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2011 Maio - inegi - Universidade do Porto

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OPINIÃOÀ CONVERSA COM:ENGº CARLOS PIMENTADIRECTOR DO CENTRO DE ESTUDOS EM ECONOMIA DA ENERGIADOS TRANSPORTES E DO AMBIENTE - CEEETA.O INEGI tem procura<strong>do</strong>, desde a sua criação, fomentar e empenhar-se no estu<strong>do</strong> da utilização das fontes de energia renováveis, e na poupançae utilização racional da energia. O Instituto pretende apoiar o desenvolvimento das energias renováveis, contribuin<strong>do</strong> para a diversificação <strong>do</strong>srecursos primários usa<strong>do</strong>s na geração de electricidade e para a preservação <strong>do</strong> meio ambiente. À conversa com o Engº Carlos Pimenta procuramosperceber o papel e a importância das instituições de interface, como o INEGI, no desenvolvimento económico e energético nacionais.INEGInotícias (IN) - Em que áreas da Engenhariadeverá Portugal apostar, a curto prazo, demo<strong>do</strong> a obter uma maior capacidade para a resolução<strong>do</strong>s seus problemas de competitividade?Carlos Pimenta (CP) - Penso que as áreas quemaior relevância vão ter nos próximos anosdizem respeito às telecomunicações e dataprocessing (diversos ramos da informática),ciências e tecnologias associadas a novos materiais,energia e as biotecnologias (com aplicaçõesem numerosos <strong>do</strong>mínios).IN - Do seu ponto de vista, onde poderá o paísassentar as bases para o seu desenvolvimentofuturo? Qual a importância <strong>do</strong> panoramaenergético nesse desenvolvimento?CP - As importações de energia são a maiorcomponente <strong>do</strong> nosso défice da Balança de Pagamentos,o que, em momentos de crise e dealterações bruscas <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> petróleo, podeagravar significativamente a situação económicae baixar a competitividade da economia.Há que continuar as políticas focadas na utilização<strong>do</strong>s recursos endógenos, no desenvolvimentode fileiras industriais e de serviçosnestas áreas e promover sistematicamente oaumento da eficiência energética a nível <strong>do</strong>sequipamentos e <strong>do</strong>s sistemas (exemplo os sistemasurbanos e a mobilidade).IN - Qual o papel <strong>do</strong>s institutos de interfacee centros de inovação no desenvolvimentoeconómico <strong>do</strong> país?CP - A área da energia está a passar por uma revoluçãoque implica uma rotura qualitativa quesó tem paralelo com o que se tem vin<strong>do</strong> a vivernas telecomunicações e informática. Se queremosser agentes activos e não apenas importa<strong>do</strong>resde know-how há que reconhecer o trabalho deInstituições como o INEGI que, aliás, tem si<strong>do</strong>exemplar no profissionalismo e valor acrescenta<strong>do</strong>que traz ao fazer “a ponte” entre a <strong>Universidade</strong>e a actividade económica/industrial.IN - Sente que nos últimos anos, o trabalho desenvolvi<strong>do</strong>pelo INEGI tem contribuí<strong>do</strong> para ocrescimento <strong>do</strong> país? Se sim, em que aspectos?CP - Sem dúvida. Como disse anteriormentetenho pelo INEGI o respeito e o reconheci-mento que são devi<strong>do</strong>s a uma instituição quemuito contribui para o progresso <strong>do</strong> país, designadamentepelo seu papel no desenvolvimentoda Energia Eólica em Portugal, procuran<strong>do</strong>sempre responder atempadamente aosdifíceis desafios coloca<strong>do</strong>s pelo estu<strong>do</strong> de umrecurso muito variável como o vento.O rigor <strong>do</strong>s trabalhos efectua<strong>do</strong>s e a abertura àInvestigação que sempre caracterizaram o INEGI,trouxeram-lhe o reconhecimento como instituiçãode referência a nível internacional.IN - Da sua experiência pessoal com o INEGIe conhecimento da actividade que desenvolve,como deverá o Instituto acrescentar mais valorao teci<strong>do</strong> empresarial?CP - Manten<strong>do</strong> as características que apontei:rigor e abertura à Investigação a par <strong>do</strong> diálogopermanente com os agentes económicos<strong>do</strong> sector. A realidade está a mudar muitodepressa, os ciclos de vida das tecnologias esaberes são muito curtos. Quem não investirna actualização permanente das suas meto<strong>do</strong>logiase “ferramentas”, na formação das suasequipes, ou não perceber os novos desafiosque se colocam, não poderá acompanhar asmudanças exigidas pelos seus pares ou pelosparceiros no mun<strong>do</strong> da economia.IN - Qual poderá ser a importância <strong>do</strong> INEGIno desenvolvimento, promoção e implementaçãodas Energias Renováveis, em Portugal?CP - O INEGI é um Centro de Excelência ecomo tal deve encarar o seu desenvolvimento.No que diz respeito às energias renováveis oINEGI deve continuar a desenvolver a sua capacidadeno que respeita à avaliação e estu<strong>do</strong><strong>do</strong>s recursos relevantes neste <strong>do</strong>mínio, bemcomo no sector das competências associadasà mudança <strong>do</strong> paradigma da energia, sobretu<strong>do</strong>no que respeita à integração de múltiplasfontes intermitentes com potências muitodiversas na rede eléctrica. Deve igualmenteprestar atenção à crescente interpenetração demun<strong>do</strong>s até aqui quase autónomos, como sejaa electricidade e os transportes, à mudança naforma de satisfazer as necessidades de aquecimentoe arrefecimento <strong>do</strong>s edifícios, à dimensãoenergética da renovação urbana, etc.IN - Ultimamente, tem-se fala<strong>do</strong> muito da exploração<strong>do</strong>s recursos energéticos <strong>do</strong> mar. Quepotencial pode advir da exploração das energiasoffshore nas necessidades energéticas nacionais?CP - Ainda é ce<strong>do</strong> para fazer avaliações económicas.O potencial deve ser estuda<strong>do</strong>, as soluçõestecnológicas testadas. Assim estamosnuma fase em que instituições como o INEGIpodem trazer imenso valor e ajudar a tomardecisões concretas de desenvolvimento.IN - Como vê a evolução da economia portuguesa,caso se mantenha o actual nível dedependência das fontes externas de energia?Conseguirão as soluções em prática e em implementaçãomitigar um eventual impacto negativoou são necessários esforços adicionais?CP - A actual relação entre o PIB português eas necessidades de energia <strong>do</strong> País, tem de melhorarem muito se queremos sair da crise e aumentara nossa competitividade sem baixar o“nível de conforto energético” <strong>do</strong>s portugueses.Eficiência energética, apoio ao uso de Renováveis(incluin<strong>do</strong> para a satisfação de necessidadesde cariz térmico) e sistemas eficientese “inteligentes” na gestão das cidades, são alguns<strong>do</strong>s desafios para esta década e que podemajudar Portugal a melhorar a sua relaçãocom a Energia e continuar a desenvolver umsector económico e de Investigação que devemser protagonistas de referência no merca<strong>do</strong>nacional e internacional.Engº Carlos Pimenta - BioÉ o Director <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s em Economia daEnergia, <strong>do</strong>s Transportes e <strong>do</strong> Ambiente (CEEETA). OEngº Carlos Pimenta desde sempre esteve liga<strong>do</strong> à área<strong>do</strong> ambiente, ocupan<strong>do</strong> cargos de destaque. Foi Secretáriode Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ambiente, entre 1983 e 1984, Secretáriode Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ambiente e Recursos Naturais, entre 1985e 1987 e Deputa<strong>do</strong> no Parlamento Europeu, de 1987 a1999. O Engº Carlos Pimenta, como comprova o seu vastocurriculum, é uma referência nacional e internacionalem questões de matérias energéticas e ambientais.

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