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Barragem Brejão - CPRH - Governo do Estado de Pernambuco

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RIMAIMPLANTAÇÃO DA BARRAGEM BREJÃOMUNICÍPIO S DEBREJÃO E TEREZINHA (PERN AMBUCO)


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOSumárioPARTE ICONHECENDO O EMPREENDIMENTO1.Quem é o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r?2. Por quea obra é necessária?3. Quais são as característicasdas obras da barragem?Qual será o investimento financeiro da obra e quan<strong>do</strong> ficará pronta?051011132PARTE IICONHECENDO O MEIO AMBIENTE4. Quais áreas serão afetadas pela obra?On<strong>de</strong> ficarão essas regiões afetadas?5. Como é a região <strong>do</strong> empreendimento?LocalizaçãoUso e ocupação <strong>do</strong> soloEconomia da regiãoComo é o patrimônio cultural, histórico e arqueológico?Como é o clima da região?GeotecniaO solo e o relevo da regiãoGeologiaE as água subterrâneas?As águas superficiaisComo é a vegetação e as plantas da região?Quais são os animais encontra<strong>do</strong>sna área da barragem?Fotografias <strong>do</strong>s animais mais frequentes15151920202428323334353536373944


PARTE IIICONHECENDO OS IMPACTOS AMBIENTAISCAUSADOS PELA OBRA E OS PROGRAMAS QUE SERÃOREALIZADOS PARA MINIMIZA-LOS6. Quais serão os impactos ambientais e as medidasque ajudam a dimunui-los?Vamos conhecer melhor os impactos?7. Quais os programas ambientais recomenda<strong>do</strong>s?8. Prognóstico da qualida<strong>de</strong> ambientalQualida<strong>de</strong> ambiental sem o empreendimentoQualida<strong>de</strong> ambiental com o empreendimento9. Conclusões546280808081813


PARTE ICONHECENDO OEMPREENDIMENTO


1. Quem é o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r?A construção da barragem Brejão, no riacho Seco é uma iniciativa da Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricose energéticos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> ProjetoEmpreendimento: <strong>Barragem</strong> BrejãoProjeto: Sistema <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água <strong>de</strong> BrejãoLocalização/Municípios: Brejão e TerezinhaI<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rRazão social: Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos e EnergéticosCNPJ: 08.662.837/0001-08En<strong>de</strong>reço: Av. Cruz Cabugá, 1.111 – CEP: 5040-000 – Santo Amaro – Recife/PEResponsável: José Almir CiriloTelefone: (081) 3184 2518E-mail: almir.cirilo@gmail.comQual a empresa responsável pelosestu<strong>do</strong>s ambientais da barragem?Razão Social: ITEP – Associação Instituto <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>CNPJ: 05.774.391/0001-15En<strong>de</strong>reço: Av. Professor Luiz Freire, 700 – Cida<strong>de</strong> Universitária – Recife/PEResponsável: Fre<strong>de</strong>rico Cavalcanti MontenegroTelefone: (81) 3183 4399E-mail: fcm@itep.br5


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOQual foi a equipe técnica executora<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s ambientais?NOMEEngº. CartógrafoIvan Dornelas Falcone <strong>de</strong> MeloEngª CivilAna Paula B. L. FerreiraEngª CivilMaria das Vitórias <strong>do</strong> NascimentoGeógrafoPaulo Alves Silva FilhoBiólogaWbanei<strong>de</strong> Martins <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>GeólogoWilker <strong>do</strong>s Santos CezarioFUNÇÃOCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r TécnicoAnálise <strong>do</strong> Projeto BásicoCoor<strong>de</strong>nação Técnica <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s AmbientaisSupervisão Geral <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s AmbientaisSupervisão <strong>do</strong> Meio FísicoREGISTROPROF.CREAPE 32724/DCREAPE 28680/DCREARN 160537447-4CREAPE 47006/DCRBio27620/5DCREAPE 042382CTFIBAMA6438795313522537159452874792880345479345BiólogoMarcon<strong>de</strong>s Albuquerque <strong>de</strong> OliveiraSupervisão <strong>do</strong> Meio BióticoCRBio27377/5D245968GeógrafoMichel Saturtino BarbozaSupervisão <strong>do</strong> Meio AntrópicoCREAPE 47019/D5329397BibliotecáriaSimone Rosa <strong>de</strong> OliveiraApoio à Coor<strong>de</strong>nação TécnicaCRB12635500586Historia<strong>do</strong>rAramis Macê<strong>do</strong> Leite JúniorApoio à Coor<strong>de</strong>nação Técnica*5501212MEIO FÍSICOGeógrafaAna Mônica Correia*4287864MeteorologistaRomilson Ferreira da SilvaMeteorologistaWan<strong>de</strong>rson <strong>do</strong>s Santos SousaClima e Condições MeteorológicasCREARN 160870332-2CREARN 160886919-953480375348018MeteorologistaWeronica Meira <strong>de</strong> SouzaCREAPE 353745278907GeógrafoPaulo Alves Silva FilhoGeomorfologia / Pe<strong>do</strong>logiaCREAPE 47006/D52874796Engª CivilFabíola <strong>de</strong> Souza GomesEngª CivilSimone Karine Silva da PaixãoBiólogaTatiana <strong>de</strong> Oliveira Cala<strong>do</strong>GeotecniaRecursos Hídricos SuperficiaisCREAPE 029084/DCREARN 180107987-0CRBio77128/5D542508853716413860865GeólogoCREA5479345


Michel Saturtino BarbozaPE 47019/DBibliotecáriaSimone Rosa <strong>de</strong> OliveiraApoio à Coor<strong>de</strong>nação TécnicaCRB12635500586Historia<strong>do</strong>rAramis Macê<strong>do</strong> Leite JúniorApoio à Coor<strong>de</strong>nação Técnica*5501212MEIO FÍSICOGeógrafaAna Mônica Correia*4287864MeteorologistaRomilson Ferreira da SilvaMeteorologistaWan<strong>de</strong>rson <strong>do</strong>s Santos SousaClima e Condições MeteorológicasCREARN 160870332-2CREARN 160886919-953480375348018MeteorologistaWeronica Meira <strong>de</strong> SouzaCREAPE 353745278907GeógrafoPaulo Alves Silva FilhoGeomorfologia / Pe<strong>do</strong>logiaCREAPE 47006/D5287479Engª CivilFabíola <strong>de</strong> Souza GomesGeotecniaCREAPE 029084/D5425088Engª CivilSimone Karine Silva da PaixãoBiólogaTatiana <strong>de</strong> Oliveira Cala<strong>do</strong>Recursos Hídricos SuperficiaisCREARN 180107987-0CRBio77128/5D53716413860865GeólogoWilker <strong>do</strong>s Santos CezarioGeólogoGlauber Matias <strong>de</strong> SouzaGeologia / Recursos Hídricos SubterrâneosCREAPE 042382CREAPE 38410/D54793452527871BiólogaMaristela Casé Costa CunhaCRBio27488/5D297073Engº QuímicoE<strong>de</strong>n Cavalcanti <strong>de</strong> A. JúniorQualida<strong>de</strong> da ÁguaCRQPE 037909/D2250929Enga QuímicaHélida Karla Philippini da SilvaCFQ014033584370965MEIO BIÓTICOBiólogoMarcon<strong>de</strong>s A. <strong>de</strong> OliveiraBiólogoJosinal<strong>do</strong> Alves da SilvaFlora e Vegetação TerrestreCRBio27377/5DCRBio77332/5D2459684927740BiólogoEdson Silva Barbosa LealMastofauna Terrestre e AladaCRBio67015-05/Ds1935276BiólogoGeral<strong>do</strong> Jorge Barbosa <strong>de</strong> MouraHerpetofaunaCRBio46786/5D467810BiólogoWallace Rodrigues Telino JuniorAvifaunaCRBio19656/5D181979BiólogaMaristela Casé Costa CunhaBiólogaAriane Silva Car<strong>do</strong>soFitoplânctonCRBio27488/5DEm andamento29707353882837BiólogoAnthony Epifânio AlvesZoolâncton / Macroinvertebra<strong>do</strong>sBentônicosCRBio85023/5D5077376BiólogaMacrófitas AquáticasCRBio5076234


Maristela Casé Costa Cunha27488/5D297073Engº QuímicoE<strong>de</strong>n Cavalcanti <strong>de</strong> A. JúniorQualida<strong>de</strong> da ÁguaCRQPE 037909/D2250929Enga QuímicaHélida Karla Philippini da SilvaCFQ014033584370965MEIO BIÓTICORELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOBiólogoMarcon<strong>de</strong>s A. <strong>de</strong> OliveiraBiólogoJosinal<strong>do</strong> Alves da SilvaBiólogoEdson Silva Barbosa LealBiólogoGeral<strong>do</strong> Jorge Barbosa <strong>de</strong> MouraBiólogoWallace Rodrigues Telino JuniorBiólogaMaristela Casé Costa CunhaBiólogaAriane Silva Car<strong>do</strong>soBiólogoAnthony Epifânio AlvesBiólogaCacildaMichele Car<strong>do</strong>so RochaFlora e Vegetação TerrestreMastofauna Terrestre e AladaHerpetofaunaAvifaunaFitoplânctonZoolâncton / Macroinvertebra<strong>do</strong>sBentônicosMacrófitas AquáticasCRBio27377/5DCRBio77332/5DCRBio67015-05/DsCRBio46786/5DCRBio19656/5DCRBio27488/5DEm andamentoCRBio85023/5DCRBio77874/5P24596849277401935276467810181979297073538828350773765076234Engº <strong>de</strong> PescaEricarlos Neiva LimaEngª <strong>de</strong> PescaJana Ribeiro <strong>de</strong> SantanaIctiofaunaCREA/BA2011069486CREA/BA201107199353141465314142MEIO ANTRÓPICOEconomistaOsmil Torres Galin<strong>do</strong> FilhoCORECON1821/PE2215977EconomistaLuís Henrique Romani CamposSocioeconomiaCORECON4731/PE5264846GeógrafoJosé Geral<strong>do</strong> Pimentel NetoCREAPE 44794/D5372973GeógrafoMichel Saturtino BarbozaUso e Ocupação <strong>do</strong> SoloCREAPE 47019/D5329397Assistente SocialCândida Maria Jucá GonçalvesMobilização e Articulação SocialCRESS33305266803Historia<strong>do</strong>rGeorge F. C. <strong>de</strong> SouzaArqueólogoMarcos A. G. M. <strong>de</strong> AlbuquerqueArqueologia e PatrimônioHistórico e Cultural*SAB1220526555162008ArqueólogaMaria Eleônora da Gama G. Cura<strong>do</strong>ArqueólogaVeleda Christina L. <strong>de</strong> AlbuquerqueArqueologia e PatrimônioHistórico e CulturalSAB283SAB2372116167516194ASPECTOS LEGAISAdvoga<strong>do</strong>Tal<strong>de</strong>n Queiroz FariasAnálise Jurídica/ CompensaçãoAmbiental /Passivo AmbientalOAB/PB10.635329532


• Cadastro e instalação <strong>de</strong> hidrômetro;• Projetos/estu<strong>do</strong>s ambientais <strong>do</strong> SAA;• Desapropriação para implantação <strong>do</strong> SAA;• Sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água – produção;• Sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água – distribuição;• Controle operacional <strong>do</strong>s SAA’s (automação/macromedição).Diante <strong>de</strong>sse contexto, foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> o projeto básico da barragem Brejão, cujo objetivo principalé o reforço <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> abastecimento d’água <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Brejão, como <strong>do</strong>s municípioslocaliza<strong>do</strong>s no seu entorno, além <strong>de</strong> suprir <strong>de</strong>mandas relativas à agricultura e piscicultura, sen<strong>do</strong>uma ação necessária na proposta <strong>de</strong> universalização <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>aos itens <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s ambientais e sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> água, previstos no Plano <strong>de</strong>Universalização <strong>do</strong>s Serviços <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água e Esgotamento Sanitário para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>, para o município <strong>de</strong> Brejão.3. Quais são as característicasdas obras da barragem?................................................................A barragem Brejão será localizada no Riacho Seco, o qual está inserida no Grupo <strong>de</strong> Bacias <strong>de</strong>Pequenos Rios Interioranos 1 (GI-1), no município <strong>de</strong> Brejão, Região <strong>de</strong> Desenvolvimento AgresteMeridional <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. A área-objeto apresenta algumas características particulares no quediz respeito ao seu contexto climático e hidrológico, com climas secos e regimes hidrológicos<strong>de</strong>ficientes, fatos que irão influenciar a ocorrência <strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> transição com espécies da Zonada Mata, Agreste e Sertão, assim como um histórico <strong>de</strong> uso das terras volta<strong>do</strong> para a pecuária <strong>de</strong>leite.Fonte: UGPBarragens, 2012Localização <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Brejão11


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOA barragem Brejão <strong>de</strong>verá inundar uma área <strong>de</strong> 1.167.600 m², para cota 671m, correspon<strong>de</strong>nte aonível máximo normal, acumulan<strong>do</strong> um volume <strong>de</strong> 11,56 milhões m³, nessas condições. Para a área<strong>de</strong> proteção permanente – APP, os limites <strong>de</strong>verão estar afasta<strong>do</strong>s 100 m, no mínimo, da baciahidrográfica referente à cota máxima <strong>de</strong> acumulação, sen<strong>do</strong> igual 1.510.000 m².Os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> simulação hidráulico-hidrológica realiza<strong>do</strong>s pela NECONSULT e RW-ENGENHEIROSCONSULTORES S/S LTDA, mostram ser possível obter uma vazão regularizada da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 270l/s, com 95% <strong>de</strong> confiança. Esta vazão será utilizada para reforçar o sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong>Brejão. Para a cota 671m, correspon<strong>de</strong>nte ao tempo <strong>de</strong> retorno (TR) <strong>de</strong> 100 anos, a área <strong>do</strong> lagoserá <strong>de</strong> 116,76 ha e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenamento será 11,56 milhões <strong>de</strong> m³.Fonte: UGPBarragens, 2012Bacia Hidráulica da <strong>Barragem</strong> BrejãoA análise <strong>de</strong> alternativas para a escolha da solução técnica e economicamente mais viável para aconstrução da barragem Brejão consi<strong>de</strong>rou principalmente os aspectos relativos à morfologia, potencialida<strong>de</strong>hídrica, benefícios e aspectos ambientais. Com base nesses da<strong>do</strong>s, a alternativa quese mostrou mais indicada, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aos critérios cita<strong>do</strong>s acima foi à alternativa <strong>do</strong> Eixo Nº 02, aqual controla uma área <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> 351,74 Km² e apresenta boqueirão e ombreiras a<strong>de</strong>quadasa implantação da barragem, com maior área <strong>de</strong> contribuição em relação ao Eixo nº 01. Além <strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>rada i<strong>de</strong>al para o barramento, por permitir a construção <strong>de</strong> uma barragem com um significativovolume <strong>de</strong> acumulação e vazão regularizada satisfatória, justifican<strong>do</strong> a execução <strong>de</strong>steempreendimento.A alternativa escolhida foi a <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Terra Homogênea, o aspecto <strong>de</strong> maior relevância para autilização <strong>de</strong>ste fipo <strong>de</strong> barramento foi o geotécnico, em que a profundida<strong>de</strong> da rocha e a inexistência<strong>de</strong> escavações compensatórias em rocha inviabilizaram a utilização <strong>de</strong> barragem em CCR ou emenrocamento.O maciço da barragem será construí<strong>do</strong> em terra homogênea e terá altura <strong>de</strong> 39,00m; largura <strong>do</strong> Coroamento<strong>de</strong> 8,00m; extensão total pelo coroamento <strong>de</strong> 363,00m; cota <strong>do</strong> coroamento <strong>de</strong> 675,00m;NAmáx operacional <strong>de</strong> 671,00m e NAmín operacional <strong>de</strong> 50,00m.12As obras complementares à barragem Brejão serão compostas basicamente pelas estradas <strong>de</strong> acesso,pelo canteiro <strong>de</strong> serviço e acampamento <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res. Essas unida<strong>de</strong>s não foram <strong>de</strong>talhadasno projeto básico e <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>talhadas e licenciadas durante a fase <strong>de</strong> projetoexecutivo.


Qual será o investimento financeiroda obra e quan<strong>do</strong> ficará pronta?A estimativa <strong>de</strong> custos para implantação <strong>do</strong> empreendimento é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 48.000.000,00,com previsão <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> empreendimento no prazo <strong>de</strong> 12 (<strong>do</strong>ze) meses, a partir da emissãoda or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviços.SERVIÇOSInstalação e mobilizaçãoServiços preliminares<strong>Barragem</strong>Verte<strong>do</strong>uroTomada d’águaMESES01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12Fonte: SRHE, 201213


PARTE IICONHECENDO OMEIO AMBIENTE


4. Quais áreas serãoafetadas pela obra?.............................Área <strong>de</strong> influência indiretaÁrea <strong>de</strong> influência diretaFonte: UGP Barragens / ITEP, 2011Área diretamente afetadaNíveis Hierárquicosdas Áreas <strong>de</strong> InfluênciaAs áreas <strong>de</strong> influência <strong>do</strong> empreendimento correspon<strong>de</strong>m aos espaços geográficos passíveis <strong>de</strong> alteraçõesem termos <strong>de</strong> dinâmica ambiental a partir da projeção <strong>de</strong> cenários relaciona<strong>do</strong>s à implantaçãoe operação <strong>do</strong> mesmo, tratan<strong>do</strong>-se aqui, da <strong>Barragem</strong> Brejão.Os meios físico, biótico e antrópico compõem o universo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s integra<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> meio ambiente,previstos na elaboração <strong>do</strong> EIA/RIMA. Para efeitos <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> diagnóstico e prognóstico ambiental,impactos e planos <strong>de</strong> controle ambiental, os três meios cita<strong>do</strong>s anteriormente <strong>de</strong>vem serentendi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma interrelacionada e interdisciplinar.On<strong>de</strong> ficarão essas regiões afetadas?Área <strong>de</strong> Influencia Indireta (AII)Meio FísicoA <strong>de</strong>limitação da AII <strong>do</strong> empreendimento para o meio físico correspon<strong>de</strong> ao Riacho Seco e seu entornoimediato até o encontro <strong>do</strong> mesmo com o Riacho Serrinha. Nesse âmbito i<strong>de</strong>ntificaram-se osprincipais cursos <strong>de</strong> água, reservatórios existentes, posição <strong>do</strong> empreendimento, além da superposição<strong>de</strong>sses elementos com outros aspectos ambientais (geologia, geomorfologia, pe<strong>do</strong>logia evegetação) e principais núcleos urbanos no entorno da futura barragem.15


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOMeio BióticoOs procedimentos para a <strong>de</strong>limitação da AII <strong>de</strong>ste meio seguem como critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação oRiacho Seco e seu entorno imediato até o encontro <strong>do</strong> mesmo com o Riacho Serrinha.Meio AntrópicoA <strong>de</strong>limitação da área <strong>de</strong> influência indireta para o meio antrópico resulta <strong>de</strong> uma preocupaçãocom a dinâmica socioeconômica local, a partir da ótica <strong>de</strong> um empreendimento <strong>do</strong> porte <strong>de</strong> umabarragem. Enten<strong>de</strong>-se que nas etapas <strong>de</strong> implantação e operação, a área <strong>de</strong> influência nesse nívelestá atrelada à dinâmica <strong>do</strong>s fluxos <strong>de</strong> pessoas e merca<strong>do</strong>rias, serviços e (re)organização <strong>do</strong> setorprodutivo nos municípios que apresentam relação direta com o curso principal <strong>do</strong>s Riacho Seco. Osmunicípios que compõem esse nível são: Bom Conselho, Brejão, Caetés, Garanhuns, Iati, Lagoa <strong>do</strong>Ouro, Paranatama, Saloá e Terezinha.Os estu<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s ao Patrimônio Cultural apresentam uma regionalização diferenciada,uma vez que tomam como referência a publicação <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional intitulada Normas e Gerenciamento <strong>do</strong> Patrimônio Arqueológico (BASTOS & TEIXEIRA,2005). Sen<strong>do</strong> assim, tem-se em termos <strong>de</strong> Área <strong>de</strong> Influência Indireta as áreas nas quais os efeitossão induzi<strong>do</strong>s pela existência <strong>do</strong> empreendimento e não como consequência <strong>de</strong> uma ação específica<strong>do</strong> mesmo, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> no caso particular <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>, aos municípios <strong>de</strong> Brejão e Terezinhaem <strong>Pernambuco</strong>.Área <strong>de</strong> Influencia Direta (AID)Meio FísicoPara a análise <strong>do</strong>s aspectos físicos foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> toda a bacia <strong>de</strong> captação e contribuição <strong>de</strong> águaque converge na futura área <strong>do</strong> empreendimento.Meio BióticoPara o meio biótico, a área <strong>de</strong>limitada está baseada em toda a bacia <strong>de</strong> captação e contribuição<strong>de</strong> água que converge na futura área <strong>do</strong> empreendimento em um primeiro momento, acrescida daárea que se projeta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o encontro <strong>do</strong> Riacho Seco com o Riacho Serrinha até seu encontro coma posição da barragem projetada para o Riacho Seco, soman<strong>do</strong>-se ainda o reservatório a ser cria<strong>do</strong>e sua respectiva APP com faixa <strong>de</strong> 100 metros.Meio AntrópicoOs seguintes municípios compõem a área <strong>de</strong> influência direta para esse meio: Brejão e Terezinha.A <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong>ssa área segue os mesmo parâmetros a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s na AII, acrescentan<strong>do</strong>-se uma atençãoespecial com relação à re<strong>de</strong> urbana / regiões <strong>de</strong> influência <strong>do</strong> IBGE e a re<strong>de</strong> viária instalada.Para os estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Patrimônio Histórico tem-se nessa escala <strong>de</strong> análise a área <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio (AD)<strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r, ou seja, a área disponível para o planejamento <strong>do</strong> empreendimento, em que seinclui a Área <strong>de</strong> Proteção Permanente (BASTOS & TEIXEIRA, 2005).16Área Diretamente Afetada (ADA)A ADA é <strong>de</strong>finida como a área on<strong>de</strong> ocorrem as intervenções relacionadas ao empreendimento,incluin<strong>do</strong> áreas <strong>de</strong> apoio como canteiros <strong>de</strong> obra, acessos, áreas <strong>de</strong> jazidas, entre outras. Nesteestu<strong>do</strong>, a ADA foi <strong>de</strong>finida como a área formada pela bacia hidráulica da barragem a ser implantada,acrescida <strong>de</strong> uma faixa marginal <strong>de</strong> 100 metros (APP <strong>do</strong> novo reservatório) e mais 100 metros a jusante<strong>do</strong> eixo da barragem projetada, estan<strong>do</strong> localizada entre a se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Brejão e a se<strong>de</strong><strong>do</strong> município <strong>de</strong> Terezinha, <strong>Pernambuco</strong>. Ambos os municípios não possuem suas se<strong>de</strong>s municipaisbanhadas pelo Riacho Seco.


Mapa da AII, AID e ADA para os Meios Físico e BióticoFonte: UGP Barragens / ITEP, 2012Fonte: UGP Barragens / ITEP, 2012Mapa da AII, AID e ADA para os Meios Físico e Biótico17


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOMapa da AID para o Meio AntrópicoFonte: UGP Barragens / ITEP, 2012Fonte: UGP Barragens / ITEP, 201218apa da AID para os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Patrimônio Cultural


Fonte: UGP Barragens / ITEP, 2012Mapa da ADA para os Meios Físico, Biótico e Antrópico5. Como é a região<strong>do</strong> empreendimento?...............................Para que pudéssemos <strong>de</strong>screver o esta<strong>do</strong> atual das áreas <strong>de</strong> influência <strong>do</strong> empreendimento, foi realiza<strong>do</strong>estu<strong>do</strong>s com base na literatura existente, assim como através <strong>de</strong> coletas <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s primários,ou seja, informações levantadas diretamente nas áreas <strong>de</strong> influência da barragem. Para isso foramfeitas viagens sistemáticas objetivan<strong>do</strong> levantar informações que pu<strong>de</strong>ssem compor o DiagnósticoAmbiental visan<strong>do</strong> caracterizar o status atual <strong>de</strong> conservação no que se refere aos meios físico,aquático e antrópico. Os temas aborda<strong>do</strong>s foram:Meio Físico Meio Biótico Meio AntrópicoClimaGeologiaGeotecniaGeomorfologiaPe<strong>do</strong>logiaHidrologiaHidrogeologiaFlora terrestreEcossistema aquáticoMastofaunaHerpetofaunaAvifaunaIctiofaunaSocioeconomiaUso <strong>do</strong> soloArqueologiaPatrimônio Cultural19


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOLocalizaçãoO Município <strong>de</strong> Brejão está localiza<strong>do</strong> na mesorregião Agreste e na Microrregião Garanhuns, <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, ocupan<strong>do</strong> uma área total <strong>de</strong> 159,786 Km², com uma população <strong>de</strong> 8.844habitantes (IBGE, 2010) e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica <strong>de</strong> 55,35 hab/Km², limitan<strong>do</strong>-se ao norte comGaranhuns, ao sul com Lagoa <strong>do</strong> Ouro, à leste com Garanhuns, e à oeste com Terezinha.A se<strong>de</strong> <strong>do</strong> município tem altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 788 metros e coor<strong>de</strong>nadas, apresentadas no sistema <strong>de</strong>projeção UTM, referenciadas ao Sistema Geodésico <strong>de</strong> Referência SIRGAS2000, no Fuso 24S, <strong>de</strong>:9.000.909,815 N e 767.298,153 E. Dista 256 km da capital Pernambucana, com acesso principalrealiza<strong>do</strong> pela BR-232/423 e pela PE-218.O acesso ao eixo barrável é feito a partir da se<strong>de</strong> <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Brejão, seguin<strong>do</strong> um percurso <strong>de</strong>aproximadamente 2,1 km pela ro<strong>do</strong>via estadual PE-218, <strong>de</strong>pois percorren<strong>do</strong> mais 4,0 km em estradacarroçável, internas a proprieda<strong>de</strong>s particulares, até o eixo da barragem Brejão, pela ombreiraesquerda. A Figura 4.2-1 apresenta o mapa <strong>de</strong> localização <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Brejão, bem como abacia hidrográfica GI 1.Uso e ocupação <strong>do</strong> soloO uso e ocupação <strong>do</strong> solo estão representa<strong>do</strong>s como produto das relações <strong>de</strong> produção no campoe na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s habitantes e produtores no Agreste Meridional Pernambucano. Os municípios <strong>de</strong>Bom Conselho, Caetés, Garanhuns, Lagoa <strong>do</strong> Ouro, Paranatama e Saloá são analisa<strong>do</strong>s como áreasque serão influenciadas indiretamente. Os impactos <strong>do</strong> empreendimento serão diretos nos municípios<strong>de</strong> Brejão e Terezinha, para o entendimento <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo. O município <strong>de</strong>Garanhuns apresenta como a principal cida<strong>de</strong> polariza<strong>do</strong>ra das analisadas, no qual, é oferta<strong>do</strong> umconjunto <strong>de</strong> serviços e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> território regional.Na AII os impactos da instalação e operação da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão atingirão indiretamente umapopulação resi<strong>de</strong>nte total <strong>de</strong> aproximadamente 239.930 habitantes (IBGE, 2010), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>um percentual significativo <strong>de</strong>ssa população no espaço rural. Na AID e ADA apresentam uma população<strong>de</strong> aproximadamente 15.581 habitantes (IBGE, 2010), on<strong>de</strong> aproximadamente 58% <strong>de</strong>ssapopulação habitam as zonas rurais da AID. O uso e ocupação <strong>do</strong> solo nesses municípios são maisdiversifica<strong>do</strong>s nas se<strong>de</strong>s municipais on<strong>de</strong> estão situa<strong>do</strong>s os núcleos urbanos, <strong>de</strong> forma, que o uso ea ocupação são caracteriza<strong>do</strong>s por habitações, infraestruturas e equipamentos urbanos, indústriase centro <strong>de</strong>cisório representa<strong>do</strong>s por instituições públicas e priva<strong>do</strong>s.As ativida<strong>de</strong>s agropecuárias, comerciais, serviços e industriais figuram como principais usos <strong>do</strong>solo soma<strong>do</strong>s aos usos habitacionais <strong>do</strong> solo da AII e AID. A produção agropecuária na AII tem umarepresentação significativa e <strong>de</strong>staca-se no processo <strong>de</strong> formação econômica e territorial da regiãoque se constituiu a Bacia Leiteira <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.20Os núcleos urbanos <strong>de</strong> Brejão, Terezinha, Caetés, Lagoa <strong>do</strong> Ouro, Paranatama e Saloá apresentam aspectoscomuns no que tange aos equipamentos urbanos, formas <strong>de</strong> habitações, pequenos e médios estabelecimentoscomerciais varejistas, instituições governamentais e espaços públicos semelhanças eproximida<strong>de</strong>s na sua configuração e em torno <strong>de</strong> um ponto matriz central em municípios entre 10.000e 30.000 habitantes. Os núcleos <strong>de</strong> Bom Conselho e Garanhuns apresentam particularida<strong>de</strong>s frenteaos <strong>de</strong>mais municípios <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao nível <strong>de</strong> polarização, presença <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s comerciais, industriaise <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> serviços locais e regionais. É importante <strong>de</strong>stacar que em Garanhuns apresentam na suaconfiguração territorial e uso <strong>do</strong> solo urbano os seguintes equipamentos relevantes: Universida<strong>de</strong>s,Bancos, Agência <strong>do</strong> Trabalho, Centros Tecnológicos, principais Hospitais e serviços médicos, escolas <strong>de</strong>referências, gerencias regionais <strong>de</strong> educação e saú<strong>de</strong>, Centro <strong>de</strong> Formação Profissional <strong>do</strong> SENAC, Unida<strong>de</strong>sOperacionais <strong>do</strong> SENAI, SESC, a Unida<strong>de</strong> Técnica <strong>do</strong> PRORURAL, entre outros.


No que diz respeito à condição <strong>de</strong> utilização total da terra verifica-se que o uso da gran<strong>de</strong> parcela<strong>do</strong>s estabelecimentos agropecuários é <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> produtor. Na AII, AID e ADA i<strong>de</strong>ntificaram-seas ausências <strong>de</strong> bubalinos e co<strong>do</strong>rnas no que se refere aos efetivos <strong>do</strong> rebanho e ao consi<strong>de</strong>raro respectivo efetivo constata-se que a criação <strong>de</strong> galos, frangas, frangos, pintos e galinhas,seguidas <strong>do</strong> rebanho <strong>de</strong> bovinos. Devi<strong>do</strong> ao manejo das terras para a criação <strong>de</strong>sses efetivos, oga<strong>do</strong> bovino necessitar <strong>de</strong> mais hectares o efetivo <strong>de</strong> galináceas em todas as áreas <strong>de</strong> influências eafetadas ao empreendimento aparecem em maior número.A estrutura fundiária <strong>do</strong>s municípios situam-se na região <strong>de</strong> atuação da Superintendência Regional03 (SR-03) <strong>do</strong> Instituto Nacional <strong>de</strong> Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Segun<strong>do</strong> o INCRA, naAII há presença <strong>de</strong> grupos étnicos – com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> constituição negra no espaço urbanoou rural – que se <strong>de</strong>nominam consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a terra, o parentesco, o território, a ancestralida<strong>de</strong>,as tradições e práticas culturais próprias, como comunida<strong>de</strong>s quilombolas. Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar aComunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Castainho, em Garanhuns, que apresenta processo <strong>de</strong> regularizaçãofundiária avançada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as informações <strong>do</strong> INCRA (2012), on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m 206 famíliasdistribuídas em 189,77 hectares.De acor<strong>do</strong> com a classificação fundiária <strong>do</strong> imóvel rural quanto a sua dimensão, nos municípios daAII, AID e ADA o módulo fiscal varia <strong>de</strong> 35 a 45, e esse último por sua vez sen<strong>do</strong> o módulo fiscal <strong>de</strong>Lagoa <strong>do</strong> Ouro. Em to<strong>do</strong>s os municípios analisa<strong>do</strong>s o imóvel rural apresenta uma área superior a 15módulos fiscais, sen<strong>do</strong> assim, po<strong>de</strong>-se apontar para as classificações fundiárias <strong>do</strong>s imóveis ruraiscomo pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>.Na AII a condição <strong>do</strong> produtor em relação às terras figura como um espelho <strong>do</strong> uso legal da terra, ouseja, uma concentração fundiária mais significativa nos municípios <strong>de</strong> Lagoa <strong>do</strong> Ouro, on<strong>de</strong> 74,4%<strong>do</strong>s estabelecimentos possuem 92,9% da área utilizada se consi<strong>de</strong>rar os municípios que compõem aárea indiretamente influenciada pela presença da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão. Outra questão significativaé que o maior percentual <strong>de</strong> ocupantes da AII encontra-se em Lagoa <strong>do</strong> Ouro, com aproximadamente18% <strong>do</strong>s produtores nessa condição em relação às terras. No geral o percentual <strong>de</strong> proprietáriosda AII entre 74% em Lagoa <strong>do</strong> Ouro e 93% em Bom Conselho.Em relação ao abastecimento <strong>de</strong> água foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s que nos municípios <strong>de</strong> Garanhuns e BomConselho o conjunto <strong>de</strong> tubulações interligadas, instaladas ao curso das vias públicas ou nos passeios,junto aos edifícios, conduzin<strong>do</strong> a água aos pontos <strong>de</strong> consumo, por meio <strong>de</strong> ligação predialsão mais significativos quan<strong>do</strong> se observa os <strong>de</strong>mais municípios da AII. As outras formas <strong>de</strong> abastecimento<strong>de</strong> água são em maior numero quan<strong>do</strong> se analisar o universo <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> <strong>do</strong>micíliosda AII. A gran<strong>de</strong> diferença entre Os principais açu<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nesse diagnóstico ambientalsituam-se no município <strong>de</strong> Garanhuns e são Cajarana e Mundaú, com capacida<strong>de</strong> máxima respectivamente<strong>de</strong> 2.594.000 m3 e 1.969.000 m3.Em relação ao escoa<strong>do</strong>uro <strong>do</strong> banheiro ou sanitário <strong>do</strong>s resi<strong>de</strong>ntes permanentes da AII o município<strong>de</strong> Garanhuns apresentam aproximadamente 90% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios particulares permanentes combanheiro ou sanitários, sen<strong>do</strong> assim, configuran<strong>do</strong> um contraste com Caetés que cerca <strong>de</strong> 34% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios tem banheiro ou sanitários.Na AII foram i<strong>de</strong>ntificadas duas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Estaduais em conformida<strong>de</strong> com o SistemaEstadual <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação – SEUC (Lei Estadual 13.787/2009) nos municípios <strong>de</strong>Saloá e Lagoa <strong>do</strong> Ouro. Segun<strong>do</strong> o ICMBio/MMA no município <strong>de</strong> Saloá situa-se a Reserva Particular<strong>do</strong> Patrimônio Natural (RPPN) Reserva Natural Brejo, com uma área <strong>de</strong> 52,39 ha, localizada naFazenda Brejo com pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> bioma da Mata Atlântica e ecossistemas associa<strong>do</strong>s. No município<strong>de</strong> Lagoa <strong>do</strong> Ouro está situa<strong>do</strong> uma parcela da Reserva Biológica <strong>de</strong> Pedra Talhada com obioma da Mata Atlântico, cujo município se<strong>de</strong> da Reserva está localiza<strong>do</strong> em Quabrangulo, Alagoas.Nos municipios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha não foram i<strong>de</strong>ntificadas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Estaduaisem conformida<strong>de</strong> com o Sistema Estadual <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação – SEUC (Lei Estadual13.787/2009).21


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOOs municípios que compõem a AID são caracteriza<strong>do</strong>s por apresentar dinâmica rural significativaquan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> aos serviços presta<strong>do</strong>s, as ativida<strong>de</strong>s comerciais e industriais. Na Microrregião<strong>de</strong> Garanhuns as áreas <strong>de</strong> Brejão e Terezinha apresentam a pastagem como principal uso <strong>do</strong> soloantrópico agrícola.Ativida<strong>de</strong> agropecuária na zona rural <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Brejão. Coor<strong>de</strong>nadasUTM: 766544,77536mE / 8997852,14568mN, Datum SIRGAS2000, Fuso 24S.Segun<strong>do</strong> o Censo Agropecuário <strong>do</strong> IBGE (2006) em Brejão é i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> um quantitativo maior <strong>de</strong>estabelecimentos agropecuários quan<strong>do</strong> é compara<strong>do</strong> com Terezinha, <strong>de</strong> maneira que essa superiorida<strong>de</strong>também é expressão quan<strong>do</strong> se faz a leitura das dimensões <strong>de</strong>ssas áreas (ha). Em ambos osterritórios a maior parcela das áreas são utilizada com áreas <strong>de</strong> pastagens naturais e/ou plantadasem boas condições, o que expressa a pre<strong>do</strong>minância das ativida<strong>de</strong>s pecuaristas. Os usos da terra<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s para a lavoura permanente ou temporária apresentam um caráter secundário no que dizrespeito aos usos da terra agrícolas.Fonte: Michel Saturnino Barboza, (05 abr. 2012)No município <strong>de</strong> Brejão há um maior número <strong>de</strong> estabelecimentos agropecuários com ativida<strong>de</strong>sagrícolas nas lavouras permanentes e temporárias quan<strong>do</strong> se compara aos usos da terra para apastagem. Essa relação apresenta-se distinta em Terezinha on<strong>de</strong> há uma maior concentração <strong>de</strong>estabelecimentos cujo uso da terra pre<strong>do</strong>mina a lavoura temporária. No município <strong>de</strong> Terezinhaobserva-se que um conjunto significativo <strong>de</strong> estabelecimentos cujo uso da terra é com Lavourascom áreas plantadas com forrageiras para corte e já em Brejão a presença <strong>de</strong> estabelecimentos comárea para cultivo <strong>de</strong> flores, viveiros <strong>de</strong> mudas, estufas <strong>de</strong> plantas e casas <strong>de</strong> vegetação.A produção agrícola em Brejão que utiliza mais extensões territoriais são os cultivos <strong>de</strong> café (beneficia<strong>do</strong>em grãos), feijão, milho e mandioca, que possuem parcela significativa da área colhida <strong>do</strong>território. Na mesma lógica <strong>de</strong> uso da terra para a produção agrícola, i<strong>de</strong>ntificam-se em Terezinhaos principais produtos agrícolas no que se refere às extensões territoriais são: feijão, milho, café(beneficia<strong>do</strong> em grãos e mandioca. Esses usos das terras das lavouras temporárias e permanentesnão necessariamente representam o quantitativo produzi<strong>do</strong> nos estabelecimentos agrícolas.Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> INCRA (2012) foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> um único Projeto <strong>de</strong> Assentamento para aReforma agrária e o mesmo se localiza no município <strong>de</strong> Brejão, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> PE Vista Alegreque atualmente, tem 66 famílias assentadas e encontra-se em fase <strong>de</strong> instalação. Em Brejão e emTerezinha não foram i<strong>de</strong>ntificadas áreas <strong>de</strong> conflitos e tensões sociais.22Há fragilida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas na AID a partir <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios que apresentam escoa<strong>do</strong>uro<strong>de</strong> seus <strong>de</strong>jetos para uma fossa rudimentar, ou seja, uma fossa negra, poço, buraco, etc,diretamente para uma vala, rio, lago ou mar, ou quan<strong>do</strong> o escoa<strong>do</strong>uro não se enquadra a re<strong>de</strong> gerale fossa séptica.


Área Diretamente Afetada (ADA)Nos municípios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha localiza-se o Riacho Seco situa<strong>do</strong> no GI1 da UP20 que constituia regionalização da ADA consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a Bacia Hidráulica <strong>do</strong> Riacho Seco mais a área <strong>de</strong> proteçãopermanente <strong>do</strong> projeto da <strong>Barragem</strong> Brejão. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s usos da terra nessa área éfundamental, pois, entre a instalação e operação da <strong>Barragem</strong> Brejão essa região necessitará <strong>de</strong>modificações diretas quanto aos seus assentamentos humanos e usos agrícolas.A ADA é caracterizada consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o uso e ocupação <strong>do</strong> solo como uma área antrópica agrícola,nas respectivas zonas rurais <strong>de</strong> Brejão e Terezinha, com alternância <strong>de</strong> uso da terra para ativida<strong>de</strong>sagrícolas e áreas <strong>de</strong> mata. A área inundada é marcada pela presença <strong>de</strong> sítios e fazendas on<strong>de</strong>gran<strong>de</strong> parcela <strong>de</strong>sses estabelecimentos tem como uso <strong>do</strong> solo as pastagens.Retirada <strong>de</strong> Cobertura Vegetal na ADA. Coor<strong>de</strong>nadas UTM: 764534,021732mE /8999952,83543mN, Datum SIRGAS2000, Fuso 24SNo que se refere ao uso e a ocupação <strong>do</strong> solo na ADA po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> como uso antrópicoagrícola <strong>de</strong> pastagem <strong>de</strong> pecuária bovina extensiva para leite e corte com a presença <strong>de</strong> algunspontos <strong>de</strong> culturas alimentares para a subsistência.Fonte: Michel Saturnino Barboza, (05 abr. 2012)Fonte: Michel Saturnino Barboza, (04 abr. 2012)Habitação nas proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> eixo da barragem <strong>de</strong> Brejão na área da ADA. Coor<strong>de</strong>nadasUTM: 766323,539576mE / 8997940,48578mN, Datum SIRGAS2000, Fuso 24S23


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃONas margens <strong>do</strong> riacho Seco com usos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a pastagens foram encontra<strong>do</strong>s algumas localida<strong>de</strong>scom práticas <strong>de</strong> retirada <strong>de</strong> cobertura vegetal através <strong>de</strong> queimadas e corte da vegetação. Afigura abaixo <strong>de</strong>monstra resquícios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retirada da vegetação na área da Bacia Hidráulica<strong>do</strong> empreendimento.Por fim, po<strong>de</strong>-se caracterizar a área diretamente afetada como um território inseri<strong>do</strong> no zoneamentorural com proprieda<strong>de</strong>s rurais e pequenos sítios as margens <strong>do</strong> riacho Seco conforme aimagem abaixo. Na imagem po<strong>de</strong>-se verificar a tipologia das proprieda<strong>de</strong>s que serão diretamenteafetadas, on<strong>de</strong> poucas habitações serão atingidas pela conta <strong>de</strong> inundação da barragem. A proprieda<strong>de</strong>representada na imagem encontra-se nas proximida<strong>de</strong>s da área projetada para o eixo dabarragem <strong>de</strong> Brejão.O uso e ocupação da terra na ADA <strong>do</strong> projeto da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão são caracteriza<strong>do</strong>s pela pastagempresente em to<strong>do</strong> curso <strong>do</strong> riacho Seco nos limites da ADA e por cobertura vegetal intercaladasentre o solo <strong>do</strong> pasto, principalmente na área <strong>do</strong> eixo da barragem e áreas sem uso constantepara a pecuária e agricultura com uma vegetação mais exuberante.Economia da regiãoPara o meio socioeconômico, os municípios que formam a Área <strong>de</strong> Influência Indireta (AII) da <strong>Barragem</strong>Brejão correspon<strong>de</strong>m a Bom Conselho, Brejão, Caetés, Garanhuns, Iati, Lagoa <strong>do</strong> Ouro, Paranatama,Saloá e Terezinha, localiza<strong>do</strong>s na Microrregião <strong>de</strong> Garanhuns, inserida na Mesorregião <strong>do</strong>Agreste Pernambucano. Os municípios escolhi<strong>do</strong>s para comporem a AII foram aqueles que tinhamalguma extensão <strong>de</strong> seu território inserida na Bacia Hidrográfica GI-1 (Grupo <strong>de</strong> Pequenos RiosInterioranos I), cujos principais cursos d’água são o Riacho Seco e o rio Mundaú e que, em caso<strong>de</strong> possuir uma área muito pequena, estivessem afasta<strong>do</strong>s da barragem a ponto da mesma nãoprovocar nenhum efeito direto. Com isto, os municípios <strong>de</strong> Quebrangulo e Palmeira <strong>do</strong>s Índios emAlagoas não foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s na AII.Por sua vez, a Área <strong>de</strong> Influência Direta (AID) correspon<strong>de</strong> a um subconjunto da AII, on<strong>de</strong> se estimaque as influências da barragem sejam maiores. A análise <strong>do</strong>s mapas <strong>de</strong> relevo, <strong>de</strong> estradas e <strong>do</strong>sistema <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s municipais <strong>do</strong> IBGE levou a que fosse <strong>de</strong>finida como AID os municípios <strong>de</strong> Brejãoe Terezinha. A Área Diretamente Afetada (ADA) foi <strong>de</strong>finida como o espaço geográfico que compreen<strong>de</strong>a cota máxima da barragem, acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> 500 metros no trecho a montanteda mesma.O quadro histórico elabora<strong>do</strong> para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> impactos socioambientais da <strong>Barragem</strong> Brejão quecontrola a vazão <strong>do</strong>s rios da Bacia Hidrográfica GI-1 po<strong>de</strong> ser resumi<strong>do</strong> na seguinte forma:• População da região com problemas <strong>de</strong> baixa escolarida<strong>de</strong> e capacitação para o trabalho, on<strong>de</strong>parcela significativa da mão-<strong>de</strong>-obra pratica a agricultura <strong>de</strong> subsistência ten<strong>do</strong> como culturasmais plantadas o feijão, mandioca e milho, conviven<strong>do</strong> com culturas comerciais como a <strong>do</strong> cafée <strong>do</strong> fumo, das quais conhece apenas parte <strong>do</strong> processo produtivo, ou da criação <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> bovino<strong>de</strong> leite. Isto dificulta ações <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> pessoas, pois esta população tem dificulda<strong>de</strong>s<strong>de</strong> adaptação em novas realida<strong>de</strong>s produtivas;• Eleva<strong>do</strong>s percentuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego nas cida<strong>de</strong>s, o que provoca problemas sociais, como oalcoolismo e a violência;24• Média concentração fundiária, resulta<strong>do</strong> da forma <strong>de</strong> ocupação da área e das ativida<strong>de</strong>s antigamentepraticadas - agricultura <strong>de</strong> subsistência (que persiste), café (em vias <strong>de</strong> extinção) ealgodão (erradica<strong>do</strong> da área), situação que é mantida até os dias <strong>de</strong> hoje;• As sucessivas crises da economia geraram uma situação on<strong>de</strong> as fazendas, empresários e agropecuaristasacumulassem dívidas junto a bancos e passivos trabalhistas. Este endividamento


gera entraves legais à transferência da posse da terra, dificultan<strong>do</strong> ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriaçãopara retirada e realocação da população nas áreas que serão inundadas;• A população envolvida, apesar <strong>de</strong> ter baixa escolarida<strong>de</strong>, possui um histórico <strong>de</strong> lutas, o potencial<strong>de</strong> politização das ações <strong>de</strong> contenção das enchentes po<strong>de</strong> leva-la à compreensão e aceitação<strong>do</strong> empreendimento o que é importante para evitar conflitos que atrasem a construçãoda barragem.Sobre os aspectos <strong>de</strong>mográficos a análise da área permite <strong>de</strong>stacar alguns pontos relevantes paraa os impactos da barragem na população, ressaltan<strong>do</strong>-se entre eles:• As taxas <strong>de</strong> crescimento populacional indicam que alguns municípios estão per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> populaçãopara os vizinhos;• A conversão <strong>do</strong>s municípios <strong>de</strong> rurais para urbanos já se completou em boa parte <strong>do</strong>s municípios,mas o processo ainda indica que haverá movimentos migratórios em direção às cida<strong>de</strong>s,com consequente pressão por aumento da infraestrutura urbana. Em sete <strong>do</strong>s nove municípiosda área a taxa <strong>de</strong> urbanização supera 2/5 da população total, <strong>do</strong>s quais três tem mais da meta<strong>de</strong>da população residin<strong>do</strong> nas cida<strong>de</strong>s;• A expectativa <strong>de</strong> vida está aumentan<strong>do</strong>, a população tem envelheci<strong>do</strong> pela diminuição da taxa<strong>de</strong> natalida<strong>de</strong>, o que reduz a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento da infraestrutura para atendimentoda primeira infância, mas aumenta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescer a oferta <strong>de</strong> infraestrutura paraatendimento <strong>de</strong> i<strong>do</strong>sos, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias medicinais, melhorias noatendimento básico a saú<strong>de</strong>.Em relação à economia <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, a AID tem apresenta<strong>do</strong> crescimento econômico bastantesuperior ao <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, talvez até pelo fato <strong>de</strong> as bases iniciais <strong>do</strong>s municípios que compõemessa área serem diminutas. Por outro la<strong>do</strong>, o crescimento ocorri<strong>do</strong> na AII mostra semelhança aoregistra<strong>do</strong> para o esta<strong>do</strong>, notan<strong>do</strong>-se que existe uma relativa heterogeneida<strong>de</strong> na economia daregião <strong>de</strong> influência da barragem.Excetuan<strong>do</strong>-se Garanhuns e Bom Conselho, a economia da AII é eminentemente rural. Essa característica<strong>de</strong>ixa as condições <strong>de</strong> vida nos municípios muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da flutuação <strong>do</strong>s preços<strong>do</strong>s produtos agrícolas, e principalmente da produção leiteira, inclusive <strong>do</strong>s seus principais <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s.A vulnerabilida<strong>de</strong> é mais acentuada no âmbito <strong>do</strong>s pequenos produtores familiares, que representamparcela substancial da população local, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua menor produtivida<strong>de</strong>, acesso maisprecário a informações estratégicas sobre as condições <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e condições menos vantajosas<strong>de</strong> comercialização tanto <strong>do</strong>s insumos utiliza<strong>do</strong>s quanto da produção gerada.Para as ativida<strong>de</strong>s da agricultura e da pecuária, o <strong>de</strong>senvolvimento e o amadurecimento em basesustentável da produção por associativismo e cooperativismo são condições fundamentais paraque os pequenos produtores se insiram <strong>de</strong> maneira mais estável e rentável no merca<strong>do</strong>, oferecen<strong>do</strong>produtos <strong>de</strong> maior valor agrega<strong>do</strong>, com mais qualida<strong>de</strong>, proporcionan<strong>do</strong>-lhes melhores condições<strong>de</strong> comercialização. A construção da <strong>Barragem</strong> Brejão po<strong>de</strong> ser uma oportunida<strong>de</strong> para sereestudar a questão associativista uma vez que o empreendimento estimulará a economia local,principalmente no que diz respeito ao fornecimento <strong>de</strong> produtos e serviços aos trabalha<strong>do</strong>res, oque representará geração <strong>de</strong> empregos não só nos serviços como em outros setores. O incrementonas ativida<strong>de</strong>s ocorrerá <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento da <strong>de</strong>manda por produtos e serviços na região e paraque a população local possa usufruir <strong>de</strong>sses benefícios é necessário que ela esteja preparada paraaten<strong>de</strong>r a essa <strong>de</strong>manda.Observa-se na AII que o seu padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ainda apresenta traços marcantes que po<strong>de</strong>mnão contribuir para sua sustentabilida<strong>de</strong>. De fato, notam-se problemas <strong>de</strong> natureza econômica,social e cultural, que configuram diversos elementos <strong>de</strong> exclusão social e que forçam a populaçãolocal a migrar, seja <strong>de</strong> forma pendular, para trabalhar nos <strong>do</strong>is maiores centros da região,pela or<strong>de</strong>m Garanhuns e Bom Conselho, ou até mesmo para a Região Metropolitana <strong>de</strong> Recife on<strong>de</strong>25


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho são infinitamente superiores. Por sua vez, <strong>de</strong>staca-se a possibilida<strong>de</strong>da migração <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res rurais e <strong>de</strong> pequenos produtores para os setores <strong>do</strong>s serviços e daindústria, este último apresentan<strong>do</strong> incremento consi<strong>de</strong>rável na indústria alimentícia, inclusive daconstrução civil, que vem se tornan<strong>do</strong> na área um gran<strong>de</strong> contratante da mão <strong>de</strong> obra local, e que<strong>de</strong>ve apresentar incremento significativo por conta da barragem a ser construída.No que se refere à estrutura fundiária, o tamanho médio <strong>do</strong>s estabelecimentos agropecuários daAII é bastante inferior ao <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, revelan<strong>do</strong> uma estrutura fundiária menos <strong>de</strong>sigual naregião. Nota-se que mais da meta<strong>de</strong> das terras das proprieda<strong>de</strong>s tanto na AII (56,1%) quanto naAID (59,9%) estão nas mãos <strong>de</strong> pequenos e médios produtores, no primeiro caso com até 10 hectarese no segun<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10 a 100 hectares.A indústria da AII está concentrada nos segmentos <strong>de</strong> alimentação e bebidas e da construção civil,que englobam mais <strong>de</strong> 4/5 <strong>do</strong> emprego industrial da área. Nota-se que Garanhuns concentra 81,5%<strong>do</strong> emprego formal industrial da região, <strong>do</strong>s quais 51,4% no segmento <strong>de</strong> alimentos e bebidas.Como <strong>de</strong>tém a maior parte <strong>do</strong> emprego industrial da área, esse município respon<strong>de</strong> por 78,0% damassa salarial da região, e somente o setor <strong>de</strong> alimentos e bebidas responsabiliza-se por praticamente3/5 <strong>de</strong>ssa massa salarial.O setor <strong>de</strong> serviços é o que apresenta a maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s três setores econômicos.Muitas das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços envolvem não apenas a oferta <strong>de</strong> bens para a comercialização,ou <strong>de</strong> serviços para atendimento das mais variadas <strong>de</strong>mandas. Boa parte <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> serviços envolveo que é chama<strong>do</strong> em economia <strong>de</strong> bens públicos, tais como educação, saú<strong>de</strong>, saneamento,segurança pública, entre outros. Como principais conclusões da análise <strong>do</strong>s diversos segmentos <strong>de</strong>serviços da AII e da AID salientam-se:• De mo<strong>do</strong> geral se observa pouca oferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> telefonia fixa (exceção para Garanhuns),com consequente baixa taxa <strong>de</strong> conexão à internet;• A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportes, com médio grau <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>, e com grau <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> regularpara ruim em to<strong>do</strong>s os requisitos, influencia <strong>de</strong> forma negativa na economia local uma vez queesse é o único meio <strong>de</strong> acesso aos municípios;• Apesar <strong>do</strong> quadro favorável da infraestrutura energética da região, a oferta <strong>de</strong>sse serviço aparentater limitações. Observam-se algumas vezes a interrupção <strong>do</strong> fornecimento <strong>de</strong> energiatanto nas se<strong>de</strong>s municipais quanto nas áreas rurais.Em relação ao Desenvolvimento Humano, os indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IDH mostram que os municípios quecompõem a AII da <strong>Barragem</strong> Brejão apresentam significativo índice <strong>de</strong> pobreza, que não se limita àrenda, incluin<strong>do</strong> diversos componentes <strong>de</strong> acesso ao serviço público. Nota-se que apesar da melhoraobservada neste perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1991 a 2000, o IDH médio <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os municípios da AII é inferior àmédia <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> nos anos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, o que revela o seu baixo índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.26Deve-se consi<strong>de</strong>rar que nos últimos <strong>de</strong>z anos o esta<strong>do</strong> vem passan<strong>do</strong> por um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,principalmente a partir <strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s da década, on<strong>de</strong> apresentou intenso crescimentoda economia. Por sua vez, a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong>s gastos <strong>de</strong> consumo <strong>do</strong> governo estaduale municipais, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização das <strong>de</strong>spesas públicas em favor das esferasestaduais e municipais, além <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>mocratização, a partir da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>sanos 80, influiu na <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong>s gastos públicos em favor <strong>de</strong> políticas governamentais, voltadaspara <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> serviços básicos da população, notadamente saú<strong>de</strong> e educação, o que impactoupositivamente na elevação da expectativa <strong>de</strong> vida da população. Assim, po<strong>de</strong>-se afirmar que a construçãoda <strong>Barragem</strong> Brejão irá contribuir <strong>de</strong> forma significativa para a melhoria <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>longevida<strong>de</strong>. Será também uma boa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria principalmente no que diz respeitoao fornecimento <strong>de</strong> produtos e serviços aos trabalha<strong>do</strong>res, o que representará geração <strong>de</strong> empregoe renda não só nos serviços como em outros setores, além <strong>do</strong>s inegáveis benefícios na infraestruturada ativida<strong>de</strong> agropecuária, outra importante fonte <strong>de</strong> renda para a região. Nesse contexto, será<strong>de</strong> suma importância para a melhoria, também, <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> renda da AII.


Sobre a saú<strong>de</strong> a maior parte <strong>do</strong>s problemas que afligem a população da AII e AID, resulta dascondições <strong>de</strong> sub<strong>de</strong>senvolvimento em que elas vivem, ou seja, além <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> pobreza das famíliasressaltam a precarieda<strong>de</strong> da infraestrutura social e urbana básica, que inclui água, esgotamentosanitário e coleta <strong>de</strong> lixo. Destacam-se ainda as <strong>de</strong>ficiências e ina<strong>de</strong>quações no sistema <strong>de</strong> atendimentoà saú<strong>de</strong>, a exemplo da insuficiência <strong>de</strong> medicamentos, equipamentos e <strong>de</strong> instrumental nasunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em relação à <strong>de</strong>manda; da infraestrutura precária e <strong>de</strong>ficiente <strong>do</strong>s hospitais;<strong>do</strong> tratamento dispensa<strong>do</strong> ao lixo hospitalar; da quantida<strong>de</strong> reduzida <strong>de</strong> leitos hospitalares; e <strong>do</strong><strong>de</strong>sconhecimento da população sobre o funcionamento <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família - PSF.Os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existentes mostram que a construção da <strong>Barragem</strong> Brejão será importantepara a melhoria <strong>de</strong>ssa dimensão. Com a melhoria das condições <strong>de</strong> infraestrutura básica e com<strong>de</strong>staque para as condições <strong>de</strong> acesso a água e saneamento que o empreendimento <strong>de</strong>verá acarretar,espera-se uma redução significativa <strong>do</strong> número total <strong>de</strong> óbitos, sobretu<strong>do</strong> aqueles liga<strong>do</strong>s a‘<strong>do</strong>enças infecciosas e parasitárias’, entre as quais se <strong>de</strong>stacam diarréias, enterites e pneumonias,e à ‘<strong>do</strong>enças endócrinas, nutricionais e metabólicas’, que atacam principalmente as crianças.É inegável que o nível educacional tem alcança<strong>do</strong> avanços significativos, em especial no que serefere à educação básica, o que compreen<strong>de</strong> a educação infantil, o ensino fundamental e o ensinomédio, com melhoras sensíveis tanto na re<strong>de</strong> particular quanto na re<strong>de</strong> pública. Porém, diferençasexpressivas na qualida<strong>de</strong> da infraestrutura física das escolas ainda persistem, mostran<strong>do</strong>-se mais<strong>de</strong>teriorada à medida que se passa <strong>do</strong> âmbito fe<strong>de</strong>ral para o estadual e ainda mais precária em nívelmunicipal. Embora se verifique nos últimos <strong>de</strong>z anos um avanço na formação <strong>de</strong> professores através<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> capacitação, essa formação não é, ainda, a i<strong>de</strong>al e não contribui significativamentepara a elevação <strong>do</strong> rendimento escolar, o que reforça a tese da baixa qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino.Os da<strong>do</strong>s analisa<strong>do</strong>s enfatizam as <strong>de</strong>ficiências no sistema educacional local, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se entreos problemas o analfabetismo geral e principalmente no grupo <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 anos e mais, apesar<strong>de</strong> ter havi<strong>do</strong> redução nesse indica<strong>do</strong>r no perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>. Nesse último caso o problema <strong>de</strong>ve serressalta<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a esse grupo representar parcela significativa <strong>de</strong> pessoas em ida<strong>de</strong> produtiva e,se não for atenua<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>rá impedir a busca <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e uma melhor colocação no merca<strong>do</strong><strong>de</strong> trabalho na AII da <strong>Barragem</strong> Brejão.É importante salientar que alguns programas, como Bolsa Escola e o Programa <strong>de</strong> Erradicação <strong>do</strong>Trabalho Infantil (PETI) têm contribuí<strong>do</strong> para a redução da evasão escolar no País, principalmentenas regiões mais carentes, o que é o caso da área analisada.Em relação ao número <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong> ensino nota-se que o nível fundamental é o queoferece maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições na AII, com as escolas municipais representan<strong>do</strong> a maiorparcela <strong>de</strong>sse total em 2006, inclusive apontan<strong>do</strong> um crescimento <strong>de</strong> 8,9% em relação ao númeroexistente em 2001. Outro fato marcante é o incremento das matrículas <strong>do</strong> ensino médio na região,que apresentou crescimento <strong>de</strong> 32,0% entre 2000 e 2010, além <strong>de</strong> registrar presença em to<strong>do</strong>s osmunicípios da AII. Por seu turno, a educação superior ainda abrange uma diminuta parcela <strong>do</strong> contingentepopulacional da AII, on<strong>de</strong> apenas 2,7% das pessoas computadas pelo Censo <strong>de</strong> 2010 têmacesso a esse nível <strong>de</strong> ensino. Para se ter idéia, a maioria das cida<strong>de</strong>s interioranas <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>não chega a apresentar um índice equivalente a 3% da população que freqüenta uma universida<strong>de</strong>,proporção praticamente <strong>de</strong>z vezes abaixo da <strong>de</strong> outros países da América Latina, como a Argentina,por exemplo, cujo percentual médio gravita em torno <strong>de</strong> 30%.No que diz respeito ao saneamento, os da<strong>do</strong>s permitem concluir que ocorreu uma melhora significativanos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> saneamento básico a partir <strong>de</strong> 1991, mas <strong>de</strong>ve-se ressaltar que em 2010 algunsmunicípios continuam apresentan<strong>do</strong> condições precárias <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> água encanadaproveniente da re<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> distribuição, <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água , <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo, <strong>de</strong> acessoà re<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> esgotamento sanitário e mesmo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento primário <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos<strong>do</strong>mésticos. Tais fatos são preocupantes, principalmente pelo fato <strong>de</strong>sses aspectos aponta<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>remaos principais vetores <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> contribuir para exacerbar os problemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na região.27


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOComo é o patrimônio cultural,histórico e arqueológico?<strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão – Patrimônio CulturalA legislação fe<strong>de</strong>ral aplicável ao patrimônio histórico-cultural protege os conjuntos urbanos, e sítios<strong>de</strong> valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.No estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Patrimônio Cultural relativo à área <strong>de</strong> implantação da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão a contextualizaçãoetno-histórica envolveu a mesorregião <strong>do</strong> Agreste Meridional Pernambucano e a microrregião<strong>de</strong> Garanhuns em <strong>Pernambuco</strong>; mais especificamente os municípios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha.No âmbito da área <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio, os estu<strong>do</strong>s envolveram além <strong>do</strong> levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s secundários(Livros, revistas, mapas, iconografia, imagens), a busca pela coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s primários, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>não interventivo, através <strong>de</strong> prospecção visual <strong>de</strong> superfície.Para a elaboração <strong>do</strong> Diagnóstico foram levanta<strong>do</strong>s os aspectos culturais <strong>do</strong>s municípios estuda<strong>do</strong>s,incluin<strong>do</strong> o levantamento <strong>do</strong> patrimônio imaterial (festas, danças, comidas típicas, lendas,artesanato), <strong>do</strong> patrimônio paisagístico, <strong>do</strong> patrimônio espeleológico (cavernas e furnas) e paleontológico,além <strong>do</strong> patrimônio material (arqueológico e histórico), relativos à AII.O plantio <strong>do</strong> café e to<strong>do</strong> o complexo que o envolve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a colheita ao beneficiamento, constituiua base <strong>do</strong> imaginário daquela população. As lembranças <strong>do</strong>s antigos cafezais on<strong>de</strong> eram realizadasfestivida<strong>de</strong>s como a da ‘acabação’ <strong>do</strong> café, pouco a pouco vem se per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> na memória da população,on<strong>de</strong> os mais jovens já se vinculam às ativida<strong>de</strong>s da pecuária que ressurge na região.No âmbito fe<strong>de</strong>ral consta na base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s da Fundação Palmares o registro <strong>de</strong> duas comunida<strong>de</strong>squilombolas no município <strong>de</strong> Brejão. A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Batinga, registrada em 08/06/2005 e aCuriquinha <strong>do</strong>s Negros, registrada em 12/07/2005. Ambas as comunida<strong>de</strong> estão cadastradas noIBGE com o código n. 2602407. No en<strong>de</strong>reço eletrônico <strong>do</strong> IPHAN não existe registro específicolocaliza<strong>do</strong> nos referi<strong>do</strong>s municípios.No âmbito fe<strong>de</strong>ral não constam bens imateriais registra<strong>do</strong>s nos municípios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha;todavia, no Inventário <strong>do</strong> Patrimônio Cultural da Fundação <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong> (FUNDARPE), em Brejão estão arrola<strong>do</strong>s os seguintes bens imateriais:Gastronomia, Beiju <strong>de</strong> macaxeira, Doces, Buchada, Galinha <strong>de</strong> capoeira com xerém, Paçoca <strong>de</strong>castanha, Fava <strong>de</strong> bolo;Artesanato, Ma<strong>de</strong>ira, Cestaria e trança<strong>do</strong>s, Colcha <strong>de</strong> retalho, Tapeçaria;Evento e festa popular, Acabação <strong>do</strong> Café, Ciclo Junino, Festa <strong>de</strong> Nossa Srª da Conceição, Festa <strong>do</strong>sSantos Reis, Aniversário da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brejão - 1 º <strong>de</strong> março.Evento Esportivo, Cavalhada, e Vaquejada são os esportes populares, contan<strong>do</strong> para sua prática,além <strong>do</strong> Parque Arandu, três outros parques <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s: Parque <strong>de</strong> Vaquejada Lopes, Parque <strong>de</strong>Vaquejada Sambaíba e Parque <strong>de</strong> Vaquejada São Luiz.As Formas <strong>de</strong> Expressão referidas pela Fundarpe abrange: Bacamarteiros, Bandas <strong>de</strong> Pífanos, Bois<strong>de</strong> carnaval, Blocos <strong>de</strong> carnaval, Capoeira, Embolada, Forró pé <strong>de</strong> serra, Repentes, Aboios, Vaquejada,Cavalhada; e entre os Saberes e Mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Fazer, os Aboia<strong>do</strong>res, Repentistas, e Violeiros.28Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o levantamento realiza<strong>do</strong> pela Fundarpe, em Terezinha se consagram comoFormas <strong>de</strong> Expressão, o Grupo indígena Fulni-Ô Thina, o Grupo indígena Fulni-Ô Anakesa, o Grupoindígena Fulni-Ô Ytew-A, o Grupo indígena Fulni-Ô Flishymanyá, o Ritual Indígena <strong>do</strong> Ouricuri, aEscola <strong>de</strong> samba Comunati.


Quanto aos Saberes e Mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Fazer estão lista<strong>do</strong>s o Beiju, o Bo<strong>de</strong> guisa<strong>do</strong>, a Buchada, o Doce <strong>de</strong>batata <strong>do</strong> umbu, o Doce <strong>de</strong> goiaba, o Doce Santa Terezinha.Entre as Celebrações Festa <strong>de</strong> Nossa Senhora da Conceição – Se<strong>de</strong>, a Festa <strong>de</strong> Nossa Senhora daConceição - Al<strong>de</strong>ia Fulni-Ô, a Festa <strong>de</strong> Nossa Senhora da Conceição - Sítio Xixiaclá, e a Festa <strong>de</strong> SãoSebastião.O Patrimônio paisagístico profuso na AII, na realida<strong>de</strong> se sobressai como paisagem valorizada.Facilmente a população consultada elenca como locais <strong>de</strong> interesse paisagístico a Trilha Ecológicana Fazenda Samambaia, a Reserva da Mata Atlântica e as Estações Ecológicas na Fazenda Lírio, aFurna <strong>do</strong> Cabiló, o Mirante Cruzeiro da Serra da Pedra, e a Bica da Fazenda Olho d’Água <strong>do</strong> Ribeiro.Mirante Serra <strong>de</strong> Pedra, Brejão-PEFonte: Acervo Arqueolog Pesquisas, 2012Fonte: Acervo Arqueolog Pesquisas, 2012Panorâmica da paisagem observada a partir <strong>do</strong> mirantePor outro la<strong>do</strong>, no cadastro <strong>do</strong> Patrimônio Cultural <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Terezinha, realiza<strong>do</strong> por MariaJosé Dantas da Silva, para a FUNDARPE, consta como patrimônio natural: Riacho das Barreiras,Lençol freático no sítio Lages, Riacho Pacheco, Cacimba <strong>do</strong> sítio Panasco, Cacimba <strong>de</strong> Antônio Alexandra<strong>de</strong> Barros, Mata ciliar <strong>do</strong> Sítio Lages e o Rio Paraíba, e a Cachoeira <strong>do</strong> Lamarão, na Serra<strong>do</strong> Lamarão.Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> Patrimônio Espeleológico, o Cadastro Nacional <strong>de</strong> Cavernas <strong>do</strong> Brasil – CNC,não registra a presença <strong>de</strong> formações cavernícolas <strong>de</strong> interesse espeleológico na área <strong>de</strong> influênciaindireta (AII) <strong>de</strong>ste empreendimento, entretanto algumas “furnas” são mencionadas pela população,formações <strong>de</strong> provável interesse arqueológico.Por outro la<strong>do</strong>, em ralação ao Patrimônio Paleontológico no agreste pernambucano têm si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>svestígios paleontológicos. No Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, apesar <strong>do</strong>s poucos estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s,foi verificada a presença <strong>de</strong> 07 or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> mamíferos fósseis Pleistocênico em <strong>Pernambuco</strong>.29


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOTais vestígios foram localiza<strong>do</strong>s em 32 municípios, sen<strong>do</strong> 16 no Sertão e 18 no Agreste. (SILVAet.al., 2006). Contu<strong>do</strong>, nos municípios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha não foram até o momento i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>sregistros <strong>de</strong> fósseis na região. A não localização <strong>de</strong> vestígios paleontológicos não correspon<strong>de</strong>à ausência <strong>do</strong>s mesmos, uma vez que, o número <strong>de</strong> pesquisas no Esta<strong>do</strong> é reduzi<strong>do</strong>. A maioria <strong>do</strong>svestígios i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s foi localizada a partir <strong>de</strong> fontes orais (acha<strong>do</strong>s fortuitos).O povoamento da região <strong>de</strong> Garanhuns, na qual está situa<strong>do</strong> o município <strong>de</strong> Brejão, iniciou-se aindana segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XVII. Naquela época, foram concedidas várias sesmarias, inclusive aBernar<strong>do</strong> Vieira <strong>de</strong> Melo. Foi um filho <strong>de</strong>ste sesmeiro, chama<strong>do</strong> Antônio Vieira <strong>de</strong> Melo que iniciou ainstalação <strong>do</strong>s primeiros sítios com cultivo agrícola e criação vacum e cavalar. Na sequência surgiramoutros estabelecimentos, inclusive a Fazenda <strong>do</strong> Garcia, núcleo inicial da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Garanhuns.Nesta fazenda estacionou Domingos Jorge Velho e suas tropas que iam em <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> Quilombo<strong>do</strong>s Palmares. A primeira menção ao nome da localida<strong>de</strong> surge precisamente numa carta enviadapelo sertanista ao governa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> em 27 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1692. Como a região fossealvo das incursões <strong>do</strong>s quilombolas palmarinos, foi precisamente o <strong>de</strong>sbaratamento daqueles núcleosinsurgentes o que permitiu uma maior fixação <strong>de</strong> populações e a efetiva ocupação da região<strong>de</strong> Garanhuns e seu entorno.As notícias mais remotas a respeito da localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brejão foram i<strong>de</strong>ntificadas pelo pesquisa<strong>do</strong>rAlfre<strong>do</strong> Leite Cavalcanti na <strong>do</strong>cumentação cartorial <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Garanhuns. Segun<strong>do</strong> Cavalcanti,em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1658, o mestre-<strong>de</strong>-campo Nicolau Aranha Pacheco, Antônio Fernan<strong>de</strong>s Aranha,Ambrósio Aranha <strong>de</strong> Farias e Cosme <strong>de</strong> Brito Cação receberam sesmaria <strong>de</strong> vinte léguas <strong>de</strong>terras em <strong>do</strong>is lotes separa<strong>do</strong>s no Panema e nos Garanhuns. As notícias a respeito <strong>do</strong> cultivo <strong>do</strong>café em <strong>Pernambuco</strong> são <strong>de</strong> finais <strong>do</strong> século XVIII. Em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 1870, no distrito <strong>de</strong> Brejãoda Santa Cruz a cultura <strong>do</strong> café já experimentava franco <strong>de</strong>senvolvimento, que se esten<strong>de</strong> até pelomenos mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> XX, quan<strong>do</strong> praticamente to<strong>do</strong> o café é erradica<strong>do</strong>, promoven<strong>do</strong> uma significativaruptura na paisagem, na economia, nos costumes e em muitos <strong>do</strong>s fazeres daquela população.Embora no âmbito fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal não constam bens históricos tomba<strong>do</strong>s nos municípios<strong>de</strong> Brejão e Terezinha, no Inventário <strong>do</strong> Patrimônio Cultural (FUNDARPE, 2005), RD AgresteMeridional, consta a Casa gran<strong>de</strong> da Fazenda Brasileiro, como bem material na categoria <strong>de</strong> edifíciorural isola<strong>do</strong>. Trata-se <strong>de</strong> antiga fazenda <strong>de</strong> café cujo proprietário chamava-se Júlio Brasileiro,e que posteriormente foi adquirida por Manoel Pais.Acervo Arqueolog Pesquisas, 2012Panorâmica da Fazenda Brasileiro, Brejão-PEFachada <strong>do</strong> Casarão da Fazenda A Brasileira30Nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> campo foram <strong>do</strong>cumentadas algumas edificações urbanas e rurais <strong>de</strong> forma a caracterizara tipologia das edificações existentes na área. Durante registro da área observou-se uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> ruinas <strong>de</strong> estruturas relacionadas às antigas fazendas <strong>de</strong> café, on<strong>de</strong> a agricultura foi substituídapor ativida<strong>de</strong>s relacionadas à pecuária. Merece <strong>de</strong>staque a Fazenda Vista Alegre, no município <strong>de</strong> Brejão,que correspon<strong>de</strong> a uma edificação histórica <strong>de</strong> tipologia única no município. A Fazenda, conhecida atualmentecomo Fazenda <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, está ocupada pelo Instituto Agronômico <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> (IPA), em Brejão.


Acervo Arqueolog Pesquisas, 2012Casarão da antiga fazenda Vista AlegreInterior da edificaçãoNo município <strong>de</strong> Terezinha, nenhum bem material foi registra<strong>do</strong>, entretanto a Fundarpe1 assinalaa Igreja Matriz <strong>de</strong> Santa Terezinha, como bem material.Na prospecção <strong>de</strong> superfície realizada na área da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão observou-se a presença <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> afloramentos rochosos. Tais afloramentos foram prospecta<strong>do</strong>s visualmente buscan<strong>do</strong>a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> sinalações rupestres porventura existentes na área, haja vista a presença<strong>do</strong>s Sítio Arqueológico - Garcia (com pintura rupestre), além <strong>do</strong>s Sítio Arqueológico - Serra <strong>do</strong>sCavalos, e <strong>do</strong> Sítio Arqueológico - Pedra <strong>do</strong> Peru, cita<strong>do</strong>s pela Fundarpe, no município <strong>de</strong> Terezinha.Na maior parte da área a ser atingida pelas águas pre<strong>do</strong>minam os pastos, ocorren<strong>do</strong> ainda áreascom vegetação arbustiva recomposta naturalmente. Neste tipo <strong>de</strong> vegetação é particularmentedifícil a observação da superfície <strong>do</strong> terreno, comprometen<strong>do</strong> substantivamente a prospecçãovisual quanto à presença ou não <strong>de</strong> remanescentes arqueológicos. Esta área correspon<strong>de</strong> ao final<strong>do</strong> trecho a ser inunda<strong>do</strong> e se enten<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a localida<strong>de</strong> Olho D’água até as margens da ro<strong>do</strong>viaPE-218 no limite da ADA.Apesar <strong>de</strong> durante a prospecção preliminar não terem si<strong>do</strong> localiza<strong>do</strong>s sítios arqueológicospré-históricos na AID e ADA da barragem <strong>de</strong> Brejão, os acha<strong>do</strong>s relata<strong>do</strong>s na AII apontam para opotencial arqueológico da área.Todavia, a prospecção <strong>de</strong> superfície realizada possibilitou a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> sete (07) ocorrênciashistóricas <strong>de</strong> interesse arqueológico. Os vestígios i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s possivelmente correspon<strong>de</strong>m aestruturas que integraram as antigas fazendas <strong>de</strong> café que existiram nos municípios <strong>de</strong> Brejão eTerezinha e que, paulatinamente foram substituídas pela ativida<strong>de</strong> pecuária.Número Categoria Município Localização PontoPE 0731 LA/UFPE OIHistóricaBrejão-PEADABJO008PE 0732 LA/UFPE OIHistóricaBrejão-PEADABJO013PE 0733 LA/UFPE OIHistóricaBrejão-PEADABJO024 e BJO025PE 0734 LA/UFPE OIHistóricaBrejão-PEADABJO053PE 0736 LA/UFPE OIHistóricaTerezinha-PEAIDBJO066PE 0737 LA/UFPE OIHistóricaTerezinha-PEADABJO073PE 0738 LA/UFPE OIHistóricaBrejão-PEAIDBJO080Tabela das ocorrências históricas <strong>de</strong> interesse arqueológico localiza<strong>do</strong>s na AID e ADA da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão duranteprospecção <strong>de</strong> superfície31


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOAs obras <strong>do</strong> empreendimento envolvem ainda riscos com relação ao patrimônio arqueológico nãomanifesto, além <strong>do</strong> natural/paisagístico. A expectativa <strong>de</strong> tais riscos converge para as ações <strong>de</strong>movimentação <strong>de</strong> terra, durante a etapa <strong>de</strong> instalação.Como é o clima da região?Relatório <strong>de</strong> Impacto Ambiental – BrejãoO Grupo <strong>de</strong> Bacias <strong>de</strong> Pequenos Rios Interiores 1 (GI1) inserida na Mesorregião <strong>do</strong> Agreste <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>,apresenta gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> espacial da precipitação pluviométrica ao longo da bacia,com valores climatológicos <strong>de</strong> precipitação total anual oscilan<strong>do</strong>, em média, entre 700 mm nossetores oeste e leste da bacia até 1500 mm no setor leste.Fonte: APAC/ITEP-OS/UMR-HidrometDistribuição espacial da climatologia da precipitação pluviométrica no Grupo <strong>de</strong> Bacias <strong>de</strong>Pequenos Rios Interiores 1 (GI1)Para o município <strong>de</strong> Brejão as variáveis meteorológicas apresentaram as seguintes características:Climatologicamente, os maiores valores mensais <strong>de</strong> precipitação, estão concentra<strong>do</strong>s entre os meses<strong>de</strong> abril a julho, sen<strong>do</strong> junho o mês mais chuvoso. O quadrimestre mais seco encontra-se noperío<strong>do</strong> entre outubro a janeiro, com <strong>de</strong>staque para o mês <strong>de</strong> outubro. Analisan<strong>do</strong> a média <strong>do</strong>s totaispluviométricos da quadra chuvosa (abril-maio-junho-julho), verificou-se que entre os anos <strong>de</strong>1963 a 2006, há uma forte tendência <strong>de</strong> redução nestes valores acumula<strong>do</strong>s entre os meses <strong>de</strong> abrila julho. De forma análoga, para o perío<strong>do</strong> mais seco (outubro-novembro-<strong>de</strong>zembro-janeiro), os valores<strong>de</strong> precipitação também apresentaram tendência <strong>de</strong> redução da precipitação, com <strong>de</strong>staquepara o aumento significativo da frequência <strong>de</strong> valores abaixo <strong>de</strong> 50 mm.32Analisan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> temperatura média <strong>do</strong> ar, verificou-se oscilação <strong>de</strong> quase 40C durante o cicloanual, com os maiores valores observa<strong>do</strong> entre os meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro a março. Por outro la<strong>do</strong>, osmeses <strong>de</strong> junho a setembro apresentam as menores temperaturas, com o menor registro observa<strong>do</strong>em agosto. Para a temperatura máxima <strong>do</strong> ar observou-se uma variação <strong>de</strong> aproximadamente 6,50Cdurante o ciclo anual, com os meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro a março como os mais quentes, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se<strong>de</strong>zembro que apresenta os valores máximos. Os menores valores <strong>de</strong> temperatura máxima ocorrementre os meses <strong>de</strong> junho a setembro. Para as temperaturas mínimas observou-se que as menorestemperaturas ocorrem no quadrimestre junho a agosto, sen<strong>do</strong> o mês <strong>de</strong> agosto, em média, on<strong>de</strong>ocorrem os menores valores <strong>de</strong> temperatura. Já o quadrimestre com os maiores valores <strong>de</strong> temperaturasmínimas é <strong>de</strong> janeiro a abril.


Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a umida<strong>de</strong> relativa <strong>do</strong> ar, climatologicamente, os meses que apresentam os maioresvalores foram observa<strong>do</strong>s no quadrimestre maio-junho-julho-agosto, com os meses <strong>de</strong> junho e julhocom os maiores registros, enquanto os mais baixos são observa<strong>do</strong>s entre os meses <strong>de</strong> novembroa <strong>de</strong>zembro.Na climatologia mensal da velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vento à 10m, observou-se que durante to<strong>do</strong> o ano a velocida<strong>de</strong>tem pouca variação. O perío<strong>do</strong> que apresenta as maiores intensida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> vento é <strong>de</strong> agostoa <strong>de</strong>zembro e os menores valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vento foram os meses entre março a maio.GeotecniaPara a <strong>de</strong>terminação das condições geotécnicas para implantação da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão foramrealizadas investigações <strong>de</strong> subsuperfície, sondagens mistas no eixo da barragem, os quais apresentaramcomo resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma forma geral um manto <strong>de</strong> solo – areia argilosa, e posterior umrocha, que se torna sã à medida que se aprofunda.Nos solos <strong>de</strong> empréstimos foram realizadas sondagens nas jazidas 01, 02, 03 e 04, Figura 1, <strong>de</strong> umaforma geral apresentaram camadas <strong>de</strong> solo classificadas entre um silte areno argiloso. Esse tipo <strong>de</strong>solo é indica<strong>do</strong> principalmente para utilização em núcleos <strong>de</strong> barragem <strong>de</strong> terra, por apresentaresalto teor <strong>de</strong> finos que conferem ao solo resistência à penetração <strong>de</strong> água, absorven<strong>do</strong>-a muito lentamente.A permeabilida<strong>de</strong> encontrada nos ensaios nas jazidas 01 e 02 apresentaram resulta<strong>do</strong>s<strong>de</strong> baixa permeabilida<strong>de</strong>. A resistência ao cisalhamento na amostra da Jazida 1 apresentou um solomedianamente compacto.A partir das visitas <strong>de</strong> campo, foi analisada a suscetibilida<strong>de</strong> a processos erosivos, sen<strong>do</strong> encontradapouca influência ao longo das margens <strong>do</strong> rio. Há ocorrência em <strong>do</strong>is pontos <strong>de</strong> erosão impulsiona<strong>do</strong>spela remoção da cobertura vegetal nas margens inician<strong>do</strong> uma leve erosão.Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s ensaios no maciço rochoso apresentaram regular a bom quanto à estanqueida<strong>de</strong>,recomenda-se mesmo assim um tratamento <strong>do</strong> maciço rochoso através <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong> cimento.Na fase <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> Projeto Executivo os estu<strong>do</strong>s geotécnicos <strong>de</strong>verão ser complementa<strong>do</strong>s.Locação da jazidas.33


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOO solo e o relevo da regiãoO relevoAo observar-se a compartimentação <strong>do</strong> relevo no entorno imediato da área <strong>do</strong> empreendimento esua relação com as formas pre<strong>do</strong>minantes, verifica-se a existência <strong>de</strong> colinas amplas e médias queapresentam perigos relaciona<strong>do</strong>s à erosão linear, da<strong>do</strong>s a ausência <strong>de</strong> cobertura vegetal e gran<strong>de</strong>sáreas <strong>de</strong>stinadas à agropecuária.A análise das informações básicas <strong>do</strong> relevo aponta para a viabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> empreendimento nessaárea sem gerar gran<strong>de</strong>s transtornos para população, além <strong>de</strong> representar uma operação rápida eeficiente diante <strong>do</strong> cenário <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> água vivencia<strong>do</strong> por gran<strong>de</strong> parte da população local.Características <strong>do</strong>s SolosA área <strong>do</strong> entorno imediato <strong>do</strong> empreendimento é caracterizada por apresentar a presença <strong>de</strong> Argissolos,Latossolos, Neossolos e Planossolos, resultan<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma relação direta com proprieda<strong>de</strong>slitoestruturais, formas básicas <strong>do</strong> relevo, clima e <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>.Os Argissolos apresentam-se <strong>de</strong> forma pouco a medianamente profun<strong>do</strong>s e relativamente bemdrena<strong>do</strong>s e estão associa<strong>do</strong>s às vertentes íngremes; os Latossolos são profun<strong>do</strong>s e bem drena<strong>do</strong>se ocorrem nos topos convexos com formas aplanaidas; os Neossolos são pouco evoluí<strong>do</strong>s, rasos amuito rasos com presença <strong>de</strong> textura arenosa, notadamente drena<strong>do</strong>s, áci<strong>do</strong>s e com uma alta saturação<strong>de</strong> bases e; os Planossolos apresentam-se medianamente profun<strong>do</strong>s e fortemente drena<strong>do</strong>s,po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer nos vales <strong>do</strong>s rios e riachos secos.Na seqüência tem-se os perfis <strong>do</strong> Latossolo Amarelo, Neossolo Regolítico:34


Perfis <strong>do</strong> Planossolo HáplicoGeologiaAs rochas presentes na Bacia Hidrográfica GI-1 são <strong>do</strong> Complexo Belém <strong>de</strong> São Francisco, Complexo Cabrobó,parte <strong>do</strong> Plúton Correntes, rochas da Suíte intrusiva leucocrática peraluminosa, Suíte intrusiva Itaporanga egranitói<strong>de</strong>s indiscrimina<strong>do</strong>s. Dessas unida<strong>de</strong>s geológicas apenas rochas <strong>do</strong> Complexo Belém <strong>do</strong> São Franciscoe da Suíte intrusiva leucocrática peraluminosa ocorrem <strong>de</strong>ntro da ADA (Área Diretamente Afetada).O grupo <strong>de</strong> rochas pertencente ao Complexo Belém <strong>de</strong> São Francisco possui uma representaçãomuito ampla, estan<strong>do</strong> presente em praticamente toda área <strong>de</strong> influência direta da <strong>Barragem</strong> (AID),na ADA esse grupo é representa<strong>do</strong> por ortognaisses e migmatitos. Enquanto que, as rochas da Suíteintrusiva leucocrática peraluminosa é representada por rocha granítica.Analisan<strong>do</strong> diretamente a ADA, percebe-se que as rochas que lá se encontram são <strong>de</strong> certa formahomogênea, varian<strong>do</strong> apenas <strong>de</strong> ortognaisse a migmatito no Complexo Belém <strong>de</strong> São Francisco eum granito sem muita alternância <strong>de</strong> fácies na Suite Intrusiva Leucocrática. As rochas <strong>do</strong> complexosão responsáveis pelo um espesso capeamento <strong>de</strong> solo residual enquanto que o granito da suíteapresenta-se com um relevo mais suave.Estruturalmente as rochas que compõem a ADA apresentam estruturas com direção principal pra NEe algumas estruturas para NW.Na área <strong>do</strong> empreendimento, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o mapa <strong>do</strong>s processos minerários, não há nenhumprocesso mineiro <strong>de</strong>ntro da ADA.Não existe estrutura geológica que impossibilite a implantação da barragem no local, visto que aADA trata se <strong>de</strong> uma área estável sem fatores geológicos que incondicione o empreendimento.E as água subterrâneas?O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> possui 86,4% <strong>do</strong> seu território representa<strong>do</strong>s por rochas <strong>do</strong> embasamentocristalino pré-cambrianas. Sua constituição geológica é formada por rochas ígneas e metamórficas,cujo fraturamento dá origem ao aquífero fissural. A Bacia Hidrográfica GI-1 está inserida nessasrochas, on<strong>de</strong> o aproveitamento das águas subterrâneas é principalmente através <strong>de</strong>sse aquífero.Sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o principal manancial disponível pela explotação <strong>de</strong> poços.35


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃODurante as etapas <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e trabalhos <strong>de</strong> campo foi constata<strong>do</strong> que o principalaquífero presente na ADA e na AID é <strong>do</strong> tipo fissural neste tipo <strong>de</strong> aquífero, a água subterrânea encontra-selimitada aos espaços fratura<strong>do</strong>s, com toda a circulação da água subterrânea ocorren<strong>do</strong>através <strong>de</strong> estruturas como geológicas como falhas, fraturas ou diáclases. Esse tipo <strong>de</strong> aquíferocaracteriza-se por sua alta heterogeneida<strong>de</strong>, anisotropia e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> apresentarreduzida capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração e armazenamento <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inexistência <strong>de</strong> espaçosvazios intergranulares, ou poros, como ocorre nas rochas sedimentares.Durante a etapa <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s foram encontra<strong>do</strong>s 61 poços cadastra<strong>do</strong>s no banco <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IPA (Instituto Agronômico <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>) e 5 poços cadastra<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> o banco <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s da APAC(Agência Pernambucana <strong>de</strong> Águas e Clima) na Bacia Hidrográfica GI-1. No entanto<strong>de</strong>ntro da ADA não havia nenhum poço cadastra<strong>do</strong>. Durante a etapa <strong>de</strong> campo foi observa<strong>do</strong> queexistem 4 poços na ADA, esses poços encontram se em má condições <strong>de</strong> manutenção e corroborama idéia <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento para o publico local através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>ssa recurso. A implantaçãoda barragem trará uma melhora consi<strong>de</strong>rável no abastecimento <strong>de</strong> água.Com base nos da<strong>do</strong>s geológicos, estruturais e hidrogeológicos somos capazes <strong>de</strong> afirmar que á áreadiretamente afetada é a<strong>de</strong>quada para o empreendimento da barragem a ser implantada na mesmaárea.O eixo barrável será implanta<strong>do</strong> sobre rochas <strong>do</strong> Complexo Belém <strong>de</strong> São Francisco em uma áreaestável on<strong>de</strong> não foi i<strong>de</strong>ntificada pela equipe <strong>de</strong> geologia e recursos hídricos subterrâneos nenhumaestrutura geológica que impossibilite tal implantação. A área a ser alagada apresenta um aquíferofissural que terá sua recarga beneficiada pelo aporte <strong>de</strong> água que estará em contato direto com asfissuras.As águas superficiaisO Riacho Seco é o principal afluente <strong>do</strong> rio Paraíba, um rio <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio da União que atravessa osesta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> e Alagoas, pertencente à Bacia GI-1 (Grupo <strong>de</strong> Bacias <strong>de</strong> Pequenos RiosInteriores 1). O Riacho Seco serve como divisa natural entre os municípios <strong>de</strong> Bom Conselho e Lagoa<strong>do</strong> Ouro, e entre Brejão e Terezinha. Sua nascente localiza-se entre os limites <strong>do</strong>s municípios<strong>de</strong> Caetés e Capoeiras, e em seu percurso até o rio Paraíba não atravessa nenhum núcleo urbano.A bacia abrange 10 municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, <strong>do</strong>s quais apenas Terezinha estátotalmente inseri<strong>do</strong> no GI-1. Os municípios <strong>de</strong> Bom Conselho, Brejão e Paranatama possuemsua se<strong>de</strong> no grupo, enquanto Caetés, Capoeiras, Garanhuns, Iati, Lagoa <strong>do</strong> Ouro e Saloá estãoparcialmente inseri<strong>do</strong>s (PERNAMBUCO, 2006).Na Bacia GI-1 existem quatro postos pluviométricos, localiza<strong>do</strong> nos municípios Lagoa Gran<strong>de</strong>,Brejão, Terezinha e Paranatama e apenas estes três últimos encontram-se inseri<strong>do</strong>s na AID(AGÊNCIA PERNAMBUCANA DE ÁGUAS E CLIMA, 2012).A região apresenta seis meses chuvosos (março, abril, maio, junho, julho e agosto) e seis mesessecos (setembro a fevereiro). O trimestre mais chuvoso correspon<strong>de</strong> ao perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maio-junhojulho,com precipitação média acumulada em torno <strong>de</strong> 388 mm.Na AID da <strong>Barragem</strong> Brejão, verifica-se que o principal uso das águas superficiais é para oabastecimento público, como também para a agropecuária com a criação <strong>de</strong> bovinos (corte eleiteiro) e avicultura. Além <strong>de</strong>sses os cultivos <strong>de</strong> café e feijão e <strong>de</strong> subsistência, assim como para<strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntação animal.36Também foram i<strong>de</strong>ntificadas ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>mésticas, tais como: pesca, lavagem <strong>de</strong> roupas, louçase banho. Verificou-se, ainda a inexistência o uso da água para navegação, turismo e geração <strong>de</strong>energia elétrica.


Para o abastecimento público na AID foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s três mananciais, <strong>do</strong>s quais são realizadascaptações <strong>de</strong> água para abastecer os municípios <strong>de</strong> Brejão, Terezinha e Paranatama, sen<strong>do</strong>to<strong>do</strong>s estes atendi<strong>do</strong>s pela COMPESA. Os municípios <strong>de</strong> Brejão e Paranatama recebem o reforçono abastecimento por meio da adução <strong>de</strong> volumes <strong>de</strong> água produzi<strong>do</strong>s por poços artesianos.(COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMENTO, 2012)Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s quatro barramentos particulares próximos a ADA, que tem como finalida<strong>de</strong> usoconsuntivo. A montante <strong>do</strong> eixo existe o barramento Riacho Seco e a jusante <strong>do</strong> eixo da barragem<strong>de</strong> Brejão encontram-se mais três barramentos: Zé Bulan<strong>de</strong>ira, Zé Dirceu e Sitio Jacaré.O Riacho Seco não recebe diretamente o lançamento <strong>do</strong>s efluentes, provavelmente por não atravessarnenhum núcleo urbano, mas recebem parcela <strong>do</strong> lançamento <strong>do</strong>s esgotos gera<strong>do</strong>s pela população<strong>do</strong>s municípios da AID (Brejão, Terezinha e Paranatama) através <strong>de</strong> seus afluentes. Outraparcela <strong>do</strong>s efluentes é lançada diretamente no solo ocorren<strong>do</strong> a infiltração e a evaporação, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>ocasionar em alguns trechos contaminação <strong>do</strong> meio.Existem onze outorgas emitidas para captação <strong>de</strong> água superficial para abastecimento público nabacia, <strong>de</strong>ntre elas, em oito, o titular da outorga é a COMPESA. Também há outorgas para captação<strong>de</strong> água superficial, abastecimento humano e animal. Os titulares <strong>de</strong> outorga <strong>de</strong> águas superficiais<strong>de</strong>stinadas à irrigação totalizam cinco, enquanto para o abastecimento industrial, existem <strong>do</strong>isno cadastro <strong>de</strong> outorga, sen<strong>do</strong> ambas indústrias alimentícias (Batavia S/A e Perdigão S/A). Aindaexistem usuários outorga<strong>do</strong>s para captação <strong>de</strong> água para outros usos, porém com prazos <strong>de</strong> vigênciareduzi<strong>do</strong>s em relação aos <strong>de</strong>mais usuários outorga<strong>do</strong>s.Como é a vegetação e as plantas da região?A Área Diretamente Afetada (ADA) da <strong>Barragem</strong> Brejão, que abrange parte <strong>do</strong>s municípios <strong>de</strong> Brejãoe Terezinha, é <strong>do</strong>minada por matriz antrópica que exerceu e continua exercen<strong>do</strong> pressões negativasna manutenção da biodiversida<strong>de</strong>, no status <strong>de</strong> conservação e no tamanho das manchasflorestais ainda existentes. A matriz principal, em extensão, é área <strong>de</strong> pastagem, seguida <strong>de</strong> agriculturafamiliar com diversos tipos <strong>de</strong> cultivo (banana, café, milho, feijão) e frutíferas exóticas(graviola, maga, jaca), combinada ora com remanescentes <strong>de</strong> vegetação <strong>de</strong> Caatinga hipoxerófitaarbustivo-arbórea <strong>de</strong>nsa ou espaçada, ora arbórea espaçada, pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> jurema-preta(Mimosa tenuiflora) ou simplesmente vegetação herbácea e ocorrência <strong>de</strong> plantas ru<strong>de</strong>rais.O sistema pre<strong>do</strong>minante da pecuária observada é <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> bovino e avícolas.Nas áreas <strong>de</strong> Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA) da <strong>Barragem</strong> Brejão ocorrembasicamente duas tipologias vegetacionais: área <strong>de</strong> transição entre Floresta Atlântica e Caatinga,com diferentes status <strong>de</strong> conservação (vegetação secundária em estágio <strong>de</strong> regeneração varian<strong>do</strong><strong>de</strong> inicial a avança<strong>do</strong>), com alto grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. É especificamente na Área Diretamente Afetada(ADA), on<strong>de</strong> o relevo é bastante aci<strong>de</strong>nta<strong>do</strong> em forma <strong>de</strong> um extenso vale, convergin<strong>do</strong> emdireção ao Riacho Seco e seus pequenos tributários. Ao longo <strong>de</strong>ste, po<strong>de</strong>-se visualizar trechoscom vegetação ripária conten<strong>do</strong> elementos <strong>de</strong> Floresta Atlântica e Caatinga; outros trechos só comelementos <strong>de</strong> Caatinga e outros ainda <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cobertura ciliar. O solo é bastante expostocom presença ou não <strong>de</strong> afloramentos rochosos.A vegetação nativa é em sua totalida<strong>de</strong> secundária, com indicações <strong>de</strong> perturbações antrópicaspresentes e passadas provenientes <strong>de</strong> corte raso da vegetação para estabelecimento das matrizesatuais e sucessivos cortes seletivos, na maioria para usos diversos da ma<strong>de</strong>ira. Nas cotas mais altasacima <strong>do</strong>s 600m, situa<strong>do</strong>s em proprieda<strong>de</strong>s particulares (AID), sem nenhuma conectivida<strong>de</strong> entreas manchas <strong>de</strong> vegetação, foi registrada a ocorrência <strong>de</strong> <strong>do</strong>is fragmentos <strong>de</strong> Floresta Atlântica,classifica<strong>do</strong>s como floresta semi<strong>de</strong>cidual; o solo argilo-humoso e a serapilheira pouco espessa. Afisionomia é arbóreo-aberta, sem estratos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, com indivíduos arbóreos varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 8-20m eo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação bastante comprometi<strong>do</strong>. Os espécimes vegetais nesta formação são pre-37


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃO<strong>do</strong>minantemente <strong>do</strong> ecossistema Atlântico. Num <strong>de</strong>stes fragmentos, a fisionomia é combinada entrevegetação nativa e exótica (proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sr. Augusto Barbosa - Coor<strong>de</strong>nadas: 766584/9000156UTM), forman<strong>do</strong> um bosque; o outro, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sr. José Caetano, na Baixa <strong>do</strong> Jatobá (Coor<strong>de</strong>nadas:767249/8998566 UTM) a vegetação pre<strong>do</strong>minante é atlântica, porém nota-se a invasão<strong>de</strong> plantas exóticas e <strong>de</strong> Caatinga começan<strong>do</strong> a invadir o mesmo.Vegetação <strong>de</strong> Caatinga hipoxerófita arbustivo-arbórea <strong>de</strong>nsa ou espaçada,ora arbórea espaçadaFragmento <strong>de</strong> Floresta Atlântica, na <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sr. José Caetano,na Baixa <strong>do</strong> Jatobá (Coor<strong>de</strong>nadas: 767249/8998566 UTMA flora da <strong>Barragem</strong> Brejão foi representada por 97 famílias e 339 espécies. Muitas das espécies sãonativas e consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> ampla distribuição na floresta Atlântica e Caatinga como: Inga edulis(Ingá caixão), Bowdichia virgillioi<strong>de</strong>s (sucupira), Byrsonima sericea (murici), Cecropia pachystachya(imbaúba), Casearia sylvestris (caiubim), Cordia taguayensis (remela-<strong>de</strong>-velho, FIGURA 03), Cupaniaimpressinervia (Camboatã), Machaerium hirtum (Chifre <strong>de</strong> bo<strong>de</strong>), Protium heptaphyllum (amescla<strong>de</strong> cheiro), Syagrus coronata (coco-catolé, licuri FIGURA 04), Mimosa tenuiflora (jurema-preta)etc., Entretanto foi observada a ocorrência <strong>de</strong> espécies exóticas cerca <strong>de</strong> 25 espécies (6,25%),sobretu<strong>do</strong>, espécies <strong>de</strong> fruteiras <strong>de</strong> valor alimentício que foram cultivadas pela comunida<strong>de</strong> local,como coqueiro (Cocus nucifera), bananeira (Musa paradisiaca), jaqueira (Artocarpus integrifolia),graviola (Annoma muricata), etc.Fonte: Marcon<strong>de</strong>s Oliveira, 2012- Arquivo: UGP-BARRAGENS∕LecobioAs espécies registradas na <strong>Barragem</strong> Brejão apresentam usos diversifica<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> o uso ma<strong>de</strong>ireirobastante frequente. Nesta categoria <strong>de</strong> uso as plantas são utilizadas para lenha, carvão, estacaspara cerca, entre outros. O uso alimentício das plantas é também eleva<strong>do</strong>, e além das fruteirasexóticas já comentadas, <strong>de</strong>staca-se o uso das fruteiras nativas como os ingás (Inga spp.) e o cajáFonte: Marcon<strong>de</strong>s Oliveira, 2012- Arquivo: UGP-BARRAGENS∕Lecobio38Cordia taguayensis (remela-<strong>de</strong>-velho)Syagrus coronata (coco-catolé, licuri)


(Spondias sp.) Também foi registrada em proporção infinitamente baixa, cerca <strong>de</strong> 16 espécies (4 %)<strong>do</strong> ecossistema Caatinga, como, por exemplo, o mandacaru (Cereus jamacaru) que é uma espécienativa da caatinga extremamente comum nesse ambiente, e foi registrada para a ADA da barragemBrejão.A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas da Área Diretamente Afetada foi <strong>de</strong> 1420 plantas por hectare e este valorestá <strong>de</strong>ntro da faixa registrada para áreas <strong>de</strong> mata atlântica. Muitas plantas que foram cortadasapresentam rebrota, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> extrativismo na área. A maioria das plantasapresentam altura entre 6 e 22 metros e tanto na área <strong>de</strong> Influência Direta quanto na Área Diretamenteafetada ocorriam alguns indivíduos <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> diâmetro.Foram <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s Myracrodruon urun<strong>de</strong>uva Allemão (aroeira-<strong>do</strong>-sertão) como espécie vulnerávela extinção <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Lista Oficial <strong>do</strong> IBAMA; o Syagrus coronata (Mart.) Beccari (coco-catolé,licuri) que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Instrução Normativa nº 147/2006 <strong>do</strong> IBAMA também passou a ser legalmenteprotegida nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> e Bahia; e, Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillet (imburana-<strong>de</strong>-cheiro) como espécie rara localmente.Embora a construção da barragem tenha uma relevância social muito gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve-se registrar quea mesma ocasionará impactos negativos para algumas espécies vegetais, porque ainda existem algunsremanescentes com vegetação nativa. Entre os impactos é possível citar: perda <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>,aumento da fragmentação e <strong>do</strong> efeito <strong>de</strong> borda. Contu<strong>do</strong>, tais impactos po<strong>de</strong>m ser mitiga<strong>do</strong>sou controla<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> medidas e programas que <strong>de</strong>verão ser realiza<strong>do</strong>s durante e ou após a implantação<strong>do</strong> empreendimento, como resgate <strong>de</strong> germoplasma, plantio <strong>de</strong> mudas nos fragmentosremanescentes, controle <strong>de</strong> plantas invasoras, programas <strong>de</strong> monitoramento da flora, etc.Quais são os animais encontra<strong>do</strong>sna área da barragem?Para conhecer a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais existentes nas áreas <strong>de</strong> influência, foi realiza<strong>do</strong> levantamentobibliográfico e idas à campo para coletar os espécimes <strong>de</strong> mamíferos, aves, peixes, “répteis”e “anfíbios”. Além <strong>de</strong> animais e plantas que vivem na água.Os mamíferosPara a Classe Mammalia, que reúne vertebra<strong>do</strong>s aquáticos, terrestres e aéreos (únicos capazes<strong>de</strong> se sustentarem no ar através <strong>do</strong> voo bati<strong>do</strong>), observou-se que as meto<strong>do</strong>logias utilizadas nopresente estu<strong>do</strong> foram suficientes para produzir um mapa visual da realida<strong>de</strong> regional no que tangea comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mamíferos terrestres e ala<strong>do</strong>s associada às áreas <strong>do</strong> empreendimento <strong>Barragem</strong>Brejão, pois se i<strong>de</strong>ntificou <strong>de</strong>ntre os municípios abrangi<strong>do</strong>s pelo grupo <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas <strong>de</strong>Pequenos Rios Interioranos I – GI-1 quais aqueles que apresentam poucos registros <strong>de</strong> mamíferosterrestres e ala<strong>do</strong>s, bem como aqueles que, ainda, representam verda<strong>de</strong>iros hiatos amostrais naregião drenada por esse grupo <strong>de</strong> bacias hidrográficas. Pois, até a presente data não dispõem <strong>de</strong>sequer um único registro formal <strong>de</strong> mamífero, seja terrestre ou ala<strong>do</strong>, os municípios <strong>de</strong> Capoeiras,Paranatama, Caetés, Lagoa <strong>do</strong> Ouro, Terezinha e Iati. Sen<strong>do</strong> apenas os municípios <strong>de</strong> Garanhuns(S=24 espécies), Saloá (S=16) e Bom Conselho (S=4), aqueles que apresentam algumas informaçõesreferentes à sua mastofauna. De mo<strong>do</strong> que, a caracterização da mastofauna ora apresenta nesseEIA, provavelmente está repróximo da real riqueza e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mamíferos que ocorre na região.Nas áreas Diretamente Afetada (ADA), <strong>de</strong> Influência Direta (AID) e <strong>de</strong> Influência Indireta (AII) <strong>do</strong>empreendimento da <strong>Barragem</strong> Brejão, a mastofauna esteve representada por 42 táxons, 38 gêneros,14 familias, 6 Or<strong>de</strong>ns, sen<strong>do</strong> 17 espécies <strong>de</strong> Chiroptera: Phyllostomidae (12 spp.), Molossidae(2 sp.), Vespertilionidae (1 sp.) e Noctilionidae (1 sp.), que representam 9,88% da riqueza <strong>de</strong>39


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOmorcegos <strong>do</strong> Brasil e 23,61% daquela indicada para <strong>Pernambuco</strong>, e 32 <strong>de</strong> mamíferos terrestres –Di<strong>de</strong>lphimorphia – Di<strong>de</strong>lphidae (3 spp.), Primates – Cebidae (1 sp.), Lagomorpha – Leporidae (1sp.), Carnivora - Canidae (1 sp.), Mustelidae (02 spp.), Mephitidae (1 sp.), Procyonidae (1 sp.),Ro<strong>de</strong>ntia – Cricetidae (14 spp.), Caviidae (2 spp.) e Echymiidae (2 spp.), os quais perfazem 4,69%da riqueza <strong>do</strong> Brasil e 21,05% da riqueza <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Dentre as espécies <strong>de</strong> mamíferos terrestres e ala<strong>do</strong>s registradas para toda a região abrangida peloempreendimento, foram i<strong>de</strong>ntificadas três espécies endêmicas (K. rupestres, W. pirrhorrhinus eC. jacchus), duas espécies <strong>de</strong>ficientes em da<strong>do</strong>s (L. longicaudis e P. lamarum) (IUCN, 2011), umaameaçada <strong>de</strong> extinção (M. ruber) (Chiarello et al., 2009) e cinco inseridas nos apêndices I (L. longicaudis),II (Cer<strong>do</strong>cyon thous, Puma yaguaroundi e Callithrix jacchus) e III (Nasua nasua) da CITES(2011). Sen<strong>do</strong> seis para a Área <strong>de</strong> Influência Indireta (K. rupestres, W. pirrhorrhinus, C. jacchus, P.lamarum, Cer<strong>do</strong>cyon thous e Callithrix jacchus), três para a Área <strong>de</strong> Influência Direta (Puma yaguaroundi,L. longicaudis, C. jacchus) e três para a Área Diretamente Afetada (Cer<strong>do</strong>cyon thous, Pumayaguaroundi, Nasua nasua).Todas as <strong>de</strong>mais apresentam ampla distribuição geográfica, ocorren<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste,em especial na Mata Atlântica, áreas <strong>de</strong> transição entre Mata Atlântica e Caatinga, áreas <strong>de</strong>Caatinga, áreas <strong>de</strong> Brejo <strong>de</strong> Altitu<strong>de</strong> e áreas urbanizadas. Destas, o morcego-fruteiro A. planirostris(Spix, 1823), <strong>de</strong>staca-se como a espécie <strong>de</strong> morcego mais comum na região Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil, aqual já foi assinalada para 92 localida<strong>de</strong>s distribuídas entre os nove esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssa macrorregião,<strong>de</strong>ntre as quais 18 são em <strong>Pernambuco</strong>.Quanto ao uso pelas comunida<strong>de</strong>s circunvizinhas, <strong>de</strong>staca-se o tatu-peba (Eufractus sexcinctus)como aquele mamífero mais aprecia<strong>do</strong> na alimentação e alvo das caçadas, que ainda persistem naregião, e são realizadas por mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> outras localida<strong>de</strong>s. As sessões <strong>de</strong> caça <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> comrelatos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res locais acontecem, geralmente, à noite, já que os caça<strong>do</strong>res visam evitar oconfronto direto com os aqueles mora<strong>do</strong>res que não permitem tal ativida<strong>de</strong> no perímetro das suasproprieda<strong>de</strong>s.Outros tipos <strong>de</strong> interações entre as comunida<strong>de</strong>s humanas e mastofauna local como o prejuízo asplantações e aos animais <strong>de</strong> criação por eventos <strong>de</strong> herbivoria e predação, <strong>de</strong>correntes da invasão<strong>de</strong> roça<strong>do</strong>s, plantações <strong>de</strong> feijão por coelhos-<strong>do</strong>-mato (Sylvilagus brasiliensis) na ADA, e a predação<strong>de</strong> raposa (Cer<strong>do</strong>cyon thous) e gambá <strong>de</strong> orelhas brancas (Di<strong>de</strong>lphis albiventris) sobre os filhotes <strong>de</strong>aves <strong>do</strong>mésticas (galinhas – Galus <strong>do</strong>mesticus) foram também observa<strong>do</strong>s na ADA e AID. A <strong>do</strong>mesticação<strong>de</strong> mamíferos silvestres não foi registrada na área.No geral, observa-se que apesar da riqueza expressiva <strong>de</strong> mamíferos registrada in situ e, <strong>do</strong> fato <strong>de</strong>algumas espécies estarem arroladas nas listagens <strong>do</strong> IBAMA (2009), IUCN (2011) e CITES (2011),tal situação não representa obstáculo à implementação da obra planejada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja operacionalmenteefetuada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> critérios e ações que possibilitem a conservação das populaçõeslocais e circunvizinhas, bem como o menor nível possível <strong>de</strong> estresse aos animais. E, haja medidas<strong>de</strong> resgate e translocação <strong>de</strong>sses mamíferos das áreas alagáveis para ambientes a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s a sobrevivênciadas espécies, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as exigências ambientais <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las e a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> suporte ecológico daquelas áreas, avaliadas em estu<strong>do</strong>s prévios, para on<strong>de</strong> os espécimes serão<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s.40Quanto aos morcegos associa<strong>do</strong>s ás áreas estudadas, estes po<strong>de</strong>m ser compeli<strong>do</strong>s a buscar outraspotenciais fontes <strong>de</strong> alimento e abrigo na região, uma vez que estes apresentam um gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<strong>de</strong> vagilida<strong>de</strong> e dispersão através <strong>do</strong> voo. Sen<strong>do</strong>, portanto, ações <strong>de</strong> monitoramento, com enfoquenos hematófagos, uma vez houve relatos <strong>de</strong> ataques <strong>de</strong>sses morcegos, D. rotundus e D. ecaudata,as aves, bovinos e equinos, para se ter uma noção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> impacto que a instalação <strong>de</strong>sseempreendimento terá sobre essas populações, as quais po<strong>de</strong>m potencialmente contribuir para aocorrência <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> agressões a animais <strong>de</strong> criação, <strong>do</strong>mésticos e, eventualmente,seres humanos, em outras áreas.


No que se refere aos impactos negativos para a mastofauna, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à reduzidaárea florestal presente na localida<strong>de</strong>, a abundância <strong>de</strong> mamíferos na ADA e AID, concentra-se emespécies capazes <strong>de</strong> usar a matriz e/ou que estão associadas a corpos d’água. A inundação eliminarálocais <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável área <strong>de</strong> uso, locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, pernoite e forrageio, bem com algunsespécimes. Além disso, algumas espécies po<strong>de</strong>m migrar para áreas circunvizinhas, alteran<strong>do</strong> ascomunida<strong>de</strong>s locais e aumentan<strong>do</strong> o contato <strong>de</strong>sses espécimes com a população humana e po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>gerar impactos não previsíveis. E que eventuais eventos <strong>de</strong> fuga, óbito, lesões corporais, <strong>de</strong>struição<strong>de</strong> abrigos e perda <strong>de</strong> hábitat, área <strong>de</strong> uso, abrigos, locais <strong>de</strong> pernoite, <strong>de</strong>scanso e forrageio porparte <strong>do</strong>s mamíferos, bem como o encurralamento <strong>de</strong> alguns animais em pequenas ilhas formadasdurante a elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> água da barragem e/ou em possíveis resquícios <strong>de</strong> vegetação persistentesna área <strong>do</strong> empreendimento, po<strong>de</strong>m ocorrer com a implantação <strong>do</strong> empreendimento. Porémtais impactos po<strong>de</strong>m ser mitiga<strong>do</strong>s ou controla<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> medidas e programas que <strong>de</strong>verãoser realiza<strong>do</strong>s durante e após a implantação <strong>do</strong> empreendimento, como o resgate e a translocação<strong>de</strong>sses mamíferos das áreas alagáveis para ambientes a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s a sobrevivência das espécies, <strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com as exigências ambientais <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte ecológico daquelasáreas, avaliadas em estu<strong>do</strong>s prévios, para on<strong>de</strong> os espécimes serão <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s.O que foi encontra<strong>do</strong> <strong>de</strong> “anfibios” e “répteis”?Nas áreas Diretamente Afetada (ADA), <strong>de</strong> Influência Direta (AID) e <strong>de</strong> Influência Indireta (AII) <strong>do</strong>empreendimento da <strong>Barragem</strong> Brejão encontram-se basicamente três ambientes próprios para aocorrência da Herpetofauna, ou seja, representantes <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>s Anfíbios e Répteis: i.AmbientesAquáticos Lóticos com registro <strong>de</strong> Jacarés, Cága<strong>do</strong>s e Anuros; ii.Ambiente floresta<strong>do</strong> em diferentesstatus <strong>de</strong> conservação com ocorrência marcante <strong>de</strong> Anuros <strong>de</strong> serapilheira, lagartos e serpentes eiii.áreas urbanas e periurbanas com presença <strong>de</strong> cultivos familiares e pastagem, on<strong>de</strong> registramosessencialmente espécies que se alimentam <strong>de</strong> resíduos oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> suasativida<strong>de</strong>s agropastoris, a exemplo <strong>de</strong> lagartos e serpentes.A Herpetofauna da <strong>Barragem</strong> Serro Azul foi representada por 45 representantes da herpetofaunalocal referente às Áreas Diretamente Afetada (15 spp. anuros e 19 spp. répteis), <strong>de</strong> Influência Direta(17 spp. anuros e 22 spp. répteis) e Influência Indireta (15 spp. anuros e 22 spp. répteis), sen<strong>do</strong>18 Anfíbios Anuros e 27 Répteis.Os Anfíbios Anuros registra<strong>do</strong>s estão distribuí<strong>do</strong>s em nove gêneros e cinco famílias: Bufonidae (2spp.), Cycloranphidae (3 spp.), Hylidae (7 spp.), Leiuperidae (1 spp.) e Leptodactylidae (5 spp.).Os Répteis registra<strong>do</strong>s estão distribuí<strong>do</strong>s em cinco gran<strong>de</strong>s grupos, <strong>do</strong>is Testudines, <strong>do</strong>is Anfisbeni<strong>de</strong>os,oito lagartos, quatorze serpentes e um jacaré. No que se refere aos Testudines foram registra<strong>do</strong>s<strong>do</strong>is gêneros distribuí<strong>do</strong>s em duas famílias, Chelidae (1 sp.) e Kinosternidae (1 sp.); <strong>de</strong>ntreos Amfisbení<strong>de</strong>os, um gênero e uma família, Amphisbaenidae (2 sp.); em Lacertílias sete gênerose seis famílias, Gymnophitalmidae (1 sp.), Gekkonidae (1 sp.), Iguanidae (1 sp.), Leiosauridae (1sp.), Teiidae (2 spp.) e Tropiduridae (2 spp.); em Ophidia treza gêneros e cinco famílias, Boidae (2spp.), Colubridae (5 spp.), Dipsadidae (4 spp.), Elapidae (1 spp.), Viperidae (2 spp) e em Crocodylia,um gênero e uma família, Alligatoridae (1 sp.).Dentre as espécies <strong>de</strong> Anfíbios e “Répteis” registradas, todas possuem ampla distribuição, ocorren<strong>do</strong>em gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, em especial na Mata Atlântica, áreas <strong>de</strong> transição entre MataAtlântica e Caatinga, áreas <strong>de</strong> Caatinga, áreas <strong>de</strong> Brejo <strong>de</strong> Altitu<strong>de</strong> e áreas urbanizadas.O méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta ativa seja por registros visuais ou sonoros e entrevistas seja com nativos outrabalha<strong>do</strong>res mostraram-se os mais eficientes respectivamente para os anfíbios anuros e Répteis.No que se refere à conservação, nenhuma espécie se encontra na lista <strong>do</strong> IBAMA (2008) e IUCN(2010), embora <strong>de</strong>z (Dendropsophus branneri, Hypsiboas albomarginatus, Hypsiboas creptans, Hypsiboasraniceps, Phyllomedusa nor<strong>de</strong>stina, Scinax x-signatus, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus la-41


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOtrans, Leptodactylus vastus, Caiman latirostris) estejam classificadas como “pouco preocupante” naIUCN (2010). Quanto aos apêndices da CITES (2011), nenhum Anfíbio encontra-se cita<strong>do</strong> e <strong>de</strong>ntreos “Répteis” <strong>de</strong>stacam-se cinco espécies Caiman latirostris (jacaré-<strong>de</strong>-papo-amarelo) por compor oApêndice I e Tupinambis marianae (Teiú), Iguana iguana (Lagarto ver<strong>de</strong>), Boa constrictor (Jiboia) eEpicrates cenchria (Salamanta) por comporem o Apêndice II.Quanto ao uso pelas comunida<strong>de</strong>s circunvizinhas, <strong>de</strong>stacam-se uma espécie <strong>de</strong> anfíbios anuros(Leptodactulus vastos) e quatro <strong>de</strong> Répteis (Phrynops geoffroanus, Tupinambis merianae, Iguanaiguana, Caiman latirostris) que são expressivamente utilizadas como fonte <strong>de</strong> alimentação e consequentementesão alvos <strong>de</strong> caça, ressaltan<strong>do</strong> a coleta <strong>de</strong> ovos <strong>do</strong> cága<strong>do</strong> Phrynops geoffroanus e <strong>do</strong>jacaré Caiman latirostris também para consumo humano.Destaca-se que embora tenhamos registra<strong>do</strong> uma riqueza expressiva, as populações existentes são<strong>de</strong> ampla distribuição geográfica e abundantes em to<strong>do</strong> território nacional, não representan<strong>do</strong>obstáculo a implementação da obra almejada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja operacionalmente efetuada <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> critérios que possibilitem a conservação das populações circunvizinhas.No que se refere aos impactos negativos para a herpetofauna, pela inexistência <strong>de</strong> áreas florestadas na ADApara serem <strong>de</strong>smatadas, é possível reconhecer apenas uma gran<strong>de</strong> causa <strong>de</strong> impactos: i. O acúmulo da água dabarragem, pois algumas populações e comunida<strong>de</strong>s terão seus hábitos <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s ou altera<strong>do</strong>s. Tais impactospo<strong>de</strong>m ser mitiga<strong>do</strong>s ou controla<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> medidas e programas que <strong>de</strong>verão ser realiza<strong>do</strong>s durante eapós a implantação <strong>do</strong> empreendimento, como transposição da fauna e recursos associa<strong>do</strong>s para áreas reconhecidamentecom suporte biológico e monitoramento constante das espécies, para que possamos constatarse tais alterações ocasionaram impossibilida<strong>de</strong>s reprodutivas, ou qualquer outro fator que impossibilite a manutençãoda estabilida<strong>de</strong> populacional das espécies constituintes das comunida<strong>de</strong>s circunvizinhas.Rhinella jimi (Stevaux, 2002)Fotografia: Paulo Silva, 2011Leptodactylus latrans (Steffen, 1815)Fotografia: Paulo Henrique, 2011Fotografia: Paulo Henrique, 2011Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824)42Scinax x-signatus (Spix, 1824) Leptodactylus latrans (Steffen, 1815)


Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) Kinosternon scorpioi<strong>de</strong>s (Linnaeus, 1766)Iguana iguana (Linnaeus, 1758)Fotografia: Barros-Filho, 2011Fotografia: Geral<strong>do</strong> Moura, 2011Fotografia: Geral<strong>do</strong> Moura, 2011Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839)Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825)Fotografia: Barros-Filho, 2011 Fotografia: Elizar<strong>do</strong> Lisboa, 2011 Fotografia: Lira-Filho, 2003 Fotografia: Geral<strong>do</strong> Moura, 2011Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758)Boa constrictor (Linnaeus, 1758)43


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOFotografias <strong>do</strong>sanimais mais frequentesQuais aves foram encontradas?Entre as diversas unida<strong>de</strong>s biogeográficas que compõem a floresta atlântica, <strong>de</strong>stacam-se as que selocalizam ao norte <strong>do</strong> rio São Francisco, abrangen<strong>do</strong> os esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Alagoas, <strong>Pernambuco</strong>, Paraíba,Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte e com encraves no Ceará e Piauí. Dentre esses ecossistemas, parte da florestaAtlântica é composta pelos brejos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>; ilhas <strong>de</strong> floresta úmida estabelecidas na regiãosemi-árida e cercadas por vegetação <strong>de</strong> caatinga e cuja precipitação média anual varia <strong>de</strong> 240 – 900mm e está associada à ocorrência <strong>de</strong> planaltos e chapadas entre 500 – 1100 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, estan<strong>do</strong>o município <strong>de</strong> Brejão inseri<strong>do</strong> num brejo <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Essas áreas são importantes por abrigaremespécies importantes <strong>de</strong> aves servin<strong>do</strong> como áreas <strong>de</strong> escape para as espécies que ora utilizam acaatinga nos perío<strong>do</strong>s em que ainda há alimento disponível. Para a amostragem da avifauna foramconfeccionadas listas <strong>de</strong> MacKinnon, on<strong>de</strong> foram aplicadas listas <strong>de</strong> 10 espécies por lista, on<strong>de</strong>cada lista correspon<strong>de</strong> a uma unida<strong>de</strong> amostral, bem como observações não sistemáticas. Foramacrescidas informações <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s secundários, em literatura, para as áreas <strong>de</strong> influência indireta.Obteve-se como resulta<strong>do</strong>s o registro <strong>de</strong> 109 espécies <strong>de</strong> aves, distribuídas em 40 famílias. Dototal <strong>de</strong> espécies observadas, 34 espécies (31%) pertencem a táxons <strong>de</strong> não passeriformes e 75(69%), <strong>de</strong> Passeriformes. Entre os não-passeriformes <strong>de</strong>stacam-se Tinamidae, Ar<strong>de</strong>idae, Cathartidae,Rallidae e Columbidae com apenas três espécies para cada família. Quanto aos Passeriformes,Tyrannidae foi à família mais representativa seguida por Thraupidae e Emberizidae. Verifica-se quea riqueza estimada (n = 102) correspon<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20% da avifauna encontrada para a FlorestaAtlântica e se compararmos com a avifauna <strong>do</strong>s brejos esse percentual sobe para aproximadamente43,5% <strong>do</strong> total registra<strong>do</strong> para esse ecossistema. A riqueza estimada é semelhante à observadapara outras áreas <strong>de</strong> floresta na mata pernambucana e o Bioma Caatinga cujos brejos estão inseri<strong>do</strong>s.A avifauna por apresentar uma facilida<strong>de</strong> em seus <strong>de</strong>slocamentos (voo), vem facilitar asua distribuição nas áreas <strong>do</strong> empreendimento. Sugere-se um programa <strong>de</strong> monitoramento paraverificar se realmente as aves que frequentam a área diretamente afetada irá se <strong>de</strong>slocar para asregiões mais altas, bem como, as áreas <strong>de</strong> pequenos fragmentos e barreiros localiza<strong>do</strong>s na região<strong>do</strong> entorno da barragem.Fotos: Wallace Rodrigues Telino JúniorNemosia pileata (Boddaert, 1783) Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835)44Quais foram os animais e plantas encontra<strong>do</strong>s nas águas?ZooplânctonZooplâncton é um termo genérico para um grupo <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> diferentes categorias sistemáticas,ten<strong>do</strong> como característica comum à coluna d’água como seu habitat principal. Apresentam-se<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as formas unicelulares até <strong>de</strong> pequenos vertebra<strong>do</strong>s, como larvas <strong>de</strong> peixes, geralmente <strong>de</strong>tamanho microscópico (ESTEVES, 2011).


A composição faunística da comunida<strong>de</strong> zooplanctônica esteve representada por <strong>do</strong>is filos Protozoae Rotifera e um subfilo Crustacea (Copepoda e Cla<strong>do</strong>cera), com total <strong>de</strong> nove táxons. A faunaobservada é típica <strong>de</strong> outros ambientes límnicos <strong>do</strong> Brasil (MELO JÚNIOR et al. 2007). A presença<strong>de</strong> Harpacticoida e <strong>do</strong> Gênero Arcella, indica que a área <strong>de</strong> coleta apresenta baixa profundida<strong>de</strong> ealta turbulência, pois tais grupos habita o fun<strong>do</strong> (bentos). A ocorrência <strong>de</strong> Cladócera frequentementeé relacionada com boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água.Macroinvertebra<strong>do</strong>s bentônicosOs Macroinvertebra<strong>do</strong>s bentônicos são o conjunto <strong>de</strong> animais que habitam o fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> ecossistemasaquáticos, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer enterra<strong>do</strong>s ou sobre o substrato, fixos ou móveis. Constituem umgrupo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância nos corpos d’água continentais, pois tem um papel fundamental nateia alimentar, participan<strong>do</strong> como elo entre os recursos basais (<strong>de</strong>tritos e algas) e os peixes, além<strong>de</strong> apresentarem grupos <strong>de</strong> importância econômica, tais como camarões. São <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s pelosinsetos aquáticos além <strong>de</strong> moluscos (caramujos), anelí<strong>de</strong>os (minhocas) e crustáceos (camarão)(ESTEVES, 2011).A composição faunística da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> macroinvertebra<strong>do</strong>s bentônicos esteve representadapor <strong>do</strong>is filos Mollusca e Arthropoda e um subfilo Crustacea, com total <strong>de</strong> vinte táxons. No geral adistribuição <strong>do</strong>s organismos na ADA e AID foram homogêneas para os locais amostra<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> foipossível observar a presença <strong>de</strong> organismos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambientes não poluí<strong>do</strong>s.Vale salientar a ocorrência <strong>do</strong> molusco exótico Melanoi<strong>de</strong>s tuberculatus que po<strong>de</strong> atuar tambémcomo hospe<strong>de</strong>iro intermediário <strong>do</strong> Paragonimus westermani e <strong>do</strong> Clonorchis sinensis, ou seja,vetores <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> veiculação hídrica, como a Clonorquíase e Paragonomiase.PeixesFonte: Anthony Epifânio, 2012Fonte: Jana Ribeiro, 2012Varredura realizada com re<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrasto em trechos estreitos <strong>do</strong>riacho. Brejão – PELance <strong>de</strong> tarrafa em locais com pouca profundida<strong>de</strong>, livre <strong>de</strong> pedrase troncos. Brejão – PEEm virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s potenciais impactos e alterações que as comunida<strong>de</strong>s ictíicas irão sofrer com o barramento<strong>do</strong> Riacho Seco, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao alagamento <strong>de</strong> áreas naturais e na interrupção <strong>do</strong> ciclo reprodutivo,faz-se necessário um estu<strong>do</strong> da ictiofauna local para que possam ser estabelecidas medidas<strong>de</strong> mitigação e compensação.O trabalho foi realiza<strong>do</strong> em três etapas: levantamento bibliográfico, levantamento indireto, através<strong>de</strong> entrevistas com a comunida<strong>de</strong> ribeirinha e levantamento direto através das coletas em campo,em duas campanhas.Nesta pesquisa foram i<strong>de</strong>ntificadas 21 espécies, as quais estão inseridas em 5 or<strong>de</strong>ns e 11 famílias,incluin<strong>do</strong> as relatadas nas entrevistas e as capturadas na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.De acor<strong>do</strong> com as entrevistas, os peixes captura<strong>do</strong>s pelos pesca<strong>do</strong>res são: Cará Zé Bu, Traíra, Piaba,Jundiá, Curimatã, Tilápia, Caboje, Tambaqui, Tucunaré, Cará Preto, Chupa pedra, Candunga, Piau,Cará Peba, Carpa e Cari (referin<strong>do</strong>-se ao cascu<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>).45


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃONas coletas foram capturadas 13 espécies, <strong>de</strong>stas as que tiveram maior representativida<strong>de</strong> foram:Serrapinnus piaba (Piaba), Poecilia vivípara (Guaru), Geophagus cf. brasiliensis (Carito) e Astyanaxgr. bimaculatus (Piaba).Astyanax gr. bimaculatus, Poecilia vivípara, Geophagus cf. brasiliensis e Hoplias malabaricus sãoconsi<strong>de</strong>radas espécies tolerantes.Carito (Geophagus cf. brasiliensis) além <strong>de</strong> ser uma das espécies mais abundantes, é consi<strong>de</strong>radatolerante às condições ambientaisEspécies raras:Durante o levantamento a única espécie consi<strong>de</strong>rada rara foi o Acari (Hypostomus sp.), encontra<strong>do</strong>somente à jusante <strong>do</strong> empreendimento.Espécies endêmicas:Neste estu<strong>do</strong> foram constatadas espécies com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação quanto ao menor níveltaxonômico possível, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a vários táxons estarem passan<strong>do</strong> por processos <strong>de</strong> revisão. Possivelmente,algumas <strong>de</strong>stas espécies po<strong>de</strong>m ser endêmicas da bacia.Espécies Ameaçadas:Entre as espécies levantadas durante o estu<strong>do</strong>, nenhuma se encontra incluída nas listas da IUCN(International Union for Conservation of Nature), <strong>do</strong> IBAMA (Instituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambientee <strong>do</strong>s Recursos Naturais Renováveis) e <strong>do</strong> CITES (Conventional International Tra<strong>de</strong> Endangered Speciesof Wild Fauna and Flora).Fonte: Jana Ribeiro, 2012 Fonte: Jana Ribeiro, 201246Piaba (Astyanax gr. bimaculatus), espécie consi<strong>de</strong>rada reofílica pelos pesca<strong>do</strong>res da região


Espécies Migratórias:A Curimatã e algumas piaba são consi<strong>de</strong>radas espécies reofílicas, ou seja, realizam migração reprodutiva(piracema).Espécies invasoras:Destes, o Tambaqui, Pacu, Tucunaré, Tilápia e Carpa são consi<strong>de</strong>radas espécies exóticas, que normalmentefogem <strong>do</strong>s açu<strong>de</strong>s, quan<strong>do</strong> os mesmos transbordam em épocas <strong>de</strong> chuva.Espécies <strong>de</strong> relevância ecológica:Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que as espécies mais abundantes <strong>de</strong>sempenham um papel importante, no entanto,todas apresentam valores ecológicos semelhantes.Espécies <strong>de</strong> relevância econômica:A tilápia, a Carpa, o Tambaqui e o Tucunaré são peixes bastante comercializadas no Nor<strong>de</strong>ste. Além<strong>de</strong>ssas espécies, o Guaru (Poecilia vivipara) e cascudinhos (Paratocinclus) também possuem valoreconômico através da aquariofilia.Fonte: Jana Ribeiro, 2012Espécies (Poecilia vivípara e Parotocinclus sp., respectivamente) <strong>de</strong> valor econômico, comercializadas na aquariofiliaPlantas aquáticasO fitoplâncton é uma comunida<strong>de</strong> vegetal microscópica, que vive na coluna d’água. Responsávelpela produtivida<strong>de</strong> primária é capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r com boa constância a uma série <strong>de</strong> modificaçõesno meio aquático, sen<strong>do</strong> importante como base para avaliação da qualida<strong>de</strong> da água. Acomposição florística está representada por 29 táxons infragenéricos pertencentes ao grupo dasdiatomáceas, carófitas, clorofíceas, cianobactérias e euglenofíceas. O grupo <strong>de</strong> maior ocorrênciafoi das diatomáceas, com o gênero Pleurosigma sp. (Figura 01) apresentan<strong>do</strong> maior frequência <strong>de</strong>ocorrência. O grupo menos representativo foi das euglenoficeaes, on<strong>de</strong> a baixa ocorrência <strong>de</strong> espécies<strong>do</strong> gênero Phacus sp., bioindica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental por viverem em locais ricos empartículas e compostos orgânicos, sugere no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, que o ambiente em questão possuibaixa concentração <strong>de</strong> matéria orgânica. Na AID, a jusante <strong>do</strong> barramento da futura barragemfoi registrada a maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> táxons infragenéricos. Apesar da ocorrência <strong>de</strong> espécies nasamostras qualitativas, ressaltan<strong>do</strong> especialmente os gêneros <strong>de</strong> cianobactérias potencialmenteprodutores <strong>de</strong> cianotoxinas, como as Dolichospermun sp. e Oscillatoria sp. nenhuma <strong>de</strong>las ocorreramna amostragem quantitativa, caracterizan<strong>do</strong> a área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> com uma água <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> satisfatória.Porém a construção <strong>do</strong> empreendimento, e modificação da condição <strong>do</strong> rio <strong>de</strong> ambientelótico para lêntico, po<strong>de</strong>rá viabilizar o crescimento exagera<strong>do</strong> <strong>de</strong> cianobactérias.Principal comunida<strong>de</strong> produtora <strong>de</strong> biomassa, as Macrófitas Aquáticas são comunida<strong>de</strong>s extremamenteimportantes porque, juntamente com o Fitoplâncton são base da ca<strong>de</strong>ia trófica, importantíssimaspara o funcionamento <strong>do</strong>s ecossistemas no qual se encontram. Na Área DiretamenteAfetada (ADA) e na Área <strong>de</strong> Influência Direta (AID) <strong>do</strong> Riacho Seco este grupo vegetal esteve bemrepresenta<strong>do</strong> on<strong>de</strong>, se registrou 28 espécies distribuídas em 16 famílias. O Riacho Seco apresen-47


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOtou espécies com variadas formas <strong>de</strong> vida possivelmente pela existência <strong>de</strong> várias áreas alagadasexistentes no local <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, inclusive se encontram amplamente distribuídas em to<strong>do</strong> territóriobrasileiro exemplifican<strong>do</strong> espécies como Commelina erecta; Eichhornia paniculata; Hydrocleys nymphoi<strong>de</strong>s;Nymphaea prolifera (Figura 02) e Typha <strong>do</strong>mingensis. Algumas espécies <strong>de</strong> MacrófitasAquáticas são usadas como bioindica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ambiente poluí<strong>do</strong> e, neste estu<strong>do</strong>, as espécies Eichhorniacrassipes, Pistia stratiotes e Salvinia auriculata estiveram presentes tanto na ADA quanto na AIDvin<strong>do</strong> a afetar negativamente a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> ambiente visto que apresentam crescimento rápi<strong>do</strong> com apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obstrução <strong>de</strong> canais e locais para captação <strong>de</strong> água, acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos ocasionan<strong>do</strong>problemas aos seus diversos usos, já que precisam ser removidas.Aspecto geral da Pleurosigma sp. com maior ocorrência no riacho Seco, no perío<strong>do</strong><strong>de</strong> 06 a 09 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012A importância <strong>de</strong> se estudar comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Macrófitas Aquáticas <strong>de</strong>monstra-se pelo fato <strong>de</strong> osambientes naturais ou modifica<strong>do</strong>s pelo homem (barragens, reservatórios e açu<strong>de</strong>s) necessitarem<strong>de</strong> monitormanento, <strong>de</strong>sta forma estes estu<strong>do</strong>s teriam como objetivo <strong>de</strong>senvolver méto<strong>do</strong>s eficazes<strong>de</strong> manejo, para os diversos usos <strong>do</strong> ecossistema não seja comprometi<strong>do</strong>.48Hydrocleys nymphoi<strong>de</strong>s (A) e Nymphaea prolifera (B) espécies encontradas na Área Diretamente Afetada na futura barragem <strong>de</strong> Brejão(Fonte: Cacilda Rocha, março <strong>de</strong> 2012


Áreas alagadas repletas <strong>de</strong> Macrófitas Aquáticas. (A) e (B) Estação à Jusante <strong>do</strong> futuro empreendimento. Área Diretamente Afetada (C)(Fonte: Cacilda Rocha, março <strong>de</strong> 2012ZooplânctonZooplâncton é um termo genérico para um grupo <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> diferentes categorias sistemáticas,ten<strong>do</strong> como característica comum à coluna d’água como seu habitat principal. Apresentam-se<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as formas unicelulares até <strong>de</strong> pequenos vertebra<strong>do</strong>s, como larvas <strong>de</strong> peixes, geralmente <strong>de</strong>tamanho microscópico (ESTEVES, 2011).A composição faunística da comunida<strong>de</strong> zooplanctônica esteve representada por <strong>do</strong>is filos Protozoae Rotifera e um subfilo Crustacea (Copepoda e Cla<strong>do</strong>cera), com total <strong>de</strong> nove táxons. A fauna observadaé típica <strong>de</strong> outros ambientes límnicos <strong>do</strong> Brasil (MELO JÚNIOR et al. 2007). A presença <strong>de</strong>Harpacticoida e <strong>do</strong> Gênero Arcella, indica que a área <strong>de</strong> coleta apresenta baixa profundida<strong>de</strong> e altaturbulência, pois tais grupos habita o fun<strong>do</strong> (bentos). A ocorrência <strong>de</strong> Cladócera frequentemente érelacionada com boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água.Macroinvertebra<strong>do</strong>s bentônicosOs Macroinvertebra<strong>do</strong>s bentônicos são o conjunto <strong>de</strong> animais que habitam o fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> ecossistemasaquáticos, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer enterra<strong>do</strong>s ou sobre o substrato, fixos ou móveis. Constituem um grupo<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância nos corpos d’água continentais, pois tem um papel fundamental na teiaalimentar, participan<strong>do</strong> como elo entre os recursos basais (<strong>de</strong>tritos e algas) e os peixes, além <strong>de</strong>apresentarem grupos <strong>de</strong> importância econômica, tais como camarões. São <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s pelos insetosaquáticos além <strong>de</strong> moluscos (caramujos), anelí<strong>de</strong>os (minhocas) e crustáceos (camarão) (ESTEVES,2011).A composição faunística da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> macroinvertebra<strong>do</strong>s bentônicos esteve representadapor <strong>do</strong>is filos Mollusca e Arthropoda e um subfilo Crustacea, com total <strong>de</strong> vinte táxons. No geral adistribuição <strong>do</strong>s organismos na ADA e AID foram homogêneas para os locais amostra<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> foipossível observar a presença <strong>de</strong> organismos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambientes não poluí<strong>do</strong>s.49


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOVale salientar a ocorrência <strong>do</strong> molusco exótico Melanoi<strong>de</strong>s tuberculatus que po<strong>de</strong> atuar tambémcomo hospe<strong>de</strong>iro intermediário <strong>do</strong> Paragonimus westermani e <strong>do</strong> Clonorchis sinensis, ou seja,vetores <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> veiculação hídrica, como a Clonorquíase e Paragonomiase.Entre as espécies observadas no estu<strong>do</strong>, nenhuma se encontra incluída nas listas da IUCN (InternationalUnion for Conservation of Nature), <strong>do</strong> IBAMA (Instituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambiente e <strong>do</strong>sRecursos Naturais Renováveis) e <strong>do</strong> CITES (Conventional International Tra<strong>de</strong> Endangered Species ofWild Fauna and Flora).IctiofaunaEm virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s potenciais impactos e alterações que as comunida<strong>de</strong>s ictícas irão sofrer com o barramento<strong>do</strong> Riacho Seco, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao alagamento <strong>de</strong> áreas naturais e na interrupção <strong>do</strong> ciclo reprodutivo,fez-se necessário um estu<strong>do</strong> da ictiofauna local para que pu<strong>de</strong>ssem ser estabelecidas medidas<strong>de</strong> mitigação e compensação.O trabalho foi realiza<strong>do</strong> em três etapas: levantamento bibliográfico, levantamento indireto, através<strong>de</strong> entrevistas com a comunida<strong>de</strong> ribeirinha e levantamento direto através das coletas em campo,em duas campanhas.Nesta pesquisa foram i<strong>de</strong>ntificadas 21 espécies, as quais estão inseridas em 5 or<strong>de</strong>ns e 11 famílias,incluin<strong>do</strong> as relatadas nas entrevistas e as capturadas na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.De acor<strong>do</strong> com as entrevistas, os peixes captura<strong>do</strong>s pelos pesca<strong>do</strong>res são: Cará Zé Bu, Traíra, Piaba,Jundiá, Curimatã, Tilápia, Caboje, Tambaqui, Tucunaré, Cará Preto, Chupa pedra, Candunga, Piau,Cará Peba, Carpa e Cari (referin<strong>do</strong>-se ao cascu<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>).Nas coletas foram capturadas 13 espécies, <strong>de</strong>stas as que tiveram maior representativida<strong>de</strong> foram:Serrapinnus piaba (Piaba), Poecilia vivípara (Guaru), Geophagus cf. brasiliensis (Carito) e Astyanaxgr. bimaculatus (Piaba). Astyanax gr. bimaculatus, Poecilia vivípara, Geophagus cf. brasiliensis eHoplias malabaricus são consi<strong>de</strong>radas espécies tolerantes.Espécies rarasDurante o levantamento a única espécie consi<strong>de</strong>rada rara foi o Acari (Hypostomus sp.), encontra<strong>do</strong>somente à jusante <strong>do</strong> empreendimento.Espécies endêmicasNeste estu<strong>do</strong> foram constatadas espécies com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação quanto ao menor níveltaxonômico possível, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a vários táxons estarem passan<strong>do</strong> por processos <strong>de</strong> revisão. Possivelmente,algumas <strong>de</strong>stas espécies po<strong>de</strong>m ser endêmicas da bacia.50Espécies AmeaçadasEntre as espécies levantadas durante o estu<strong>do</strong>, nenhuma se encontra incluída nas listas da IUCN(International Union for Conservation of Nature), <strong>do</strong> IBAMA (Instituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambientee <strong>do</strong>s Recursos Naturais Renováveis) e <strong>do</strong> CITES (Conventional International Tra<strong>de</strong> Endangered Speciesof Wild Fauna and Flora).


Espécies MigratóriasA Curimatã e algumas piaba são consi<strong>de</strong>radas espécies reofílicas, ou seja, realizam migração reprodutiva(piracema).Espécies invasorasDestes, o Tambaqui, Pacu, Tucunaré, Tilápia e Carpa são consi<strong>de</strong>radas espécies exóticas, que normalmentefogem <strong>do</strong>s açu<strong>de</strong>s, quan<strong>do</strong> os mesmos transbordam em épocas <strong>de</strong> chuva.Espécies <strong>de</strong> relevância ecológicaPo<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que as espécies mais abundantes <strong>de</strong>sempenham um papel importante, no entanto,todas apresentam valores ecológicos semelhantes.Espécies <strong>de</strong> relevância econômicaA tilápia, a Carpa, o Tambaqui e o Tucunaré são peixes bastante comercializa<strong>do</strong>s no Nor<strong>de</strong>ste. Além<strong>de</strong>ssas espécies, o Guaru (Poecilia vivipara) e cascudinhos (Paratocinclus) também possuem valoreconômico através da aquariofilia.Flora AquáticaO fitoplâncton é uma comunida<strong>de</strong> vegetal microscópica, que vive na coluna d’água. Responsávelpela produtivida<strong>de</strong> primária é capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r com boa constância a uma série <strong>de</strong> modificaçõesno meio aquático, sen<strong>do</strong> importante como base para avaliação da qualida<strong>de</strong> da água. A composiçãoflorística, está representada por 29 táxons infragenéricos pertencentes ao grupo das diatomáceas,carófitas, clorofíceas, cianobactérias e euglenofíceas. O grupo <strong>de</strong> maior ocorrência foi das diatomáceas,com o gênero Pleurosigma sp. apresentan<strong>do</strong> maior frequência <strong>de</strong> ocorrência. O grupomenos representativo foi das euglenoficeaes, on<strong>de</strong> a baixa ocorrência <strong>de</strong> espécies <strong>do</strong> gênero Phacussp., bioindica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental por viverem em locais ricos em partículas e compostosorgânicos, sugere no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, que o ambiente em questão possui baixa concentração<strong>de</strong> matéria orgânica. Na AID, a jusante <strong>do</strong> barramento da futura barragem foi registrada a maiordiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> táxons infragenéricos. Apesar da ocorrência <strong>de</strong> espécies nas amostras qualitativas,ressaltan<strong>do</strong> especialmente os gêneros <strong>de</strong> cianobactérias potencialmente produtores <strong>de</strong> cianotoxinas,como as Dolichospermun sp. e Oscillatoria sp. nenhuma <strong>de</strong>las ocorreram na amostragem quantitativa,caracterizan<strong>do</strong> a área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> com uma água <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> satisfatória. Entretanto aconstrução <strong>do</strong> empreendimento, e modificação da condição <strong>do</strong> rio <strong>de</strong> ambiente lótico para lêntico,po<strong>de</strong>rá viabilizar o crescimento exagera<strong>do</strong> <strong>de</strong> cianobactérias.Principal comunida<strong>de</strong> produtora <strong>de</strong> biomassa, as Macrófitas Aquáticas são comunida<strong>de</strong>s extremamenteimportantes porque, juntamente com o Fitoplâncton são base da ca<strong>de</strong>ia trófica, importantíssimaspara o funcionamento <strong>do</strong>s ecossistemas no qual se encontram. Na Área DiretamenteAfetada (ADA) e na Área <strong>de</strong> Influência Direta (AID) <strong>do</strong> Riacho Seco este grupo vegetal esteve bemrepresenta<strong>do</strong> on<strong>de</strong>, se registrou 28 espécies distribuídas em 16 famílias. O Riacho Seco apresentouespécies com variadas formas <strong>de</strong> vida possivelmente pela existência <strong>de</strong> várias áreas alagadasexistentes no local <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, inclusive se encontram amplamente distribuídas em to<strong>do</strong> territóriobrasileiro exemplifican<strong>do</strong> espécies como Commelina erecta; Eichhornia paniculata; Hydrocleys nymphoi<strong>de</strong>s;Nymphaea prolifera e Typha <strong>do</strong>mingensis. Algumas espécies <strong>de</strong> Macrófitas Aquáticas sãousadas como bioindica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ambiente poluí<strong>do</strong> e, neste estu<strong>do</strong>, as espécies Eichhornia crassipes,Pistia stratiotes e Salvinia auriculata estiveram presentes tanto na ADA quanto na AID vin<strong>do</strong> a afetarnegativamente a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> ambiente visto que apresentam crescimento rápi<strong>do</strong> com a possibilida<strong>de</strong>51


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃO<strong>de</strong> obstrução <strong>de</strong> canais e locais para captação <strong>de</strong> água, acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos ocasionan<strong>do</strong> problemasaos seus diversos usos, já que precisam ser removidas.A importância <strong>de</strong> se estudar comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Macrófitas Aquáticas <strong>de</strong>monstra-se pelo fato <strong>de</strong> osambientes naturais ou modifica<strong>do</strong>s pelo homem (barragens, reservatórios e açu<strong>de</strong>s) necessitarem<strong>de</strong> monitormanento, <strong>de</strong>sta forma estes estu<strong>do</strong>s teriam como objetivo <strong>de</strong>senvolver méto<strong>do</strong>s eficazes<strong>de</strong> manejo, para que os diversos usos <strong>do</strong> ecossistema não seja comprometi<strong>do</strong>.Contu<strong>do</strong>, nas áreas <strong>de</strong> abrangência <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> não foram registradas espécies raras e ameaçadas<strong>de</strong> extinção para flora aquática.Mastofauna e HepetofaunaDentre as espécies <strong>de</strong> mamíferos terrestres e ala<strong>do</strong>s registradas para toda a região abrangida peloempreendimento, foram i<strong>de</strong>ntificadas três espécies endêmicas Kero<strong>do</strong>n rupestris (Wied, 1820),Wie<strong>do</strong>mys pirrhorhinus (Wied-Neuwied, 1821) e Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758), duas espécies<strong>de</strong>ficientes em da<strong>do</strong>s Lontra longicaudis (Olfers, 1818) e Phyllomys lamarum (Thomas, 1916) (IUCN,2011), uma ameaçada <strong>de</strong> extinção Myotis ruber (E. Geoffroy, 1806) (Chiarello et al., 2009); trêsraras: L. longicaudis, P. lamarum, e M. ruber; e cinco inseridas nos apêndices I (L. longicaudis),II (Cer<strong>do</strong>cyon thous (Linnaeus, 1766), Puma yagouaroundi (Lacépe<strong>de</strong>, 1809) e C. jacchus) e III(Nasua nasua (Linnaeus, 1766)) da CITES (2011). Sen<strong>do</strong> seis para a Área <strong>de</strong> Influência Indireta (K.rupestres, W. pirrhorrhinus, C. jacchus, P. lamarum, C. thous e), três para a Área <strong>de</strong> Influência Direta(P. yaguaroundi, L. longicaudis, C. jacchus) e três para a Área Diretamente Afetada (C. thous, P.yaguaroundi, N. nasua).Para a Herpetofauna foram registradas 10 espécies ameaçadas: Dendropsophus branneri (Cochran,1948); Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824); Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824); Hypsiboasraniceps Cope, 1862; Phyllomedusa nor<strong>de</strong>stina Caramaschi, 2006; Scinax x-signatus (Spix,1824); Leptodactylus fuscus (Schnei<strong>de</strong>r, 1799); Leptodactylus latrans (Steffen, 1815); Leptodactylusvastus A. Lutz, 1930; Caiman latirostris (Daudin, 1802); e quatro espécies raras: O<strong>do</strong>ntophrynuscarvalhoi Savage & Cei, 1965; Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812); Kinosternon scorpioi<strong>de</strong>s(Linnaeus, 1766) e Liophis poecilogyrus (Wied, 1825).52


PARTE IIICONHECENDO OSIMPACTOS AMBIENTAISCAUSADOS PELA OBRAE OS PROGRAMASQUE SERÃOREALIZADOS PARAMINIMIZA-LOS


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃO6. Quais serão os impactosambientais e as medidas queajudam a dimunui-los?.............................A i<strong>de</strong>ntificação e avaliação <strong>do</strong>s impactos ambientais previsíveis para a as áreas <strong>de</strong> influência da barragemBrejão foi realizada pela mesma equipe multidisciplinar que executou o diagnóstico ambientalda área. Iniciou-se com uma apresentação e discussão geral com a equipe, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os temasestuda<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> foram aborda<strong>do</strong>s os aspectos relevantes <strong>de</strong> cada estu<strong>do</strong>, os impactos previsíveissobre cada um <strong>de</strong>les e as formas <strong>de</strong> neutralizar, minimizar e corrigir os danos ambientais espera<strong>do</strong>s.Processo Meto<strong>do</strong>lógico A<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>para a Avaliação <strong>do</strong>s ImpactosGrupo <strong>de</strong> Discussão MultidisciplinarMatriz <strong>de</strong> Correlação(Meio Físico-Meio Biótico-Meio Antrópico)DESCRIÇÃO <strong>do</strong>s ImpactosAVALIAÇÃO <strong>do</strong>s ImpactosMEDIDAS <strong>de</strong> Mitigação e ControlePROPOSTAS <strong>de</strong> MonitoramentoPrognóstico AmbientalOs estu<strong>do</strong>s para a implantação da barragem Brejão i<strong>de</strong>ntificarão __ ações potencialmente gera<strong>do</strong>ras<strong>de</strong> impactos ambientais. Segue a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>sses impactos e as medidas que po<strong>de</strong>m minimizaros seus efeitos.Para melhor compreensão, essas ações foram separadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as três fases <strong>de</strong> instalaçãoda barragem:FASE DE PLANEJAMENTOÉ a fase <strong>de</strong> organização, elaboração <strong>do</strong> projeto e elaboração <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Impacto Ambiental– EIA.FASE DE INSTALAÇÃOTrata-se da fase <strong>de</strong> instalação efetiva <strong>do</strong> empreendimento, envolven<strong>do</strong> a construção <strong>de</strong> canteiro <strong>de</strong> obras,a remoção da vegetação, a construção <strong>de</strong> aterro e a movimentação <strong>de</strong> veículos, entre outros.54FASE DE OPERAÇÃOCorrespon<strong>de</strong> à fase em que as barragens vão iniciar suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> funcionamento.Para cada um <strong>do</strong>s impactos, será feita a avaliação segun<strong>do</strong> o estabeleci<strong>do</strong> na Resolução CONAMA01/86 e indica<strong>do</strong> no Termo <strong>de</strong> Referência TR GT N° 03/2012 emiti<strong>do</strong> pela Agência Estadual <strong>de</strong> Meio


Ambiente (<strong>CPRH</strong>), com alguns acréscimos. Objetivan<strong>do</strong> o entendimento o quadro abaixo <strong>de</strong>talha aClassificação <strong>do</strong>s impactos ambientais.QUALIFICAÇÃO TIPO SIGNIFICADONaturezaImportânciaMagnitu<strong>de</strong>DuraçãoReversibilida<strong>de</strong>Temporalida<strong>de</strong>AbrangênciaProbabilida<strong>de</strong>Positivo/NegativoBaixa /Média / AltaBaixa /Média / AltaTemporário /PermanenteReversívelIrreversívelCurto / Médio /Longo PrazoDireta /IndiretaBaixa /Média / AltaCaracterística <strong>do</strong> impacto quanto ao seuresulta<strong>do</strong>, para um ou mais fatores ambientaisCaracterística <strong>do</strong> impacto que traduz osignifica<strong>do</strong> ecológico ou socioeconômico<strong>do</strong> ambiente a ser atingi<strong>do</strong>Característica <strong>do</strong> impacto relaciona<strong>do</strong> aoporte ou gran<strong>de</strong>za da intervenção no ambienteCaracterística <strong>do</strong> impacto que traduz a suatemporalida<strong>de</strong> no ambienteTraduz a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> retornar ounão à sua condição original após cessadaa ação impactanteTraduz a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> retornarou não à sua condição original apósTraduz a extensão <strong>de</strong> ocorrência <strong>do</strong> impactoconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as áreas <strong>de</strong> influênciaA probabilida<strong>de</strong> será alta se sua ocorrência forcerta, média se sua ocorrência for intermitentee baixa se for improvável que ele ocorra55


Impactos Ambientais I<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no Meio FísicoRELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOElemento Ambiental Impacto Ambiental AII AID ADAClima e CondiçõesMeteorológicasGeologiaGeotecniaGeomorfologiaRecursos HídricosSuperficiaisRecursos HídricosSubterrâneosMEIO FÍSICOAlteração <strong>do</strong> clima localSismicida<strong>de</strong> induzidaIndução <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> massaDegradação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> empréstimoInstabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s solos noentorno <strong>do</strong> reservatórioAumento da erosão hídrica a jusanteMudanças na paisagem regionalAlteração <strong>do</strong> regime hídricoInterferência com outros usos da águaPotencial assoreamento <strong>do</strong> futuroreservatórioPerdas <strong>de</strong> água no reservatório porevaporação e infiltraçãoContaminação e recarga<strong>do</strong> aquífero fissuralPe<strong>do</strong>logiaAlteração da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo56


Impactos Ambientais I<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no Meio BióticoMEIO BÓITICOElemento Ambiental Impacto Ambiental AII AID ADAFlora TerrestrePerda <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> e dascaracterísticas das populações vegetaisFragmentação vegetal e efeito <strong>de</strong> bordaPerda <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> pelo<strong>de</strong>saparecimento ou redução daspopulações na ADA e AID e Eliminação ou<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> populações terrestresresultante <strong>do</strong> alagamento da ADA(Avifauna)Fauna TerrestrePerda <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> pelo<strong>de</strong>saparecimento ou redução daspopulações na ADA e AID e Eliminação ou<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> populações terrestresresultante <strong>do</strong> alagamento da ADA(Herpetofauna)Proliferação <strong>de</strong> vetores <strong>de</strong> <strong>do</strong>ençasDiminuição da área <strong>de</strong> uso e perda <strong>de</strong>habitat da mastofauna terrestreContaminação das águasFlora AquáticaAlteração na dinâmicapopulacional aquática (I)Perda <strong>de</strong> HabitatPerda da biodiversida<strong>de</strong>, fluxo gênico efavorecimento <strong>de</strong> espécies invasorasContaminação das águasAlteração na dinâmicapopulacional aquática (II)Fauna AquáticaPerda <strong>de</strong> HabitatPerda da biodiversida<strong>de</strong>, fluxo gênico efavorecimento <strong>de</strong> espécies invasorasMigração Reprodutiva entrePopulações <strong>de</strong> PeixesDesenvolvimento da aquicultura e da pesca57


Impactos ambientais i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no Meio AntrópicoRELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOMEIO ANTÓROPICOElemento Ambiental Impacto Ambiental AII AID ADAEliminação <strong>de</strong> áreas comativida<strong>de</strong>s agropecuáriasDiminuição na oferta <strong>de</strong> alimentosRedução das perdas na oferta <strong>de</strong> bense serviços causa<strong>do</strong>s pelas enchentesPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação<strong>de</strong> projetos turísticosPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong>projetos <strong>de</strong> irrigaçãoPerda <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho nas unida<strong>de</strong>sprodutivas atingidas pela barragemContratação <strong>de</strong> pessoal paraa implantação da barragemDinamização das economias municipaisAumento das receitas municipaisAumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> serviçospúblicos durante a construçãoRedução das perdas da infraestrutura<strong>de</strong> serviços públicosSocioeconomiaAumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta<strong>de</strong> água para os municípios da AIDAlteração brusca da localização da<strong>de</strong>manda por educação58Uso e Ocupação<strong>do</strong> SoloAumento da educação ambientalda populaçãoAumento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças respiratóriase elevação <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntesAlteração na incidência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças quetenham a água como vetor <strong>de</strong> transmissãoDiminuição <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sproprieda<strong>de</strong>s fundiáriasRedução da Produção AgropecuáriaDesocupação da Área e TransferênciaAlteração no valor patrimonial dasproprieda<strong>de</strong>s próximas à barrageme no leito a jusante <strong>do</strong> rioAlteração na PaisagemDinamização <strong>do</strong>s zoneamentos municipaisInterferência com ainfraestrutura existente


Alteração MEIO no valor ANTÓROPICO patrimonial dasproprieda<strong>de</strong>s próximas à barragemElemento Ambiental Impacto e no leito Ambiental a jusante <strong>do</strong> rioAII AID ADAUso e Ocupação<strong>do</strong> SoloPatrimônioCulturalDimensãoSocioambientalDiminuição <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sproprieda<strong>de</strong>s fundiáriasRedução da Produção AgropecuáriaDesocupação da Área e TransferênciaEliminaçãoAlteração na<strong>de</strong>Paisagemáreas comativida<strong>de</strong>s agropecuáriasDinamização <strong>do</strong>s zoneamentos municipaisDiminuição na oferta <strong>de</strong> alimentosReduçãoInterferênciadas perdascom ana oferta <strong>de</strong> benseinfraestruturaserviços causa<strong>do</strong>sexistentepelas enchentesPossibilida<strong>de</strong>Aumento da <strong>de</strong>manda<strong>de</strong> implantaçãopor<strong>de</strong>serviçosprojetos<strong>de</strong> infraestruturaturísticosPossibilida<strong>de</strong>Estu<strong>do</strong>s Preliminares<strong>de</strong> instalação <strong>de</strong>projetos <strong>de</strong> irrigaçãoMovimentação <strong>de</strong> Terra e EscavaçõesPerda <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho nas unida<strong>de</strong>sprodutivasImpacto sobreatingidasa populaçãopela barragememfunção das ações <strong>de</strong> instalação da obraContratação <strong>de</strong> pessoal paraaEducaçãoimplantaçãoe comunicaçãoda barragemambientalDinamização das economias municipaisAumento das receitas municipaisAumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> serviçospúblicos durante a construçãoRedução das perdas da infraestrutura<strong>de</strong> serviços públicosSocioeconomiaAumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta<strong>de</strong> água para os municípios da AIDAlteração brusca da localização da<strong>de</strong>manda por educaçãoUso e Ocupação<strong>do</strong> SoloAumento da educação ambientalda populaçãoAumento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças respiratóriase elevação <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntesAlteração na incidência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças quetenham a água como vetor <strong>de</strong> transmissãoDiminuição <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sproprieda<strong>de</strong>s fundiáriasRedução da Produção AgropecuáriaDesocupação da Área e TransferênciaAlteração no valor patrimonial dasproprieda<strong>de</strong>s próximas à barrageme no leito a jusante <strong>do</strong> rioAlteração na PaisagemDinamização <strong>do</strong>s zoneamentos municipaisInterferência com ainfraestrutura existenteAumento da <strong>de</strong>manda porserviços <strong>de</strong> infraestrutura59


Matriz <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong> impacto por meio afeta<strong>do</strong>MEIO AFETADOIMPACTOSRELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOFASES DOEMPREENDIMENTOCRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTOMEIO BIÓTICO MEIO FÍSICOPLANEJAMENTOIMPLANTAÇÃOOPERAÇÃONATUREZAIMPORTÂNCIAMAGNITUDEDURAÇÃOREVERSIBILIDADETEMPORALIDADEABRANGÊNCIAPROBABILIDADEAlteração <strong>do</strong> clima localSismicida<strong>de</strong> InduzidaIndução <strong>de</strong> Movimento <strong>de</strong> MassaDegradação <strong>de</strong> Área <strong>de</strong> EmpréstimoInstabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Solos no Entorno <strong>do</strong> Reservatório (AID e ADA)Aumento da Erosão Hídrica a Jusante (AII)Mudanças na Paisagem RegionalAlteração <strong>do</strong> Regime HídricoInterferência com Outros Usos da ÁguaPotencial Assoreamento <strong>do</strong> ReservatórioPerdas <strong>de</strong> Água no Reservatório por Evapotranspiração e InfiltraçãoContaminação e Recarga <strong>do</strong> Aquífero FissuralAlteração da Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> SoloPerda <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong> e das Características das Populações VegetaisFragmentação Vegetal e Efeito <strong>de</strong> BordaPerda <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong> pelo Desaparecimento ou Redução dasPopulações na ADA e AID e Eliminação ou Deslocamento <strong>de</strong> PopulaçõesTerrestres Resultante <strong>do</strong> Alagamento da ADA (Avifauna)Perda <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong> pelo Desaparecimento ou Redução dasPopulações na ADA e AID e Eliminação ou Deslocamento <strong>de</strong> PopulaçõesTerrestres Resultante <strong>do</strong> Alagamento da ADA (Herpetofaune)Proliferação <strong>de</strong> Vetores <strong>de</strong> DoençasDiminuição da Área <strong>de</strong> Uso e Perda <strong>de</strong> Habitat da Mastofauna TerrestreContaminação das ÁguasAlteração na Dinâmica Populacional Aquática (I)Alteração na Dinâmica Populacional Aquática (II)Perda <strong>de</strong> HabitatPerda da Biodiversida<strong>de</strong>, Fluxo Gênico e Favorecimento<strong>de</strong> Espécies InvasorasMigração Reprodutiva entre Espécies <strong>de</strong> PeixesDesenvolvimento da Aquicultura e da Pesca (i)Aparecimento <strong>de</strong> Espécies Exóticas (ii)Eliminação <strong>de</strong> Áreas com Ativida<strong>de</strong>s AgropecuáriasDiminuição na Oferta <strong>de</strong> AlimentosPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Implantação <strong>de</strong> Projetos TurísticosPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Instalação <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Irrigação e <strong>de</strong> AgroindústriasP B M P I L D AN M B T R C D MN M B T R C D AN A A T R M D AN A A T R M D AN M M T R M I MN M M P R L I MN A A P I L D AN M M P I L D AN M M T R L D AN B B P I C D MN B B T R M D MN A M T R M D MN M M T R M D MN M M P R M D MN A A P R M D AN A A P R M D AN M M T R M I MN A A P R M I MN M M T R M D AN A A T R M D AN A A T R M D AN A A T R M D AN A A T I M D AN A A P R L D AP/N M/M M/M P/T I/R L/L D/I AP M M P I L D AP M M P I M D MP M M T R M D MP/N M M P I M D M60


MEIO AFETADOAlteração IMPACTOS na Dinâmica Populacional Aquática (II)FASES DOEMPREENDIMENTON A A T R M D AN ACRITÉRIOS A DE CLASSIFICAÇÃO T R DO MIMPACTOD AO MEIO BIÓTICO MEIO ANTRÓPICO MEIO FÍSICOMEIO BIÓTICOPLANEJAMENTOIMPLANTAÇÃOOPERAÇÃONATUREZAIMPORTÂNCIAMAGNITUDEDURAÇÃOREVERSIBILIDADETEMPORALIDADEABRANGÊNCIAPROBABILIDADETerrestres Resultante <strong>do</strong> Alagamento da ADA (Avifauna)Perda <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong> pelo Desaparecimento ou Redução dasPopulações na ADA e AID e Eliminação ou Deslocamento <strong>de</strong> PopulaçõesTerrestres Resultante <strong>do</strong> Alagamento da ADA (Herpetofaune)Proliferação <strong>de</strong> Vetores <strong>de</strong> DoençasDiminuição da Área <strong>de</strong> Uso e Perda <strong>de</strong> Habitat da Mastofauna TerrestreContaminação das ÁguasAlteração na Dinâmica Populacional Aquática (I)Perda <strong>de</strong> HabitatPerda da Biodiversida<strong>de</strong>, Fluxo Gênico e Favorecimento<strong>de</strong> Espécies InvasorasMigração Reprodutiva entre Espécies <strong>de</strong> PeixesDesenvolvimento da Aquicultura e da Pesca (i)Aparecimento <strong>de</strong> Espécies Exóticas (ii)Eliminação <strong>de</strong> Áreas com Ativida<strong>de</strong>s Alteração Agropecuárias<strong>do</strong> clima localDiminuição na Sismicida<strong>de</strong> Oferta <strong>de</strong> Alimentos InduzidaPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Implantação Indução <strong>de</strong> <strong>de</strong> Movimento Projetos Turísticos <strong>de</strong> MassaPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Instalação <strong>de</strong> Projetos Degradação <strong>de</strong> Irrigação <strong>de</strong> Área e <strong>de</strong> Agroindústrias<strong>de</strong> EmpréstimoInstabilida<strong>de</strong> Contratação <strong>do</strong>s Solos <strong>de</strong> Pessoal no Entorno para <strong>do</strong> a Implantação Reservatório da (AID <strong>Barragem</strong> e ADA)Aumento Perda <strong>de</strong> da Posto Erosão <strong>de</strong> Trabalho Hídrica a nas Jusante Unida<strong>de</strong>s (AII)Produtivas Atingidas pela <strong>Barragem</strong>Mudanças na Paisagem RegionalDinamização das Economias MunicipaisAlteração <strong>do</strong> Regime HídricoAumento das Receitas MunicipaisInterferência com Outros Usos da ÁguaAumento da Demanda <strong>de</strong> Serviços Públicos Durante a ConstruçãoPotencial Assoreamento <strong>do</strong> ReservatórioRedução das Perdas da Infraestrutura <strong>de</strong> Serviços PúblicosPerdas <strong>de</strong> Água no Reservatório por Evapotranspiração e InfiltraçãoAumento da Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oferta <strong>de</strong> Água para os Municípios da AIIContaminação e Recarga <strong>do</strong> Aquífero FissuralAlteração Brusca da Localização da Demanda por EducaçãoAlteração da Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> SoloAumento da Educação Ambiental da PopulaçãoPerda <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong> e das Características das Populações VegetaisAumento <strong>de</strong> Doenças Respiratórias e Elevação <strong>do</strong> Risco <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntesFragmentação Vegetal e Efeito <strong>de</strong> BordaAlteração na Incidência <strong>de</strong> Doenças que Tenham a Águacomo Vetor <strong>de</strong> TransmissãoPerda <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong> pelo Desaparecimento ou Redução dasPopulações na ADA e AID e Eliminação ou Deslocamento <strong>de</strong> PopulaçõesTerrestres Resultante <strong>do</strong> Alagamento da ADA (Avifauna)Alteração no Valor Patrimonial das Proprieda<strong>de</strong>s Próximas à<strong>Barragem</strong> e no Leito a Jusante <strong>do</strong> RioPerda <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong> pelo Desaparecimento ou Redução dasPopulações na ADA e AID e Eliminação ou Deslocamento Alteração <strong>de</strong> na Populações PaisagemTerrestres Resultante <strong>do</strong> Alagamento da ADA (Herpetofaune)Dinamização <strong>do</strong> Zoneamento MunicipalProliferação <strong>de</strong> Vetores <strong>de</strong> DoençasRedução da Produção AgropecuáriaDiminuição da Área <strong>de</strong> Uso e Perda <strong>de</strong> Habitat da Mastofauna TerrestreDesocupação da Área e Transferência da PopulaçãoContaminação das ÁguasAumento da Demanda por Serviços e InfraestruturaAlteração na Dinâmica Populacional Aquática (I)Estu<strong>do</strong>s PreliminaresAlteração na Dinâmica Populacional Aquática (II)Movimentos <strong>de</strong> Terra e EscavaçõesPerda <strong>de</strong> HabitatImpacto sobre a População em Função das Ações <strong>de</strong>Instalação da ObraPerda da Biodiversida<strong>de</strong>, Fluxo Gênico e Favorecimento<strong>de</strong> Espécies InvasorasEducação e Comunicação AmbientalMigração Reprodutiva entre Espécies <strong>de</strong> PeixesDesenvolvimento da Aquicultura e da Pesca (i)Aparecimento <strong>de</strong> Espécies Exóticas (ii)Eliminação <strong>de</strong> Áreas com Ativida<strong>de</strong>s AgropecuáriasDiminuição na Oferta <strong>de</strong> AlimentosPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Implantação <strong>de</strong> Projetos TurísticosPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Instalação <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Irrigação e <strong>de</strong> AgroindústriasContratação <strong>de</strong> Pessoal para a Implantação da <strong>Barragem</strong>Perda <strong>de</strong> Posto <strong>de</strong> Trabalho nas Unida<strong>de</strong>sProdutivas Atingidas pela <strong>Barragem</strong>Dinamização das Economias MunicipaisN A A P R M D AN M M T R M I MN A A P R M I MN M M T R M D AN A A T R M D AN A A T I M D AN A A P R L D AP/N M/M M/M P/T I/R L/L D/I AP MB M P I L D ANP M MB PT RI MC D MNP M MB T R MC D MAP/N N MA MA PT RI M D M ANP A A T RI MC D ANMBMB PT RIML DI MAN M M P R L I MP M A P I L D AN A A P I L D AP A A P I L D AN M M P I L D AN M M T R M D MN M M T R L D AP A A P I M I MN B B P I C D MP A A P I L D AN B B T R M D MN B B P I L D BN A M T R M D MP A A T I C D BN M M T R M D MN M M T R C D BN M M P R M D MN A A P R M D MN A A P R M D AN M M T R M D AN A A P RI ML D AP A A T R L D MN MA MA PT RI ML DI MAN A A P R I M L I D MAN P M A M A T P R I M L D AN P A M A B T P R I M D I AN A A PT RI M D AN A A T R M D AN A A T R M/L D/I AN A A T I M D AP M M T R M/L D/I AN A A P R L D AP/N M/M M/M P/T I/R L/L D/I AP M M P I L D AP M M P I M D MP M M T R M D MP/N M M P I M D MP A A T I C D AN B B P I L D AP M A P I L D A61


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOVamos conhecer melhor os impactos?Clima e Condições MeteorológicasALTERAÇÃO DO CLIMA LOCALFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Enchimento <strong>do</strong> reservatórioDescrição: A criação <strong>de</strong> um lago artificial, associada ao <strong>de</strong>smatamento da cobertura vegetal e àsmudanças <strong>de</strong> relevo produzidas pelos cortes e aterros, alem da construção da barragem propriamentedita, po<strong>de</strong>rão causar alterações no clima <strong>do</strong> entorno da barragem. As modificações maisimportantes se darão sobre os ventos locais, a temperatura, a umida<strong>de</strong> e a evaporação. É esperadauma amenização <strong>do</strong> clima local pela presença <strong>do</strong> lago e mudanças na intensida<strong>de</strong> e direção <strong>do</strong>sventos sem consequências importantes, além <strong>do</strong> aumento da umida<strong>de</strong> pela evaporação a partir <strong>do</strong>espelho d’água.GeologiaSISMICIDADE INDUZIDAFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: enchimento <strong>do</strong> reservatório; operação <strong>do</strong> reservatórioDescrição: Vibrações sísmicas induzidas pela construção <strong>de</strong> barragens são comuns em quase todasas regiões, especialmente on<strong>de</strong> o lago ocupa uma área constituída por sedimentos pouco compacta<strong>do</strong>s,ou formada por rochas calcárias sujeitas a <strong>de</strong>sabamento <strong>de</strong> teto <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s ou ainda porrochas intensamente fraturadas, associadas a tensões tectônicas intraplacas.No caso da <strong>Barragem</strong> Brejão, a área é formada por um embasamento cristalino granítico com sistemas<strong>de</strong> fraturas resultantes <strong>de</strong> esforços tectônicos.Como a carga hidrostática representada pelo lago da barragem sobrecarrega o substrato rochosoon<strong>de</strong> vai ser forma<strong>do</strong>, é razoável esperar algumas vibrações sísmicas induzidadas, sem maior efeitosobre a região <strong>do</strong> entorno ou sobre a segurança da barragem, que já é projetada toman<strong>do</strong> as <strong>de</strong>vidasprecauções na construção <strong>de</strong> sua fundação estrutural.A inclusão <strong>de</strong>sse impacto tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tranqüilizar a população, no caso <strong>de</strong> percepção <strong>de</strong>ssasvibrações.INDUÇÃO DE MOVIMENTOS DE MASSAFase <strong>do</strong> empreendimento: InstalaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Construção <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras; exploração <strong>de</strong> jazidas; construção dabarragemDescrição: Impacto relaciona<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> massas <strong>de</strong> solo e rocha <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> escavações,vibrações e exposição <strong>do</strong> terreno durante a fase <strong>de</strong> instalação <strong>do</strong> empreendimento.62DEGRADAÇÃO DE ÁREA DE EMPRÉSTIMOFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Exploração <strong>de</strong> Jazidas <strong>de</strong> empréstimoDescrição: Os recursos minerais afeta<strong>do</strong>s, durante a instalação da barragem, são aqueles a seremutiliza<strong>do</strong>s como materiais <strong>de</strong> construção e implantação da barragem tais como areia, argila e rocha.A perda <strong>de</strong> recursos minerais <strong>de</strong> forma mais significativa está associada à implementação das


seguintes ações: Construção da barragem, implantação e/ou recuperação <strong>de</strong> estradas e acessos.As áreas <strong>de</strong> empréstimo para implantação <strong>do</strong> empreendimento são constituídas por rochas cristalinasque farão parte da obra <strong>de</strong> engenharia. Essas jazidas po<strong>de</strong>m ser encontradas nas áreas <strong>de</strong>influência direta (AID) e diretamente afetada (ADA). Atualmente, existe uma pedreira ao norte daárea da ADA que se encontra <strong>de</strong>sativada.Os materiais tais como areia e argila <strong>de</strong>vem ser extraí<strong>do</strong>s preferencialmente da bacia hidráulica,para minimizar os processos erosivos.GeotecniaINSTABILIDADE DOS SOLOS NO ENTORNO DO RESERVATÓRIO (ADA E AID)Fase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Exploração <strong>de</strong> Jazidas <strong>de</strong> empréstimoDescrição: As principais ações da dinâmica superficial sobre o entorno <strong>do</strong> reservatório, especialmente<strong>do</strong> lago forma<strong>do</strong> são a erosão, o <strong>de</strong>slizamento e o assoreamento.A exposição <strong>do</strong> solo e a movimentação <strong>de</strong> terras através <strong>de</strong> cortes e aterros expõem esse material àincidência <strong>de</strong> chuvas, intensifican<strong>do</strong> os processos erosivos e os <strong>de</strong>slizamentos, em função da litologia<strong>do</strong>minante e das características <strong>do</strong>s solos.O relevo movimenta<strong>do</strong> da área favorece a ocorrência <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> massa eerosão, cuja intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da forma <strong>de</strong> exposição <strong>do</strong>s mesmos, da intensida<strong>de</strong> das chuvas,ocasionan<strong>do</strong>, nas áreas baixas e especialmente na calha <strong>do</strong> reservatório, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>acumulação <strong>de</strong> areias causan<strong>do</strong> o assoreamento.No entorno <strong>do</strong> reservatório, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s terrenos é elevada, a erosão é esperada, ten<strong>do</strong>em vista a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limpeza <strong>do</strong> reservatório antes <strong>do</strong> enchimento, expon<strong>do</strong> os soloserodíveis aos efeitos das chuvas. Os <strong>de</strong>slizamentos são menos significativos na área, on<strong>de</strong> raras sãoas evidências <strong>de</strong>sse fenômeno gravitacional.A erosão a jusante da barragem ten<strong>de</strong> a ser maior, ten<strong>do</strong> em vista a redução <strong>de</strong> sedimentos transporta<strong>do</strong>spelo rio, sen<strong>do</strong> esse efeito maior on<strong>de</strong> se dá a ocorrência <strong>de</strong> solos; on<strong>de</strong> pre<strong>do</strong>minam osafloramentos <strong>de</strong> rocha no leito fluvial esse efeito po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>.O efeito <strong>do</strong>s ventos na superfície da água provoca ondulações que chegam às margens <strong>do</strong> lagoforma<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> erosão pelo embate <strong>de</strong> ondas e potencializan<strong>do</strong> o efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamentos <strong>de</strong>pequena magnitu<strong>de</strong>, induzi<strong>do</strong>s pela erosão no pé <strong>do</strong>s talu<strong>de</strong>s.AUMENTO DA EROSÃO HÍDRICA A JUSANTE (AII)Fase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AIIAção <strong>do</strong> Empreendimento: Exploração <strong>de</strong> Jazidas <strong>de</strong> empréstimoDescrição: Descida <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base e dinamização <strong>do</strong>s processos erosivos nas encostas e planosaluviais a jusante. Assoreamento e aumento <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> inundação.GeomorfologiaMUDANÇAS NA PAISAGEM REGIONALFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AIIAção <strong>do</strong> Empreendimento: Diminuição no aporte <strong>de</strong> água e sedimentosDescrição: Montante: assoreamento nos fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vale <strong>de</strong>corrente da subida artificial <strong>do</strong> nível <strong>de</strong>base com a formação <strong>do</strong> lago, sobretu<strong>do</strong> no curso <strong>do</strong> Riacho Seco, com alteração na distribuição espacial<strong>do</strong>s ecossistemas aquáticos. Subida no nível freático nas áreas com regolito espesso, durante63


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOas enchentes, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> resultar na retomada erosiva em cabeceiras <strong>de</strong> drenagem (voçorocamento).Eutrofização <strong>do</strong> lago da barragem; Jusante: redução da magnitu<strong>de</strong> da drenagem e diminuição<strong>do</strong>s riscos <strong>de</strong> inundação. Alteração na morfologia <strong>do</strong>s canais. Intensificação da incisão <strong>do</strong>s canaissobre os sedimentos <strong>do</strong> plaino aluvial po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> incrementar a erosão linear e o voçorocamento<strong>do</strong>s terraços. Alteração na estrutura das praias e da linha <strong>de</strong> costa. Ampliação da cunha salina na<strong>de</strong>sembocadura costeira e conseqüente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> readaptação <strong>do</strong>s ecossistemas costeiros(alteração <strong>do</strong>s movimentos <strong>de</strong> maré e no regime hidrológico sazonal).Recursos Hídricos SuperficiaisALTERAÇÃO DO REGIME HÍDRICOFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Construção <strong>do</strong> maciço da barragem nas ombreiras esquerda e direita, omaciço na calha <strong>do</strong> Riacho, como também a execução <strong>do</strong> verte<strong>do</strong>uro e tomada d’água, o enchimento<strong>do</strong> reservatório e a regulação da vazão mínima <strong>do</strong> Riacho Seco.Descrição: Durante a execução da obra da <strong>Barragem</strong> Brejão a construção <strong>de</strong> enseca<strong>de</strong>iras, maciçoda barragem e da calha <strong>do</strong> Riacho, <strong>do</strong>s verte<strong>do</strong>res e tomadas d’água, para viabilizar a construção <strong>do</strong>barramento, alteran<strong>do</strong>, na fase <strong>de</strong> instalação apenas o regime hídrico da ADA. Após a conclusão daobra, será inicia<strong>do</strong> o enchimento <strong>do</strong> reservatório e nessa etapa, as vazões à jusante da <strong>Barragem</strong>serão reduzidas. Após o enchimento <strong>do</strong> reservatório, as captações <strong>de</strong> água para os <strong>de</strong>mais usuários<strong>de</strong>ste manancial po<strong>de</strong>rão reduzir as vazões liberadas à jusante da <strong>Barragem</strong> Brejão.INTEFERÊNCIA COM OUTROS USOS DA ÁGUAFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Outorga para uso da água e regulação da vazão mínima <strong>do</strong> Riacho Secoseus e afluentes.Descrição: A construção da <strong>Barragem</strong> Brejão, além <strong>de</strong> reforçar o sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>do</strong> município<strong>de</strong> Brejão, proporcionará outros usos da água no reservatório, como a piscicultura, lazer,agropecuária e abastecimento público. Será necessária a operação a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> reservatório paraacumular maiores volumes <strong>de</strong> água, que atenda os to<strong>do</strong>s usos propostos. Também é essencial observaras <strong>de</strong>scargas mínimas necessárias para os usos à jusante <strong>do</strong> reservatório, tanto para garantira vazão ecológica quanto os usuários já outorga<strong>do</strong>s. Além disso, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s osaspectos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água necessária aos usos pretendi<strong>do</strong>s no lago <strong>do</strong> reservatório.POTENCIAL ASSOREAMENTO DO FUTURO RESERVATÓRIOFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Enchimento <strong>do</strong> Reservatório.Descrição: A <strong>Barragem</strong> Brejão <strong>de</strong>verá reter parte <strong>do</strong>s sedimentos carrea<strong>do</strong>s pelo Riacho Seco no local<strong>do</strong> barramento. Estes sedimentos, ao longo <strong>do</strong> tempo, irão <strong>de</strong>cantar, ocupan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> volume<strong>de</strong> acumulação da barragem.64PERDAS DE ÁGUA NO RESERVATÓRIO POR EVAPORAÇÃO E INFILTRAÇÃOFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Enchimento <strong>do</strong> Reservatório.Descrição: Após a construção da <strong>Barragem</strong> Brejão e enchimento <strong>do</strong> reservatório, o volume <strong>de</strong> águaacumula<strong>do</strong> no reservatório sofrerá perdas por evaporação, a partir <strong>do</strong> espelho d’água, bem comoperdas por infiltração. Como o espelho d’água se torna mais extenso à medida que o volume acumu-


la<strong>do</strong> no reservatório aumenta, as perdas <strong>de</strong> água por evaporação também serão mais significativas.Apesar <strong>do</strong> objetivo principal da barragem ser o controle <strong>de</strong> cheias, preten<strong>de</strong>-se que haja o usomúltiplo das águas, otimizan<strong>do</strong> a utilização <strong>do</strong> manancial.Recursos Hídricos SubterrâneosCONTAMINAÇÃO E RECARGA DO AQUÍFERO FISSURALFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Recursos Hídricos subterrâneosDescrição: Montante: Alterações nas condições físico-químicas, biológicas e processos <strong>de</strong> recarga<strong>do</strong> aquífero com o aumento da infiltração <strong>de</strong> água na área inundada após a implantação da barragem.Jusante: Alterações nas condições físico-químicas, biológicas e processos <strong>de</strong> recarga <strong>do</strong>aquífero com a diminuição da infiltração <strong>de</strong> água na área inundada após a implantação da barragem.Pe<strong>do</strong>logiaALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO SOLOFase <strong>do</strong> empreendimento: InstalaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Construção <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obrasDescrição: Impacto relaciona<strong>do</strong> a modificações na situação original <strong>do</strong> solo especialmente na área<strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras, e eventualmente <strong>de</strong>correntes da <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s, lançamento<strong>de</strong> efluentes líqui<strong>do</strong>s, vazamentos <strong>de</strong> óleos e combustível <strong>de</strong> máquinas e equipamentos.Flora TerrestrePERDA DE BIODIVERSIDADE E DAS CARACTERÍSTICAS DAS POPULAÇÕES VEGETAISFase <strong>do</strong> empreendimento: ImplantaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Supressão da vegetação <strong>de</strong>corrente das ações <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong>terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong>rio); movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo);construção <strong>do</strong> maciço da barragem; limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas) e enchimento<strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio).Descrição: Com a supressão da vegetação ocorre o risco <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong>para as populações com baixa frequência <strong>de</strong> ocorrência na comunida<strong>de</strong> vegetal impactada, comolista<strong>do</strong>s no Quadro 9.1.1-1 e Figura 9.1.1-5. A supressão <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia outros impactos biológicosem efeito cascata que leva a perda <strong>de</strong> característica das populações vegetais remanescentes, comopor exemplo: perda <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> genética; redução <strong>do</strong> tamanho das populações remanescentes;interrupção <strong>do</strong> fluxo gênico e <strong>de</strong> alguns mecanismos <strong>de</strong> dispersão e redução <strong>do</strong> tamanho daspopulações remanescentes. Apesar <strong>de</strong> a supressão ocorrer na área da ADA, os impactos <strong>de</strong>correntespo<strong>de</strong>m ser também visualiza<strong>do</strong>s na AID, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a interrupção <strong>do</strong> fluxo gênico e <strong>de</strong> alguns mecanismos<strong>de</strong> dispersão, o que po<strong>de</strong> ocasionar redução <strong>do</strong> tamanho das populações remanescentes da AID.FRAGMENTAÇÃO VEGETAL E EFEITO DE BORDAFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Supressão da vegetação <strong>de</strong>corrente das ações <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong>terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong>rio); movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo);construção <strong>do</strong> maciço da barragem; limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas) e enchimento<strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio).65


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃODescrição: Com a supressão da vegetação os fragmentos vegetacionais remanescentes ficammais reduzi<strong>do</strong>s e sujeitos a um maior efeito <strong>de</strong> borda. Consequentemente ocorre mudança nacomposição florística no senti<strong>do</strong> borda-interior <strong>do</strong> fragmento, fican<strong>do</strong> a borda sujeita a ação<strong>de</strong> espécies exóticas e às vezes invasoras, que monopolizam os espaços e impe<strong>de</strong>m a dinâmicanatural das populações vegetais remanescentes e <strong>de</strong> menor habilida<strong>de</strong> competitiva. Além disso,fragmentos florestais <strong>de</strong> terra firme po<strong>de</strong>m se tornar ciliares com a chegada da água até a borda <strong>do</strong>smesmos. Consequentemente, os indivíduos das populações vegetais que não tenham condições <strong>de</strong>sobreviver em condições <strong>de</strong> anoxia, provocada pelo alagamento, vão morrer e a populações terãoredução <strong>de</strong> tamanho ou até po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>saparecer com o passar <strong>do</strong> tempo.Fauna TerrestrePERDA DE BIODIVERSIDADE PELO DESAPARECIMENTO OU REDUÇÃO DAS POPULAÇÕES NAADA E AID E ELIMINAÇÃO OU DESLOCAMENTO DE POPULAÇÕES TERRESTRES RESULTANTE DOALAGAMENTO DA ADA (AVIFAUNA)Fase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Diminuição <strong>do</strong>s impactos na dinâmica da fauna localDescrição: Durante a execução da obra da <strong>Barragem</strong> Brejão será necessário executar supressãoda vegetação em toda a extensão da ADA o que irá modificar to<strong>do</strong> o ambiente utiliza<strong>do</strong> pelas aves,principalmente, áreas consi<strong>de</strong>radas importantes para aquelas espécies que são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>sresquícios <strong>de</strong> matas ciliares, ocasionan<strong>do</strong> alterações na dinâmica populacional <strong>de</strong>stes fragmentos.Algumas espécies exóticas po<strong>de</strong>rão ser beneficiadas com a supressão aumentan<strong>do</strong> o número <strong>de</strong>indivíduos nas áreas afetadas pelo empreendimento.Com o acúmulo <strong>de</strong> água, as espécies <strong>de</strong> aves aquáticas terão acesso a um aumento <strong>do</strong> ambiente queserá favorável para estas espécies, propician<strong>do</strong> uma área maior <strong>de</strong> forragem, bem como, em longoprazo, estes locais po<strong>de</strong>rão ser utiliza<strong>do</strong>s como escon<strong>de</strong>rijos ou utiliza<strong>do</strong>s como área <strong>de</strong> reprodução,propiciada pela vegetação aquática.É necessário que haja monitoramento específico, principalmente para aquelas espécies sensível àsalterações ambientais e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> interior <strong>de</strong> florestas, uma vez que na região foram i<strong>de</strong>ntificadasespécies <strong>de</strong> aves que po<strong>de</strong>m vir a <strong>de</strong>saparecer <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a alterações no seu comportamentoreprodutivo, busca <strong>do</strong> recurso alimentar e quaisquer outros fatores que venham impossibilitar amanutenção <strong>de</strong>ssas espécies nas regiões da AID e ADA.Também, faz-se necessário um programa <strong>de</strong> translocação das espécies <strong>de</strong> aves com hábito terrícola,da ADA para outras áreas <strong>de</strong> mesma fitofisionomia e com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte para po<strong>de</strong>r recebêlas,em especial aquelas espécies territorialistas e que necessitam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas para a suasobrevivência.Salienta-se que as aves que por qualquer motivo venha a óbito no momento <strong>do</strong> resgate, <strong>de</strong>vem serencaminhadas às coleções científicas ornitológicas da Unida<strong>de</strong> Acadêmica <strong>de</strong> Garanhuns/UFRPE eUFPE ou mesmo a coleção didática da Unida<strong>de</strong> Acadêmica <strong>de</strong> Garanhuns/UFRPE.66PERDA DE BIODIVERSIDADE PELO DESAPARECIMENTO OU REDUÇÃO DAS POPULAÇÕES NAADA E AID E ELIMINAÇÃO OU DESLOCAMENTO DE POPULAÇÕES TERRESTRES RESULTANTE DOALAGAMENTO DA ADA (HERPETOFAUNA)Fase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, instalação e operaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Diminuição <strong>do</strong>s impactos na dinâmica da fauna localPara a construção <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> empreendimento é imprescindível a presença <strong>de</strong> máquinas pesadasna área <strong>de</strong> construção da barragem acompanhadas <strong>de</strong> barulho excessivo; variáveis que além <strong>de</strong><strong>de</strong>struírem microhábitats essenciais a reprodução <strong>de</strong> diversas espécies <strong>de</strong> Anfíbios e Répteis po<strong>de</strong>mcausar alterações em suas dinâmicas populacionais.


Durante a supressão da quase inexistente vegetação arbórea presente na ADA e acúmulo da águada barragem, muitas populações e comunida<strong>de</strong>s terão seus hábitos altera<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> necessárioum monitoramento específico, em especial para as espécies mais sensíveis a alterações ambientais(espécies estenobiontes), para que possamos constatar se tais alterações ocasionarão impossibilida<strong>de</strong>sreprodutivas nas espécies, ou qualquer outro fator que impossibilite a manutenção daestabilida<strong>de</strong> populacional das espécies constituintes das comunida<strong>de</strong>s locais, sejam as aquáticas(ADA) ou terrestres (AID ou AII).Assim sen<strong>do</strong> faz-se necessário medidas que transfiram a herpetofauna das áreas alagáveis paraambientes com suporte ecológico para recebê-las, ressaltan<strong>do</strong> atenção especial para as espéciesterritorialistas que precisam <strong>de</strong> medidas mais específicas para que sejam transferidas para novoshábitats.Destaca-se que na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> translocação <strong>de</strong>ssa fauna, é preferível que a mesmapossa vir a contribuir com coleções científicas e didáticas, a exemplo da Coleção Herpetológicae Paleoherpetológica da UFRPE, uma vez que seus <strong>de</strong>slocamentos aleatórios po<strong>de</strong>m intensificarconsi<strong>de</strong>ravelmente os impactos diretos da barragem.PROLIFERAÇÃO DE VETORES DE DOENÇASFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Alteração <strong>do</strong> Ambiente como um to<strong>do</strong>.Descrição: O vírus rábico já foi isola<strong>do</strong> <strong>de</strong> 40 espécies <strong>de</strong> morcegos pertencentes a 20 gêneros e trêsfamílias (Phyllostomidae 43,6%, Vespertilionidae 30,8% e Molossidae 25,6%), em to<strong>do</strong> o Brasil.Pertencentes a todas as guildas tróficas i<strong>de</strong>ntificadas na or<strong>de</strong>m Chiroptera, entre hematófago,frugívoro, insetívoro, nectarívoro, carnívoro e onívoro (GAMA et al., 2010). Número este querepresenta 23,25% <strong>de</strong> todas as espécies registradas no país (172 spp.) (PERACCHI et al., 2011). Em<strong>de</strong>trimento, a família Phyllostomidae, que apresenta o maior número <strong>de</strong> táxons, 14 gêneros e 17espécies, positivos para essa enfermida<strong>de</strong> no país, as famílias Molossidae (registrou seis gêneros e11 espécies) e Vespertilioniodae (com quatro gêneros e 12 espécies) são as que apresentam a maiorpositivida<strong>de</strong>, 50% e 38,4%, respectivamente, em comparação com os 18,8% da primeira. Situaçãoessa que po<strong>de</strong> ser explicada pelo hábito sinantrópico da maioria das espécies <strong>de</strong>ssas famílias,as quais em diversas situações <strong>de</strong> interação entre estas e o homem nas cida<strong>de</strong>s, causam sériostranstornos. Apesar <strong>de</strong>, saber-se, ao contrário <strong>do</strong> que muitos pensam, que, hoje, potencialmentequalquer espécie <strong>de</strong> morcego po<strong>de</strong> ser transmissora da raiva, não sen<strong>do</strong> apenas as hematófagas(BERNARD, 2005), os morcegos hematófagos, ainda, merecem uma atenção especial, por sealimentarem <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> vertebra<strong>do</strong>s homeotérmicos, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> nesse comportamento alimentar,especialmente a espécie D. rotundus, uma das espécies hematófagas registradas através <strong>de</strong> relatospor entrevistas na área <strong>do</strong> empreendimento, a qual é consi<strong>de</strong>rada um excelente transmissor(KOTAIT et al., 2003), por <strong>de</strong>monstrar preferência por mamíferos, principalmente os <strong>de</strong> produçãoem áreas rurais, carrear o vírus rábico para animais <strong>do</strong>mésticos e <strong>de</strong> criação, para várias espécies <strong>de</strong>morcegos não-hematófagos e, eventualmente, seres humanos, (MARTORELLI et al., 1996; PASSOSet al., 1999).DIMINUIÇÃO DA ÁREA DE USO E PERDA DE HABITAT DA MASTOFAUNA TERRESTREFase <strong>do</strong> empreendimento: ImplantaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Alterações na comunida<strong>de</strong> faunística por perda <strong>de</strong> habitat naturalDescrição: A mastofauna sofrerá impacto não só quan<strong>do</strong> da supressão <strong>do</strong>s resquícios florestais elimpeza da área <strong>de</strong> inundação, mas quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> alagamento para a formação <strong>do</strong> reservatório. Devi<strong>do</strong>à reduzida área florestal presente na localida<strong>de</strong>, a abundância <strong>de</strong> mamíferos na ADA e AID, alguns<strong>do</strong>s quais lista<strong>do</strong>s na IUCN (2011) e nos apêndices da CITES (2011), concentra-se em espéciescapazes <strong>de</strong> usar a matriz e/ou que estão associadas a corpos d’água. A inundação eliminará locais<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável área <strong>de</strong> uso, locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, pernoite e forrageio, bem com alguns espécimes.67


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOAlém disso, algumas espécies po<strong>de</strong>m migrar para áreas circunvizinhas, alteran<strong>do</strong> as comunida<strong>de</strong>slocais e aumentan<strong>do</strong> o contato <strong>de</strong>sses espécimes com a população humana, geran<strong>do</strong>, assim, impactosnão previsíveis. Os indivíduos arborícolas, principalmente masrsupiais e primatas, e os <strong>de</strong>hábitos subterrâneos (tatus), com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento mais limitada serão os mais afeta<strong>do</strong>s,pois serão suprimi<strong>do</strong>s habitats fundamentais, como sítios <strong>de</strong> alimentação e <strong>de</strong> reprodução.Filhotes e animais jovens, com pouca mobilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>rão se abrigar em tocas ou ficarão presosnos topos das árvores, sob o risco <strong>de</strong> afogamento. Devi<strong>do</strong> a essas condições, se fazem necessáriasmedidas <strong>de</strong> resgate e translocação <strong>de</strong>sses mamíferos das áreas alagáveis para ambientes a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>sa sobrevivência das espécies, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as exigências ambientais <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las eda capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte ecológico daquelas áreas, avaliadas em estu<strong>do</strong>s prévios, para on<strong>de</strong> osespécimes serão <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s. Ressalta-se ainda que po<strong>de</strong>rá haver competição das populações queserão translocadas com a população resi<strong>de</strong>nte nas áreas <strong>do</strong> entorno por locais para alimentação,abrigo e reprodução. A pressão sobre a fauna <strong>de</strong>slocada po<strong>de</strong>rá ser maior se os indivíduos buscaremabrigo em áreas altamente antropizadas, on<strong>de</strong> os recursos florestais são escassos.Flora e Fauna AquáticasEste item contza a flora e fauna aquáticas, uma vez que cada impacto gera implicações em toda aca<strong>de</strong>ia trófica para ambos os seguimentos <strong>do</strong> meio biótico.CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUASFase <strong>do</strong> empreendimento: ImplantaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras.Descrição: Durante a fase <strong>de</strong> instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obra da barragem processos <strong>de</strong> movimentaçãoe escavação <strong>de</strong> terra po<strong>de</strong>rão afetar diretamente na qualida<strong>de</strong> da água. Dentre algumas ações<strong>de</strong>staca-se: a supressão <strong>de</strong> vegetação da área provavelmente carreará matéria orgânica e soloerodi<strong>do</strong> à jusante <strong>do</strong> riacho. A instalação da infraestrutura no canteiro <strong>de</strong> obras como escritóriosadministrativos, banheiros, refeitórios e oficina mecânica irão gerar um significante volume <strong>de</strong>resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes (esgoto <strong>do</strong>méstico e fumaça). On<strong>de</strong> a manutenção <strong>do</strong>s veículos irágerar resíduos químicos (óleos e graxas e diesel). Desta forma todas as ativida<strong>de</strong>s supracitadas<strong>de</strong>verão ser monitoradas para que to<strong>do</strong> resíduo e efluente seja trata<strong>do</strong> e <strong>de</strong>stinan<strong>do</strong> <strong>de</strong> formaambientalmente a<strong>de</strong>quada.68ALTERAÇÃO NA DINÂMICA POPULACIONAL AQUÁTICA (I)Fase <strong>do</strong> empreendimento: ImplantaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Enchimento <strong>do</strong> ReservatórioDescrição: Na fase <strong>de</strong> instalação a geração <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s, efluentes e a movimentação <strong>de</strong> terraaterran<strong>do</strong> o corpo hídrico possivelmente acarretará em uma série <strong>de</strong> mudanças no ecossistemaaquático impactan<strong>do</strong> diretamente sua dinâmica e estrutura populacional.A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes possivelmente favorecerá um incremento na biomassa dasmacrófitas aquáticas e <strong>de</strong> cianobactérias. On<strong>de</strong>, espécies <strong>de</strong> macrófitas invasoras e oportunistaserão beneficiadas trazen<strong>do</strong> uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrios a curto e longo prazo que, juntamentecom a proliferação <strong>de</strong> cianobactérias po<strong>de</strong>rão representar um risco tanto a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> ecossistemaquan<strong>do</strong> à saú<strong>de</strong> pública.A ocorrência <strong>de</strong> macroinvertebra<strong>do</strong>s bentônicos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ambiente eutrofiza<strong>do</strong> juntamentecom a baixa riqueza <strong>do</strong> zooplâncton são evi<strong>de</strong>nciam um ambiente já comprometi<strong>do</strong>.A <strong>de</strong>sestruturação, simplificação ou eliminação <strong>do</strong>s habitats <strong>de</strong> alimentação e <strong>de</strong> berçário das comunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> peixes na ADA po<strong>de</strong>rá promover indiretamente, alterações <strong>do</strong>s habitats e da dinâmicapopulacional <strong>do</strong>s mesmos.ALTERAÇÃO NA DINÂMICA POPULACIONAL AQUÁTICA (II)


Fase <strong>do</strong> empreendimento: ImplantaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Enchimento <strong>do</strong> ReservatórioDescrição: As alterações no ecossistema <strong>de</strong> lótico para lêntico propiciará mudanças <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong>variáveis ambientais tais como concentração <strong>de</strong> nutrientes pela <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> matéria orgânica,alto/baixo índice <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, temperatura <strong>de</strong>ntre outros que favorecerá a adaptação <strong>de</strong> certasespécies inibin<strong>do</strong> outras. O crescimento <strong>de</strong> macrófitas aquáticas e florações <strong>de</strong> cianobactériaspo<strong>de</strong>rão afetar negativamente a fauna seja através da mortanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes seja pela inibição <strong>do</strong>crescimento <strong>de</strong> outras espécies importantes para o equilíbrio <strong>do</strong> ecossistema aquático.PERDA DE HABITATFase <strong>do</strong> empreendimento: ImplantaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; limpeza da área<strong>do</strong> eixo da barragem; movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra;enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio).Descrição: Todas estas ações durante a fase <strong>de</strong> instalação <strong>do</strong> empreendimento po<strong>de</strong>rão resultartanto em perdas <strong>de</strong> habitats para algumas populações assim como surgimento <strong>de</strong> habitats paraoutras. Po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong>sestruturar, simplificar ou eliminar habitats <strong>de</strong> alimentação (fases jovem eadulta) e <strong>de</strong> concentração (berçários), principalmente <strong>de</strong> fases jovens <strong>de</strong> peixes <strong>do</strong> trecho <strong>do</strong> rio<strong>de</strong>ntro da ADA. A limpeza da área <strong>do</strong> eixo da barragem, por meio da remoção da cobertura vegetal ea terraplenagem são fatores que po<strong>de</strong>m contribuir para que os processos erosivos sejam intensifica<strong>do</strong>s.A exposição <strong>do</strong> solo e a movimentação <strong>de</strong> terra aliadas a incidência <strong>de</strong> chuvas fazem com queo sedimento seja carrea<strong>do</strong> para as áreas alagadas. Muitos <strong>do</strong>s habitats, principalmente para a Ictiofauna,estão nas margens <strong>do</strong> rio (sobretu<strong>do</strong> locais com vegetação), poças marginais (temporáriasou não) e áreas com afloramentos rochosos (principalmente, na região à montante <strong>do</strong> local on<strong>de</strong>será instala<strong>do</strong> o eixo da barragem).A <strong>de</strong>sestruturação, simplificação ou eliminação <strong>de</strong> habitats da flora aquática e <strong>de</strong> alimentação ereprodução da fauna aquática a curto, médio e longo prazo po<strong>de</strong>rão causar extinções locais <strong>de</strong>espécies e/ou substituição por espécies mais adaptadas que encontraram condições mais favoráveisao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a comunida<strong>de</strong>.O processo <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> distribuição e abundância <strong>de</strong> indivíduos da ictiofauna <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> suas populações terá início logo após o processo <strong>de</strong> instalação. Provavelmente as relações <strong>de</strong>competição interespecífica e intraespecíficas provocarão flutuações na dinâmica populacional daictiofauna as quais po<strong>de</strong>rão se elevar ou reduzir em função <strong>do</strong>s novos cenários que surgirão.PERDA DA BIODIVERSIDADE, FLUXO GÊNICO E FAVORECIMENTO DE ESPÉCIES INVASORASFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; limpeza da área<strong>do</strong> eixo da barragem; movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra;enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio).Descrição: As mudanças no hidrodinamismo <strong>de</strong>correntes da transição <strong>de</strong> ambiente lótico paralêntico acarretarão em um acréscimo na concentração <strong>de</strong> matéria em <strong>de</strong>composição e compostosorgânicos no corpo hídrico, fazen<strong>do</strong> com que haja um incremento na biomassa <strong>de</strong> macrófitasaquáticas favorecen<strong>do</strong> o surgimento <strong>de</strong> novos habitats para comunida<strong>de</strong>s perifíticas. A perda dabiodiversida<strong>de</strong> e/ou permuta entre espécies existentes para outras mais adaptadas po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> tornar-se<strong>do</strong>minantes levará a ocorrência <strong>de</strong> florações <strong>de</strong> cianobactérias colocan<strong>do</strong> em risco o ecossistemaaquático pela possível acumulação <strong>de</strong> cianotoxinas, influencian<strong>do</strong> direta ou indiretamente acomunida<strong>de</strong>s zooplanctônicas e ictiofauna. A mudança <strong>do</strong> ambiente natural para artificial fará com69


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOque as populações ictiofaunísticas sofram processos <strong>de</strong> isolamento, acentuan<strong>do</strong> ainda mais processosjá existentes entre populações à montante e jusante <strong>do</strong> eixo da futura barragem interrompen<strong>do</strong>o fluxo gênico entres as mesmas favorecen<strong>do</strong> a en<strong>do</strong>gamia. Estes diminuirão a capacida<strong>de</strong> adaptativadas espécies às condições adversas, resultan<strong>do</strong> em possíveis extinções locais, ocasiona<strong>do</strong> aperda da biodiversida<strong>de</strong>.MIGRAÇÃO REPRODUTIVA ENTRE ESPÉCIES DE PEIXESFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; enchimento <strong>do</strong> reservatório(elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio; regulação da vazão mínima <strong>do</strong> Riacho Seco.Descrição: A construção da barragem <strong>de</strong> Brejão representará uma barreira física à migraçãoreprodutiva <strong>de</strong> algumas espécies <strong>de</strong> peixes. Informações levantadas na ADA e AID confirmaram apresença <strong>de</strong> espécies reofílicas (necessita realizar migrações para reproduzirem, piracema).DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA E DA PESCA, APARECIMENTO DE ESPÉCIES EXÓTICASFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Enchimento <strong>do</strong> reservatório.Descrição: Com a formação <strong>do</strong> novo ecossistema (lago artificial) na ADA (Área Diretamente Afetada)o reservatório po<strong>de</strong>rá ser utiliza<strong>do</strong> para criação <strong>de</strong> peixes, para o <strong>de</strong>senvolvimento da aquicultura.Além disso, como várias populações <strong>de</strong> peixes estarão confinadas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao barramento, este fatobeneficiará a pesca <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captura <strong>do</strong>s mesmos. O <strong>de</strong>senvolvimento da aquicultura<strong>de</strong>verá ser realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma supervisionada para que não haja introdução <strong>de</strong> espécies exóticas<strong>de</strong> forma que a dinâmica populacional <strong>do</strong> ecossistema aquático não seja impactada o que incluiriadisputas pelo nicho ecológico entre espécies <strong>do</strong>minantes. Possivelmente, estas ações acarretarãoem uma sobrepesca das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> peixes que estarão à montante <strong>do</strong> empreendimentoimplican<strong>do</strong> em diminuição <strong>do</strong> número das mesmas.Impactos e medidas <strong>de</strong> controlesobre o meio antrópico70SocioeconomiaELIMINAÇÃO DE ÁREAS COM ATIVIDADES AGROPECUÁRIASFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação,corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento).Descrição: Para a construção da <strong>Barragem</strong> Brejão serão <strong>de</strong>sapropriadas aproximadamente 300hectares <strong>de</strong> 21 proprieda<strong>de</strong>s, segun<strong>do</strong> cadastro da Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos e Energéticos –SRHE. Praticamente a totalida<strong>de</strong> das terras a serem inundadas pela barragem tem na pecuária suaprincipal ativida<strong>de</strong> econômica, sen<strong>do</strong> também praticada a agricultura, basicamente <strong>de</strong> subsistên-


cia (feijão, milho e mandioca), e em menor escala culturas voltadas para comercialização como a<strong>do</strong> inhame, café, fumo e macaxeira. Todas as proprieda<strong>de</strong>s terão parcela significativa <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>sagropecuárias cessadas por conta da barragem.DIMINUIÇÃO NA OFERTA DE ALIMENTOSFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação,corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento).Descrição: A área <strong>de</strong>stinada à construção da <strong>Barragem</strong> Brejão a ser <strong>de</strong>sapropriada encontra-seocupada por aproximadamente 21 produtores rurais e suas famílias, sen<strong>do</strong> que apenas quatroproprietários resi<strong>de</strong>m na proprieda<strong>de</strong>. As terras a serem atingidas pela barragem (algumas<strong>de</strong>las com parcela significativa da área a ser <strong>de</strong>sapropriada e outras com aproximadamente 1/3,terras que serão necessárias para a implantação da barragem e realização das obras (canteiro <strong>de</strong>obras), ou para criação da área <strong>de</strong> proteção permanente (APP). Entre as lavouras mais cultivadas<strong>de</strong>stacam-se as <strong>do</strong> feijão, milho e mandioca, em geral como produção familiar para subsistência,além <strong>de</strong> inhame, batata-<strong>do</strong>ce, macaxeira, café e fumo, cultivadas em pequena escala por poucosproprietários, e fruteiras <strong>de</strong> manga e banana para venda. Praticamente em todas as proprieda<strong>de</strong>sverifica-se a presença da pecuária bovina <strong>de</strong> leite, e em alguns casos <strong>de</strong> corte, observan<strong>do</strong>-se emmenor escala a criação <strong>de</strong> ovelha. Dessa forma, observa-se um valor econômico significativo paraas famílias que ocupam as terras locais a ser perdi<strong>do</strong> com a produção cessante, cujo impacto <strong>de</strong>veatingir os proprietários e trabalha<strong>do</strong>res das lavouras localizadas na ADA e em menor escala o valoragrega<strong>do</strong> ao PIB <strong>do</strong>s municípios afeta<strong>do</strong>s.POSSIBILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS TURÍSTICOSFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio. Outorga para uso da água (lazer,aqüicultura, abastecimento)Descrição: A <strong>Barragem</strong> Brejão <strong>de</strong>verá trazer uma infraestrutura capaz <strong>de</strong> dar suporte à implantação<strong>de</strong> projetos econômicos. Alia<strong>do</strong> a essa infraestrutura o empreendimento possibilitará o uso<strong>de</strong> diversas ativida<strong>de</strong>s no segmento <strong>do</strong> turismo que po<strong>de</strong>m ser usadas como instrumento <strong>de</strong>conservação ambiental, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico com inclusão social, através da geração <strong>de</strong>emprego e renda para a população local e agregan<strong>do</strong> valor ao produto primário. Entre as ativida<strong>de</strong>scom potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacam-se: a pesca ama<strong>do</strong>ra; o turismo <strong>de</strong> aventura (canoagem, bóia-cross,win<strong>de</strong>surfe, mergulho, caminhadas, cicloturismo etc.); e turismo rural. Vinculadas ao segmentosurgem oportunida<strong>de</strong>s como or<strong>de</strong>namento e agenciamento turístico, serviços <strong>de</strong> transporte,meios <strong>de</strong> hospedagem, serviços <strong>de</strong> alimentação, eventos, material <strong>de</strong> pesca e outras ativida<strong>de</strong>scomplementares ao turismo.POSSIBILIDADE DE INSTALAÇÃO DE PROJETOS DE IRRIGAÇÃO E DE AGROINDÚSTRIASFase <strong>do</strong> empreendimento: OperaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AII e AIDAção <strong>do</strong> Empreendimento: Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio. Outorga para uso da água (lazer,aqüicultura, abastecimento)Descrição: O volume <strong>de</strong> água acumula<strong>do</strong> com a implantação da <strong>Barragem</strong> Brejão possibilita aviabilização <strong>de</strong> perímetros irriga<strong>do</strong>s – públicos ou priva<strong>do</strong>s – nas imediações <strong>do</strong> reservatório.A irrigação, face aos eleva<strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> investimento, apenas se viabilizará através <strong>de</strong> cultivos71


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOdirigi<strong>do</strong>s para merca<strong>do</strong>s externos à região ou da produção <strong>de</strong> matérias-primas para consumoagroindustrial. Nesse último caso torna-se possível a instalação <strong>de</strong> agroindústrias na AID dabarragem.CONTRATAÇÃO DE PESSOAL PARA A IMPLANTAÇÃO DA BARRAGEMFase <strong>do</strong> empreendimento: ImplantaçãoÁrea <strong>de</strong> Influência: AII e AIDAção <strong>do</strong> Empreendimento: Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área<strong>do</strong> eixo da barragem; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção eremoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra;Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; e Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas).Descrição: Durante a fase <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> empreendimento será contrata<strong>do</strong> um númeroconsi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res para a construção da barragem, transporte e compra <strong>de</strong> materiais,prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> apoio (alimentação, transporte e segurança, entre outros). As exigências<strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> curto prazo para a execução das obras <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> empreendimento<strong>de</strong>mandarão um ritmo intenso <strong>de</strong> trabalho, além <strong>do</strong> consumo imediato <strong>de</strong> materiais e insumos,fatos que irão afetar a oferta <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res locais e regionais, elevan<strong>do</strong> a geração tanto diretaquanto indireta <strong>de</strong> emprego e renda na área. No entanto, com a conclusão das obras ocorrerá umprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>smobilização da mão-<strong>de</strong>-obra contratada, assim como redução na <strong>de</strong>manda porserviços necessários à etapa <strong>de</strong> construção.PERDA DE POSTO DE TRABALHO NAS UNIDADES PRODUTIVAS ATINGIDAS PELA BARRAGEMFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação,corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento)Descrição: Como 21 proprieda<strong>de</strong>s terão parte substancial <strong>de</strong> sua área reduzida, os trabalha<strong>do</strong>res<strong>de</strong>stas serão <strong>de</strong>miti<strong>do</strong>s pela cessação das ativida<strong>de</strong>s agropecuárias existentes no local.72DINAMIZAÇÃO DAS ECONOMIAS MUNICIPAISFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII e AIDAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação,corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento)Descrição: A construção da <strong>Barragem</strong> Brejão irá estimular a economia local, principalmente porconta da contratação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e <strong>do</strong> fornecimento <strong>de</strong> produtos e serviços ao empreendimentopor empresas da área, contribuin<strong>do</strong> para a geração direta <strong>de</strong> emprego e renda, além <strong>de</strong>incentivar <strong>de</strong> forma indireta a geração <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho em outros setores, principalmente naAID. Em relação aos setores econômicos já existentes na área po<strong>de</strong>rá ocorrer incremento nas ativida<strong>de</strong>se pressões para alterações qualitativas na oferta <strong>de</strong> serviços. O primeiro impacto se dará porconta <strong>do</strong> aumento da <strong>de</strong>manda por produtos e serviços na região. O segun<strong>do</strong> <strong>de</strong>corre da <strong>de</strong>mandapor novos produtos ou serviços com maior qualida<strong>de</strong>. Por sua vez, será importante reorganizar ainfraestrutura viária <strong>do</strong>s municípios da ADA (Brejão e Terezinha), para apoiar a implantação <strong>do</strong> empreendimentoe posteriormente recompor o sistema viário afeta<strong>do</strong> durante as obras da construção


da barragem. Isso certamente irá criar facilida<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s potenciais(ativida<strong>de</strong>s agropecuárias, agroindustriais e turísticas, por exemplo), antes limitadas pelo isolamentorelativo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao acesso precário.AUMENTO DAS RECEITAS MUNICIPAISFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII e AIDAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação,corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento)Descrição: A implantação da <strong>Barragem</strong> Brejão causará impactos sobre as finanças <strong>do</strong>s municípiosda AID, com reflexos diferentes sobre os <strong>do</strong>is municípios, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> envolvimento emcada fase da implantação <strong>do</strong> empreendimento. Além <strong>do</strong> mais, esses impactos ocorrem <strong>de</strong> maneiradistinta nas diversas fases <strong>do</strong> empreendimento, incidin<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma mais significativa no Aumentodas Receitas Tributárias observa<strong>do</strong> na fase <strong>de</strong> construção, on<strong>de</strong> será contrata<strong>do</strong> o fornecimento<strong>de</strong> serviços e materiais nos municípios, influin<strong>do</strong> diretamente no recolhimento <strong>do</strong> Imposto SobreServiços <strong>de</strong> Qualquer Natureza (ISSQN).AUMENTO DA DEMANDA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DURANTE A CONSTRUÇÃOFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII e AIDAção <strong>do</strong> Empreendimento: Limpeza da área <strong>do</strong> eixo da barragem; Movimento <strong>de</strong> terras; Construçãoe remoção das enseca<strong>de</strong>iras; Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong>jazidas; Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço dabarragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação<strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação <strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima<strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água (lazer, aqüicultura, abastecimento)Descrição: As obras <strong>de</strong> construção da <strong>Barragem</strong> Brejão acarretarão impactos sobre os sistemas <strong>de</strong>infraestrutura nos <strong>do</strong>is municípios que compõem a AID, principalmente no município <strong>de</strong> Brejãoon<strong>de</strong> se localizará o canteiro <strong>de</strong> obras e que receberá o contingente <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> outrosmunicípios, o que certamente ocorrerá com intensida<strong>de</strong> maior na fase <strong>de</strong> instalação da barragem.Entre os impactos previsíveis mencionam-se como os mais significativos:1. Na infraestrutura <strong>de</strong> saneamento básico: As áreas que serão <strong>de</strong>sapropriadas possuem precáriainfraestrutura <strong>de</strong> saneamento ambiental, sem coleta <strong>de</strong> esgoto sanitário e lixo <strong>do</strong>méstico. Oabastecimento <strong>de</strong> água é feito principalmente por meio <strong>de</strong> poços artesanais ou através <strong>de</strong> cisternas.Os impactos sobre o abastecimento <strong>de</strong> água ocorrerá <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento da <strong>de</strong>manda durante aetapa <strong>de</strong> construção, que por sua vez elevará a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efluentes sanitários e resíduos naADA;2. Na Infraestrutura viária: O sistema viário regional, que por si já apresenta condições precárias,sofrerá impacto significativo na fase <strong>de</strong> instalação da barragem causa<strong>do</strong> pelo aumento consi<strong>de</strong>rávelno tráfego <strong>de</strong> veículos, parte <strong>de</strong>les <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Esses tipos <strong>de</strong> veículos necessariamente terãoque transitar pelas vias <strong>de</strong> acesso da área para transportar máquinas, equipamentos e pessoas. Poroutro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> enchimento da barragem, <strong>de</strong>verá ocorrer inundação <strong>de</strong> vias locais;Na infraestrutura habitacional: A <strong>de</strong>manda por moradia será um fato concreto nos municípios daADA que abrigarem parte da mão-<strong>de</strong>-obra oriunda <strong>de</strong> outras áreas na fase <strong>de</strong> instalação da barragem.Esses municípios <strong>de</strong>verão aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda por alojamento <strong>de</strong>ssas pessoas e a oferta épraticamente inexistente nessas áreas, o que necessitará investimentos nesse senti<strong>do</strong>.73


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOREDUÇÃO DAS PERDAS DA INFRAESTRUTURA DE SERVIÇOS PÚBLICOSFase <strong>do</strong> empreendimento: Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII e AIDAção <strong>do</strong> Empreendimento: Liberação <strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio.Descrição: Ao controlar a vazão mínima e máxima <strong>do</strong> rio evitam-se que as enchentes possuamcaráter <strong>de</strong>vasta<strong>do</strong>r como as que ocorreram nos últimos <strong>do</strong>is anos.AUMENTO DA CAPACIDADE DE OFERTA DE ÁGUA PARA OS MUNICÍPIOS DA AIIFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII e AIDAção <strong>do</strong> Empreendimento: Limpeza da área <strong>do</strong> eixo da barragem; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação,corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; e Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento)Descrição: Com a implantação <strong>do</strong> empreendimento, a regularização <strong>do</strong> curso <strong>do</strong> rio contribuirápara o aumento da oferta <strong>de</strong> água para os municípios da AII da <strong>Barragem</strong> Brejão.ALTERAÇÃO BRUSCA DA LOCALIZAÇÃO DA DEMANDA POR EDUCAÇÃOFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio.Descrição: O reassentamento da população da ADA, o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res para aconstrução da obra e a regularização <strong>do</strong> curso <strong>do</strong> rio contribuirão para a ocorrência <strong>de</strong> movimentosmigratórios <strong>de</strong>ntro da AID e da ADA. Com isto a localização da população em ida<strong>de</strong> escolar sofreráalteração, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> gerar ociosida<strong>de</strong>s em algumas escolas e aumento <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> da <strong>de</strong>manda emoutras.AUMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA POPULAÇÃOFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; eOutorga para uso da água (lazer, aqüicultura, abastecimento).Descrição: A implantação da <strong>Barragem</strong> Brejão gera to<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong>ntro dapopulação envolvida sobre a valida<strong>de</strong> <strong>do</strong> empreendimento e sobre seus efeitos. No bojo <strong>de</strong>ste<strong>de</strong>bate existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar o nível <strong>de</strong> informação da população, principalmente noque tange a questão ambiental.74AUMENTO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E ELEVAÇÃO DO RISCO DE ACIDENTESFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área<strong>do</strong> eixo da barragem; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção eremoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra;Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra;Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas.)Descrição: Deverá ocorrer aumento nas <strong>do</strong>enças respiratórias na fase <strong>de</strong> instalação <strong>do</strong> empreendimento.Durante as obras <strong>de</strong> construção da barragem, com o significativo tráfego <strong>de</strong> veículos pesa<strong>do</strong>snas vias <strong>de</strong> acesso às áreas da intervenção, algumas sem pavimentação, certamente ocorrerá


elevação no nível <strong>de</strong> poeira causan<strong>do</strong> incômo<strong>do</strong>s respiratórios à população. Por sua vez, o tráfegoconstante nas vias por on<strong>de</strong> trafega a população local, <strong>de</strong>sgastadas pelo uso contínuo, contribuirápara aumentar os riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.ALTERAÇÃO NA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS QUE TENHAM A ÁGUA COMO VETOR DE TRANSMISSÃOFase <strong>do</strong> empreendimento: Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII, AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Enchimento <strong>do</strong> reservatório; Liberação <strong>de</strong> água durante chuvasintensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água.Descrição: Como o curso <strong>do</strong> rio é controla<strong>do</strong> com a construção da <strong>Barragem</strong> Brejão, diminuem as<strong>do</strong>enças relacionadas com a água das enchentes. Por outro la<strong>do</strong>, a existência <strong>do</strong> empreendimentoe <strong>de</strong> seus usos múltiplos po<strong>de</strong> acarretar a incidência <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, também ligadas àágua.ALTERAÇÃO NO VALOR PATRIMONIAL DAS PROPRIEDADES PRÓXIMAS À BARRAGEM E NO LEITO AJUSANTE DO RIOFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII, AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Difusão da notícia; Reassentamento da população; Instalação <strong>do</strong>canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração<strong>de</strong> jazidas; Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong>maciço da barragem; Enchimento <strong>do</strong> reservatório; Liberação <strong>de</strong> água durante chuvas intensas;Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água.Descrição: A resolução <strong>do</strong>s graves problemas causa<strong>do</strong>s pelas enchentes na região, as melhoriassocioambientais que serão geradas pelo empreendimento, assim como as melhorias que serãorealizadas na infraestrutura local para a construção da barragem po<strong>de</strong>m ter como conseqüência o<strong>de</strong>s<strong>do</strong>brar <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> valorização das terras na região.Uso e Ocupação <strong>do</strong> SoloALTERAÇÃO NA PAISAGEMFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Difusão da notícia; Reassentamento da população; Estu<strong>do</strong>sPreliminares; Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área <strong>do</strong> eixo dabarragem; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção dasenseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong>jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong>maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório(elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação <strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazãomínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água (abastecimento, aquicultura, lazer).Descrição: Nas áreas sujeitas aos impactos diretos provenientes da implantação, operação eafetada diretamente pela construção da <strong>Barragem</strong> Brejão servirão <strong>de</strong> palco para um conjunto <strong>de</strong>transformações na paisagem. As modificações ocorrerão <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a retirada <strong>de</strong> cobertura vegetal,inserção <strong>de</strong> novos equipamentos, reestruturação <strong>do</strong>s contextos produtivos rurais e a presença<strong>do</strong> paredão da <strong>Barragem</strong>. A visualização <strong>do</strong> empreendimento em suas diversas dimensões serãopercebi<strong>do</strong>s/visualiza<strong>do</strong>s por parcela significativa da população <strong>do</strong>s municípios da AID e ADA.O conjunto <strong>de</strong> ações previstas para as diversas etapas <strong>do</strong> empreendimento implicará em uma<strong>de</strong>scaracterização da área <strong>de</strong> implantação e seu entorno.DINAMIZAÇÃO DO ZONEAMENTO MUNICIPALFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento e Implantação.Área <strong>de</strong> Influência: AII e AID75


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação,corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong>máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento)Descrição: Os municípios envolvi<strong>do</strong>s direta ou indiretamente com o empreendimento apresentamuma dinâmica no que tange ao zoneamento territorial, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> aspectos tais como: áreaurbana, rural, industrial, preservação ambiental, etc. Devi<strong>do</strong> ao conjunto <strong>de</strong> ações envolvidasno processo <strong>de</strong> instalação da barragem e posteriormente sua fase operação, po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificaruma nova dinâmica <strong>de</strong> zoneamento frente aos usos da água que passará por um monitoramente,principalmente, nas áreas a jusante da <strong>Barragem</strong> Brejão. O planejamento e or<strong>de</strong>namento territorialsofrerão transformações <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>do</strong> empreendimento.REDUÇÃO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIAFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Estu<strong>do</strong>s Preliminares; Instalação <strong>do</strong>canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área <strong>do</strong> eixo da barragem; Movimento <strong>de</strong>terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong>rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo);Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem;Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível<strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação <strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio;Outorga para uso da água (abastecimento, aquicultura, lazer).Descrição: A presença <strong>de</strong> lavouras e áreas <strong>de</strong> pastagens caracterizam o uso <strong>do</strong> solo rural para finsagropecuários nos municipios da AID e principalmente a pastagem nos limites territoriais da ADA.O processo <strong>de</strong> redução da produção agropecuária das respectivas áreas se dará com a diminuição<strong>de</strong> usos agrícolas <strong>do</strong>s sítios localiza<strong>do</strong>s na Bacia Hidruáulica <strong>do</strong> Riacho Seco <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao controledas águas no reservatório e <strong>do</strong> monitoramente e uso <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> principalmente ao abastecimento<strong>de</strong> água <strong>do</strong>s municipios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha. Na ADA <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> reassentamento,preparação das áreas inundadas e controle das águas <strong>de</strong>verão ser atingidas um conjunto <strong>de</strong> usos daterra para a pastagem <strong>de</strong> pecuária bovina e criatórios <strong>de</strong> galináceas.76DESOCUPAÇÃO DA ÁREA E TRANSFERÊNCIA DA POPULAÇÃOFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento e Implantação.Área <strong>de</strong> Influência: AII, AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Estu<strong>do</strong>s Preliminares; Instalação <strong>do</strong>canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área <strong>do</strong> eixo da barragem; Movimento <strong>de</strong> terras(escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong>rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo);Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem;Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong>base <strong>do</strong> rio);Descrição: A <strong>de</strong>socupação das proprieda<strong>de</strong>s que serão afetadas diretamente com a construção dabarragem irá propiciar um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas habitacionais e <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços nosmunicipios que compõem a AID e ADA. O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação das áreas que serão inunndadascom a <strong>Barragem</strong> Brejão tem seus usos atraves <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncias e <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> pastagens, ou seja, implicarápara os municipios envolvi<strong>do</strong>s a recepção da população relocada e da inserção <strong>de</strong>sse novocontingente em ativida<strong>de</strong>s produtivas e nos usos das terras. Dessa forma, o impacto estrapola os


limites <strong>do</strong> uso da terra e possivelmente afetará as relações sociais e produtivas construídas históricamente.DESOCUPAÇÃO DA ÁREA E TRANSFERÊNCIA DA POPULAÇÃOFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII, AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Difusão da notícia; Reassentamento da população; Estu<strong>do</strong>sPreliminares; Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área <strong>do</strong> eixo dabarragem; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção dasenseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong>jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong>maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório(elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação <strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazãomínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água (abastecimento, aquicultura, lazer).Descrição: A implantação da <strong>Barragem</strong> Brejão ocorrerá um conjunto <strong>de</strong> transformações no usoda terra <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> infraestrutura. Na ADA foram in<strong>de</strong>tntificadas torres <strong>de</strong>distribuição <strong>de</strong> energia elétrica, estradas vicinais, poços e cacimbas para a o abastecimento <strong>de</strong>água <strong>do</strong>s sitiantes locais. As estradas vicinais <strong>de</strong> acesso a bacia hidráulica <strong>do</strong> Riacho Seco sofreãocom a inundação das áreas da ADA e todas os fixos componentes da infraestrutura, principalmenteas linhas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia elétrica mapeadas. Esses impatos acarretará um conjunto <strong>de</strong>interferências nos diversos territórios interliga<strong>do</strong>s a infraestrutura atingida.AUMENTO DA DEMANDA POR SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURAFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento, Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AII, AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área <strong>do</strong>eixo da barragem; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção e remoçãodas enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong>jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciçoda barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong>nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação <strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio;Outorga para uso da água (abastecimento, aquicultura, lazer).Descrição: As áreas afetadas e <strong>de</strong> influência das barragens apresentam um sistema <strong>de</strong> saneamentobásico, on<strong>de</strong> a re<strong>de</strong> geral é a principal forma <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água. No entanto, se observa umagran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> poços e captação <strong>de</strong> água <strong>de</strong> forma não canalizada. Quanto ao esgotamento sanitário,é possível constatar que nos sitos na ADA e nas habitações na AII e ADA há um quantitativo <strong>de</strong>que os banheiros ou sanitários não possuem sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitário, porém, ten<strong>do</strong> as fossassépticas e rudimentares uma representativida<strong>de</strong> relevante no esgotamento sanitário <strong>do</strong>s municípios,comprometen<strong>do</strong> a saú<strong>de</strong> pública e a qualida<strong>de</strong> da água. A partir da presença da barragem Brejão cria-seuma perspectiva <strong>de</strong> melhorias na questão <strong>do</strong> abastecimento e <strong>do</strong> saneamento básico, em especial paraos municípios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha na Microrregião <strong>de</strong> Garanhuns.Patrimônio CulturalESTUDOS PRELIMINARESFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Antecipa-se ás ações que põem em risco o Patrimônio Cultural,permitin<strong>do</strong> resgatarem-se informações.Descrição: Os estu<strong>do</strong>s preliminares permitem avaliar-se o potencial da área a ser afetada em termos<strong>do</strong> potencial <strong>de</strong> seu Patrimônio Cultural, na forma <strong>de</strong> suas distintas manifestações, histórica,arquitetônica, arqueológica, paleontológica, espeleológica e imaterial.77


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOMEIO FÍSICOPrograma <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong>Áreas DegradadasPrograma <strong>de</strong> Limpeza daBacia HidráulicaPrograma <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Erosãoem Áreas <strong>de</strong> Instabilida<strong>de</strong> Geológica eGeomorfológicaPrograma <strong>de</strong> Monitoramento Hidrológicoe Controle <strong>do</strong> Nível <strong>de</strong> Água no ReservatórioPrograma <strong>de</strong> Monitoramentoda Qualida<strong>de</strong> da ÁguaPROGRAMA DE PLANEJAMENTO,SEGURANÇA E ORGANIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTOPROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO DAS OBRAS EDA COMPATIBILIDADE DO SEU CRONOGRAMA COM A IMPLANTAÇÃO DASAÇÕES AMBIENTAIS PARA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIAPROGRAMA DE SEGURANÇA NO TRABALHOPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTALPROGRAMA DE GERENCIAMENTO AMBIENTALMEIO BIÓTICOPrograma <strong>de</strong> Resgate <strong>de</strong> GermoplasmaVegetal e Conservação da Florada <strong>Barragem</strong> BrejãoPrograma <strong>de</strong> Levantamento eMonitoramento da Flora Terrestre <strong>do</strong>Entorno da <strong>Barragem</strong> BrejãoResgate, translocação e monitoramentoda avifauna da Área Diretamente Afetadada <strong>Barragem</strong> Brejão, localizada nosMunicípios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha,Agreste Meridional <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Resgate e translocação da herpetofaunaterrestre da Área Diretamente Afetada da<strong>Barragem</strong> Brejão, Agreste PernambucanoMEIO ANTRÓPICOPrograma <strong>de</strong>Educação AmbientalDiversificação das Ativida<strong>de</strong>sEconômicas ProdutivasPrograma <strong>de</strong> Reassentamentoda População DesapropriadaPrograma <strong>de</strong> NegociaçãoPrograma <strong>de</strong> Prospecção e <strong>de</strong>Resgate ArqueológicoPlano <strong>de</strong> Conservação eUso <strong>do</strong> Solo no Entorno<strong>do</strong> ReservatórioMonitoramento da Mastofauna Terrestree Alada na Área Área <strong>de</strong> Influência Direta(AID) e entorno da <strong>Barragem</strong> Brejão,Agreste PernambucanoPrograma <strong>de</strong> MedidasCompensatóriasResgate da fauna <strong>de</strong> mamíferos terrestresda Área Diretamente Afetada (ADA) da<strong>Barragem</strong> Brejão, Agreste Pernambucano.Programa <strong>de</strong> Inventário e Monitoramento<strong>do</strong>s Ecossistemas Aquáticos para a<strong>Barragem</strong> BrejãoPrograma <strong>de</strong> Inventário e Monitoramentoda Ictiofauna para a <strong>Barragem</strong> BrejãoPrograma <strong>de</strong> Resgate da IctiofaunaPrograma <strong>de</strong> Monitoramento da Pescapara a <strong>Barragem</strong> Brejão78


MOVIMENTOS DE TERRA E ESCAVAÇÕESFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Todas as ações que envolvem movimentação <strong>de</strong> terra, inclusive o uso<strong>de</strong> jazidas afastadas.Descrição: As ações <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> terra, intrinsecamente, promovem o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>vestígios arqueológicos eventualmente presentes na área; alterações e mesmo inversões estratigráficasno terreno, o que representam a <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> contexto arqueológico <strong>de</strong> uma área. Impacto<strong>de</strong> efeito negativo, que atua <strong>de</strong> forma direta, com caráter permanente, <strong>de</strong> abrangência local,irreversível e imediato, cumulativo e <strong>de</strong> baixa magnitu<strong>de</strong>.Dimensão SocioambientalIMPACTO SOBRE A POPULAÇÃO EM FUNÇÃO DAS AÇÕES DE INSTALAÇÃO DA OBRAFase <strong>do</strong> empreendimento: Planejamento e Implantação.Área <strong>de</strong> Influência: AII, AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Difusão da notícia; Reassentamento da população; Estu<strong>do</strong>sPreliminares; Instalação <strong>do</strong> canteiro <strong>de</strong> obras e abertura <strong>de</strong> acessos; Limpeza da área <strong>do</strong> eixo dabarragem; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte, aterros e bota-fora); Construção e remoção dasenseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong> máquinas e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong>jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong>maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório (remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório(elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio);Descrição: As populações das áreas <strong>de</strong> influências e afetadas <strong>do</strong> empreendimento <strong>do</strong> projeto da<strong>Barragem</strong> Brejão sofrerao impactos <strong>de</strong>correntes das ações <strong>de</strong> instalação das obras e das ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>senvolvidas no canteiro <strong>de</strong> obras, em especial os incômo<strong>do</strong>s provoca<strong>do</strong>s por ruí<strong>do</strong>s, poluição <strong>do</strong>ar e tráfego intenso e pesa<strong>do</strong>. Os impactos <strong>de</strong>scritos anteriormente <strong>de</strong>correm das novas dinâmicasem que os municípios envolvi<strong>do</strong>s com a realização <strong>do</strong> empreendimento, bem como a prestação <strong>de</strong>serviços diversos no canteiro <strong>de</strong> obras, a mobilida<strong>de</strong> da população entre os núcleos habitacionais eo espaço da obra, bem como as interperes na saú<strong>de</strong> da população em função <strong>do</strong>s ruí<strong>do</strong>s das máquinase veículos e a poluição <strong>do</strong> ar, com danos respiratórios.EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO AMBIENTALFase <strong>do</strong> empreendimento: Implantação e Operação.Área <strong>de</strong> Influência: AID e ADAAção <strong>do</strong> Empreendimento: Reassentamento da população; Movimento <strong>de</strong> terras (escavação, corte,aterros e bota-fora); Construção e remoção das enseca<strong>de</strong>iras (<strong>de</strong>svio <strong>do</strong> rio); Movimento <strong>de</strong> máquinase <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da obra; Exploração <strong>de</strong> jazidas (empréstimo); Destinação <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>se efluentes gera<strong>do</strong>s na obra; Construção <strong>do</strong> maciço da barragem; Limpeza <strong>do</strong> reservatório(remoções e <strong>de</strong>stocas); Enchimento <strong>do</strong> reservatório (elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> base <strong>do</strong> rio); Liberação<strong>de</strong> água durante chuvas intensas; Regulação da vazão mínima <strong>do</strong> rio; Outorga para uso da água(lazer, aqüicultura, abastecimento).Descrição: Nas áreas <strong>de</strong> realização <strong>do</strong> diagnóstico ambiental foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong>vulnerabilida<strong>de</strong>s socioambientais <strong>do</strong> atual uso da terra, tais como, espaços com carências <strong>de</strong>esgotamento sanitário, áreas <strong>de</strong>smatadas para as pastagens, e <strong>de</strong> espaço com <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> lixoina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Na direção <strong>de</strong> ampliação das melhorias ambientais <strong>do</strong>s municípios das áreas envolvidas,em especial para Brejão e Terezinha vê-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> educação e gestão ambiental,bem como a difusão <strong>do</strong>s respectivos produtos. As modificações resultantes da barragem configurauma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação das práticas educacionais na dimensão ambiental.79


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃO7. Quais os programasambientais recomenda<strong>do</strong>s?O Sistema <strong>de</strong> Gestão Ambiental proposto para o empreendimento tem seus fundamentos na legislaçãopertinente e na articulação interinstitucional necessária à sua efetivação. Sua concepção busca favorecere estimular a participação da socieda<strong>de</strong>, não apenas no que se refere aos programas educativos, masem todas as ações implementadas. Nesse senti<strong>do</strong>, o processo <strong>de</strong> gestão incorporará como instrumentosbásicos os 27 Programas Ambientais previstos para o empreendimento da barragem Brejão.8. Prognóstico daqualida<strong>de</strong> ambiental...............................Qualida<strong>de</strong> ambiental sem o empreendimentoO empreendimento <strong>Barragem</strong> Brejão, foco <strong>do</strong> EIA/RIMA por hora apresenta<strong>do</strong>, está projeta<strong>do</strong> paraser implanta<strong>do</strong> no Grupo <strong>de</strong> Bacias <strong>de</strong> Pequenos Rios Interioranos 1 (GI-1), o qual correspon<strong>de</strong> àUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento Hídrico – UP20, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Plano Estadual <strong>de</strong> Recursos Hídricos<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> (PERNAMBUCO. SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE, 1998).Limita-se ao norte, com as bacias <strong>do</strong>s rios Una (UP5), a bacia <strong>do</strong> rio Mundaú (UP6) e a bacia <strong>do</strong> rioIpanema (UP7); ao sul faz fronteira com o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Alagoas; a leste com a bacia <strong>do</strong> rio Mundaú; e,a oeste, com a bacia <strong>do</strong> rio Ipanema.A área <strong>de</strong> drenagem da bacia, conforme o Atlas <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> correspon<strong>de</strong>a 1,39% da área total <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> (PERNAMBUCO. SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBI-ENTE, 2006). A bacia abrange 10 municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, <strong>do</strong>s quais apenas Terezinhaestá totalmente inseri<strong>do</strong> no GI-1. Os municípios <strong>de</strong> Bom Conselho, Brejão e Paranatama possuemsua se<strong>de</strong> no grupo, enquanto Caetés, Capoeiras, Garanhuns, Iati, Lagoa <strong>do</strong> Ouro e Saloá estão parcialmenteinseri<strong>do</strong>s.80Na Área <strong>de</strong> Influência Indireta (AII) os impactos da instalação e operação da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejãoatingirão indiretamente uma população resi<strong>de</strong>nte total <strong>de</strong> aproximadamente 239.930 habitantes(IBGE, 2010), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> um percentual significativo <strong>de</strong>ssa população no espaço rural. AÁrea Influência Direta (AID) e na Área Diretamente Afetada (ADA) apresentam uma população <strong>de</strong>aproximadamente 15.581 habitantes (IBGE, 2010), on<strong>de</strong> aproximadamente 58% <strong>de</strong>ssa populaçãohabitam as zonas rurais da AID. As formas <strong>de</strong> uso da terra nesses municípios são mais diversifica<strong>do</strong>snas se<strong>de</strong>s municipais on<strong>de</strong> estão situa<strong>do</strong>s os núcleos urbanos, <strong>de</strong> forma, que o uso e a ocupaçãosão caracteriza<strong>do</strong>s por habitações, infraestruturas e equipamentos urbanos, indústrias e centros<strong>de</strong>cisórios representa<strong>do</strong>s por instituições públicas e priva<strong>do</strong>s.


As ativida<strong>de</strong>s agropecuárias, comerciais, serviços e industriais figuram como principais usos <strong>do</strong>solo soma<strong>do</strong>s aos usos habitacionais <strong>do</strong> solo da AII e AID. A produção agropecuária na AII tem umarepresentação significativa e <strong>de</strong>staca-se no processo <strong>de</strong> formação econômica e territorial da regiãoque se constituiu a Bacia Leiteira <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.A área-objeto consi<strong>de</strong>rada para efeitos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> apresenta algumas características particularesno que diz respeito ao seu contexto climático e hidrológico, com climas secos e regimes hidrológicos<strong>de</strong>ficientes, caracterizan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma, uma região na qual as águas são escassas.Dentro <strong>de</strong> um contexto histórico que remete a ocorrências <strong>de</strong> secas, a solução até então a<strong>do</strong>tadapara respon<strong>de</strong>r a essa falta <strong>de</strong> água em perío<strong>do</strong>s encara<strong>do</strong>s como críticos é <strong>de</strong> caráter emergencial,pontual e insuficiente para o socorro imediato, sem recursos financeiros disponíveis e sem capacida<strong>de</strong>instalada para repor as perdas materiais e imateriais.A não construção da barragem Brejão mantém esse status quo, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> a vida e os bens dapopulação, além da infraestrutura pública, a mercê <strong>do</strong> comportamento climático, com o po<strong>de</strong>rpúblico e a população esperan<strong>do</strong> que não ocorram eventos extremos <strong>de</strong> seca.Qualida<strong>de</strong> ambiental com o empreendimentoA construção da barragem Brejão é uma ação estrutura<strong>do</strong>ra, inserida numa política pública <strong>de</strong> redução<strong>de</strong> <strong>de</strong>sastres que vem sen<strong>do</strong> implementada pelo governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, reunin<strong>do</strong> várias iniciativasinter-relacionadas, como é o caso <strong>do</strong> Controle <strong>de</strong> Enchentes da Mata Sul, das MudançasClimáticas, <strong>do</strong> Combate à Desertificação, da Política Estadual <strong>de</strong> Resíduos Sóli<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> Mapeamentoda Suscetibilida<strong>de</strong> e Risco <strong>de</strong> Desastres <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, recategorização das Reservas Ecológicas,entre outras.Tal empreendimento contribuirá significativamente para reduzir os <strong>de</strong>sastres oriun<strong>do</strong>s da seca ereverter a condição <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ficiente, além <strong>de</strong> propiciar alternativas <strong>de</strong> sobrevivênciacom a oferta <strong>de</strong> usos múltiplos previsto para o reservatório. Essas funções proporcionarãouma melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população diretamente afetada, permitin<strong>do</strong> a dinamização<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas e aumento <strong>de</strong> emprego e renda, além <strong>de</strong> oferecer um espaço ameno <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> beleza paisagística.Por outro la<strong>do</strong> é importante ressaltar que a construção da barragem Brejão implica necessariamentena ocorrência <strong>de</strong> vários impactos adversos sobre o ambiente atual, cuja importância foi avaliadae coberta por um conjunto <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> mitigação e por Programas <strong>de</strong> Controle Ambiental,que permitirão <strong>de</strong>senvolver a gestão ambiental da área.A oferta e ampliação <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água a partir <strong>de</strong>sse empreendimento irãotambém <strong>de</strong> forma direta e indireta incentivar a geração <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho em distintos setores,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o agropecuário, industrial, comercial e <strong>de</strong> serviços, além <strong>do</strong> segmento habitacional.Nesse senti<strong>do</strong>, o prognóstico <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> é o <strong>de</strong> que a barragem Brejão <strong>de</strong>ve ser construída.9. Conclusões....................A construção da barragem Brejão é uma ação estrutura<strong>do</strong>ra, inserida numa política pública <strong>de</strong> redução<strong>de</strong> <strong>de</strong>sastres e promoção <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, inclusive com a81


RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOampliação da oferta <strong>de</strong> água alia<strong>do</strong> a múltiplos usos. Trata-se <strong>de</strong> uma política que vem sen<strong>do</strong> implementadapelo governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, reunin<strong>do</strong> várias iniciativas inter-relacionadas, como é o caso<strong>do</strong> Controle <strong>de</strong> Enchentes da Mata Sul, das Mudanças Climáticas, <strong>do</strong> Combate à Desertificação, daPolítica Estadual <strong>de</strong> Resíduos Sóli<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> Mapeamento da Suscetibilida<strong>de</strong> e Risco <strong>de</strong> Desastres <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>, recategorização das Reservas Ecológicas, entre outras.O Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Impacto Ambiental – EIA foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com o objetivo <strong>de</strong> avaliar os diferentes tipos<strong>de</strong> impactos ambientais, associa<strong>do</strong>s às distintas fases <strong>de</strong> planejamento, implantação e <strong>de</strong> operaçãoda barragem Brejão. O Diagnóstico <strong>do</strong> ambiente a ser afeta<strong>do</strong> pelo empreendimento foi realiza<strong>do</strong>inclusive com a obtenção <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s primários e também secundários, contemplan<strong>do</strong>os elementos ambientais <strong>do</strong>s meios físico, biótico e socioeconômico.Nesse âmbito, 57 prováveis impactos foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, analisa<strong>do</strong>s e avalia<strong>do</strong>s. Dentro <strong>de</strong>sseuniverso foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s como os elementos mais fortemente afeta<strong>do</strong>s: a cobertura vegetal,a fauna terrestre, os recursos hídricos, e em especial, a fauna e flora aquáticas. Ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>sseselementos, constata-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se relocar a população assentada na área <strong>do</strong> empreendimento.Para mitigar, controlar e até neutralizar o efeito <strong>de</strong>sses impactos foram propostas medidasmitiga<strong>do</strong>ras e, elabora<strong>do</strong>s 27 Programas <strong>de</strong> Controle e Monitoramento Ambiental, para subsidiar o<strong>de</strong>senvolvimento da Gestão Ambiental da área.Embora o empreendimento em questão afete real e/ou potencialmente fatores ambientais da área<strong>de</strong> influência <strong>de</strong> forma negativa, o maior impacto positivo correspon<strong>de</strong> ao aumento da oferta <strong>de</strong>água e reforço <strong>do</strong> abastecimento público <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Brejão, sen<strong>do</strong> este o principal objetivo<strong>do</strong> Empreendimento em questão.A análise <strong>do</strong>s impactos positivos e negativos e a convicção da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obras estrutura<strong>do</strong>rasconcatenadas em políticas públicas efetivas para a redução <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sastres recorrentes <strong>de</strong> perío<strong>do</strong>s<strong>de</strong> seca no entorno imediato <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Brejão, evi<strong>de</strong>ncia a sua importância <strong>de</strong> construção nomais curto prazo possível antes <strong>do</strong> agravamento da situação.Por fim, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o caráter dinâmico e especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um empreendimento <strong>de</strong>ssa natureza,é possível que, ao longo <strong>do</strong> tempo, ou até mesmo durante a fase <strong>de</strong> discussão e análise <strong>de</strong>ste EIA,seja necessária a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas complementares não previstas neste <strong>do</strong>cumento. Assimsen<strong>do</strong>, é relevante o acompanhamento sistemático <strong>de</strong> todas as fases <strong>de</strong> operacionalização <strong>do</strong>empreendimento, <strong>de</strong> forma a possibilitar a a<strong>do</strong>ção, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> pró-ativo, <strong>de</strong> medidas complementaresque se fizerem necessárias. Sob a ótica técnica e administrativa é possível afirmar que os cuida<strong>do</strong>sprévios e antecipação <strong>de</strong> ocorrências ambientais, juntamente com a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas mitiga<strong>do</strong>rase <strong>de</strong> controle, quan<strong>do</strong> implementadas <strong>de</strong> forma efetiva e eficaz, colaborarão significativamentepara a viabilização ambiental <strong>do</strong> empreendimento <strong>Barragem</strong> Brejão.82

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