12.07.2015 Views

1000 KB - arquivo .pdf - CPRH - Governo do Estado de Pernambuco

1000 KB - arquivo .pdf - CPRH - Governo do Estado de Pernambuco

1000 KB - arquivo .pdf - CPRH - Governo do Estado de Pernambuco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E ZONEAMENTOECOLÓGICO-ECONÔMICO DE UMA ÁREAPILOTO LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DECUSTÓDIA – PE1


2GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCOGoverna<strong>do</strong>r: Jarbas <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> VasconcelosSECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE – SECTMASecretário: Cláudio José Marinho LúcioCOMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE – <strong>CPRH</strong>Presi<strong>de</strong>nte: Edrise Aires FragosoDiretoria <strong>de</strong> Planejamento e IntegraçãoDiretora: Berenice Vilanova <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> LimaDiretoria <strong>de</strong> Controle AmbientalDiretor: Geral<strong>do</strong> Miranda CavalcanteDiretoria <strong>de</strong> Recursos Hídricos e FlorestaisDiretor: Aldir Pitt Mesquita PimentelDiretoria <strong>de</strong> Administração e FinançasDiretor: Hubert Hirschle FilhoCompanhia Pernambucana <strong>do</strong> Meio Ambiente – <strong>CPRH</strong>Rua <strong>de</strong> Santana, 367, Casa Forte, Recife – PEFone: (081) 3267-1800 – Fax: (081) 3441-6088Disque Ecologia (081) 3267-1923www.cprh.pe.gov.br


3DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E ZONEAMENTOECOLÓGICO-ECONÔMICO DE UMA ÁREAPILOTO LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DECUSTÓDIA – PESelo publicações <strong>CPRH</strong>Recife, maio <strong>de</strong> 2002


4Copyright © 2002 by <strong>CPRH</strong>É permitida a reprodução parcial da presente obra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonteGerência <strong>de</strong> Recursos HídricosGerente: Clênio <strong>de</strong> Oliveira TorresEquipe TécnicaHortência Maria Barboza <strong>de</strong> Assis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da Área <strong>de</strong> Meio Ambiente)Joana Teresa Aureliano (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra Executiva)Mariza Brandão Chávez (Chefe <strong>de</strong> projeto)Márcia Pedrosa Gondim (Geoprocessamento)Luis Augusto Clemente da Silva (Geoprocessamento)ColaboraçãoMarlene Maria da Silva (GERCO/<strong>CPRH</strong>)Veronilton Pereira <strong>de</strong> Farias (GRH/<strong>CPRH</strong>)Jeane Espíndula (GERCO/<strong>CPRH</strong>)Conselho EditorialEvângela Azeve<strong>do</strong> <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>Franciclei<strong>de</strong> Palhano <strong>de</strong> OliveiraMaria Madalena Barbosa <strong>de</strong> AlbuquerqueRevisão ortográficaFranciclei<strong>de</strong> Palhano <strong>de</strong> OliveiraRevisão bibliográficaMaria Madalena Barbosa <strong>de</strong> AlbuquequeProjeto gráfico e editoraçãoCapa: Mariza Chávez962 p PROGRAMA Águas Subterrâneas para o Nor<strong>de</strong>ste: Diagnósticoambiental <strong>de</strong> uma área piloto localizada no município <strong>de</strong> Custódia – PE.Recife: <strong>CPRH</strong>, 2002.60pISBN:1. Diagnóstico Ambiental. 2 . Custódia. 3. Área Piloto. 4. Qualida<strong>de</strong>.Ambiental. I. Título II. AutorCompanhia Pernambucana <strong>do</strong> Meio Ambiente – <strong>CPRH</strong>Rua <strong>de</strong> Santana, 367, Casa ForteCep. 52060-460 Recife – PEFone (081) 267-1800 FAX (081) 3441-6088Disque Ecologia: (081) 3267-1923www.cprh.pe.gov.br


5PROJETO ÁGUA SUBTERRÂNEA NO NORDESTE DO BRASIL(PROASNE-BRASIL)CONVÊNIO BRASIL-CANADÁCanadian International Development Agency (CIDA) – Agência Brasileira <strong>de</strong> Cooperação(ABC)COMITÊ DE DIREÇÃOServiço Geológico <strong>do</strong> Brasil (CPRM) – Umberto Raimun<strong>do</strong> CostaGeological Survey of Canadá (GSC) – Yvon MauriceAssociação Brasileira <strong>de</strong> Águas Subterrâneas (ABAS) – Ernani RosaSuperintendência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste (SUDENE) – Carlos AlmiroComunida<strong>de</strong> Solidária (CS) – Elizabeth VargasCoor<strong>de</strong>nação GeralCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Geral Brasileiro – Enjôlras <strong>de</strong> A. Me<strong>de</strong>iros LimaCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Geral Cana<strong>de</strong>nse – Yvon MauriceÁrea GeológicaCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Nacional da Área Geológica – Fernan<strong>do</strong> Antônio Carneiro FeitosaCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Regional <strong>do</strong> CE – O<strong>de</strong>rson SouzaCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Regional <strong>do</strong> RN – Walter Me<strong>de</strong>irosCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Regional <strong>de</strong> PE – José Carlos da SilvaÁrea SocialCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra Nacional da Área Social e <strong>de</strong> Gênero Cana<strong>de</strong>nse – Sherry NelliganCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra Nacional da Área Social e <strong>de</strong> Gênero – Luciana Cibelle Araújo <strong>do</strong>s SantosCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra Regional <strong>do</strong> CE – Rita SantiagoCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra Regional <strong>do</strong> RN/Serrinha – Fátima RegoCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra Regional <strong>do</strong> RN/Caraúbas – Roberta Me<strong>de</strong>irosCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra Regional <strong>de</strong> PE – Ana Arcover<strong>de</strong>


6S U M Á R I OAPRESENTAÇÃOLISTA DE ILUSTRAÇÕES1. INTRODUÇÃO.............................................................................102. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................113. ASPECTOS GERAIS DA ÁREA PILOTO....................................144. ASPECTOS DO MEIO FÍSICO....................................................164.1. Geologia/Geomorfologia..........................................................164.2. Solos........................................................................................194.3. Recursos Hídricos....................................................................204.4. Vegetação................................................................................235. POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS RECURSOSNATURAIS...................................................................................276. USO E OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLO......................................306.1. Núcleos Urbanos/Vilas Rurais.................................................306.2. Caatinga...................................................................................376.3. Áreas <strong>de</strong> Plantio e Pecuária....................................................407. QUALIDADE AMBIENTAL DA ÁREA PILOTO............................457.1. Qualida<strong>de</strong> da água..................................................................477.2. Conflitos <strong>de</strong> Usos, Riscos e Perdas Ambientais na Área Pil...538. CONCLUSÕES............................................................................609. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................62ANEXOSAnexo 1 - Tabela 5Anexo 2 - Zoneamento Ecológico Econômico – Cenário com Intervenção 2010Anexo 3 - Ações Prioritárias <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> GestãoAnexo 4 - Mapa <strong>de</strong> Potencialida<strong>de</strong>s e LimitaçõesAnexo 5 - Mapa <strong>de</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> SoloAnexo 6 - Mapa <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> AmbientalAnexo 7 - Mapa <strong>de</strong> Zoneamento Ecológico Econômico


7LISTA DE ILUSTRAÇÕESLista <strong>de</strong> FotosFoto 1 – Serra das Porteiras formada por rochas quartzíticas. Local: Caiçara............ 17Foto 2 – Serrote <strong>do</strong> Praquió forma<strong>do</strong> por rochas ortognáissicas e migmatíticas......... 18Foto 3 – Sedimentos aluvionares. Local: Fazenda Nova............................................. 18Foto 4 – Serra da Torre on<strong>de</strong> localiza-se a nascente <strong>do</strong> Riacho Copiti....................... 22Foto 5 – Lagoa <strong>do</strong> Cascavel......................................................................................... 22Foto 6 – Poço tubular que abastece o <strong>de</strong>ssaliniza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Samambaia......................... 23Foto 7 – Pereiro, árvore típica da área. Lagoa <strong>do</strong> Cascavel........................................ 24Foto 8 – Flor <strong>de</strong> Caruá.................................................................................................. 25Foto 9 – Coroa <strong>de</strong> Fra<strong>de</strong>. Local: Salga<strong>do</strong>..................................................................... 25Foto 10 – Vila rural <strong>de</strong> Salga<strong>do</strong>.................................................................................... 31Foto 11 – Distrito <strong>de</strong> Caiçara........................................................................................ 31Foto 12 – Antiga fábrica <strong>de</strong> caruá. Samambaia........................................................... 32Foto 13 – Igreja Católica <strong>de</strong> Samambaia..................................................................... 32Foto 14 – Caixa d’água que abastece Fazenda Nova.................................................. 36Foto 15 – Dessaliniza<strong>do</strong>r em Samambaia.................................................................... 36Foto 16 – Escola com sistema <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água da chuva................................... 37Foto 17 – Ma<strong>de</strong>ira para estacas retirada da caatinga.................................................. 38Foto 18 – Troncos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira na beira da estrada..................................................... 38Foto 19 – Aspecto da caatinga arbórea. Samambaia.................................................. 39Foto 20 – Outra tomada da caatinga arbórea. Samambaia......................................... 39Foto 21 – Plantação <strong>de</strong> milho consorciada com feijão. Fazenda Nova........................ 41Foto 22 – Plantio <strong>de</strong> milho ao fun<strong>do</strong>. Poço Escuro....................................................... 41Foto 23 – Bo<strong>de</strong> se alimentan<strong>do</strong> das folhagens............................................................ 42Foto 24 – Palma a<strong>de</strong>nsada. Fazenda Cacimba <strong>de</strong> Baixo............................................ 43Foto 25 – Plantio <strong>de</strong> algaroba consorcia<strong>do</strong> com capim búfel. Local: Faz. Santa Rita.. 44Foto 26 – Utilização <strong>de</strong> agrotóxicos nas áreas próximas ao aluvião. Fazenda Nova.. 55Foto 27a – Esgoto escoan<strong>do</strong> sobre o terreno. Samambaia......................................... 55Foto 27b – Mata<strong>do</strong>uro <strong>de</strong> Samambaia localiza<strong>do</strong> nas proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> aluvião.......... 56Foto 28 – Poço Amazonas construí<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma irregular. Samambaia....................... 56Foto 29 – Lixo joga<strong>do</strong> no aluvião <strong>do</strong> Riacho Copiti. Samambaia................................. 57Foto 30 – Local on<strong>de</strong> é queima<strong>do</strong> o lixo. Samambaia.................................................. 57Foto 31 – Forno <strong>de</strong> Carvão. Poço Escuro................................................................... 58Foto 32 – Animais nas proximida<strong>de</strong>s da barragem. Salga<strong>do</strong>....................................... 58Foto 33 – Animais beben<strong>do</strong> água nas cacimbas escavadas no Copiti. Samambaia... 59


8Lista <strong>de</strong> FigurasFigura 1 – Localização da área piloto.......................................................................... 15Figura 2 – Diagrama unifilar <strong>do</strong> Riacho Copiti............................................................. 46Lista <strong>de</strong> TabelasTabela 1 – Número <strong>de</strong> habitantes por localida<strong>de</strong>........................................................ 14Tabela 2 – Poços cadastra<strong>do</strong>s na Área Piloto............................................................. 26Tabela 3 – Relação <strong>de</strong> Escolas Municipais situadas na Área Piloto – 2001............... 35Tabela 4 – Distribuição <strong>de</strong> animais nas gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s................................... 43Tabela 5 – Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análises realizadas em amostras <strong>de</strong> água coletadas naÁrea Piloto. (Anexo)Lista <strong>de</strong> QuadrosQuadro 1 – Potencialida<strong>de</strong>s e Limitações <strong>do</strong>s Recursos Naturais da Área Piloto....... 29Quadro 2 – Uso e Ocupação Atual <strong>do</strong> Solo.................................................................. 34Lista <strong>de</strong> GráficosGráfico 1 – Variação da Salinida<strong>de</strong>.............................................................................. 47Gráfico 2 – Variação <strong>de</strong> Cloretos................................................................................. 49Gráfico 3 – Variação <strong>de</strong> Sóli<strong>do</strong>s Totais........................................................................ 50Gráfico 4 – Variação <strong>de</strong> Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>............................................................... 50Gráfico 5 – Variação da Condutivida<strong>de</strong> Elétrica........................................................... 50Gráfico 6 – Variação <strong>do</strong> pH.......................................................................................... 51Gráfico 7 – Variação <strong>de</strong> Turbi<strong>de</strong>z................................................................................. 51Gráfico 8 – Variação <strong>de</strong> Amônia................................................................................... 51Gráfico 9 – Variação <strong>de</strong> Nitrato.................................................................................... 52Gráfico 10 – Variação <strong>de</strong> Nitrito.................................................................................... 52


9APRESENTAÇÃOO Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> pela CompanhiaPernambucana <strong>do</strong> Meio Ambiente – <strong>CPRH</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> avaliar e orientar oprocesso <strong>de</strong> ocupação e uso <strong>do</strong> solo em uma área piloto, localizada no município<strong>de</strong> Custódia, em <strong>Pernambuco</strong>, visa estabelecer as normas <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong>solo e <strong>de</strong> manejo <strong>do</strong>s recursos naturais na referida área piloto.A elaboração <strong>do</strong> Diagnóstico Sócioambiental e da proposta <strong>de</strong> ZEE <strong>do</strong> Litoral Sul,em 1999, consolidada, em Seminário, com os atores envolvi<strong>do</strong>s e aprova<strong>do</strong>através <strong>do</strong> Decreto Estadual nº 21.972/99, <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r Jarbas Vasconcelos eo Diagnóstico Sócioambiental e a proposta <strong>de</strong> ZEE <strong>do</strong> Litoral Norte, consolidadaem 2001, tem forneci<strong>do</strong> subsídios para promover a gestão ambiental <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e,através da implementação <strong>de</strong> ações integradas, tem busca<strong>do</strong> alternativas parapromover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da Zona Costeira Estadual.A experiência meto<strong>do</strong>lógica alcançada na elaboração <strong>do</strong>s Zoneamentos <strong>do</strong> litoralsul e norte <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> serviu como base para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>strabalhos, embora tenham si<strong>do</strong> feitas algumas adaptações, levan<strong>do</strong>-se emconsi<strong>de</strong>ração as diferenças ambientais e sócio-econômicas entre o semi-ári<strong>do</strong> e olitoral.Neste momento, a <strong>CPRH</strong> como instituição parceira <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> ÁguasSubterrâneas para o Nor<strong>de</strong>ste – PROASNE, apresenta o Diagnóstico Ambiental eZoneamento Ecológico Econômico e as Ações Prioritárias para o Plano <strong>de</strong> Gestãoe cumpre mais uma etapa no referi<strong>do</strong> Programa, amplian<strong>do</strong> a base para aatuação <strong>do</strong>s gestores públicos, nos diferentes níveis, através <strong>de</strong> medidas quevisem a reversão das tendências <strong>de</strong> ocupação ina<strong>de</strong>quada e a potencializaçãodas ativida<strong>de</strong>s sustentáveis, indutoras <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local.EDRISE AIRES FRAGOSOPresi<strong>de</strong>nte da <strong>CPRH</strong>


101.INTRODUÇÃOA Companhia Pernambucana <strong>do</strong> Meio Ambiente – <strong>CPRH</strong> como instituiçãoparceira <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Águas Subterrânea para o Nor<strong>de</strong>ste – PROASNE e <strong>do</strong>Programa <strong>de</strong> Cooperação Técnica Canadá-Brasil, <strong>de</strong>senvolveu o Projeto“Diagnóstico Ambiental e Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE em umaÁrea Piloto, localizada no município <strong>de</strong> Custódia – PE”, visan<strong>do</strong> auxiliar naelaboração <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Gestão, o qual <strong>de</strong>verá promover o or<strong>de</strong>namento físico eterritorial, assegurar a proteção das águas subterrâneas e superficiais e fortaleceras comunida<strong>de</strong>s locais.A elaboração <strong>do</strong> Diagnóstico Ambiental, iniciada em fevereiro <strong>de</strong> 2001 e concluídaem janeiro <strong>de</strong> 2002, teve como resulta<strong>do</strong>s o Diagnóstico <strong>do</strong> Meio Físico,Diagnóstico <strong>do</strong> Meio Sócio-Econômico e a Qualida<strong>de</strong> Ambiental da área. Comoprodutos foram gera<strong>do</strong>s relatórios parciais e os seguintes Mapas Temáticos: Usoe Ocupação <strong>do</strong> Solo, Potencialida<strong>de</strong>s e Limitações e Qualida<strong>de</strong> Ambiental. Combase neste diagnóstico, foi elaborada a Proposta <strong>de</strong> Zoneamento Ecológico-Econômico-ZEE, on<strong>de</strong> foram estabelecidas zonas e subzonas homogêneas,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se as tendências <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo e a a<strong>de</strong>quação dasmesmas às potencialida<strong>de</strong>s e limitações <strong>de</strong> uso <strong>do</strong>s recursos da área. Nessaproposta, constam: a situação atual das zonas e subzonas, os objetivos para oCenário 2010 e a indicação <strong>de</strong> usos/ações proibi<strong>do</strong>s, tolera<strong>do</strong>s e a incentivar. A<strong>de</strong>limitação das zonas e subzonas são mostradas no Mapa <strong>de</strong> ZoneamentoEcológico-Econômico.A Consolidação da Proposta <strong>de</strong> Zoneamento e a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Ações Prioritáriaspara o Plano <strong>de</strong> Gestão, foram viabilizadas através <strong>de</strong> oficinas com ascomunida<strong>de</strong>s envolvidas e com representantes <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e <strong>de</strong> diversosórgãos e instituições.


112. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOSO Diagnóstico Ambiental e Zoneamento Ecológico Econômico- ZEE, propostopela Companhia Pernambucana <strong>do</strong> Meio Ambiente – <strong>CPRH</strong> para ser<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> na Área Piloto, teve como referência meto<strong>do</strong>lógica o ZoneamentoEcológico-Econômico Costeiro – ZEEC <strong>do</strong> litoral pernambucano, elabora<strong>do</strong> pela<strong>CPRH</strong>, através <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Gerenciamento Costeiro <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>(GERCO/PE). A meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada pelo GERCO, baseia-se nos trabalhos <strong>de</strong>OGATA (1995), on<strong>de</strong> são discuti<strong>do</strong>s aspectos meto<strong>do</strong>lógicos para omacrozoneamento costeiro.Ten<strong>do</strong> em vista as diferenças ambientais e sócio econômicas entre o semi-ári<strong>do</strong> eo litoral, foram feitas algumas adaptações na meto<strong>do</strong>logia utilizada, para que amesma se enquadrasse da melhor forma possível à Área Piloto.Levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s secundáriosOs trabalhos iniciais consistiram no levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s bibliográficos ecartográficos disponíveis em meio digital , magnético ou cópia heliográfica. Foramconsulta<strong>do</strong>s vários órgãos como: Superintendência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong>Nor<strong>de</strong>ste (SUDENE), Companhia <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> Recursos Minerais (CPRM),Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Secretaria <strong>de</strong>Recursos Hídricos (SRH), Secretaria <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia e <strong>do</strong> Meio Ambiente(SECTMA), Companhia Pernambucana <strong>do</strong> Meio Ambiente (<strong>CPRH</strong>), Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> (UFPE) e Fundação <strong>de</strong> Desenvolvimento Municipal(FIDEM).Dentre os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m ser cita<strong>do</strong>s:¾Mapa Topográfico da Su<strong>de</strong>ne (1972), folha Custódia (SC. 24-A-X-III) naescala 1:100.000.¾Mapa <strong>de</strong> Vegetação Nativa Lenhosa folha Custódia na escala 1:100.000publica<strong>do</strong> pela SECTMA (1992).


12¾Mapa <strong>de</strong> Reconhecimento <strong>de</strong> Baixa e Média Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Solos, folhaCustódia 1:100.000, cedi<strong>do</strong> pela EMBRAPA (1999)¾Mapa Geológico <strong>do</strong> Alto Vale <strong>do</strong> Rio Moxotó, escala 1: 100.000 (CPRM,1999)¾Geologia da Área Piloto Caiçara-Samambaia, escala 1:25.000 cedi<strong>do</strong> pelaCPRM (inédito)¾Cadastro e Inventário <strong>de</strong> Poços Alto Vale <strong>do</strong> Rio Moxotó-PE (CPRM,inédito)¾Médias Mensais <strong>de</strong> Pluviometria <strong>de</strong> 1999 a 2001 (SRH)Trabalhos <strong>de</strong> campoOs trabalhos <strong>de</strong> campo foram efetua<strong>do</strong>s em três etapas principais:¾Primeira etapa - foram estabeleci<strong>do</strong>s contatos com o po<strong>de</strong>r público local ecom a comunida<strong>de</strong>, permitin<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> pessoas que po<strong>de</strong>riamcontribuir com informações relacionadas às questões sócio-econômicas eambientais da comunida<strong>de</strong>.¾Segunda etapa - consistiu no levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sócio-econômicoscomo: infra-estrutura presente nos núcleos urbanos, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,formas <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água e finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso, estrutura fundiária(tamanho médio) das proprieda<strong>de</strong>s, relação <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s com os pequenosproprietários, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas, relações com o merca<strong>do</strong>, etcatravés da aplicação <strong>de</strong> entrevistas e observações <strong>de</strong> campo. Tambémforam observa<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s sobre aspectos <strong>do</strong> meio físico-biótico (vegetação,relevo, drenagem etc), infra-estrutura (saneamento, água, luz, etc) e aexistência <strong>de</strong> impactos ambientais. As observações foram registradasatravés <strong>de</strong> anotações, fotografias e tomadas <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas com GPS.¾Terceira etapa - teve como objetivos principais: avaliação da qualida<strong>de</strong>ambiental da área piloto, através da coleta <strong>de</strong> água para análise emlaboratório, avaliação da qualida<strong>de</strong> da cobertura vegetal, levantamento <strong>do</strong>sconflitos <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, além da complementação <strong>do</strong> mapa <strong>de</strong>uso e ocupação <strong>do</strong> solo, com novos da<strong>do</strong>s.


143. ASPECTOS GERAIS DA ÁREA PILOTOA Área Piloto, localizada no município <strong>de</strong> Custódia-PE, <strong>de</strong>limita-se pelascoor<strong>de</strong>nadas UTM: 636000E - 644000E e 9079000N – 9092000N (Figura 1) eapresenta uma área <strong>de</strong> 104 km². O acesso po<strong>de</strong> ser feito pela BR-232 até a se<strong>de</strong>municipal e daí percorre-se pela PE-312, cerca <strong>de</strong> 20 Km na direção sul.A escolha da área baseou-se na existência <strong>de</strong> pesquisas anteriores feitas pelaCPRM e em alguns fatores que são requisitos para a execução <strong>do</strong> projeto, como:<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional elevada em relação ao restante da área rural <strong>do</strong>município, abastecimento <strong>de</strong> água precário, tanto em qualida<strong>de</strong> como emquantida<strong>de</strong>, problemas sociais diversos, além <strong>de</strong> questões pertinentes ao estu<strong>do</strong>da hidrogeologia das rochas fraturadas.De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos cadastros <strong>do</strong>s agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> emnovembro <strong>de</strong> 2001, o número total <strong>de</strong> habitantes é <strong>de</strong> 1267, distribuí<strong>do</strong>s comomostra a Tabela 1.Tabela 1 – Número <strong>de</strong> habitantes por localida<strong>de</strong>Localida<strong>de</strong> Nº <strong>de</strong> habitantesPoço Escuro 47Tapera 19Salga<strong>do</strong> 107Caiçara 255Samambaia 429Fazenda Nova 304Santa Rita 21Cacimba <strong>de</strong> Baixo 29Santo Antônio 56Total 1267Fonte: Cadastro <strong>de</strong> Agentes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (2001)Os povoa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Samambaia, Caiçara, Fazenda Nova e Salga<strong>do</strong> constituem asprincipais localida<strong>de</strong>s da área. As mesmas apresentam diferenças entre si, comrelação à infra-estrutura e equipamentos, porém, problemas como abastecimento<strong>de</strong> água (quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>), <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> lixo, falta <strong>de</strong> saneamento básico,ausência <strong>de</strong> associativismo etc, são comuns a to<strong>do</strong>s.


164. ASPECTOS DO MEIO FÍSICO4.1. Geologia/GeomorfologiaGeologicamente, a área é formada pre<strong>do</strong>minantemente por rochas cristalinas <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> pré-cambriana e em menor parte por coberturas areno-argilosas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>tércio-quaternária e por <strong>de</strong>pósitos aluvionares quaternários.O relevo apresenta-se pouco aci<strong>de</strong>nta<strong>do</strong> e suavemente ondula<strong>do</strong> na maior parte,com altitu<strong>de</strong>s varian<strong>do</strong> entre 490 e 655 metros. O relevo suave é quebra<strong>do</strong> porcristas alinhadas na direção SW-NE, como a Serra <strong>do</strong> Cal<strong>de</strong>irão, a Serra dasPorteiras (Foto 1) e a Serra <strong>do</strong> Saquinho, constituídas por rochas quartzíticas ecom altitu<strong>de</strong>s que chegam a atingir 655 metros.ANGELIM et al. (inédito) divi<strong>de</strong>m as rochas pré-cambrianas que ocorrem no localem quatro classes litologicamente distintas, <strong>de</strong>scritas pela seguinte legenda:Ogn/mg - ocorre na porção su<strong>de</strong>ste da área, associada a um relevo poucoaci<strong>de</strong>nta<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca o Serrote <strong>do</strong> Praquió (Foto 2), com altitu<strong>de</strong>aproximada <strong>de</strong> 590 metros. Esta classe é representada por ortognaisses emigmatitos indiscrimina<strong>do</strong>s.Ogn - ocorre na porção central da área, associada a um relevo suavementeondula<strong>do</strong>, com altitu<strong>de</strong>s em torno <strong>de</strong> 500 metros. As principais litologiasenquadradas nesta classe são: augengnaisses, gnaisses banda<strong>do</strong>s, tonalitos adioritos, localmente migmatiza<strong>do</strong>s com xenólitos <strong>de</strong> metassedimentos.qtz - é formada por quartzitos micáceos, paragnaisses epi<strong>do</strong>tíferos e micaxistos.Ocorrem sob a forma <strong>de</strong> cristas alinhadas com altitu<strong>de</strong>s que chegam a 655metros, contrastantes com o relevo suave da área.


17mx - ocorre pre<strong>do</strong>minantemente na porção noroeste da área, afloran<strong>do</strong>esporadicamente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma cobertura elúvio/coluvionar. É representada porbiotita-xistos granatíferos com finos veios <strong>de</strong> quartzo.Os <strong>de</strong>pósitos sedimentares que ocorrem na área são representa<strong>do</strong>s porcoberturas areno-argilosas, <strong>de</strong> origem elúvio-coluvionar e ida<strong>de</strong> tércioquaternária.Também ocorrem <strong>de</strong>pósitos aluvionares (Foto 3), <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>quaternária, pre<strong>do</strong>minantes na porção noroeste e ao longo <strong>do</strong>s riachos Copiti eCipó. O <strong>de</strong>pósito mais significativo <strong>de</strong> aluvião é encontra<strong>do</strong> a oeste da Serra dasPonteiras, cuja <strong>de</strong>posição, segun<strong>do</strong> ANGELIM et al. (inédito), foi provavelmentefavorecida pelo fato <strong>do</strong> fluxo das águas ser no senti<strong>do</strong> sul e serra funcionar comoum barramento.Foto 1 – Serra das Porteiras formada por rochas quartzíticas. Local: Caiçara


18Foto 2 – Serrote <strong>do</strong> Praquió forma<strong>do</strong> por rochas ortognáissicas e migmatíticasFoto 3 – Sedimentos aluvionares. Local: Fazenda Nova


194.2. SolosO Mapa <strong>de</strong> Reconhecimento <strong>de</strong> Baixa e Média Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Solos, realiza<strong>do</strong>pela EMBRAPA (1999) no Zoneamento Agroecológico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>,mostra que ocorrem os seguintes tipos <strong>de</strong> solo na área:O solo tipo Planossolo ocorre como uma associação <strong>de</strong> Planossolo, SolonetzSolodiza<strong>do</strong>, Solos Litólicos Eutróficos com textura média, cascalho a cascalhentoe Bruno Não Cálcico, com vértico e não vértico, horizonte A fraco e mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>,caatinga hiperxerófila e relevo suavemente ondula<strong>do</strong> a plano. Este tipo pre<strong>do</strong>minana Área Piloto.A segunda maior ocorrência na área é o tipo Bruno Não Cálcico, caracteriza<strong>do</strong>,<strong>de</strong> maneira geral, pela coloração avermelhada, pouco profun<strong>do</strong> ou raso emo<strong>de</strong>radamente drena<strong>do</strong>. A textura é média ou argilosa cascalhenta,mo<strong>de</strong>radamente áci<strong>do</strong> a praticamente neutro, com fertilida<strong>de</strong> aparente média. Orelevo é pre<strong>do</strong>minantemente ondula<strong>do</strong> a suave ondula<strong>do</strong>. Este tipo <strong>de</strong> soloapresenta limitação à mecanização, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a pouca profundida<strong>de</strong> e àpedregosida<strong>de</strong>. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> culturas neste solo requer práticas <strong>de</strong>conservação, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à tendência à erosão, sen<strong>do</strong> mais indica<strong>do</strong>s parapastagens. É consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> escoamentos representativos, quan<strong>do</strong>ocorrem precipitações.Os solos tipo Regossolo são geralmente pouco <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, arenosos,medianamente profun<strong>do</strong>s a profun<strong>do</strong>s, totalmente drena<strong>do</strong>s, áci<strong>do</strong>s amo<strong>de</strong>radamente áci<strong>do</strong>s e com baixa fertilida<strong>de</strong> natural. O relevo apresenta-sepre<strong>do</strong>minantemente suave ondula<strong>do</strong>. Apresentam limitações <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua texturaarenosa, aliada à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> nutrientes e a reações ácidas, embora sejaconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pouquíssimos escoamentos.Os solos tipo Litólicos são pouco <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, rasos a muito rasos,pedregosos e rochosos com textura média ou arenosa e horizonte superficialassentan<strong>do</strong> diretamente sobre a rocha. Ocorrem tanto em relevo suave ondula<strong>do</strong>como em montanhoso. É comum encontrar material grosseiro tanto na massa <strong>do</strong>


20solo, como em superfície, representa<strong>do</strong> por calhaus e cascalho. Apresentamseveras limitações, sen<strong>do</strong> mais apropria<strong>do</strong>s para recomposição da flora e dafauna, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> gerar <strong>de</strong>flúvios, na ocorrência <strong>de</strong> precipitações.4.3. Recursos HídricosA Bacia <strong>do</strong> Moxotó, on<strong>de</strong> está inserida a Área Piloto, representa a terceira maiorbacia hidrográfica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, sen<strong>do</strong> formada pelo Rio Moxotó eseus principais tributários: Piutã, Piore, Várzea Gran<strong>de</strong>, Custódia, Poço da Cruz,Curupiti, Alexandre, Juazeiro, Feliciano, Riacho <strong>do</strong> Mel, Riacho da Gameleira eManari. De acor<strong>do</strong> com a Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> - SRH(1998), a Bacia <strong>do</strong> Moxotó apresenta potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> águas superficiais,avaliada em 161,46 x 10 6 m³/ano e disponibilida<strong>de</strong> efetiva <strong>de</strong> águas subterrâneas<strong>de</strong> 5,80 x 10 6 m³/ano.O cadastramento <strong>de</strong> poços realiza<strong>do</strong> pela Companhia <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> RecursosMinerais (CPRM 2000), no Alto Vale <strong>do</strong> Moxotó, mostra que <strong>do</strong>s 435 poçostubulares cadastra<strong>do</strong>s, 20% estão localiza<strong>do</strong>s em Custódia, sen<strong>do</strong> que a maioria<strong>de</strong>sses poços estão paralisa<strong>do</strong>s ou aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s.Águas SuperficiaisOs cursos d'água que atravessam a Área Piloto são <strong>de</strong> regime temporário,permanecen<strong>do</strong> a maior parte <strong>do</strong> ano secos. O principal curso d’água, o RiachoCopiti, nasce na Serra da Torre (Foto 4), situada a noroeste <strong>de</strong> Custódia, <strong>de</strong>ságuano Açu<strong>de</strong> Poço da Cruz, situa<strong>do</strong> a sul da área. Seus principais afluentes, pelamargem esquerda, são: Santa Rita, Caetitu, <strong>do</strong> Defunto, da Cascavel e pelamargem direita: Simplício, Boqueirão e Cipó.Outras formas <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> águas superficiais na área são as lagoas que,assim como os riachos, também são intermitentes: Lagoa da Cruz, Lagoa <strong>do</strong>sPinhões, Lagoa Gran<strong>de</strong>, Lagoa <strong>do</strong> Farias, Lagoa <strong>do</strong> Salga<strong>do</strong> e Lagoa da


21Cascavel (Foto 5). Também são encontra<strong>do</strong>s barreiros para abastecimento animale pequenas barragens e açu<strong>de</strong>s.Águas SubterrâneasNa área piloto, a água subterrânea é proveniente <strong>do</strong>s aqüíferos fissural ealuvionar. O aqüífero fissural é representa<strong>do</strong> pelas rochas cristalinas, cujoacúmulo <strong>de</strong> água dá-se na presença <strong>de</strong> fraturas ou fissuras sen<strong>do</strong> a captaçãofeita por meio <strong>de</strong> poços tubulares. Com relação ao aqüífero aluvionar, o mesmo éforma<strong>do</strong> pelos <strong>de</strong>pósitos aluvionares que ocorrem ao longo <strong>do</strong>s leitos <strong>do</strong>s riachosda área, sen<strong>do</strong> a captação feita através <strong>de</strong> poços amazonas e cacimbasescavadasO cadastramento <strong>de</strong> poços realiza<strong>do</strong> pela Companhia <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> RecursosMinerais - CPRM (2000), na Área Piloto (Tabela 2), mostra que há 32 (trinta e<strong>do</strong>is) poços cadastra<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> 11 (onze) tubulares e 21 (vinte e um) <strong>do</strong> tipoamazonas. Dos poços tubulares, três foram informa<strong>do</strong>s como secos. A maioriaapresenta vazões que variam entre 4,23 a 14,00 m³/h e apenas um apresentavazão abaixo <strong>de</strong>ste intervalo (0,76 m³/h). Com relação aos poços amazonas, nãoforam informadas as vazões e as profundida<strong>de</strong>s variam entre 1,20 a 6,00 metrose os diâmetros, entre 2,00 e 3,00 metros.Os povoa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Samambaia e Caiçara possuem <strong>de</strong>ssaliniza<strong>do</strong>res, mas apenas o<strong>de</strong> Samambaia está em ativida<strong>de</strong>, abasteci<strong>do</strong> por poço tubular (Foto 6).


22Foto 4 – Serra da Torre on<strong>de</strong> localiza-se a nascente <strong>do</strong> Riacho Copiti.Foto 5 – Lagoa <strong>do</strong> Cascavel.


23Foto 6 – Poço tubular que abastece o <strong>de</strong>ssaliniza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Samambaia4.4. VegetaçãoA vegetação <strong>de</strong> caatinga, típica da Região <strong>do</strong> Sertão, caracteriza-se, <strong>de</strong> formageral, por ser uma vegetação espinhenta, <strong>de</strong> folhas pequenas e caducas,constituída por arbustos e árvores <strong>de</strong> pequeno porte, rica em cactáceas,bromeliáceas, euforbiáceas e leguminosas.O mapeamento da Cobertura Florestal Nativa Lenhosa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> PE,realiza<strong>do</strong> pela SECTMA (1992), mostra que na área ocorrem três tipos florestais:Vegetação Arbustiva Arbórea Aberta - caracterizada pela presença <strong>de</strong>indivíduos pouco arbóreos, com altura média <strong>de</strong> 4 metros e presença <strong>de</strong>vegetação herbácea e cactácea em abundância. Está associada a solos rasos epedregosos.Vegetação Arbustiva Arbórea Fechada - caracteriza-se por apresentar alturamédia <strong>de</strong> 5 metros, ocorren<strong>do</strong> nos locais em que os solos são profun<strong>do</strong>s e bemdrena<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> a vegetação herbácea a cactácea torna-se escassa.


24Vegetação Arbórea Fechada - caracteriza-se por apresentar altura média <strong>de</strong> 5metros e emergentes <strong>de</strong> 8 metros <strong>de</strong> altura, ocorren<strong>do</strong>, geralmente nas encostasdas serras e nas áreas com solos profun<strong>do</strong>s.As espécies vegetais mais comuns, são: Bromelia laciniosa (macambira),Neoglaziovia variegata (caroá), Caesalpinia pyramidalis (catingueira), Mimosahostilis (jurema preta); Cereus jamacaru (mandacaru), Melocactus bahiensis(coroa <strong>de</strong> fra<strong>de</strong>), Pilosocereus gounellei (xique-xique), Chi<strong>do</strong>scolus phyllacanthus(faveleira), Spondias tuberosa (umbuzeiro), Ana<strong>de</strong>nanthera macrocarpa (angico),Opuntia ficus-indica (palma forrageira) etc. As fotos 7,8 e 9 mostram algumas dasespécies.Foto 7 – Pereiro, árvore típica da área. Lagoa <strong>do</strong> Cascavel


25Foto 8 – Flor <strong>de</strong> CaruáFoto 9 – Coroa <strong>de</strong> Fra<strong>de</strong>. Local: Salga<strong>do</strong>


26Tabela 2 – Poços cadastra<strong>do</strong>s na Área PilotoCatN 0N 0SIAGASDADOS DE LOCALIZAÇÃOLOCAL MUNICÍPIO PROPRIETÁRIO UTM-E UTM-NCOORDENADAS DADOS DE PERFURAÇÃO CARACTERÍSTICAS DO POÇOÓRGÃOPerf.DataColeta(Data)Prof(m)NE(m)ND(m)S(m)Qm 3 /hQesp.m 3 /h/mBOCAφ(”) h UB USOPT-100 PE4486 Samambaia Custódia PREFEITURA 640408 9079956 DEPA 1971 04/10/00 21 2,70 - - - - 6 0,50 - PAPT-101 PE4485 Samambaia Custódia PREFEITURA 640504 9080020 DNOCS 1993 04/10/00 22 8,30 - - - - 6 0,70 BS DPT-136 PE4482 Sitio Caiçara Custódia Jeremias Melo 639764 9084770 - 1993 05/10/00 48 - - - Seco - 6 0,50 - ABPT-145 PE4512 Sitio Caiçara Custódia Hermes Rodrigues 639743 9085752 CONESP 1984 05/10/00 60 4,00 - - Seco - 5 0,70 - ABPT-147 PE4481 Caiçara Custódia SUDENE 639384 9086415 CONESP 1980 05/10/00 60 - - - Seco - 5 0,70 - OBPT-173 PE4491 Faz. Nova Custódia José Gregório Neto 640679 9090826 DNOCS 1993 07/10/00 35 - - - 14,00 - 6 0,80 BI IPT-179 PE4796 Faz. Nova Custódia PREFEITURA 640760 9091700 CDRM 1987 07/10/00 50 3,00 21,29 18,41 0,76 0,041 5 0,20 CT GPT-436 - Caiçara Custódia Manoel Rodrigues 639236 9086559 - 1999 07/10/00 50 - - - - - 5 - BI HPT-437 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricar<strong>do</strong> Fiuza 638461 9087470 - 2000 06/10/00 50 - - - 5,00 - 6 0,50 BS GPT-438 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Prefeitura 638493 9087597 - 2000 06/10/00 50 - - - 4,23 - 6 0,70 BS GPT-439 - Faz. Nova Custódia Francinal<strong>do</strong> Figueire<strong>do</strong> 640749 9090623 - 1999 07/10/00 40 - - - 10,00 - 6 0,50 BS IPA-01 - Samambaia Custódia Sebastião 640257 9079915 - - 04/10/00 2,50 1,00 - - - - 3 m 0,50 BC GPA-02 - Samambaia Custódia Zé <strong>do</strong>s Porcos 640336 9079825 - - 04/10/00 1,50 1,00 - - - - 1 m 1,60m - -PA-03 - Samambaia Custódia Djalma 640360 9079836 - - 04/10/00 1,5 1,00 - - - - 2 m 1,00m - -PA-04 - Samambaia Custódia - 640320 9079940 - - 04/10/00 4,0 2,00 - - - - 3 m 1,10m - -PA-05 Samambaia Custódia Prefeitura 640170 9080178 - - 04/10/00 5,00 3,50 - - - - 2 m 1,50m BC GPA-06 - Samambaia Custódia E<strong>de</strong>lson(Dedinho) 640413 9080197 - - 04/10/00 6,00 2,00 - - - - 4 m 0,50 m BI IPA-07 - Samambaia Custódia Aristóteles 640177 9080746 - - 05/10/00 5,00 3,00 - - - - 2 m 0,50 m BC IPA-08 - Samambaia Custódia Flávio 640124 9082186 - - 05/10/00 1,20 0,00 - - - - 4 m 1,00 m - -PA-09 - Poço Escuro Custódia Manoel Pacífico 639941 9083021 - - 05/10/00 2,50 1,00 - - - - 2 m 0,50 m - -PA-10 - Poço Escuro Custódia Eduar<strong>do</strong> Numeriano 640033 9083272 - - 05/10/00 2,00 - - - - - 2 m 0,30 m - -PA-11 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricar<strong>do</strong> Fiuza 638680 9087498 - - 06/10/00 6,00 3,00 - - - - 3 m 3,00m - -PA-12 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricar<strong>do</strong> Fiuza 638592 9087410 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 3,00m - -PA-13 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricar<strong>do</strong> Fiuza 638680 9087357 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 3,00m - -PA-14 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricar<strong>do</strong> Fiuza-Prefeitura 638657 9087258 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 2,00m - OBPA-15 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricar<strong>do</strong> Fiuza 638850 9087525 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 2,00m - -PA-16 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricar<strong>do</strong> Fiuza 638978 9087531 - - 06/10/00 5,30 5,00 - - - - 3 m 1,70m BC GPA-17 - Faz. Nova Custódia - 640532 9089835 - - 07/10/00 3,00 2,00 - - - - 4 m 1,00m - -PA-18 - Faz. Nova Custódia Sebastião Liberato 640773 9090254 - - 07/10/00 2,00 1,00 - - - - - 0,00m CP IPA-19 - Faz. Nova Custódia - 640811 9090294 - - 07/10/00 3,00 - - - - - - - - -PA-20 - Faz. Nova Custódia Sebastião Liberato 640705 9090163 - - 07/10/00 3,50 3,00 - - - - 3 m 1,00m - -PA-21 - Faz. Nova Custódia Agenor 640820 9090313 - - 07/10/00 3,00 2,00 - - - - 3 m 0,00 - -Fonte: CPRM (inédito)CONVENÇÕESPT – Poço Tubular PA – Poço Amazonas Prof. – Profundida<strong>de</strong> em metrosNE – Nível estático em metros ND – Nível dinâmico em metros Q – Vazão em m 3 /hQesp.- Vazão específica em m 3 /h/m S. -Rebaixamento em metros Boca – Diâm.em φ - polegada ou m – metros, h – altura em metrosUB – Unid.<strong>de</strong> Bombeamento – BS- Bomba Submersa, BI –Bomba Injetora, BC, Bomba Centrífuga, CP – Compressor, CT – Catavento, D- Dessaniliza<strong>do</strong>rUSO – H- Consumo Humano, G – Consumo Animal, I – Irrigação, OB – Obstruí<strong>do</strong>, PA – Paralisa<strong>do</strong>, AB - Aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>


275. POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS RECURSOSNATURAISAs potencialida<strong>de</strong>s naturais e culturais são <strong>de</strong>finidas como os recursos existentesem uma área que representem algum valor para o homem, seja estético,econômico, cultural ou moral e que, utiliza<strong>do</strong>s a<strong>de</strong>quadamente, proporcionemuma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida sem prejudicar a qualida<strong>de</strong> ambiental.As limitações ao uso <strong>do</strong> território po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas como tu<strong>do</strong> aquilo querequer por parte <strong>do</strong> homem, algum cuida<strong>do</strong> especial no uso <strong>do</strong>s recursosnaturais/ambientais (OGATA, 1995). Nestas limitações, enquadram-se asrestrições naturais e as <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m legal, <strong>de</strong>finidas por leis que tratam da proteçãoe preservação <strong>do</strong>s recursos naturais e culturais.Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, como áreas potenciais <strong>de</strong>ntro da área piloto, os <strong>de</strong>pósitosaluvionares, caatinga, pé <strong>de</strong> serras, serras (áreas elevadas), aqüífero fissural(embasamento cristalino), lagoas, afloramentos <strong>de</strong> rochas gnáissicas emigmatíticas, mananciais <strong>de</strong> superfície e áreas com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>suave (mapa em anexo).O Quadro 1 mostra, <strong>de</strong> forma resumida, as potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s recursos eatributos naturais existentes na área piloto, assim como também as suasrestrições naturais e <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m legal.


28RECURSOS/ATRIBUTOSNATURAISQUADRO SÍNTESE 1 - POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS RECURSOS NATURAIS DA ÁREA PILOTOCARACTERÍSTICAS GERAISPOTENCIALIDADES NATURAISE CULTURAISLIMITAÇÕES/RESTRIÇÕESDEPÓSITOSALUVIONARESCAATINGAOs <strong>de</strong>pósitos aluvionares ocorrem ao longo<strong>do</strong>s principais riachos da área piloto. Aacumulação mais expressiva ocorre à oesteda Serra das Porteiras, on<strong>de</strong> se situa a Faz.Porteiras. A captação <strong>de</strong> água nestes<strong>de</strong>pósitos é feita através <strong>de</strong> poços tipoAmazonas, com profundida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 6metros e <strong>de</strong> cacimbas escavadas, comprofundida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 2 metros.A vegetação <strong>de</strong> caatinga, caracterizada naárea pela presença <strong>de</strong> herbáceas ecactáceas, apresenta-se bastante<strong>de</strong>vastada, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos sucessivos cortespara exploração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para lenha eestacas e à pecuária extensiva. O porte davegetação, em média, não ultrapassa 4metros, mas em alguns poucos locais po<strong>de</strong>mser observa<strong>do</strong> portes maiores. As espéciesmais comuns encontradas, são: juazeiro,catingueira, jurema preta, angico, faveleira,umbuzeiro, macambira, mandacaru, caroá,xiquexique, etc. Com relação à faunapoucas espécies são encontradas, hoje, naárea.Os <strong>de</strong>pósitos aluvionares têmpotencial para:¾ Captação <strong>de</strong> águasubterrânea¾ Barragens Subterrâneas¾ AgriculturaAs espécies vegetais encontradasna caatinga apresentam potencialpara diversos usos, como:¾ Forragem para alimentação<strong>do</strong>s rebanhos.¾ Lenha, estacas e carvão.¾ Plantas medicinais.¾ Fibra para produção <strong>de</strong>artesanato.¾ Apicultura.¾ Reflorestamento.¾ Refúgio da fauna.¾¾¾Restrições para a utilização da água para o consumo humano emalguns locais, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à salinização elevada e à gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>coliformes fecais.Restrições para a ocupação urbana, agricultura e disposição <strong>de</strong>resíduos sóli<strong>do</strong>s, já que essas ativida<strong>de</strong>s associadas às proprieda<strong>de</strong>snaturais <strong>do</strong>s aluviões, aumentam o risco <strong>de</strong> contaminação.Restrições ao uso agrícola e à ocupação nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stasáreas, por estarem sujeita à inundação nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> chuva maisintensa.Restrições <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m Legal:¾ Decreto n° 20.423 que regulamenta a Lei Estadual 11.427 que tratada conservação e proteção das águas subterrâneas.Apresenta restrições para:¾ Pecuária extensiva.¾ Corte da caatinga para obtenção <strong>de</strong> lenha e estacas e para produção<strong>de</strong> carvão, sem que haja um manejo a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.¾ Caça ou captura <strong>de</strong> espécies animais.Restrições <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m Legal:¾¾Lei Fe<strong>de</strong>ral 4.771, que institui o novo Código FlorestalLei Fe<strong>de</strong>ral 5.197, que dispõe sobre a proteção à FaunaSERRAS (ÁREASELEVADAS) E PÉ DESERRASAs feições geomorfológicas elevadas sãorepresentadas por serras e “serrotes”. Osmesmos são geologicamente forma<strong>do</strong>s porrochas quartzíticas ou por gnaisses emigmatitos. As elevações atingem altitu<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 655 metros e apresentam uma coberturavegetal pre<strong>do</strong>minantemente arbustiva. Naspartes mais baixas das serras, <strong>de</strong>nominadas<strong>de</strong> Pé <strong>de</strong> Serras po<strong>de</strong>-se observar umacamada <strong>de</strong> solo resultante <strong>do</strong> intemperismodas rochas quartzíticas.Os topos <strong>de</strong>stas áreas po<strong>de</strong>m serutiliza<strong>do</strong>s como:¾ Pontos <strong>de</strong> contemplação¾ Áreas <strong>de</strong> preservaçãoOs pé <strong>de</strong> serras apresentampotencial para agriculturaFica restrita nestas áreas:¾ A prática <strong>de</strong> queimadas para evitar o empobrecimento <strong>do</strong> solo.¾ Ao <strong>de</strong>smatamentoRestrições <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m Legal:¾ Lei Fe<strong>de</strong>ral 4.771, que institui o novo Código Florestal


29AQÜÍFEROS FISSURAIS(EMBASAMENTOCRISTALINO)LAGOASAFLORAMENTOS DEROCHAS GNÁISSICAS EMIGMATÍTICASMANANCIAIS DESUPERFÍCIEÁREAS COMPREDOMÍNIO DEDECLIVIDADE SUAVEO aqüífero fissural é representa<strong>do</strong> pelasrochas <strong>do</strong> embasamento cristalino, cujoacúmulo <strong>de</strong> água dá-se na presença <strong>de</strong>fraturas ou fissuras, sen<strong>do</strong> a captação feitapor meio <strong>de</strong> poços tubularesAs lagoas, assim como os riachos, sãointermitentes. Quan<strong>do</strong> secas, po<strong>de</strong>-seobservar nelas um solo pre<strong>do</strong>minantementearenoso, com resquícios <strong>de</strong> vegetação erestos <strong>de</strong> animais. O diâmetro médio é <strong>de</strong>250 metros. Quan<strong>do</strong> cheias, é possívelencontrar animais como cága<strong>do</strong>s e patos,além <strong>de</strong> outras espécies.Ocorrem ao longo da área diversosafloramentos <strong>de</strong> rochas na forma <strong>de</strong>“laje<strong>do</strong>s” e pequenas elevações (serrotes).Na porção oeste da área, é possívelencontrar pedreiras aban<strong>do</strong>nas, utilizadaspara exploração <strong>de</strong> paralelepípe<strong>do</strong>Os mananciais <strong>de</strong> superfície sãorepresenta<strong>do</strong>s pelas pequenas barragens ebarreiros existentes na área. São utiliza<strong>do</strong>spara abastecimento da população e para<strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntação animal. As margensapresentam-se <strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> vegetação.Correspon<strong>de</strong>m aos terrenos on<strong>de</strong> a<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> é pre<strong>do</strong>minantemente suave.Estas áreas são na maioria das vezes,ocupadas por práticas agropecuárias.O potencial <strong>de</strong>stas áreas é acaptação <strong>de</strong> água subterrâneaatravés <strong>de</strong> poços tubulares.¾ Mata ciliar¾ Quan<strong>do</strong> cheias apresentampotencial para preservação<strong>de</strong> espécies animaisExtração <strong>de</strong> brita e paralelepípe<strong>do</strong>Os mananciais <strong>de</strong> superfície casosejam <strong>de</strong>vidamente protegi<strong>do</strong>s,apresentam potencial para:¾ Abastecimento dascomunida<strong>de</strong>s¾ Desse<strong>de</strong>ntação animal(pequenos barreiros)¾ Reflorestamento dasmargensAs áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> suavetem potencial para:¾ Ocupação urbana¾ Agricultura¾ Pecuária¾ Reflorestamento¾ Barragens/açu<strong>de</strong>s¾ Os aqüíferos fissurais apresentam limitação com relação à , quenormalmente são baixas¾ Restrições para o uso da água para consumo humano, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aelevada salinida<strong>de</strong>Restrições <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m Legal:¾Decreto n° 20.423, que regulamenta a Lei Estadual 11.427, que tratada conservação e proteção das águas subterrâneas.cam limitadas às seguintes ativida<strong>de</strong>s:¾ Ocupação urbana em torno <strong>de</strong>stas lagoas¾ Práticas agrícolasRestrições <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m Legal:¾¾¾Lei Fe<strong>de</strong>ral 4.771 que institui o novo código florestalRestrições para consumo humano quan<strong>do</strong> apresentam salinida<strong>de</strong>elevada e coliformes fecais.Também fica restrita a circulação <strong>de</strong> animais nas proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>smananciais, quan<strong>do</strong> esses forem <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s ao abastecimentohumano.Restrições <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m Legal:Lei Estadual n: 11.426/97 que trata da Política e <strong>do</strong> Sistema Estadual <strong>de</strong>Recursos Hídricos.¾¾Restrições para o uso <strong>de</strong> agrotóxicosPecuária extensiva, somente se houver manejo a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.


306. USO E OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLOCom base nas observações <strong>de</strong> campo, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os principais padrões<strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo presentes na área piloto (Quadro 2). Esses padrõesencontram-se representa<strong>do</strong>s sob a forma <strong>de</strong> manchas e pontos, no Mapa <strong>de</strong> Usoe Ocupação <strong>do</strong> Solo (em anexo), elabora<strong>do</strong> na escala <strong>de</strong> 1:25.000.6.1. Núcleos Urbanos/Vilas RuraisOs povoa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Samambaia e Caiçara e as vilas rurais <strong>de</strong> Fazenda Nova eSalga<strong>do</strong> representam as principais localida<strong>de</strong>s da Área Piloto, estan<strong>do</strong> todassituadas ao longo da PE-312, principal via <strong>de</strong> acesso local.EquipamentosSalga<strong>do</strong> e Fazenda Nova apresentam menor infra-estrutura, sen<strong>do</strong> constituídasapenas por casas e uma escola em cada uma (Foto 10). Caiçara apresenta umaárea urbanizada (Foto 11), formada por uma via dupla calçada, praça, igreja,posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, espaço cultural, escolas, “vendas” e casas, além <strong>de</strong> um<strong>de</strong>ssaliniza<strong>do</strong>r que está sen<strong>do</strong> instala<strong>do</strong>.Samambaia constitui o povoa<strong>do</strong> mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> da Área Piloto. É formada poruma via dupla calçada, ao longo da qual encontram-se duas igrejas, um centrocomunitário, posto telefônico, posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, sanitário público, <strong>de</strong>ssaliniza<strong>do</strong>r,,escola, comércio e residências, além <strong>de</strong> uma fábrica aban<strong>do</strong>nada que produziafibra <strong>de</strong> Caroá e um museu. As Fotos 12 e 13 mostram a fábrica e a igreja. Opovoa<strong>do</strong> também possui uma lavan<strong>de</strong>ria comunitária, atualmente <strong>de</strong>sativada , ummata<strong>do</strong>uro e um cemitério.


31Foto 10 – Vila rural <strong>de</strong> Salga<strong>do</strong>Foto 11 – Distrito <strong>de</strong> Caiçara


32Foto 12 – Antiga fábrica <strong>de</strong> caruá. SamambaiaFoto 13 – Igreja Católica <strong>de</strong> Samambaia


33USO E OCUPAÇÃOPREDOMINANTECAATINGA ARBÓREAQUADRO SÍNTESE 2 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA PILOTOPROBLEMAS ELOCALIZAÇÃOCARACTERÍSTICAS GERAISTENDÊNCIAS ATUAISOcorre <strong>de</strong> forma restrita na porçãosul da área piloto. Sãoencontradas mais especificamentea leste <strong>de</strong> Samambaia, nas terrasque pertencem ao Patrimônio daIgreja e em Poço Escuro, em umadas gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>sparticulares.A vegetação caracteriza-se porapresentar um porte maior por ser maisfechada com relação ao restante dacaatinga que ocorre na área. Nas terraspertencentes à Igreja é on<strong>de</strong> encontrasea vegetação em melhor esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>conservação <strong>de</strong> toda a Área Piloto. EmPoço Escuro a caatinga já apresentasinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação.¾Pecuária extensiva.¾Corte da vegetação paraobtenção <strong>de</strong> lenha e estacas,principalmente em PoçoEscuro.CAATINGA ARBUSTIVAPre<strong>do</strong>mina na maior parte da ÁreaPilotoO porte da vegetação, em média, nãoultrapassa 4 metros <strong>de</strong> altura e apresentasena maior parte rala e espaçada. Amaior parte <strong>de</strong>stas áreas estão inseridasem pequenas proprieda<strong>de</strong>s e são muitoutilizadas para a pecuária extensiva.¾Pecuária extensiva¾Apresenta-se bastante<strong>de</strong>vastada <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à intensaexploração <strong>de</strong> lenha para aprodução <strong>de</strong> carvão.PLANTIO DE PALMA/CAPIMPLANTIO DE ALGAROBA/CAPIMOs plantios mais extensos <strong>de</strong>palma forrageira e capim sãoencontra<strong>do</strong>s nas gran<strong>de</strong>sproprieda<strong>de</strong>s, existentes na ÁreaPiloto, A Fazenda Cacimba <strong>de</strong>Baixo possui a maior área complantio <strong>de</strong> palma. Nas pequenasproprieda<strong>de</strong>s, também é cultivadaa palma, mas em extensões bemmenores.O Plantio <strong>de</strong> Algaroba restringe-seàs gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s e fazemparte <strong>de</strong> um Projeto <strong>de</strong>Reflorestamento, incentiva<strong>do</strong> peloIBAMA. Nas Fazendas Sta Rita ePorteiras, são encontradas asáreas mais extensas <strong>de</strong>ste plantio.Nas gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s é empregada atécnica da palma a<strong>de</strong>nsada e o capimplanta<strong>do</strong> é <strong>do</strong> tipo “búfel”.A algaroba, planta xerófica, pertence àfamília das leguminosas e seu plantio temcomo objetivo a alimentação <strong>do</strong> rebanho eo aproveitamento da ma<strong>de</strong>ira. O plantio éconsorcia<strong>do</strong> com capim búfel¾A palma forrageira adapta-sebem ao clima <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>,suportan<strong>do</strong> longos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong>estiagem, porém não está livre<strong>do</strong> ataque <strong>de</strong> pragas e<strong>do</strong>enças¾A algaroba absorve gran<strong>de</strong>quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>do</strong> solo.


34AGRICULTURA/PECUÁRIARESERVA LEGALA agricultura é <strong>de</strong>senvolvidaprincipalmente ao longo <strong>do</strong>saluviões.A Pecuária é extensiva,pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a criação <strong>de</strong> bo<strong>de</strong>s,embora também sejamencontra<strong>do</strong>s bovinos.Na área piloto forami<strong>de</strong>ntificadas duas áreas <strong>de</strong>reserva legal, ambas situadasnas fazendas que constituem aPecuária Jaçanã.As culturas mais comuns são: feijão,milho, capim-elefante, algumas fruteiras ehortaliças. Normalmente, o capim éplanta<strong>do</strong> nas partes mais baixas <strong>do</strong>aluvião e o feijão e o milho nas partesmais altas. Nos locais on<strong>de</strong> não há plantio,os animais costumam circular pelo aluvião,principalmente quan<strong>do</strong> há cacimbas.De acor<strong>do</strong> com a Lei Fe<strong>de</strong>ral n° 4.771, <strong>de</strong>15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1965, artigo 16° alínea“d”, parágrafo 2°, são <strong>de</strong>scritas comoáreas <strong>de</strong> no mínimo, 20% da proprieda<strong>de</strong>on<strong>de</strong> não é permiti<strong>do</strong> o corte raso.¾As áreas on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>senvolvidaa agricultura correspon<strong>de</strong>m,na maior parte, aos aluviões,o que representa um risco <strong>de</strong>contaminação para as águassubterrâneas.¾Outro problema é que nosperío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> chuvas maisintensas estas áreas po<strong>de</strong>mser inundadas, causan<strong>do</strong> aperda <strong>do</strong>s plantios.¾As áreas não parecemcorrespon<strong>de</strong>r ao tamanhomínimo exigi<strong>do</strong> por Lei.NÚCLEOS URBANOS/VILA RURALOs núcleos urbanos pertencemaos distritos <strong>de</strong> Samambaia eCaiçara e as vilas rurais sãoformadas por Fazenda Nova eSalga<strong>do</strong>.Samambaia é a principal localida<strong>de</strong> daÁrea Piloto, apresentan<strong>do</strong> maior número<strong>de</strong> casas e equipamentos públicos(escola, igreja, posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> etc).Caiçara apresenta menor número <strong>de</strong>equipamentos e casas. As vilas ruraisapresentam apenas a escola e casas.Embora Fazenda Nova não apresenteuma infra-estrutura mínima, é a segundalocalida<strong>de</strong> em número <strong>de</strong> habitantes.¾ A maioria das casas nãopossui fossa.¾ Não existe nenhuma espécie<strong>de</strong> tratamento para o lixo, omesmo é apenas queima<strong>do</strong>ou então joga<strong>do</strong> às margens<strong>do</strong> aluvião, como é o caso <strong>de</strong>Samambaia.¾ A água proveniente <strong>do</strong>sdiferentes mananciais(aluvião, barragens, poços)apresenta nível <strong>de</strong> coliformesfecais acima <strong>do</strong> permiti<strong>do</strong>para o consumo humano eboa parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res nãoutiliza nenhum tipo <strong>de</strong>tratamento na água.


35EducaçãoDa<strong>do</strong>s cedi<strong>do</strong>s pela Secretaria <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Município mostram que na ÁreaPiloto existem 05 (cinco) escolas <strong>de</strong> 1º Grau (1ª à 4ª séries) cadastradas, comnúmero <strong>de</strong> alunos varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Tabela 3. A maior parte das escolasfunciona no turno da tar<strong>de</strong>. Aqueles que querem dar continuida<strong>de</strong> aos estu<strong>do</strong>s (5ªsérie em diante) são obriga<strong>do</strong>s a se <strong>de</strong>slocarem para Custódia.Tabela 3 - Relação <strong>de</strong> Escolas Municipais situadas na Área Piloto - 2001ESCOLA LOCALIDADE Nº DE ALUNOSEsc. Munic. Joaquim Bezerra <strong>de</strong> Messias Samambaia 110Sc. Munic. Pacífico Rodrigues <strong>de</strong> Melo Salga<strong>do</strong> 19Esc. Munic. Luís Cristino Bezerra Caiçara 56Esc. Munic. Pedro José Soares Sto. Antônio 38Esc. Munic. Antônio Francisco <strong>de</strong> Góis Fazenda Nova II 54Fonte: Secretaria <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Custódia (março/2001)Abastecimento <strong>de</strong> águaO abastecimento <strong>de</strong> água é bastante precário, tanto em quantida<strong>de</strong> como emqualida<strong>de</strong>. A maior parte das casas <strong>de</strong> Fazenda Nova é abastecida por águaproveniente <strong>de</strong> um poço tubular, atualmente paralisa<strong>do</strong> por <strong>de</strong>feito na bomba. AFoto 14 mostra a caixa d’água que abastece a comunida<strong>de</strong>.Em Caiçara, a água que abastece a população é proveniente <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s poços,localiza<strong>do</strong> na Fazenda Porteiras.Em Samambaia, há <strong>do</strong>is poços tubulares, um encontra-se paralisa<strong>do</strong> e o outroestá liga<strong>do</strong> a um <strong>de</strong>ssaliniza<strong>do</strong>r (Foto 15). A taxa cobrada por uma lata <strong>de</strong> água(aproximadamente 18 litros) é <strong>de</strong> 0,10 centavos. Algumas casas são abastecidaspela água proveniente <strong>de</strong> um poço amazonas, construí<strong>do</strong> pela prefeitura. Há umapequena barragem que vem sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> para o abastecimento animal,causan<strong>do</strong> insatisfação por parte da população que também utiliza a água.


36Outra forma <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água observada na área são as cisternas paraarmazenamento <strong>de</strong> água da chuva. A água que cai no telha<strong>do</strong> é captada através<strong>de</strong> telhas <strong>de</strong> zinco e levada até a cisterna, por canos <strong>de</strong> PVC (Foto 16).Foto 14 – Caixa d’água que abastece Fazenda Nova.Foto 15 – Dessaliniza<strong>do</strong>r em Samambaia


37Foto 16 – Escola com sistema <strong>de</strong> captação da água da chuva.6.2. CaatingaO padrão pre<strong>do</strong>minante é a Caatinga Arbustiva, caracterizada na área porapresentar uma vegetação <strong>de</strong> porte médio, bastante <strong>de</strong>generada <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aintensificação das ativida<strong>de</strong>s antrópicas. A pecuária extensiva e o corte dama<strong>de</strong>ira para produção <strong>de</strong> estacas e <strong>de</strong> lenha para carvão são ativida<strong>de</strong>s que têmcontribuí<strong>do</strong> com a <strong>de</strong>vastação da caatinga, tornan<strong>do</strong>-se difícil encontrar áreasneste padrão que não estejam ou que não tenham si<strong>do</strong> utilizadas para taisativida<strong>de</strong>s (Fotos 17 e 18).A Caatinga Arbórea apresenta uma vegetação mais fechada e com porte maiorque a arbustiva, além <strong>de</strong> encontrar-se em melhor esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação (Fotos19 e 20). Esse padrão po<strong>de</strong> ser encontra<strong>do</strong> no extremo su<strong>de</strong>ste da área piloto,<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> Patrimônio da Igreja e na porção oeste da Fazenda PoçoEscuro. Estes são os locais on<strong>de</strong> a caatinga encontra-se em melhor esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>preservação, muito embora já possam ser nota<strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> corte da ma<strong>de</strong>ira naFazenda Poço Escuro e animais soltos (bo<strong>de</strong>s) no terreno pertencente aoPatrimônio da Igreja.


38De acor<strong>do</strong> com a Lei Fe<strong>de</strong>ral n° 4.771, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1965, artigo 16°alínea “d”, parágrafo 2°, Áreas <strong>de</strong> Reserva Legal são <strong>de</strong>scritas como áreas <strong>de</strong> nomínimo, 20% da proprieda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> não é permiti<strong>do</strong> o corte raso. Na Área Piloto,foram i<strong>de</strong>ntificadas duas áreas <strong>de</strong> reserva legal, ambas situadas nas fazendasque constituem a Pecuária Jaçanã.Foto 17 – Ma<strong>de</strong>ira para estacas retirada da caatingaFoto 18 – Troncos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira na beira da estrada


39Foto 19 – Aspecto da caatinga arbórea. SamambaiaFoto 20 – Outra tomada da caatinga arbórea. Samambaia


406.3. Áreas <strong>de</strong> Plantio e PecuáriaAs áreas <strong>de</strong> plantio e pecuária caracterizam outro padrão <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong>solo, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nas pequenas e gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser divididasem: Agricultura/Pecuária, Plantio <strong>de</strong> Palma/Capim e Plantio <strong>de</strong> Algaroba/Capim.O padrão <strong>de</strong> Agricultura/Pecuária é encontra<strong>do</strong> nas pequenas proprieda<strong>de</strong>s,cujo tamanho médio é <strong>de</strong> 70 hectares. As culturas, geralmente, são <strong>de</strong>senvolvidasao longo <strong>do</strong>s aluviões e nas suas proximida<strong>de</strong>s. As culturas mais comuns são:feijão, milho, capim elefante, algumas fruteiras e hortaliças. Normalmente, asáreas mais baixas <strong>do</strong> aluvião são <strong>de</strong>stinadas ao plantio <strong>de</strong> capim (elefante) e naspartes mais altas são cultiva<strong>do</strong>s feijão e milho consorcia<strong>do</strong>s (Fotos 21 e 22). Oplantio geralmente, é realiza<strong>do</strong> na estação chuvosa (fevereiro a junho), mas airregularida<strong>de</strong> e a má distribuição das chuvas na região fazem com que o risco <strong>de</strong>baixa produtivida<strong>de</strong> ou mesmo fracasso total, seja alto. Em Fazenda Nova, algunsproprietários utilizam o sistema <strong>de</strong> irrigação para o plantio <strong>de</strong> tomate.Os caprinos formam a maior parte <strong>do</strong>s rebanhos, segui<strong>do</strong>s pelos ovinos ebovinos. O pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> caprinos/ovinos po<strong>de</strong> ser justifica<strong>do</strong> pela fáciladaptação <strong>de</strong>sses animais ao semi-ári<strong>do</strong>, pelo crescimento acelera<strong>do</strong> <strong>do</strong>srebanhos em função <strong>do</strong>s partos múltiplos e curtas gestações, por serem animaisdóceis e <strong>de</strong> fácil manejo, além <strong>de</strong> que os custos gastos na criação <strong>de</strong>stes é menor<strong>do</strong> que com os bovinos. Os animais são cria<strong>do</strong>s soltos na caatinga, alimentan<strong>do</strong>sedas espécies <strong>de</strong> arbustos e árvores forrageiras. Por serem bastante seletivostêm preferência por forrageiras <strong>de</strong> folhagem <strong>do</strong> que por gramíneas (Foto 23). Otamanho médio <strong>do</strong>s rebanhos <strong>de</strong> caprinos, nestas proprieda<strong>de</strong>s, varia <strong>de</strong> 20 a 40cabeças.Os rebanhos <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> bovino são bem menores, varian<strong>do</strong>, em média, <strong>de</strong> 10 a 20cabeças. A palma forrageira constitui a principal fonte <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong>ssesanimais na região, embora também sejam utiliza<strong>do</strong>s capim búfel e ração. Nosperío<strong>do</strong>s mais críticos <strong>de</strong> estiagem, alguns proprietários alugam o pasto dasgran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s para alimentar o ga<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pequenos proprietários.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!