<strong>50</strong> <strong>A<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> - 1959 – 20091969 a2000mas não preenchiam ain<strong>da</strong> os requisitos preestabelecidos<strong>no</strong> estatuto vigente. (Passou a ser regrao registro dos associados e titulares admitidos <strong>no</strong>slivros <strong>de</strong> ata, que eram posteriormente consultadosto<strong>da</strong> vez que havia controvérsia).O grupo propôs modificar o estatuto <strong>da</strong> seguintemaneira: não haveria mais um título <strong>de</strong>Especialista em <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong>, mas um título<strong>de</strong> Membro Associado e outro título, <strong>de</strong> MembroTitular; o título <strong>de</strong> Especialista seria concedidomediante convênio com a AssociaçãoMédica <strong>Brasil</strong>eira (AMB) <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s <strong>no</strong>rmas <strong>de</strong>concessão <strong>de</strong> ambas as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Christóvão <strong>da</strong>Gama escreveu, em carta a <strong>Osvandré</strong> <strong>Lech</strong>, queessa medi<strong>da</strong> era “uma transformação <strong>da</strong> SBCMem Departamento <strong>da</strong> AMB”. Um relacionamentoque perduraria por muitos a<strong>no</strong>s. O estatutotambém <strong>de</strong>veria rezar que o sócio exercesse não<strong>50</strong>%, mas 80% <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em cirurgia <strong>da</strong>mão. E por fim se propunha que a admissão <strong>de</strong>associados reconhecesse, além <strong>de</strong> um a<strong>no</strong> <strong>de</strong>estágio em cirurgia <strong>da</strong> mão, também residênciaou exame escrito. O convênio com a AMB e o estabelecimento<strong>da</strong> residência em cirurgia <strong>da</strong> mãoforam registrados <strong>no</strong> relatório apresentado peladiretoria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do biênio 1975/77. Asdiretorias passariam a tomar posse sempre emprimeiro <strong>de</strong> janeiro.Tomaram também <strong>de</strong>cisões sobre o VI CBCM,incluindo <strong>da</strong>ta (24 a 26 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1977),convi<strong>da</strong>dos internacionais, composição <strong>de</strong> mesas,registraram a candi<strong>da</strong>tura <strong>da</strong> chapa para aeleição <strong>de</strong> diretoria seguinte (com Sobania, Edmure Nelson Otsuka). Os relatos <strong>de</strong>ssa geração<strong>de</strong> diretores <strong>da</strong> SBCM são <strong>de</strong> que, nessa época,ain<strong>da</strong> prevalecia o sistema <strong>de</strong> indicações paracomposição <strong>da</strong>s comissões executivas e presidência.E os <strong>no</strong>mes quase sempre partiam dosvetera<strong>no</strong>s, como Pernet e Graner. Sobania conta,por exemplo, que foi interrompido duranteuma cirurgia por telefonema <strong>de</strong> ambos, separa<strong>da</strong>mente,perguntando se aceitaria o cargo <strong>de</strong>presi<strong>de</strong>nte na eleição seguinte: “sem saberemum do contato feito pelo outro, ambos me indicaram...Aceitei!”, revela. Pardini, por outro lado,teve <strong>de</strong> retirar sua candi<strong>da</strong>tura por pressão <strong>de</strong>ssesvetera<strong>no</strong>s, que queriam lhe impor a composiçãocompleta <strong>da</strong> diretoria. “Eu não admitiaaquilo: se eu fosse o presi<strong>de</strong>nte, eu iria escolhera minha diretoria”, argumenta. Esse sistema <strong>de</strong>indicação, como se verá adiante, só se modificariaem 1979-80, a primeira vez em que houveduas chapas para eleição <strong>da</strong> diretoria <strong>da</strong> SBCM.Sobania completa: “o gran<strong>de</strong> feito <strong>no</strong>sso foi essareunião <strong>de</strong> quebrar o paradigma dos cinco”, referindo-seaos cinco pioneiros <strong>da</strong> SBCM (Graner,Plateia atenta neste Simpósio Nacional <strong>de</strong> <strong>Cirurgia</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> organizado pela Regional Sul <strong>da</strong> SBCM: à esquer<strong>da</strong>,Pardini e Bulcão. No meio, po<strong>de</strong>-se ver Pistelli e Ronaldo Carneiro. Mais à direita, Luiz G. Jacob, Marcus C. Ferreira,Heitor Ulson e Lenise30
<strong>A<strong>no</strong>s</strong> 70 a 90Danilo, Pernet, Lauro e Bulcão). A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> iase tornando mais <strong>de</strong>mocrática e pensando <strong>no</strong>sprimeiros critérios objetivos para concessão dotítulo <strong>de</strong> especialista.O ritual <strong>da</strong> malaNaquele mesmo encontro em junho <strong>de</strong> 1976levantou-se, pela primeira vez, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> se terum secretário fixo na SBCM, sediado num en<strong>de</strong>reçofixo, para a guar<strong>da</strong> <strong>de</strong> livros, arquivo, correspondênciase outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s próprias. Faziasentido: Walter Manna Albertoni, que secretarioua Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> durante muitos a<strong>no</strong>s, relata quehavia, até então, o rito <strong>da</strong> “transmissão do baú”:“como A SBCM não tinha se<strong>de</strong> própria, todos osdocumentos, certificados, talonários <strong>de</strong> recibose livros-ata eram colocados numa mala, que eraentregue por um secretário a outro na transmissão<strong>de</strong> diretorias”, relembra. “Então assumi oseguinte compromisso: ‘não vai ter mais mala’”.E como todos concor<strong>da</strong>vam com a instalação<strong>de</strong> uma secretaria fixa, cumprindo o prometido,quando foi eleito (ver adiante), Albertoni instaloua secretaria <strong>da</strong> SBCM numa sala <strong>de</strong> sua clínicaparticular, on<strong>de</strong> permaneceu por uma déca<strong>da</strong>,encerrando o folclórico “ritual <strong>da</strong> mala com osmateriais. Nesse mesmo dia (ain<strong>da</strong> na gestão <strong>de</strong>Gama), registraram em ata a obtenção do número<strong>de</strong> CGC (hoje em dia, CNPJ, Ca<strong>da</strong>stro Nacional<strong>de</strong> Pessoa Jurídica) <strong>da</strong> SBCM: 49.361.496/0001-18. O número é o mesmo até hoje.Ao tomarem conhecimento <strong>de</strong> que duas revistasleigas publicaram reportagens exaltandoas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s profissionais <strong>de</strong> três sócios, <strong>de</strong>cidiramadverti-los, por ofício, o que se esten<strong>de</strong>riaa todos os associados, que “não utilizem <strong>de</strong>tais meios <strong>de</strong> divulgação”. Conforme relatadoposteriormente, a presença <strong>de</strong> repórteres <strong>no</strong>splantões do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>de</strong> São Pauloé que possibilitou a exposição dos médicos,mas Ronaldo Azze comunicou que, apesar <strong>de</strong>o Hospital apoiar a realização <strong>da</strong> matéria, nãopensava <strong>no</strong> aproveitamento individual <strong>da</strong> exposição.A i<strong>de</strong>ia do presi<strong>de</strong>nte Gama era <strong>de</strong> que ossócios “não se <strong>de</strong>ixassem envolver” com o caso.A reunião transcorreu <strong>da</strong>s 14h às 21h30, e a atacontinha uma numerosa lista <strong>de</strong> alterações a serempropostas <strong>no</strong> estatuto em uma AssembleiaExtraordinária.Uma Assembleia Geral foi realiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> dia 25<strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1977, <strong>no</strong> Augusta BoulevardHotel, em São Paulo, durante o VI CBCM, portanto.Esta teve quórum bem maior: 35 sóciospresentes, como esperado pela corri<strong>da</strong> ao Congresso.O presi<strong>de</strong>nte comunicou a todos sobre oconvênio com a AMB para expedição <strong>de</strong> diplomas<strong>de</strong> especialista.A chapa proposta para a <strong>no</strong>va diretoria eracomposta <strong>de</strong> Sobania na presidência, EdmurIsidoro Lopes como vice e Nelson Otsuka comosecretário-tesoureiro. No entanto, iniciou-se “calorosatroca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias” <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que dois<strong>de</strong>sses sócios não eram membros titulares, apenasassociados. Sobania relata que, como <strong>de</strong> praxe,quem levantou o assunto foi Pernet, habituadoa prestar atenção aos mínimos <strong>de</strong>talhes <strong>da</strong>s<strong>no</strong>rmas. De acordo com a ata <strong>da</strong> reunião, Graner,Danilo, Almir Pereira, Maurício Menandro, PauloCezar Schott manifestaram-se contra a abertura<strong>de</strong> uma exceção <strong>no</strong> caso. Pernet então propôsque fosse modificado o estatuto, instituindo queapenas o acesso à presidência fosse exclusivo<strong>de</strong> titulares, sendo os outros cargos <strong>de</strong> diretoriaabertos a todo o quadro social. No entanto, issoteria <strong>de</strong> ser feito em Assembleia Extraordinária,não numa Assembleia Geral... A solução encontra<strong>da</strong>por Sobania, à última hora, foi indicar o<strong>no</strong>me <strong>de</strong> Walter Manna Albertoni <strong>no</strong> lugar <strong>de</strong>Otsuka como secretário. “Como ele havia recémadquiridoo status <strong>de</strong> titular, Pernet não pô<strong>de</strong> seopor”, comentou. Assim, a diretoria foi eleita comSobania na presidência, Edmur como vice, porémAlmir Joaquim Pereira como secretário-tesoureiroe Albertoni como segundo-secretário.Como conselheiros, entraram Lauro Barros <strong>de</strong>Abreu, Henrique Bulcão <strong>de</strong> Moraes e José RaulChiconelli – todos vetera<strong>no</strong>s e experientes nacondução <strong>da</strong> SBCM. Na Regional Sul, ficou RonaldoJorge Azze como presi<strong>de</strong>nte, Diome<strong>de</strong>Belliboni como vice e Antonio Luiz Gomes comosecretário. Na Regional Norte-Nor<strong>de</strong>ste, EuricoGoulart <strong>de</strong> Freitas como presi<strong>de</strong>nte, Germa<strong>no</strong>Fabrício Riquet como vice e Antonio Carlos AleixoSepúlve<strong>da</strong> como secretário.Arlindo Pardini, nessa <strong>da</strong>ta, propôs a criação<strong>de</strong> uma Regional Centro-Leste-Oeste, que englobariaEspírito Santo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Goiás, Brasília,Mato Grosso. A proposta foi encaminha<strong>da</strong> àComissão Executiva para estudo. O especialista1969 a200031