <strong>de</strong> um imóvel selecionadopela diretoria que po<strong>de</strong>ria servir <strong>de</strong> se<strong>de</strong> <strong>da</strong> SBCM.Assegurou que pretendia liqui<strong>da</strong>r o saldo a pagarem sua gestão, não <strong>de</strong>ixando dívi<strong>da</strong>s para as próximasdiretorias – uma preocupação que já haviasido coloca<strong>da</strong> por Bulcão em reunião anterior. Opreço do imóvel era <strong>de</strong> Cr$ 16 milhões e o pagamentopo<strong>de</strong>ria ser feito com <strong>50</strong>% <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>, Cr$3 milhões após 90 dias e o restante em 180 dias,tudo sem juros. Azze revelou que já havia conseguidolevantar Cr$ 2 milhões em doações <strong>de</strong> sóciospaulistas, além dos Cr$ 8 milhões <strong>de</strong> que aSBCM dispunha em caixa.Vários vetera<strong>no</strong>s – Pernet,Lauro, Graner, Pardini e Sobania,por carta –, emocionados,<strong>de</strong>ram apoio à causa,relembrando inclusive<strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> se administrara SBCM sem umase<strong>de</strong> própria. Quarentasócios em situação regulare mais 11 por procuraçãovotaram, com unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong>,a favor <strong>da</strong> aquisição doimóvel. Conforme relembraAlbertoni, que carregou "amala <strong>da</strong> SBCM" por muitosa<strong>no</strong>s e por pelo me<strong>no</strong>s setea<strong>no</strong>s resguardou to<strong>da</strong> a suadocumentação em sua clínica,em São Paulo, "a se<strong>de</strong>foi compra<strong>da</strong> na gestão doRonaldo, mas houve a contribuição<strong>de</strong> todos os que oprece<strong>de</strong>ram, sempre <strong>no</strong> esquema<strong>de</strong> guar<strong>da</strong>r dinheiro,guar<strong>da</strong>r dinheiro..." Coma perspectiva <strong>de</strong> que talvezMaterial <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> uma Jorna<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>não fosse possível obter todo o valor necessáriopara o pagamento do imóvel, um grupo <strong>de</strong> abnegadosmembros <strong>da</strong> SBCM planejou as “pizzaia<strong>da</strong>s”,que eram reuniões informais em pizzariasconheci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> São Paulo. As contribuições eramespontâneas. Não se registrou o valor arreca<strong>da</strong>do,mas foi significativo para o objetivo proposto.Numa circular para comunicação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>da</strong> diretoria – eram circulares <strong>da</strong>tilografa<strong>da</strong>sem papel timbrado <strong>da</strong> SBCM e posta<strong>da</strong>s para ossócios, contendo to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>cisões importantes edivulgando eventos <strong>no</strong> a<strong>no</strong> – <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>1984, a diretoria comunica a <strong>de</strong>cisão e já dá conta<strong>de</strong> 44 contribuições <strong>de</strong> sócios, que somavam Cr$4 milhões. Em agosto <strong>de</strong> 1984, a terceira circulartrazia, em seu primeiro item: "A <strong>no</strong>ssa se<strong>de</strong> já estápaga!". A diretoria relatava que "a campanha paraaquisição <strong>de</strong> um escritório administrativo em SãoPaulo superou to<strong>da</strong>s as expectativas. Os poucoscolegas que não enviaram sua colaboração ain<strong>da</strong>po<strong>de</strong>m fazê-lo, pois estamos com o caixa ‘a zero’e necessitamos mobiliar o imóvel (escrivaninha,mesa, máquina <strong>de</strong> escrever, arquivos, estantes, telefone)para que possamos <strong>no</strong>sinstalar <strong>de</strong>finitivamente em<strong>no</strong>ssa se<strong>de</strong>.”Como previsto, foi realiza<strong>da</strong>a Jorna<strong>da</strong> em Belo Horizonte,em 11 e 12 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong>1984, on<strong>de</strong> <strong>no</strong>vamente o Conselhoreuniu-se, <strong>de</strong> véspera.Nessa ocasião, foi apresentadoo anteprojeto, enviado pelaAMB, <strong>da</strong> Tabela <strong>de</strong> Ho<strong>no</strong>ráriosMédicos, com um capítulo exclusivopara <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.Sobania havia consultadoinúmeros especialistas <strong>no</strong> paíspara coletar sugestões <strong>de</strong> valorese havia com isso participado<strong>da</strong> elaboração <strong>da</strong> tabelajunto à AMB, à qual estariamsujeitos, a partir <strong>da</strong>li, os convêniosmédicos.Mais uma vez – houve muitas– iniciou-se uma discussãoa respeito do pagamento <strong>da</strong>Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>da</strong>sSocie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. A SBCM vinha enfren-46


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90tando dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em fazer a remessa do pagamentoem dólar (uma taxa referente à SBCM emais 5 dólares por sócio) para a Fe<strong>de</strong>ração, entreoutros problemas burocráticos, razão pela quala anui<strong>da</strong><strong>de</strong> estava atrasa<strong>da</strong>. Pardini, como emoutras ocasiões, questio<strong>no</strong>u a utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> semanter afiliado. Ulson, também como em outrasvezes, relembrou a importância <strong>de</strong> a SBCM serreconheci<strong>da</strong> internacionalmente.Após exaustivo <strong>de</strong>bate, <strong>de</strong>cidiu-se que RonaldoAzze entraria em contato direto com Swanson,<strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração, para pleitear um valor fixo<strong>de</strong> contribuição, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do número <strong>de</strong>sócios, solicitar certificados para os sócios já filiadose negociar uma facilitação do pagamento<strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>. Caso na<strong>da</strong> fosse conseguido, foi cogita<strong>da</strong>até a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> solicitar o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento<strong>da</strong> SBCM <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração – com certaresistência <strong>de</strong> alguns membros.O problema <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> numerário para sal<strong>da</strong>ra dívi<strong>da</strong> com a Fe<strong>de</strong>ração – já que o dinheiro haviasido todo gasto com a compra <strong>da</strong> se<strong>de</strong> – eraoutro dificultador. A inflação, naquela época, obrigoua SBCM a estabelecer o valor <strong>da</strong> anui<strong>da</strong><strong>de</strong>em 3 ORTNs (Obrigações Reajustáveis do TesouroNacional), já que muitos sócios pagavam comatraso. E a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> precisava ain<strong>da</strong> conseguirdinheiro para se instalar na se<strong>de</strong>. Várias i<strong>de</strong>ias foramsurgindo, como a <strong>de</strong> confeccionar apostilas,imprimir selos com o símbolo <strong>da</strong> SBCM e outras,para arreca<strong>da</strong>r o montante necessário. Enquantoisso, os eventos iam <strong>da</strong>ndo saldo positivo: o CursoRio-São Paulo, realizado em setembro, teve 66inscritos <strong>no</strong> Rio e 90 em São Paulo, gerando lucro<strong>de</strong> R$ 3,7 milhões para a SBCM. Por outro lado, a IJorna<strong>da</strong> Nacional <strong>de</strong> Belo Horizonte fechou comprejuízo <strong>de</strong> Cr$ 755 mil.Naquela manhã <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro, foi aplica<strong>da</strong>,por Pardini, Edmur, Sobania e Azze, a prova doII Concurso para Membro Titular <strong>da</strong> SBCM. Foraminscritos e aprovados pela CET sete <strong>no</strong>vos titulares:Edie Caeta<strong>no</strong>, Arnaldo V. Zumiotti, José M.M.Carmo, Jan P. Kossobudski, Luiz Augusto F. Santos,Ary Galaso e Luiz Carlos Angelini. A socie<strong>da</strong><strong>de</strong>crescia, contando já com pelo me<strong>no</strong>s 140 sócios,e se preocupava com sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>: à tar<strong>de</strong>,houve uma acalora<strong>da</strong> discussão a respeito <strong>da</strong> padronizaçãodos impressos <strong>de</strong> papelaria <strong>da</strong> SBCM.Ficou <strong>de</strong>cidido que <strong>de</strong>veriam ser os mesmos, fornecidospela central às Regionais, que não <strong>de</strong>veriamman<strong>da</strong>r imprimir papéis <strong>de</strong> carta ou outrospara divulgação em cores ou <strong>de</strong>senho diferentes.1969 a2000Capa do programa do XI CBCM, organizado porWalter Manna Albertoni <strong>no</strong> GuarujáInício <strong>da</strong> era audiovisual na SBCM47


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Homenagens aos vetera<strong>no</strong>s <strong>no</strong> XI CBCM: Edmur Lopes com Orlando Graner, Ronaldo Azze com Lauro Barros <strong>de</strong>Abreu e Luiz Carlos Sobania com Alípio PernetO material para divulgação dos eventos <strong>de</strong>veriaser semelhante e submetido à Comissão Executivapara aprovação, e contar o Conselho Executivocomo Comissão Científica dos cursos, jorna<strong>da</strong>s econgressos. Ain<strong>da</strong> assim, <strong>no</strong>ta-se significativa diferença<strong>de</strong> papelarias <strong>no</strong>s impressos <strong>da</strong> central,<strong>da</strong>s regionais e dos eventos.No a<strong>no</strong> seguinte, durante a II Jorna<strong>da</strong> Nacional<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em Porto Alegre, o ConselhoExecutivo reuniu-se, <strong>no</strong> Hotel Plaza São Rafael,para <strong>de</strong>liberar. Era 29 <strong>de</strong> abril. A SBCM comemorouo sucesso do evento, com a presença do dr.Burkhalter e 1<strong>50</strong> inscritos.Naquela <strong>da</strong>ta, após contatos feitos por Pardinie Chiconelli, a SBCM precisou acatar o pedido <strong>de</strong><strong>de</strong>missão <strong>de</strong> Maurício Menandro dos quadros.O sócio havia alegado, meses antes, afastamento<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão – um fenôme<strong>no</strong>que motivava o êxodo <strong>de</strong> associados comcerta frequência, até mesmo sócios fun<strong>da</strong>dores. Opedido era irrevogável.O problema <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s financeiras permanecia:a inflação obrigava o estabelecimento<strong>de</strong> todos os preços, <strong>no</strong> país, em ORTNs, a SBCMhavia gasto todo seu dinheiro com a comprado imóvel. Tinha ain<strong>da</strong> que pagar a garagem, osmóveis (vários foram comprados às expensas <strong>de</strong>membros <strong>da</strong> diretoria). E apenas 10% dos sóciosestavam quites com suas anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sendo quemuitos <strong>de</strong>viam duas ou três.Depois <strong>de</strong> se cogitar o Guarujá para sediar opróximo congresso, passou-se a centrar <strong>no</strong> HotelMaksoud Plaza, em São Paulo, o planejamentodo décimo evento nacional <strong>da</strong> SBCM, a se realizarem outubro <strong>de</strong> 1985. Circular com tiragem<strong>de</strong> 5 mil exemplares foi envia<strong>da</strong> a ortopedistas,cirurgiões plásticos e cirurgiões <strong>de</strong> mão do país.Estrangeiros confirmados: Julia Terzis, BruceWilliams e Jean Pillet – Pillet <strong>de</strong>pois cancelou suavin<strong>da</strong> por doença, tendo sido substituído emsuas conferências por Terzis.Na manhã <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1985, a <strong>no</strong>vase<strong>de</strong> <strong>da</strong> SBCM, situa<strong>da</strong> à rua Dr. Alceu <strong>de</strong> CamposRodrigues, 309, cj. 13, recebeu pela primeira vez oConselho Executivo, com <strong>no</strong>ve <strong>de</strong> seus membrospresentes. Como <strong>de</strong> hábito, foram admitidos <strong>no</strong>vossócios, como Rames Mattar Jr., homologadostítulos <strong>de</strong> especialistas, li<strong>da</strong>s e respondi<strong>da</strong>s correspondências,presta<strong>da</strong>s contas e balancetes... tudocomo usual. Numa conversa a respeito <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s<strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, para crescimento<strong>da</strong> SBCM, Pardini sugeriu a criação <strong>de</strong> umComitê <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Trabalho, para <strong>de</strong>monstrarao INAMPS a importância <strong>de</strong> se ter cirurgiões <strong>de</strong>mão <strong>de</strong> plantão <strong>no</strong>s hospitais. Desta vez, as atas<strong>da</strong> reunião e a documentação fiscal do Examepara Título <strong>de</strong> Especialista, do Prêmio Godoy Moreirae os livros financeiros <strong>da</strong> SBCM foram arquivadosem sua se<strong>de</strong> própria. Estava aposenta<strong>da</strong>,<strong>de</strong>finitivamente, a mala.O III Concurso para Membro Titular <strong>da</strong> SBCMocorreu em 9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1985, por ocasiãodo X CBCM, em São Paulo. Apenas dois titularesforam aprovados (Gilberto Ohara e Paulo Ran<strong>da</strong>lPires), tendo sido examinados por Sobania, Edmur,Bulcão, Christóvão <strong>da</strong> Gama, Pardini, Lauroe Pernet. A caligrafia e o estilo característicos <strong>de</strong>Albertoni registram, pela última vez, o encontrodos membros <strong>da</strong> diretoria durante o congresso.Durante o X CBCM, Pardini também comuni-48


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 901969 a2000A <strong>no</strong>va geração <strong>de</strong> cirurgiões <strong>de</strong> mão atira os vetera<strong>no</strong>s Bulcão e Graner na piscina <strong>de</strong> Jacy Alvarenga, <strong>no</strong> Retirodos Ban<strong>de</strong>irantescou as providências que tomara a respeito <strong>da</strong> solicitação<strong>da</strong> recém-cria<strong>da</strong> American Associatio<strong>no</strong>f Hand Surgery <strong>de</strong> apoio por parte <strong>da</strong> SBCMpara ingresso na Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Em contato pessoalcom especialistas <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s, ele apurouque tal associação tinha critérios pouco exigentespara admissão <strong>de</strong> sócios e a Associação nãoenviou, conforme solicitado, sua lista <strong>de</strong> membosassociados à SBCM. Além disso, a Fe<strong>de</strong>raçãoInternacional reconhecia apenas uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong>por país, razão pela qual a SBCM <strong>de</strong>cidiu manterseneutra e não oferecer apoio à pleiteante.À Assembleia Geral Ordinária convoca<strong>da</strong> porRonaldo Azze por circular, e realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> dia 12,a diretoria comemorou o público recor<strong>de</strong> <strong>no</strong> XCBCM: 292 inscritos. A ata <strong>de</strong>sta Assembleia jávem grafa<strong>da</strong> com a caligrafia <strong>de</strong> Heitor Ulson, eleitoem chapa única para secretário-geral, já queWalter Albertoni, que secretariou a SBCM por tantosa<strong>no</strong>s, estava eleito presi<strong>de</strong>nte. O vice eleito foiAlfredo Jacques <strong>de</strong> Moraes, o secretário-adjunto,Paulo A. Müller e o tesoureiro, Nelson Mattioli Leite.Jacy Conte Alvarenga e Jan P. Kossobudski entraramcomo presi<strong>de</strong>nte e vice <strong>da</strong> Regional Centro-Leste-Oeste.Seu secretário-tesoureiro foi JoséMaurício M. Carmo. Na Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste,ficaram Humberto Mara<strong>de</strong>i Pereira, Rômulo F. dosSantos e João M. Pereira como secretário-tesou-Walter Manna Albertoni com seu mestre Tubiana<strong>no</strong> primeiro Congresso Lati<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> eMicrocirurgia, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 198749


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Apesar <strong>da</strong> careca impertinente, esta foto éimportante: Nalebuff , Swanson e Tubiana comZancolli, em Mar <strong>de</strong>l Plata em 1989reiro. Na Regional Sul, entrou Luiz Carlos Sobaniae Edie B. Caeta<strong>no</strong>, com Carlos R. Goytacaz Rochacomo secretário-tesoureiro. O Conselho Executivo<strong>da</strong> SBCM ficou composto por Arlindo Pardini, RonaldoJ. Azze e Vilnei M. Leite. O Conselho Fiscal,por Orlando Graner, Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraese Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu.Esse Congresso proporcio<strong>no</strong>u à SBCM um superávit<strong>de</strong> Cr$ 49 milhões, o que, adicionado aosaldo <strong>de</strong> Cr$ 46 milhões que já havia em caixa, permitiuà SBCM sal<strong>da</strong>r a dívi<strong>da</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>da</strong> se<strong>de</strong>própria. Esse fato foi registrado na ata <strong>da</strong> reuniãorealiza<strong>da</strong> logo após o congresso, em 25 <strong>de</strong> janeiro<strong>de</strong> 1986, na se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em São Paulo. Noentanto, o <strong>de</strong>sinteresse dos membros associadoscom a quitação <strong>de</strong> suas anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s – em oposiçãoaos titulares, quase todos quites – fazia com quea SBCM começasse a pensar em penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s paraos inadimplentes, como a exclusão dos quadros.A primeira circular divulga<strong>da</strong> em 1986, em fevereiro,avisa sobre a cobrança <strong>da</strong>s anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s pormeio <strong>de</strong> carnês e que os sócios em atraso seriamcomunicados por carta.Como <strong>de</strong> hábito, rascunhou-se um calendário<strong>de</strong> eventos para o a<strong>no</strong>, programando-se o XICBCM para ser realizado <strong>no</strong> Guarujá, <strong>no</strong> HotelCasa Gran<strong>de</strong>. E a comissão articulava a participaçãobrasileira <strong>no</strong> III Congresso Mundial <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (IFSSH), que ocorreria<strong>no</strong> Japão em <strong>no</strong>vembro <strong>da</strong>quele a<strong>no</strong>. Pardini eAlbertoni foram a Tóquio para o Congresso, Pardinicomo <strong>de</strong>legado oficial <strong>da</strong> SBCM junto à Fe<strong>de</strong>ração.Albertoni, <strong>de</strong> volta a São Paulo, comentouque, apesar dos 900 inscritos (300 japoneses e orestante <strong>de</strong> estrangeiros), o evento havia <strong>da</strong>doprejuízo <strong>de</strong> 300 mil dólares, inteiramente absorvidopela Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Japonesa <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.Ain<strong>da</strong> assim, a SBCM estava tratando <strong>de</strong> se candi<strong>da</strong>tara se<strong>de</strong> do sexto congresso mundial, a serealizar em 1995.Em 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1986, já em sua vigésimaedição, a Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> serviu parareunir o Conselho. Dentre as admissões <strong>de</strong> membrosassociados, registram-se aqui as primeirasmulheres: Luiza Fernan<strong>da</strong> Zapata Garcia e SoniaWolfenson. Em outra reunião, em 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,na se<strong>de</strong> em São Paulo, foi admitido Fernando Baldydos Reis. Foi também a<strong>no</strong>tado o falecimentodo jovem cirurgião Wilson <strong>de</strong> Moura Jr.Naquela <strong>da</strong>ta, Albertoni agra<strong>de</strong>ceu a LauroBarros <strong>de</strong> Abreu pela doação <strong>de</strong> duas estantescontendo numerosas publicações enca<strong>de</strong>rna<strong>da</strong>s<strong>da</strong> área <strong>de</strong> ortopedia e traumatologia. Lauro,pouco antes <strong>de</strong> falecer, doou o restante <strong>de</strong> suabiblioteca a <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>, que a preserva emPasso Fundo.Naquele a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1986, em seu exame financeiro,a diretoria também ressaltou a gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> sócios <strong>de</strong>vendo anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s: 42 titulares e127 associados, e foi lembrado que as regionaisA primeira circular <strong>da</strong> SBCM produzi<strong>da</strong> porcomputador, com saí<strong>da</strong> em impressora matricial,em 1990<strong>50</strong>


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90<strong>de</strong>veriam auxiliar nessas cobranças. No a<strong>no</strong> seguinte,o número <strong>de</strong> atrasados diminuiria para <strong>50</strong>.A SBCM tinha <strong>de</strong>spesas como as taxas <strong>da</strong> IFSSH (<strong>50</strong>dólares pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e mais uma taxa por sócio,perfazendo 400 dólares), gastos com a secretariaetc. Os cursos, jorna<strong>da</strong>s e eventos estavam sendoprogramados <strong>de</strong> maneira a não onerar a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,com apoio <strong>da</strong> indústria sempre que possível– embora a Jorna<strong>da</strong> seguinte, capitanea<strong>da</strong> pelaRegional Sul, tenha logrado ter to<strong>da</strong>s as suas <strong>de</strong>spesascobertas pelas 1<strong>50</strong> inscrições, sem patrocínioalgum. Como <strong>de</strong> praxe, reuniões do Conselho,realiza<strong>da</strong>s durante essa XXI Jorna<strong>da</strong> <strong>Brasil</strong>eira (em27 e 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1987) serviram para tratar dosassuntos rotineiros, como admissão <strong>de</strong> associadose migração para titulares (<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> e FlávioFaloppa entre eles), relatórios, calendários etc. Doisfatos importantes, <strong>no</strong> entanto, foram registrados:a participação, por Albertoni, em reunião do Conselho<strong>de</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> AMB para discussão<strong>da</strong> Tabela <strong>de</strong> Ho<strong>no</strong>rários (o que mantém a SBCMinscrita como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>) e o início do usodo ví<strong>de</strong>o como ferramenta educativa. No caso, aSBCM estava participando <strong>de</strong> iniciativa <strong>da</strong> SBOT<strong>de</strong> se gravar aulas em cursos, e também as palestrasdo francês Jacques Michon, na XXI Jorna<strong>da</strong>,foram to<strong>da</strong>s filma<strong>da</strong>s, com tradução simultâneapara os inscritos.A SBCM começava também umavi<strong>de</strong>oteca, com uma doação inicial <strong>de</strong> 10 fitas porArlindo Pardini, trazi<strong>da</strong>s do Congresso America<strong>no</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.O XI CBCM é lembrado como um dos maisimportantes <strong>da</strong> história <strong>da</strong> SBCM. Aconteceu emoutubro <strong>de</strong> 1987, <strong>no</strong> Hotel Casa Gran<strong>de</strong>, <strong>no</strong> Guarujá,em São Paulo, e contou com a presença <strong>de</strong>estrangeiros como James Steichen, Julio Taleisnik,Guilhermo Lo<strong>da</strong> e Alain Gilbert, além <strong>de</strong> Julia Terzis.O Prêmio Godoy Moreira, que estava acumulado<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a edição anterior, permitiu premiar doiscandi<strong>da</strong>tos, que foram <strong>de</strong>clarados empatadospela Comissão Julgadora: Vilnei Mattioli Leite eArnaldo Valdir Zumiotti. Numa emocionante cerimônia,os pioneiros receberam uma placa comohomenagem dos lí<strong>de</strong>res atuais; Azze entregoupara Lauro, Sobania entregou para Pernet, Albertonientregou para Graner, e Jacy entregou paraBulcão (Danilo já havia falecido).A Assembleia Geral Ordinária serviu para elegera <strong>no</strong>va diretoria: Jacy Conti Alvarenga e Heitor J.R.Ulson, como presi<strong>de</strong>nte e vice, e Nelson M. LeiteHenrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes, Heitor Ulson e RaulChiconelli <strong>no</strong> XIII CBCM, em São Paulo, 1991como tesoureiro. Secretários: Arnaldo V. Zumiotti eAlfredo Jacques <strong>de</strong> Moraes. No Conselho Executivo,Pardini, Chiconelli e Marcus Castro Ferreira. NoConselho Fiscal, permanecia o vetera<strong>no</strong> Pernet,mas entrava Edmur Izidoro Lopes e Sobania. NaRegional Norte-Nor<strong>de</strong>ste, ficaram João Mara<strong>de</strong>iPereira, Rômulo F. Santos, Humberto M. Pereira. NaCentro-Leste-Oeste, Ronaldo P. Andra<strong>de</strong>, Celso M.I<strong>no</strong>uye e Paulo R. Pires. Na Regional Sul, Edie BenedictoCaeta<strong>no</strong>, José Citrin e <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> comosecretário-tesoureiro. Uma comissão li<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> porPardini foi <strong>no</strong>mea<strong>da</strong> para realizar estudos <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong>econômica, social e científica para sediaro congresso <strong>da</strong> IFSSH <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, em São Paulo, em1995. Cicular <strong>da</strong> diretoria envia<strong>da</strong> aos sócios <strong>no</strong>final <strong>de</strong> 1987 informava: "Deverá ain<strong>da</strong> a Comissãoestabelecer os pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ‘lobby’ para disputara escolha com a Inglaterra” – aquele país era outrocandi<strong>da</strong>to a sediar o Congresso Mundial.Nas três reuniões seguintes do Conselho Executivo– uma <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 30 <strong>de</strong> janeiro,uma em Sorocaba, em 24 <strong>de</strong> junho, e a terceiraem Porto Alegre, em 2 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1988 – foramtratados assuntos relativos à organização <strong>de</strong>eventos: <strong>da</strong>tas, locais, o adiamento <strong>de</strong> outubropara <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1989 do CBCM, em razão <strong>da</strong>falta <strong>de</strong> vagas <strong>no</strong>s hotéis. Também se tratou <strong>de</strong>finalmente excluir dos quadros sociais os sóciosinadimplentes. A articulação para se<strong>de</strong> do próximoCongresso Mundial <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> continuava, assimcomo a proposta <strong>de</strong> <strong>no</strong>va modificação dosestatutos, para se reduzir a taxa <strong>de</strong> cre<strong>de</strong>ncia-1969 a200051


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000mento dos serviços <strong>de</strong> treinamento em cirurgia<strong>da</strong> mão.Foi possível ain<strong>da</strong> realizar mais três reuniõesantes do CBCM, uma em ca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A primeira,em 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1988, aconteceu emBaltimore, com a presença <strong>de</strong> seis membros <strong>da</strong>diretoria que estavam <strong>no</strong>s Estados Unidos porocasião do Congresso America<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. Ali se começou a tramar a realização <strong>de</strong> umevento conjunto entre a SBCM e a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Americana, a se realizar em 1991. A i<strong>da</strong> <strong>de</strong> WalterAlbertoni ao Congresso Internacional em Israel,<strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte, permitiu costurar um poucomais esse acordo junto ao <strong>de</strong>legado <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Americana <strong>de</strong>signado, em fevereiro <strong>de</strong> 1989,para organizar o evento.A segun<strong>da</strong> reunião ocorreu em Belo Horizonte,em 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1989, por ocasião do exame<strong>da</strong> CET (em que Rames Mattar foi aprovadocomo especialista) e <strong>da</strong> I Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Terapeutas<strong>da</strong> <strong>Mão</strong> – esta <strong>no</strong>va socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> um a<strong>no</strong>antes, havia feito contatos com a SBCM anteriormente,buscando seu apoio e firmar parcerias. Aesta altura, estava já forma<strong>da</strong> uma Comissão <strong>de</strong>Reforma <strong>de</strong> Estatutos <strong>da</strong> SBCM – sem que nascirculares envia<strong>da</strong>s aos sócios se dissesse quaisas mu<strong>da</strong>nças propostas. A reunião <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> junho,em São Paulo, ocorreu justamente durantea Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> e Reabilitação <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>no</strong>Hotel Holly<strong>da</strong>y Inn Crowne Plaza, em São Paulo.Na ata, a<strong>no</strong>tou-se que a reforma estatutária <strong>da</strong>riamais liber<strong>da</strong><strong>de</strong> à SBCM quanto ao título <strong>de</strong> especialista,bem como aos centros cre<strong>de</strong>nciadores:a primeira modificação sugeri<strong>da</strong> eliminaria aexigência <strong>de</strong> 1<strong>50</strong> dias <strong>de</strong> divulgação prévia <strong>da</strong><strong>da</strong>ta do exame, a segun<strong>da</strong> reduziria <strong>de</strong> 90 para30 dias o prazo <strong>de</strong> aprovação dos documentosdo candi<strong>da</strong>to, a terceira reduziria <strong>de</strong> quatropara dois a<strong>no</strong>s o tempo mínimo necessário <strong>de</strong>titulari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos responsáveis pelos centros ase cre<strong>de</strong>nciar como formadores. Outra questãopen<strong>de</strong>nte há tempos era o valor <strong>da</strong> taxa cobra<strong>da</strong>dos centros, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> alta – e que estariaimpedindo centros aptos a se cre<strong>de</strong>nciar. Comoreformas <strong>de</strong> regimento inter<strong>no</strong> exigem votação<strong>da</strong> diretoria, as propostas estavam sendo a<strong>no</strong>ta<strong>da</strong>spara serem leva<strong>da</strong>s a assembleia.E na Assembleia que teve lugar <strong>no</strong> CopacabanaPalace, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, durante o XII CBCM(em 1 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1989), os estatutos seriamamplamente reformados. Em resumo, as modificaçõesdiziam respeito aos integrantes <strong>da</strong> ComissãoExecutiva, ao calendário <strong>de</strong> eventos oficiais,à proteção do patrimônio <strong>da</strong> SBCM (o imóvel <strong>da</strong>se<strong>de</strong> só po<strong>de</strong>ria ser vendido após aprovação emassembleia geral) e à admissão <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes e estagiáriosem treinamento como membros associados.A mu<strong>da</strong>nça mais importante, <strong>no</strong> entanto,foi a incorporação oficial do Regimento Inter<strong>no</strong>ao Estatuto.A tradicional eleição <strong>da</strong> <strong>no</strong>va diretoria levou, emchapa única (com 70 votos a favor e 5 em branco),o vice-presi<strong>de</strong>nte, Heitor Ulson, à presidência,com Mauri Alves <strong>de</strong> Azevedo como vice e NelsonMattioli Leite como secretário e José Maurício <strong>de</strong>M. Carmo como secretário-adjunto. Tesoureiro:Flávio Faloppa (que recebeu, junto com SergioB.O. Bellucci, Walter Manna Albertoni e GilbertoOkura, o Prêmio Godoy Moreira do a<strong>no</strong>). No Conselhoexecutivo, Albertoni, Sobania e Azze, e <strong>no</strong>Fiscal, Pardini, Alfredo Jacques <strong>de</strong> Moraes e RaulChiconelli. Na Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste, Ernani A.Correa e Humberto M. Pereira, <strong>no</strong>vamente comJoão M. Pereira como vice. Na Centro-Leste-Oeste,Fernando A.N.C. Barros, a dra. Lenise B. Gonçalves,recém-titula<strong>da</strong>, e Márcio Cesar Guimarães comosecretário-tesoureiro. Por fim, na Regional Sul,Nelson Otsuka, <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> como vice e CarlosR.G. <strong>da</strong> Rocha como secretário-tesoureiro.O Regimento Inter<strong>no</strong> ia sendo modificado peladiretoria conforme a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Continuavamas articulações para o "meeting combinado” coma Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, porémadiado para março <strong>de</strong> 1994. A SBCM re<strong>no</strong>vounaquela época o contrato com a AMB para concessãodos títulos <strong>de</strong> especialista – que aliás, porJeanne e Arlindo Pardini com Bob Mac Farlane <strong>no</strong>XIV CBCM, em Belo Horizonte, em 199352


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90força <strong>de</strong> uma Resolução do CFM <strong>de</strong> 1982, tinham<strong>de</strong> ser todos registrados naquele órgão.Entrava o a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1990 com muita turbulência:o Pla<strong>no</strong> Collor I havia sido anunciado em março<strong>da</strong>quele a<strong>no</strong>, <strong>de</strong>cretando o confisco <strong>de</strong> todos osativos, <strong>de</strong> todos os brasileiros, empresas e instituições(o "confisco <strong>da</strong> poupança"), <strong>de</strong>ixando livrespara uso apenas NCR$ <strong>50</strong> mil por conta, ou aproxima<strong>da</strong>menteUS$ 1,3 mil. A SBCM estava em situaçãofinanceira "<strong>de</strong>lica<strong>da</strong>" <strong>de</strong>vido à inadimplência<strong>da</strong>s anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s, tendo excluído 27 sócios: 3 apedido, 20 membros associados e 4 titulares, um<strong>de</strong>les Arnaldo Bonfim. A sobrevivência <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>pendia <strong>da</strong>s anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s: a SBCM não haviaescapado do confisco, tendo tido parte <strong>de</strong> seusfundos reti<strong>da</strong> pelo gover<strong>no</strong> (foi feito pedido <strong>de</strong>liberação ao Banco Central, mas sem esperanças<strong>de</strong> se recuperá-lo). O planejamento <strong>de</strong> eventosdo a<strong>no</strong> – com a confirmação <strong>da</strong> 24 a Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> para os dias 28 a 30 <strong>de</strong> setembro,com a presença <strong>de</strong> Warren Brei<strong>de</strong>nbach – teve<strong>de</strong> levar em consi<strong>de</strong>raçãoesse contexto: um dos cursosprogramados teve <strong>de</strong> seradiado "<strong>de</strong>vido ao pla<strong>no</strong> econômico",conforme a<strong>no</strong>tadoem ata. Circulares posterioresapelavam: "Socorram o <strong>no</strong>ssotesoureiro", pedindo aossócios inadimplentes quequitassem suas dívi<strong>da</strong>s.Aliás, apenas duas últimasreuniões <strong>de</strong>ssa <strong>no</strong>va diretoriaforam registra<strong>da</strong>s, a mão,em livro-ata (o <strong>de</strong> númeroIII <strong>da</strong> SBCM): uma ocorri<strong>da</strong>em 8 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1990,na se<strong>de</strong> em São Paulo, e aseguinte em 8 <strong>de</strong> agosto domesmo a<strong>no</strong>, <strong>no</strong> Hotel Nacional<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Na<strong>da</strong>mais natural: circular edita<strong>da</strong>pela diretoria <strong>no</strong> final do a<strong>no</strong>já foi copia<strong>da</strong> em impressoramatricial para ser envia<strong>da</strong> aossócios, indicando a inexorávelinformatização <strong>da</strong> SBCM– que enterrou a prática <strong>de</strong>se relatar tudo em atas, masque <strong>de</strong>u, certamente, maisMaterial <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> realizado em 199453agili<strong>da</strong><strong>de</strong> a to<strong>da</strong>s as funções administrativas <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.SBCM informatiza<strong>da</strong> e ágilAntes, porém, <strong>da</strong> adoção <strong>da</strong> impressora, ain<strong>da</strong>se soltaram circulares, em 1990, <strong>da</strong>tilografa<strong>da</strong>s.A segun<strong>da</strong> informava sobre a realização, em Paris,do Congresso do Grupo Lati<strong>no</strong> <strong>de</strong> Estudos<strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e Membro Superior (GLEMM) em maio,com participação <strong>de</strong> 21 brasileiros, a maioriasócios <strong>da</strong> SBCM, e também sobre outros eventosvindouros. A terceira já falava <strong>da</strong> revista dogrupo GLEMM, que estava aceitando colaborações.Além <strong>de</strong> tratar <strong>de</strong> eventos, manifestava oapoio <strong>da</strong> diretoria à AMB (o que fez também portelegrama) na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> Tabela dos Ho<strong>no</strong>ráriosMédicos, “frente às ações ‘cartelizantes’ <strong>da</strong>s contratantes<strong>de</strong> serviços médicos em geral”. E completava,dizendo que a tabela “<strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>como referencial mínimo <strong>de</strong> ho<strong>no</strong>ráriosnão aviltantes. Será refuta<strong>da</strong>qualquer outra tabela ou referencialque tente substituira <strong>da</strong> AMB”.Mais do que um registro(o único disponível) histórico<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> SBCM,as circulares <strong>da</strong> diretoria tornaram-seum eficaz canal <strong>de</strong>contato direto com o sócio,coisa que não havia antes.Apenas nas Assembleias GeraisOrdinárias, geralmentecom a presença <strong>de</strong> até <strong>50</strong> ou60 sócios, é que os membros<strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong> fora <strong>da</strong> diretoriapodiam tomar contato diretocom o que estava sendo feito.As circulares modificaramessa dinâmica ao levarempara <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> casa do associadoe do titular a comunicação<strong>da</strong>s ações efetiva<strong>da</strong>s eplaneja<strong>da</strong>s e o agen<strong>da</strong>mento<strong>da</strong>s assembleias. Além disso,a diretoria os instava a participar:“Façam o requerimentodo título <strong>de</strong> especialista juntoà AMB”, “Membros associa-1969 a2000


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Kleinert e Kutz entre os brasileiros Paulo Ruschel, José Maurício, Rui Monteiro <strong>de</strong> Barros, Heitor Ulson e MiltonPignatarodos há mais <strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s po<strong>de</strong>rão inscrever-se<strong>no</strong> Concurso anual para Membro Titular”.A SBCM entrava em sua quarta déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>com uma sempre intensa agen<strong>da</strong> científica: otradicional Curso Regional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (eMembro Superior) já estava em sua 40 a ediçãoem 1991. Foi organizado em Juiz <strong>de</strong> Fora peladoutora Lenise Boni Goçalves, e bastante elogiado.A XXV Jorna<strong>da</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>,realiza<strong>da</strong> em Joinville, teve como conferencista“estrangeiro” o brasileiro Ronaldo Santos Carneiro,que havia há tempos se <strong>de</strong>sligado <strong>da</strong> SBCM pararadicar-se <strong>no</strong>s Estados Unidos, trabalhando naUniversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Miami. O XIII CBCM ocorreu <strong>de</strong>15 a 17 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1991 <strong>no</strong> Hotel MaksoudPlaza, em São Paulo, e trouxe Raoul Tubiana, AlainGilbert e James H. House como conferencistas.Estes dois últimos foram convi<strong>da</strong>dos com patrocínio<strong>de</strong> laboratório farmacêutico, e Tubiana teveas <strong>de</strong>spesas pagas pela SBCM, mas vários dos 12palestrantes internacionais, a maioria franceses,vieram às suas próprias custas. Heitor Ulson, presi<strong>de</strong>ntenaquela gestão, relembra: “Este foi o maiornúmero <strong>de</strong> convi<strong>da</strong>dos estrangeiros a participardos <strong>no</strong>ssos congressos até então (a tão baixocusto...)”. Malas diretas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> evento – ca<strong>da</strong> curso,e dos congressos nacionais – eram envia<strong>da</strong>sa todos os sócios, à época, 177 membros, entretitulares e associados.Tamanha ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> científica e organizaçãopermitiu que o a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1991 terminasse com superávitfinanceiro – mesmo após os problemaseconômicos enfrentados <strong>no</strong> país – atribuído peladiretoria aos cursos, jorna<strong>da</strong>s e congressos. “O a<strong>no</strong><strong>de</strong> 1991 foi recessivo, não conseguimos apoio <strong>da</strong>gran<strong>de</strong> maioria dos patrocinadores, entretanto oresultado financeiro foi positivo; mais uma vitória<strong>da</strong> SBCM que compareceu em peso”, comemoroua última circular do a<strong>no</strong>.Também naquele a<strong>no</strong>, a SBCM manifestouseu apoio a Arlindo Pardini quando este enviouuma carta comunicando seu afastamento, após30 a<strong>no</strong>s, <strong>da</strong> Carteira <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Trabalho.Pardini justificava a atitu<strong>de</strong> pela “<strong>de</strong>terioração dosistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do País, que gra<strong>da</strong>tivamente foise instalando e num estágio final atingiu níveis<strong>de</strong> apoio e remuneração incompatíveis com umatendimento dig<strong>no</strong> e <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>”.A tradicional eleição <strong>de</strong> diretoria durante ocongresso trouxe Mauri Alves <strong>de</strong> Azevedo àpresidência, com Fernando A.N.C. Barros comovice. Como secretário-geral, Nelson Mattioli Lei-54


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90te, e a secretária-adjunta Lenise Boni Gonçalvesmarcava a presença feminina na diretoria, apóster cui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s Regionais <strong>da</strong> SBCM. NaRegional Sul, Arnaldo V. Zumiotti assumiu a presidênciae Paulo Sérgio Santos, como vice. O secretário-tesoureiroeleito foi Rames Mattar Jr. NaNorte-Nor<strong>de</strong>ste, permaneceram João Mara<strong>de</strong>iPereira, Ernani Aguiar Corrêa e Humberto Mara<strong>de</strong>iPereira. Na Centro-Leste-Oeste, José Mauríciodo Carmo, Paulo Ran<strong>da</strong>l Pires e An<strong>de</strong>rsonVieira Monteiro. No Conselho Executivo ficaramvetera<strong>no</strong>s: Pardini, Sobania e Edie Caeta<strong>no</strong>. Nofiscal, i<strong>de</strong>m: Lauro, Edmur e Jacy.A circular <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1992 lamentava a morte<strong>de</strong> outro vetera<strong>no</strong>: Alípio Pernet, falecido em abril.O texto ressaltava sua “tenaci<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ra especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>” e o reforço mundial que <strong>de</strong>u àimagem <strong>da</strong> SBCM, por tê-la representado juntoà Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>de</strong> <strong>Mão</strong>. Pernet po<strong>de</strong> ser lembrado comoo “Maquiavel” <strong>da</strong> SBCM, sempre com uma surpresa– e nem sempre agradável – a apresentarem Assembleia. Sem dúvi<strong>da</strong>, os esforços dos seusmelhores a<strong>no</strong>s foram <strong>de</strong>dicados à instituição. Pernetera uma <strong>de</strong>ssas pessoas que são adora<strong>da</strong>s ouodia<strong>da</strong>s, mas nunca passava <strong>de</strong>spercebido.A carta registrava também a fun<strong>da</strong>ção do Comitê<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> na SBOT, em 15 <strong>de</strong> fevereiro,oficializando a colaboração <strong>da</strong> SBCM comaquela socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os cargos do <strong>no</strong>vo Comitêseriam preenchidos pelos diretores <strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que fossem todos sócios <strong>da</strong> SBOT também. Aparceria se estreitava entre as duas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s,com a participação intensa <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> XXVIIICongresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia,realizado em São Paulo em <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong>1992, com o Dia <strong>da</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> (que nesse casonão foi organizado pelo Comitê, mas por Pardini).Além disso, a edição <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1993 <strong>da</strong> Revista<strong>da</strong> SBOT ficou reserva<strong>da</strong> ao Comitê, que <strong>de</strong>poisreuniu <strong>no</strong>ve artigos, publicados em abril <strong>de</strong> 1994(volume 29, número 4 <strong>da</strong> Revista <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>,RBO).O <strong>Brasil</strong> foi também admitido na Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Sul-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>, tendo como presi<strong>de</strong>nteeleito Arlindo Pardini, e secretário WalterManna Albertoni. O <strong>no</strong>vo estatuto <strong>da</strong> SSCM, <strong>da</strong>tado<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1992, traz os <strong>no</strong>mes dos brasileirosna diretoria. Essa união faria com que o IVCongresso Sul-America<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> serealizasse <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte, em conjuntocom o XIV CBCM. Além disso, a SBCM participaria,em 1993, com um espaço especial <strong>no</strong> XI Congresso<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Espanhola <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>,numa “Reunion Conjunta Hispa<strong>no</strong>-Argentina-<strong>Brasil</strong>eña”em Vigo, na Espanha.A infraestrutura <strong>da</strong> SBCM melhorava: além <strong>da</strong>se<strong>de</strong> própria com linha telefônica e secretáriaeletrônica, agora havia também um aparelho <strong>de</strong>fax. E já havia pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> se “comprar um computador<strong>no</strong> futuro” (não ficou explicado como eramimpressas as circulares, se não havia computador1969 a2000Paul R. Manske, Paulo Pires, Edie Caeta<strong>no</strong>, Rames Mattar Jr e outros <strong>no</strong> XVII CBCM, em Belo Horizonte, 1997, ecapa do programa do congresso55


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Almir Pereira (à esquer<strong>da</strong>), autor do primeiro registro histórico <strong>da</strong> SBCM, e capa do livretoain<strong>da</strong>). Ain<strong>da</strong> assim, <strong>no</strong> final do a<strong>no</strong>, o tesoureiro“encareci<strong>da</strong>mente” agra<strong>de</strong>cia aos sócios que pagassemsuas anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s, já que a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ameaçava:“A SBCM <strong>de</strong>verá dimiuir suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>no</strong>próximo a<strong>no</strong>, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> pagamento <strong>da</strong>sanui<strong>da</strong><strong>de</strong>s”. As anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s permitiam manter ase<strong>de</strong> aberta, num a<strong>no</strong> <strong>de</strong> conjuntura ain<strong>da</strong> complica<strong>da</strong>,com a votação do impedimento do presi<strong>de</strong>nteFernando Collor <strong>de</strong> Mello.A última ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> científica do a<strong>no</strong>, a XXVI Jorna<strong>da</strong>e 41 o Curso, teve mais <strong>de</strong> 300 participantes.Realiza<strong>da</strong> pela Regional Centro-Leste-Oeste <strong>no</strong>Rio <strong>de</strong> Janeiro, contou com a presença <strong>de</strong> Tsun-Min Tsai, dos Estados Unidos, que apresentou seisconferências.Somente naquele a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1992 conseguiu-seresolver, com modificação do Regimento Inter<strong>no</strong>,um problema arrastado há tempos: a eliminaçãodo Artigo 17, que criava uma taxa <strong>de</strong> 15anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> serviços<strong>de</strong> treinamento em cirurgia <strong>da</strong> mão. Algunsserviços aprovados em vistoria <strong>da</strong> SBCM nãopodiam oficializar sua condição por falta <strong>de</strong> recursosfinanceiros para pagar a taxa. Assim, ocre<strong>de</strong>nciamento passou a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r tão somente“<strong>de</strong> aspectos técnicos dos serviços e curriculares<strong>de</strong> seus professores”. Porém a cobertura <strong>da</strong>s<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong>correntes do cre<strong>de</strong>nciamento ficariapor cargo dos solicitantes.No início 1993, foi criado o Prêmio Danilo Gonçalves,para o melhor trabalho científico apresentadodurante a XXVII Jorna<strong>da</strong> <strong>da</strong> SBCM, emCuritiba. Era um prêmio ho<strong>no</strong>rífico, sem valor emdinheiro. No entanto, outro prêmio, o “Alípio Pernet”foi <strong>de</strong>pois criado para ser concedido ao melhortrabalho apresentado <strong>no</strong> XIV CBCM, tambémho<strong>no</strong>rífico.O XIV CBCM foi realizado em Belo Horizonte, naAssociação Médica <strong>de</strong> Minas Gerais, em conjuntocom o IV Congresso Sulamerica<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>, organizado sob a presidência <strong>de</strong> Pardini, e aII Jorna<strong>da</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Terapeutas <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, entre11 e 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1993. Na ocasião, foi eleitaa <strong>no</strong>va diretoria. No Conselho Fiscal e na RegionalNorte-Nor<strong>de</strong>ste permaneceram os mesmosdiretores. Na Regional Centro-Leste-Oeste entrouPaulo Ran<strong>da</strong>l Pires como presi<strong>de</strong>nte, An<strong>de</strong>rsonVieira Monteiro como vice e Kleber Elias Tavarescomo secretário-tesoureiro. Na Sul, ficou NelsonMattioli Leite como presi<strong>de</strong>nte, <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>como vice e Nelson Otsuka como secretáriotesoureiro.No Conselho executivo, Arnaldo ValdirZumiotti, José Luiz Pistelli e José Maurício doCarmo. Na diretoria, entraram Fernando A.N.C.Barros com presi<strong>de</strong>nte, Edie Caeta<strong>no</strong> como vice,Flávio Faloppa como secretário-geral, Rui SérgioMonteiro <strong>de</strong> Barros como adjunto e Rames MattarJúnior como tesoureiro.Rames tomaria a tesouraria <strong>de</strong> Faloppa em dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Circular <strong>da</strong> diretoria anterior, a última <strong>de</strong>1993, foi envia<strong>da</strong> com atraso aos sócios “<strong>de</strong>vido àsituação financeira atual <strong>da</strong> SBCM”. Nelson MattioliLeite escreveu: “Nosso caixa está negativo, oque levou o tesoureiro a cobrir as <strong>de</strong>spesas fixas56


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> com dinheiro <strong>de</strong> seu próprio bolso.Esta situação foi causa<strong>da</strong> pela falta <strong>de</strong> pagamento<strong>de</strong> anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s por muitos sócios, falta <strong>de</strong> ‘lucro’<strong>da</strong> última Jorna<strong>da</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>e <strong>no</strong> recente Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. A situação é agrava<strong>da</strong> pela inflação do país.”E continua a “bronca” <strong>no</strong>s sócios: “Devo lembrarque, segundo os estatutos sociais, ‘compete ao tesoureiromanter sob sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> todosos valores pertencentes à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>...’ e nunca sero mantenedor <strong>da</strong> mesma.”A chama<strong>da</strong> parece que <strong>de</strong>u resultado: na segun<strong>da</strong>circular envia<strong>da</strong> em junho <strong>de</strong> 1994, a SBCMjá dizia que “a maioria do sócios já efetuaram opagamento <strong>da</strong> anui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 1994”. O 43 o Curso<strong>da</strong> SBCM, realizado em São Paulo em 21 e 22 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 1994, também aliviaria a situação: a presença<strong>de</strong> 151 inscritos garantiu lucro <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>4,5 mil dólares. Mais dois cursos foram realizadosnaquele a<strong>no</strong> e quatro empresas farmacêuticas e<strong>de</strong> órteses e próteses <strong>de</strong>ram apoio à SBCM.Em <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1994, o Concurso para MembroTitular <strong>da</strong> SBCM aprovou <strong>no</strong>ve candi<strong>da</strong>tos,<strong>de</strong>ntre eles Luiz Koiti Kimura e Ivan Chakkour. Acontínua admissão <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos membros associadose a conversão <strong>de</strong>stes em titulares fazia crescera SBCM num ritmo constante. Em setembro <strong>de</strong>1995, a SBCM enviaria pela primeira vez por circularaos associados e titulares a lista <strong>de</strong> todos ossócios: havia 105. Essa representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> permitiaque a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> continuasse a atuar, junto àAMB, pela reformulação <strong>da</strong> Tabela <strong>de</strong> Ho<strong>no</strong>rários,repeti<strong>da</strong>mente <strong>de</strong>fasa<strong>da</strong> em função <strong>da</strong> alta inflação<strong>da</strong> época. Em julho <strong>de</strong> 1995, as negociaçõesse encerraram e “com gran<strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>” a diretoriarevelou que conseguiu modificar os valores<strong>de</strong> vários procedimentos substancialmente.Em março <strong>de</strong> 1995, a XXV Jorna<strong>da</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> trouxe os professores Green eZancolli a Belo Horizonte, para o Simpósio Internacional.E a SBCM já se programava para participar,em setembro do V Congresso Sul America<strong>no</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em Caracas, enviando 14representantes. Ao <strong>50</strong> o Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, também em setembro,foram vários membros <strong>da</strong> SBCM, e lá foidiscuti<strong>da</strong> a criação <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Panamericana<strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. O XV CBCM,marcado para <strong>no</strong>vembro, <strong>no</strong> Rio Palace Hotel,também era oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estreitar as relaçõesinternacionais: <strong>no</strong>ve convi<strong>da</strong>dos estrangeiros estavamconfirmados em agosto. O evento se realizariaem conjunto com o Encontro Internacional<strong>de</strong> Microcirurgia Reconstrutiva.1996: gestões e congressos anuaisDuas importantes modificações <strong>no</strong>s Estatutos<strong>da</strong> SBCM se empreen<strong>de</strong>ram na AssembleiaExtraordinária convoca<strong>da</strong> durante o XV CBCM:a primeira foi a eleição anual, em vez <strong>de</strong> bienal,do presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM, com realização anual do1969 a2000Exame oral <strong>da</strong> prova <strong>de</strong> título<strong>de</strong> especialista em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. Na foto me<strong>no</strong>r, Mazzere Gervais examinando umcandi<strong>da</strong>to, em 1999. Naoutra, Zumiotti orientandoexaminadores <strong>da</strong> prova oral57


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Congresso Nacional. Para 1996, foi eleito presi<strong>de</strong>nteEdie Caeta<strong>no</strong> e, para 1997, Ronaldo Percopi<strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. A segun<strong>da</strong> foi o acesso direto: médicosque terminassem a residência em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> <strong>no</strong>s centros cre<strong>de</strong>nciados passaram a po<strong>de</strong>rprestar o Concurso para Membro Titular diretamente,sem precisarem aguar<strong>da</strong>r dois a<strong>no</strong>s comoMembros Associados <strong>da</strong> SBCM.O secretário-geral Flávio Faloppa comunicouaos sócios que entraram para o Conselho Executivo<strong>da</strong> SBCM Arnaldo V. Zumiotti, Gilberto Oharae Luis Carlos Angelini. Para o Conselho Fiscal, FernandoA.N.C. Barros, Heitor J.R. Ulson e RonaldoJ. Azze. Faloppa permaneceria como secretáriogeral,com Paulo Ran<strong>da</strong>l Pires como adjunto e <strong>no</strong>vamenteRames Mattar Jr. como tesoureiro. NasRegionais: Rui Sérgio M. Barros na presidência <strong>da</strong>Norte-Nor<strong>de</strong>ste, An<strong>de</strong>rson V. Monteiro, que era ovice, virou presi<strong>de</strong>nte na Centro-Leste-Oeste e omesmo ocorreu com <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> na Sul.A primeira circular edita<strong>da</strong> por essa <strong>no</strong>va turma<strong>de</strong> diretores informava: “O <strong>no</strong>sso Comitê <strong>de</strong> DefesaProfissional tem trabalhado intensamentejunto à AMB, na confecção, discussão e implantação<strong>da</strong> <strong>no</strong>va lista <strong>de</strong> Preços Referenciais (antigatabela <strong>da</strong> AMB). A mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong>veu-se a pressões<strong>da</strong>s Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s Prestadoras <strong>de</strong> Serviços (FENASEG),que entraram com Man<strong>da</strong>do <strong>de</strong> Segurança juntoao CADE, pedindo a inconstitucionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> tabela,argumentando seu caráter <strong>de</strong> Cartelização”.A SBCM informava que, a partir <strong>de</strong> 1 o <strong>de</strong> maio <strong>da</strong>quelea<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1996, a AMB orientava seus filiados afixar o valor <strong>da</strong> consulta para convênios médicosem R$ 39,00. O valor foi discutido <strong>no</strong> congresso<strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>da</strong> SBCM, em horário <strong>no</strong>bre.A AMB também havia sugerido às Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>sque instituíssem a revali<strong>da</strong>ção dos Títulos <strong>de</strong> Especialista.Em 1996, aumentou o número <strong>de</strong> inscritos<strong>no</strong> Concurso para Membro Titular, para 16,o que <strong>de</strong>monstrava a importância que ganhavaa especialização – 14 foram aprovados naquelea<strong>no</strong>. A SBCM solicitou que os seus sócios pensassema respeito e formulassem sugestões.A parceria com a SBOT se consoli<strong>da</strong>va: <strong>no</strong> XXXCBOT, a SBCM cuidou do Dia <strong>da</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,trazendo Hill Hasting dos Estados Unidos paraconferenciar. Onze trabalhos foram publicados<strong>no</strong> número especial sobre cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>da</strong> Revista<strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> – em 1997 foram 28,sendo 8 <strong>no</strong> especial. E um Curso do Comitê foiprogramado na se<strong>de</strong> <strong>da</strong> SBOT em São Paulo, emoutubro.Naquele mês <strong>de</strong> outubro, 18 membros <strong>da</strong>SBCM foram a Nasville, <strong>no</strong>s Estados Unidos, parao 51 o Congresso America<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. ASBCM <strong>de</strong>stacou em circular que Pardini havia sidoconvi<strong>da</strong>do para vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional<strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>. Asparcerias internacionais se fortaleciam: em agosto,19 membros foram ao Curso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> eMembro Superior <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>d Su<strong>da</strong>mericana <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> la Ma<strong>no</strong>. O evento aconteceu <strong>no</strong> Chile(em Santiago), aju<strong>da</strong>ndo a “propagar a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>pelo continente”. Walter Manna Albertonifoi eleito vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>d e Pardini,o <strong>de</strong>legado <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional. A SBCMCongraçamento sul-america<strong>no</strong> <strong>de</strong> cirurgia e terapia<strong>da</strong> mão, em 1999Descontração: Phillipe Saffar cantando músicasbrasileiras <strong>no</strong> CBCM em 200058


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90também convi<strong>da</strong>va seus sócios a participaremcientificamente do VI Congresso Sulamerica<strong>no</strong> <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>no</strong> final <strong>de</strong> 1997, em Bue<strong>no</strong>s Aires:15 sócios confirmaram a participação. A duplaPardini-Albertoni muito contribuiu para colocar aAmérica Latina <strong>no</strong> cenário internacional <strong>da</strong> cirurgia<strong>de</strong> mão.Devido ao alto número <strong>de</strong> temas livres inscritos<strong>no</strong> XVI CBCM, a comissão organizadora precisoureduzir o tempo <strong>de</strong> exposição dos trabalhosem alguns minutos. Mais <strong>de</strong> 300 congressistasforam a Campos do Jordão, em São Paulo, on<strong>de</strong>o evento se <strong>de</strong>senrolou entre 28 e 30 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro<strong>de</strong> 1996. Um concurso elegeu o melhor estudoapresentado em ca<strong>da</strong> seção e <strong>no</strong> congressocomo um todo.Retrocesso: a per<strong>da</strong> do status <strong>de</strong>especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>No a<strong>no</strong> seguinte, a SBCM ampliou seu canal<strong>de</strong> comunicação com os associados: criou umapágina na internet e um e-mail para correspondências.O XVII CBCM estava marcado para 10a 13 e <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1997, em Belo Horizonte.Presenças confirma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Paul Manske, GotranSennwald, Laura Timmerman e Gabriele Bammer.Tudo corria aparentemente bem na rotina<strong>da</strong> SBCM, quando uma reviravolta aconteceuem 1998.Com a criação do Mercosul, formou-se umacomissão entre o CFM, a AMB, a Fe<strong>de</strong>raçãoNacional dos Médicos (FENAM) e a ComissãoNacional <strong>de</strong> Residência Médica (CNRM) paratentar padronizar o ensi<strong>no</strong> médico em todos ospaíses participantes. Essa comissão julgou porbem que a lista <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>veria serpadroniza<strong>da</strong> tal como era <strong>no</strong> Uruguai – e issoexcluía a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> como uma especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Relatório <strong>de</strong> uma reunião ocorri<strong>da</strong> em 24<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1998 em Brasília lista apenas <strong>Cirurgia</strong>Plástica como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, contendo <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, Tratamento <strong>de</strong> Queimados e <strong>Cirurgia</strong>Buco-maxilo-facial como "áreas <strong>de</strong> atuação" <strong>da</strong><strong>Cirurgia</strong> Plástica!Pardini relata os bastidores <strong>da</strong> reunião: "Quando<strong>de</strong>u 30 minutos, queriam terminar, dizendoque havia finalizado o tempo... Eu falei que nãoaceitava, absolutamente, isso, porque estávamosdiscutindo um assunto sério. A impressãoque eu tinha era <strong>de</strong> que a comissão ali reuni<strong>da</strong>não estava nem ouvindo o que estávamosfalando. Seguiu-se uma série <strong>de</strong> conversas, <strong>de</strong>discussões que não redun<strong>da</strong>ram em na<strong>da</strong>.” Pardinivoltou <strong>de</strong> Brasília arrasado, e a <strong>no</strong>tícia também<strong>de</strong>ixou todos os especialistas estupefatos.Depois <strong>de</strong> muitos a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> luta pela consoli<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong> estreitas relaçõescom a AMB, que vinha conce<strong>de</strong>ndo títulos <strong>de</strong>especialista a inúmeros cirurgiões <strong>de</strong> mão do<strong>Brasil</strong>, estava <strong>de</strong>cretado oficialmente o fim <strong>da</strong>especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> país!Mas o que ocorria <strong>no</strong> campo "oficial" não setraduzia <strong>no</strong> dia a dia, posto que os cirurgiões <strong>de</strong>mão continuavam a se reunir, a produzir cientificamentee a investir <strong>no</strong> crescimento <strong>da</strong> SBCM.Delegação <strong>de</strong> 10 membros <strong>da</strong> SBCM foi a PuntaCana, na República Dominicana, para o CursoIbero-America<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, organizadopor L. Shecker, C. Irrisarri e Walter Albertoni.O XVIII CBCM foi realizado <strong>no</strong> Hotel Intercontinental<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, entre 16 e 18 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 1998, com Jesse Jupiter, Diego Fernan<strong>de</strong>s eLuiz Shecker como convi<strong>da</strong>dos internacionais.Em agosto, 20 titulares foram ao Curso Internacional<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> realizado em Montevidéu,<strong>no</strong> Uruguai, organizado pela Fe<strong>de</strong>raçãoSul-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Para melhorarsua eficiência, além <strong>da</strong> comissão "para assuntosdo CNRM, CFM e FENAM e AMB, CRMe APM”, foram cria<strong>da</strong>s outras comissões: <strong>de</strong> Informática,<strong>de</strong> Educação Continua<strong>da</strong>, <strong>da</strong> Revista<strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>de</strong> Divulgação...Trabalho incessante.Pardini, Albertoni, Sobania, Faloppa, Afrânio <strong>de</strong>Freitas, Reinaldo Nakagawa e José Maurício doCarmo, além <strong>de</strong> vários outros colegas, iniciaramentão uma campanha política intensa <strong>no</strong> sentido<strong>de</strong> reverter a situação, <strong>de</strong> impedir que a cirurgia<strong>da</strong> mão fosse apenas uma "área <strong>de</strong> atuação" <strong>da</strong>cirurgia ortopédica ou plástica (ver manifesto).Continuavam, ain<strong>da</strong> assim, os Concursos paraTítulo <strong>de</strong> Especialista (a prova <strong>de</strong> 1999 foi realiza<strong>da</strong>em março, em São Paulo, e teve na<strong>da</strong> me<strong>no</strong>sque 45 candi<strong>da</strong>tos). De acordo com Pardini, oapoio <strong>de</strong> Antonio Carlos Lopes foi essencial paraa vitória, que só ocorreu a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>pois, em 2005.Assunto do próximo capítulo.Ain<strong>da</strong> assim, naquele mesmo a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1998, ogover<strong>no</strong> <strong>da</strong>va um sinal <strong>da</strong> força <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong>1969 a200059


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Manifesto pela recuperação do status<strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>A especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> mão é a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> médica que estu<strong>da</strong> e trata os distúrbios funcionais <strong>da</strong> mão, bem comoaqueles que ocorrem <strong>no</strong> restante do membro superior e que afetam o uso <strong>da</strong> mão. A mão é um órgãosensitivo-motor que apresenta gran<strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> função. O restante do membro superior atua comoum braço <strong>de</strong> alavanca, sendo ambos posicionados para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a serem executa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com a or<strong>de</strong>mcerebral. A origem <strong>da</strong> mão é <strong>no</strong> hemisfério cerebral contralateral, sendo seus estímulos a ela transmitidospelas raízes do plexo braquial e suas <strong>de</strong>rivações. A <strong>de</strong><strong>no</strong>minação “CIRURGIA DA MÃO” não reflete exatamentea reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> extensão e complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Diversas Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s Científicas <strong>no</strong> mundo jáestão adotando uma termi<strong>no</strong>logia mais ampla <strong>de</strong> “CIRURGIA DA MÃO E DO MEMBRO SUPERIOR”.No passado, o tratamento <strong>da</strong>s lesões complexas <strong>da</strong> mão obrigava a atuação <strong>de</strong> diversos especialistas, taiscomo: cirurgiões gerais, ortopedistas, cirurgiões plásticos e neurocirurgiões. A II Guerra Mundial cristalizou anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> um único profissional que <strong>de</strong><strong>no</strong>minasse diversas técnicas, necessárias à reparação<strong>da</strong>s diferentes estruturas envolvi<strong>da</strong>s em lesões traumáticas ou não. Hoje, a formação do cirurgião <strong>da</strong> mãoobriga o domínio <strong>da</strong>s técnicas microcirúrgicas, vascular e nervosa, utiliza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s reimplantes, nas transferências<strong>de</strong> tecido à distância, além do aprimoramento <strong>da</strong>s técnicas <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong>s estruturas osteo-articularese músculo-tendi<strong>no</strong>sas (próprias <strong>da</strong> ortopedia), reparações cutâneas (próprias <strong>da</strong> cirurgia plástica), reparações<strong>de</strong> plexos e nervos periféricos (próprios <strong>da</strong> neurocirurgia). Pelos motivos expostos e <strong>de</strong> acordo com os diferentesdocumentos anexos não é possível admitir-se transformar a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> “CIRURGIA DA MÃO” em área<strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> qualquer outra especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> médica.Não se <strong>de</strong>ve confundir uma articulação, por mais importante que esta seja, ou um segmento do aparelholocomotor, com um órgão sensitivo-motor como a mão, que possui 31 articulações sujeitas a diversos traumatismose condições patológicas. Se consi<strong>de</strong>rarmos que outras estruturas po<strong>de</strong>m estar isola<strong>da</strong>mente ou emconjunto envolvi<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>remos enten<strong>de</strong>r a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> atuação <strong>de</strong> um profissional com treinamento e<strong>de</strong>streza multidisciplinar para tratar <strong>de</strong>ste órgão, cuja representação <strong>da</strong> córtex cerebral é tão expressiva. Destaforma as lesões congênitas, cutâneas, tendi<strong>no</strong>sas, nervosas, vasculares, tumorais, <strong>de</strong>generativas, infecciosas,inflamatórias, reumáticas, síndromes dolorosas, doenças profissionais e esportivas. Além <strong>da</strong> cirurgia do plexobraquial e <strong>da</strong> microcirurgia são na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, as áreas <strong>de</strong> atuação <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> “<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>”.A maior preocupação, neste momento, <strong>da</strong> SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA DA MÃO é a manutenção,expansão e aprimoramento dos seus Centros <strong>de</strong> Treinamento, para que possamos garantir o padrão e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>necessárias para o tratamento <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, o que reverterá em benefício para o gran<strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> pacientesnecessitados em <strong>no</strong>sso país. Para tal, necessitamos <strong>de</strong> apoio e estímulo. Principalmente <strong>da</strong>s Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>sMédicas Oficiais, Órgãos Governamentais e <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Retirar a condição <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> “<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>” seria um passo <strong>da</strong>do em direção ao passado. É preciso compreen<strong>de</strong>r que, atualmente a Ciência caminhacom gran<strong>de</strong> rapi<strong>de</strong>z, lado a lado às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do ser huma<strong>no</strong>. Que não retirem a condição <strong>de</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>Médica à “CIRURGIA DA MÃO”, pelo contrário, que a amplie e a legitime.Comissão <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>Julho <strong>de</strong> 1998Prof. Dr. Arlindo Gomes Pardini JúniorProf. Dr.Walter M. AlbertoniProf. Dr. José Maurício M. CarmoProf. Dr. Flávio FaloppaProf. Dr. Rames Mattar Jr.Prof. Dr. Arnaldo V. ZumiottiDr. Gilberto OharaDr. Reinaldo NakagawaDr. Luiz Carlos Angelini60


<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90Cartaz <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> vagas <strong>de</strong> residência médicaem <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> em São Paulomão, que mostrava que a batalha não estava perdi<strong>da</strong>:Portaria do Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> publica<strong>da</strong>em 18 <strong>de</strong> setembro pelo ministro José Serra (número3.642), <strong>de</strong>terminava que "entre os médicosortopedistas que compõem as equipes profissionais,participantes do Sistema Estadual <strong>de</strong> ReferênciaHospitalar em Atendimento <strong>de</strong> Urgênciase Emergências, exista especialista em cirurgia <strong>de</strong>mão, <strong>de</strong> acordo com a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>Estado.” A Portaria reconhecia "a frequência <strong>da</strong>slesões traumáticas <strong>de</strong> mão, <strong>de</strong>vido a explosões,esmagamentos, aci<strong>de</strong>ntes automobilísticos e aci<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> trabalho”.Durante Assembleia Extraordinária realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong>Congresso, <strong>de</strong>cidiu-se alterar o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> MembroAssociado para Membro Aspirante, e permitiu-sea admissão <strong>de</strong> médicos, formados antes <strong>de</strong> 1995,candi<strong>da</strong>tos a Membro Aspirante. Também foi vota<strong>da</strong>uma modificação <strong>no</strong> <strong>no</strong>me <strong>da</strong> SBCM, quepassaria a se chamar Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>e Reconstrutiva do Membro Superior. Mas a mu<strong>da</strong>nça<strong>de</strong>finitiva só seria discuti<strong>da</strong> mais adiante.Na Assembleia Ordinária, foi eleita a <strong>no</strong>va diretoriapara o a<strong>no</strong> seguinte: Flávio Faloppa comopresi<strong>de</strong>nte, <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> como vice, RamesMattar Jr. como secretário-geral e Jefferson L.B.Silva como adjunto. O tesoureiro seria GilbertoOhara. No Conselho Executivo, Cláudio Barbieri,Luiz Carlos Angelini e Luiz K. Kimura. No Fiscal,Pardini, Albertoni e José Maurício M. Carmo. O<strong>de</strong>legado <strong>da</strong> Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste foi Rui S.M.Barros, <strong>da</strong> Centro-Leste-Oeste, Afrânio Donato <strong>de</strong>Freitas e do Sul, Paulo Sérgio dos Santos.O a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1999 trouxe ain<strong>da</strong> o XIX CBCM, realizadoem conjunto com o VII Congreso Su<strong>da</strong>merica<strong>no</strong><strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> la Ma<strong>no</strong>, o II Congreso Su<strong>da</strong>merica<strong>no</strong><strong>de</strong> Terapia <strong>de</strong> la Ma<strong>no</strong> e o II EncontroIbero-America<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Os eventoscombinados ocorreram <strong>no</strong> Maksoud Plaza em SãoPaulo, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> outubro a 1 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro, compresenças <strong>de</strong> James B. Steichen, representando aAmerican Society for Surgery of the Hand, e A. LeeDellon. A diretoria atuante em 1999 era ArnaldoValdir Zumiotti na presidência, com José MaurícioM. Carmo como vice. Secretário e tesoureiro permaneceramos mesmos: Rames Mattar e GilbertoOhara. No Conselho Executivo, <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>,Ivan Chakkour e Nelson Mattioli Leite. No Fiscal,ain<strong>da</strong> Pardini, com Sobania e Albertoni. No Norte-Nor<strong>de</strong>ste permaneceu Rio <strong>de</strong> Barros, com ReinaldoNakagawa na Regional Centro-Leste-Oeste eFlávio Faloppa <strong>no</strong> Sul.Zumiotti inaugurou, <strong>no</strong> segundo semestre<strong>da</strong>quele a<strong>no</strong>, um gran<strong>de</strong> avanço na comunicaçãocom o associado: o jornal Manus, oficial <strong>da</strong>SBCM, com patrocínio <strong>de</strong> laboratório farmacêutico.No Volume I, número 1, Walter Albertonipublicou artigo em que <strong>de</strong>fendia a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,marcava: "No <strong>Brasil</strong>, a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> éreconheci<strong>da</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> pela AssociaçãoMédica <strong>Brasil</strong>eira e pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1983. A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, que neste a<strong>no</strong> completa40 a<strong>no</strong>s, reúne aproxima<strong>da</strong>mente 400 especialistas".Albertoni informava ain<strong>da</strong> que emum terço dos traumatismos do aparelho locomotora mão está envolvi<strong>da</strong> e as suas sequelasem aci<strong>de</strong>ntados do trabalho respon<strong>de</strong>m poraproxima<strong>da</strong>mente meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s invali<strong>de</strong>zes permanentes.Pardini assi<strong>no</strong>u um artigo sobre oatendimento ao aci<strong>de</strong>nte do trabalho <strong>no</strong> país. Etrabalho sobre anti-inflamatórios apresentado<strong>no</strong> Simpósio Internacional, em julho, tambémfoi publicado. O segundo número do Manusfoi publicado às vésperas do XIX CBCM. Traziaum artigo geral <strong>de</strong> Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu sobre1969 a200061


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000Material <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> primeira Campanha <strong>de</strong>Prevenção <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes promovi<strong>da</strong> pela SBCMa mão e outro <strong>de</strong> Marcus Castro Ferreira sobremicrocirurgia, além <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> <strong>de</strong> eventos, quese tornaria tradicional.O último a<strong>no</strong> do <strong>no</strong>vo milênio começou comoutra diretoria eleita <strong>no</strong> CBCM: Faloppa passouà presidência, com <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> como vice.Os secretários ain<strong>da</strong> eram Rames e Jefferson, e otesoureiro era o mesmo, assim como o ConselhoExecutivo e o Fiscal e nas Regionais. O Concursopara Título <strong>de</strong> Especialistas aprovou 31 <strong>de</strong>ntre 36candi<strong>da</strong>tos. O segundo número do jornal Manus<strong>de</strong> 2000 foi editado ain<strong>da</strong> <strong>no</strong> primeiro semestree comemorava a portaria <strong>de</strong> Serra exigindoo primeiro atendimento ao aci<strong>de</strong>ntado por especialista<strong>de</strong> mão. Tratava <strong>da</strong> eleição <strong>de</strong> Pardinipara a presidência <strong>da</strong> IFSSH, e do falecimento <strong>de</strong>Orlando Graner, ocorrido em 14 <strong>de</strong> março.Tanto o Manus quanto uma circular <strong>de</strong> junho<strong>da</strong>quele a<strong>no</strong> falavam <strong>de</strong> um assunto que muitoimportava <strong>no</strong> campo dos aci<strong>de</strong>ntes; a circulara<strong>no</strong>tava: "A Diretoria <strong>da</strong> SBCM vem mantendocontato com a AMB, APM e com o Ministério <strong>da</strong>Saú<strong>de</strong>, com objetivos <strong>de</strong> melhorar a situação <strong>da</strong>especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, modificando a lista <strong>de</strong> procedimentosmédicos e a tabela do SUS e tentandocriar o programa <strong>da</strong> semana <strong>de</strong> prevenção doaci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho.” A campanha tinha fundosocial, mas era consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> também umaestratégia <strong>de</strong> valorização do especialista, e reconhecimento<strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um evento <strong>de</strong>abertura foi marcado para 24 <strong>de</strong> julho na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo (Unifesp) envolvendoo ministro <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, José Serra, o secretáriodo Trabalho, Walter Barelli, o presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>AMB, Eleuses Vieira <strong>de</strong> Paiva, o diretor-executivo<strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>centro, José Gaspar, a presi<strong>de</strong>nte doCRM <strong>de</strong> São Paulo, Regina Parisi, o presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> AMP <strong>de</strong> São Paulo, José Luiz Gomes do Amaral,o reitor <strong>da</strong> Unifesp, Hélio Egídio Nogueira eo <strong>da</strong> Força Sindical, Diógenes Martins. Um CDcom sli<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Campanha foi enviado aos associadospara auxiliar na divulgação <strong>no</strong>s serviços,CIPAS e outros.O XX CBCM foi realizado <strong>no</strong> Recife, entre 7e 9 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2000, com a presença <strong>de</strong>oito conferencistas internacionais. Na AssembleiaOrdinária, já se iniciaram as votações paradois a<strong>no</strong>s adiante. Assim, foram eleitos CláudioBarbieri como presi<strong>de</strong>nte para 2002, RamesMattar como vice-presi<strong>de</strong>nte. Secretário-gerale adjunto, Luiz Carlos Angelini e Afrânio <strong>de</strong>Freitas. Tesoureiro, Ivan Chakkour. Na RegionalNorte, Mauri Cortez; na "Regional Centro", PauloSérgio M. Queiroz e na Regional Sul, FernandoBaldy dos Reis. No Conselho Fiscal, Edie B. Caeta<strong>no</strong>,José Maurício M. Carmo e Arnaldo ValdirZumiotti. No Executivo, Gilberto Ohara, NelsonMattioli Leite e Jefferson B. Silva. A i<strong>de</strong>ia era queas mu<strong>da</strong>nças constantes na presidência nãopermitiam a <strong>de</strong>dicação aos assuntos associativose políticos (AMB, CFM, CNRM).62


O <strong>no</strong>vo milênioA especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> médica <strong>no</strong><strong>no</strong>vo milênio – A SBCM hoje63Entramos <strong>no</strong> terceiro milênio com a sensaçãodo “<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> casa cumprido”. Os diversoscentros <strong>de</strong> treinamento são eficientes para formarcirurgiões, a produção científica é <strong>de</strong> boaquali<strong>da</strong><strong>de</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, o processo político<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> SBCM é o mais <strong>de</strong>mocrático possível,o quadro social cresceu, a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>vosmembros obe<strong>de</strong>ce a critérios científicos, temosrepresentativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nas principais instituiçõesque tratam <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, exercemos ostatus <strong>de</strong> ESPECIALIDADE MÉDICA, logo estaremosem <strong>no</strong>va se<strong>de</strong> administrativa e a aproximaçãocom outras Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> é maisum aspecto positivo. Portanto, já percorremosum caminho <strong>de</strong> vitórias e conquistas na<strong>da</strong> fácile na<strong>da</strong> simples. As <strong>no</strong>vas gerações sabem <strong>da</strong>responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que carregam para a continui<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>ssa missão.Imaginando que o Alípio Pernet, o OrlandoGraner, o Danilo Gonçalves, o Lauro Barros <strong>de</strong>Abreu e o Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes fosseminiciar tudo <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo, aposto que o fariam com omesmo <strong>de</strong>stemor e entusiasmo <strong>da</strong> primeira vez.<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>Manus 2001;III(1):2.O primeiro a<strong>no</strong> do <strong>no</strong>vo milênio já começou,para a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong><strong>Mão</strong> (SBCM), com especiais oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Circulardo início do a<strong>no</strong>, em que eram previstosassuntos <strong>de</strong> agen<strong>da</strong>, já <strong>da</strong>va conta <strong>da</strong> intenção<strong>de</strong> “compra <strong>da</strong> <strong>no</strong>va se<strong>de</strong> e prováveis aluguéisque <strong>no</strong>s levarão à autossuficiência”. A compra<strong>de</strong> dois conjuntos em um prédio <strong>de</strong> escritórios<strong>no</strong> Ibirapuera aconteceu <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2001. O pla<strong>no</strong>inicial era <strong>de</strong> alugar um e utilizar outro, além<strong>de</strong> alugar ain<strong>da</strong> a se<strong>de</strong> antiga, na rua Alceu <strong>de</strong>Campos Rodrigues. Os conjuntos on<strong>de</strong> hoje estásitua<strong>da</strong> a se<strong>de</strong> <strong>da</strong> SBCM ficam num prédio comampla infraestrutura, próximo do Aeroporto <strong>de</strong>Congonhas.Por outro lado, a inadimplência dos sóciosameaçava a saú<strong>de</strong> financeira <strong>da</strong> SBCM. Em 2001,montava R$ 44 mil em anui<strong>da</strong><strong>de</strong>s não pagaspelos sócios – enquanto a diretoria trabalhavaem prol <strong>da</strong> manutenção do caráter <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,cui<strong>da</strong>va <strong>da</strong> tabela <strong>de</strong> ho<strong>no</strong>rários médicos(a "Lista <strong>de</strong> Procedimentos Médicos"produzi<strong>da</strong>pela Associação Médica <strong>Brasil</strong>eira, AMB), para valernão apenas <strong>no</strong> âmbito do Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, mas <strong>no</strong> privado também, e <strong>da</strong> luta contrauma medi<strong>da</strong> provisória que modificava a regulamentaçãodos pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, prejudicandoconsumidores (a MP 2177-43, revoga<strong>da</strong>).Pardini, em 2000, havia sido eleito para trêsdiferentes cargos consecutivos na InternationalFe<strong>de</strong>ration of Societies for Surgery of the Hand(IFSSH): "presi<strong>de</strong>nte-eleito", <strong>de</strong> 2001 a 2003, "presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>", <strong>de</strong> 2004 a 2007 e presi<strong>de</strong>ntedo Conselho, <strong>de</strong> 2007 a 2010. Texto publicado<strong>no</strong> jornal Manus reconhecia: "A conquista nãofoi por acaso. Pardini possui o reconhecimentodos seus pares, <strong>no</strong> país e <strong>no</strong> exterior, <strong>da</strong> suacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> luta, retidão <strong>de</strong> caráter e buscacontínua <strong>de</strong> soluções justas para todos os lados.As suas contribuições à <strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>tam<strong>de</strong> déca<strong>da</strong>s. Ele reúne ao mesmo tempo ecom igual talento as funções <strong>de</strong> chefe <strong>de</strong> família,companheiro, cirurgião, educador e, sua confessável<strong>de</strong>voção, publicador <strong>de</strong> temas científicos."O XXI Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>(CBCM) foi realizado em Gramado, Rio Gran<strong>de</strong>do Sul, entre 2 a 4 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2001. O eventofoi montado em conjunto com a II Jorna<strong>da</strong> Luso-<strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Reabilitação <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Houve 589 inscritos,sendo 32,4% <strong>de</strong> sócios <strong>da</strong> SBCM e 24,84%não sócios. Ain<strong>da</strong> assim, o congresso fechou comprejuízo, arcado inteiramente pelo presi<strong>de</strong>nte,<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>. Essa questão, aliás, havia sidotrata<strong>da</strong> pela SBCM como se forsse uma "lei <strong>de</strong>responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> fiscal": lucros dos congressosseriam <strong>de</strong>stinados às contas <strong>da</strong> SBCM, enquantoque os prejuízos precisariam ser arcados pelosorganizadores. Assim, o prejuízo <strong>de</strong> uma gestãonão seria entregue à gestão seguinte.Em Editorial do jornal Manus, a avaliação foi <strong>de</strong>2001 a 2009


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20092001 a 2009Vetera<strong>no</strong>s <strong>da</strong> SBCM ain<strong>da</strong> participando <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s científicas: alguns presentes, outros a distância, massempre participandoque o país foi bem abrangido, com palestrantes<strong>de</strong> todos os estados e não membros <strong>da</strong> comissãoorganizadora (para maior participação dossócios), abertura para <strong>de</strong>bate entre participantesdos temas livres, abolindo a figura do comentadoroficial, seis cursos sobre temas gerais, commédia <strong>de</strong> 100 participantes em ca<strong>da</strong>. Na partesocial, dois <strong>de</strong>staques: homenagens a ex-presi<strong>de</strong>ntes,inclusive Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu, quecompareceu aos 87 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, e a presença<strong>da</strong>s esposas dos congressistas (77), pela primeiravez foram convi<strong>da</strong><strong>da</strong>s por carta.O Congresso seguinte, XXII CBCM, foi realizadoem Ribeirão Preto, durante a gestão <strong>de</strong> CláudioHenrique Barbieri, em conjunto com a I Jorna<strong>da</strong>Ribeirão-Pretana <strong>de</strong> Reabilitação <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em1 a 3 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2002. Osteossíntese era umdos temas mais atraentes, além <strong>de</strong> fraturas dopunho, a<strong>de</strong>sivos biológicos e microcirurgia. Trêspalestrantes estrangeiros estiveram presentes:Jesse Jupiter, Ladislav Nagy e Fiesky Nuñez.Possivelmente foi um congresso atribulado:naquele mesmo mês estava sendo edita<strong>da</strong> pelaComissão Mista <strong>de</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, forma<strong>da</strong> pelaAMB, Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina (CFM) e ComissãoNacional <strong>de</strong> Residência Médica (CNRM)uma <strong>no</strong>va medi<strong>da</strong> que abalaria a SBCM, e o assuntofoi discutido em Assembleia. A <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> foi <strong>no</strong>vamente lista<strong>da</strong> como uma "área<strong>de</strong> atuação", não como Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> Médica.Aquele era o resultado, funesto, <strong>de</strong> seis a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>trabalho <strong>da</strong> Comissão. Matéria <strong>no</strong> jornal Manusque foi publicado logo em segui<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> em2002, retratava: "O CFM reconhecia 62 especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,a AMB, 47 e a CNRM, 35. A <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> era reconheci<strong>da</strong> peloCFM e pela AMB, mas não pela CNRM, motivopor que nenhum serviço <strong>de</strong> treinamento oficialrecebia bolsas <strong>de</strong> residência médica especificamentepara o treinamento na especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, massim para um a<strong>no</strong> adicional <strong>de</strong> treinamento (R4)em <strong>Ortopedia</strong> ou <strong>Cirurgia</strong> Plástica, que era entãorealizado na <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>". Com a reforma, 48especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s passaram a ser reconheci<strong>da</strong>s pelastrês enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A justificativa para a medi<strong>da</strong> era a seguinte: emprimeiro lugar, o único requisito para o médicoingressar num programa <strong>de</strong> especialização eraque ele fosse graduado em Medicina, e especializaçãoprévia em outra área (como é exigido nacirurgia <strong>da</strong> mão, em <strong>Ortopedia</strong> ou <strong>Cirurgia</strong> Plástica)não po<strong>de</strong>ria, <strong>de</strong> acordo com a <strong>no</strong>va <strong>de</strong>terminação,ser exigi<strong>da</strong>. Em segundo lugar, o períodomínimo para treinamento numa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>64


O <strong>no</strong>vo milênio2001 a 2009Kleinert presente ao XXI CBCM, realizado em Gramado (RS), aqui com Hel<strong>de</strong>r Dias, Paulo, Heitor Ulson, FaustoLaurito e Hel<strong>de</strong>r Senaé <strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s, quando a SBCM exige somenteum a<strong>no</strong> (a residência em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> teria<strong>de</strong> passar a dois a<strong>no</strong>s para que ela fosse consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>). Os portadores dos títulos<strong>de</strong> especialista obtidos até então tinham preservadosseus direitos, mas, <strong>da</strong>li por diante, o títulopassaria a "área <strong>de</strong> atuação".A conclusão não podia ser outra: "<strong>de</strong>sprestígiopara a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, reconheci<strong>da</strong> como talpelo CFM há praticamente 20 a<strong>no</strong>s". A SBCM sepreocupava também com os reflexos <strong>da</strong> medi<strong>da</strong><strong>no</strong>s ho<strong>no</strong>rários médicos, <strong>no</strong> exercício <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<strong>no</strong> atendimento público aos doentese <strong>no</strong> atendimento pelos convênios, com umapossível exploração pelas empresas. Informavaque a AMB havia recomen<strong>da</strong>do que a SBCMcontinuasse a realizar os concursos para título<strong>de</strong> especialista, e que as Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>e Traumatologia (SBOT) e <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> Plástica(SBCP) po<strong>de</strong>riam fornecer o certificado.Durante a Assembleia realiza<strong>da</strong> em RibeirãoPreto, em 2002, ficou <strong>de</strong>cidido que o período <strong>de</strong>Residência em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> seria estendidopara dois a<strong>no</strong>s. A diretoria começou então a elaborarum documento, o "<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> – Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>Médica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Documento paraComissão Mista - CFM/AMB/CNRM", editado porCláudio Barbieri, Luiz Carlos Angelini, <strong>Osvandré</strong><strong>Lech</strong> e Antônio Severo. Esse documento traziaum "Histórico e evolução <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>no</strong><strong>Brasil</strong>", "Projeção <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>",incluindo consi<strong>de</strong>rações humanísticas, acadêmicas,sociais e históricas, "Projeção <strong>da</strong> cirurgia<strong>da</strong> mão na América do Sul", "Projeção internacional<strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão brasileira", "Programa<strong>de</strong> Residência Médica em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>", comsuas características, justificativa, ementa, objetivos,ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, conteúdo teórico, avaliação ebibliografia, uma lista dos serviços cre<strong>de</strong>nciados<strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> (na época, 17), "Educaçãocontinua<strong>da</strong> e reciclagem", "Caracterizaçãoepi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão", "Justificativaspara manutenção <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão comoespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>" e, finalmente,” Produção científicabrasileira na especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>". Entre as justificativas,os autores colocavam que o exercício <strong>da</strong> cirurgia65


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20092001 a 2009Última aparição pública <strong>de</strong> Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu,aqui com Luiz Carlos Sobania, <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> eHeitor Ulson, <strong>no</strong> XXI CBCM, em 2001<strong>da</strong> mão exigia conhecimentos impossíveis <strong>de</strong> seobter durante a residência em <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologiaou <strong>Cirurgia</strong> Plástica.O documento foi apresentado à ComissãoMista numa reunião realiza<strong>da</strong> em Brasília em 26<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003. Estiveram presentes trêsrepresentantes do CFM (Oliveiros Guanais, AntonioGonçalves e Silo Holan<strong>da</strong>), dois <strong>da</strong> AMB(Fábio Jatene e Al<strong>de</strong>mir Humberto Soares) e um<strong>da</strong> CNRM (Juvêncio José Dualib Furtado), além<strong>de</strong> Luiz Carlos Sobania, José Maurício <strong>de</strong> MoraesCarmo, Cláudio Barbieri, Afrânio Donato <strong>de</strong> Freitas,Luiz Carlos Angelini, Reinaldo Nakagawa,Marcos Luiz Santarosa e Rames Mattar Júnior –SBCM em peso presente. A SBCM expôs entãoos motivos para manutenção <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e recebem uma promessa<strong>de</strong> resposta para dois meses <strong>de</strong>pois.A esta altura, a SBCM já tinha inaugurado seu<strong>no</strong>vo site (<strong>no</strong> en<strong>de</strong>reço www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br, on<strong>de</strong> está até hoje), e por ele pô<strong>de</strong> divulgarque as informações sobre a prova para título<strong>de</strong> especialista <strong>de</strong> 2004 seriam nele publica<strong>da</strong>s.Pô<strong>de</strong> divulgar também as informações sobre oXXIII CBCM, que foi realizado em 19 a 21 <strong>de</strong> junho<strong>de</strong> 2003 em São Paulo, entre o comunicado<strong>da</strong> Comissão Mista e a reunião em Brasília (emsetembro), portanto. Nesse evento, aproveitousepara realizar pesquisa <strong>de</strong> opinião entre osparticipantes sobre a periodici<strong>da</strong><strong>de</strong>, melhoresci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, melhor formato e temas para os congressosseguintes. Era a SBCM comunicando-secom seu sócio. O evento termi<strong>no</strong>u com 854 participantes(567 congressistas, 231 expositores e56 membros <strong>da</strong> equipe organizadora). Médicosnão membros <strong>da</strong> SBCM: 112. Oito palestrantesinternacionais estiveram em São Paulo.No evento seguinte, o XXIV CBCM, realizadoem Araxá (MG) entre 24 e 26 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004,já foi possível contabilizar a vitória: <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> váriasreuniões em Brasília e São Paulo, foi obtidoo reconhecimento <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> pela CNRM.Para que fosse consegui<strong>da</strong> a confirmação do caráter<strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> pela Comissão Mista, <strong>no</strong>entanto, foram <strong>de</strong>libera<strong>da</strong>s algumas modificações<strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> treinamento durante Assembleiarealiza<strong>da</strong> em Araxá e <strong>de</strong>pois, em <strong>no</strong>vembro<strong>de</strong> 2003, em Assembleia Extraordinária realiza<strong>da</strong><strong>no</strong> Recife, por ocasião do XXXV Congresso <strong>Brasil</strong>eiro<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia (<strong>da</strong> SBOT). ASBCM conclamou os centros <strong>de</strong> treinamento adivulgarem informações sobre seus serviços emsites próprios e <strong>da</strong> SBCM na internet.O site <strong>da</strong> SBCM já estava sendo utilizado parapublicar informes sobre a II Campanha <strong>de</strong> Prevenção<strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, com apoio <strong>da</strong>Fun<strong>da</strong>centro e do Sindicato dos Metalúrgicos <strong>de</strong>São Paulo. Realiza<strong>da</strong> entre 2 e 6 <strong>de</strong> agosto (atédia 20 em alguns centros), abrangeu diversasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e foi coberta pela mídia impressa e te-“É importante não confundir cirurgia namão com <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. A primeira representao fato <strong>de</strong> um profissional médico operarna mão, um cirurgião ortopedista, plástico,<strong>de</strong>rmatologista ou outro médico po<strong>de</strong> executarum ato operatório nesta região, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sua limitação profissional, sem per<strong>de</strong>r o bomsenso e sem prejudicar outras estruturas contíguas.A segun<strong>da</strong> é uma especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> médicaampla e complexa, que se concentra na área<strong>da</strong> mão e do punho, com conhecimento e<strong>de</strong>senvoltura para tratar, inclusive simultaneamente,to<strong>da</strong>s as estruturas anatômicas quepossam estar envolvi<strong>da</strong>s na condição patológicado paciente. Com frequência ultrapassaos limites <strong>da</strong> região <strong>da</strong> mão <strong>de</strong>vido às circunstanciasespecíficas e a riqueza <strong>de</strong> recursostécnicos que necessita possuir.”José Maurício <strong>de</strong> Morais Carmo,em material enviado à Comissão <strong>de</strong> Estudos <strong>da</strong>sEspeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s Médicas em 200466


O <strong>no</strong>vo milênio2001 a 2009Jornais Manus sempre divulgando a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a realização dos eventos científicoslevisiva, colaborando para a conscientização <strong>da</strong>população. A SBCM ganhava força – com a recuperaçãodo status <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> – e mostravasua força política – com sua atuação social emcampanhas preventivas.A partir <strong>de</strong> 2005, um <strong>no</strong>vo assunto importantefoi <strong>de</strong>batido numa Assembleia Extraordinária– esta convoca<strong>da</strong> previamente para acontecerdurante o XXV CBCM, em Joinville, evento realizadoentre 30 <strong>de</strong> março e 2 <strong>de</strong> abril e que reuniu600 congressistas: a discussão sobre a mu<strong>da</strong>nçado <strong>no</strong>me <strong>da</strong> SBCM (também chama<strong>da</strong> poralguns <strong>de</strong> "SBC<strong>Mão</strong>", para diferenciá-la <strong>da</strong> sigla<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Clínica Médica) paraAssociação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Por exigênciado <strong>no</strong>vo Código Civil <strong>Brasil</strong>eiro, <strong>de</strong> janeiro<strong>de</strong> 2002, que passou a reconhecer "associações",o registro jurídico <strong>da</strong> SBCM teria <strong>de</strong> passar a ser,como foi, para ABCM. Isso <strong>de</strong> fato ocorreu, poréma tradição do uso do <strong>no</strong>me "Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>" e<strong>da</strong> sigla SBCM já estava consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>. Optou-se,então, por usar, como neste livro, o <strong>no</strong>me "fantasia"SBCM, sendo o registro do CNPJ firmado <strong>no</strong><strong>no</strong>me <strong>da</strong> ABCM.A SBCM chegou a adotar o <strong>no</strong>me Associação<strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> inclusive em papelaria– porém ain<strong>da</strong> utilizando o logotipo tradicional,em que aparece o <strong>no</strong>me "Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>". NoPrograma do XXV CBCM, <strong>de</strong> 2005, aparece umlogotipo totalmente diferenciado, e que jamaisfoi reproduzido <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo, sem o mapa do <strong>Brasil</strong>e contendo apenas quatro linhas puras <strong>de</strong>senhandouma mão. No programa do XXVII CBCMtambém aparece outro logotipo, mas <strong>no</strong> doXXVIII CBCM aparece <strong>no</strong>vamente o velho logodo mapa do <strong>Brasil</strong> com a mão por cima – porémcom a <strong>de</strong><strong>no</strong>minação "Associação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>"... Depois disso, o logotipo tra-Programa do XXV CBCM, realizado em Santa Catarina67


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20092001 a 2009Kimura e a <strong>no</strong>va geração <strong>de</strong> cirurgiõesdicional voltou a ser usado. Hoje, o site <strong>da</strong> SBCMe as comunicações do CBCM mencionam "Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>",e inclusive o "aniversário <strong>de</strong> <strong>50</strong> a<strong>no</strong>s <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>".Na mensagem <strong>de</strong> abertura do programa doXXVI CBCM, o presi<strong>de</strong>nte Luiz Carlos Angelinisau<strong>da</strong>va os sócios: "Este é o primeiro <strong>de</strong> um <strong>no</strong>votempo, o <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> reconheci<strong>da</strong>. Aresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e os <strong>de</strong>safios, é claro, aumentampara todos". Ao jornal Manus, ele <strong>de</strong>clarou:"Finalizamos uma luta que não é só minha". O caráter<strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> estava garantido pela Resoluçãodo CFM número 1.763/05, firma<strong>da</strong> coma AMB e a CNRM. Com a boa-<strong>no</strong>va, ficou estabelecidoque o treinamento <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mãoteria a duração <strong>de</strong> três a<strong>no</strong>s e que o pré-requisitoem ortopedia e traumatologia ou cirurgia plásticanão mais seria necessário. Alguns serviçosseguiram a <strong>de</strong>terminação à risca e admitiramresi<strong>de</strong>ntes recém-formados para o treinamento.Com o tempo, <strong>no</strong> entanto, percebeu-se que oformato não era o i<strong>de</strong>al, e que os resi<strong>de</strong>ntes precisavamsim <strong>de</strong> conhecimentos <strong>da</strong>s duas áreas.Uma <strong>no</strong>va a<strong>de</strong>quação seria realiza<strong>da</strong> em breve.O XXVI CBCM, realizado em São Paulo entre 28<strong>de</strong> abril e 1 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, trouxe pela primeiravez a preocupação com as lesões por esforçorepetitivo (LER) e doenças osteomusculares relaciona<strong>da</strong>sao trabalho (DORT) <strong>da</strong>s mãos. O eventoreuniu mais <strong>de</strong> 800 médicos <strong>de</strong> várias especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,inclusive Dermatologia e Reumatologia,que foram contempla<strong>da</strong>s <strong>no</strong> programa. Ao final,abrilhantou o evento um show do músico Toquinho,que concordou em apoiar a Campanha<strong>de</strong> Prevenção a Aci<strong>de</strong>ntes e Traumas <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.O evento seguinte, XXVII CBCM, foi realizadoem Porto Alegre, entre 28 e 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2007,sob a presidência <strong>de</strong> Jefferson Luiz Braga Silva.Alguns meses <strong>de</strong>pois, foi finalmente publica<strong>da</strong>a Resolução CNRM número 2, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> agosto<strong>de</strong> 2007, tratando sobre Residência Médica em<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. A Resolução estabelecia que aresidência teria dois a<strong>no</strong>s, como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>que exige pré-requisito, que seria Programa <strong>de</strong>Residência Médica em <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologiaou <strong>Cirurgia</strong> Plástica. O documento trazia oconteúdo programático <strong>da</strong> residência.Em 2008, ocorreu o XXVIII CBCM, em RibeirãoPreto (SP). Mais uma vez, houve parcerias: foramrealiza<strong>da</strong>s conjuntamente a Jorna<strong>da</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Microcirurgia Reconstrutiva e ea Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Reabilitação <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. O congressofoi realizado entre 22 e 24 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008, comNilton Mazzer na presidência. Teve 785 participantes(68 estu<strong>da</strong>ntes <strong>de</strong> graduação), <strong>de</strong> 137ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e 21 diferentes estados brasileiros, todosos recor<strong>de</strong>s e expectativas supera<strong>da</strong>s.Participaram 11 países: Alemanha, Argentina,<strong>Brasil</strong>, Colômbia, EUA, França, Itália, Paraguai,Portugal, Suíça, Uruguai. Foram 178 palestrantes,sendo 10 estrangeiros. Mazzer relembra: "Pelaprimeira vez, a SBCM teve apoio <strong>de</strong> órgão <strong>de</strong>fomento, o CNPq, isto também <strong>de</strong>monstrou aalta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do programa científico. Ocorrerami<strong>no</strong>vações, como o informativo eletrônicoao longo dos corredores e nas portas <strong>da</strong>s salas,a votação eletrônica <strong>no</strong>s casos <strong>de</strong> discussãonas mesas-redon<strong>da</strong>s mo<strong>de</strong>rnas, que permitirama interação com o público, e ain<strong>da</strong> diversosworkshops. Acreditamos que a ve<strong>de</strong>te <strong>da</strong>si<strong>no</strong>vações foi o tema <strong>de</strong> discussão "o que eu nãofaço mais", sucesso absoluto, graças à participação<strong>de</strong> membros experientes <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Uma ouvidoria realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> evento anteriorpermitiu aten<strong>de</strong>r melhor os participantes nestaedição com planejamento cui<strong>da</strong>doso". Mazzercomemora: "Conseguimos fazer um evento <strong>de</strong>68


O <strong>no</strong>vo milênioalta quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com um custo-benefício excelentepara todos e ao mesmo tempo administrandoos recursos <strong>de</strong> forma que o resultado fosse positivopara que estes recursos pu<strong>de</strong>ssem ser aplicadosem outros projetos <strong>da</strong> SBCM. Isto era umanseio <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa Diretoria".Volta a São Paulo o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>de</strong> <strong>Mão</strong>, em sua XXIX edição, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong>comemoração dos <strong>50</strong> a<strong>no</strong>s <strong>da</strong> SBCM. Sob presidência<strong>de</strong> Fernando Baldy, o evento se <strong>de</strong>senrolaentre 25 e 27 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2009. Os temas livresestão sendo avaliados por critérios científicosobjetivos, por meio <strong>de</strong> tabela eletrônica. Já foramconfirma<strong>da</strong>s as presenças <strong>de</strong> 14 palestrantesinternacionais e to<strong>da</strong> a programação, científicae social, está publica<strong>da</strong> <strong>no</strong> site www.mao2009.com.br/. No pré-congresso, teremos o FórumPolítico-Social <strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong>. Sob coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>Luiz Carlos Sobania, sempre presente na SBCM,discutirá os temas “Estamos cui<strong>da</strong>ndo <strong>da</strong> mãodo trabalhador?”, “Estamos fazendo prevenção?”e outros. Participantes: Jefferson Braga Silva,Paulo Ran<strong>da</strong>l Pires, Nilton Mazzer, Samuel Ribak,Gianna Giostri, Roberto Sobania, Ivan Chakkour,Rames Mattar, Henrique Carlos Gonçalves, PauloSkaf, José Gustavo Bre<strong>da</strong>.2001 a 2009Programas dos últimos Congressos <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>A última edição do jornal Manus: ahistória <strong>da</strong> SBCM continua...Site <strong>de</strong> divulgação do XXIX Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong><strong>Mão</strong>, em 200969


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20092001 a 2009Clube <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>http://www.clube<strong>da</strong>mao.com.br/O Clube <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> é o primeiro programa <strong>de</strong>educação continua<strong>da</strong> pela internet em cirurgia<strong>da</strong> mão. Foi organizado pela Comissão <strong>de</strong>Educação Continua<strong>da</strong> (CEC) <strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong>s<strong>de</strong>22 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2005 como um sistema <strong>de</strong>educação a distância, e é transmitido uma vezpor mês, com <strong>da</strong>ta e hora marca<strong>da</strong>, ao vivo.Tem participantes <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a América Latinae Caribe, Chile, Portugal, e dos Estados Unidos.Inteiramente patrocinado pela indústria,não onera os bolsos <strong>da</strong> SBCM, mas beneficiatodos os seus sócios e qualquer médico que<strong>de</strong>seje assisti-lo.O sistema foi i<strong>de</strong>alizado pela SBCM, e <strong>de</strong>poisreproduzido por diversas outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>smédicas. Hoje, é apoiado pela Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia (SBOT).Dois cirurgiões <strong>de</strong> mão especialistas, mais opresi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM e membros <strong>da</strong> CEC sãofilmados, em São Paulo, falando a respeito <strong>de</strong>diversos temas. Um calendário na primeira páginaavisa qual será o próximo assunto, <strong>da</strong>ta ehora <strong>da</strong> transmissão, e todos po<strong>de</strong>m assistir aovivo. Milhares <strong>de</strong> médicos já se ca<strong>da</strong>straram,assistiram e participaram fazendo perguntas.Trabalharam para que o projeto se tornasseuma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> Luiz Carlos Angelini, i<strong>de</strong>alizadordo programa, João Batista Gomes dos Santos,coor<strong>de</strong>nador durante vários a<strong>no</strong>s e HamiltonCon<strong>de</strong>, presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Atitu<strong>de</strong> Mídia Digital,<strong>de</strong>senvolvedora <strong>da</strong> Tec<strong>no</strong>logia. Arnaldo ValdirZumiotti e Cláudio Barbieri participaram <strong>da</strong>edição <strong>de</strong> inauguração, em 2005, com o temaFratura dos Ossos <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.Ao longo <strong>de</strong> cinco a<strong>no</strong>s, foram ao ar 45eventos: 70 horas <strong>de</strong> aulas e <strong>de</strong>bates ao vivosobre as afecções mais simples até as maiscomplexas. O lema do programa é: “Encurtandodistâncias, dividindo conhecimentos ebeneficiando pacientes”.Salomão Cha<strong>de</strong> Assan Zatiti, Luiz Carlos Angelinie Carlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s <strong>no</strong> último evento doClube <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, realizado em 9 <strong>de</strong> junho70


O <strong>no</strong>vo milênioCampanha Nacional <strong>de</strong> Prevenção a Aci<strong>de</strong>ntes e Traumas <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>As mãos estão entre as partes do corpo huma<strong>no</strong>mais sujeitas a aci<strong>de</strong>ntes. Operários que se machucamem máquinas, crianças que se queimam comfogos <strong>de</strong> artifício, aci<strong>de</strong>ntes domésticos, profissionais<strong>de</strong> escritório e esportistas acometidos por síndromes<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> repetitiva são apenas algunsexemplos. Estima-se que a ca<strong>da</strong> 10 atendimentosmédicos <strong>de</strong> emergência, pelo me<strong>no</strong>s 6 estejam ligadosa ocorrências nas mãos.Isso se torna um problema um tanto mais gravena medi<strong>da</strong> em que as mãos se <strong>de</strong>stacam como uma<strong>da</strong>s estruturas mais complexas do corpo huma<strong>no</strong>.Nessa região se combina uma rica conjunção <strong>de</strong> ossos,articulações, e nervos que torna muito difícil asua recuperação integral. Embora a medicina tenhaavançado muito na área <strong>de</strong> reconstituição <strong>da</strong>s mãos,aci<strong>de</strong>ntes graves quase sempre <strong>de</strong>ixam sequelas ecriam limitações importantes nas vi<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s pessoas.É muito triste <strong>de</strong>parar-se com um pianista que nãotoca mais, um tenista que não joga, um <strong>de</strong>ntista impedido<strong>de</strong> clinicar.Foi pensando nesse cenário que a Associação <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, atuando <strong>de</strong> forma profilática,criou a Campanha <strong>de</strong> Prevenção a Aci<strong>de</strong>ntes na<strong>Mão</strong>, em 2006. Realiza<strong>da</strong> próxima as <strong>da</strong>tas comemorativas,a campanha iniciou seus trabalhos lançandoum alerta sobre os perigos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com osfogos <strong>de</strong> artifício, típicos em festas juninas, finais <strong>de</strong>campeonatos <strong>de</strong> futebol e também nas comemorações<strong>de</strong> reveillón.As doenças liga<strong>da</strong>s ao esforço repetitivo, conheci<strong>da</strong>scomo LER-Dort, também são outra preocupação.Essas doenças atingem milhares <strong>de</strong> trabalhadores<strong>no</strong> auge <strong>de</strong> sua produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional,gerando um prejuízo consi<strong>de</strong>rável às empresas, aoestado e ao próprio trabalhador.As mãos estão envolvi<strong>da</strong>s na maioria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong>sempenha<strong>da</strong>s pelo ser huma<strong>no</strong>. Assim sendo, éimprescindível que estejam em condições saudáveispara que possam mover-se <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. Ainiciativa <strong>da</strong> ABCM visa, fun<strong>da</strong>mentalmente, a conscientização<strong>da</strong> população sobre as situações <strong>de</strong> risco,<strong>de</strong> forma que os aci<strong>de</strong>ntes possam ser evitados.O engajamento dos médicos especializados emcirurgia <strong>da</strong> mão e dos porta-vozes <strong>da</strong> associação foimuito importante para que a campanha tomassecorpo e, acima <strong>de</strong> tudo, se tornasse uma forma legitima<strong>de</strong> reconhecimento do trabalho do médicoespecializado em cirurgia <strong>da</strong> mão.A i<strong>de</strong>ia inicial do projeto foi motiva<strong>da</strong>, também,pela vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> multiplicar conhecimento <strong>de</strong> pontaa outros médicos especialistas, atualizando ereciclando informações, além <strong>de</strong> formar a opiniãopública através <strong>da</strong> imprensa, médicos <strong>de</strong> outras especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educadores,estimulando a a<strong>de</strong>são institucional <strong>de</strong> empresas,associações ou outras instituições, para fazer a campanhacrescer.Nesses três a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, houve uma calorosarecepção <strong>da</strong> campanha por parte <strong>da</strong> imprensabrasileira, que percebeu a importância dos alertas ereproduziu a mensagem dos médicos em seus veículos<strong>de</strong> comunicação. Centenas <strong>de</strong> matérias forampúblicas <strong>no</strong>s maiores jornais do país, como JornalNacional (Globo), Jornal <strong>da</strong> Band (TV Ban<strong>de</strong>irantes),Folha <strong>de</strong> São Paulo, Jornal <strong>da</strong> Tar<strong>de</strong>, Rádio CBN eoutros, assim como produção <strong>de</strong> artigos, matérias eentrevistas em rádios, jornais, revistas e internet, <strong>de</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>no</strong>rte a sul do país.Toquinho foi o primeiro <strong>no</strong>me nacional a abraçara campanha, emprestando prontamente a sua imagem<strong>de</strong> violonista talentoso e reconhecido “artista<strong>da</strong>s mãos”. Um site completo <strong>da</strong> campanha, além <strong>de</strong>fol<strong>de</strong>rs, cartazes e outras pequenas peças publicitáriaslevaram diversas informações ao público leigo.Com o envolvimento dos médicos associados, foramproduzi<strong>da</strong>s aulas-palestras em ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e escolascom o intuito <strong>de</strong> educar a população.A SBCM acredita que a informação é o melhorcaminho para quem preten<strong>de</strong> trabalhar com a “Prevenção<strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes”. Principalmente quando se trata<strong>de</strong> algo tão relevante quanto a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s mãos,chamando a atenção <strong>da</strong> população a <strong>de</strong>terminadoshábitos que precisam ser revistos. Por isso, em 2009a Campanha continua, buscando sempre, aumentara consciência <strong>da</strong> população.Associação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.brSeu filho está seguro<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa?Os aci<strong>de</strong>ntes domésticos sãofreqüentes e perigosos. Fiqueatento aos riscos mais comuns.fol<strong>de</strong>r_mao.indd 1 1/10/2007 15:34:03O que dizem os fabricantesCa<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> produto Pirotécnico tem uma classificação, <strong>de</strong> acordo com o seupo<strong>de</strong>r <strong>de</strong> explosão ou <strong>de</strong> queima. Esta classificação está a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>pessoa usuária e <strong>de</strong> acordo com a <strong>no</strong>rma do Ministério do Exército, R105. Paraisso, todo produto <strong>de</strong>verá possuir na embalagem a sua classificação.( .)Ao manuseá-los, são necessárias as seguintes precauções:- sempre ler e seguir as instruções nas embalagens;- sempre usar os fogos em locais abertos e ventilados;- sempre armazenar os fogos em locais frio e seco;- sempre soltar fogos sob a supervisão <strong>de</strong> pessoas adultas e <strong>de</strong> acordo coma classificação etária;- nunca tenta reutilizar os fogos que tenham falhado;- nunca apontar ou atirar os fogos na direção <strong>de</strong> outras pessoas;- nunca fazer experiências, modificar ou tentar fazer fogos <strong>de</strong> artifício caseiros;- nunca utilizar fogos após ingerir bebi<strong>da</strong>s alcoólicas;e,- não fumar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> estabelecimentos que ven<strong>da</strong>m fogos <strong>de</strong> artifício.Fonte: IndústriaAssociação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.brFogos <strong>de</strong> artifícioBonito para os olhos.Um perigo para as mãos.fol<strong>de</strong>r_mao_fogos.indd 1 9/11/2007 15:20:56O músico Toquinho é o garoto-propagan<strong>da</strong> <strong>da</strong>Campanha <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes e Traumas<strong>da</strong> <strong>Mão</strong>Toquinho ce<strong>de</strong>u gentilmente seu cachê em prol <strong>da</strong> campanha.2001 a 200971


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Os ex-presi<strong>de</strong>ntes e suas açõesDe 1959 até 1973, a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (SBCM) foi capitanea<strong>da</strong> peloscinco cirurgiões que hoje são consi<strong>de</strong>rados ospioneiros <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: Danilo Coimbra Gonçalves,Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu, Alípio Pernet, OrlandoGraner, todos falecidos, e Henrique Bulcão <strong>de</strong>Moraes, o único ain<strong>da</strong> vivo, lúcido, morando <strong>no</strong>Rio <strong>de</strong> Janeiro, e que colaborou com esta publicaçãofornecendo <strong>de</strong>poimentos e prefácio.De 1974 em diante, a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> foi presidi<strong>da</strong>por homens que trabalharam intensamentena consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> ena profissionalização <strong>da</strong> SBCM. Ca<strong>da</strong> um contribuiu<strong>de</strong> uma forma peculiar, e neste livrotentamos reconhecer ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong> suas açõesmais importantes. Este capítulo traz um resumo<strong>de</strong>ssas atuações, extraído <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentospessoais orais ou fornecidos por escrito. Alguns,como Raul Chiconelli e Christóvão <strong>da</strong> Gama,não pu<strong>de</strong>ram falar por motivo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e nessescasos foram reunidos materiais mais antigos(como <strong>no</strong> caso <strong>de</strong> Chiconelli) ou contribuições<strong>da</strong>s famílias (como <strong>no</strong> caso do querido SérgioAugusto Machado <strong>da</strong> Gama, também cirurgião<strong>de</strong> mão, e sua mãe, a quem agra<strong>de</strong>cemos).1974-1975José Raul ChiconelliRaul Chiconelli, que fez emocionadopronunciamento sobre “a mão”, na foto com AzzeO cirurgião <strong>de</strong> mão José Raul Chiconelli foipresi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> biênio 1974-75. Eleabriu o V Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>, realizado <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, com um dosmais famosos discursos <strong>da</strong> história <strong>da</strong> SBCM,uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira oração pela mão. Transcrevemosaqui esse texto como uma homenagemao colega e como uma maneira <strong>de</strong> tornar pereneeste importante texto.“ A mãoDepois que a MÃO <strong>de</strong> Deus criou o universoe todos os seres vivos, o homem, feito à suaimagem e semelhança, pô<strong>de</strong> tornar-se, pelouso <strong>da</strong>s MÃOS, uma <strong>da</strong>s mais bem sucedi<strong>da</strong>scriaturas, porque modificou to<strong>da</strong> a sorte <strong>de</strong>ambientes, mantendo-se bem sob as mais diversascondições.Quem por <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> profissão cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> MÃOque sofre, <strong>da</strong> MÃO que adoece, <strong>da</strong> MÃO quese frustra na faina <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> dia, é levadoe meditar sobre a gran<strong>de</strong>za <strong>da</strong> MÃO, sobrea universali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua missão, enfim, sobre aimportância <strong>de</strong> sua própria existência, comoelemento fun<strong>da</strong>mental na integri<strong>da</strong><strong>de</strong> e naharmonia do corpo huma<strong>no</strong>.A MÃO distingue o Homem na Criação, permitindo-lheexecutar a transformação <strong>da</strong> naturezaem favor <strong>da</strong> perpetuação <strong>da</strong> espécie, <strong>no</strong>sentido <strong>de</strong> aperfeiçoá-lo como animal cultural,que pensa e modifica, à sua maneira <strong>de</strong> sentir eagir, ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que evoluisempre.Nenhum pensamento huma<strong>no</strong>, nenhum projeto<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> do homem, como animal cultural,po<strong>de</strong>ria ser consubstanciado em ver<strong>da</strong><strong>de</strong> material,em reali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta, sem a prodigiosacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> executar <strong>da</strong> MÃO.A MÃO, <strong>no</strong> princípio, caçou, pescou, e edificouum paravento para livrar o corpo do ventoque fustigava. O Projeto <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> exigido pelasnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e <strong>de</strong>terminado <strong>no</strong> Gênesis, compeliuo homem a plantar e colher para sobreviver– o projeto foi executado pelas MÃOS. AsMÃOS plantam, ceifam e colhem o trigo, moemo grão, amassam o pão e levam o pão à boca.Dez <strong>de</strong>dos, oponência do polegar, flexão e extensão<strong>da</strong>s falanges umas sobre as outras, permitiramempunhar o instrumento mais singelo,soerguer a pedra, vibrar o mais ru<strong>de</strong> e primitivotacape.Essas mesmas MÃOS, através <strong>de</strong> milênios,sempre a serviço <strong>da</strong> imaginação – como sua72


Presi<strong>de</strong>ntesgran<strong>de</strong> intérprete – formaram os artesões, osartistas e até as guerreiras.De que valeria o estro <strong>de</strong> Beethoven, se asMÃOS não executassem as sonatas? Tudo teriamorrido <strong>no</strong> poço <strong>de</strong> sua própria memória.As MÃOS escrevem as partituras que tornarama sua música imortal, e as MÃOS executam assuas obras, que <strong>no</strong>s transportam a um mundomágico.De artesão, o homem passou à máquina e<strong>da</strong> máquina ao computador. A inteligênciacriou tudo através <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ação, mas só a MÃOrealizou tudo com perfeição. As MÃOS fizeramas ro<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s carruagens, as asas dos aviões eas ogivas dos transplanetários.A MÃO pintou o Juízo Final na Capela Cistina,esculpiu a Virgem Maria com o Filho mortona transfiguração <strong>da</strong> Pietá, escreveu a DivinaComédia, compôs os Lusía<strong>da</strong>s, gravou em letra<strong>de</strong> imprensa a Oração <strong>da</strong> Coroa <strong>de</strong> Demóstenes.A MÃO que fez tudo isso <strong>de</strong>sapareceu,virou pó, mas todo o seu trabalho é atemporal,não morrerá.A MÃO <strong>de</strong>termina o gesto, e o gesto <strong>de</strong>fine aintenção – assim a MÃO coman<strong>da</strong>. A MÃO fazimprecações, a MÃO verbera, a MÃO acusa, aMÃO rege, a MÃO afugenta, aproxima, indica,suaviza. A MÃO incita, a MÃO aterroriza, a MÃOdivi<strong>de</strong>, reparte, junta. A MÃO faz crescer, aMÃO minimiza, a MÃO aponta, ataca, absolve.A MÃO abençoa, a MÃO lê pelo cego, fala pelomudo. A MÃO eleva, repele, cumprimenta,<strong>de</strong>spe<strong>de</strong>, a MÃO gesticula. A MÃO diz a<strong>de</strong>us...MÃO calosa, infantil, moça, velha. MÃO tíbia.MÃO aberta, trêmula, bonita, preta, branca eamarela. MÃO ru<strong>de</strong>. MÃO fi<strong>da</strong>lga. MÃO do Sinal<strong>da</strong> Cruz. MÃO levanta<strong>da</strong> <strong>da</strong> Suástica. MÃOfecha<strong>da</strong>. MÃO vacilante, inerente, fria. MÃOque se acaba. Sempre as MÃOS... Acima <strong>de</strong>tudo as MÃOS...Senhores Congressistas, aqui estamos reunidos.Nós que, com as <strong>no</strong>ssas MÃOS, cui<strong>da</strong>mos<strong>de</strong> outras MÃOS. Este é o gran<strong>de</strong> gesto <strong>da</strong>s<strong>no</strong>ssas MÃOS para com to<strong>da</strong>s as MÂOS queprecisam.José Raul ChiconelliRio <strong>de</strong> Janeiro”1976-1977Christóvão Colombo <strong>da</strong> GamaOs compadres Pernet e GamaChristóvão Colombo <strong>da</strong> Gama presidiu a SBCMentre 1976 e 77. Por estar impossibilitado <strong>de</strong> contribuirpessoalmente com esta publicação, pormotivo <strong>de</strong> doença, seu filho e sua esposa produziramo <strong>de</strong>poimento abaixo em seu <strong>no</strong>me, emprimeira pessoa, como ele o teria feito. São asmemórias <strong>de</strong> uma família que participou <strong>da</strong> história<strong>da</strong> SBCM, aju<strong>da</strong>ndo Gama a organizar umcongresso, recebendo palestrantes internacionaisem casa e convivendo com um cirurgião <strong>de</strong> mãopreocupado com os <strong>de</strong>sti<strong>no</strong>s <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong>país. A eles, o <strong>no</strong>sso agra<strong>de</strong>cimento.“Após me formar na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Bahia, em 1956, inicieimeu treinamento em cirurgia geral. Em 1963, fuipara o Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> frequentei, duranteum a<strong>no</strong>, o curso <strong>de</strong> Medicina do Trabalho na Escola<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Osvaldo Cruz.Em março <strong>de</strong> 1966, viajei para São Paulo, on<strong>de</strong> estagieicom Alípio Pernet, que se tor<strong>no</strong>u um gran<strong>de</strong>amigo e compadre após batizar meu filho maisvelho. Retornei para Salvador <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um a<strong>no</strong>,on<strong>de</strong> comecei a trabalhar como cirurgião <strong>da</strong> mão,tornando-me responsável pela especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> naFacul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<strong>da</strong> Bahia. Nesse período, fui um dos fun<strong>da</strong>dores<strong>da</strong> regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> SBCM.Convi<strong>da</strong>do por Pernet, retornei para São Paulo,<strong>de</strong>sta vez <strong>de</strong>finitivamente, em 1972, para ajudáloa organizar o curso <strong>de</strong> pós-graduação <strong>da</strong> SantaCasa <strong>de</strong> Misericórdia, on<strong>de</strong> me tornei assistenteem 1976. Montei o Serviço <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>do Hospital Christovão <strong>da</strong> Gama em Santo André(SP), on<strong>de</strong> treinaram profissionais qualificadosque passaram a fazer parte <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,como João Manuel, Paulo Henrique, Ary Galassoe Osvaldo Sampaio. Em setembro <strong>de</strong> 1975, duran-73


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009te o XX Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>, juntocom o V Congresso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>no</strong> HotelNacional (<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro), fui eleito presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, tendoao meu lado gente do gabarito <strong>de</strong> Sobania, Menandro,Alfredo Jaques, Pernet, Graner e Danilo.Algumas <strong>da</strong>s <strong>no</strong>ssas importantes conquistas forama realização do Congresso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>separado do <strong>da</strong> <strong>Ortopedia</strong>, o <strong>no</strong>sso CGC/CNPJ eo convênio com a Associação Médica <strong>Brasil</strong>eira(AMB), que passou a expedir os <strong>no</strong>ssos diplomas<strong>de</strong> especialista.O <strong>no</strong>sso congresso, em 1977, ocorreu <strong>no</strong> AugustaBoulevard Hotel (em São Paulo). Foi muitobom do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> organização e programacientífico; conseguimos trazer quatro convi<strong>da</strong>dosestrangeiros <strong>de</strong> peso, os america<strong>no</strong>s Harold Kleinert,George Omer e Robert Schultz e o argenti<strong>no</strong>Carlos Firpo. Tivemos problemas para conseguirpatrocinadores e, <strong>no</strong> final do evento, tive que arcarcom o custo <strong>da</strong>s passagens aéreas <strong>de</strong> todos osconvi<strong>da</strong>dos estrangeiros e suas acompanhantes,além <strong>de</strong> um prejuízo <strong>de</strong> Cr$ 70.000,00.Ao longo <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> profissional, senti umae<strong>no</strong>rme satisfação ao ver alguns dos meus trabalhospublicados em revistas nacionais e internacionais,<strong>de</strong>ntre os quais <strong>de</strong>staco: “OcupationalAcro-Osteolysis” <strong>no</strong> Journal of Bone and JointSurgery, em 1975, “Results of the Matev Operationfor Correction of Boutonniere Deformity”, <strong>no</strong>Plastic and Reconstructive Surgery, em setembro<strong>de</strong> 1979, “Nerve Compression by Pacinian Corpuscles”,<strong>no</strong> Journal of Hand Surgery, em 1980, e“Extensor Digitorum Brevis Manus: A Report on 38Cases and a Review of the Literature”, também <strong>no</strong>Journal of Hand Surgery, em 1983.Em 1984, <strong>de</strong>sapontado com injustiças, intolerância,politicagem e boicotes, afastei-me.Contentei-me, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, em acompanhar, <strong>de</strong>longe, a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho <strong>de</strong> alguns queridosamigos e, <strong>de</strong> perto, a formação e conquistasdo meu filho Sérgio Augusto, que para minhaalegria e orgulho resolveu trilhar os caminhos <strong>da</strong>cirurgia <strong>da</strong> mão.”1978-1979Luiz Carlos SobaniaGraduado pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral do Paraná(UFPR), on<strong>de</strong> é professortitular aposentado,Luiz Carlos Sobania temuma larga participaçãona SBCM: pelo me<strong>no</strong>s43 a<strong>no</strong>s, dos <strong>50</strong> <strong>de</strong> existência<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, quepresidiu <strong>no</strong> biênio 1978-79. É membro Titular <strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1965.Em 1961, como sextanista, Sobania foi incentivadopor Hans Rücker, então chefe <strong>da</strong> <strong>Ortopedia</strong><strong>no</strong> Hospital <strong>de</strong> Crianças <strong>de</strong> Curitiba, a seespecializar em cirurgia <strong>da</strong> mão, já que faltavamprofissionais habilitados na época. Sobania fez,então, estágio com Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu e termi<strong>no</strong>ua especialização em 1963. Foi, portanto,o primeiro cirurgião <strong>de</strong> mão especializado doestado do Paraná.Fez livre-docência em 1976 com uma tesesobre lesão dos gran<strong>de</strong>s nervos do membrosuperior. A tese para professor titular <strong>da</strong> UFPRversou sobre lesões do plexo braquial.Em 1987, participou <strong>da</strong> discussão nacionalsobre a montagem dos Serviços <strong>de</strong> ResgatePré-Hospitalar <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, sendo organizador doProjeto Piloto Nacional em Curitiba, <strong>de</strong>senvolvendoo sistema misto Bombeiro/Médico. Participoutambém ativamente <strong>da</strong> organização doHospital do Trabalhador, um pronto-socorroespecializado em trauma <strong>da</strong> UFPR, inserindoa cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>no</strong> serviço <strong>de</strong> atendimentoemergencial. Foi diretor do Hospital <strong>de</strong> Crianças<strong>de</strong> Curitiba.Foi presi<strong>de</strong>nte do Conselho Regional <strong>de</strong> Medicinado Paraná, vice-presi<strong>de</strong>nte do ConselhoFe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina, secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do estadodo Paraná – on<strong>de</strong> ajudou a regulamentaro Sistema <strong>de</strong> Ouvidoria <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, tendo sidoouvidor por dois a<strong>no</strong>s – e presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia(SBOT) entre 1999 e 2000.A aposentadoria como professor <strong>da</strong> UFPR foicompulsória, em 2007. Especialista em traumado membro superior, continua atuando comocirurgião <strong>de</strong> mão e formando discípulos.74


Presi<strong>de</strong>ntes1980-1981Edmur Isidoro LopesEdmur Lopes com Albertoni, Bulcão e abraçado comGranerFormado médico pela Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina(EPM) em 1949, Edmur Lopes foi professorna Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> São Paulo,on<strong>de</strong> chefiou o Serviço <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> apartir <strong>de</strong> 1969.Presidiu a SBCM entre 1980 e 1981, e contribuiucom a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> durante to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. Erafamoso por prestigiar todos os eventos científicos,sentando-se, invariavelmente, na primeirafila dos auditórios, e tratando todos os colegascom entusiasmo e simpatia.Faleceu em 20 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003. O tradicionaltorneio <strong>de</strong> tênis realizado durante os congressos<strong>da</strong> SBCM foram, a partir <strong>de</strong> 2004, <strong>no</strong>meadosem sua homenagem: Torneio ProfessorEdmur Isidoro Lopes <strong>de</strong> Tênis.Médico formado pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicinado Triângulo Mineiro, em 1959, Arlindo GomesPardini Jr. recebeu uma carta do Hospital <strong>de</strong>Iowa convi<strong>da</strong>ndo-o para um treinamento em<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> a se realizar em 1969. No entanto,a Guerra do Vietnã antecipou essa jorna<strong>da</strong>,pois o chefe do serviço havia perdido várioscandi<strong>da</strong>tos que foram para a frente <strong>de</strong> batalha.Pardini foi para os Estados Unidos em 1967,com esposa e filhos, e lá atuou como cirurgiãoplástico enquanto não terminava sua especializaçãoem cirurgia <strong>da</strong> mão. Voltou ao <strong>Brasil</strong> e,em 1971, foi <strong>no</strong>vamente para os Estados Unidospara fazer outro fellowship, com Swanson,na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Michigan e com Flatt. Aoretornar para o <strong>Brasil</strong>, sentiu a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>aprimorar-se ain<strong>da</strong> mais, pois pensava que estavase <strong>de</strong>dicando muito à ortopedia. Pleiteouuma bolsa e foi para a Inglaterra treinar comCampbell Reed.Participou intensamente na SBCM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> asua especialização, tendo presidido a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>entre 1982 e 1983. Assumiu a presidência<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Sul-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> em 1992 e <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (IFSSH) em 2004 (havia sidovice em 1996). Foi presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia (SBOT)em 2006. Criou e presidiu a Regional RegionalCentro-Leste-Oeste <strong>da</strong> SBCM e hoje atua comocirurgião <strong>de</strong> mão em Belo Horizonte.1984-1985Ronaldo Jorge Azze1982-1983Arlindo Gomes Pardini JúniorRonaldo Azze com Louis Schecker na Finlândia, em 1995Pardini com Dr. Lam <strong>no</strong> Vietnã, em 1973“Creio que, na minha gestão – eu não melembro <strong>de</strong> tudo – fizemos um belo congresso,com Julia Terzis, e compramos a primeira se<strong>de</strong>,em São Paulo. No mais houve muita paz”. Destaforma sucinta, manifestou-se Ronaldo Azze,<strong>de</strong>monstrando também o seu perfil reservado.Azze presidiu a SBCM entre 1984 e 1985.Quando se trata <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s científicas,porém, o seu <strong>no</strong>me se agiganta. No currículo<strong>de</strong>ste professor titular <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São75


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Paulo consta a publicação <strong>de</strong> 160 trabalhos,163 resumos em Anais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e 11 <strong>no</strong> exterior,57 publicações em revistas leigas e jornais,184 participações ativas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e 8 <strong>no</strong> exterior,209 temas livres <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e 9 <strong>no</strong> exterior.Azze conquistou 9 prêmios em congressos,com <strong>de</strong>staque especial ao recebido em Baltimore,Estados Unidos, em congresso <strong>de</strong> microcirurgia.A sua obra é vastamente referen<strong>da</strong><strong>da</strong>na bibliografia. Ele institucionalizou o grupo <strong>de</strong>reimplante e microcirurgia <strong>no</strong> Hospital <strong>da</strong>s Clínicas<strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong> USP.O congresso brasileiro <strong>de</strong> 1985 foi realizado <strong>no</strong>Maksoud Plaza, na época o hotel mais requintado<strong>de</strong> São Paulo, e contou com maciça presença<strong>de</strong> participantes. Todos os lí<strong>de</strong>res nacionaismostraram a sua experiência, sendo Julia Terzis o<strong>de</strong>staque internacional pelas suas pesquisas naárea <strong>de</strong> microcirurgia e nervos periféricos.A compra <strong>da</strong> primeira se<strong>de</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>não aconteceu sem polêmica, já que a discussãoera saber se ela <strong>de</strong>veria ser adquiri<strong>da</strong> emSão Paulo ou <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, já que estavaregistra<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> carioca, on<strong>de</strong> foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong>.Depois <strong>de</strong> agitado ciclo <strong>de</strong> reuniões e muitasconversas <strong>de</strong> corredor durante jorna<strong>da</strong> emPetrópolis presidi<strong>da</strong> por Alfredo Jacques, em1984, optou-se pela compra <strong>de</strong> um imóvel emSão Paulo, ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que reunia na época o maiornúmero <strong>de</strong> cirurgiões <strong>de</strong> mão. “Depois queconsegui o primeiro cheque do Bulcão, tudose acalmou e conseguimos mais dinheiro comumas pizzaia<strong>da</strong>s beneficentes”, lembra-se Azzecom emoção.Instigado a falar sobre as memoráveis discussões– algumas <strong>de</strong>las em alta so<strong>no</strong>ri<strong>da</strong><strong>de</strong>, comPardini, ele confessa o que todos <strong>de</strong>sconfiavam:“Adoro o Pardini e me correspondo muito comele; <strong>no</strong>ssas brigas eram coisas <strong>de</strong> mineiros quese amam”.Para Ronaldo Azze, Harold Kleinert foi o<strong>no</strong>me mais importante <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão <strong>da</strong>sua geração, não apenas pelas i<strong>no</strong>vações quetransformaram Louisville na Meca <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,como também pelo seu espírito altruístae acolhedor.1986-1987Walter Manna AlbertoniWalter Manna Albertonigraduou-se médicopela Escola Paulista <strong>de</strong>Medicina (EPM) em 1966,e fez residência em <strong>Ortopedia</strong>e Traumatologiana EPM <strong>no</strong>s dois a<strong>no</strong>sseguintes. Foi treinadocomo cirurgião <strong>de</strong> mãopor Orlando Graner, em1971, <strong>no</strong> Pavilhão Fernandinho Simonsen <strong>da</strong>Santa Casa <strong>de</strong> São Paulo. Atuava como cirurgião<strong>de</strong> mão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> treinamento,pois era um dos únicos que se interessavampela área na época na EPM.Em 1974, durante o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, foi apresentadoa Raoul Tubiana por Graner e, em 1975,viajou à Europa para um programa <strong>de</strong> treinamentocom o especialista francês, com quemmanteve amiza<strong>de</strong> permanente. Sua carreiraacadêmica continuou se <strong>de</strong>senvolvendo: em1977, fez doutoramento em <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologiae doutorado em <strong>Ortopedia</strong> e <strong>Cirurgia</strong>Plástica Reparadora em 1986, ambos pela EPM.Na mesma escola, já transforma<strong>da</strong> em Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo (Unifesp), fez sualivre-docência em 1991 e tor<strong>no</strong>u-se titular em1993. Em 2009, foi eleito reitor <strong>da</strong> Unifesp.Albertoni exerceu a presidência <strong>da</strong> SBCMentre 1986 e 87, <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Sulamericana<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> em 1998 e 99 e <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologiaem 2005. Sobre essa atuação, comenta: “A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> semprevaleu a pena. Acabamos tendo um relacionamentonão só profissional mas afetivo, que éinquebrantável. Acho que peguei um período<strong>de</strong> sorte: Sobania foi presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> primeira vezem que fui secretário. Depois veio o Pardini, ea ligação que tivemos, familiar, afetiva, semprefoi muito importante. Nunca vi ocorrer nenhumproblema em nenhuma gestão. Tenho a sensação<strong>de</strong> que plantamos uma coisa muito séria<strong>no</strong> país.”76


Presi<strong>de</strong>ntes1988-1989Jacy Conti AlvarengaO cirurgião carioca presidiu a SBCM entre1988 e 1989.Iniciou-se na cirurgia <strong>da</strong> mão em 1957, ain<strong>da</strong>como estu<strong>da</strong>nte <strong>de</strong> medicina, quando auxiliavaas cirurgias <strong>de</strong> Bulcão, recém-chegado do seutreinamento em Baltimore, Estados Unidos, <strong>no</strong>serviço <strong>de</strong> Raymond Curtis. Com Bulcão estevetodo o tempo na enfermaria 11 <strong>da</strong> Santa Casa,on<strong>de</strong> exerceu a profissão <strong>de</strong> maneira abnega<strong>da</strong>,aju<strong>da</strong>ndo a milhares <strong>de</strong> pessoas carentes.A sua gestão (1988-89) foi caracteriza<strong>da</strong> pordiversas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s: a fun<strong>da</strong>çao <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Terapia <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, grupo <strong>de</strong> terapeutas<strong>da</strong> mão e fisioterapeutas especializa<strong>da</strong>s nareabilitação <strong>da</strong> mão. Para tanto, o advogado <strong>da</strong>SBCM preparou estatutos e auxiliou nas questõesburocráticas.Presidiu o CBCM <strong>de</strong> 1989, realizado <strong>no</strong> CopacabanaPalace, Rio <strong>de</strong> Janeiro, com a presença<strong>de</strong> Graham Lister (EUA) e a maciça maioria dosmembros <strong>da</strong> SBCM. “O congresso <strong>no</strong> Copa”,como ficou conhecido, esteve a ponto se sertransferido para outro local a apenas 30 diasdo evento, já que o hotel havia sido vendidopara um grupo francês, que <strong>de</strong>cidiu mu<strong>da</strong>r operfil do hotel, não mais aceitando eventos <strong>da</strong>área médica. Jacy e to<strong>da</strong> a comissão organizadoraviveram momentos <strong>de</strong> apreensão comisso, necessitando <strong>de</strong> suporte jurídico, já queo contrato estava assinado. A esposa, Maria doCarmo, coor<strong>de</strong><strong>no</strong>u as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais, queculminaram com um animado churrasco numdomingo ensolarado na casa <strong>de</strong> praia do casal<strong>no</strong> Recreio dos Ban<strong>de</strong>irantes, on<strong>de</strong> Bulcãoe Graner foram jogados na piscina pela “moleca<strong>da</strong>”(<strong>no</strong>víssima geração <strong>de</strong> cirurgiões que seincorporava ao grupo mais vetera<strong>no</strong>). Esta eoutras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> congraçamento aconteci<strong>da</strong>sna gestão amenizaram o conhecido ciclo<strong>de</strong> <strong>de</strong>savenças e intenso personalismo existente,relembra Jacy.Jacy representou o <strong>Brasil</strong> em Baltimore, EstadosUnidos, na escolha do país-se<strong>de</strong> para ocongresso mundial <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão promovidopela IFSSH, cujo vencedor foi o Japão. Elelembra que o congresso redundou num gran<strong>de</strong>fracasso econômico, o que exigiu rateio entretodos os membros <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> japonesa.1990-1991Heitor José Rizzardo UlsonO cirurgião Heitor Ulsonatua hoje em São Paulo e emCampinas. Presidiu a SBCM<strong>no</strong> biênio 1990-91, suce<strong>de</strong>ndoas gestões <strong>de</strong> Pardini,Azze, Albertoni e Jacy nasquais, segundo ele, “o florescimento<strong>da</strong> SBCM foi palpávelem todos os sentidos”. Heitor consi<strong>de</strong>ra queo sucesso do Congresso <strong>Brasil</strong>eiro realizado durantesua presidência se <strong>de</strong>ve principalmenteaos esforços contínuos <strong>da</strong>s diretorias anteriores,“extremamente operosas, trabalhando emconvergência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais comuns”.O Centro <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamento em <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> eTraumatologia do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> Ciências Médicas (UNICAMP), on<strong>de</strong>Ulson é professor, foi implantado em 1991 e oficialmentereconhecido pela SBCM em 1995, nagestão Edie Benedito Caeta<strong>no</strong>. “Até a presente,este Centro vem contribuindo para a formação<strong>de</strong> numerosos especialistas em <strong>Ortopedia</strong> eTraumatologia, <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>Cirurgia</strong> Plástica,Terapia <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>”, comenta Ulson.Sobre seu período como presi<strong>de</strong>nte, Ulsonrelata a realização <strong>de</strong> diversos eventos científicos:além do Congresso <strong>Brasil</strong>eiro, o CongressoLati<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em Paris, que ajudoua trazer vários palestrantes franceses parao CBCM, participação <strong>no</strong> Congresso <strong>da</strong> SBOT,<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, a XXIV Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em setembro <strong>de</strong> 1990, o I Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> Reabilitação <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em São Paulo,o XXXIV Curso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, com apoio<strong>da</strong> Unifesp. “ Mencio<strong>no</strong> ain<strong>da</strong>, outras jorna<strong>da</strong>s e77


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009cursos realizados na Associação Paulista <strong>de</strong> Medicinaem São Paulo, na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Londrina,em Joinville, SC, <strong>no</strong> IOT-USP, São Paulo,em Juiz <strong>de</strong> Fora, MG, com interesse crescentenão somente para os especialistas em <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, como para os mais jovens em formaçãona <strong>Ortopedia</strong>, <strong>Cirurgia</strong> Plástica, Fisiatria, TerapeutasOcupacionais e Fisioterapeutas.”Para esta publicação, Ulson relatou: “A presidência<strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong> 1990-1991, que reputo umdos meus melhores momentos <strong>de</strong> realizaçãopessoal, seguiu-se à gestão <strong>de</strong> Jaci Conti <strong>de</strong>Alvarenga, antece<strong>de</strong>ndo a do Mauri A. <strong>de</strong> Azevedo,<strong>de</strong> saudosa memória.” Ulson <strong>de</strong>screve oapoio que teve <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a sua diretoria (secretários,tesoureiros, conselheiros, regionais). E relembra:“Na Comissão Social do Congresso <strong>Brasil</strong>eiroestavam as senhoras Jean Ulson, NicoleZumiotti, Marina Faloppa, Ely<strong>no</strong>r C. Ferreira,Mara Leite, Yed<strong>da</strong> C. Azze e Laura B. Albertoni.Como coor<strong>de</strong>nador, esteve o Sr. Oduvaldo Corradoe o convi<strong>da</strong>do <strong>de</strong> honra, Prof. Na<strong>de</strong>r Wafae,então Secretário <strong>de</strong> Estado <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo, esteve presente na Sessão <strong>de</strong> Abertura”.Ulson faz questão também <strong>de</strong> registrar a edição<strong>da</strong> obra “<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>: Lesões Não Traumáticas”,por A. Pardini Jr. em 1990, em colaboração”,lançado <strong>no</strong> Congresso sob sua gestão.1992-1993Mauri Alves <strong>de</strong> AzevedoUma <strong>da</strong>s raríssimas fotos em que aparece Mauri Alves <strong>de</strong>Azevedo (<strong>no</strong> centro), aqui com os colegas Nelson Otsukae Paulo Ran<strong>da</strong>lO cirurgião <strong>de</strong> mão mineiro Mauri Alves <strong>de</strong>Azevedo, que foi professor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, presidiu a SBCM entre1971 e 1973. Mauri, falecido em 2001, recebeuuma homenagem <strong>de</strong> Arlindo Pardini, publica<strong>da</strong>na revista Manus, que aqui transcrevemos porse tratar <strong>de</strong> uma interessante biografia sobre oprofessor.IN MEMORIAMFaleceu <strong>no</strong> dia 13 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2001, aos 61a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>no</strong>sso colega e cirurgião <strong>de</strong> mãoMauri.Natural <strong>de</strong> Ubá, Minas Gerais, Mauri foi cedopara Belo Horizonte, on<strong>de</strong> estudou e se formoupela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais (UFMG), em 1966. Fezresidência médica <strong>no</strong> Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong>UFMG e <strong>no</strong> Hospital <strong>da</strong> Baleia, serviços do professorJosé Henrique <strong>da</strong> Mata Machado, on<strong>de</strong>foi integrado ao corpo clínico, tornando-se maistar<strong>de</strong> o chefe do serviço <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão.Em 1971-1972, Mauri estagiou <strong>no</strong>s EstadosUnidos, em Albany e na Campbell Clinic, on<strong>de</strong>fez treinamento em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Retor<strong>no</strong>uem 1980 para estagiar em Nova York sob aorientação do famoso Dr. William Littler.Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> biênio 1992-1993, Mauri organizouem agosto <strong>de</strong> 1993 em Belo Horizonteo XVI Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>,em conjunto com o IV Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Sul-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, eventosrevestidos <strong>de</strong> inegável sucesso. Além <strong>de</strong> capítulosem livros e artigos em revistas, dois trabalhos<strong>de</strong> sua autoria merecem menção especial:“Deformi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Congênitas” <strong>no</strong> livro <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong><strong>Mão</strong> – Lesões Não-Traumáticas (Editora Medsi)e “Paralisia Braquial Obstétrica” (Rev. <strong>Brasil</strong>. Ortop.18: 37-<strong>50</strong>, 1983), que recomen<strong>da</strong>mos a todosos colegas interessados.Nos últimos a<strong>no</strong>s, Mauri foi acometido <strong>de</strong>diabete insidiosa que lhe mi<strong>no</strong>u o organismo.Submetera-se a um transplante renal há quatroa<strong>no</strong>s, lutou bravamente contra a moléstia, vindoa sucumbir <strong>de</strong> um linfoma.De temperamento circunspecto, tinha umae<strong>no</strong>rme capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho e quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s características,como honesti<strong>da</strong><strong>de</strong> e leal<strong>da</strong><strong>de</strong>. Suarigi<strong>de</strong>z e apego aos princípios éticos e profissionaislhe <strong>de</strong>ram algumas dores <strong>de</strong> cabeça, porémo carinho e a <strong>de</strong>dicação aos mais humil<strong>de</strong>s o tornaramquerido entre centenas <strong>de</strong> pacientes doHospital <strong>da</strong> Baleia, principalmente crianças.À sua esposa Sônia e aos filhos Guilherme eRenata, juntamos a <strong>no</strong>ssa tristeza <strong>de</strong> tê-lo perdidoe a alegria <strong>de</strong> ter convivido com Mauri.Arlindo Gomes Pardini Jr.78


Presi<strong>de</strong>ntes1994-1995Fernando Augusto N. C. <strong>de</strong> BarrosFernando Augusto Barrospresidiu a SBCM <strong>no</strong> biênio1994-95. Ele <strong>no</strong>s conce<strong>de</strong>uesta irretocável e completa<strong>de</strong>scrição do que foi, em suavisão, a história <strong>da</strong> SBCM:“Entre surpreso e com gran<strong>de</strong>satisfação, recebi o convitepara colaborar na realização<strong>de</strong> um documentáriocomo ex-Presi<strong>de</strong>nte, nas festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Cinqüentenário<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> – agora Associação, nem melhor nempior apenas diferente, mas a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssaespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong> não está <strong>no</strong> <strong>no</strong>me <strong>da</strong> agremiaçãoe sim na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus Membros.Por que surpreso? A sabedoria popular afirma:o <strong>Brasil</strong> não tem memória. Mas a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> tem! A iniciativa<strong>de</strong> confeccionar um livro com <strong>de</strong>poimentosdos ex-Presi<strong>de</strong>ntes prova: Sim, nós temos memória!Fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1959 por umgrupo <strong>de</strong> médicos especialistas abnegados,li<strong>de</strong>rados pelo Dr. Danilo Coimbra Gonçalvese pelo Dr. Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes, <strong>no</strong>ssaSocie<strong>da</strong><strong>de</strong> passou a existir. A semente estavaplanta<strong>da</strong>: cabia àqueles que a tudo assistiam,adubá-la, regá-la e fazê-la crescer.Sem mais <strong>de</strong>mora, começaram os Cursos,Jorna<strong>da</strong>s e Simpósios, divulgando conhecimentosespecíficos e técnicas diferencia<strong>da</strong>s em<strong>Cirurgia</strong> Plástica, Traumato-<strong>Ortopedia</strong> e Neurocirurgia,já que o Cirurgião <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong>veria dominarestas especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s para melhor aten<strong>de</strong>raos pacientes portadores <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>scongênitas ou adquiri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> mão. Lembro queme matriculei em um Curso <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>,ministrado pelo Dr. Danilo Coimbra Gonçalves<strong>no</strong> Hospital Municipal Souza Aguiar, quandoChefe do Serviço <strong>de</strong> Traumato-<strong>Ortopedia</strong>.Após as primeiras aulas, pensei: Dr. Danilo sabemuito, mas eu não aprendi na<strong>da</strong>, porque erammuitos conhecimentos e técnicas <strong>no</strong>vas, sendoimpossível <strong>de</strong> se reter e fixar ao primeiro contato.Percebi que na<strong>da</strong> se apren<strong>de</strong> em um Curso;tomamos apenas conhecimento <strong>de</strong> tudo quenão sabemos, precisamos estu<strong>da</strong>r e trabalharcom quem sabe. Resolvi, então, <strong>de</strong>dicar minhavi<strong>da</strong> a esta especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Fui trabalhar com Dr.Danilo Gonçalves, a quem <strong>de</strong>vo to<strong>da</strong> motivaçãoe incentivo.Participei <strong>de</strong> todos os Cursos, Jorna<strong>da</strong>s e Simpósiosaté que, em 1967, tornei-me MembroAssociado, o que foi o primeiro passo <strong>de</strong> umalonga jorna<strong>da</strong>; em 1973, Membro Titular e, em1975, recebi com gran<strong>de</strong> orgulho o Título <strong>de</strong>Especialista. A ca<strong>da</strong> Título recebido aumentavaminha responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Cabia a mim agora participar mais ativamente<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, ocupando o cargo <strong>de</strong> Secretário-Tesoureiro,em 1975, na gestão do Dr. RaulChiconelli como Presi<strong>de</strong>nte. Em 1990, fui eleitoPresi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Regional Centro-Leste-Oeste,quando realizamos a Jorna<strong>da</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>no</strong>s honrando, como Convi<strong>da</strong>doEstrangeiro, o Dr. Warren Brei<strong>de</strong>nbach, além<strong>de</strong> muitos especialistas nacionais, que fizeram<strong>da</strong> Jorna<strong>da</strong> um ple<strong>no</strong> êxito. Em 1991, foi eleitoPresi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Dr. Mauri Alves Azevedo,para o Biênio 1992-1993, quando ocupeio cargo <strong>de</strong> Vice-Presi<strong>de</strong>nte. Em 1993, fui entãoeleito Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para o Biênio1994-1995.Em 21 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1995, realizamos oXV Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, <strong>no</strong>Hotel Rio-Palace <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, com gran<strong>de</strong>sucesso, tendo como convi<strong>da</strong>dos estrangeiroso Prof. Michel Merle e o Prof. Gilles Doutel<strong>da</strong> França, o Prof. Francesco Brunelli <strong>da</strong> Itália,o Dr. James Steichen <strong>de</strong> Indianápolis - USA, oDr. Eduardo Rafael Zancolli e o Dr. Jose MariaRotella <strong>da</strong> Argentina. Também abrilhantaram oEvento todos os Especialistas <strong>Brasil</strong>eiros <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssaSocie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ain<strong>da</strong> em Novembro <strong>de</strong> 1995, aSocie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> aprovou,como Centro <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamento em<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, o Serviço <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>do Hospital <strong>de</strong> Traumato-<strong>Ortopedia</strong> do Rio <strong>de</strong>Janeiro (HTO), por mim chefiado.É muito gratificante entrar <strong>no</strong> Site <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>e constatar que, após a sua fun<strong>da</strong>ção, em1959, 29 Presi<strong>de</strong>ntes se suce<strong>de</strong>ram na difícil tarefa<strong>de</strong> dirigir esta importante Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ca<strong>da</strong>um a seu modo, mas sempre engran<strong>de</strong>cendo<strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Antes <strong>de</strong> terminar, gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer atodos os especialistas e ex-Presi<strong>de</strong>ntes por mim79


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009não citados, com quem convivi <strong>no</strong>s congressose cursos, e que me <strong>de</strong>ram a honra <strong>de</strong> chamálosamigos. Se não os citei, para não ser injustocom alguns <strong>de</strong>les ou por falha <strong>de</strong> minha memória,foi muito bom conhecê-los.Muitos me perguntam se tenho algum hobby,ao que respondo: Meu hobby é a <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Sou feliz porque faço o que eu gosto!"1996Edie Benedito Caeta<strong>no</strong>O cirurgião Edie BeneditoCaeta<strong>no</strong> teve seu man<strong>da</strong>tocomo presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCMexatamente quando ocorreua mu<strong>da</strong>nça dos biênios paraos períodos anuais, tanto <strong>de</strong>diretoria quanto <strong>de</strong> congressos,em 1996. Aqui, ele <strong>no</strong>srevela como se <strong>de</strong>u sua gestão,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando foi comunicado, por Pardinie Albertoni, que estava sendo cogitado parapresi<strong>de</strong>nte (isto se <strong>de</strong>u durante um evento emCuritiba): “Confesso que fiquei surpreso, pois éclaro que tinha o sonho <strong>de</strong> presidir a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,porém, pensei que isto só ocorreria algunsa<strong>no</strong>s mais tar<strong>de</strong>.Até então, os presi<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> cumpriam man<strong>da</strong>topor dois a<strong>no</strong>s consecutivos. Fui o primeiropresi<strong>de</strong>nte a cumprir o man<strong>da</strong>to por um a<strong>no</strong>, oque perdura até os dias <strong>de</strong> hoje. Tive como vice-presi<strong>de</strong>ntemeu gran<strong>de</strong> amigo Ronaldo PercopeAndra<strong>de</strong> que me suce<strong>de</strong>u na presidência<strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte.Nessa ocasião, a presidência <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia estavaa cargo do saudoso professor Jose Laredo Filho.Foram criados, na ocasião, os comitês <strong>da</strong>schama<strong>da</strong>s subespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> <strong>Ortopedia</strong> eTraumatologia. Foi <strong>de</strong>cidido que o presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> seriatambém o presi<strong>de</strong>nte do Comitê <strong>da</strong> SBCMjunto à SBOT.Penso que não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> dizer a respeito<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho do professorLaredo, pois tínhamos reuniões quase to<strong>da</strong>s asquartas-feiras à <strong>no</strong>ite e aos sábados <strong>de</strong> manhã.Eu me locomovia <strong>de</strong> Sorocaba (SP) para essasreuniões com máximo prazer, tal era o climaamistoso que reinava entre os representantesdos diferentes comitês <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s junto àSBOT. Lembro com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s do professor Laredo.As reuniões ocorriam na antiga se<strong>de</strong> <strong>da</strong>SBOT, na Rua São Sebastião, em Santo Amaro.Naquela época, o presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM passavaa atuar como vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte,pois, em 1997, atuando como vice-presi<strong>de</strong>ntecontinuei como presi<strong>de</strong>nte do comitê <strong>da</strong>SBCM junto à SBOT, pois seria muito difícil parao Dr. Ronaldo Percope Andra<strong>de</strong> se locomover<strong>de</strong> Belo Horizonte a São Paulo semanalmente,às vezes, mais do que uma vez.O <strong>no</strong>sso congresso foi realizado pela primeiravez na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Jordão, i<strong>de</strong>iado professor Walter Albertoni, que foi acata<strong>da</strong>por todos os membros <strong>da</strong> Diretoria. O local doevento foi o auditório Cláudio Santoro, que sesitua <strong>no</strong> Alto <strong>da</strong> Bela Vista, local on<strong>de</strong> anualmenteocorre o Festival <strong>de</strong> Inver<strong>no</strong> <strong>de</strong> Campos<strong>de</strong> Jordão. A <strong>da</strong>ta foi <strong>de</strong> 28 a 30 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro<strong>de</strong> 1996. Foi um congresso marcado pela amiza<strong>de</strong>,entusiasmo e calor huma<strong>no</strong>, conformeeu escrevi na mensagem do presi<strong>de</strong>nte naocasião. A programação científica foi excelente,contamos com a presença dos professoresestrangeiros convi<strong>da</strong>dos Allen Bishop, EduardoA. Zancolli e Ronaldo Carneiro. A programaçãosocial também foi um sucesso.Recebi apoio irrestrito <strong>de</strong> todos os membros<strong>da</strong> diretoria. Quando uma pessoa <strong>no</strong>s aju<strong>da</strong>muito, dizemos que ela é o <strong>no</strong>sso braço direito;posso afirmar que os amigos Walter Albertoni(ex-presi<strong>de</strong>nte), Flavio Faloppa (secretário) eRames Mattar (tesoureiro) foram meu cérebrona realização do congresso.Penso serem essas as consi<strong>de</strong>rações que ficarammarca<strong>da</strong>s em minha lembrança duranteminha honrosa passagem como presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.”80


Presi<strong>de</strong>ntes1997Ronaldo Percopi <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>O cirurgião mineiro RonaldoPercopi <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>cumpriu seu man<strong>da</strong>to comopresi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> a<strong>no</strong><strong>de</strong> 1997. Para este livro, conce<strong>de</strong>uo seguinte <strong>de</strong>poimento:“Fui introduzido naespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelas mãosdo Dr. Arlindo Pardini <strong>no</strong> a<strong>no</strong><strong>de</strong> 1973, momento em que estava finalizandominha Residência em <strong>Ortopedia</strong> <strong>no</strong> Hospital<strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> MinasGerais (UFMG). Ele convidou-me para fazer treinamentoem Cirurgião <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> Hospital SaraKubsticheck <strong>de</strong> Belo Horizonte – local on<strong>de</strong>mantinha seu Serviço – tendo sido eu um dosseus primeiros resi<strong>de</strong>ntes. Esse foi o meu contatoinicial com a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, já que duranteminha Residência tivera poucas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r as doenças do Membro Superior.Entretanto, ain<strong>da</strong> que eu tivesse me i<strong>de</strong>ntificadomuito com essa área <strong>de</strong> atuação, o meu dia a dia<strong>de</strong> recém-formado era <strong>de</strong> contato direto com atraumatologia ortopédica.Durante algum tempo permaneceu em gestaçãoo meu sonho <strong>de</strong> aprofun<strong>da</strong>r mais os meusconhecimentos em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Em 1978,quatro a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>pois, <strong>no</strong>vamente contando coma aju<strong>da</strong> efetiva do Dr. Pardini, tive a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> fazer um fellowship sob a orientação do Dr.Adrian Flatt, na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Iowa, centro <strong>de</strong>referência na especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, principalmente naárea <strong>de</strong> doença congênita e artrite reumatoi<strong>de</strong>.Naquela ocasião, tive a alegria <strong>de</strong> ter os primeiroscontatos com a microcirurgia através do assistentedo Dr. Flatt, Bruce Sprague, que a ‘duras penas’tentava realizar seus primeiros retalhos microcirúrgicose reimplantes. Foram tempos <strong>de</strong> muitoaprendizado e eu a ca<strong>da</strong> dia alimentava mais osmeus sonhos e projetos nessa área.Tendo regressado ao <strong>Brasil</strong> em 1979, <strong>de</strong>i osmeus primeiros passos como cirurgião <strong>da</strong> mãoe me tornei Membro Aspirante <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>no</strong>Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Logo <strong>de</strong>poispassei a ser Membro Titular e, <strong>da</strong>í em diante,participei ativamente <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as suas Jorna<strong>da</strong>s eCongressos.Em 1988 fui presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Regional CentroLeste Oeste e organizei uma Jorna<strong>da</strong> em BeloHorizonte com as presenças marcantes dos Drs.Narakas e Swanson.Naquele momento, fui <strong>de</strong>spertado para outraárea <strong>de</strong> atuação profissional – as doenças doombro – o que conciliou com a minha crença <strong>de</strong>que um cirurgião <strong>de</strong> mão <strong>de</strong>veria ter uma forteformação na área <strong>de</strong> doenças do ombro e cotovelo,uma vez que elas interferem diretamentena função <strong>da</strong> mão. Quando presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,tentei introduzir esse conceito, mas fui vozdissonante.Em 1997 fui eleito presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e, durante a realizaçãodo Congresso <strong>Brasil</strong>eiro, havia duas situaçõesemergentes, sendo que a mais importante era amanutenção <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>médica. Muitos foram os embates paraconcretização <strong>de</strong> uma conquista, que naquelemomento estava sendo ameaça<strong>da</strong> pelo AMB.A outra situação que atormentava todo cirurgião<strong>de</strong> mão era a <strong>da</strong>s doenças ocupacionais,mal entendi<strong>da</strong>s e interpreta<strong>da</strong>s e que traziamgran<strong>de</strong> inquietação aos <strong>no</strong>ssos ambulatórios econsultórios. Assumi como <strong>de</strong>safio a tentativa <strong>de</strong><strong>no</strong>rmatização <strong>de</strong> conduta diante <strong>da</strong>quela ‘epi<strong>de</strong>mia’<strong>de</strong> ‘LER’, ‘DORT’ e organizei um pré-congressotratando do assunto, o que trouxe ao anfiteatrodo SESIMINAS, local do congresso, 740 profissionaismédicos que participaram ativamente <strong>de</strong>sseSimpósio Internacional. Durante dois dias, organizamosmesas-redon<strong>da</strong>s e conferências, com aparticipação <strong>de</strong> ortopedistas, fisiatras, médicos dotrabalho, médicos <strong>de</strong> clínica <strong>da</strong> dor, psiquiatras,juízes <strong>de</strong> direito, ministério público e <strong>da</strong> excepcionalaustraliana Dra. Gabriele Bammer, do NationalCenter of Epi<strong>de</strong>miology and Population Health -The Australian National University. Nesse evento,produzimos um livro que foi patrocinado pelaFun<strong>da</strong>centro, órgão do Ministério do Trabalho, eque foi distribuído a todos os congressistas.O Congresso, realizado após o Simpósio, contoucom a participação dos convi<strong>da</strong>dos estrangeirosDrs. Paul Manske, <strong>da</strong> Washington University<strong>de</strong> Saint Louis, Gotran Senwald, <strong>da</strong> Suíça, e LauraTimmerman, <strong>da</strong> University of California.Foi um tempo muito bom e me sinto feliz porter contribuído <strong>de</strong> alguma forma para o que éhoje a gran<strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.”81


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091998José Maurício <strong>de</strong> Morais CarmoJosé Maurício do Carmo, em foto com outrospresi<strong>de</strong>ntes: Albertoni e AzzeJosé M. M. Carmo presidiu a SBCM <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong>1998, quando o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>de</strong> <strong>Mão</strong> foi transferido para o primeiro semestredo a<strong>no</strong> (em junho), para se distanciar do Dia <strong>da</strong>Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>e Traumatologia, promovido pela SBOT.De acordo com o cirurgião, era o terceiro man<strong>da</strong>to<strong>de</strong> um a<strong>no</strong> <strong>de</strong> duração, numa época emque “poucos acreditavam ou concor<strong>da</strong>vam queo congresso e a presidência <strong>da</strong> SBCM tivessemforça e razão para acontecer anualmente.”Em sua gestão, estavam intensas o <strong>de</strong>bate ea luta pelo reconhecimento <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>como Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> Médica. “Tivemos a primeirareunião <strong>no</strong> CFM em Brasília, realiza<strong>da</strong> commembros <strong>da</strong> SBCM e membros <strong>da</strong> AMB, CFM,FNM e CNRM. Foi elaborado um dossiê baseadonas exigências já cumpri<strong>da</strong>s e anteriormenteaceitas pelo CFM, que não eram reconheci<strong>da</strong>spela CNRM. A discussão objetivava uma equalização<strong>da</strong>s especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas, visando <strong>no</strong>rmatizaçãodo Mercosul. Participaram nesta faseco<strong>no</strong>sco Walter Abertoni, Arlindo Pardini e LuizCarlos Sobania (membros do CFM).”Carmo <strong>de</strong>screve sua filosofia como a <strong>de</strong> incentivara interligação com outras especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,principalmente <strong>Cirurgia</strong> Plástica e <strong>Ortopedia</strong>,“visando evitar o distanciamento entre osprofissionais <strong>de</strong>ssas duas áreas, que na ver<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>vem se aproximar, já que são os pilares <strong>da</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.” Carmo é contrário à criação<strong>de</strong> uma “Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> Plástica”ou “<strong>da</strong> <strong>Mão</strong> Ortopédica”, porque viria a concorrercom a já existente, “que agora completa<strong>50</strong> a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> existência, e só confundiria maisaqueles que necessitam <strong>de</strong> <strong>no</strong>sso precioso serviço”.“Além <strong>da</strong> <strong>Ortopedia</strong> e <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> Plástica,há interfaces com outra especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, comoNeurocirurgia, <strong>Cirurgia</strong> Vascular, Reumatologia,Dermatologia e outras, as quais temos que <strong>no</strong>saproximar”. E prioriza: “manter e difundir a <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> médica in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,com pré-requisito em <strong>Ortopedia</strong>e <strong>Cirurgia</strong> Plástica”.Sobre sua própria biografia como cirurgião,Carmo revela que teve como mestres DaniloGonçalves e Raul Chiconelli. Relata sua passagempor vários serviços que contribuírampara seu treinamento: o Núcleo <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>do Inamps, <strong>de</strong> Arnaldo Bonfim, na Casa <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Santa Luzia e Hospital <strong>da</strong> BeneficênciaPortuguesa, em 1971 e 1976-77, Hospital SouzaAguiar, em 1972, Hospital <strong>da</strong> Polícia Militar,<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1973-77, HTO, 1978. Suasexperiências <strong>de</strong> treinamento <strong>no</strong> exterior foramna Suíça (Grupo AO), na Inglaterra, com NicollasBarton <strong>no</strong> a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 1980 e 1981, assim comoem Louisville, Estados Unidos, com Kleinert, em1983 e 1984, “on<strong>de</strong> além <strong>de</strong> <strong>de</strong>purar a cirurgia<strong>da</strong> mão convencional, pu<strong>de</strong> acrescentar o valorosoaprendizado e aplicação <strong>da</strong> técnica microcirúrgicaao aparelho locomotor. Vimos utilizandoe transmitindo a bagagem adquiri<strong>da</strong> <strong>no</strong>exterior, enriqueci<strong>da</strong> com a experiência local.”Des<strong>de</strong> 1978 e 79, atua <strong>no</strong> Hospital UniversitárioPedro Ernesto, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadualdo Rio <strong>de</strong> Janeiro e <strong>no</strong> Serviço <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>do Hospital dos Servidores do Estado, comodocente na Disciplina e Serviço <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>e responsável pelo Setor <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> eMicrocirurgia. O serviço é reconhecido comocentro <strong>de</strong> treinamento em cirurgia <strong>da</strong> mão.1999Arnaldo Valdir ZumiottiZumiotti fez residênciaem <strong>Ortopedia</strong> <strong>no</strong> Hospital<strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo em 1976-78, quando <strong>de</strong>spertou seuinteresse pela <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>, muito sob influência<strong>de</strong> seu orientador RonaldoJorge Azze. Foi contratado<strong>no</strong> Instituto <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia(IOT) do HC em 1979, on<strong>de</strong> permaneceu por10 a<strong>no</strong>s, padronizando a rotina <strong>de</strong> reimplantes82


Presi<strong>de</strong>ntese contribuindo para a formação do Grupo <strong>de</strong>Reimplantes.Fez estágio <strong>no</strong> Indiana Hand Center, em Indianápolis(1982) e visitas aos centros <strong>da</strong> MayoClinic e o chefiado por Kleinert, todos <strong>no</strong>s EstadosUnidos. Seus mestrado (1987) e doutorado(1990) versavam sobre reimplantes e microcirurgia,área na qual adquirira experiência. Foiaceito como sócio correspon<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>sAmericanas <strong>de</strong> Microcirurgia e <strong>de</strong> cirurgia<strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Sua livre-docência, também emmicrocirurgia, foi <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong> em 1996. A partir<strong>de</strong> 2002, reestruturou o Grupo <strong>de</strong> Reimplantes<strong>no</strong> IOT, on<strong>de</strong> hoje o Grupo <strong>de</strong> Microcirurgia Reconstrutivaestá integrado ao Grupo <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Chefiou a Disciplina <strong>de</strong> Traumatologiae o Grupo <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> a partir <strong>de</strong> 2002.Participou ativamente <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, já tendo ocupado os cargos<strong>de</strong> secretário-geral, presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> RegionalSul e, finalmente, em 1999, <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte.Durante sua gestão criou o jornal informativo<strong>de</strong> divulgação oficial <strong>da</strong> SBCM, Manus. Foi presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamentoe, juntamente com os colegas <strong>da</strong> diretoria <strong>da</strong>gestão <strong>de</strong> 2004, conseguiu reverter a condição<strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong> área <strong>de</strong> atuação para a<strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foi responsável, durante esseperíodo, pela organização do exame anual doscandi<strong>da</strong>tos a especialista em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.Infelizmente, doença neurológica <strong>de</strong>generativainstala<strong>da</strong> recentemente impediu o cirurgião<strong>de</strong> mão paulista Zumiotti <strong>de</strong> enviar suacolaboração com esta publicação.2000Flávio FaloppaO meu interesse pela cirurgia<strong>da</strong> mão foi <strong>de</strong>spertado<strong>no</strong> primeiro a<strong>no</strong> <strong>de</strong>residência <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> naEscola Paulista <strong>de</strong> Medicina,quando passei pelo entãoGrupo <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>,chefiado pelo Prof. WalterAlbertoni e que tambémcontava com o Dr. Vilnei Mattioli Leite. Eramdois jovens entusiastas <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, queatraíam aqueles que estivessem dispostos aestu<strong>da</strong>r e se <strong>de</strong>senvolver nesta área. Em 1981,ingressei na Residência <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, soba chefia do Prof. Walter, on<strong>de</strong> além <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>ra especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, pu<strong>de</strong> conviver com ele, que foium ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro mestre, não somente na minhavi<strong>da</strong> acadêmica, mas também em minha formaçãoética e humana.Participei ativamente <strong>da</strong> SBCM, fui tesoureiropor quatro a<strong>no</strong>s, primeiro secretário por maisquatro e, em 2000, assumi a Presidência. Minhagestão foi foca<strong>da</strong> na promoção e divulgação<strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, poiscomeçava nessa época a discussão <strong>de</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>sMédicas junto ao Mercosul. Como política,<strong>de</strong>senvolvi algumas Campanhas, com <strong>de</strong>staquea que tinha o slogan “Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>: Omelhor Tratamento é a Prevenção. Em caso <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>nte procure um Cirurgião <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>”. No lançamento,feito na Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina,tivemos a presença do secretário do Ministério<strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, o diretor <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>centro, secretáriodo Ministério do Trabalho e o Reitor <strong>da</strong> Unifesp.Foi amplamente divulgado na imprensa. Nessea<strong>no</strong>, participamos <strong>da</strong>s comemorações do1º <strong>de</strong> maio, em São Paulo, evento que reuniucerca <strong>de</strong> 1,2 milhões <strong>de</strong> pessoas, com palestrase distribuição <strong>de</strong> material sobre prevenção <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho.Em maio, tivemos uma audiência com o entãoministro <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, José Serra, e apresentamoso problema do atendimento dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>mão <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, que resultou numa portaria <strong>de</strong>terminandoa inclusão do Cirurgião <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> nasequipes dos Hospitais que aten<strong>de</strong>m Urgênciae Emergência. Isto foi muito importante, poisalém <strong>da</strong> importância do mercado <strong>de</strong> trabalho,houve um reconhecimento do especialistapelas autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s governamentais. Na minhagestão, pela primeira vez, levei o Congresso<strong>Brasil</strong>eiro para o Nor<strong>de</strong>ste, Recife. O objetivo foi<strong>de</strong>scentralizar e divulgar a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, numaregião on<strong>de</strong> existe carência <strong>de</strong> especialistas.Apesar <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, foi um sucesso<strong>de</strong> mídia, financeiro e político.Na minha gestão, man<strong>de</strong>i para os principaispla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a relação dos especialistas em<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, baseado na lei <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa doconsumidor, exigimos que fosse retirado doslivros do convênios aqueles que se cre<strong>de</strong>nciaramcomo Cirurgião <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>, mas que não tinhamtítulo. Esta ação foi importante, pois acio-83


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009namos o Ministério Público, que interpelou algunspla<strong>no</strong>s sobre o cre<strong>de</strong>nciamento in<strong>de</strong>vido.No a<strong>no</strong> seguinte, aumentou significativamenteo número <strong>de</strong> interessados para prestar o exame<strong>de</strong> especialista.2001<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong><strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> com os amigos Pardini, Albertoni eSobania“Com o título <strong>de</strong> ortopedista recebido em RibeirãoPreto em janeiro <strong>de</strong> 1982 e <strong>da</strong>ta marca<strong>da</strong>para iniciar o fellow em Louisville, Kentucky, EstadosUnidos, graças a uma bolsa <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>çãoRotária, visitei o serviço <strong>de</strong> mão <strong>da</strong> EPM, on<strong>de</strong> oprof. adjunto Albertoni e o instrutor voluntárioFallopa me receberam muito bem; foi através<strong>de</strong>les que acompanhei o irmão Mattioli Leite ecomprovei o altruísmo do Graner. Estes foramos primeiros a me mostrar a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Na véspera <strong>da</strong> viagem, fui visitar o Bulcão, <strong>no</strong>Rio <strong>de</strong> Janeiro, que <strong>de</strong>saconselhou a i<strong>da</strong>, já queeu ain<strong>da</strong> “sabia muito pouco <strong>de</strong> mão e o serviçodo Kleinert era o melhor do mundo, difícil <strong>de</strong>acompanhar”. O recado foi entendido, mas não<strong>de</strong>sisti, serviu-me <strong>de</strong> estímulo para os próximos18 meses.Em Louisville aprendi direta e diariamentecom Kleinert, Kutz, Lister, Atasoy, Tom Wolff,Tsu-Min Tsai, Bob Acland, todos gênios em seusestilos. Meus colegas <strong>de</strong> fellow foram Luis Schecker,Warren Brei<strong>de</strong>nbach, Daniel Nagle, DougHanel, James Katsaros e os brasileiros MárcioGuimarães e José Maurício do Carmo – igualmentegênios em seus estilos.Os a<strong>no</strong>s 80 foram os “a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ouro” <strong>de</strong> Louisville,local <strong>de</strong> peregrinação internacional <strong>de</strong>todos os titãs <strong>da</strong> época <strong>de</strong>vido à sutura diretae mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> precoce dos flexores e à microcirurgia.Foi lá que aprendi um pouco <strong>de</strong> cirurgia<strong>da</strong> mão, e muito sobre como participar <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>institucional, estruturar um serviço e marketingmédico. Kleinert <strong>de</strong>ve ser lembrado pela personali<strong>da</strong><strong>de</strong>,bon<strong>da</strong><strong>de</strong>, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhoe pela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> concedi<strong>da</strong> aos brasileiros.Deveríamos chamá-lo <strong>de</strong> Pai Internacional <strong>da</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> do <strong>Brasil</strong>.O ingresso na SBCM se <strong>de</strong>u em 1984 pelasmãos <strong>de</strong> Pardini, que escreveu a carta <strong>de</strong> apresentação,e pela bon<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Alfredo Jacques(jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Petrópolis) e do Azze (congresso <strong>no</strong>Maksoud), que aceitaram meus temas. O meuprimeiro artigo sobre mão na RBO foi em parceriacom Edie Caeta<strong>no</strong>, em 1985. O meu primeirocapítulo <strong>de</strong> livro foi “Fun<strong>da</strong>mentos em <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>”, do clássico <strong>de</strong> 1991 <strong>de</strong> Pardini.Nos a<strong>no</strong>s seguintes interagi com meus colegasgaúchos, que tinham forte influência <strong>da</strong>cirurgia plástica <strong>de</strong>vido à antológica reconstrução<strong>da</strong> mão dilacera<strong>da</strong> do Antônio Estima,feita por Zancolli <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 60, ao Jorge FonsecaEly, à Sirlei Rinaldi e ao Ronaldo Carneiro.Dediquei-me com exclusivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao tratamento<strong>da</strong>s doenças do membro superior – mais tar<strong>de</strong>incorporei o ombro e cotovelo, mas isto éoutra história – <strong>no</strong> serviço do Instituto <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>e Traumatologia (IOT), em Passo Fundo,em parceria com Antônio Severo, Paulo Piluski,e Marcelo Lemos, e também em Porto Alegre.Em 1998, sob a supervisão <strong>da</strong> SBCM, estabelecemosum treinamento em cirurgia <strong>da</strong> mão eformamos vários colegas: Tatiana Pitágoras (RS),Henrique Ayzemberg (SC), Edgar Valente Neto(PR), Marcelo Costa (BA), John Oviedo (Colômbia),Antonir Nolla (SC), Luiz Eduardo (SC), e MarceloLemos (RS). O índice <strong>de</strong> resolutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> doserviço é <strong>de</strong> 100%, envolvendo plexo braquial,cobertura cutânea microcirúrgica, transferência<strong>de</strong> tecido ósseo, dígitos, pesquisa básica etc.Participei <strong>de</strong> todos os congressos brasileiros<strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> minha especialização, <strong>de</strong> umsem-número <strong>de</strong> jorna<strong>da</strong>s e conferências emserviços, e colaborei em muitas ações institucionais.William Seitz Jr., <strong>de</strong> Cleveland, EstadosUnidos, conduziu-me à American Society forSurgery of the Hand (ASSH), on<strong>de</strong> sou membrocorrespon<strong>de</strong>nte juntamente com Castro Ferreira,Pardini, Ulson, e Zumiotti.O meu a<strong>no</strong> como presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM se <strong>de</strong>uem meio a incertezas quanto à classificação84


Presi<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> “especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>” ou “área <strong>de</strong> atuação”. Épocadifícil, para dizer me<strong>no</strong>s. O grupo <strong>de</strong> trabalhoera ótimo: Fallopa, Rames, Jefferson, Ohara, Barbieri,Kimura, Angelini, Rui Barros, Afrânio, PauloSérgio, Pardini, Albertoni e Zé Maurício. Foi oúltimo a<strong>no</strong> <strong>de</strong> trabalho na <strong>no</strong>ssa primeira se<strong>de</strong>.Conseguimos publicar dois volumes <strong>da</strong> revistaManus e manter o tônus <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.O Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> 2001 foi na aprazívelGramado, na Serra Gaúcha. A organizaçãocoube ao grupo gaúcho: Ruschel, Pignataro,Folberg, Jefferson, Severo, e Adriana Raffone(fisio), e eu. Tivemos recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> público, coma presença maciça dos cirurgiões <strong>de</strong> mão <strong>de</strong>todo o <strong>Brasil</strong>, <strong>da</strong>s terapeutas <strong>da</strong> mão, e dos convi<strong>da</strong>dosRotella (Argentina), Yama<strong>no</strong> (Japão),Duarte (Portugal), Brunelli e Teournaire (França),Carneiro e Kleinert (EUA). Os <strong>no</strong>ssos amigosamerica<strong>no</strong>s pagaram suas passagens, minimizandocustos para o congresso que, mesmoassim, fechou com um prejuízo <strong>de</strong> R$ 12.000,00(doze mil reais), uma pequena fortuna na época.Esse prejuízo nunca foi absorvido pela Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,que tinha como filosofia “se tiver lucroé <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, se tiver prejuízo é <strong>da</strong> comissãoorganizadora”. Tampouco eu quis dividir o prejuízocom meus colegas <strong>da</strong> comissão.Outra lembrança diverti<strong>da</strong> do congresso <strong>de</strong>2001 foi a Assembleia Geral, em que o Rames, oOhara e eu sentamos numa pequena mesa <strong>no</strong>palco. O Sobania, o Pardini e o Albertoni sentaramjuntos <strong>no</strong> alto <strong>da</strong> platéia. De lá, discor<strong>da</strong>vam<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> item e, literalmente, coman<strong>da</strong>rama Assembleia. O Rames quase infartou...Em momento solene, o fun<strong>da</strong>dor Lauro Barros<strong>de</strong> Abreu falou para um auditório lotado eemocionado. Viu com clareza a força <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>que aju<strong>da</strong>ra a fun<strong>da</strong>r em 1959. Mais tar<strong>de</strong>o prof. Lauro me presentearia com sua coleção<strong>de</strong> clássicos em cirurgia <strong>da</strong> mão, que compõema Biblioteca <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> Clássica Dr. AlbertoLago, uma <strong>da</strong>s únicas do país.Admitido como sócio em 1984 e auxiliando amanter viva a memória <strong>da</strong> SBCM em 2009. Estesforam os meus primeiros 25 a<strong>no</strong>s como cirurgião<strong>de</strong> mão.”2002Cláudio Henrique BarbieriCláudio Henrique Barbieripresidiu a SBCM em2002, e relata o auge doproblema <strong>de</strong> per<strong>da</strong> dostatus <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>pela cirurgia <strong>da</strong> mão: “Fuieleito para a presidência<strong>da</strong> SBCM durante ocongresso <strong>de</strong> Recife, em2000, tendo o Prof. RamesMattar Júnior como vicepresi<strong>de</strong>nte,para o biênio 2002-2003. Assumi emjaneiro <strong>de</strong> 2002 e, pouco <strong>de</strong>pois, fui convocadopela diretoria <strong>da</strong> AMB para receber oficialmenteo comunicado <strong>de</strong> que a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong>ixaria<strong>de</strong> ser uma especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> autô<strong>no</strong>ma, passando aárea <strong>de</strong> atuação <strong>da</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia e<strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong> Plástica, numa <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> ComissãoTripartite forma<strong>da</strong> por membros do CFM, AMB eCNRM, com a missão <strong>de</strong> reformar todo o sistema<strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas <strong>no</strong> País.Foi um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro rescaldo <strong>no</strong> ímpeto <strong>de</strong> produziralgo <strong>de</strong> bom para a SBCM, mas motivouuma reação generaliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a diretoria, induzindoa mim e aos <strong>de</strong>mais membros (RamesMattar Júnior, Luiz Carlos Angelini, Ivan Chakkoure outros) a trabalhar na tentativa <strong>de</strong> reverter o quehavia sido <strong>de</strong>cidido e que parecia já sacramentado.Debal<strong>de</strong> todos os esforços, <strong>no</strong> meu man<strong>da</strong>toe <strong>no</strong> do Prof. Rames, em 2003, não foi possívellevar a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong> volta à condição <strong>de</strong>especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tão duramente conquista<strong>da</strong> a<strong>no</strong>santes (em 1983, <strong>no</strong> man<strong>da</strong>to do Prof. Arlindo GomesPardini, se não me falha a memória). Isso sófoi acontecer em 2005, na forma <strong>de</strong> acesso direto,três a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> duração, sem pré-requisito em <strong>Ortopedia</strong>e Traumatologia ou em <strong>Cirurgia</strong> Plástica,com revisão do modus faciendi em 2007, quandovoltou a exigência do pré-requisito. Apesar disso,o esforço propiciou ótimas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>convívio mais íntimo com os colegas <strong>da</strong> diretoria,que se empenharam para solucionar o problema,como quando estivemos em Brasília para discutiro tema com a Comissão Tripartite, já <strong>no</strong> man<strong>da</strong>todo Prof. Rames Mattar Júnior em 2003, quando<strong>no</strong>s acompanharam os colegas Luiz Carlos Sobania,Afrânio Donato <strong>de</strong> Freitas, Flávio Faloppa ePaulo Sérgio Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Queiroz (peço <strong>de</strong>sculpas85


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009a qualquer outro que lá tenha estado e do qualnão me recordo mais).Como um dos requisitos para a atribuição <strong>da</strong>condição <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a Comissão Tripartiteexigia dois a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> duração <strong>da</strong>s residências, emgeral. Reflexo disso foi a <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> ComissãoExecutiva <strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r a residência paradois a<strong>no</strong>s, já a partir <strong>de</strong> 2003. Foi uma atitu<strong>de</strong> toma<strong>da</strong><strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muita discussão, mas certamentetrouxe benefícios à especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Entretanto,é o meu ponto <strong>de</strong> vista atual que essa <strong>de</strong>cisão,por esten<strong>de</strong>r por <strong>de</strong>masiado o tempo total <strong>de</strong>treinamento (cinco a<strong>no</strong>s), po<strong>de</strong> estar afastandomuitos dos possíveis candi<strong>da</strong>tos recém-egressos<strong>da</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia, que vislumbram apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se especializarem em áreas atémais rentáveis do que a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> em me<strong>no</strong>stempo.Ain<strong>da</strong> <strong>no</strong> primeiro semestre <strong>de</strong> 2002, tive a honra<strong>de</strong> inaugurar a <strong>no</strong>va se<strong>de</strong> própria <strong>da</strong> ABCM, emSão Paulo, na presença <strong>de</strong> alguns ex-presi<strong>de</strong>ntese dos presi<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> AMB, do Conselho Regional<strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> São Paulo (CREMESP) e <strong>da</strong> UnimedSão Paulo. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a aquisição <strong>da</strong> <strong>no</strong>vase<strong>de</strong> havia sido <strong>de</strong>cidi<strong>da</strong> e realiza<strong>da</strong> em gestãoanterior à minha, a quem <strong>de</strong> fato caberia a honra<strong>de</strong> abri-la e do que fiz menção <strong>no</strong> meu discurso<strong>de</strong> inauguração. De qualquer modo, a <strong>no</strong>va se<strong>de</strong>,funcional e bonita, foi entregue aos membros<strong>da</strong> SBCM sem nenhuma dívi<strong>da</strong> pen<strong>de</strong>nte e semônus extras aos associados.Tive, ain<strong>da</strong>, a honra <strong>de</strong> organizar e presidir oXXII Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, realizadoem Ribeirão Preto, <strong>de</strong> 1 a 3 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>2002. Mais que tudo, foi um aprendizado paraalguém neófito nesse tipo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Li<strong>da</strong>ndocom po<strong>de</strong>rosas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s (laboratórios farmacêuticos,indústrias e reven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> materialcirúrgico e outras), que simplesmente ig<strong>no</strong>ravamo significado <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, percebi que elasconsi<strong>de</strong>ravam o <strong>no</strong>sso congresso talvez comopeque<strong>no</strong> <strong>de</strong>mais e sem a importância <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>,comparado com outros muito maiores, como éo caso do Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> eTraumatologia, por exemplo. Isso, <strong>de</strong> fato, chegoua ser afirmado por um dos representantes <strong>de</strong> umlaboratório e atitu<strong>de</strong>s como essa transformaram aorganização do congresso numa luta renhi<strong>da</strong>, àsvezes frustrante, para conseguir o apoio e patrocínio<strong>de</strong>sses setores.O congresso acabou por ser muito bem sucedido,com quase 800 participantes e um lucro líquidosignificativo (R$ 100.000,00), bem maior doque os anteriores e até do que alguns posteriores.Mas a lição que ficou é que o congresso tem queser organizado e os patrocínios e apoios negociadosna se<strong>de</strong> <strong>da</strong> SBCM, com to<strong>da</strong> a diretoria, e não<strong>no</strong> local <strong>de</strong> realização, com a participação quaseque exclusiva do presi<strong>de</strong>nte do congresso e <strong>de</strong>alguns colaboradores. Essa foi a conclusão positivaa que cheguei e que repassei às diretorias posteriorese, até on<strong>de</strong> chega meu conhecimento, asistemática passou a ser adota<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o últimocongresso, realizado também em Ribeirão Preto,sob a presidência do Prof. Nilton Mazzer, garantindoparticipação e lucro recor<strong>de</strong>s.Para concluir, quero apenas dizer que <strong>de</strong>i omelhor <strong>de</strong> mim à presidência <strong>da</strong> ABCM. Valeu apena? Sim, sem sombra <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>. Tudo vale apena se a alma não é pequena.”2003Rames Mattar JuniorRames Mattar Jr. formousemédico em 1979, tendosido resi<strong>de</strong>nte em ortopediaentre 1980 e 82. No a<strong>no</strong>seguinte, fez sua especializaçãoem <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong><strong>no</strong> Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong>USP, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois foi contratadocomo assistente e posteriormentecomo professorassociado. “Fui para a mão por influência <strong>de</strong> Ronaldoe Zumiotti, porque minha i<strong>de</strong>ia inicial erafazer quadril. Naquela ocasião, a gente não podiatrabalhar especificamente num grupo especializado.Então eu fazia ortopedia geral e trabalhavacomo voluntário <strong>no</strong> Grupo <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>. E foi assimpor muitos a<strong>no</strong>s. Até que eu fiquei praticamenteligado ao Grupo <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> a partir <strong>de</strong> 1989. Mesmoassim eu era chefe <strong>de</strong> plantão do pronto-socorro,on<strong>de</strong> fiquei, fazendo ortopedia geral, até 1994. Apartir <strong>de</strong> então é que eu me liguei exclusivamenteao Grupo <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> e Microcirurgia <strong>no</strong> HC”, relatao professor. “Fiz o mestrado em 1989, o doutoradoem 1993 e a livre-docência em 1996, sempreligado ao tema <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão e microcirurgiareconstrutiva.”86


Presi<strong>de</strong>ntesRames participou <strong>da</strong>s diretorias <strong>da</strong> SBCM porvários a<strong>no</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, até tornar-se presi<strong>de</strong>nteem 2003: “Trabalhei quatro a<strong>no</strong>s como tesoureiro,quatro a<strong>no</strong>s como secretário, <strong>de</strong>pois virei vicepresi<strong>de</strong>ntee presi<strong>de</strong>nte. Essa foi a minha trajetóriaaqui na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”. Conviveu, portanto, comtodos os diretores e presi<strong>de</strong>ntes por vários a<strong>no</strong>s.Descreve a SBCM: “É uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> pequena,a gente po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir como se fosse uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>irafamília, mesmo. Porque por ser pequena, aspessoas se conhecem muito. É uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong>extremamente agradável <strong>de</strong> convivência, e temalgumas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ela começou em 1959,e foi uma <strong>da</strong>s primeiras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> ortopedia. Somente a <strong>Ortopedia</strong>e Traumatologia antece<strong>de</strong> a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Tevetambém uma interface com algumas especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,como cirurgia plástica, ortopedia, neuro,tivemos até cirurgião vascular como especialistaem cirurgia <strong>da</strong> mão.”O cirurgião relata que a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> foireconheci<strong>da</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> praticamente<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação, e que vivenciou a fase <strong>de</strong> per<strong>da</strong>do caráter <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. “Fomos para Brasília,fomos brigar, foi um agito muito gran<strong>de</strong>.... opresi<strong>de</strong>nte era o Cláudio Barbieri, eu era vice. Em2003, nós praticamente conseguimos reverter asituação. Foi uma pressão política muito forte”. Sobreo dia a dia na diretoria: “Foi uma convivênciamuito agradável, trabalhava-se muito na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,mas era um trabalho gratificante, porque agente via a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> crescer. Minha convivênciamaior foi com o Faloppa, nessa época <strong>de</strong> tentarresgatar a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nós pegamos a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>numa situação difícil financeiramente, havia umêxodo gran<strong>de</strong>, um <strong>de</strong>sestímulo, e nós assistimosa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> crescer muito.”No entanto, Rames <strong>de</strong>staca que a criação <strong>de</strong>subespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> ortopedia era um problemapara a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. “Acho que o crescimento<strong>de</strong> outras áreas <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, áreas <strong>de</strong>atuação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ortopedia, fez com que elascompetissem com a cirurgia <strong>da</strong> mão e tiraramum pouco o foco <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão. O boom <strong>da</strong>estética na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990 levou muitos para acirurgia plástica”, comenta, adicionando tambéma especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> Joelho como competidora. Esseresgate <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> Rames <strong>de</strong>screve como“um trabalho <strong>de</strong> formiguinha”: “É <strong>de</strong> telefonar paraas pessoas, criar centros <strong>de</strong> treinamento, tentarfortalecer politicamente a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, cursos, criarregionais, estimular as regionais a fazer tambémcursos... Posso dizer até que algumas coisas a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> pegou <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Mão</strong>:nós <strong>no</strong>s informatizamos antes <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>, a prova e o simulado <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>Mão</strong> se informatizaram antes do que a <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong>. O simulado foi feito online. Essas são algumas coisas que foram feitas naSBCM que serviram até para outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>... Porque somos um laboratoriozinho....Como a <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> é pequena, todosveem nela as coisas que po<strong>de</strong>m <strong>da</strong>r certo... Comonum estudo piloto”.Afrânio em pronunciamentonum CBCM2004Afrânio Donato <strong>de</strong> FreitasO cirurgião <strong>de</strong> mãoAfrânio Donato <strong>de</strong>Freitas, que atua emMinas Gerais, presidiua SBCM em 2004. Ele<strong>de</strong>u, para esta publicação,o seguinte<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> expresi<strong>de</strong>nte:“Sempre vi a cirurgia<strong>da</strong> mão <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>como uma família. Os seus membros não seencontram <strong>no</strong> Natal, mas <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso Congressoé certo. Todos temos inúmeros episódios namemória e, não raro, nas mesas <strong>de</strong> bar, entreum chope e outro, relembramos fatos pitorescos,como os embates entre os Drs. Pardini eAzze, os comentários cruéis do Dr. Bulcão sobrea técnica <strong>de</strong> McCash para contratura <strong>de</strong> Dupuytrene outras, <strong>de</strong> que também discor<strong>da</strong>va,assim como o Dr. Ronaldo Azze comentandotemas livres, como um que apresentei sobreneurectomia do punho. Coitados dos iniciantes,como foi meu caso...Quanto ao meu período na presidência, pensoque foi bastante significativo para <strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,pois <strong>de</strong>mos continui<strong>da</strong><strong>de</strong> e intensificamoso esforço para recuperar o status <strong>de</strong>especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> – que havia sido conseguido nagestão do Dr. Pardini e posteriormente perdido,mas recuperado na minha gestão. Tambémna minha gestão tivemos o primeiro Clube <strong>da</strong><strong>Mão</strong>, que foi i<strong>de</strong>alizado pelo então secretário87


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Luiz Carlos Angelini. Na campanha pela implantação<strong>da</strong> CBHPM, <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> estevesempre presente.Vendo a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mão como uma gran<strong>de</strong>família é que realizamos, em Araxá, um congressoon<strong>de</strong> foi possível associar o científico <strong>de</strong>alto nível, característica <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,com um gran<strong>de</strong> congraçamento social/familiar,em que estiveram presentes pais, filhos, cunhadose, naturalmente, esposas e esposos.<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> mão é mesmo coisa <strong>de</strong> famíliapara nós, Dr. Pardini, Paula, eu. Quem sabe alguém<strong>da</strong> próxima geração também."2005Nelson Mattioli LeiteAlguns cirurgiões <strong>da</strong> mãogostam <strong>de</strong> usá-las... paraescrever. Nelson MattioliLeite, presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCMem 2005, enviou, para estapublicação, um longo e <strong>de</strong>talhado<strong>de</strong>poimento, quepresta gran<strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> registrohistórico <strong>da</strong> SBCM. Acompanhe: “Minhavivência na especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> agora completa 30a<strong>no</strong>s. Estou na SBCM há mais tempo do queo tempo que ela tinha quando me tornei umMembro Associado, em 1979: naquele a<strong>no</strong>, foramcomemorados os 20 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> sua fun<strong>da</strong>ção.Busco na memória aspectos <strong>de</strong> minha vivênciae me reporto ao início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1970.Neste texto, peço a licença <strong>de</strong> citar todos pelo<strong>no</strong>me, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado os títulos obtidos <strong>no</strong>meio acadêmico, pois na SBCM e na amiza<strong>de</strong>todos somos iguais.Após completar a residência médica na SantaCasa <strong>de</strong> São Paulo, prestei o exame para aSBOT em janeiro <strong>de</strong> 1974 e pensava em retornara Porto Alegre, minha ci<strong>da</strong><strong>de</strong> natal. Entãosurgiu uma encruzilha<strong>da</strong> em minha vi<strong>da</strong>: recebio convite do Professor José Hungria Filho paraficar mais um a<strong>no</strong> <strong>no</strong> Pavilhão Fernandinho Simonsen.Resolvi aceitar, pois estava num serviçomuito dinâmico e teria muito a apren<strong>de</strong>r.Nesse a<strong>no</strong> adicional, já como especialista emortopedia, <strong>no</strong>s era facultado escolher on<strong>de</strong>estagiar <strong>no</strong> segundo semestre, e foi então queresolvi estagiar <strong>no</strong> grupo <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>,com Edmur Isidoro Lopes e Heitor J.R. Ulson. Oconvívio com esses dois mestres me aguçou ointeresse pela cirurgia <strong>da</strong> mão e, principalmente,os tomei como gran<strong>de</strong>s amigos.Outra ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que exerci em 1974 foi a <strong>de</strong>preceptor dos resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> ortopedia e, paratristeza inicial <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>les, instituí seminários<strong>no</strong> sábado pela manhã. Esta era uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>muito estimulante, que me obrigava aestu<strong>da</strong>r. Na sequência, fui admitido como ProfessorInstrutor na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas<strong>da</strong> Santa Casa <strong>de</strong> São Paulo pela mão doJosé Hungria Filho. Por ter esse vínculo com oensi<strong>no</strong>, em 1977 fui convi<strong>da</strong>do a participar doCurso <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>da</strong>quela instituição, oque me obrigou a permanecer em São Paulo.Enquanto fazia a pós, por estar interessado nacirurgia <strong>da</strong> mão, resolvi continuar apren<strong>de</strong>ndocom o Edmur, seguindo-o em suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>smédicas, o que aconteceu <strong>no</strong>s dois a<strong>no</strong>s subsequentes.Esta era a forma <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> cirurgia<strong>da</strong> mão, pois naquela época não haviaresidência em cirurgia <strong>da</strong> mão e, para entrar naSBCM, o que se fazia era apren<strong>de</strong>r a arte comum membro titular e, após sua avaliação e umacarta, o currículo do médico era encaminhadoao Conselho Executivo <strong>da</strong> SBCM. Assim, pelamão do gran<strong>de</strong> mestre Edmur Isidoro Lopes, fuiadmitido como Membro Associado <strong>da</strong> SBCMem 1979, quando a SBCM, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1959,completava 20 a<strong>no</strong>s. No a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1982 postuleijunto ao Conselho Executivo <strong>da</strong> SBCM a posição<strong>de</strong> Membro Titular, e após análise <strong>de</strong> meucurrículo, fui aceito nesta condição <strong>de</strong> associado.Requeri então meu título <strong>de</strong> especialistaem cirurgia <strong>da</strong> mão junto à Associação Médica<strong>Brasil</strong>eira.Fora do ambiente acadêmico, atuava comocirurgião <strong>da</strong> mão <strong>de</strong> retaguar<strong>da</strong> na extinta Carteira<strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes do Trabalho: em São Paulopara as zonas <strong>no</strong>rte e leste; e em Guarulhos,para os aci<strong>de</strong>ntados <strong>de</strong>sta ci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial,assim como para as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Vale do rio Paraíba.Nessa época, os atendimentos dos trabalhadoresaci<strong>de</strong>ntados eram suportados peloInstituto Nacional <strong>de</strong> Seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> Social (INSS),em programa especial <strong>de</strong> atendimento, totalmenteseparado. Os pacientes recebiam o tratamentoinicial por traumatologistas em hospitaisgerais e, em segui<strong>da</strong>, os casos mais graveseram encaminhados para os especialistas em88


Presi<strong>de</strong>ntescirurgia <strong>da</strong> mão. Tínhamos médicos coor<strong>de</strong>nadores,aos quais solicitávamos materiais especiaispara o tratamento dos pacientes, os quaisatuavam como controladores. Em São Paulo,o meu coor<strong>de</strong>nador era Carlos Schwartzman.Nessa época, exercia função similar à minha,<strong>no</strong> atendimento <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntados <strong>da</strong> zona sul <strong>de</strong>São Paulo, Orlando Graner. Além <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sassistenciais, também participava em umgrupo <strong>de</strong> traumatologistas que prestava atendimentos<strong>no</strong>s hospitais Carlos Chagas e StellaMaris, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Guarulhos.Continuei a Pós-Graduação na Santa Casa <strong>de</strong>São Paulo até 1981, quando fui convi<strong>da</strong>do porJosé Laredo Filho a seguir na Pós-Graduação <strong>da</strong>Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina. Na época, o Laredoera chefe <strong>da</strong> pós-graduação e o cargo <strong>de</strong>titular estava vago. A chefia <strong>da</strong> então Disciplina<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia <strong>da</strong> EPM era ocupa<strong>da</strong>pelo Sérgio Bruschini. Quando o Laredoassumiu a chefia e se tor<strong>no</strong>u o Professor Titular,por seu convite fui absorvido na EPM e porsua solicitação montei o Grupo <strong>de</strong> Trauma <strong>da</strong>Disciplina <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia, quelogo em segui<strong>da</strong> tor<strong>no</strong>u-se um <strong>de</strong>partamento<strong>da</strong> EPM. Tive a honra <strong>de</strong> chamar para o Grupo<strong>de</strong> Trauma Ralph Walter Christian, Fernado Baldydos Reis e Hélio Jorge Fernan<strong>de</strong>s. Na EPM,<strong>de</strong>senvolvi trabalhos acadêmicos, fui professoradjunto substituto, me engajei <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntese <strong>de</strong>fendi minhas teses <strong>de</strong> mestrado edoutorado. Neste a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2009 ain<strong>da</strong> estou ligadoa ela e participo na Disciplina <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> e Membro Superior.Participei por muitos a<strong>no</strong>s como colaboradorem várias gestões, antes <strong>de</strong> ser eleito presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> SBCM para o a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2005. Registrarei aquias minhas impressões e aspectos <strong>de</strong> vivênciaque fazem parte <strong>da</strong> história não escrita <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssasocie<strong>da</strong><strong>de</strong>, assim como aspectos <strong>de</strong> convíviocom as pessoas. Será que isso importa para oleitor? Bem, que seja feito como um registrobreve sobre pessoas importantes para a <strong>no</strong>ssaSBCM. Usarei um tom bem intimista e buscareiem minha memória as histórias <strong>de</strong> antanho,por isso talvez haja alguma inexatidão em termostemporais.Iniciei minha participação em diretorias <strong>da</strong>SBCM na condição <strong>de</strong> tesoureiro na gestão doWalter Manna Albertoni (1986-1987). Aprendicom o Walter a forma <strong>de</strong> organizar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>scientíficas e também o modo <strong>de</strong> conduzir politicamenteuma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> iguais, em que<strong>de</strong>vemos ser sinceros e diretos sem ofen<strong>de</strong>ros interlocutores, firmes na coor<strong>de</strong>nação semcentralizar e amáveis para manter um ambienteagradável. Não sei se aprendi ou fui eficientena prática, mas observei e tentei me espelharnesse gran<strong>de</strong> mestre em relações humanas. Suaamabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sempre foi gran<strong>de</strong> e <strong>no</strong>ssa relaçãoficou mais estreita quando ele foi orientador <strong>de</strong>minha tese <strong>de</strong> doutorado na EPM em 1992. Eleme recebia em sua casa e com extrema paciênciame aju<strong>da</strong>va a escrevê-la. Fiquei em débitocom ele e procurei <strong>de</strong>volver sua amabili<strong>da</strong><strong>de</strong>auxiliando-o na edição <strong>de</strong> seu livro-texto, em2008.Fui mantido na posição <strong>de</strong> tesoureiro na gestãodo Jacy Conti Alvarenga (1988-1989). Foimuito agradável o convívio com o Jacy, pessoaalegre e calorosa, como são a maioria <strong>de</strong> meusamigos cariocas. Na gestão seguinte, em que opresi<strong>de</strong>nte foi Heitor J.R. Ulson (1990-1991), fuiconvi<strong>da</strong>do a participar como secretário-geral,posição que <strong>de</strong>sempenhei em situação especial,pela gran<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> que tenho com o Heitor,que se remonta ao a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1973. A<strong>no</strong> queconheci o Marcos A.R. Ulson e fui seu R2 <strong>no</strong> PavilhãoFernandinho Simonsen <strong>da</strong> Santa Casa <strong>de</strong>São Paulo. Deste convívio nasceu uma gran<strong>de</strong>amiza<strong>de</strong> que perdura até hoje. O Heitor, por serirmão do Marcos, também se tor<strong>no</strong>u um bomamigo e foi um dos meus mestres na bela arte<strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão. Ele é um exemplo <strong>de</strong> honra<strong>de</strong>ze retidão como médico e ser huma<strong>no</strong>. OHeitor me instilou o gosto pela anatomia, participandocomigo <strong>de</strong> dissecações <strong>no</strong> setor <strong>de</strong>verificação <strong>de</strong> óbitos <strong>da</strong> Santa Casa <strong>de</strong> São Paulo.Estudávamos a importância dos ligamentosdo carpo para sua estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Seccionávamosos ligamentos entre o escafoi<strong>de</strong> e o semilunarpara observar as alterações na dinâmica carpal.Estava iniciando meu estágio em cirurgia <strong>da</strong>mão e achei fabulosa a movimentação recíprocados ossos do carpo, que só então via sob oaspecto dinâmico e funcional.No convívio com o Edmur Isidoro Lopes <strong>no</strong>stornamos amigos, mas quem não se tornavaamigo do Edmur? Achava uma graça quandoele, <strong>no</strong> meio do ambulatório <strong>da</strong> Santa Casa, <strong>no</strong>s89


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009<strong>da</strong>va um <strong>de</strong>scanso e chamava, “vamos ver opretinho com febre” era a senha que ele usavana frente dos pacientes, para uma para<strong>da</strong> paratomar um café <strong>no</strong> primeiro an<strong>da</strong>r. Aprendi comele técnica cirúrgica em cirurgia <strong>da</strong> mão e ficavamaravilhado com sua habili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Persegui oEdmur em centros cirúrgicos durante dois a<strong>no</strong>se adquiri uma bagagem que levo pela minhavi<strong>da</strong> profissional. Além dos seus aspectos impecáveisna prática médica, ele era um indivíduomuito estudioso. To<strong>da</strong> semana discutia algumartigo que lera <strong>no</strong>s dias anteriores e me estimulavaa ler sobre nervos periféricos, área em queera um gran<strong>de</strong> mestre. Lembro bem quandosurgiu a sutura fascicular na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1970, eutrouxe o assunto à discussão, pois achara interessanteusar a microcirurgia para promover oalinhamento <strong>de</strong> fascículos. Bem, o Edmur falou:isso não vai <strong>da</strong>r certo, pois provoca um trauma<strong>de</strong>snecessário intraneural, com formação <strong>de</strong> fibrosee o resultado final <strong>de</strong>verá ser pior do queuma sutura epineural. Contra os conceitos quese implantavam como uma gran<strong>de</strong> <strong>no</strong>vi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>no</strong> meio <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão, o Edmur ficou firme,respal<strong>da</strong>do em sua experiência e conhecimentoteórico, e o tempo mostrou que eletinha razão. Tivemos um convívio longo e umagran<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e sua morte precoce <strong>de</strong>ixoutristes todos seus alu<strong>no</strong>s e amigos.Fui convi<strong>da</strong>do a participar como Secretáriogeralna chapa que elegeu o Mauri Alves <strong>de</strong>Azevedo como Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> biênio1992 e 1993. O Mauri era um homem sério <strong>de</strong>poucos sorrisos, mas extremamente amável,não o conheci intimamente mas me <strong>de</strong>ixouuma boa impressão por ser pessoa <strong>de</strong> posiçõesfirmes. Graças ao Mauri, foi tornado obrigatórioo treinamento <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes somente em centroscre<strong>de</strong>nciados pela SBCM. No biênio seguinte(1994-1995), fui eleito na chapa do FernandoA.N.C. <strong>de</strong> Barros, como presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> RegionalSul <strong>da</strong> SBCM, e com o auxílio do Gilberto Oharacoor<strong>de</strong>nei uma Jorna<strong>da</strong> <strong>da</strong> SBCM em São Pauloem que trouxemos David Green. Nos biênios1998 -1999 e 2002-2003, fui eleito Conselheiro<strong>da</strong> SBCM. No a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2004, fui o vice-presi<strong>de</strong>ntena gestão do Afrânio Donato <strong>de</strong> Freitas e, em2005, fui o presi<strong>de</strong>nte eleito.Durante a gestão <strong>da</strong> diretoria <strong>de</strong> 2005, tivemosque correr e a<strong>da</strong>ptar a situação <strong>da</strong> SBCM,às <strong>de</strong>terminações do Código Civil brasileiro.Mu<strong>da</strong>mos o estatuto e, por força <strong>da</strong> <strong>no</strong>va legislação,tivemos que alterar o <strong>no</strong>me oficial<strong>da</strong> SBCM para Associação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Na época, sugeri que continuássemosusando o termo socie<strong>da</strong><strong>de</strong> como fantasia, parapreservar <strong>no</strong>sso <strong>no</strong>me histórico, <strong>de</strong>ixando a‘associação’ para a documentação legal. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça se impunha para a<strong>de</strong>quaçãoà <strong>no</strong>va lei. Enviei e-mail aos sócios convocandoa assembleia geral e recebi respostaspedindo para não mu<strong>da</strong>r o <strong>no</strong>me <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,entre eles estava o meu amigo Ronaldo Azze.Tive que explicar o motivo legal em <strong>de</strong>talhes esenti, nas correspondências, o carinho especialque os sócios têm pela <strong>no</strong>ssa SBCM.No a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2005, o XXV Congresso <strong>Brasil</strong>eiro<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> foi realizado em SantaCatarina, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Joinville, e teve comopresi<strong>de</strong>nte o Valdir Steglich. A i<strong>de</strong>ia unânime<strong>da</strong> diretoria <strong>da</strong> SBCM foi <strong>de</strong> localizá-lo fora <strong>da</strong>sgran<strong>de</strong>s capitais e <strong>de</strong>scentralizar <strong>no</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,como forma <strong>de</strong> aumentar a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> em outros pontos do país. Nasequência dos acontecimentos, o Rames MattarJr. foi eleito presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Sul-Americana <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>e o X Congresso Sul-america<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> foi juntado ao brasileiro que estava em an<strong>da</strong>mento.O Rames cuidou dos contatos comos colegas sul-america<strong>no</strong>s. Aproveitamos parafazer, junto com estes dois eventos já agrupados,o VI Congresso Ibero-Lati<strong>no</strong>-America<strong>no</strong> <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.Contei com a aju<strong>da</strong> do Walter Albertoni <strong>no</strong>sprimeiros contatos com os europeus e, em segui<strong>da</strong>,o Flávio Faloppa assumiu a presidência<strong>de</strong>ste congresso e organizou a vin<strong>da</strong> dos cirurgiões<strong>da</strong> mão com o Carlos Irisarri <strong>de</strong> Vigo, naEspanha. Logo <strong>de</strong>pois estes dois aglutinaram oMarc Garcia Elias, <strong>de</strong> Barcelona, na Espanha eo sempre amigo Ronaldo Carneiro <strong>de</strong> Naples,(Flóri<strong>da</strong>) <strong>no</strong>s Estados Unidos. Esse gran<strong>de</strong> esforço<strong>de</strong> equipe culmi<strong>no</strong>u num gran<strong>de</strong> evento.Um macrocongresso ocorreu <strong>no</strong> Centro <strong>de</strong>Eventos Cau Hansen, com organização impecável,em instalações amplas, mas num ambienteaconchegante. Participaram 575 congressistas.Vieram para o <strong>Brasil</strong> 70 cirurgiões <strong>da</strong> mão estrangeiros,<strong>da</strong> Espanha, <strong>de</strong> Portugal, <strong>da</strong> Itália, <strong>da</strong>90


Presi<strong>de</strong>ntesFrança, dos Estados Unidos, do México, <strong>da</strong> Venezuela,<strong>da</strong> Colômbia, do Equador, do Peru, doParaguai, do Chile, <strong>da</strong> Argentina e do Uruguai.O convi<strong>da</strong>do oficial do congresso foi William P.Cooney, dos Estados Unidos, o qual abrilhantouo evento com sua presença. O congresso Ibero-Lati<strong>no</strong>-America<strong>no</strong> trouxe ao <strong>Brasil</strong> o Marc GarciaElias <strong>da</strong> Espanha e Philippe Saffar, <strong>da</strong> França.Orgulhamo-<strong>no</strong>s muito com o fato <strong>de</strong> que,em 2005, o <strong>Brasil</strong> teve Arlindo Pardini Jr. napresidência <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>da</strong>sSocie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, Rames MattarJr. na presidência <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Sul- americana<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e Walter Manna Albertonicomo presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia. Contamos com aparticipação ativa <strong>de</strong>les em <strong>no</strong>sso XXV CBCM. Aorganização <strong>de</strong>ssa festa científica ficou a cargodo Valdir Steglich, que se mostrou um gran<strong>de</strong>anfitrião. Na<strong>da</strong> faltou na organização irretocável<strong>de</strong>sse evento internacional e tenho certezaque <strong>no</strong>ssos visitantes estrangeiros saírammuito bem impressionados. Ele contou como apoio dos colegas <strong>da</strong> Regional Sul <strong>da</strong> SBCM:Giana Giostri, Roberto Luiz Sobania, HenriqueAyzenberg e Jefferson Braga Silva. A organizaçãodo programa científico ficou a cargo dosmembros <strong>da</strong> CEC: Nilton Mazzer, Carlos HenriqueFernan<strong>de</strong>s, Walter Fukushima, Emygdio <strong>de</strong>Paula e Paulo Ran<strong>da</strong>l Pires. Entre as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>ssociais, tivemos o jantar do congresso num clubetípico <strong>da</strong> colônia alemã, com muita comi<strong>da</strong>,chope e música.Na gestão <strong>de</strong> 2005, fizemos a revisão dosite <strong>da</strong> SBCM melhorando sua funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>,tornando-o elemento <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>e servindo como ponte <strong>de</strong> comunicação.As modificações foram coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s peloCarlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s. O <strong>no</strong>sso jornal MA-NUS do a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2005 teve como editora a GianaGiostri e uma versão em PDF persiste <strong>no</strong> <strong>no</strong>ssosite e serve como fonte histórica.Aproveitando a internet como meio <strong>de</strong> interligação,inauguramos os programas “Clube<strong>da</strong> <strong>Mão</strong>”. A concepção <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>permite a interação imediata com as pessoasque assistem a distância o programa. Fomos aprimeira socie<strong>da</strong><strong>de</strong> médica a utilizar essa forma<strong>de</strong> educação continua<strong>da</strong> e hoje já está <strong>no</strong> quintoa<strong>no</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma ininterrupta. O<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ia até sua implementaçãoficou a cargo do Luiz Carlos Angelini, o qualteve apoio do João Baptista Gomes dos Santose do Gilberto Ohara, os quais continuam com omesmo entusiasmo inicial.Participamos, na Fun<strong>da</strong>centro, do Fórum emDefesa <strong>da</strong>s <strong>Mão</strong>s. A Fun<strong>da</strong>centro é um órgãodo Ministério do Trabalho e centro colaboradorcom a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, OrganizaçãoPan-Americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e OrganizaçãoInternacional do Trabalho. Essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> abriua discussão sobre os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>smãos dos trabalhadores e contou com representantes<strong>de</strong> setores <strong>da</strong> indústria, tanto <strong>da</strong> partepatronal, quanto dos empregados; tivemosrepresentantes do setor bancário, do comércioe <strong>da</strong> agricultura, assim como membros doInstituto Nacional <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntesem Máquinas e Equipamentos (INPAME) e representantesdo setor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>equipamentos <strong>de</strong> proteção individual (EPI).Nessa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> participei diretamente nasdiscussões sobre aci<strong>de</strong>ntes <strong>no</strong> ambiente <strong>de</strong>trabalho, relacionados às mãos, junto com oAntônio Carlos Costa (Caco) e Ivan Chakkour.Observei que há <strong>de</strong>sconhecimento geral sobrea <strong>no</strong>ssa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os participantes nãosabiam que existem médicos especialistas emcirurgia <strong>da</strong> mão. Nesse fórum <strong>de</strong> discussões tivemosreuniões semanais por dois meses e fomosos únicos médicos presentes às reuniões.No final dos trabalhos, foram apresenta<strong>da</strong>s palestrassobre aci<strong>de</strong>ntes com as mãos e a SBCMfoi representa<strong>da</strong> por Ivan Chakkour e Caco.”2006Luiz Carlos AngeliniO paulista Luiz Carlos Angelinigraduou-se médicopela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> SantoAmaro em 1975 e em AdministraçãoHospitalar pelaUniversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> RibeirãoPreto em 2001. Fez mestrado(1993) e doutorado(1998) pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo(Unifesp). Chefia a Clínica <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>do Hospital do Servidor Público Municipal <strong>de</strong>São Paulo e é professor assistente <strong>de</strong> anatomiana Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Metropolitana <strong>de</strong> Santos (Uni-91


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009mes). Presidiu a SBCM em 2006 e, para este livro,forneceu o seguinte <strong>de</strong>poimento:“Nossos vínculos com a SBCM estabeleceramseem 1981, por ocasião <strong>da</strong> primeira prova paraobtenção do título <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em 1987,passamos a fazer parte do Conselho Executivo,por duas gestões consecutivas.Nessa época, <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> tinha certificaçãotécnica e científica <strong>da</strong> Associação Médica<strong>Brasil</strong>eira (AMB) e do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina(CFM). Mas, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2001, quando <strong>da</strong>integração <strong>da</strong>queles organismos com o ConselhoNacional <strong>de</strong> Residência Médica (CNRM),fomos, injustamente, classificados com ‘área <strong>de</strong>atuação médica’. Unidos, todos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>no</strong>s mobilizamos <strong>no</strong> sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfazer esteequívoco.Trabalhando como secretário, particularmenteao lado dos presi<strong>de</strong>ntes Nelson MattioliLeite, Afrânio Donato <strong>de</strong> Freitas, Claudio HenriqueBarbieri e Rames Mattar Junior, obtivemos,em 2005, o reconhecimento <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>por parte do CNRM, CFM e <strong>da</strong> AMB. Duranteos a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 2006 e 2007, graças ao generoso eessencial apoio do Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes,então secretário do Ministério Educação eCultura (MEC), ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro promotor <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssaespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tivemos concedidos os ‘pré-requisitos’para a formação em cirurgia <strong>da</strong> mão.Como gratidão, a partir do a<strong>no</strong> 2006, o melhortrabalho do <strong>no</strong>sso Congresso é premiado comtitulo Prof. Antonio Carlos Lopes.Antes, em 2004, com a aju<strong>da</strong> dos amigos Dr.João Baptista Gomes dos Santos e do Sr. HamiltonCon<strong>de</strong> (presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> empresa Atitu<strong>de</strong>) e<strong>de</strong> patrocínio <strong>de</strong> empresas, realizamos o sonho<strong>da</strong> educação continua<strong>da</strong> on-line e, na gestãodo presi<strong>de</strong>nte Nelson Matiolli Leite, a primeiratransmissão foi ao ar. Hoje somos mais <strong>de</strong>7000 inscritos, mais <strong>de</strong> 200 em todo o mundo.Os participantes intervêm <strong>de</strong> suas residências,por telefone ou e-mail. Hoje, o Clube <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>completa cinco a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> sucesso. O Clube <strong>da</strong><strong>Mão</strong> faz parte do programa <strong>de</strong> Educação Continua<strong>da</strong><strong>da</strong> AMB, distribuindo pontos para a revali<strong>da</strong>çãodo título <strong>de</strong> especialista, encurtandodistâncias e beneficiando os docentes.No início <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa gestão <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2006,realizamos o XXVI Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, a VIII Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Reabilitação<strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, o XVI Encontro <strong>de</strong> Microcirurgia Reconstrutiva,com 800 participantes, e o FórumPré-Congresso LER/DORT, uma atração a parte,com mais <strong>de</strong> <strong>50</strong>0 especialistas presentes, entreeles, médicos <strong>de</strong> trabalho e peritos.Durante <strong>no</strong>ssa gestão apoiamos eventosregionais. A Regional São Paulo realizou, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> In<strong>da</strong>iatuba, o 4˚ Curso <strong>de</strong> Atualizaçãoem <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, tendo como organizador oDr. Luiz Koiti Kimura, <strong>no</strong>s dias 07 e 08/10/2007,com presença <strong>de</strong> 120 cirurgiões <strong>da</strong> mão do estado.A regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste realizou, emSalvador, organiza<strong>da</strong> pelo Dr. Paulo Sergio Fiúza,em 01 e 02 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro 2007, a 2 a Jorna<strong>da</strong>Baiana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, com a presença <strong>de</strong>palestrante ilustres tais como Luiz Koiti Kimura,Carlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s, João Gomes dosSantos. A Regional Rio <strong>de</strong> Janeiro, coman<strong>da</strong><strong>da</strong>pelo Dr. Henrique <strong>de</strong> Barros, realizou a 2 a Jorna<strong>da</strong><strong>de</strong> Patologia do Punho, em 16 setembro2006, que contou com a presença ilustre doDr. Jesse Júpiter <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard(Estados Unidos) e palestrantes nacionais. ARegional Centro-Leste-Oeste, através do seu diretor,Dr. Pedro José Pires, <strong>no</strong> dia 02 <strong>de</strong>zembro,realizou Curso <strong>de</strong> Atualização nas Patologiasdo Punho. A Regional Sul realizou a 1 a Jorna<strong>da</strong>Sul-<strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Atualização em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Itapema, <strong>no</strong>s dias 15 e 16 <strong>de</strong>setembro, organiza<strong>da</strong> pelo diretor <strong>da</strong> Regional,Dr. Roberto Luiz Sobania.Lançamos a Campanha Nacional <strong>de</strong> Prevençãoa Aci<strong>de</strong>ntes e Trauma na <strong>Mão</strong> e o primeiroassunto foi a questão dos aci<strong>de</strong>ntes com fogos<strong>de</strong> artifício: ‘Bonito para os olhos, um perigopara as mãos’. Houve e<strong>no</strong>rme repercussão, emais <strong>de</strong> 70 publicações na imprensa em todoo país em apenas um mês. O cantor, poeta, einstrumentista Toquinho foi o símbolo <strong>de</strong>ssacampanha.Hoje a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> mantém uma comissão organizadora <strong>da</strong>Campanha Nacional <strong>de</strong> Prevenção a Aci<strong>de</strong>ntese Traumas <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir eexecutar as campanhas durante o a<strong>no</strong> e reconhecero ato médico do Cirurgião <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.”92


Presi<strong>de</strong>ntes2007Jefferson Luiz Braga SilvaO microcirurgião Jefferson Luiz Braga SilvaO presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2007, JeffersonLuiz Braga Silva, louvou o esforço <strong>de</strong> se publicarum registro histórico <strong>da</strong> SBCM e enviou,para este livro, o seguinte <strong>de</strong>poimento.“Fiz o exame para membro titular <strong>da</strong> SBCMna gestão do Edie Caeta<strong>no</strong>, em Campos do Jordão.Os meus ‘algozes’ <strong>no</strong> exame oral foram oAngelini e o Ronaldo Carneiro. Mais tar<strong>de</strong>, o Angelinifoi o meu fiel companheiro na Diretoria<strong>da</strong> SBCM. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, eu iniciei a minha contribuiçãoadministrativa <strong>no</strong>s cargos <strong>da</strong> Diretoria<strong>da</strong> SBCM em um congresso <strong>no</strong> Recife, on<strong>de</strong> opresi<strong>de</strong>nte foi Flávio Faloppa. A Escola Paulista<strong>de</strong> Medicina, personifica<strong>da</strong> pelos professoresFlávio Faloppa e Walter Albertoni, foi muitoimportante na minha formação acadêmica eprofissional, muito do meu <strong>de</strong>senvolvimentocomo cirurgião e como pessoa <strong>de</strong>vo a eles.Em Recife, fui eleito para o Conselho Executivo;<strong>de</strong>pois ocupei vários cargos na Diretoria <strong>da</strong>SBCM, e fui conduzido a presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssaSocie<strong>da</strong><strong>de</strong> em 2007. Quando escrevo ‘conduzido’,quero dizer, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, que as coisas naSocie<strong>da</strong><strong>de</strong> são feitas e bem-feitas, ou seja, a suapresidência é gesta<strong>da</strong> e conduzi<strong>da</strong> por todos osmembros <strong>da</strong> SBCM.Fui vice-presi<strong>de</strong>nte do Angelini, e muitos conhecema vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a disposição <strong>de</strong>sse queridocolega. Agra<strong>de</strong>ço muito ao Angelini pelas‘facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s’ que ele me proporcio<strong>no</strong>u na vicepresidênciae, mais tar<strong>de</strong>, na presidência.Na minha gestão, procurei retribuir a confiançae a honra <strong>de</strong> ser presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM; incentivara integração dos colegas a eventos internacionais.Acredito que foi, que é, e que será sempremuito importante aos próprios cirurgiões comopara a <strong>no</strong>ssa Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> a participação em eventosinternacionais. Esse fato se traduziu e se concretizouna gestão do professor Pardini na IFSSHo que dignificou em muito os cirurgiões brasileiros.Honra-<strong>no</strong>s pertencer ao círculo profissionale <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> do professor Pardini.Fato marcante e relevante na minha gestãofoi a realização <strong>da</strong>s campanhas <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes nas crianças e com os fogos <strong>de</strong> artifício.A repercussão a nível nacional foi algo queme impressio<strong>no</strong>u positivamente, assim como aexposição do <strong>no</strong>me <strong>da</strong> SBCM e dos colegas <strong>da</strong>smais longínquas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras. A campanhadita ‘positiva’ sempre será bem-vin<strong>da</strong>, porquetraduz a preocupação dos cirurgiões <strong>de</strong> mãocom a prevenção, o que sempre é muito bemapreciado pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil.O Congresso do a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2007 foi realizado emPorto Alegre, na Pontifícia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Católicado Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, com apoio irrestrito <strong>de</strong>ssaInstituição. A preocupação <strong>da</strong> Diretoria e <strong>da</strong> Comissão<strong>de</strong> Educação Continua<strong>da</strong> era <strong>de</strong> realizarum congresso em que não houvesse prejuízofinanceiro para a SBCM, mas que houvesse umbom nível científico. A escolha dos convi<strong>da</strong>dosestrangeiros se baseou nesses critérios. Muitosauxiliaram <strong>no</strong>s convites e na vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazermosum bom congresso. Também foi <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong>diretoria e <strong>da</strong> comissão que faríamos mais discussão,mais perguntas, mais questionamento,mais in<strong>da</strong>gações e exporíamos mais dúvi<strong>da</strong>s. E,para isso, precisaríamos <strong>de</strong> cirurgiões com muitaexperiência e muita didática para coor<strong>de</strong>nar assessões. Reconhecemos que essa não é uma tarefafácil, e infelizmente difícil, mas fomos muitofelizes na escolha dos colegas.O Congresso foi positivo em muitos aspectos:tivemos cinco cirurgias transmiti<strong>da</strong>s aovivo, realiza<strong>da</strong>s pelos convi<strong>da</strong>dos estrangeiros,com perguntas e respostas em tempo real. Tivemosvários cursos paralelos <strong>de</strong> instrução aosmais jovens, como o <strong>de</strong> artroscopia <strong>de</strong> punho(Christophe Mathoulin) e <strong>de</strong> prótese <strong>de</strong> ombro(Philippe Valenti). O curso <strong>de</strong> Jan Fridrén sobre<strong>Mão</strong> Tetraplégica foi instrutivo e <strong>de</strong> altíssimonível acadêmico. Alguns números que <strong>no</strong>s trazemsatisfação <strong>de</strong> um trabalho extenuante: 572participantes (42% do estado <strong>de</strong> São Paulo!!)que interagiram intensamente entre si e com osconvi<strong>da</strong>dos estrangeiros: Carlos Carriquiry, Jor-93


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009ge <strong>de</strong> Vecchi, José Maria Rotella, Howard Clarke,Christophe Mathoulin, Michel Schoofs, PhilippeValenti e Jan Fridén.O livro me fez relembrar coisas boas, momentosagradáveis, pessoas amigas, pessoas inteligentes,e <strong>de</strong> pessoas carinhosas. Foi um a<strong>no</strong> emque consoli<strong>de</strong>i amiza<strong>de</strong>s, conquistei amigos eaprendi a conhecer pessoas. Agra<strong>de</strong>ço a SBCMpor me ter proporcionado esse a<strong>no</strong> que não esquecerei,FELIZ”.2008Nilton MazzerO presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> SBCM nagestão 2008, Nilton Mazzer,conversou co<strong>no</strong>sco paraexpor a sua experiência nadiretoria. É um cirurgiãopreocupado com o resgatehistórico <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>:<strong>no</strong> Congresso <strong>Brasil</strong>eiro realizadosob sua gestão, colocouplacas nas portas <strong>da</strong>s salas dos anfiteatrosportando os <strong>no</strong>mes <strong>de</strong> Danilo Gonçalves, LauroBarros <strong>de</strong> Abreu, Orlando Graner, Edmur IsidoroLopes e Mauri Alves <strong>de</strong> Azevedo.Graduado em Medicina pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Estadual <strong>de</strong> Londrina, em 1975, Nilton Mazzerfez Residência em <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologiana USP em 1986, 1983, pós-doutorado em diversasinstituições <strong>da</strong> França, em 1989, 1990e 2000. Atualmente, é professor associado <strong>da</strong>USP, campus Ribeirão Preto, on<strong>de</strong> realizou umCongresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> sucesso: “Todosos números foram recor<strong>de</strong>s e as expectativas,supera<strong>da</strong>s”, revela. “Acreditamos que um e<strong>no</strong>rme<strong>de</strong>staque <strong>de</strong>sse evento foi a i<strong>no</strong>vação: ‘Oque eu não faço mais’ foi uma mesa que tevegran<strong>de</strong> assistência.Mazzer <strong>de</strong>staca como mais importantes realizações<strong>de</strong> sua gestão: “A forma <strong>de</strong> administrar,com uma participação ativa <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa diretoria,influenciando positivamente na toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões;a centralização e separação <strong>da</strong>s contascorrentes e a implantação, com separação <strong>de</strong>contas, e a implantação do sistema <strong>de</strong> prestação<strong>de</strong> contas mensal do congresso, que permitiuseu fechamento quase que imediato.” Deacordo com Mazzer, a Comissão <strong>de</strong> EducaçãoContinua<strong>da</strong> teve “plena liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> organizara parte científica do congresso. Pela primeiravez, a SBCM teve apoio <strong>de</strong> órgão <strong>de</strong> fomento, oCNPq, isto também <strong>de</strong>monstrou a alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong>do programa científico.”E ain<strong>da</strong> sobre o congresso, este ex-presi<strong>de</strong>nterelata que os patrocinadores “não foram apenasconvi<strong>da</strong>dos a pagar o metro quadrado do congresso,foram sim convi<strong>da</strong>dos a serem parceiros<strong>da</strong> SBCM, contribuindo financeiramente <strong>no</strong>s projetosque a eles interessavam”. Assim, o Congressopô<strong>de</strong> ser finalizado com retor<strong>no</strong> financeiro para aSBCM po<strong>de</strong>r aplicar em outros projetos.Além do congresso, Mazzer registra outrasconquistas <strong>de</strong> sua gestão: “A chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>voscolegas para comissões permanentes com oobjetivo <strong>de</strong> trabalhar melhor os temas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesaprofissional e divulgação <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>”.2009Fernando Baldy dos ReisFernando Baldy em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na presidência em 2009“Após completar a graduação em medicinae a residência médica em <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologiana Unicamp (Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong>Campinas), em 1985, fui para os Estados Unidosfazer um programa <strong>de</strong> fellowship com bolsa <strong>da</strong>Capes na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Miami, com o professorWillian Burckhalter, on<strong>de</strong> tive meu primeirocontato com a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> e com a microcirurgia.No final <strong>de</strong>sse programa, conheci, ain<strong>da</strong>em Miami, o professor Weber, que me ofereceuum estágio <strong>de</strong> um a<strong>no</strong> <strong>no</strong> Hospital Cantonal<strong>de</strong> Saint Gallen, na Suíça, sob a supervisão doprofessor Gotfried Segmuller, cirurgião <strong>de</strong> mãoresponsável pelo serviço, on<strong>de</strong> fui muito bemacolhido por ele e pelo Dr. Gontran Sennwald,seu assistente e amigo.De volta ao <strong>Brasil</strong>, em 1987, o professor JoséLaredo me convidou para fazer pós-graduação94


Presi<strong>de</strong>ntesna Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo (EPM/Unifesp) e me apresentouos professores Walter Albertoni e FlávioFaloppa, responsáveis pela cirurgia <strong>da</strong> mão. Coma orientação e gran<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> Albertoni eFaloppa, <strong>de</strong>senvolvi meus trabalhos <strong>de</strong> mestrado,doutorado e livre-docência, como semprecom seu apoio e orientação acadêmica e pessoal.Hoje sou professor adjunto e chefe <strong>da</strong> disciplina<strong>de</strong> Traumatologia do Departamento <strong>de</strong><strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia <strong>da</strong> EPM/Unifesp.Na SBCM, participei <strong>de</strong> várias ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong>minha filiação, em 1987. A convite do professorZumiotti e por indicação <strong>da</strong> EPM/Unifesp, participeipela primeira vez <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> eTreinamento em 2001, posteriormente ocupeivários cargos nas diretorias e nas várias comissões<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, culminando com a minhaPresidência neste a<strong>no</strong> do cinqüentenário <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>; o que muito me honra e estimulaa trabalhar pela continui<strong>da</strong><strong>de</strong> e engran<strong>de</strong>cimento<strong>da</strong> SBCM, uma Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> jovem on<strong>de</strong>encontrei amigos e gran<strong>de</strong>s exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicaçãoe trabalho.95


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009As contribuições quevieram <strong>de</strong> foraLista (incompleta) <strong>de</strong> palestrantes internacionais“Para ensinar há uma formali<strong>da</strong><strong>de</strong> a cumprir: saber”Eça <strong>de</strong> Queiroz“Magister dixit”“O Mestre disse” – referência costumeira a AristótelesO I Congresso Internacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong><strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> ocorreu antes mesmo que a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> organizasse um congressonacional. Esse talento <strong>de</strong> articulação internacionalvinha, em parte, dos contatos dos brasileiroscom os cirurgiões estrangeiros em programas<strong>de</strong> treinamento, como fellowship. De outrolado, também fazia parte do esforço mundial <strong>de</strong>ter a especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> reconheci<strong>da</strong> e do esforço brasileiro<strong>de</strong> ser reconhecido internacionalmente.A SBCM <strong>de</strong>ve muito às <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>ntesestrangeiros que vieram visitar ou conferenciar<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Aqui vai um reconhecimento eum agra<strong>de</strong>cimento.É melhor produzir uma lista incompleta <strong>de</strong>palestrantes internacionais que vieram ao <strong>Brasil</strong>dividir co<strong>no</strong>sco seus conhecimentos do que relegarao esquecimento uma relação tão <strong>no</strong>bre<strong>de</strong> ícones <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro elenco <strong>de</strong>heróis <strong>de</strong> diferentes gerações. É também necessário<strong>de</strong>sculpar-se pela in<strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za <strong>de</strong> eventuaisesquecimentos. Como esta lista foi feita a váriasmãos, graças à colaboração <strong>de</strong> colegas com boamemória, como Afrânio Freitas, Arlindo Pardini,Mogar Dreon Gomes, Ronaldo Carneiro, ValdirSteglich, Ronaldo Azze, o sentimento <strong>de</strong> culpapela eventual inexatidão po<strong>de</strong> ser dividido.Que expectativa move um cirurgião a sair doseu local distante e vir ao <strong>Brasil</strong> palestrar? Conhecero “país exótico do samba, praia e carnaval”?Rever amigos? Descansar? Divulgar seu serviço,<strong>no</strong>va técnica ou invenção? Seja qual for o motivo,o palestrante internacional veio trazer asua experiência, que <strong>no</strong>s é repassa<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma96


Contribuição internacional* Mais <strong>de</strong> uma visita ao <strong>Brasil</strong>relativamente gratuita e, na maciça maioria <strong>da</strong>svezes, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> padrões éticos, sem conflito <strong>de</strong>interesses. Dessas visitas científicas e informaisnasceram gran<strong>de</strong>s amiza<strong>de</strong>s e parcerias, além <strong>de</strong>incontáveis oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado paraas <strong>no</strong>vas gerações. Além disso, o visitante internacionalpassou também a observar o bom nível <strong>da</strong>cirurgia <strong>da</strong> mão produzi<strong>da</strong> por aqui e, não raro, adivulgá-la. Em sentido inverso, um crescente número<strong>de</strong> palestrantes brasileiros é requisitado amostrar as suas experiências <strong>no</strong> exterior.Os cirurgiões <strong>de</strong>mão do <strong>Brasil</strong> souberamutilizar ao máximoesta oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> aprendizado.Com a globalização eo advento <strong>da</strong>s <strong>no</strong>vasformas <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> adistância - teleconferência,internet, DVD,para citar alguns - aCarneiro, o “brasileiroestrangeiro”sempreprestigiando a SBCMe a<strong>de</strong>pto <strong>da</strong> mo<strong>da</strong> <strong>da</strong>gravata <strong>de</strong> mãozinhasmissão <strong>de</strong> escolhero palestrante i<strong>de</strong>altor<strong>no</strong>u-se ain<strong>da</strong> maisdifícil. Afinal, se conhece<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos<strong>de</strong> Pitágoras uma citação que atravessou osséculos: “cala-te ou dize coisas que valham maisque o silêncio”.“Viajei à Europa e convi<strong>de</strong>i o finlandêsKauko Vanio, que escrevia muito sobre oassunto; <strong>de</strong>pois fui visitar o Mobers, quenão mostrou muito interesse. Por sorte, ele(Vanio) telefo<strong>no</strong>u na hora em que eu estavacom ele. Isso parece que motivou sua vin<strong>da</strong>.Convi<strong>de</strong>i um australia<strong>no</strong>, <strong>de</strong> que não lembroo <strong>no</strong>me, aceitou. Convi<strong>de</strong>i o Zancolli,que não respon<strong>de</strong>u. Um mês mais tar<strong>de</strong>,ele ligou para o Pitanguy pedindo para serincluído entre os oradores – eu disse que oprograma já estava fechado. No Congressocompareceram <strong>50</strong>0 pessoas.”Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes,em carta <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> junho e 2009 a <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>,falando do I Congresso Internacional <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>I have had the unique opportunity to <strong>no</strong>tonly visit Brazil on a number of occasions,participate in your Hand Society meetings,and come to regard many members as bothcolleagues and friends.The Brazilian contribution to our k<strong>no</strong>wledgeof problems related to the hand and upperlimb, management advances with newsurgical techniques and use of tech<strong>no</strong>logies,and evaluations of outcomes is recognizedworld-wi<strong>de</strong>. I extend my congratulations toall the members of the rek<strong>no</strong>wn BrazilianSociety for Surgery of the Hand on their <strong>50</strong>thanniversary.Jesse B. Jupiter M.D.Hansjorg Wyss/AO ProfessorHarvard Medical SchoolChief, Hand and Upper Extremity ServiceDepartment of Orthopaedic SurgeryMassachusetts General HospitalAlemanhaDieter Buck-GramkoHermann KrimmerJörg BahmMilomir NinkovicArgentinaAlejandro VértizAlfredo OlazabalBassi BaldomeroCarlo Firpo*Carlos Zai<strong>de</strong>mberg*Claudio AngrigianiDaniel MussiniEduardo A. Zancolli*Eduardo R. Zancolli Jr.*Gerardo GalluciGuillhermo Allen<strong>de</strong>*Guillermo Lo<strong>da</strong>*Jorge Guilhermo BorettoJosé Maria Rotela*Juan Carlos Cag<strong>no</strong>ne*Marcela VazquezMario Sammarti<strong>no</strong>*Miguel CapomassiOscar Varaona*Pablo <strong>de</strong> Carli97


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Carta recebi<strong>da</strong> por <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> <strong>de</strong> seu mestre Kleinert após o congresso <strong>de</strong> Gramado98


Contribuição internacional* Mais <strong>de</strong> uma visita ao <strong>Brasil</strong>AustráliaBernard McC. O’BrienGabriele BammerThimothy HerbertÁustriaHan<strong>no</strong> MillesiBélgicaBernard LèfreveCanadáBruce WilliamsFrank DuerksenHoward M. ClarkeMartin EntinRalph ManktelowRobert MacFarlaneChileAlberto PerezAlejandro BifaniE. RosselFrancisco Andra<strong>de</strong>Javier Eduardo Gonzales GarciaJorge Vergara*José Manuel Breyer DiazLuís RosselManuel Men<strong>de</strong>zManuel Ivan Faún<strong>de</strong>zMarco Naranjo ReyesRene Andres Jorquera AguileraColômbiaFabio SuarezFrancisco José CamachoJairo GomezEspanhaAlberto CalafAlberto LluchCarlos CasadoCarlos Irisarri*Fabiola E<strong>de</strong>r LabairuFernando G. LucasFrancisco Javier Mir BullóJuan Ignácio Soria DuránJuan SagalesMarc Garcia-Elias*Miguel CuadrosMiguel Del Cerro GutiérrezPedro Cava<strong>da</strong>sXavier MirEquadorWilliam A. MejiaEUAAdrian FlattA. R. WakefieldAlejandro Badia*Alexan<strong>de</strong>r ShinAllen Bishop*Alfred SwansonAmit GuptaAr<strong>no</strong>ld-Peter WeissArthur BarskyBurke EvansCharles ClarkDavid Green*David RingDavid LichtmanGeorge OmerGraham ListerHarold Kleinert*Herbert ConwayHill Hastings*James Steichen*James UrbaniakJesse Jupiter*Jorge OrbayJoseph BoyesJoseph KutzJúlia TerzisJúlio TaleisnikLaura TimmermanLee OstermannLeonard Bo<strong>de</strong>llLuiz Schecker*Melvin RosenwasserMichael Wood*Paul ManskePeter AmadioRandy BindraRaymond M. CurtisRichard BergerRobert SchultzRonald LinscheidRonaldo Carneiro*Robert SzaboScott KozinSterling BunnelSteve MacCabeThomas WolffTsu-Min TsaiWayne ThompsonWarren Brei<strong>de</strong>nbachWilliam Bora Jr.William BurkhalterWilliam CooneyWilliam MetcalfWilliam Seitz Jr.*99


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009FinlândiaKauko VainioFrançaAlain Gilbert*Alain MasqueletCaroline Le ClercqChristophe Mathoulin*Christophe OberlinClau<strong>de</strong> Le QuangCorine BeckerE. ChevaleraudFrancesco Brunelli*G. Hid<strong>de</strong>nGilles DautelGuy Foucher*Jacques Bau<strong>de</strong>tJacques MichonJean Michael RagotMarc IselinMichel MerleMichel SchoofsPatrick HouvetPhilippe Valenti*Philippe Saffar*Pierre Jean RegnardR. GomisRaoul Tubiana*ÍndiaAntônio SalafiaInglaterraDonal Meredith BrooksGraham StackGuy PulvertaftNicholas BartonItáliaAngela PenzaAntonio LandiBru<strong>no</strong> BattistonE. MargaritondoErnesto AmelioGaeta<strong>no</strong> Mauricio GrippiGiorgio BrunelliGiorgio PivatoJuan José MaldonadoLandi<strong>no</strong> CugolaUmberto PassarettiJapãoSusumo TamaiYoshiki Yama<strong>no</strong>MéxicoAlejandro Espi<strong>no</strong>sa GutiérrezLuix Gómez-CorreaRafael Rey<strong>no</strong>soParaguaiCândido Enrique Oje<strong>da</strong> SoteloJosé Aguilera DuplardJuan Bernardo Galea<strong>no</strong>PeruAlvaro Carlo Bue<strong>no</strong> LanzoLuiz Fernando Flores VilcaPortugalAbel Nascimento*A. C. TavaresAntônio DuarteAntonio Enes MartinsAna Pinto*Cesar SilvaFernando CruzMaria Manuel MouzinhoJoão Mota <strong>da</strong> Costa*Joaquim César Ferreira <strong>da</strong> SilvaJosé Manuel TeixeiraSérgio Figini SantosRepública DominicanaMarcos Nuñes C.SuéciaErik MobergJan FridénSuíçaAlgimantas NarakasDiego Fernan<strong>de</strong>z*Ladislav NagyGotran Sennwald*G. SegmüllerUruguaiCarlos CarriquiryGerardo Ba<strong>de</strong>llJorge De Vecchi*VenezuelaAntonio <strong>de</strong> SantoloFiesky NuñezGerson MolinaRodolfo Contreras* Mais <strong>de</strong> uma visita ao <strong>Brasil</strong>100


A linha do tempoA linha do tempo: um resgatehistórico rápido dos fatos maisrelevantes1945 Orlando Graner cria o primeiro serviço<strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão do país <strong>no</strong> PavilhãoFernandinho Simonsen <strong>da</strong> Santa Casa<strong>de</strong> São Paulo.1946 É fun<strong>da</strong><strong>da</strong> a American Society for Surgeryof the Hand.1952 Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu estabelece o Grupo<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e Nervos Periféricos<strong>no</strong> Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> USP.1953 Sterling Bunnell (autor <strong>de</strong> Surgery of theHand, 1944) visita o <strong>Brasil</strong>.1959 A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong> (SBCM) é fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 19 <strong>de</strong> junho<strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro por 59 médicos (43 cariocas,11 paulistas, 3 pernambuca<strong>no</strong>s, 1baia<strong>no</strong>, 1 paraense).1959 É eleita a primeira diretoria <strong>da</strong> SBCM.1960 A primeira reunião científica <strong>da</strong> SBCMé realiza<strong>da</strong> em março na Esplana<strong>da</strong> doCastelo, Sindicato Médico do Rio <strong>de</strong> Janeiro,a segun<strong>da</strong> em maio.1960 A SBCM participa do XIII Congresso <strong>Brasil</strong>eiro<strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia.1962 É realiza<strong>da</strong> a primeira Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em Curitiba.1965 É realizado o l Congresso Internacional<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> Hotel Glória, Rio<strong>de</strong> Janeiro.1966 Alípio Pernet representa a SBCM comosócia-fun<strong>da</strong>dora <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional<strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong>Um dos primeiros artigos científicos brasileirossobre cirurgia <strong>da</strong> mão publicados em revistain<strong>de</strong>xa<strong>da</strong> internacional<strong>Mão</strong> (IFSSH) em reunião realiza<strong>da</strong> emChicago, Estados Unidos.1966 O Journal of Bone and Joint Surgery(JBJS) publica artigo <strong>de</strong> Orlando Graner,Edmur Lopes, Benedito Carvalho eSamuel Atlas “Arthro<strong>de</strong>sis of the CarpalBones in the Treatment of Kienböck’sDisease, Painful Ununited Fractures ofthe Navicular and Lunate Bones withAvascular Necrosis, and Old Fracture-Dislocations of Carpal Bones”, extensivamentecitado nas déca<strong>da</strong>s seguintes, eproduzido a partir <strong>de</strong> visitas domiciliaresaos pacientes para reavaliações.101


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091968 Alípio Pernet instala a Clínica <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> Hospital do ServidorPúblico Municipal <strong>de</strong> São Paulo.1968 É fun<strong>da</strong><strong>da</strong> oficialmente a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Britânica <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.1972 Henrique Bulcão <strong>de</strong> Morais inaugura oServiço <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> na Enfermaria11 <strong>da</strong> Santa Casa do Rio <strong>de</strong> Janeiro.1974 É criado o primeiro serviço <strong>de</strong> microcirurgia<strong>da</strong> América do Sul <strong>no</strong> Hospital <strong>da</strong>sClínicas <strong>da</strong> USP, sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>Ronaldo Azze e Marcus Castro Ferreira.1975 Raul Chiconelli abre o V Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> com umaoração sobre a mão que ficou famosa(e está reproduzi<strong>da</strong> neste livro).1975 Orlando Graner é reconhecido porsua contribuição à técnica original <strong>de</strong>Brooks, que passou a se chamar “<strong>Cirurgia</strong><strong>de</strong> Brooks-Graner”.1976 A SBCM torna-se enti<strong>da</strong><strong>de</strong> juridicamenteestabeleci<strong>da</strong>, com número <strong>de</strong>CGC (hoje, CNPJ).1976 É fechado convênio com a AssociaçãoMédica <strong>Brasil</strong>eira (AMB) para concessão<strong>de</strong> diplomas <strong>de</strong> especialista em<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.1979 Alípio Pernet é <strong>no</strong>meado para os comitês<strong>de</strong> “Impairment Evaluation”, “Nomenclature”e “Tumor” <strong>da</strong> IFSSH.1979 Novos Estatutos <strong>da</strong> SBCM estabelecemdireitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> membros associados,titulares e cargos <strong>de</strong> diretoria,além <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar que congressosnacionais e man<strong>da</strong>tos seriam bienais.1980 Criado o Regimento Inter<strong>no</strong> <strong>da</strong> SBCM,com regras para a residência médicaem <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e para o Examepara Título <strong>de</strong> Especialista.1982 A Associação Médica <strong>Brasil</strong>eira e oConselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina propõemque a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> seja apenasuma “área <strong>de</strong> atuação” <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong>Plástica, e não uma especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.1982 Cre<strong>de</strong>nciado o primeiro Centro <strong>de</strong>Ensi<strong>no</strong> e Treinamento em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>: o serviço chefiado por HenriqueBulcão <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.1983 Os serviços <strong>de</strong> Belo Horizonte (chefiadopor Arlindo Pardini) e Curitiba (por LuizCarlos Sobania) são cre<strong>de</strong>nciados comoCentros <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamento.1983 É realizado o primeiro Exame para Título<strong>de</strong> Especialista em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.1983 Dois serviços em São Paulo são cre<strong>de</strong>nciadoscomo Centros <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> eTreinamento: o chefiado por EdmurLopes e o <strong>de</strong> Walter Albertoni.1983 A AMB e o CFM <strong>no</strong>vamente reconhecema <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>médica autô<strong>no</strong>ma e oficialmentereconheci<strong>da</strong>.1983 É cria<strong>da</strong> a Regional Centro-Leste-Oeste<strong>da</strong> SBCM, abrangendo Rio <strong>de</strong> Janeiro,Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás,Distrito Fe<strong>de</strong>ral e Mato Grosso e MatoGrosso do Sul.1984 Falecimento <strong>de</strong> Danilo Gonçalves.1984 A AMB convoca a SBCM para elaborara Tabela <strong>de</strong> Ho<strong>no</strong>rários Médicos.1985 A SBCM adquire a sua primeira se<strong>de</strong>própria na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, à ruaAlceu <strong>de</strong> Campos Rodrigues.102


A linha do tempo1985 Arlindo Pardini lança O “Traumatismos<strong>da</strong> <strong>Mão</strong>”, prefaciado por Lauro Barros<strong>de</strong> Abreu, o primeiro livro com múltiplacolaboração <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.1996 Pardini é eleito vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> IFSSHe Albertoni é eleito vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong>d Sud-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong>la Ma<strong>no</strong>.1997 Cria<strong>da</strong> a primeira página na internet <strong>da</strong>SBCM.1989 Reformados os Estatutos <strong>da</strong> SBCM, incorporandoo Regimento Inter<strong>no</strong>.1989 Re<strong>no</strong>vado o contrato com a AMB paraemissão dos Títulos <strong>de</strong> Especialista em<strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.1990 Inicia<strong>da</strong> a informatização <strong>da</strong> SBCM (envia<strong>da</strong>a primeira circular impressa porcomputador).1992 Falecimento <strong>de</strong> Alípio Pernet.1992 Arlindo Pardini assume a presidência <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Sul-Americana <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>.1993 Editado o primeiro número especial <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> na Revista <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Ortopedia</strong> (RBO).1995 Finaliza<strong>da</strong> a reformulação <strong>da</strong> primeiraTabela <strong>de</strong> Ho<strong>no</strong>rários Médicos.1996 Inaugura<strong>da</strong> <strong>no</strong>va fase administrativa <strong>da</strong>SBCM, com man<strong>da</strong>to <strong>de</strong> diretoria <strong>de</strong> uma<strong>no</strong>, com Edie Caeta<strong>no</strong> na presidência.1996 Iniciado o acesso direto: médicos terminandoresidência em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>passaram a po<strong>de</strong>r prestar o Exame paraTítulo <strong>de</strong> Especialista sem a carência <strong>de</strong>dois a<strong>no</strong>s como associado que era exigi<strong>da</strong>anteriormente.1997 Comissão envolvendo CFM, AMB, Fe<strong>de</strong>raçãoNacional dos Médicos (FENAM) eComissão Nacional <strong>de</strong> Residência Médica(CNRM), tentando padronizar o ensi<strong>no</strong>médico <strong>no</strong>s países do Mercosul, julgaque a <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong>ve ser excluí<strong>da</strong><strong>da</strong> lista <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas e registra<strong>da</strong>como área <strong>de</strong> atuação.1998 O FDA (Food and Drug Administration)aprova o “Ulson External Fixator Device”,<strong>de</strong>senvolvido por Heitor Ulson e divulgadoà comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica dos EstadosUnidos por Harold Kleinert.1998 O ministro <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> José Serra assinaa Portaria n o 3.642 que <strong>de</strong>termina que“entre os médicos que compõem asequipes profissionais, participantes dosistema <strong>de</strong> referência hospitalar ematendimento <strong>de</strong> urgência e emergência,exista um especialista em cirurgia<strong>da</strong> mão, <strong>de</strong> acordo com a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> ca<strong>da</strong> Estado”.1998 Walter Albertoni assume a presidência<strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Sul-Americana <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.1998 A SBCM publica um manifesto <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndoa restauração do caráter <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>médica pela <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.1999 Publicado o primeiro número do jornalManus.1999 Almir Pereira publica “Primeiros <strong>A<strong>no</strong>s</strong>”,registro <strong>da</strong> história <strong>da</strong> SBCM até 1975.103


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20092000 Falecimento <strong>de</strong> Orlando Graner.2000 A SBCM lança sua primeira campanhapública, <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>trabalho.2001 Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu, aos 87 a<strong>no</strong>s, éhomenageado durante o XXI Congresso<strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, em Gramado,RS.2001 Harold Kleinert é o palestrante-convi<strong>da</strong>do<strong>de</strong> honra do 21º Congresso, emGramado, RS. Após 5 viagens para conferênciasao <strong>Brasil</strong> e responsável pelotreinamento <strong>de</strong> diversos membros <strong>da</strong>ABCM, ele <strong>de</strong>ve ser lembrado comogran<strong>de</strong> incentivador <strong>da</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.2002 A Portaria 1.634 do Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong><strong>de</strong>termina que a cirurgia <strong>da</strong> mão passe aser somente área <strong>de</strong> atuação, per<strong>de</strong>ndoo status <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> médica. Estamesma <strong>de</strong>cisão é ratifica<strong>da</strong> pela Portaria1.666, em 2003.2002 A SBCM mu<strong>da</strong> sua se<strong>de</strong> para mo<strong>de</strong>rnasinstalações em centro comercial na Aveni<strong>da</strong>Ibirapuera, em São Paulo.2004 Rames Mattar Jr. assume a presidência<strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Sul-Americana <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.2004 Falecimento <strong>de</strong> Lauro Barros <strong>de</strong> Abreu.2004 Arlindo Pardini assume a presidênciatrienal <strong>da</strong> IFSSH.2005 Conforme a resolução CRM n o 1.763/05,firma<strong>da</strong> pelo CFM, AMB, e pela ComissãoNacional <strong>de</strong> Residência Médica (CNRM),a SBCM obteve o reconhecimento <strong>da</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> como especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> médica.2005 A SBCM passa a <strong>de</strong><strong>no</strong>minar-se, para finsoficiais, Associação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong> (ABCM) para aten<strong>de</strong>r exigênciaslegais do <strong>no</strong>vo Código Civil. Porém,continua a utilizar e ser conheci<strong>da</strong> como <strong>no</strong>me fantasia <strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.2006 Resolução n o 02/06 <strong>da</strong> CNRM prevê duração<strong>de</strong> residência <strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s e acessodireto, ou seja, sem pré-requisitos.2007 Resolução n o 02/07 <strong>da</strong> CNRM, <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>pela Comissão Mista <strong>de</strong> Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<strong>de</strong>termina pré-requisitos aoscandi<strong>da</strong>tos à residência médica em cirurgia<strong>da</strong> mão através <strong>de</strong> treinamentoprévio em ortopedia e traumatologia oucirurgia plástica.2009 SBCM completa <strong>50</strong> a<strong>no</strong>s.104


Quadro social e congressosDiretorias, comissões,congressos e associadosDiretorias <strong>da</strong> SBCM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua fun<strong>da</strong>çãoBiênio 1959/1961Presi<strong>de</strong>nteDanilo Coimbra Gonçalves1 o vice-presi<strong>de</strong>nte Lauro Barros Abreu2 o vice-presi<strong>de</strong>nte Ivo PitanguySecretário-geralHenrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes1 o secretário José Viana <strong>de</strong> Carvalho2 o secretário Francisco Peixoto1 o tesoureiro Arnaldo Bonfim2 o tesoureiro José Juvenil TellesComissão executivaOswaldo Pinheiro CamposCaio do AmaralArceli<strong>no</strong> BitarRoberto Godoy MoreiraAlipio PernetBiênio 1962/1963Presi<strong>de</strong>nteLauro Barros <strong>de</strong> Abreu1 o vice-presi<strong>de</strong>nte Ivo Pitanguy2 o vice-presi<strong>de</strong>nte Arnaldo BonfimSecretário-geralHenrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes1 o secretário Roberto Godoy Moreira2 o secretário José Viana <strong>de</strong> CarvalhoTesoureiroJosé Juvenil TellesComissão executivaAlipio PernetArceli<strong>no</strong> BitarDanilo Coimbra GonçalvesHenrique <strong>de</strong> GoesOrlando GranerBiênio 1964/1965Presi<strong>de</strong>nteHenrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes1 o vice-presi<strong>de</strong>nte Orlando Graner2 o vice-presi<strong>de</strong>nte José <strong>da</strong> Silva RodriguesSecretário-geralOdilio Silva1 o secretário José Juvenil Telles2 o secretário Diome<strong>de</strong> BelliboniTesoureiroJosé <strong>da</strong> Costa Estra<strong>da</strong>Comissão executivaArceli<strong>no</strong> BitarDanilo Coimbra GonçalvesIvo PitanguyLauro Barros <strong>de</strong> AbreuAlipio Pernet105


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Biênio 1966/1967Presi<strong>de</strong>nteAlipio Pernet1 o vice-presi<strong>de</strong>nte Odilio SilvaSecretário-geral/tesoureiroDiome<strong>de</strong> Belliboni1 o secretário Norberto Pereira LopesConselho executivoLauro Barros <strong>de</strong> AbreuHenrique Bulcão <strong>de</strong> MoraesDanilo Coimbra GonçalvesOrlando GranerBiênio 1968/1969Presi<strong>de</strong>nteDanilo Coimbra Gonçalves1 o vice-presi<strong>de</strong>nte Orlando GranerSecretário-geral/tesoureiroJosé Raul Chiconelli1 o secretário Cláudio RabelloConselho ExecutivoNorberto Pereira LopesArnaldo BonfimLauro Barros <strong>de</strong> AbreuHenrique Bulcão <strong>de</strong> MoraesBiênio 1970/1971Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geral/tesoureiroConselho ExecutivoBiênio 1972/1973Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geral/tesoureiroConselho ExecutivoBiênio 1974/1975Orlando GranerJosé Raul ChiconelliWalter CamposAlipio PernetLauro Barros <strong>de</strong> AbreuDanilo Coimbra GonçalvesAlipio PernetArlindo Gomes Pardini JúniorAntonio G. EstimaOrlando GranerDanilo Coimbra GonçalvesLuiz Carlos SobaniaPresi<strong>de</strong>nteJosé Raul ChiconelliVice-presi<strong>de</strong>nteJacy Conti AlvarengaSecretário-geral/tesoureiroFernando Barros1 o secretário José Luiz PistelliConselho ExecutivoAlipio PernetDanilo Coimbra GonçalvesHenrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes106


Quadro social e congressosBiênio 1976/1977Presi<strong>de</strong>nteCristovão Colombo <strong>da</strong> GamaVice-presi<strong>de</strong>nteLuiz Carlos SobaniaSecretário-geral/tesoureiroMauricio B. Menandro1 o secretário2 o secretário Alfredo JacquesConselho ExecutivoAlipio PernetOrlando GranerDanilo Coimbra GonçalvesBiênio 1978/1979Presi<strong>de</strong>nteLuiz Carlos SobaniaVice-presi<strong>de</strong>nteEdmur Isidoro LopesSecretário-geral/tesoureiroAlmir Joaquim Pereira1 o secretário2 o secretário Walter Manna AlbertoniConselho ExecutivoLauro Barros <strong>de</strong> AbreuHenrique Bulcão <strong>de</strong> MoraesJosé Raul ChiconelliBiênio 1980/1981Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geral/tesoureiroSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoEdmur Isidoro LopesJacy Conti AlvarengaWalter Manna AlbertoniNelson OtsukaVilnei Matiolli LeiteOrlando GranerLuiz Carlos SobaniaRonaldo Jorge AzzeBiênio 1982/1983Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoArlindo Gomes Pardini JúniorRonaldo Jorge AzzeWalter Manna AlbertoniRonaldo Percopi <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>Vilnei Matiolli LeiteEdmur Isidoro LopesHeitor José Rizzardo UlsonHenrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes107


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Biênio 1984/1985Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoBiênio 1986/1987Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoBiênio 1988/1989Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoBiênio 1990/1991Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoBiênio 1992/1993Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoRonaldo Jorge AzzeJosé Raul ChiconelliWalter Manna AlbertoniNelson OtsukaVilnei Matiolli LeiteArlindo Gomes Pardini JúniorHeitor José Rizzardo UlsonLuiz Carlos SobaniaWalter Manna AlbertoniAlfredo JacquesHeitor José Rizzardo UlsonPaulo MullerNelson Mattioli LeiteArlindo Gomes Pardini JúniorRonaldo Jorge AzzeVilnei Matiolli LeiteJacy Conti AlvarengaHeitor José Rizzardo UlsonArnaldo Valdir ZumiottiAlfredo JacquesNelson Mattioli LeiteArlindo Gomes Pardini JúniorMarcos FerreiraEdie Benedito Caeta<strong>no</strong>Heitor José Rizzardo UlsonMauri AzevedoNelson Mattioli LeiteJosé Maurício <strong>de</strong> Morais CarmoFlávio FaloppaWalter Manna AlbertoniLuiz Carlos SobaniaRonaldo Jorge AzzeMauri Alves <strong>de</strong> AzevedoFernando Augusto N. C. <strong>de</strong> BarrosNelson Mattioli LeiteLenise GonçalvesFlávio FaloppaArlindo Gomes Pardini JúniorLuiz Carlos SobaniaEdie Benedito Caeta<strong>no</strong>108


Quadro social e congressosBiênio 1994/1995Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo1996Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo1997Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo1998Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo1999Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoFernando Augusto N. C. <strong>de</strong> BarrosEdie Benedito Caeta<strong>no</strong>Flávio FaloppaRui Monteiro BarrosFlávio FaloppaArnaldo Valdir ZumiottiJosé PistelliJosé Maurício <strong>de</strong> Morais CarmoEdie Benedito Caeta<strong>no</strong>Ronaldo Percopi <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>Flávio FaloppaPaulo Ran<strong>da</strong>l PiresRames Mattar JuniorArnaldo Valdir ZumiottiLuiz Carlos AngeliniGilberto OharaRonaldo Percopi <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>Edie Benedito Caeta<strong>no</strong>Flávio FaloppaPaulo Ran<strong>da</strong>l PiresRames Mattar JúniorArnaldo Valdir ZumiottiLuiz Carlos AngeliniGilberto OharaJosé Maurício <strong>de</strong> Morais CarmoArnaldo Valdir ZumiottiRames Mattar JuniorAn<strong>de</strong>rson MonteiroGilberto OharaFlávio FaloppaIvan ChakkourWalter Manna AlbertoniArnaldo Valdir ZumiottiJosé Maurício <strong>de</strong> Morais CarmoRames Mattar JúniorAn<strong>de</strong>rson MonteiroGilberto OharaFlávio FaloppaIvan ChakkourWalter Manna Albertoni109


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20092000Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo2001Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo2002Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo2003Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho Executivo2004Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoFlávio Faloppa<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>Rames Mattar JuniorJefferson Luiz Braga SilvaGilberto OharaCláudio BarbieriLuiz Carlos AngeliniLuiz Kimura<strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>Flávio FaloppaRames Mattar JúniorJefferson Luiz Braga SilvaGilberto OharaCláudio BarbieriLuiz Carlos AngeliniLuiz KimuraCláudio Henrique BarbieriRames Mattar JuniorLuiz Carlos AngeliniAfrânio Donato <strong>de</strong> FreitasIvan ChakkourGilberto OharaJefferson Luiz Braga SilvaNelson Mattioli LeiteRames Mattar JúniorCláudio Henrique BarbieriLuiz Carlos AngeliniAfrânio Donato <strong>de</strong> FreitasIvan ChakkourGilberto OharaJefferson Luiz Braga SilvaNelson Mattioli LeiteAfrânio Donato <strong>de</strong> FreitasNelson Mattioli LeiteLuiz Carlos AngeliniJefferson Luiz Braga SilvaFernando Baldy dos ReisIvan ChakkourLuiz KimuraJoão Sabongi110


Quadro social e congressos2005Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoNelson Mattioli LeiteAfrânio Donato <strong>de</strong> FreitasLuiz Carlos AngeliniJefferson Luiz Braga SilvaFernando Baldy dos ReisIvan ChakkourLuiz KimuraJoão Sabongi2006Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoLuiz Carlos AngeliniJefferson Luiz Braga SilvaIvan ChakkourJoão SabongiJoão Baptista SantosGiana GiostriNilton MazzerFernando Baldy dos Reis2007Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoJefferson Luiz Braga SilvaLuiz Carlos AngeliniIvan ChakkourJoão SabongiJoão Baptista SantosGiana GiostriNilton MazzerFernando Baldy dos Reis2008Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoNilton MazzerFernando Baldy dos ReisLuiz Koiti KimuraPedro José Pires NetoJoão Baptista SantosGiana Silveira GiostriJoão SabongiAn<strong>de</strong>rson Monteiro111


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20092009Presi<strong>de</strong>nteVice-presi<strong>de</strong>nteSecretário-geralSecretário-adjuntoTesoureiroConselho ExecutivoFernando Baldy dos ReisNilton MazzerLuiz Koiti KimuraPedro José Pires NetoJoão Baptista Gomes dos SantosAn<strong>de</strong>rson V. MonteiroGiana Silveira GiostriJoão José Sabongi Neto112


Quadro social e congressosCongressos <strong>Brasil</strong>eiros <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>A<strong>no</strong> Congresso Data Presi<strong>de</strong>nte Local1967 I CBCM 22/7* Alípio Pernet São Paulo (SP)1969 II CBCM 24-26/7 Danilo C. Gonçalves Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ)1971 III CBCM 17/9* Orlando Graner Recife (PE)1973 IV CBCM 3-6/9* Alípio Pernet Curitiba (PR)1975 V CBCM 14-19/9 José Raul Chiconelli Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ)1977 VI CBCM 24-26/11 Christovão Colombo <strong>da</strong> Gama São Paulo (SP)1979 VII CBCM 13-14/7 Luiz Carlos Sobania São Paulo (SP)1981 VIII CBCM 21/11* Edimur Isidoro Lopes São Paulo (SP)1983 IX CBCM 7-10 /9 Arlindo Gomes Pardini Jr. Belo Horizonte (MG)1985 X CBCM 10-12/10 Ronaldo Jorge Azze São Paulo (SP)1987 XI CBCM 8-11/10 Walter Manna Albertoni Guarujá (SP)1989 XII CBCM 30/11 - 3/12 Jacy Conti Alvarenga Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ)1991 XIII CBCM 15-17/11 Heitor José Rizzardo Ulson São Paulo (SP)1993 XIV CBCM 11-15/8 Mauri Alves <strong>de</strong> Azevedo Belo Horizonte (MG)1995 XV CBCM 23-25/11 Fernando Augusto N. C. <strong>de</strong> Barros Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ)1996 XVI CBCM 28-30/11 Edie Benedito Caeta<strong>no</strong> Campos do Jordão (SP)1997 XVII CBCM 10-13/11 Ronaldo Percopi <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Belo Horizonte (MG)1998 XVIII CBCM 16-18/7 José Maurício <strong>de</strong> Morais Carmo Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ)1999 XIX CBCM 30/10 - 1/11 Arnaldo Valdir Zumiotti São Paulo (SP)2000 XX CBCM 7-9 /9 Flávio Faloppa Recife (PE)2001 XXI CBCM 2-4/8 <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong> Gramado (RS)2002 XXII CBCM 1-3/8 Cláudio Henrique Barbieri Ribeirão Preto (SP)2003 XXIII CBCM 19-21/6 Rames Mattar Júnior São Paulo (SP)2004 XXIV CBCM 24-26/6 Afrânio Donato <strong>de</strong> Freitas Araxá (MG)2005 XXV CBCM 30/3 - 2/4 Nelson Mattioli Leite Joinville (SC)2006 XXVI CBCM 28/4 - 1/5 Luiz Carlos Angelini São Paulo (SP)2007 XXVII CBCM 28-30/4 Jefferson Luiz Braga Silva Porto Alegre (RS)2008 XXVIII CBCM 22-24/5 Nilton Mazzer Ribeirão Preto (SP)2009 XXIX CBCM 25-27/7 Fernando Baldy dos Reis São Paulo (SP)* Data provável; não foi possível confirmar.113


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Comissões <strong>de</strong> Educação Continua<strong>da</strong> (CEC) e<strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong> e Treinamento (CET) <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong>Composição <strong>da</strong> CEC2002 a 2004 Presi<strong>de</strong>nte: Nilton MazzerCarlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s, Paulo Ran<strong>da</strong>l Pires, Emygdio JoséLeomil <strong>de</strong> Paula, Walter Yoshi<strong>no</strong>ri Fukushima.2006 Presi<strong>de</strong>nte: Nilton MazzerCarlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s, Marcelo Rosa <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, Henrique<strong>de</strong> Barros Pinto Neto, Gustavo Nora Calcag<strong>no</strong>tto.2007 Presi<strong>de</strong>nte: Nilton MazzerCarlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s, Marcelo Rosa Rezen<strong>de</strong>, Henrique <strong>de</strong>Barros Pinto Neto, Gustavo Nora Calcag<strong>no</strong>tto.2008 Presi<strong>de</strong>nte: Carlos Henrique Fernan<strong>de</strong>sMarcelo Rosa <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>, Antonio Carlos <strong>da</strong> Costa, Giana SilveiraGiostri, Henrique <strong>de</strong> Barros Pinto Neto.2009 Presi<strong>de</strong>nte: Antonio Carlos <strong>da</strong> CostaMarcelo Rosa <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>, Giana Silveira Giostri, João Carlos Belloti,Carlos Roberto Stuart.Composição <strong>da</strong> CET1998 e 1999 Presi<strong>de</strong>nte: Arnaldo Valdir ZumiottiJoão Baptista Gomes dos Santos2000 e 2001 Presi<strong>de</strong>nte: Arnaldo Valdir ZumiottiJoão Baptista Gomes dos Santos, Luiz Koiti Kimura, Antonio Carlos<strong>da</strong> Costa, Fernando Baldy dos Reis.2002 a 2005 Presi<strong>de</strong>nte: Arnaldo Valdir ZumiottiJoão Baptista Gomes dos Santos, Luiz Koiti Kimura,Antonio Carlos <strong>da</strong> Costa, Fernando Baldy dos Reis.2006 Presi<strong>de</strong>nte: João Baptista Gomes dos SantosLuiz Koiti Kimura, Antonio Carlos <strong>da</strong> Costa, Roberto Luiz Sobania,Marcelo Tavares <strong>de</strong> Oliveira,2007 Presi<strong>de</strong>nte: Luiz Koiti KimuraAntonio Carlos <strong>da</strong> Costa, Roberto Luiz Sobania, Marcelo Tavares <strong>de</strong>Oliveira, Fábio Augusto Caporri<strong>no</strong>.2008 Presi<strong>de</strong>nte: Roberto Luiz SobaniaMarcelo Tavares <strong>de</strong> Oliveira, Fabio Augusto Caporri<strong>no</strong>, João JoséSabongi Neto, Sérgio Okane.2009 Presi<strong>de</strong>nte: Roberto Luiz SobaniaMarcelo Tavares <strong>de</strong> Oliveira, Fabio Augusto Caporri<strong>no</strong>, João JoséSabongi Neto, Sérgio Okane.114


Quadro social e congressosServiços Cre<strong>de</strong>nciadosMinas GeraisServiços:Hospital Ortopédico (Belo Horizonte)Hosp. Madre Teresa e Hosp. Maria Amélia LinsProf. responsável:Arlindo G. Pardini Jr.Paulo Ran<strong>da</strong>l PiresParanáServiços:PUC- Hospital Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> CajuruClínica <strong>de</strong> Frat. e <strong>Ortopedia</strong> XV CuritibaProf. responsável:Giana Silveira GiostriLuiz Carlos SobaniaRio <strong>de</strong> JaneiroServiços:Hospital <strong>de</strong> Traumato-Ortopédico (HTO)Hospital Univ. Pedro Ernesto (UERJ)Hospital <strong>da</strong> LagoaProf. responsável:An<strong>de</strong>rson Vieira MonteiroJosé Maurício M. CarmoHenrique <strong>de</strong> Barros P. NetoRio Gran<strong>de</strong> do SulServiços:Clínica <strong>de</strong> Passo FundoClínica SOS <strong>Mão</strong> - Porto Alegre.Prof. responsável:<strong>Osvandré</strong> L. C. <strong>Lech</strong>Jefferson Luís BragaSanta CatarinaServiços:Hospital São José - JoinvilleProf. responsável:Valdir SteglichSão PauloServiços:Hospital <strong>da</strong>s Clínicas (USP)Escola Paulista <strong>de</strong> MedicinaSanta Casa <strong>de</strong> São PauloHospital Universitário (UNICAMP)Conj. Hospitalar Sorocaba (PUCUSP)Hospital Clínica <strong>de</strong> Ribeirão Preto (USP)Hospital do Servidor Público MunicipalHospital e Materni<strong>da</strong><strong>de</strong> PUC - Campinas/SPProf. responsável:Rames Mattar Jr.Walter M. AlbertoniIvan ChakkourHeitor R. UlsonEdie B. Caeta<strong>no</strong>Cláudio H. BarbieriLuiz Carlos AngeliniSamuel Ribak115


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Sócios <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira<strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> <strong>Mão</strong> em 2009• Achilles Lang ( RJ)• Adilson Seidi Suguiura ( PR)• Adria<strong>no</strong> Landskron Diniz ( RS)• Afrânio Donato <strong>de</strong> Freitas ( MG)• Alcione Francisco Barausse ( PR)• Alencar Kenji Nagai ( PR)• Alessandro Aparecido <strong>da</strong> Silva Muniz ( Am)• Alessandro do Val Vilela ( SP)• Alex Franco <strong>de</strong> Carvalho ( Se)• Alexandre Arru<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lima ( SP)• Alexandre Takao Shiobara ( SP)• Alexandre Tietzmann ( SP)• Alexandre Yone<strong>da</strong> ( SP)• Alex Eduardo Cal<strong>de</strong>ron Irusta (SP)• Alfredo <strong>de</strong> Matos Duarte ( RJ)• Alfredo Jaques <strong>de</strong> Moraes ( RJ)• Almir Joaquim Pereira ( RJ)• Alvaro Baik Cho ( SP)• Álvaro Santos Novaes Ramos (RS)• Ana Patrícia Carvalho Araújo do Amaral (RR)• Ana Raquel H. Tanura (SP)• An<strong>de</strong>rson Vieira Monteiro (RJ)• André Ayalla Gitirama Rodrigues (PE)• André Dias <strong>de</strong> Oliveira Brito (SC)• André Leal Gonçalves Torres (BA)• Andre Luiz Castro <strong>de</strong> Freitas (BA)• Andre Nachiluk (SP)• André Teixeira (RJ)• André Toraso Yamazaki (SP)• Andrea Dorofeeff Viana Daker (MG)• Andréa Fernan<strong>de</strong>s Magalhães AC)• Andrei Garcia <strong>de</strong> Souza (SP)• Antonio Almei<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lacer<strong>da</strong> (PB)• Antonio Augusto Nunes <strong>de</strong> Abreu (SP)• Antonio Barbosa Chaves (MG)• Antonio Carlos <strong>da</strong> Costa (SP)• Antonio F. Ventura (SP)• Antonio Jayme Araujo (SP)• Antonio Lourenço Severo (RS)• Antonio Tufi Ne<strong>de</strong>r Filho (MG)• Antonir Nolla (RS)• Arlindo Gomes Pardini Jr. (MG)• Armando Barbosa Salles (ES)• Arnaldo Valdir Zumiotti (SP)• Arnaldo Gonçalves <strong>de</strong> Jesus Filho (MG)• Ary Goldschmidt Galasso (SP)• Augusto C . A. Teixeira (RJ)• Benedito Felipe Rabay Pimentel (SP)• Bernardo Couto Neto (RJ)• Bru<strong>no</strong> Balabram (MG)• Bru<strong>no</strong> <strong>de</strong> Araújo Silva (RJ)• Bru<strong>no</strong> <strong>de</strong> Biase Cabral <strong>de</strong> Sousa (SP)• Bru<strong>no</strong> Kaehler <strong>de</strong> Albuquerque Maranhão (MG)• Caio Garcia Gomes Tiago <strong>de</strong> Souza (SP)• Carla Fumo (SP)• Carlos Alberto Bidutte Cortez (PR)• Carlos Alberto <strong>de</strong> Souza Araújo Neto (RJ)• Carlos Augusto Leite (SP)• Carlos Coelho <strong>de</strong> Alverga Neto (SP)• Carlos Eduardo Medina Gonzalez (SP)• Carlos Eduardo Saez Pacheco (PR)• Carlos Fernando Pagliuchi Ce<strong>da</strong><strong>no</strong> (SP)• Carlos Francisco Jungblut (RS)• Carlos Francisco Me<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Oliveira (RS)• Carlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s (SP)• Carlos R. G. Rocha (PR)• Carlos Roberto Stuart <strong>de</strong> Araújo Almei<strong>da</strong> (RJ)• Carlos Roberto Vargas Leal (RS)• Carlos Rogério <strong>de</strong> Brito Martins (SP)• Carlos Sebastião Barbosa (BA)• Cassia<strong>no</strong> Leão Bannwart (SP)• Cássio Clei <strong>da</strong> Silva (DF)• Célio Souza Brandão (RJ)• Celso Jugend (PR)• Celso Kiyoshi Hirakawa (SP)• Celso Masschi I<strong>no</strong>uye (MS)• Celso Ricardo Folberg (RS)• César Dario Oliveira Miran<strong>da</strong> (BA)• Christian Luiz Kaimoto (PR)• Cibele Maria Orsolini (SP)• Clau<strong>de</strong> Jacques Chambriard (RJ)• Cláudio Aibara (SP)• Claudio Bonamim (PR)• Claudio Henrique Barbieri (SP)• Cláudio Magalhães Fagun<strong>de</strong>s (BA)• Cláudio Márcio Polydoro (SP)116


Quadro social e congressos• Cláudio Roberto Dornella Carluccio (SP)• Cláudio Roberto Martins Xavier (SP)• Claus Dietrich Seyboth (PR)• Cleyton Nicoleit (SC)• Constancio Figueiredo Tavares Jr (PR)• Cristian Gollo <strong>de</strong> Oliveira (RS)• Cristian Stein Borges (RS)• Cristia<strong>no</strong> Meneghin <strong>de</strong> Melo (MG)• Cristia<strong>no</strong> Paulo Tacca (SC)• Cristina Ikedo (SP)• Cristovão Colombo <strong>da</strong> Gama (SP)• Cyro <strong>da</strong> Costa Rosa Filho (RJ)• Deise Rocha Godinho (RJ)• Demian Fernando Chanquette (SP)• Denise <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Men<strong>de</strong>s (MG)• Dimas André Milcheski (SP)• Edgar Bezerra Valente Neto (PR)• Edgard <strong>de</strong> Novaes França Bisneto (SP)• Edie Benedito Caeta<strong>no</strong> (SP)• Edson K. Takaki (PR)• Edson Minatel (SP)• Edson Sasahara Sato (SP)• Eduardo A . R. <strong>de</strong> Moraes (SC)• Eduardo Atença R. Pereira (SP)• Eduardo Farias Vasquez (RJ)• Eduardo Lavor Segura (SP)• Eduardo Murilo Novak (PR)• Eduardo Ro<strong>da</strong>rte Queiroz (MG)• Eduardo Rossi <strong>de</strong> Barros (SP)• Eduardo Watanabe Castanheira (MG)• Egídio Oliveira Santana (MG)• Elaine <strong>de</strong> Toledo Daher (SP)• Eliana Ogassavara Setani (SP)• Emerson Luiz Cardia <strong>de</strong> Campos (SP)• Emília <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Miran<strong>da</strong> Monteiro (PB)• Emygdio José Leomil <strong>de</strong> Paula (SP)• Enilton <strong>de</strong> Santana Ribeiro <strong>de</strong> Mattos (BA)• Eric Arru<strong>da</strong> Villela (DF)• Erica Cecilia Arantes <strong>de</strong> Gerard Ferreira (SP)• Erik Henrichsen <strong>de</strong> Carvalho (RS)• Ernani A. Correa (AM)• Estevão Gomes <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Plentz (MG)• Eurico Gullar <strong>de</strong> Freitas (BA)• Everaldo José Marchezini (ES)• Ewerton Bastos dos Santos (BA)• Fabiana Vieira dos Santos (RJ)• Fabian Maccarini Peruchi (SC)• Fabia<strong>no</strong> Inácio <strong>de</strong> Souza (GO)• Fabia<strong>no</strong> Rodrigues dos Santos Bento (SP)• Fábio Augusto Caporri<strong>no</strong> (SP)• Fábio Azevedo Lima (RJ)• Fábio Caeta<strong>no</strong> Soares <strong>de</strong> Figueiredo (SP)• Fábio Carlos Nóbrega Pinto (SP)• Fábio <strong>de</strong> Freitas Busnardo (SP)• Fábio Henrique do Couto Soares (PE)• Fábio Sa<strong>no</strong> Imoto (SP)• Fanny Luna Galia<strong>no</strong> (SP)• Fausto Gilberto Laurito (SP)• Fernando Augusto N. C. Barros (RJ)• Fernando Baldy dos Reis (SP)• Fernando Márcio C. Pereira (MG)• Fernando Nora Calcag<strong>no</strong>tto (RS)• Fernando Rabelo <strong>da</strong> Silva (CE)• Fernando Travaglini Penteado (SP)• Felipe Armanelli Gibson (MG)• Filipe Pimont Berndt (SC)• Flávia Cristina Doné (SP)• Flávia <strong>de</strong> Santis Pra<strong>da</strong> (SP)• Flávia Maria Poletto (SP)• Flávia Namie Azato (SP)• Flávio Augusto Kuroki Borges (GO)• Flavio Faloppa (SP)• Flávio Mine (SP)• Francis Kashima (SP)• Francisco Alberto Schwartz Fernan<strong>de</strong>s (SP)• Francisco Aníbal Passos Brito (BA)• Francisco Carlos Martins (SP)• Francismar Sanches Lopes Júnior (SP)• Frank Naoaki Ko<strong>da</strong>ma (SP)• Fre<strong>de</strong>rico Oertel <strong>da</strong> Rosa Machado (RJ)• Fre<strong>de</strong>rico Augusto Noveli<strong>no</strong> (RJ)• Fre<strong>de</strong>rico Balbão Roncaglia (SP)• Gabriel Pimenta <strong>de</strong> Moraes Neto• Geraldo Rocha Loures (PR)• Giana Silveira Giostri (PR)• Gilberto Hiroshi Ohara (SP)• Gisele Santos Rissi (SP)• Gisleika Valério Bianco (SP)• Givaldo Trin<strong>da</strong><strong>de</strong> Rios (AL)• Guilherme Giusti (SP)• Guilherme Lins <strong>de</strong> Vasconcelos C. Neto (PA)• Gustavo Gava Verzoni (RS)• Gustavo Munaro Moschen (RS)• Gustavo Mantovani Ruggiero (SP)• Gustavo Nora Calcag<strong>no</strong>to (RS)• Gustavo Pacheco Martins Ferreira (MG)• Haroldo Fiorini Júnior (SP)• Heitor José Rizzardo Ulson (SP)• Hel<strong>de</strong>r Sena (AM)• Hélio Rubens Polido Garcia (RN)117


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009• Helton Hiroshi Hirata (SP)• Hennio Alves <strong>da</strong> Silva (MG)• Henrique Ayzemberg (SC)• Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes (RJ)• Henrique <strong>de</strong> Barros Pinto Neto (RJ)• Hercula<strong>no</strong> Soares Sabi<strong>no</strong> Neto (CE)• Hitoshi Matsu<strong>da</strong>ira (SP)• Hugo Alberto Nakamoto (SP)• Ignácio Cortes Garcia (RJ)• Isânio Vasconcelos Mesquita (PI)• Israel Zalcman (SP)• Ítalo Carvalho Feraz (PE)• Ivan Chakkour (SP)• Ivan Killing Kuhn (PR)• Ivan Roberto Wagner Pancheniak (PR)• Jacy Conti Alvarenga (RJ)• Jair Guiguet L. Júnior (SP)• Jairo José <strong>da</strong> Luz Ribeiro (BA)• Jan Polan Kossobudzki (DF)• Jan Richard Rost (SC)• Jayme Augusto Bertelli (SC)• Jean Nunes Leite Baptista (BA)• Jefferson Luis Braga Silva (RS)• Jhon Fischer Cucunuba Bermu<strong>de</strong>z (MG)• João Alberto Mara<strong>de</strong>i C. Pereira (PA)• João Baptista Gomes dos Santos (SP)• João Bosco Rezen<strong>de</strong> Panatonni Filho (SP)• João Carlos Belloti (MG)• João Carlos Nakamoto (SP)• João Damasce<strong>no</strong> Lopes Filho (SP)• João Eduardo Santos Pato (SP)• João José Sabongi Neto (SP)• João Recal<strong>de</strong> Rocha (RJ)• João Shizou Taniguchi (SP)• Jorge Eiji Sato (SP)• João Henrique Closs (SC)• Jorge Henrique F. Ely (RS)• Jorge Issao Iutaka (SP)• Jorge Mauro Iziqui Júnior (SP)• Jorge Ribamar Bacelar Costa (RJ)• José Alexandre Reale Pereira (MG)• José Antonio Galbiatti (SP)• José Carlos Marques <strong>de</strong> Faria (SP)• José Citrin (RS)• José dos Santos Nunes (SP)• José Ernesto Aurich (RJ)• José Fernando Di Giovanni (SP)• José Gervais Cavalcanti Vieira Filho (RJ)• José Luiz Pistelli (SP)• José Maurício M. do Carmo (RJ)• José Raul Chiconelli (RJ)• José Roberto <strong>de</strong> Araújo (RJ)• José Roberval <strong>de</strong> Luna Cabral (SP)• José Sérgio Iglésias Filho (SP)• José Silva Rodrigues (PE)• José Wan<strong>de</strong>rley Vasconcelos (MA)• Juliana Wan<strong>de</strong>rlei Santos (PR)• Julio Cezar F. Neto (SP)• Karla Muller Carvalho (PR)• Kátia Torres Batista (DF)• Kleber Elias Tavares (MG)• Kleber Oliveira Barbosa (PE)• Larissa Oliveira <strong>de</strong> Moraes (RJ)• Leandro Azevedo <strong>de</strong> Figueiredo (ES)• Lenise Boni Gonçalves (MG)• Leohnard Roger Bayer (RS)• Leonardo Antunes Marques A<strong>da</strong>mi (MG)• Leonardo Alves <strong>de</strong> Mendonça Jr (SP)• Leonardo <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Moreira (MG)• Leonardo do Nascimento (RS)• Leonardo Gomes e Souza <strong>de</strong> Barros (DF)• Leonildo Oliveira Rodrigues Júnior (AM)• Lessandro Rodrigues Fregona (ES)• Lígia Maria <strong>de</strong> Lara Atallah <strong>de</strong> Mattos (RJ)• Lindolfo <strong>da</strong> Silva Ramos Jr (SP)• Luciana Leonel dos Santos (SP)• Lucia<strong>no</strong> Drigo Peres (SP)• Lucia<strong>no</strong> Elias Barboza (PA)• Lucia<strong>no</strong> Roberto <strong>de</strong> Carvalho (SP)• Lucia<strong>no</strong> Regis <strong>de</strong> Lima (SP)• Lucia<strong>no</strong> Ruiz Torres (SP)• Luciana Mattos <strong>de</strong> Vuo<strong>no</strong> (SP)• Lucienne Dobgenski (PR)• Luís Antonio Buendia (SP)• Luís Eduardo Lima <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (DF)• Luís Fernando <strong>de</strong> Oliveira (SC)• LuÍs Renato Nakachima (SP)• Luiz Eduardo Luz Barreiros (RJ)• Luiz Angelo Vieira (SP)• Luiz Augusto F. dos Santos (RJ)• Luiz Carlos Angelini (SP)• Luiz Carlos Sobania (PR)• Luiz Cláudio Candido (SP)• Luiz Fernando Pinheiro <strong>de</strong> Freitas (MG)• Luiz Francisco Queluz Toledo (SP)• Luiz Garcia Man<strong>da</strong>ra<strong>no</strong> Filho (SP)• Luiz Gonzaga Da<strong>da</strong>lt Filho (SP)• Luiz Gonzaga Jacob (SP)• Luiz Gonzaga Pacola (SP)• Luiz Koiti Kimura (SP)118


Quadro social e congressos• Magali Ferreira <strong>de</strong> Oliveira Lima (SP)• Ma<strong>no</strong>el Antonio Delatre Bonfim (SP)• Marcel Barbieri Freitas (RS)• Marcela Fernan<strong>de</strong>s (SP)• Marcello Roberto Ramalho Cunha (RN)• Marcello Titto (PR)• Marcelo Araf (SP)• Marcelo Barreto <strong>de</strong> Lemos (RS)• Marcelo Dimas Rodrigues (SP)• Marcelo <strong>da</strong> Costa Costa (BA)• Marcelo Lopes Fernan<strong>de</strong>s (SP)• Marcelo Hi<strong>de</strong> Matsumoto (SP)• Marcelo Jorge Ribeiro Machado (RJ)• Marcelo Rosa <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> (SP)• Marcelo Sussenbach (SC)• Marcelo Tinti Bell (SP)• Marcelo Ta<strong>da</strong>shi Nishimura (SP)• Marcelo Tavares <strong>de</strong> Oliveira (SP)• Marcelo Toshiyuki Tanaka (PR)• Márcia Apareci<strong>da</strong> Sueko Arima (SP)• Márcia Mara<strong>de</strong>i Pereira Tuma (PA)• Márcio D’Angelo Rodrigues Barreto (RN)• Márcio <strong>da</strong> Silva Tinós (SP)• Márcio Henrique Eiti Iquegami (SP)• Marcio I. Carvalho (MG)• Márcio Takey Bezuti (SP)• Márcio Issamu Oi<strong>de</strong> (SP)• Marco Antonio <strong>de</strong> Carvalho (SP)• Marco Aurélio Sertório Grecco (MG)• Marco Poli <strong>de</strong> Araújo (SP)• Marcos Albi<strong>no</strong> Rizzardo Ulson (SP)• Marcos Antonio <strong>de</strong> Pádua (MG)• Marcos Luiz Santarosa (DF)• Marcos Paulo Gomes Baggio (PR)• Marcos Rogério Mazer (SP)• Marcos Sanmartin Fernan<strong>de</strong>s (SP)• Marcus Castro Ferreira (SP)• Mário César <strong>da</strong> Silva Moscalcoff (SP)• Mário Márcio <strong>da</strong> Matta Lopes (MG)• Mário Ricardo Selani (PR)• Mario Vieira Guarnieri (SP)• Marius Wert Ramos (BA)• Mário Yoshihi<strong>de</strong> Kuwae (GO)• Mariza Lilian Penkal (PR)• Marthos Mag<strong>no</strong> Ferreira Freitas (SP)• Mateus Saito (SP)• Mauri Cortez (PE)• Maurício Benedito Ferreira Caeta<strong>no</strong> (SP)• Maurício <strong>de</strong> Araújo Allet (MT)• Maurício Ferreira Bonfatti (RJ)• Maurício Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira Pinto (SP)• Maurício Pinto Rodrigues (SP)• Max Maury Lopes Jr. (GO)• Milton Bernar<strong>de</strong>s Pignataro (RS)• Milton Takeshi Ishikawa (SP)• Mogar Dreon Gomes (SP)• Nelson Mattioli Leite (SP)• Nelson Otsuka (PR)• Nelson Ravaglia <strong>de</strong> Oliveira (PR)• Neilor Teófilo Araújo Rabelo (SP)• Niceas <strong>da</strong> Silva Gusmão Filho (AL)• Nicolau Granado Segre (SP)• Nilton Mazzer (SP)• Nisan Baia <strong>da</strong> Rocha Júnior (PE)• Osvaldo Chaves Sampaio (SP)• Osvaldo Hi<strong>de</strong>o Hasegawa (PR)• Osvandre Luiz Canfield <strong>Lech</strong> (RS)• Oswaldo Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira Filho (PI)• Paulo Alfredo Muller (RS)• Paulo Akira Fukuzawa (SP)• Paulo Cesar <strong>de</strong> Malta Schott (RJ)• Paulo Cézar Ventura Fonseca Monteiro (BA)• Paulo <strong>de</strong> Oliveira e Silva (DF)• Paulo Henrique Paladini (ES)• Paulo Henrique Pieroni Barbieri (SP)• Paulo Henrique Ruschel (RS)• Paulo Marcel Yoshii (SP)• Paulo Nelson Barboza (RJ)• Paulo Ran<strong>da</strong>l Pires (MG)• Paulo Roberto <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> (RS)• Paulo Roberto Gonçalves <strong>de</strong> Souza (RJ)• Paulo Sérgio Guimarães Fiuza (BA)• Paulo Sergio Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Queiroz (GO)• Pedro Alberto Silvério <strong>de</strong> Oliveira (SP)• Paulo Sergio dos Santos (PR)• Pedro Jose Pires Neto (MG)• Pio Torres Lara (SP)• Priscilla Carneiro Hirai (SP)• Rafaela Fernan<strong>de</strong>z Cestelo Burgo (RJ)• Rafael <strong>de</strong> Souza Ribeiro (ES)• Rafael Pegas Praetzel (RS)• Rafael Silva Ribeiro (BA)• Rames Mattar Júnior (SP)• Raphael <strong>de</strong> Castro (SP)• Raquel Bernar<strong>de</strong>lli Iamaguchi (SP)• Raul Itocazo Taira (SP)• Ramon Martinez Neto (SP)• Raul Monta<strong>no</strong> Aguilar (RJ)• Reginaldo Maurício Rios <strong>de</strong> Moura (PA)• Reinaldo Nakagava (DF)119


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009• Renato Harley Santos Botelho (RJ)• Renato Ribeiro Gonçalves (BA)• Ricardo Alberto Lupinacci Pen<strong>no</strong>• Ricardo Alexandre Pinto Laranjeira (RJ)• Ricardo Höfling (SP)• Ricardo José Cabello (SP)• Ricardo José Vercelli (SP)• Ricardo Kaempf <strong>de</strong> Oliveira (RS)• Ricardo Klempp Franco (PR)• Ricardo Luiz Daneu Fernan<strong>de</strong>s (BA)• Ricardo Marzola Pereira <strong>da</strong> Costa (SP)• Ricardo Pereira <strong>da</strong> Silva (GO)• Roberta Casagran<strong>de</strong> Tramontini (RS)• Roberta Assed Gonçalves <strong>de</strong> Souza (RJ)• Robert Bicalho <strong>da</strong> Cruz (MG)• Robert Charles Ferreira (MG)• Robert Jan Bloc (SP)• Roberta Borges <strong>de</strong> Azeredo (RJ)• Roberto Della Torre dos Santos (SP)• Roberto Luiz Sobania (PR)• Robinson Dalapria (SP)• Rodolfo Fonseca <strong>de</strong> Pádua Gonçalves (MG)• Rodrigo Hiroshi Tanabe (SP)• Rodrigo Tissi Ribeiro (PR)• Rodrigo Villas Boas Pinto (MG)• Roger Amorim Santos Diniz (SP)• Rogerio José Machietto (SP)• Rogerio Maschietto (SP)• Romero Bezerra Cavalcanti Men<strong>de</strong>s (AM)• Ronaldo Jorge Azze (SP)• Ronaldo Parissi Buainain (SP)• Ronaldo Percope <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (MG)• Rosali Del Bianco Luchesi (BA)• Rosane Scheti<strong>no</strong> Biscotto (RJ)• Rudolf Nunes Köbig (RJ)• Rui Ferreira Silva (PE)• Rui Sergio Monteiro <strong>de</strong> Barros (PA)• Salomão Cha<strong>de</strong> Assan Zatiti (SP)• Samuel Ribak (SP)• Sandra <strong>de</strong> Paiva Barbosa (PE)• Sandro Castro A<strong>de</strong>o<strong>da</strong>to <strong>de</strong> Souza (RJ)• Satiro Komatsu (SP)• Saulo Fontes Almei<strong>da</strong> (RJ)• Sérgio Antonio <strong>de</strong> Souza Queiroz (MG)• Sérgio Augusto Machado <strong>da</strong> Gama (SP)• Sergio Brandi (SP)• Sergio Oliveira Bru<strong>no</strong> Belucci (SP)• Sérgio Ricardo Chemin Leopolski (PR)• Sérgio Roberto Teixeira Coelho (ES)• Sérgio Yoshimasa Okane (SP)• Sonival Azevedo Oliveira (SP)• Sumner William Niquini (MG)• Sylvia Regina Hiraoka (SP)• Tatiana Zotti Pitágoras (RS)• Teng Hsiang Wei (SP)• Traja<strong>no</strong> Sar<strong>de</strong>nberg (SP)• Ubiratan Brum <strong>de</strong> Castro (MG)• Valdir Steglich (SC)• Valdir Valter Breunig (RS)• Vicente Scorza Carrascoza Von Glehn (SP)• Vítor Alves <strong>da</strong> Silva (PI)• Victor César Júnior (RJ)• Vilnei Mattioli Leite (SP)• Walber Barreto Galvão (SE)• Walter Gomes Pinheiro Jr. (SP)• Walter Manna Albertoni (SP)• Walter Yoshi<strong>no</strong>ri Fukushima (SP)• Werner <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Leite (RJ)• William Rogério Cardoso <strong>da</strong> Silva (SP)• Willer Madureira (SP)• Wilson Cardoso Ii<strong>da</strong> (SC)• Wilson Mo<strong>de</strong>sto Oliviera Jr. (SP)• Yoko Miura (DF)• Yussef Ali Abdouni (SP)120


Álbum <strong>de</strong> fotografiasImagens <strong>da</strong> história <strong>da</strong> SBCM121


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009122


Álbum <strong>de</strong> fotografias123


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009124


Álbum <strong>de</strong> fotografias125


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009126


BibliografiaAbreu LB. Comunicação pessoal; 2001.Anais <strong>de</strong> Congresso. XXI Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Gramado (RS) 2 a 4 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>2001.Associação <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Edital <strong>de</strong> convocação. São Paulo, 27 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007.Associação Médica <strong>Brasil</strong>eira. Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina. Comunicado Oficial. São Paulo, 19 <strong>de</strong>julho <strong>de</strong> 2001.Associação Médica <strong>Brasil</strong>eira. Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina. Comissão Nacional <strong>de</strong> ResidênciaMédica. Comissão mista <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Suplemento Especial JAMB; 2002.Barbieri CH, Angelini LC, <strong>Lech</strong> OLC, Severo A. <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> Médica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.Documentos para a Comissão Mista CFM/AMB/CNRM; 2003Boyes JH. Bunnell’s surgery of the hand. Principles of reconstruction. 5th edition. Phila<strong>de</strong>lphia:Lippincott; 1970.<strong>Brasil</strong>. Ministério <strong>da</strong> Educação. Resolução CNRM n o 02, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2007. Dispõe sobre aduração e o conteúdo programático <strong>da</strong> Residência Médica <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Publica<strong>da</strong> <strong>no</strong> D. O.U. <strong>de</strong> 30/08/2007, seção 1, página 12. Disponível em: portal.mec.gov.br/in<strong>de</strong>x.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=513&Itemid= -. Acessado em 2009 (8 jun).Caplan E, editor Concepts of health and disease: interdisciplinary perspectives. Massachussetts:Addison Wesley Longman; 1981.Converse JM. Reconstructive plastic surgery. Phila<strong>de</strong>lphia; WB Saun<strong>de</strong>rs; 1964.Crenshaw AH. Campbell’s Operative Orthopaedics. 5th edition. Saint Louis: Mosby; 1971.Dove AF, Clifford RP. Ischaemia after use of finger tourniquet. Br Med J (Clin Res Ed).1982;284(6323):1162-3.Ely JF. <strong>Cirurgia</strong> plástica: princípios <strong>de</strong> microcirurgia. 2 a edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan;1980.Fletcher N, Sofia<strong>no</strong>s D, Berkes MB, Obremskey WT. Prevention of perioperative infection. J BoneJoint Surg Am. 2007;89(7):1605-18.Gama C. Comunicação pessoal; 1993.Graner O. Comunicação pessoal; 1982.Hixson,FP, Shafiroff BB, Werner FW, Palmer AK. Digital tourniquets: a pressure study with clinicalrelevance. J Hand Surg [Am]. 1986;11(6):865-8.Hospitalar.com. Comissão Mista unifica especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Disponível em: http://www.hospitalar.com/arquivo_<strong>no</strong>t/<strong>no</strong>t529.html. Acessado em 2009 (8 jun).127


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 2006;7(2).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 2005;VII(1). Disponível em: http://www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br//PDFs/manus_2005.pdf.Acessado em 2009 (1 jun).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. SBCM. 2004;VI(1). Disponível em: http://www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br//PDFs/capa_manus1_2004.pdf. Acessado em 2009 (1 jun).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 2003;V(2). Disponível em: http://www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br//PDFs/Manus2_2003.pdf.Acessado em 2009 (1 jun).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 2002;IV(2). Disponível em: http://www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br//PDFs/Manus2_2002.pdf.Acessado em 2009 (1 jun).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 2001;III(2). Disponível em: http://www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br//PDFs/Manus2_2001.pdf.Acessado em 2009 (1 jun).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 2001;III(1). Disponível em:Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 2000;II(2). Disponível em: http://www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br//PDFs/Manus2_2000.pdf.Acessado em 2009 (1 jun).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 1999;I(2).Jornal Informativo. MANUS. Órgão Oficial <strong>de</strong> Divulgação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong><strong>Mão</strong>. SBCM. 1999;I(1). Disponível em: http://www.cirurgia<strong>da</strong>mao.org.br//PDFs/Manus1_1999.pdf.Acessado em 2009 (1 jun).Kleinert H. Comunicação pessoal; 2007.Klenerman L. The tourniquet in surgery. J Bone Joint Surg Br. 1962;44-B:937-43.<strong>Lech</strong> O, De Paula M, Monteggia G. Lições práticas <strong>de</strong> cirurgia <strong>da</strong> mão. Parte l. Revista <strong>da</strong> UNIMED eAMRIGS. 1987;16:33-3.<strong>Lech</strong> O, Graça R. Mensagem dos editores. In: Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Ortopedia</strong> e Traumatologia. 70a<strong>no</strong>s construindo a ortopedia brasileira. São Paulo: Focus; 2005. p. 7.<strong>Lech</strong> O. Visão multidisciplinar <strong>da</strong> microcirurgia; a<strong>no</strong>tações pessoais do seu passado, presente epotencial futuro. Revista <strong>da</strong> UNIMED e AMRIGS. 1986;14:26-8.128


BibliografiaLista <strong>de</strong> presença <strong>da</strong> Assembleia Geral <strong>de</strong> Sócios – ordinária e extraordinária <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>1967.Lundborg G. Structure and function of the intraneural microvessels as related to trauma, e<strong>de</strong>maformation, and nerve function. J Bone Joint Surg Am. 1975;57(7):938-48.Moberg E. Dressings, splints and postoperative care in hand surgery. Surg Clin North Am.1964;44:941-9.Moraes HB. Comunicação pessoal; 2001.Ochoa J, Fowler TJ, Gilliatt RW. Anatomical changes in peripheral nerves compressed by a pneumatictourniquet. J Anat. 1972;113(Pt 3):433-55.Odinsson A, Finsen V. Tourniquet use and its complications in Norway. J Bone Joint Surg Br.2006;88(8):1090-2.Paletta FX, Willman V, Ship AG. Prolonged tourniquet ischemia of extremities. J Bone Joint Surg Am.1960;42:945-<strong>50</strong>.Pardini Jr AG, editor. Traumatismos <strong>da</strong> mão. 3 a ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Medsi; 2000. p.Parkes CM. The psychological reactions to loss of a limb: the first year after amputation. In: HowellsJG, editor. Mo<strong>de</strong>rn perspectives in the psychiatric aspects of surgery. New York: Brunner-Mazel;1976. p. 515-32.Pereira AJ. Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> – SBCM. Primeiros a<strong>no</strong>s. <strong>Cirurgia</strong><strong>da</strong> mão. Rio <strong>de</strong> Janeiro, junho <strong>de</strong> 1959.Programa oficial. 28 o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Ribeirão Preto (SP) 22 a 24 <strong>de</strong> maio<strong>de</strong> 2008.Programa oficial. 27 o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Porto Alegre (RS) 27 a 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>2007.Programa oficial. 26 o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. São Paulo (SP) 29 <strong>de</strong> abril a 1 <strong>de</strong> maio<strong>de</strong> 2006.Programa oficial. 25 o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Joinville (SC) 30 <strong>de</strong> março a 2 <strong>de</strong> abril<strong>de</strong> 2005.Programa oficial. 9 o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Belo Horizonte (MG) 7 a 10 <strong>de</strong> setembro<strong>de</strong> 1983.Seroplan R, Rey<strong>no</strong>lds BM. Wound infections after preoperative <strong>de</strong>pilatory versus razor preparation.Am J Surg. 1971;121(3):251-4.Simpósio Internacional <strong>de</strong> Doenças Ocupacionais. In XVII Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>.Belo Horizonte (MG) 10 a 13 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1997.129


<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 2009Sims AC. Psychogenic causes of physical symptoms, acci<strong>de</strong>nts and <strong>de</strong>ath. J Hand Surg [Br].1985;10(3):281-2.Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Assembleia Geral Ordinária. Gramado; 2001.Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Atas <strong>da</strong>s Assembleias Gerais <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong> 1959 a 1970. [Documento inter<strong>no</strong>, enca<strong>de</strong>rnado].Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Atas <strong>da</strong>s Assembleias Gerais <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong> 1970 a 1979. [Documento inter<strong>no</strong>, enca<strong>de</strong>rnado].Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Atas <strong>da</strong>s Assembleias Gerais <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong><strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>de</strong> 1980 a 1991. [Documento inter<strong>no</strong>, enca<strong>de</strong>rnado].Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Edital <strong>de</strong> convocação. São Paulo, 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2005.Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Edital <strong>de</strong> convocação. São Paulo, 17 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003.Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Correspondência <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> “2 a campanha <strong>de</strong>prevenção dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> mão”. São Paulo, 8 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004.Tajima T. Consi<strong>de</strong>rations on the use of the tourniquet in surgery of the hand. J. Hand Surg [Am].1983;8(5 Pt 2):799-802.Tanner J, Woodings D, Moncaster K. Preoperative hair removal to reduce surgical site infection.Cochrane Database Syst Rev. 2006;3:CD004122.Tema oficial. XXII Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>. Ribeirão Preto (SP) 1 a 3 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>2002.Wynn-Parry CB. Rehabilitation of the hand. 3th ed. Londres: Butterworths; 1973.130

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!