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Museu Carlos Costa Pinto - Lume Arquitetura

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Barras de luz instaladas numa sanca,com sistema que permite movimentação do ângulo de incidência,permitem eventual troca de quadros, inclusive de tamanhos diferentes.▼46L U M EA R Q U I T E T U R A


c a p aFachada do <strong>Museu</strong> <strong>Carlos</strong> <strong>Costa</strong> <strong>Pinto</strong>, em Salvador (BA),projeto dos arquitetos Euvaldo Reis e Diógenes Rebouças.Vitrines iluminadas com fibra ótica expõem pratacivil e regional. Pelo seu acervo, o museutambém é conhecido como <strong>Museu</strong> da Prata.<strong>Museu</strong> <strong>Carlos</strong> <strong>Costa</strong> <strong>Pinto</strong>Por Maria Clara de MaioFotos: Rubens CampoIluminação com fibra óticarevela detalhes da história brasileiraEm uma casa estilo colonial americano em Salvador (BA),projeto dos arquitetos Euvaldo Reis e Diógenes Rebouças,está instalado o <strong>Museu</strong> <strong>Carlos</strong> <strong>Costa</strong> <strong>Pinto</strong>. Destinada,inicialmente, à residência da família, a casa nunca foi habitadae uma série de adaptações para comportar a sua nova funçãofoi feita ao longo de sua existência. A última delas, umareestruturação museográfica e museológica, iniciada no ano2000, foi concluída em novembro último, quando o museucomemorou 35 anos. As alas direitas (térreo e 1º andar)conservaram aspectos da antiga residência do casal (quartose salas), ou seja, figuram como exposição ambientada. Asalas esquerdas (térreo e 1º andar) foram modificadas noroteiro de visitação, na confecção de novas vitrines, nailuminação e na climatização.Importante colecionador de obras de arte, <strong>Carlos</strong> <strong>Costa</strong><strong>Pinto</strong> – renomado empresário de importações e exportaçõesna Salvador do início do século XX – reuniu durante sua vidauma significativa coleção, fazendo com que permanecesse naBahia um dos mais importantes acervos do país. Doado pelaviúva Margarida de Carvalho <strong>Costa</strong> <strong>Pinto</strong>, o acervo do museupossui 3.175 exemplares divididos em 12 coleções: Cristal,Desenho, Diversos, Escultura, Gravura, Imaginária, Mobiliário,Ordens Honoríficas, Ourivesaria, Pintura, Porcelana e Prataria.Todo o projeto de reestruturação foi elaborado pelaempresa Expomus – primeira empresa privada no Brasildedicada a exposições e museus – e a curadoria do <strong>Museu</strong><strong>Carlos</strong> <strong>Costa</strong> <strong>Pinto</strong>, sob a responsabilidade da sua diretoraMercedes Rosa. Segundo ela, um dos pontos fortes dareestruturação foi a iluminação em fibra ótica. “Ao utilizar estamoderna tecnologia em iluminação de museus, permitimosmaior realce dos objetos expostos, pontuação das peçasprincipais e protegemos o acervo de temperaturas e intensidadede luz inadequadas”, explicou a curadora.Projeto LuminotécnicoO projeto luminotécnico foi desenvolvido a partir dasdiretrizes do arquiteto e da Expomus. O dimensionamento e aimplantação dos sistemas de iluminação ficou por conta daFASA Fibra Ótica, empresa que atua desde 1990 neste ramo.L U M EA R Q U I T E T U R A47▼


A coleção de Imaginária do <strong>Museu</strong> é compostapor 43 exemplares, em madeira e marfim. Na foto,as peças de marfim sacro recebem luz pontuada,e o revestimento interno da vitrine recebe luz difusaprovinda das “barras de luz”.de forma geral, gerando harmonia e equilíbrio nailuminação”.A FASA criou iluminadores com especificaçõesexclusivas para atender ao projeto do <strong>Museu</strong>,e ainda utilizou acessórios em seus terminais delinha, visando adequá-los à configuração originaldas vitrines.Vitrines“O projeto representava um grande desafio desdeo princípio”, comenta Wiliam Sallouti. “Havianecessidade de se criar recursos para eliminarsombras em vitrines, iluminar pontos de difícilacesso para os terminais e muitas outras situaçõesatípicas. Era preciso ainda respeitar não apenas aarquitetura local, como também preservar osaspectos construtivos das vitrines e do mobiliárioNas intervenções museográfica (maneira dese expor o objeto em um museu), e museológica(forma de atingir o seu público, estimulando apercepção, o interesse e a interação com oacervo), a iluminação tem papel fundamental (vejaalgumas recomendações na página 55). Paracada tipo de objeto, há um nível de luz recomendado.De acordo com a museóloga BárbaraCarvalho dos Santos, diretora adjunta do <strong>Museu</strong><strong>Carlos</strong> <strong>Costa</strong> <strong>Pinto</strong>, esta orientação é dada peloICOM – International Council of <strong>Museu</strong>m, quepossui um comitê brasileiro.(www.icom.org.br)Nas vitrines – onde a madeira foi substituídapelo alumínio anodizado, em função da menormanutenção, da não suscetibilidade a cupins e àumidade – foram instalados terminais orientáveisfixados sobre trilhos tubulares de alumínio,permitindo total flexibilidade na iluminação parareorganizações ou substituições das peças doacervo, atendendo às necessidades do projeto.Fibras óticas de diferentes diâmetros, aliadasaos diferentes tipos de terminais (alguns sem lente,proporcionando facho maior; outros com lente dediâmetro 12 mm, de facho intermediário) permitirampontuar as peças expostas, destacando detalhesou os próprios contornos dependendo da necessidadeexigida para a melhor observação.A maioria das vitrines recebeu barras de luz,O sistema de fibra ótica permite a aplicação da luzde forma mais uniforme através de diversos pontos de origem,minimizando-se ofuscamento e reflexos intensos.▼48L U M EA R Q U I T E T U R A


Luz pontuada destaca os famososbalangandans, amuletos surgidos na Bahia,peças importantes do acervo.banhando seu fundo, homogeneizandoe diminuindo as sombras e, em algunscasos, lavando as peças expostas comuma luz suave e difusa. Desta forma,foram evitadas sombras e beneficiada avisão da textura dos objetos.As vitrines de balangandans, umdos destaques do acervo da prataregional do museu, que possui 27Em algumas vitrines,o projeto previu umbanho de luz (nasvitrines,) para realçaros objetos expostos,como no casodas peças em laca.pencas, sendo um em ouro, receberamluz pontuada. Em outras, como a queabriga peças japonesas e chinesas emlaca do século XVII e XVIII, somenteuma lavagem de luz na vitrine bastoupara revelar seus detalhes emmadrepérola.Se por um lado as sombras sãoevitadas na exposição de algumasNa foto, detalhe das “barras de luz” com pontosde fibra ótica, aplicadas nas vitrines que necessitaramde luz pontual e luz difusa.L U M EA R Q U I T E T U R A49▼


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