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Casa: o benChmark visual em tempos de Crise - Getty Images

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<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> criseAnálise Visual e Projecções<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crisesb10069772w-001, Ed Fre<strong>em</strong>an/Stone+


<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> criseAnálise Visual e ProjecçõesA casa é o símbolo que nosmantém com os pés na terra.Há uma imag<strong>em</strong> que nosdiz s<strong>em</strong>pre on<strong>de</strong> estamos. Éa imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> casa. Com cêgran<strong>de</strong>, mesmo. E a <strong>Casa</strong>,agora mais que nunca,t<strong>em</strong> sido notícia. A <strong>Casa</strong>Branca, o lar simbólico daAmérica, é agora on<strong>de</strong> viveum hom<strong>em</strong> (que não é damesma cor da casa), coma sua jov<strong>em</strong> família e umcachorrinho. Uma imag<strong>em</strong><strong>de</strong> casa, inimaginávelpara gerações anteriores.Mas o próprio processo <strong>de</strong>como o Presi<strong>de</strong>nte Obamalá chegou também nosmostra como a noção <strong>de</strong><strong>Casa</strong> é o que é hoje. Nofim <strong>de</strong> 1999, a Budweiserveiculou o primeiro filme dasua campanha ‘Wassup?’,um exercício livre que é oex<strong>em</strong>plo perfeito <strong>de</strong> umapublicida<strong>de</strong> mais naturalista,on<strong>de</strong> a linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong><strong>Casa</strong> é um monossílabo,maravilhosamente simples eexpressivo: ‘Wassup?’ (umaespécie <strong>de</strong> ‘Tásse?’, porassim dizer). Esta <strong>Casa</strong> é hoj<strong>em</strong>ítica. Em 2008, foi feito umr<strong>em</strong>ake do ‘Wassup?’ (s<strong>em</strong> oenvolvimento da Budweiser),como uma peça única <strong>de</strong>comunicação, com o mesmoelenco <strong>de</strong> personagense actores. Desta vez, umpersonag<strong>em</strong> está no Iraque,outro está <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregado eper<strong>de</strong>u a casa, e um outroainda per<strong>de</strong>u uma fortunana Bolsa. Fora <strong>de</strong> <strong>Casa</strong>, háum furacão; mas <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> <strong>Casa</strong>, outras catástrofesacontec<strong>em</strong>.A <strong>Casa</strong> orgânicaÉ aqui que nos sentimos,b<strong>em</strong>, <strong>em</strong> <strong>Casa</strong>. A nossa casaainda t<strong>em</strong> um significadobastante forte, <strong>em</strong>bora estejasob uma ameaça igualmenteforte, sob a forma <strong>de</strong> umarecessão. Numa análise quefiz<strong>em</strong>os às palavras-chaveintroduzidas pelos nossosclientes para pesquisarimagens, a palavra ‘<strong>Casa</strong>’(edifício) não se encontravasequer no top 25 das maisusadas <strong>em</strong> 2007. Agora,a <strong>Casa</strong> está no top 10. Aomesmo t<strong>em</strong>po, o uso dapalavra ‘construção’, assimcomo os preços das casas,caiu vertiginosamente e nãoBudweiser, 1999 Wassup 200874732290, Delphine Chanet, ANYONE/amana images<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crise<strong>Getty</strong> <strong>Images</strong>Análise Visual e Projecções<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crise02


está n<strong>em</strong> no top 25 <strong>de</strong>palavras-chave parapesquisa. Esta mudançareflecte-se nas nossas análises<strong>de</strong> clippings <strong>de</strong> publicações,on<strong>de</strong> começamos a vermenos imagens associadas ài<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma casa enquantoescolha <strong>de</strong> ‘lifestyle’ ou‘investimento’, e mais comouma <strong>Casa</strong> enquanto lar.A casa é menos a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>um ‘espaço’, um espaçoque é <strong>de</strong>senhado, criadoe gerido, e mais um ‘sítio’,com o seu conjunto orgânico<strong>de</strong> significados. Po<strong>de</strong> verexactamente isso nestefilme, feito recent<strong>em</strong>entepela ca<strong>de</strong>ia europeia <strong>de</strong>supermercados Lidl, on<strong>de</strong>cada artigo comprado naloja encontra o seu espaçoe adquire o seu significadomuito próprio, <strong>de</strong>ntro dahistória que cada pessoalhe atribui.A <strong>Casa</strong> enquanto moradaAqui, <strong>de</strong>staca-se a i<strong>de</strong>ia<strong>de</strong> casa enquanto sítioon<strong>de</strong> se mora e on<strong>de</strong> sevive, mais que um símbolo<strong>de</strong> estatuto ou apenas umconjunto <strong>de</strong> divisões commobília. ‘Morar’ é ter umaâncora, uma referência <strong>de</strong>orientação e, como no filmeLidl, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<strong>de</strong>ixar levar (ou ficar) pelomomento. Caterina Fake,co-fundadora do Flickr,explicou esta diferença noseu blog, citando um giganteda filosofia do séc. XX, MartinHei<strong>de</strong>gger: ‘Hei<strong>de</strong>ggerdistingue ‘morar’ (criar umsítio on<strong>de</strong> nos sentimos <strong>em</strong>casa, física e espiritualmente)e ‘habitar’ (o acto simples <strong>de</strong>nos abrigarmos ou ocuparuma casa)‘. O antropólogoGrant McCracken tambémfala do conceito <strong>de</strong> ‘morar’e da queda dos níveis <strong>de</strong>consumo aqui. Nos anos 90,a tendência <strong>de</strong> ‘nesting’ e‘cocooning’ (criar um ninhoou casulo) era uma questão<strong>de</strong> escolher um lifestyle. Jámorar, é uma forma maisconsciente e pensada <strong>de</strong>fazermos o nosso ‘ninho’.A <strong>Casa</strong> enquanto retiroMorar é ter uma sensação<strong>de</strong> estar ancorado num sítio,é um imperativo psicológiconum momento incerto <strong>de</strong>uma curva económica.Está relacionado compertencer, não a umafamília, mas a algo muitomaior, à re<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong>uma tradição. Este anúnciochinês sobre proprieda<strong>de</strong>é um ex<strong>em</strong>plo fascinante,com a pintura tradicional acomunicar alguns valorespelos quais os chinesesse reg<strong>em</strong>, vivendo <strong>em</strong>comunhão com a natureza,evitando a política e ascomplicadas relações quese criam no local <strong>de</strong> trabalho.A imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>Casa</strong> vai servista enquanto um retiro docaos económico à volta<strong>de</strong>la, assim como ametáfora <strong>visual</strong> do furacãono ‘Wassup?’ <strong>de</strong> 2008.A <strong>Casa</strong> enquanto liberda<strong>de</strong>Aqui, assistimos a um padrãona publicida<strong>de</strong> pós 11 <strong>de</strong>Set<strong>em</strong>bro, que se reflectiu<strong>em</strong> ver a <strong>Casa</strong> e a família are<strong>em</strong>ergir<strong>em</strong> como conceitosprincipais na comunicaçãodas marcas. Existe umamudança subtil, que afastaa liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forma<strong>de</strong> livre expressão e a‘reposiciona’ enquanto i<strong>de</strong>ia<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> para po<strong>de</strong>rmosser nós próprios. E é <strong>em</strong> <strong>Casa</strong>,como é natural, que t<strong>em</strong>os aliberda<strong>de</strong> para sermos nóspróprios, para ‘estar por casa’,tal como nos filmes ‘Wassup?’.sb10069475au-001, Ben Bloom/Stone+ 200198744-008, Kevin Cooley/Stone+Lake Hill Villa, 2008<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crise<strong>Getty</strong> <strong>Images</strong>Análise Visual e Projecções<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crise03


Dagens Industri, 2008A <strong>Casa</strong> enquanto padrãoA recessão já está a terimpacto na linguag<strong>em</strong> <strong>visual</strong>actual, especialmente <strong>em</strong>sectores como o financeiro,on<strong>de</strong> a imagética da <strong>Casa</strong>já está a ser posta <strong>em</strong> acção,<strong>em</strong> vez <strong>de</strong> faróis, rochedossólidos ou estradas comentroncamentos, que sãometáforas que parec<strong>em</strong>d<strong>em</strong>asiado distantes,ilusórias, <strong>de</strong>snecessariamenteinteligentes e, nos diasque corr<strong>em</strong>, simplesmenteirrelevantes. A (nossa) <strong>Casa</strong>não é complicada. E quandohá uma crise <strong>de</strong> valores,como a <strong>de</strong>ste momento nosmercados bolsista e cambista,quando as pessoas não sab<strong>em</strong><strong>em</strong> qu<strong>em</strong> ou no que é quepod<strong>em</strong> confiar, a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong><strong>Casa</strong> é um benchmark. Tornaseo padrão <strong>de</strong> referência, aunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valor com a qualse comparam as imagensque t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> tudo o resto.Em t<strong>em</strong>pos mais confortáveise ‘exibicionistas’, a <strong>Casa</strong> t<strong>em</strong>um ar mais chato, entediante,lento, s<strong>em</strong> riscos. À medidaque a economia vai ficandopior, a <strong>Casa</strong> fica com umaimag<strong>em</strong> <strong>de</strong> mais segurança,<strong>em</strong> todos os sentidos (a seguirao crash, um jornal diáriosueco reagiu <strong>em</strong> cima dahora e à altura, com esteanúncio). A <strong>Casa</strong> é a essência<strong>de</strong> nos sentirmos enraizados,ligados à terra. Como diziaDorothy, a personag<strong>em</strong>principal d’O Feiticeiro <strong>de</strong> Oz:“Toto, estamos <strong>em</strong> casa! Emcasa... E este é o meu quarto,e vocês estão todos aqui e eununca mais quero sair daqui,nunca mais. Porque euadoro-vos a todos. E... Oh, tiaEm! Não há sítio melhor quea nossa casa!’200534881-005, Todd Warnock/Stone sb10069753f-001, Howard Berman/Stone+3438264, <strong>Getty</strong> <strong>Images</strong>/ MGM Studios<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crise<strong>Getty</strong> <strong>Images</strong>Análise Visual e Projecções<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crise04


<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> criseAnálise Visual e Projecções<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong><strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> criseContacte-nosPara mais informaçãosobre tendências visuais eaplicação ao seu trabalhocriativo, envie um <strong>em</strong>ail paratrends@gettyimages.comgettyimages.pt©2008 <strong>Getty</strong> <strong>Images</strong> ®Todas as imagens patentes nestapublicação estão protegidas pelasleis <strong>de</strong> copyright internacionais, e nãopod<strong>em</strong> ser reproduzidas sob qualquerforma s<strong>em</strong> o consentimento expressoprévio da <strong>Getty</strong> <strong>Images</strong>.<strong>Getty</strong> <strong>Images</strong>Análise Visual e Projecções<strong>Casa</strong>:o benchmark <strong>visual</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> crise05

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