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Juventude Rural Juventude Rural - Contag

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®revista da<strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong>P u b l i c a ç ã o d a C o m i s s ã o N a c i o n a l d e J o v e n s Tr a b a l h a d o r e s e Tr a b a l h a d o r a s Ru r a i s d a C o n t a g • J u l h o d e 2 0 0 7BRASILTransformando o presente e construindo o futuro


EXPEDIENTERevista da <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong> – Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – Coordenação Nacional- Maria Elenice Anastácio – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (<strong>Contag</strong>) – Diretoria Executiva -Presidente Manoel dos Santos 1º Vice Presidente/ Secretário de Relações Internacionais Alberto Ercílio Broch | Secretário GeralDavid Wylkerson R. de Souza | Secretários: Finanças e Administração Juraci Moreira Souto | Assalariados e Assalariadas RuraisAntônio Lucas Filho | Política Agrária e Meio Ambiente Paulo de Tarso Caralo | Política Agrícola Antoninho Rovaris | Organizaçãoe Formação Sindical Raimunda Celestina de Mascena | Políticas Sociais Alessandra da Costa Lunas |Coordenação da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais Carmen Helena Ferreira Foro |Endereço SMPW Quadra 1 Conjunto 2 Lote 2 Núcleo Bandeirante CEP: 71.735-010, Brasília/DF | Telefone (61)2102 2288 | Fax (61) 2102 2299 | E-mail agenciacontag@contag.org.br | Internet www.contag.org.br | Assessoriade Comunicação Liberdade de Expressão - Agência e Assessoria de Comunicação | Editora Patrícia Cunegundes| Textos Angélica Córdova, Cristina Ávila, Erika Meneses, Pedro Henrique Barreto e Vanessa Montenegro| Revisão Danielle Costa | Projeto Gráfico e Diagramação Fabrício Martins | Capa Yoda Nakasu | GráficaBárbara Bela Editora Gráfica Ltda.(61) 3349 2561DiretoraPatrícia Cunegundes


Arquivo Fetag-PIArquivo Fetag-RSÍndiceEditorial ........................................................................................................... 4O que é a CNJTTR ............................................................................................ 6Pesquisa Contatg/Unicef .................................................................................... 8Educação do campo ...................................................................................... 12Jovem Saber ................................................................................................. 13Experiências estaduais ................................................................................... 161 o Festival Nacional da <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong> ........................................................... 24Políticas Públicas ........................................................................................... 26Jovens lideranças .......................................................................................... 39Opinião dos dirigentes da <strong>Contag</strong> .................................................................... 41Membros da CNJTTR ....................................................................................... 45Arquivo FetapCésar RamosArquivo Fetarn3


EDITORIALSomos jovens atuantes eviemos transformarCesar RamosDesde a sua origem o Movimento Sindicalde Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais –MSTTR – vem lutando por condições de vidadigna e desenvolvimento sustentável e solidáriopara o campo. Dentro deste processo vem sendo fortalecida aintervenção da juventude, que se organiza para pautar demandasespecíficas numa perspectiva cada vez mais articulada comas bandeiras e estratégias políticas do conjunto do MSTTR.Esse aprofundamento do debate da juventude rural veio sendoconstruído pelas mãos dos próprios jovens organizados nasdiferentes instâncias do MSTTR. Os Congressos da CONTAG,especialmente o 8° e o 9°, que deliberaram respectivamente pelacriação das Coordenações e Comissões de jovens em todas asinstâncias do MSTTR e pela cota mínima de 20% de jovens nasdireções dos Sindicatos, FETAG’s e CONTAG, trouxeram resultadosexpressivos no que se refere a participação da juventude.Hoje temos muito a comemorar afinal é crescente o númerode jovens nas direções sindicais. Entre as grandes conquistasda juventude destaca-se a constituição das 25 CoordenaçõesEstaduais de Jovens Rurais, localizadas nos estados do RN,PI, PE, CE, AL, MA, BA, SE, MG, ES, SP, RJ, RS, SC, PR, AC,AP, AM, PA, RO, RR, TO, MT, GO e DF, além das inúmerasComissões Municipais de Jovens nos Sindicatos, das 21Comissões estaduais em todo Brasil e da Comissão Nacionalde Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – CNJTTR.Destaca-se a qualidade da participação da juventude no MST-TR e nos espaços de controle social, que vêm garantindo maiorvisibilidade e fortalecimento da organização da juventude rural,bem como aprofundando processos de elaboração, nego-MARIA ELENICE ANASTÁCIOCoordenadora da ComissãoNacional de Jovens Trabalhadores eTrabalhadoras Rurais (CNJTTR) da <strong>Contag</strong>ciação e implementação de políticas públicasdiferenciadas voltadas a este segmento.É como agente de transformação que a juventuderural quer construir um mundo maisdigno para os povos do campo. É em buscadeste propósito que os jovens vêm participandodesta transformação nas ações da ReformaAgrária, da produção familiar sustentável,das condições de vida e trabalho dos/asassalariados/as rurais, das políticas sociais deeducação do campo, saúde, esporte e lazer, eluta pela igualdade de gênero.5


COMISSÃO NACIONAL DE JOVENS TRABALHADORESO que é a CNJTTRGustavo StephanAComissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais(CNJTTR) está prevista no artigo 31 do Estatuto da <strong>Contag</strong>.Foi criada para cumprir a importante missão de sugerir, ao ConselhoDeliberativo e à Diretoria Executiva da Confederação, propostase estratégias para a superação dos problemas da juventude rural. Suaatribuição é organizar e capacitar a juventude do campo, incentivando a participaremdas atividades sindicais, favorecendo a sua atuação como agentes dodesenvolvimento rural alternativo sustentável e solidário.A Comissão Nacional tem uma coordenação nacional e tem como membros25 coordenadores e coordenadoras estaduais, e secretários (as) de Jovens nasFetags. A coordenação articula e acompanha o funcionamento de suas instânciasnos estados.Para o MSTTR jovem é alguém que se encontra na idade de 16 a 32anos. Este conceito foi construído de acordo com a realidade da juventu-6


E TRABALHADORAS RURAISGustavo Stephande do campo. Contudo, há o entendimentode que o conceito de juventude não poderiaser determinado por uma faixa etária, mas,ao mesmo tempo, a <strong>Contag</strong>, em face a umprocesso de envelhecimento do campo, aliadoao êxodo a que as populações do meiorural, especialmente as mulheres, são obrigadaspor falta de opções, compreendeu queo público entre 16 e 32 anos deveria estararticulado para discutir formas de acesso apolíticas públicas. O recorte de juventudesurge no MSTTR por ser um espaço de elaboraçãode políticas que favorecem a inclusãosocial desse seguimento da população.A juventude, portanto, deve estar no movimentopara elaborar propostas políticas quecontemplem seu interesses.A CNJTTR tem como desafio a discussãoqualificada dentro do próprio MSTTR, ondesejam estimulados e proporcionados debatese outras iniciativas sobre o tema juventude.Um olhar sobre a história demonstra que aslutas e organizações populares formaram sujeitoscoletivos conscientes dos seus direitos– onde se coloca a educação formal, informale não formal como elemento fundamental desseprocesso, para a formação e transformaçãohumana e social.Gustavo Stephan7


PESQUISA CONTAG/UNICEFQuem são osjovens do campo? ?8OBrasil tem cerca de 32 milhões de habitantesnas áreas rurais, com 46% entre os 12 e 34 anosde idade. São 6,8 milhões de mulheres e 7,6milhões de homens. Esses números foram indicadospelo IBGE no censo realizado em 2000, que registrouainda estatísticas sobre escolaridade, trabalho, família e migração,mas apenas contabilizando os dados de quem mora nocampo, sem levar em consideração os municípios rurais, emque a maior parte dos habitantes trabalha na área rural. O panoramaapresentado, portanto, foi insuficiente para reflexõespela CNJTTR, que precisava informações mais aprofundadaspara orientar diretrizes e propostas para ações em favor dajuventude rural.Os dados disponíveis, mesmo com todas as limitações,demonstraram, no entanto, que a juventude rural não tinhaacesso às políticas públicas de inclusão social. Perante essasituação e ao desafio, abraçado pelo MSTTR, de implementaro PADRSS, impôs-se a necessidade de uma pesquisa nacionalque revelasse de modo mais preciso a realidade dos jovenstrabalhadores e trabalhadoras rurais. A <strong>Contag</strong> firmou, então,uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef) para realizar o levantamento, que também nãoconseguiu ampliar a coleta de informações para os municípiosrurais. A expectativa é que o censo agropecuário do IBGEapresente o recorte dos municípios rurais, para que, de fato,possamos saber quem são e quantos os jovens do campo.As informações coletadas atualmente são utilizadas parao desenvolvimento de projetos da Confederação e, inclusive,


Montagem com fotos de Cesar Ramos,Luiz Fernandes, Gustavo Stephan e Fetagro9


10para sustentar reivindicações do MSTTR. O trabalho identificoudemandas e ofereceu indicativos para a proposição deações aos governos adequadas ao contexto rural, de modo acontemplar as reais necessidades dos jovens trabalhadores etrabalhadoras rurais.A pesquisa, realizada entre 2003 e 2004, traçou o perfil dehomens e mulheres de 12 a 25 anos, em 100 chamadas cidades-rurais,nos 27 estados brasileiros – moradores em áreasde agricultura familiar, assentamentos, extrativistas, pesca eáreas de atividades não-agrícolas.Entre os entrevistados na pesquisa da Unicef, 49,3% da populaçãorural são mulheres e 50,7% são homens. O censo doIBGE indicou uma predominância de 53% de homens. O trabalhorevelou números surpreendentes sobre as relações familiares.A maioria, 86,7%, declarou-se solteiro (a), sendo 8,2%casados (as). A grande maioria, 89,9%, ainda disse morar coma família. A família é expressiva na vida dos jovens do campoque participaram da pesquisa. O local de moradia não ésimples residência, mas uma unidade de produção e consumo,que, em geral, incorpora uma rede de parentescos que assimconstituída tem conotação econômica, de sobrevivência cotidianae também se destaca como espaço de desenvolvimentode sociabilidades.Um dado considerado de destaque refere-se à freqüência escolar– 66,6% dos entrevistados estavam estudando, enquantoentre os 25,8% dos que disseram não freqüentar a escola 78,7%tinha mais de 18 anos. Esses índices revelam que há uma parcelada juventude fora da escola. Um problema a ser superado.A pesquisa confirmou a carência de atenção do poder públicopara a juventude do campo. A maioria, 45,5%, não haviacompletado o ensino fundamental, contra 8,4% que conseguiramsuperar essa fase escolar. 37,8% estavam cursando o ensinomédio e 1,6% chegaram à universidade.A negligência em relação aos jovens também foi comprovadapor outro dado lamentável. Entre os entrevistados, 49,2%nunca haviam entrado em uma sala de cinema e 31,6% tive-Arquivo MDA


am apenas uma chance. As diversões principais no campo sãonamorar (30,1%), ir a bares (23,5%) e ver televisão (22,8%),apenas 3,2% praticavam esporte, mas o rádio estava presentena vida de 57,6%.Por meio desses números, percebe-se que as alternativas dediversão da juventude rural são limitadas, dificultando o desenvolvimentode novas formas de sociabilidade. A televisão,como uma das poucas opções de lazer, não apenas concorrepara seu isolamento – limitando as práticas sociais locais, doponto de vista cultural – como reproduz valores urbanos, emgeral incompatíveis com a realidade do campo.Outro dado significativo diz respeito ao passatempo nos bares,que estimula o consumo de bebidas alcoólicas, provocandoconseqüências prejudiciais à saúde e favorecendo a violência.As estatísticas, porém, também mostraram que a arte faz parteda vida rural. Um percentual significativo de jovens declarouparticipar de atividades musicais (31,5%) e de atividades teatrais(7%). Esse dado revela um potencial da juventude que encontraestímulo nas atividades promovidas pelos movimentos sociais edeve ser contemplado por políticas públicas que promovam o desenvolvimentode formas de sociabilidade e interação social.O QUE DIZ A PESQUISAFreqüência escolarEstudando 66,6%Fora da escola 25,8%Ensino fundamental incompleto 45,5%Ensino fundamental completo 8,4%Ensino médio 37,8%Ensino superior 1,6%População ruralMulheres 49,3%Homens 50,7%Relações familiaresSolteiros 86,7%Casados 8,2%Moram com a família 89,9%Fonte: Unicef/<strong>Contag</strong>11


JOVEM SABEROutros rumos para o PaísAjuventude está entre os principaisprotagonistas da construção doProjeto Alternativo de Desenvolvimento<strong>Rural</strong> Sustentável e Solidário(PADRSS). Sua ação deve qualificar o MST-TR como agente transformador da realidade.Assim, a CNJTTR da <strong>Contag</strong> criou o JovemSaber, um programa de educação à distânciaque tem como meta a inclusão social e a preparaçãodos jovens para a tarefa de interferir nosrumos de suas comunidades e do País.O programa tem três eixos de estudos: políticasindical, política pública e formação profissional.A dinâmica da educação à distânciafoi formulada para integrar o maior númeropossível de homens e mulheres, jovens de 16 a32 anos, contribuindo com a sua organizaçãoem comissões de jovens nos sindicatos e federações.O método não substitui a educaçãoformal, mas é eficiente como complementaçãoe democratização do conhecimento.O programa é sistemático e continuadoe ocorre meio de módulos construídos paraincentivar o debate sobre conjuntura nacional,com destaque para a realidade política,econômica e social do campo. Para isso, sãoutilizadas cartilhas temáticas. O processo pedagógicose baseia em discussões coletivasque proporcionam troca de experiências e odiagnóstico da realidade local.O conteúdo das cartilhas tem base em documentosformulados pelas assessorias da <strong>Contag</strong>e em suas deliberações congressuais. Aofinal de seis módulos, os participantes recebemum certificado, que é aceito pelos bancos comocomprovante para acessar o Pronaf-Jovem.Os grupos de estudo são espaços tambémpara se conversar sobre questões pessoais, criandoassim um clima de cumplicidade e afetividadeque contribuem para a inserção no mundosindical e inclusive para o encontro de jovensque vivem isolados em suas comunidades.13


JOVEM SABERDebates para mudarCesar Ramos“Ao analisarmos a nossa realidade e com o que lemos nacartilha, chegamos à conclusão de que, diante desse sistemaneoliberal e da globalização que nos coloca tantasdificuldades, é preciso colocar em prática o PADRSS. Nóso achamos muito bom e com certeza esse projeto irá minimizar os impactosdesse sistema excludente em que vivemos.”Esse é o relato da juventude de Ipira, município de Santa Catarina, duranteos módulos do programa Jovem Saber. As tarefas, tanto no Sul como no restodo Brasil, surtem o mesmo efeito: despertam os agricultores e agricultoraspara problemas e soluções que envolvem as questões do campo.Nos debates, eles percebem também que o êxodo a que sempre foram obrigadosnão tem como causa apenas as dificuldades impostas pelo sistema históricode concentração de terras, mas a falta de educação específica para osinteresses do campo, a falta de incentivos, assistência técnica, estradas, atendimentoà saúde, financiamento, entre outros pontos.A juventude ainda aponta que, mesmo onde a realidade do município mu-Arquivo FetaemaArquivo Maria Elenice Anastácio14


a realidadedou para melhor, as áreas rurais geralmente permanecem precárias. No RioGrande do Norte, por exemplo, a emancipação do município de São Miguel doGostoso não resultou em melhorias para a população do campo. Aumentaramas escolas e o número de professores; porém, o nível de ensino não melhorou.A cidade é a segunda em número de analfabetos.Durante as discussões do Jovem Saber, a juventude desperta para um dosmaiores desafios a serem superados: conseguir um maior envolvimento com osproblemas da comunidade, sem esperar que ninguém os resolva. O “Grupo Vivendoé que se aprende”, de Rio Grande do Piauí, concluiu durante os módulosdo Jovem Saber que “a juventude rural precisa conhecer o verdadeiro valor doque produz”. Diante disso, propõe ao MSTTR cursos de capacitação na área deadministração da propriedade rural e comercialização de produtos. Agricultorese agricultoras querem educação, ação e desenvolvimento social.Em Tamboril, no Ceará, a juventude vê sinais de renovação no campo, commaior organização entre os assentados e com aplicação de práticas sustentáveisde aproveitamento do potencial da terra.Cesar Ramos15


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / BAEsporte parafortalecer a cidadaniaSimone CarvalhoSimone CarvalhoAFetag-BA escolheu o esporte como passaportepara a cidadania. Foi a primeira federação a firmarparceria com o Ministério dos Esportes paraimplantar o programa Segundo Tempo, para envolver8.200 crianças e jovens entre sete e 17 anos, filhos efilhas de agricultores familiares, em 41 municípios baianos.Mas a iniciativa não se resume a isso. Os participantes devemestar matriculados na rede pública de ensino e nas aulas sãodiscutidos assuntos como ética, respeito às diferenças e cooperação.O movimento sindical levantou informações sobreas demandas dos alunos, recrutou instrutores, organizou osespaços de realização das atividades, além de ter feito ampladivulgação do programa no campo.O MSTTR valoriza temas que respeitem a especificidaderural, provocando a análise crítica em relação ao papel decada um na sociedade. A saúde e o meio ambiente tambémestão entre as prioridades. No município de Guanambi, porexemplo, os monitores e o coordenador regional fizeram visitasa Usina de Urânio, sensibilizando as crianças e jovens participantesdo projeto sobre a questão ambiental, mostrando arealidade local.O estreitamento das relações da juventude rural com oMSTTR é uma das contribuições do projeto Esporte no Campo.Contudo, mais do que isso, a importância do esporte noprojeto de desenvolvimento do campo fica demonstrada quandoo tema foi incluído ao lado da educação e da cultura napauta do 1° Festival Nacional da <strong>Juventude</strong>, em que uma dasreivindicações foi a criação de uma secretaria nacional de esporteespecífica para a área rural.16


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / RSLuta pela transformação socialArquivo Fetag-RSOs gaúchos criaram um marco histórico de protagonismo da juventude noRio Grande do Sul, com a primeira Marcha Estadual da <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong>,promovida pela Comissão Estadual de Jovens Trabalhadores e TrabalhadorasRurais (CEJTTR) da Fetag-RS, e criada como forma de diálogo entrea população do campo e da cidade, para alertar sobre a situação da agricultura familiar.A cada ano, a CEJTTR se fortalece e amplia sua organização de base, consolidando-secomo atores político e social da juventude no Rio Grande do Sul. Uma juventude que lutapela transformação social no Brasil e pela construção de uma nova realidade no campoonde o acesso à terra seja um meio de construir dignidade, de gerar renda e afirmar a cidadaniade homens e mulheres que querem construir sua vida na roça, evitando que boaparte dos jovens que ainda resistem no campo não venha procurar alternativas nas grandescidades, colocando em risco a própria soberania alimentar do País nos próximos anos.A juventude do Rio Grande do Sul também chama a atenção para a longa espera naconquista de um pedaço de terra, o que significa oportunidade de trabalho e garantia depermanência no campo, e para a deficiência no entendimento entre instituições governamentais,financeiras e de assistência técnica. Além de evidenciar a crítica do MSTTRà ausência de um projeto de educação diferenciado para a juventude rural, a carência deprogramas de capacitação técnica e profissional, carga excessiva de tributação, a burocraciapara as agroindústrias familiares e outras questões que fizeram parte da marcha.17


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / RNFortalecer aagricultura familiarRaimundo MeloRaimundo MeloPaulo JoséConvênio entre a Fetarn e a Universidade Federaldo Rio Grande do Norte, em parceria com o ProjetoDom Helder Câmara, garante o ingresso dejovens rurais na Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ).Neste ano, a quinta turma inicia o curso técnico de agropecuáriaque já formou 190 alunos provenientes da agricultura familiar,entre eles 58 mulheres.O curso tem duração de 18 meses e é destinado a jovensque completaram o ensino médio. A Fetarn coopera com oprocesso de seleção desenvolvido pela EAJ, mediante triagemde candidatos, que são posteriormente submetidos aoscritérios estabelecidos pela escola. A articulação do projetocomeçou em 1998 com o Projeto de Desenvolvimento LocalSustentável (PDLS).Grande parte dos jovens está aplicando o conhecimentosobre as técnicas agrícolas e pecuárias em suas próprias terras.Mas há também muitos deles que estão fazendo estágiosem instituições como a Emater, nos sindicatos, no Banco doNordeste, órgão estadual de pesquisa em agropecuária (Emparn)e em organizações não-governamentais. Todos os organismosonde cumprem estágio prestam serviços aos agricultorese às agricultoras familiares de todas as regiões do RioGrande do Norte.A importância do projeto está no fato de os alunos contribuírempara o desenvolvimento da agricultura familiar sustentável,com capacitação para gerar renda sem a necessidade dedeixar a própria terra, fortalecendo ações de assistência técnicae extensão rural, com ênfase na agroecologia.18


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / GOEnsino superior chegaà população ruralAcriação do curso de Direito Agrário na Universidade Federal deGoiás (UFG) foi uma das grandes conquistas recentes do MSTTR.Inicialmente previsto para atender apenas assentados e assentadasda reforma agrária, o convênio da UFG e do governo federal,por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera),se estendeu a agricultores e agricultoras familiares, assentados ou não. A ampliaçãodo acesso à universidade mostra que a mobilização do movimento temresultados positivos importantes para a juventude rural.No dia 30 de março deste ano, 60 candidatos foram aprovados no vestibularda primeira turma de Direito formada exclusivamente para a população rural.Ao todo, 636 pessoas se inscreveram. No entanto, apenas 298 inscrições foramhomologadas, pois muitos não conseguiram entregar a documentação exigida,que incluía declarações do sindicato e do Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA). Mesmo com a dificuldade burocrática, estudantes de 17 estadosforam aprovados, 37% deles são ligados ao movimento sindical.O curso tem duração de cinco anos, com aulas presenciais de 70 a 90 diaspor semestre. No restante do tempo, eles estudam na própria comunidade.As aulas serão ministradas no campus da universidade na Cidade de Goiás.O estágio inclui prestação de serviço às comunidades. A Fetaeg foi responsávelpor colaborar com a universidade no levantamento de informações para a realizaçãodo convênio.Arquivo Fetaeg19


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / ROPioneirismo em festivaisCesar RamosCesar RamosCesar RamosAcriação do Festival da <strong>Juventude</strong> foi um marcoestratégico para o movimento sindical rural emRondônia. A Fetagro foi federação pioneira narealização do festival, constituindo um grandeespaço de articulação, de troca de experiências, de resgate dacultura, de revelação dos talentos, de fortalecimento das coordenaçõesde jovens municipais e estadual. Enfim, um espaçoreconhecidamente da juventude, proposto e coordenadopor jovens agricultores e agricultoras familiares.O primeiro festival foi realizado em 1997, em AlvoradaD’oeste, com cerca de 500 jovens, apresentações de músicas,poesias e teatro. O sucesso logo fez se espalhar nos anos seguintesem Presidente Médici, Jaru, Ji-Paraná, São Miguel doGuaporé, Ministro Andreazza e Cacoal.Assim que o movimento crescia, exigia mais organização.Para descentralizar os eventos e garantir a interação entremunicípios, a partir do sétimo encontro começaram a ser realizadospré-festivais.A cada ano é trabalhada uma temática, a qual devem estarrelacionadas as apresentações artísticas e os debates. As atividadesesportivas nos festivais também começaram a acontecerdepois da sétima edição. Também favoreceu a participaçãofeminina em modalidades esportivas que não tinhamespaço até então nas comunidades rurais por serem vistascomo práticas masculinas.O mais recente festival foi realizado em Cacoal, reuniu 23municípios, com a presença de quase 2 mil pessoas. Foi ummomento estratégico para a sua consolidação.20


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / TOLuta pela reforma agráriaAluta por melhores condições de vida no campo tem feito a juventuderural do Tocantins arregaçar as mangas e conquistar seu espaço. Aparticipação dos jovens nas ações do MSTTR tem fortalecido umagrande expressão juvenil nas diferentes frentes de luta dos trabalhadorese trabalhadoras rurais, em especial sinalizando novos horizontes paraa reforma agrária no estado.É possível reconhecer em cada acampamento e assentamento de Tocantinsum expressivo número de jovens e de mulheres rurais que atuam de forma protagonistanos processos de coordenação das ocupações e negociações, bem comoinfluenciando ativamente no processo de organização da produção.O perfil dos jovens rurais envolvidos nas ações de reforma agrária é marcadopor filhos e filhas de assentados, que a exemplo dos pais procuram seu pedaçode terra para produzir de forma autônoma e sustentável. Também se agregama esta luta os filhos dos agricultores familiares que foram expulsos de suas propriedadespor conta da grilagem de terra, prática muito comum nesta região.Percebe-se que as ações de reforma agrária desencadeadas pela Fetag-TOenvolvendo os jovens rurais, vem desconstruindo as bases do latifúndio e dagrilagem de terra, mas principalmente tem fortalecido a identidade rural dajuventude, possibilitando com isso melhores oportunidades de produção egeração de renda.Divulgação21


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / PEArquivo <strong>Contag</strong>Rosas que nascem das pedras22Um dos grandes resultados da juventude rural está em Pernambuco.A organização, engajamento e o empenho dos que estão iniciandosua caminhada têm qualificado diversas ações de produção sustentável,contribuindo para elevar a renda de suas comunidades.Em Catende, o exemplo é de encher os olhos. Filhos de assalariados e assalariadasque trabalham na usina do município e em engenhos vizinhos têm alcançadoprogressos significativos em organização e qualificação da produção. São 2 mil jovensque, após muita luta, conseguiram fundar uma associação, chamada Puama– “rosas que nascem das pedras”, em língua indígena.A partir do projeto, diversas ações despertam a auto-estima e a cooperação entreos jovens. Um deles prevê a capacitação em quatro tipos de produção: canavieira,piscicultura, apicultura e a cultura do milho. A idéia é trabalhada em 28 propriedadesdas 48 que formam a Usina Catende e inclui 107 jovens. Essa realidadepermite que a Puama continue a desenhar o projeto de um laboratório de sementesde milho. Outra iniciativa é a parceria com o Consulado Brasil-Alemanha paraa criação de um núcleo de inclusão digital. A idéia agora é desenvolver convêniocom a Universidade Federal <strong>Rural</strong> de Pernambuco para a juventude de Catendeacessar a universidade e, assim, construir um futuro cada vez mais digno.


EXPERIÊNCIAS ESTADUAIS / ESMais jovens no sindicalismo ruralArquivo FetaesAeleição da diretoria da Fetaes representa um momento de mobilizaçãode toda a militância sindical rural do Espírito Santo. Istoporque em um mesmo dia são escolhidos não apenas os dirigentesda federação, mas de todos os 50 sindicatos do estado. E emtodas as chapas concorrentes, no mínimo 20% dos candidatos são jovens de 16a 32 anos. Assim, o estado cumpre a deliberação do 9o Congresso da <strong>Contag</strong>,que definiu a cota mínima para a juventude nos cargos de direção das instânciasdo MSTTR.O resultado da iniciativa surgiu rapidamente. Hoje, além dos 20% da direçãodo STTR, o estado tem 17 secretarias municipais de <strong>Juventude</strong>, formadasem média por 15 a 20 jovens, que constróem as políticas da Fetaes a partir dasdiscussões feitas nas bases.A mobilização capixaba na conquista de espaço para a juventude dentrodo movimento sindical pode ser considerada um exemplo. A articulação nas12 microrregiões do Espírito Santo foi fundamental para que as chapas concorrentesàs eleições fossem montadas contemplando a participação de pelomenos 20% de jovens. As lideranças da comissão estadual, que ocupam cargosexecutivos nos movimentos municipais, têm realizado discussões locais paraconstruir o caminho para consolidar, em todos os sindicatos do estado, as secretariasde jovens.23


1º FESTIVAL NACIONAL DA JUVENTUDE RURALLutando por educação, esporte24Luiz FernandesLuiz FernandesCesar RamosForam 5 mil jovens trabalhadorese trabalhadoras rurais de todo oPaís, mobilizados durante 4 diasem Brasília. A juventude mostrousua força, sua capacidade de integração e deformulação de propostas consistentes paragarantir sua permanência no campo, comacesso a educação, esporte e cultura.Durante o I Festival Nacional da <strong>Juventude</strong><strong>Rural</strong>, que ocorreu entre os dias 26 e 29 demarço, os participantes apresentaram a Cartada <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong>, que norteou o evento,mobilização estratégica para que os jovens docampo tenham espaço de reflexão do seu papelno desenvolvimento da sua região e do País.Resultado dos 15 festivais que envolveramtodos os estados, a Carta foi entregue a representantesdo governo federal que participaramdas conferências e painéis e, ainda, a parlamentares.O presidente Luiz Inácio Lula da Silvarecebeu a Carta no Grito da Terra Brasil 2007Para o Congresso Nacional, a carta trata daposição contrária da juventude rural sobre aredução da maioridade penal e pede urgênciana aprovação do Plano Nacional da <strong>Juventude</strong>(PL 4530/2004). O documento contextualizaainda a situação da juventude do campo frenteà educação, ao esporte e à cultura.As reivindicações, trazidas para a mesa denegociações com o poder público pelas mãosda juventude, são responsáveis por mudar avida de todos os que moram no campo, já que


e culturao acesso a educação, esporte e cultura deve ser universal. ACarta destaca que a cultura local deve ser valorizada na estruturapedagógica das escolas, sugerindo a construção de uma políticanacional de educação do campo. Trouxe ainda reflexões deque o espoerte é fundamental para a qualidade de vida e integraçãosocial, pois a juventude rural ainda sofre com a falta deacesso a esse tipo de atividade. Propostas para a valorização dastradições, com incentivo à produção cultural, criação políticasde acesso às produções culturais e aos meios de comunicação,também estiveram no centro das reivindicações.A mobilização dos jovens rurais colocou a juventude entre asprioridades do governo federal, com resultados concretos comoa criação, pelo Incra, de um grupo de discussão sobre arte, cultura,esporte, lazer e comunicação, além de ampliação de recursospara o Saberes da Terra. A Secretaria de Desenvolvimento Territorial,do MDA, e o Ministério da Cultura, devem lançar editalpara instalação de 30 pontos de cultura na área rural.Uma das mais importantes conquistas do I Festival Nacionalda <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong> foi a descentralização dos processos denegociação. A partir de agora, as comissões estaduais e municipaisestão articuladas para pensar políticas públicas voltadaspara os jovens do campo com os governos locais.Luiz FernandesLuiz FernandesLuiz FernandesCesar Ramos25


POLÍTICAS PÚBLICAS/ENTREVISTAUm espaço de articulaçãoMarcelo Cassal Junior/ABrQUAIS AS DIRETRIZES DA SECRETARIA NACIONAL DA JUVEN-TUDE?Temos nove desafios para construir a política nacionalpara a juventude. Eles incluem a melhoria da qualidadede vida dos jovens do campo e das comunidades tradicionais,a ampliação do acesso ao ensino de qualidade,erradicação do analfabetismo, qualificação para o mundodo trabalho, geração de trabalho e de renda, garantiade vida saudável, democratização do acesso ao esporte,lazer, cultura e tecnologia da informação, promoção dosdireitos humanos e das políticas afirmativas, estímulo àcidadania e à participação social.QUAL A SUA AVALIAÇÃO GLOBAL SOBRE AS POLÍTICAS DO GO-VERNO FEDERAL VOLTADAS PARA A JUVENTUDE?BETO CURYSecretário Nacional da <strong>Juventude</strong>, falasobre o trabalho de promover uma políticaespecífi ca para os jovensDemos alguns passos importantes. Já foram beneficiados750 mil jovens em diversos programas de governo,com R$ 1 bilhão do orçamento. Isso não significa dizer,no entanto, que não há o que melhorar. As políticas públicasprecisam ser aperfeiçoadas, ampliadas.COMO É A ARTICULAÇÃO DA SECRETARIA COM OUTROS ÓR-GÃOS?Apesar de a juventude ser uma temática recente, amaior parte dos ministérios tem assessores especiais paraesse segmento da sociedade. São 17 ministérios com assentono Conselho Nacional da <strong>Juventude</strong>, que mantêmdiálogo permanente conosco.26


POLÍTICAS PÚBLICASVencendo obstáculosArquivo MDAOPaís tem apresentado avançosnas políticas voltadas para ocampo. Muitas das reivindicaçõesapresentadas pelos jovensem mobilizações do MSTTR tiveram resultadospositivos. Entre as principais políticaspúblicas conquistadas estão o Pronaf Jovem,o Consórcio Social da <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong> RitaQuadros e o programa Nossa Primeira Terra.Porém, mesmo identificados nos ministériosmais de 60 projetos e programas envolvendoa juventude da cidade e do campo, sãoinsuficientes para atender às necessidadesbrasileiras. Ao final dos anos 1990, após a imposiçãode políticas neoliberais no mundo, asconstatações das condições de vida no Brasilforam absurdamente dramáticas. Entretanto,foram dados passos largos em relação ao passado.Agricultores e agricultoras familiares,assentados e assentadas da reforma agráriaou não, quilombolas, indígenas, extrativistas,silvicultores e pescadores ganharam na safra2007/2008 um importante reforço para o desenvolvimentode suas áreas de cultivo. O governofederal destinou R$ 12 bilhões para oPlano Safra 2007/2008.O Pronaf teve um grande impulso a partirde 2003. Os valores investidos aumentarammais de quatro vezes, passando de R$ 2,3 bilhõespara R$ 12 bilhões. Mais de um milhãode novos agricultores e agricultoras foram incorporados.Atinge todos os estados e 96% dosmunicípios brasileiros. No Norte e especialmenteno Nordeste as operações 42% do total.O reconhecimento da diversidade regionale das demandas das populações rurais resultouna criação de novas linhas e vantagensno financiamento de uma série de atividades,como agroindústria e turismo rural. Entre elasestá o Pronaf Jovem, que abre novas possibilidadesde geração de trabalho e renda para ajuventude rural.27


POLÍTICAS PÚBLICASApesar disso, há sérios entraves ao acessoàs políticas públicas, justificando o baixoíndice de contratação desses programas. Aburocracia para reunir documentos necessáriospara pleitear inclusão em programas oulinhas de crédito, falta de colaboração e deinteresse das unidades de assistência técnicapara elaboração de projetos, entre outros fatores,muitas vezes interrompem o processoantes mesmo de se chegar ao banco.Os agentes de crédito, por sua vez, estãodespreparados para atender à juventude, poisjulgam que é trabalhoso conceder crédito aosjovens e consideram um valor pequeno de financiamentoque não dá retorno. Algumas agênciasbancárias pedem a capacitação e quando o jovemapresenta, consideram o projeto inviável ouquestionam sua habilitação. Muitas vezes, chegama direcionar ou definir o projeto. Há exceções,mas, infelizmente, não são muitas. Porqueo jovem não quer só plantar arroz e milho, jovemé mais ousado, apresenta projetos de irrigação,de hortifruticultura. No entanto, uma resistênciado banco em acreditar nesses projetos.PRONAF JOVEMLinha de crédito voltada para os jovens de 16 a 29 anos. Os objetivos são o financiamentodos projetos agropecuários da juventude rural, a sua permanência digna no campo,estímulo às ações que gerem emprego e renda e o desenvolvimento de novas atividades naspropriedades familiares.Para participar, os jovens precisam ter passado por pelo menos 100 horas de formação profissional,em centros familiares de ensino e formação que preencham os requisitos definidospela Secretaria da Agricultura Familiar do MDA. A exigência é fator limitante para o acesso aocrédito, pois não se pode punir quem não teve oportunidade de participar da formação exigidapelo governo federal. Para minimizar esse obstáculo, o MSTTR obteve importante conquistano Grito da Terra Brasil 2006, com a inclusão do processo de formação do Jovem Saber, a partirdo terceiro módulo, como requisito para obtenção de crédito do Pronaf Jovem. Apesar de entenderque capacitação é importante para que o jovem tenha condições de gerar renda a partirdo financiamento, ela não pode limitar as oportunidades da juventude rural.28


TOTAL DE CONTRATOS E VALORES FINACIADOS PELO PRONAF JOVEM POR ESTADOUFSafra 2002/2003 Safra 2003/2004 Safra 2004/2005 Safra 2005/2006 Safra 2006/2007*Contrato Valor Contrato Valor Contrato Valor Contrato Valor ContratoTO - - - - - - 1 5.950 -N - - - - - - 1 5.950 -AL - - - - - - 2 11.782 3BA - - 2 28.025 2 11.928 95 530.922 16CE - - - - 2 11.966 65 343.643 67MA - - - - 1 4.907 39 224.631 76PB - - - - 1 5.997 4 22.603 -PE - - - - 1 5.821 2 11.152 15PI - - - - - - 14 71.622 7RN - - - - - - 3 17.026 14SE - - - - - - 2 10.392 1NE - - 2 28.025 7 40.619 226 1.243.773 199GO - - 2 16.983 - - 5 29.807 7MS - - - - - - 2 8.804 3MT - - 1 18.000 - - - - -CO - - 3 34.983 - - 7 38.611 10ES - - - - - - 13 77.670 10MG - - 1 7.500 8 59.316 22 122.666 20SP - - - - - - 9 53.999 39SE - - 1 7.500 8 59.316 44 254.336 69PR - - - - 1 18.000 109 637.664 91RS - - 2 43.400 1 6.000 99 632.333 53SC - - 1 5.959 - - 27 161.076 44S - - 3 49.359 2 24.000 235 1.431.073 188Total - - 9 119.867 17 123.935 513 2.973.743 466*posição em janeiro de 200629


POLÍTICAS PÚBLICASNossa primeira terraMaria Elenice AnastácioArquivo Maria Elenice AnastácioArquivo Maria Elenice AnastácioUma das reivindicações do Gritoda Terra Brasil 2007 foi aimplantação de um projeto decapacitação específico para osbeneficiários e beneficiárias do programa NossaPrimeira Terra, capacitando-os para umainserção qualificada nos processos de desenvolvimentolocal, organização da produçãoe sobre o papel do MSTTR na parceria como Programa Nacional de Crédito Fundiário(PNCF), desenvolvido pela Secretaria de ReordenamentoAgrário (SRA). O Nossa PrimeiraTerra tem como objetivo ampliar as oportunidadespor meio de financiamentos individuaise coletivos para compra de terra. Aliado a isto,está o apoio à inovação tecnológica e de assistênciatécnica para jovens voltados para aagricultura.Atende a agricultores familiares, estudantesdas escolas agrotécnicas, escolas familiaresrurais, casas familiares e casas por alternância,com idades entre 18 e 28 anos (podendoaté 30% dos beneficiários terem idade até 32anos), organizados de modo coletivo. Essa linhade crédito para aquisição de terras tambémé fruto de reivindicações dos jovens noGrito da Terra.No entanto, assim como outros programas,tem apresentado problemas que atrapalhamos resultados desejados. São falhas aslinhas de formação para a gestão do empreendedorismo,conhecimento de tecnologia e30


Fotos Arquivo MDAorganização dos assentamentos. Muitos dos empecilhostambém estão nas unidades técnicas estaduais que nemsempre estão comprometidas com o sucesso do programa.O Nossa Primeira Terra fica à mercê dos interessespolíticos locais.INSERÇÃO JOVENS - PNCF - 2007Estado Qtd Jovens ValorAL 56 R$ 5.985.593,55BA 62 R$ 1.206.885,45CE 40 R$ 1.078.000,00ES 19 R$ 1.072.363,70GO 13 R$ 513.437,50MA 266 R$ 3.758.367,18MG 22 R$ 1.478.597,02MS 5 R$ 200.000,00MT 82 R$ 3.268.775,41PB 89 R$ 4.548.789,06PE 11 R$ 336.792,91PI 386 R$ 3.383.740,78PR 61 R$ 2.441.025,10RJ 3 R$ 120.000,00RN 84 R$ 4.753.561,78RO 9 R$ 1.617.920,00RS 517 R$ 19.215.954,26SC 231 R$ 8.590.500,00SE 20 R$ 941.522,85SP 12 R$ 878.000,00TO 232 R$ 23.683.479,34Total 2220 R$ 89.073.305,89QUILOMBOLAS – O programa Terra Negra Brasil, seloidealizado pela juventude negra, é uma ação do governofederal que, por meio do PNCF, financia imóveis ruraisa jovens agricultores e agricultoras familiares em áreasnão passíveis de desapropriação para a reforma agrária.O programa pode ser acessado via Programa Nacional deCombate à Pobreza (PNCP) e pelo Programa de Consolidaçãoda Agricultura Familiar (CAF). A meta é a valorizaçãoda identidade étnica e racial na agricultura familiar.Para que, assim, jovens negros possam ter acesso à terrae a políticas públicas. A ação é desenvolvida pela SRA, emparceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoçãoda Igualdade Racial (Seppir).Em março do ano passado, os jovens negros da comunidadeDamásio, no Maranhão, receberam a documentaçãopara aquisição de imóvel rural financiado pelo PNFC.Eles também receberam financiamento para construir ainfra-estrutura necessária à moradia e produção.O Terra Negra surgiu a partir da iniciativa do Núcleode Estudos Negros, uma organização não-governamentalde Santa Catarina, por causa do grande número de trabalhadoresrurais negros que não acessava as políticas públicase propôs à Secretaria de Reordenamento Agrário aorganização desses agricultores e agricultoras. A propostaacabou sendo ampliada.FONTE: MDA31


POLÍTICAS PÚBLICAS/ENTREVISTAArquivo PessoalCOMO ESTÃO ENCAMINHADOS OS PROGRAMAS DA JUVENTUDE RU-RAL NO MDA?Os projetos e ações voltadas a juventude rural fazem parteda estratégia geral do ministério. Integram os programascomo linhas especiais. No plano safra, construimos o PronafJovem que oferece crédito para sua inserção na propriedadefamiliar. No PNCF construímos o projeto NossaPrimeira Terra que garante um instrumento fundamentalpara o desenvolvimento de trabalho e renda da juventude,o acesso a terra.FABIANO KEMPFER,coordenador de Política de <strong>Juventude</strong> noCampo, da Secretaria do ReordenamentoAgrário do MDA, analisa a importância dajuventude rural para o planejamento depolíticas do MinistérioQUAL A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS À JUVENTUDE?Trabalhamos com o conceito de oferecer oportunidadesaos jovens rurais. O conjunto de ações busca dar conta destedesafio. A juventude tem papel central no desenvolvimentodas políticas implementadas pelo ministério. Os investimentosja realizados só confirmam esta preocupação. Porém,ainda temos muito a avançar e a construir em conjunto comas lideranças da CONTAG.DO ENCONTRO COM OS PARTICIPANTES DO FESTIVAL, HÁ ALGODE CONCRETO?Este festival representou um grande avanço na luta da juventudedo campo. A pauta do setor foi bastante ampliadae passa a buscar soluções para o analfabetismo dos jovensrurais, para o acesso ao esporte e a cultura. Isso só reafirmaa importância de termos uma preocupação universal com osetor. O governo precisa garantir além de terra e crédito parainserção produtiva, acesso a essas politicas demandadas.Nesse sentido vamos buscar a integração junto ao Ministérioda Educação e ao Ministério dos Esportes afim de produziras soluções institucionais para o tema.32


Luiz FernandesCOMO ESTÃO ENCAMINHADAS AS DEMANDAS DAJUVENTUDE RURAL NA CÂMARA DOS DEPUTADOS?Na elaboração das políticas públicas de juventudeé necessária a diferenciação das açõesem relação a realidade da nossa juventude rural.Temos como princípio três realidades vividaspelos jovens no Brasil. A primeira é a dos jovensurbanos de cidades metropolitanas; a segunda,é a dos jovens urbanos de cidades não metropolitanas;e, a terceira é a realidade dos jovens rurais.Portanto, estamos atentos a essa realidade.Inclusive o Plano Nacional de <strong>Juventude</strong> trata,nos eixos estruturantes da política, nas ações deeqüidade de oportunidades, a questão com umrecorte especial sobre a juventude rural, ribeirinhae camponesa.DEP. REGINALDO LOPES (PT-MG),coordenador da Frente Parlamentar emDefesa das Políticas Públicas da <strong>Juventude</strong>COMO SÃO PAUTADOS OS PROJETOS REFERENTESÀ JUVENTUDE?A última legislatura poderia ser reconhecidacomo a legislatura das políticas públicasde juventude. A partir de 2003, a Câmarados Deputados criou uma frente parlamentarcomo instrumento para a instalação de umacomissão especial de estudo e proposiçõessobre políticas públicas de juventude. Depoisde dois anos de trabalho, a comissão produziucinco proposições, hoje em tramitação,e quatro indicações ao Presidente, das quaistrês já implantadas: a Secretaria Nacional de<strong>Juventude</strong>, o Conselho Nacional de <strong>Juventude</strong>e a Conferência Nacional de <strong>Juventude</strong>. A Câmaratem sido protagonista, tem pautado asquestões da juventude de forma institucionalpela primeira vez na história do Brasil.QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE O 1º FESTIVAL NA-CIONAL DA JUVENTUDE RURAL?A juventude rural da <strong>Contag</strong> demonstrouum amadurecimento impressionante, foi oprimeiro movimento social que de forma determinadapautou as matérias legislativas sobrejuventude em um festival. Além da manifestaçãode apoio aos projetos que tramitamna Câmara dos Deputados, um exemplo foi oabraço ao Congresso Nacional em prol do PlanoNacional de <strong>Juventude</strong>.33


POLÍTICAS PÚBLICASLaboratório para estimular einfluenciar agenda do MSTTRArquivo <strong>Contag</strong>34OConsórcio Rita Quadros temsido um laboratório eficientepara experimento de novastecnologias, estimula a participaçãopolítica e influencia a agenda do movimentosindical, além de incentivar o trabalhovoluntário e promover a auto-estima. E, claro,cria perspectivas de geração de renda, comqualificação e práticas agroecológicas. Porém,nasceu de uma realidade urbana – comempecilhos para o empreendedorismo rural.A maioria dos participantes se organizou emassociações, mas há dificuldades como apresentaçãode notas fiscais e a formalização dedocumentos que dificultam as ações de emancipaçãoe desenvolvimento sustentável que sãoobjetivos do programa. Há certas burocraciasque não se adaptam à realidade rural.Outro problema é o número de beneficiados.A primeira experiência foi pequena. Eagora, na segunda fase, serão 3 mil jovens ruraisem todo o País, quando nas capitais chegama 40 mil participantes. Além disso, queoutras políticas devem surgir para apoiar oempreendedorismo? Não basta a qualificação,é preciso dar continuidade às ações para queesses grupos tenham condições de gerir e investirem seus negócios. É preciso promoverações como aquelas com orientações, financiamentoe assistência técnica.


COMO FUNCIONA – São 400 horas de capacitação,sendo 200 horas de temas ligadosà cidadania e outras 200 horas profissionalizantes.Nessa fase dos módulos, há cursos deartesanato, produção de sementes, de galinhacaipira, ovinocaprinocultura, piscicultura eoutros relacionados à cultura local.Os beneficiários e as beneficiárias são jovenscom renda familiar per capita de até meiosalário mínimo, que estejam em situação dedesemprego no campo, de acordo com a lógicagovernamental. Ao participar, assumem o compromissode retribuir com seis horas semanaisde serviços comunitários em favor do desenvolvimentoda agricultura familiar de sua região.Tem duração de seis meses e, durante os quatroprimeiros, cada pessoa recebe uma bolsa de R$150. Os dois meses restantes são dedicados àformulação de um projeto produtivo que poderáser viabilizado por meio dos programasNossa Primeira Terra ou Pronaf Jovem.Arquivo <strong>Contag</strong>Arquivo <strong>Contag</strong>Arquivo <strong>Contag</strong>35


POLÍTICAS PÚBLICASImpulso jovem nacomunidade36Arquivo <strong>Contag</strong>Cesar RamosJovens da comunidade de Santa Cruz, em MinasGerais, aprenderam que o associativismo ecooperativismo não apenas geram renda, masespecialmente cidadania. Depois de 400 horasde aulas e debate político no Consórcio Social da <strong>Juventude</strong><strong>Rural</strong>, eles estão organizados na comercializaçãode seus produtos e ainda vêm desenvolvendo ações voltadasà inclusão digital.Santa Cruz fica no município de Ouro Verde e é habitadapor 84 famílias negras, cerca de 350 pessoas, entre elasaproximadamente 60 jovens. Lá, a juventude é tão atuanteque ocupa 11 diretorias entre as 18 existentes na associaçãode moradores. Foram os jovens os responsáveis peloimpulso na organização da comunidade. Cada famíliacomercializava seus produtos individualmente. Depois departicipar do Consórcio Social, em 2006, a juventude trabalhana transformação da sociedade local. Um exemplofoi a criação de um banco de alimentos, responsável pelavenda de mais de 1,2 mil ovos por semana à Conab.Também estão produzindo mel de abelha. Na primeiracolheita, conseguiram clientela que adquire o produtopor quase o dobro do valor pago pela Conab. A sobrevivênciadigna, porém, não se limita à produção. Apopulação tem à disposição um centro de informática.As conquistas somente foram possíveis devido à organizaçãoda juventude, que teve a contribuição da <strong>Contag</strong>,Fetaemg e do STTR. Os próximos passos serão reflorestamentode nascentes e recuperação do solo, paragarantir a qualidade da terra. Essas iniciativas favorecerama auto-estima dos jovens, que hoje sentem prazerem se identificar como quilombolas.


POLÍTICAS PÚBLICAS/ENTREVISTAQUAL SUA AVALIAÇÃO DO CONSÓRCIO RITA QUADROS?SÉRGIO VIDIGAL,secretário de Políticas Públicas de Emprego,do Ministério do Trabalho e EmpregoO primeiro Consórcio <strong>Rural</strong> foi um aprendizado tantopara o Ministério como para a <strong>Contag</strong>, uma vez que foi oprimeiro Consórcio <strong>Rural</strong> a entrar em execução. Foi verificadaa necessidade de ampliação das modalidades de inserção,adequando-as para os jovens do campo. Portanto,neste segundo Consórcio, a expectativa é que a inserção dejovens no mundo do trabalho seja superior a anterior.O FORMATO DO CONSÓRCIO DA JUVENTUDE RURAL É EFICAZ?Sim, foi eficaz. O desenho atual não foi impeditivo paraque as metas pactuadas com o Ministério do Trabalho fossemcumpridas. Contudo, como toda nova ação, precisa seraperfeiçoada, a exemplo do que fizemos com as formas deinserção. A <strong>Contag</strong> já formulou uma proposta para ampliara inserção dos jovens participantes de grupos produtivos,de produção familiar sustentável entre outros.COMO AVALIA A MOBILIZAÇÃO DOS JOVENS DURANTE O 1 O FESTI-VAL NACIONAL DA JUVENTUDE RURAL?A mobilização da <strong>Contag</strong> que conseguiu articular a vindados jovens participantes do consórcio fez com que os ministériosenvolvidos atentem para a necessidade da garantia depolíticas públicas específicas para os jovens do campo.37


POLÍTICAS PÚBLICAS/ENTREVISTAQUAIS AS PROPOSTAS DO CONSELHO NACIONAL DA JUVENTUDEVOLTADAS À JUVENTUDE DO CAMPO?O Conselho Nacional de <strong>Juventude</strong> elabora e propõem políticaspúblicas de juventude de forma transversal. O Conjuve elaborouum documento em que questões específicas dos jovens edas jovens com deficiência, as de gênero e de orientação sexual,as identidades étnico-raciais e a situação da juventude do campopermearam os debates o tempo todo. Neste novo ciclo, discute oPlano de Desenvolvimento da Educação (PDE), apontando umasérie de incoerências do plano em relação à educação do campo.Ricardo StuckertQUAL A IMPORTANCIA DO 1 O FESTIVAL NACIONAL DA JUVENTUDERURAL?Creio que os debates que o Festival da <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong> trouxepara Brasília, ligados a educação, esporte e cultura são fundamentais,pois começa por desmistificar uma visão de juventudecomo problema e que ações e programas para este público devemser meramente punitivos ou preventivos. É preciso investirem outros paradigmas para se conceber, elaborar e implementaras políticas públicas de juventude, com a visão de jovens comosujeitos de direitos.ELEN MARQUES DANTAS,membro da Pastoral da <strong>Juventude</strong>,é presidente do Conselho Nacionalda <strong>Juventude</strong>38QUAL O BALANÇO DAS DISCUSSÕES DO CONSELHO?Entre 2005 e 2006 o Conjuve se concentrou na discussão dereferenciais para as Políticas Públicas de <strong>Juventude</strong>, pensandoas políticas a partir da vivência, contemplando as dimensões davida dos jovens e das jovens brasileiros/as, num ensaio de conceberdesenvolvimento integral afirmando a necessidade da interseçãoentre educação, trabalho, cultura e tecnologia de informação;contemplando a necessidade de ampliar acessos imediatose cotidianos dos jovens aos equipamentos adequados de saúde,esporte, lazer e à sustentabilidade sócio- ambiental garantindoqualidade de vida; e apostando na articulação entre os direitoshumanos e valorização da diversidade.


OPINIÃODirigentes da CONTAG falamsobre a organização dajuventude rural no MSTTRALBERTO BROCH – Secretário de Relações InternacionaisPara ter a perspectiva de fortalecimento da agricultura familiar, do assalariamentorural com justiça, de um sindicato combativo, implementação de novos projetos, precisamosda participação dos jovens. Vemos a organização da juventude como uma caminhada.O primeiro avanço foi ter na direção da <strong>Contag</strong> uma secretaria de jovens para a coordenaçãode lutas em âmbito nacional. Cada vez mais, esse é um processo em ascensão.ALESSANDRA LUNAS – Secretária de Políticas SociaisA principal fonte de manutenção do movimento sindical é a juventude rural. Essa participaçãoda juventude tem dado uma cara nova ao MSTTR. Essa participação tem sidofundamental para trazer políticas que não eram prioridade, ou até experiências inovadoras.O Jovem Saber mostra como é possível e eficiente a capacitação à distância. Essaforma de trabalhar, de ser ousado com outras propostas têm sido o grande diferencial.ANTONINHO ROVARIS – Secretário de Política AgráriaEntendemos ser de suma importância a participação da juventude rural para a continuidadedo movimento sindical e para a melhoria da qualidade de vida, fazendo o Brasilbem melhor. A organização está a passos largos, mas os jovens devem se aglutinar mais,buscando no conjunto dos demais jovens da sociedade mais representatividade na buscade suas reivindicações.ANTONIO LUCAS – Secretário de Assalariados e Assalariadas RuraisTemos muitas ações que estimulam a vinda da juventude para os STTRs, mas ainda é precisoir além: aumentar a abrangência e fazer com que os jovens tenham mais oportunidadesno MSTTR. Nos programas que envolvem a juventude há uma presença forte de agricultoresfamiliares, mas são poucos os jovens assalariados. Deve-se pensar maneiras paraaumentar a participação dos assalariados nos programas de capacitação da juventude.39


OPINIÃOCARMEN FORO – Coord. da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras RuraisÉ de vital importância não só para o futuro do movimento sindical, mas também parao presente. A organização dos jovens é hoje uma realidade, e é fundamental que possamoscontar com essa força e essas idéias em nossas ações. Foram dados passos extraordináriosna organização da juventude. Não é um tema fácil, assim como as mulheres, hádificuldades em se assumir os espaços de debate e atuação. Mas felizmente, nos últimosanos, a organização política dos jovens cresceu bastante.DAVID WYLKERSON – Secretário-GeralAlém da renovação característica da juventude, a importância da inserção no movimentosindical é de uma participação mais abrangente de todos os públicos e melhoria das propostase ações do movimento sindical dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais. A juventudetem se mostrado cada vez mais relevante e tem avançado de forma significativa. A juventuderural tem dado um tom mais decisivo, mais participativo e tem avançado mais na discussãodas políticas públicas no nosso país.JURACI MOREIRA SOUTO – Secretário de Finanças e AdministraçãoÉ de extrema importância para trazer inovações nas atuais políticas que são implementadasno meio rural, além de garantir a continuidade das ações do sistema <strong>Contag</strong>. Aindahá muito a se fazer na organização da juventude do campo, mas é um processo que temavançado com mais velocidade, inclusive mais, que outros segmentos. A conjuntura atualtem contribuído para que os jovens se insiram nas agendas do MSTTR e a mobilização nosestados demonstra que o trabalho vem sendo feito com seriedade e determinação.PAULO CARALO – Secretário de Política Agrária e Meio AmbienteAcreditamos que a organização da juventude venha reduzir o êxodo rural, prepará-laé mostrar que é possível viver no campo com qualidade de vida. Tenho certeza que essasituação está se revertendo, com programas como o Jovem Saber e o Consórcio Rita Quadros.A juventude precisa estar organizada; compreender o processo excludente que quermantê-la nas periferias como mão-de-obra barata.40RAIMUNDA DE MASCENA – Secretária de Organização e Formação SindicalAssim como a década de 1990 foi um marco para a organização das mulheres, a partirdo ano 2000 podemos considerar a era da juventude. Antes disso, já existiam jovens nasdireções, mas a temática da juventude vem se fortalecendo rapidamente nas entidadessindicais. A juventude trouxe uma nova forma de se fazer sindicalismo: tanto na formulaçãode políticas quanto na composição do movimento sindical.


JOVENS LIDERANÇASFORMAÇÃO SINDICALNa Fetadfe, Cláudia Farinha,responsável pelas Secretaria deFormação, tem 32 anos, nasceuem Brasília, é assentadada reforma agrária e é filiada ao PT. A secretáriaconta que a juventude participa de todosos processos formativos da federação, numaaposta na renovação do movimento sindical.Outro investimento é o debate na educação. Aluta pela educação do campo é uma bandeiraconstante que ganha reforço com a rede deformadores.Cláudia acredita que a escola de Formaçãoda <strong>Contag</strong> tem contribuído para melhorar onível do debate e da organização do MSTTR.Além disso, acompanha e discute, de formaintegrada, as ações desenvolvidas pela Coordenaçãode Jovens da Fetadfe, em iniciativasrelacionadas a educação do campo e projetosde saúde e gênero. Procura enfatizar, ainda, aimportância dos jovens como protagonistas noprocesso de transformação.Arquivo PessoalPREFEITURAArquivo PessoalDepois de fazer parte da primeiragestão da Comissão Nacional deJovens Trabalhadores Rurais da<strong>Contag</strong>, de 2001 a 2005, SimoneBattestin, 32 anos, leva o seu conhecimento aosjovens de Anchieta (ES). À frente do departamentode Organização e Formação da SecretariaMunicipal de Agricultura, Simone prima pelacapacitação e a formação da juventude local.“O trabalho articulado com sindicato garantemais visibilidade às atividades”, afirma.Ela conta que realizam juntos seminários, semanastemáticas e capacitações voltadas para arealidade e as necessidades dos jovens rurais.A secretaria ainda capacita jovens que concluíramas escolas agrícolas para atuarem comoagentes no Programa de Assistência Técnica,contribuindo com o desenvolvimento local.Para estar melhor preparada, Simone faz mestradoem Extensão <strong>Rural</strong>. O tema do projetode pesquisa é sua trajetória. “Sucessão rural:os desafios e as perspectivas para a juventudena agricultura familiar de Anchieta”. Ela esperaque esse recorte local sirva de experiência paraoutras regiões do País.41


JOVENS LIDERANÇAS42HISTÓRIA DE UM PIONEIROArquivo PessoalOpresidente da Central Única dosTrabalhadores (CUT) no Rio Grandedo Norte, José Rodrigues, tem65 anos e nasceu em Pendências,no interior do estado. Filiado ao PT, começou a militânciapolítica aos 19 anos, em 1961, quando omovimento sindical no campo começava a consolidar-se.Um ano depois, foi eleito o primeiro presidenteda Fetarn. Na época, as ansiedades da juventudeo levaram a ir além dos movimentos sociais aque estava ligado, por aproximação com a <strong>Juventude</strong>Agrária Católica. “A militância no movimentosocial tornou-se pouco naquele momento. Então,saltei para a militância sindical”, recorda.José Rodrigues, que ficou foragido do País entre1964 e 1966, durante o regime militar, morandono Peru e no Chile, lamenta que as políticascompensatórias atuais não estimulem os jovens.“Sinto que eles estão inquietos, que querem buscaralternativas, mas os exemplos das vidas dospais muitas vezes não os motivam a ir adiante.”Atualmente, o líder sindical tem especialatenção ao Programa Nossa Primeira Terra.“Estamos em um país em que os jovens da árearural não têm, de fato, uma política agrícola quegaranta sua a permanência no campo”, afirma.OCUPANDO ESPAÇOS POLÍTICOS NA CÂMARAAatuação política da vereadoraPatrícia Vasconcelos (PT/PI), 32anos, não se restringe as sessõesna Câmara Municipal de Batalha.Ela aproveita a sua formação em agronomiae o entrosamento com a juventude local parapromover e melhorar a vida dos jovens trabalhadorese trabalhadoras rurais da região.Eleita em 2004, Patrícia aproveitou a parceriafirmada com a Comissão de Jovens do STTR,Pastoral da <strong>Juventude</strong> e Pólo Sindical de Esperantinapara desenvolver uma série de atividadeseducativas. “Além dos temas ligados ao JovemSaber, realizamos seminários e debates sobreeducação, saúde, lazer e geração de renda.”Os jovens ainda são convidados a participardas sessões na Câmara para acompanhar a tramitaçãode projetos pertinentes a eles. O projetode lei que prevê a inclusão da educação ambientalna grande curricular das escolas locais éfruto da inserção dos jovens na política. Patríciaexplica que eles participaram, em 2006, do debatede elaboração do projeto e acompanharama tramitação. Com o apoio das secretarias deEducação Municipal e Estadual, o projeto começaa sair do papel.Arquivo Pessoal


JOVENS LIDERANÇASSECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DA CUTArquivo PessoalSECRETARIA DE FINANÇAS DO STTRArquivo PessoalFiliado ao PCdoB desde março de1997, Welliton Santos, agricultorfamiliar, 30 anos, é secretário deComunicação da CUT-BA, dirigentesindical do STTR de Barreiras (BA) e ex-coordenadorEstadual de Jovens da Fetag-BA porduas gestões. Na atução na CUT, busca integraro debate em torno da juventude rural, comações de formação política e sindical.Welliton conta que o trabalho inclui a promoçãode debates com os sindicatos, divulgaçãodas definições de política juvenil, como criaçãode instâncias na estrutura de direção sindical,usando sempre as experiências do MSTTR comopioneiro na organização juvenil. Além disso, discutea construção de um processo de democratizaçãoda comunicação. “Buscamos desenvolverum sentimento de inserção da juventude nomovimento sindical, com a organização juvenilintegrada no conjunto dos segmentos de trabalhadores– rural e urbano”, afirma.Para ele, o fortalecimento da agriculturafamiliar deve ser baseado na organização docampo. “É fundamental que cada sindicatotenha a sua coordenação de jovem.”Mesmo com baixas perspectivasde estudo, trabalho equalidade de vida, a juventudede Triunfo, no Sertãode Pernambuco, está organizada. A avaliaçãofeita pela secretária de Finanças do STTR,Lucenir Silva, resulta do apoio dado peloMSTTR aos jovens locais. “Apesar das dificuldades,eles querem permanecer no campo.”Mesmo com as finanças limitadas, o sindicatoconseguiu manter o trabalho com ajuventude. Sem secretaria específica, as açõessão desenvolvidas com o apoio das secretariasde Finanças e Formação. Além do Jovem Saber,a secretaria de Finanças apóia grupos dejovens organizados em algumas comunidades.O sindicato ainda aproveita as atividadesdesenvolvidas pelos grupos, como peças teatrais,em datas comemorativas.O desafio de ser a primeira mulher – e jovem– a assumir um cargo de direção sindicalnão assustou Lucenir. “Foi um grande desafio,porque não havia muita compreensão.Ser mulher e jovem não é fácil. Mas avançamosbastante. Hoje o nível de compreensão éoutro”, desabafa.43


JOVENS LIDERANÇASSECRETARIA DE POLÍTICA AGRÁRIAArquivo Pessoal44Cesar RarmosSECRETARIA DE POLÍTCAS SOCIAISOdiretor de Políticas Sociais daFetaemg, Marcos Vinícius DiasNunes aposta na parceria paraampliar as atividades entre osjovens no estado. O trabalho integrado com sindicatos,movimentos e comissões de jovens estaduaise municipais forma um verdadeiro exércitode multiplicadores em Minas Gerais. “Juntosdebatemos alternativas de educação, saúde elazer voltados para a juventude rural”, conta oMarcos Vinicius.O próximo desafio da secretaria, segundoMarcos, é melhorar a integração entre os jovense a terceira idade. Ele conta que até o final doano a federação deve promover uma série de encontrospara estreitar o debate entre a juventudee a terceira idade.Osecretario de Política Agrária eMeio Ambiente da Fetaet, WillianClementino, 27 anos, faz partedo time de jovens que até 2008encabeçam a direção da entidade. O fato de sernovo não intimida Willian, que se considera ummilitante jovem que luta pela permanência dajuventude no campo.Para isso, trabalha em três frentes: mobilização,educação e capacitação. As atividades começamnos assentamentos, onde se concentramnúmero significativo de jovens. “Apostamos naformação desses jovens”, afirma. A secretaria tambémacompanha os encontros estaduais e municipaisde jovens realizados pelos STTRs da região.“Estimulamos a permanência do jovem no campopara que ele lute pelo seu pedaço de terra.”Outra iniciativa que tem o apoio da secretariaé o desenvolvimento do Programa Nacional deEducação na Reforma Agrária (Pronera) executadonuma escola agrícola de região. Metade daturma é formada por jovens assentados da reformaagrária. “A secretaria faz parte do conselhogestor de uma das escolas do Consórcio Socialda <strong>Juventude</strong> em Vanderlândia desde a mobilizaçãoaté a execução, junto com o Incra e outrosmovimentos”, conta.


COMISSÃO NACIONAL DE JOVENSTRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAISMARIA ELENICE ANASTÁCIO, COORDENADORA DA CNJTTR DA CONTAG, tem 28anos. Seu primeiro mandato foi em 1998, como secretária sindical. Foi presidente dosindicato de Monte das Gameleiras (RN). Foi coordenadora Estadual de Jovens na FE-TARN. Em 2005 foi eleita coordenadora Nacional de Jovens na <strong>Contag</strong> e membro doColetivo de Jovens da CUT. Cursa Direito na Universidade do Distrito Federal, é filiadaao PT e assentada do Programa Nossa Primeira Terra.ÂNGELA MARIA DE SOUSA SILVA, COORDENADORA DA COMISSÃO ESTADUALDE JOVENS DA FETAEMA, tem 24 anos, é trabalhadora sem terra, tem o segundograu completo. Filiada ao PT, despertou para a militância política ainda cedo. Aos12 anos participava de reuniões do movimento sindical e de movimento de mulheres.Considera que uma das grandes conquistas foi ser a primeira CoordenadoraEstadual de jovens da Fetag-MA. Também ressalta os espaços políticos que a juventudevem conquistando.ANA RITA MIRANDA DA SILVA, SECRETÁRIA DE JOVENS E ADOLESCENTES DA FE-TAG-BA, tem 29 anos e cursa Administração de Empresas. Filiada ao PC do B, mulher,negra e muito jovem, foi eleita presidente do sindicato. Foi escolhida coordenadora geraldo pólo sindical e, em seguida, secretária estadual de Jovens.CARLIENE DOS SANTOS OLIVEIRA, COORDENADORA DA COMISSÃO DE JOVENSDA FETADF, tem 28 anos, é acampada e tem o ensino médio incompleto. Filiadaao PT, começou suas atividades políticas no STTR de Brasília. Foi coordenadorade Mulheres do sindicato de Brasília e, em 2005, foi para a direção da federação,como coordenadora Estadual de Jovens. No DF e Entorno (parte de GO e MG)existem 26 STTRs, sendo dez sindicatos com coordenadores.45


COMISSÃO NACIONAL DE JOVENS TRABALHADORESCICERA NUNES DA CRUZ, SECRETÁRIA DE JOVENS DA FETAPE, tem 31 anos, e éassentada. Cursa a faculdade de História e é filiada ao PT. Começou sua militância emgrupos de jovens coordenados pelo STTR, Pastoral da <strong>Juventude</strong> e do Pólo Sindical doSertão Central de Mulheres Trabalhadoras Rurais.CONCEIÇÃO HERMINIA RICHARTZ, COORDENADORA ESTADUAL DE JOVENS DA FETAESC,tem 28 anos, é agricultora e tem o segundo grau completo. Sua aproximação com o movimentosindical se deu a partir de uma assembléia no STTR de Biguaçu. A partir daí, se envolveu coma luta por melhores condições para a agricultura familiar. Um ponto marcante de sua trajetóriaforam as reuniões coordenadas por Rita Quadros, de quem ela era suplente.DARLENE MORAES DOS SANTOS, COORDENADORA ESTADUAL DE JOVENS DA FETAG-RR,tem 18 anos, é agricultora familiar. Assumiu a Coordenação Estadual em julho deste ano,com mandato que vai até 2009. Filiada ao PT há um ano, iniciou a militância aos 15 anos,quando passou a freqüentar reuniões no STTR de Iracema. Considera fundamental a participaçãoda juventude na ocupação da sede do Incra em Boa Vista, no ano passado. Dos 13sindicatos rurais de Roraima, apenas cinco têm secretarias de jovens.DORENICE FLOR DA CRUZ, SECRETÁRIA DE JUVENTUDE RURAL DA FETAGRI-MT, tem 23anos. Conhece o MSTTR desde criança, porém foi em 2002 que começou a participarativamente das reuniões do STTR de Paranaíta. Foi, então, eleita 2ª tesoureira e, a partirdaí, voltou-se para os jovens. Um momento importante em sua trajetória foi assumir aSecretaria Estadual da <strong>Juventude</strong> <strong>Rural</strong> em 2006.ELIAS DAIER GONÇALVES, SECRETÁRIO DE JOVENS DA FETACRE, tem 33 anos, éagricultor e cursa a faculdade de Letras. Começou a militância em grupos de jovens egrêmios estudantis. Suas atividades sindicais iniciaram em 2001 e foram marcadas porocupações com graves conflitos, época em que ajudou a fundar a Associação de Trabalhadorese Trabalhadoras Rurais da Comunidade Abib Cury e se tornou o primeiro presidenteda entidade. O secretário de Jovens é eleito em congresso no estado.46


E TRABALHADORAS RURAISFABIO ASSIS DE MENEZES, COORDENADOR DA COMISSÃO ESTADUAL DE JO-VENS DA FETAGRO, tem 22 anos e cursa Pedagogia da Terra. Filiado ao PT, despertoupara as atividades políticas depois que participou do primeiro Festival Estadualda <strong>Juventude</strong>, em Alvorada, em 1997. Entre os momentos importantes de sua militânciaestão a realização de três festivais.GERSON VIEIRA RIBEIRO, REPRESENTANTE DE JOVENS DA FETAESP, tem 25 anos,é agricultor e tem o ensino médio completo. Sua primeira noção de política veio comocatequista. Ingressou na vida sindical em 2000, no STTR.GIRLANE BRITO DE ABREU, SECRETÁRIA DE JOVENS DA FETTAG-AP, nasceuem Macapá (AP), tem 29 anos, é agricultora familiar e tem o ensino médio completo.Filiada ao PSB desde 2005, começou a militância como diretora da associação de suacomunidade e hoje é presidente e conselheira territorial do Sul do Amapá.GINA NASCIMENTO PEREIRA, SECRETÁRIA DE JOVENS DA FETAGRI-AM, tem 23anos e concluiu o ensino médio. Começou a militância aos 20 anos, como secretáriana associação de sua comunidade, Bom Jesus do Puduari, uma das mais carentes doAmazonas. Em 2000, Foi eleita coordenadora. Considera que sua maior vitória foi levarconhecimento para os moradores. E quer a ampliação da Coordenação de Jovensno estado. De 42 STTRs, apenas 15 têm representantes da juventude.HELENA FERREIRA DA CRUZ, COORDENADORA DA COMISSÃO ESTADUAL DEJOVENS DA FETAGRI-PA, tem 35 anos e tem o ensino médio completo. Filiada aoPT, começou a militância há quase 11 anos como delegada sindical do STTR de seumunicípio. Entre os momentos que considera marcantes estão a criação da ComissãoEstadual de Jovens no 6º congresso da federação, em 2005.47


COMISSÃO NACIONAL DE JOVENS TRABALHADORESJOÃO BEZERRA DE FRANÇA, COORDENADOR DE JOVENS DA FETAET, tem 22 anose o ensino médio completo. Começou a miliância aos 15 anos. Foi durante a criação dacoordenação estadual que ele de fato se envolveu com as questões sindicais. No período,a juventude lutava especialmente pela criação de novos assentamentos. Nessa épocatambém começou a participar das reuniões do PC do B, ao qual é filiado.JOSIANE CRISTINA EINLOFT, COORDENADORA DA COMISSÃO ESTADUAL DE JOVENS DAFETAG-RS, tem 25 anos, é agricultora e tem o ensino médio completo. Filiada ao PSB, iniciousua caminhada no grupo de jovens do município. A construção do II Congresso Estadualde Jovens despertou-lhe para a dimenssão do MSTTR.JÚLIO CEZAR MENDEL, COORDENADOR DA COMISSÃO ESTADUAL DE JOVENS DAFETAES, tem 27 anos e cursa a faculdade de Geografia e Educação Ambiental. Filiadoao PT, começou a militância política em 1997. Já ocupou, por dois mandatos, a Secretariade Formação e Organização do STTR.. É um dos fundadores da Comissão de JovensTrabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado do Espírito Santo, criada em 2001. ACEJTTR-ES tem 26 membros.LÚCIO MARCOS OLIVEIRA SANTOS, COORDENADOR DE JOVENS DA FETASE, tem 28anos e é formado em Pedagogia. Filiado ao PC do B, começou a militar em 1998. Entreos momentos importantes de sua trajetória está a participação no Salão da <strong>Juventude</strong>,em Brasília, o 1º Congresso da federação e o 3º encontro Nacional da <strong>Juventude</strong> e 1º EncontroEstadual. A comissão estadual é formada por dois representantes de cada um dosseis pólos sindicais.48


E TRABALHADORAS RURAISMARCOS JUNIOR BRAMBILLA, COORDENADOR DA COMISSÃO ESTADUALDE JOVENS DA FETAEP, tem 25 anos e tem o ensino médio completo. É filiadoao PMDB. A vida sindical começou com um convite para fazer um curso emque deveria ser associado. A militância começou em 2004. Entre os momentosimportantes, está a articulação para a aprovação da cota 20% de jovens nas diretoriassindicais.MARIA ALVES DE SOUZA, COORDENADORA DE JOVENS DA FETAG-MG, tem 24anos, é casada e cursa a faculdade de Serviço Social. Começou a militância aos 13anos, em grupos de catequese. Aos 16, filiou-se ao STTR, em 2001 foi eleita coordenadoraregional de Jovens. Filiada ao PT, foi a primeira mulher a sair da comunidadepara atividades políticas e também foi a primeira a ingressar na faculdade de ServiçoSocial. É uma das fundadoras da Associação da Comunidade Negra <strong>Rural</strong> Quilombode Santa Cruz.MARIA ERIVANDA FRANÇA DE OLIVEIRA, COORDENADORA DA COMISSÃO ES-TADUAL DE JOVENS DA FETRAECE, tem 27 anos e tem o ensino médio completo.Iniciou sua militância na Pastoral da juventude. Filiada ao PT, foi eleita para a secretariade Jovens do STTR. Em 2006, foi eleita para coordenar o coletivo estadual.Participar das atividades sindicais tem importante significado, pela luta por igualdadeentre homens e mulheres.MISCILENE CRUZ, COORDENADORA DA COMISSÃO ESTADUAL DE JOVENS DAFETAG-PI, tem 22 anos, é casada, assentada do programa Nossa Primeira Terra etem o ensino médio incompleto. Filiada e militante do PT, começou a vida políticaem 1999, em oficinas de construção do PADRSS. Destaca na sua trajetória a eleiçãopara a Coordenação de Jovens e a dedicação contínua para aproximar outros jovensdo MSTTR são alguns dos destaques da sua trajetória.49


COMISSÃO NACIONAL DE JOVENS TRABALHADORESE TRABALHADORAS RURAISMONALISA RIBEIRO DE OLIVEIRA – SECRETÁRIA ESTADUAL DE JOVENS DAFETAG-RJ – Tem 27 anos, é trabalhadora rural. O contato com as atividades doPronera, em 1999, foi responsável pelo início da militância sindical. Considera que amaior conquista dos jovens foi a criação das secretarias da <strong>Juventude</strong> nos STTRs, poisem alguns casos tiveram que enfrentar resistência de segmentos mais conservadores.No Rio de Janeiro, poucos sindicatos têm jovens na direção.NAIANA CARLA DA SILVA, COORDENADORA ESTADUAL DE JOVENS DA FETAG-AL,tem 18 anos. Em 2004, em um encontro do Jovem Saber, ingressou realmente na vidasindical. Até então, o sindicato tinha sete jovens filiados, hoje tem 507. O trabalho chamoua atenção no estado e ela acabou eleita em congresso para a Coordenação Estadualde Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais - CEJTTR.SAMUEL GOMIDES, SECRETÁRIO DE JOVENS DA FETAEG, tem 20 anos e tem oensino médio completo. Filiado ao PT, começou a militância política em 2002, nacidade de Campo Limpo, por causa das dificuldades enfrentadas pelos jovens paraingressar na escola. Fez parte da organização e participou ativamente da primeiraplenária de juventude de Goiás em 2006.SUZIANE FERREIRA DA SILVA – COORDENADORA ESTADUAL DE JOVENS DAFETARN, tem 28 anos. Começou a militância acompanhando reuniões do STTR domunicípio de São José do Campestre. Filiada ao PT, tem como destaque na trajetóriano movimento o trabalho de alfabetização de jovens e adultos no município.50


1º FESTIVAL NACIONAL DA JUVENTUDE RURAL –BRASÍLIA / MARÇO DE 2007

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