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a estrutura eo além estrutura em lacan - Psicanálise & Barroco

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A ESTRUTURA E O ALÉM ESTRUTURA EM LACAN:Uma Perspectiva acerca do Estruturalismo e Existencialismo na T<strong>eo</strong>ria e Clínica Lacanianalinguag<strong>em</strong> metáfora e metonímia, da mesma forma como Freud utilizou a condensação e odeslocamento para elucidar o trabalho psíquico dos sonhos. Para Lacan, os processosmetafóricos e metonímicos, pelos quais as manifestações inconscientes se <strong>estrutura</strong>m,viabilizam a leitura, ou melhor, a escritura do inconsciente. Esses movimentos da metáfora eda metonímia são evidenciados na clínica através dos deslocamentos dos significantes, ouseja, da dinâmica das palavras no discurso do sujeito.Tomando como apoio a antropologia <strong>estrutura</strong>l de Lévi-Strauss para areformulação do complexo de Édipo, Lacan chama atenção para a função paterna, funçãoproibidora e simbólica na constituição do sujeito. Para Lévi-Strauss o sujeito se torna um serda cultura pela lei da exogamia, o que Lacan traduz como função da metáfora paterna. Assimcomo a metáfora paterna, que faz parte do registro simbólico, é responsável pela formação dosujeito, os registros real e imaginário também faz<strong>em</strong> parte da <strong>estrutura</strong>ção dada por Lacan aosujeito do inconsciente. Em O Pensamento Selvag<strong>em</strong> (1962), Lévi-Strauss argumenta que aexigência de ord<strong>em</strong> é constitutiva da natureza, assim sendo, parte do princípio que a naturezaé ordenada. Contudo, é a cultura que lança o indivíduo no simbólico, dando assim uma<strong>estrutura</strong> ao sujeito. Portanto, a função paterna é responsável pela inserção do sujeito naord<strong>em</strong> simbólica. Como os registros real e imaginário também faz<strong>em</strong> parte da formalizaçãodada ao sujeito do inconsciente, esses registros são parte de uma <strong>estrutura</strong> pré-sujeito. Opsicanalista francês aborda a relação do sujeito com os três registros desde a passag<strong>em</strong> peloestádio do espelho, no qual a criança forma a imag<strong>em</strong> do seu corpo como uma entidadedescolada e independente do corpo da mãe, até a <strong>em</strong>ergência do sujeito do desejo após ainterdição edipiana. Portanto, somos inseridos <strong>em</strong> uma <strong>estrutura</strong>, não nos inserimos nela? Atéque ponto?Daí v<strong>em</strong> o paradoxo da psicanálise “<strong>estrutura</strong>lista” <strong>lacan</strong>iana. Segundo Lacan, nãofalamos e sim somos falados, pois a linguag<strong>em</strong> pré-existe ao sujeito. O discurso doinconsciente assim como o desejo do sujeito v<strong>em</strong> do Outro, uma vez que é através dasidentificações que o sujeito se constitui. Nesse sentido, é importante sublinhar que asidentificações ocorr<strong>em</strong> apenas através dos significantes. O sujeito aparece primeiro no campodo Outro através do significante primordial, o significante unário, a partir do momento que elerepresenta o sujeito para um outro significante, o significante do falo imaginário que a criançatentou ser para sua mãe. Então, onde ficamos enquanto sujeitos? Como pod<strong>em</strong>os nos implicardiante de nossas ações perante essa <strong>estrutura</strong> de linguag<strong>em</strong> e símbolos na qual somosinseridos? Seria o <strong>estrutura</strong>lismo mesmo o que rege a clínica <strong>lacan</strong>iana? Lacan nos diz: “OPsicanálise & <strong>Barroco</strong> <strong>em</strong> revista v.11, n.1:221-231, jul.2013 223

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