Casa: o benChmark visual em tempos de Crise - Getty Images

está nem no top 25 depalavras-chave parapesquisa. Esta mudançareflecte-se nas nossas análisesde clippings de publicações,onde começamos a vermenos imagens associadas àideia de uma casa enquantoescolha de ‘lifestyle’ ou‘investimento’, e mais comouma Casa enquanto lar.A casa é menos a ideia deum ‘espaço’, um espaçoque é desenhado, criadoe gerido, e mais um ‘sítio’,com o seu conjunto orgânicode significados. Pode verexactamente isso nestefilme, feito recentementepela cadeia europeia desupermercados Lidl, ondecada artigo comprado naloja encontra o seu espaçoe adquire o seu significadomuito próprio, dentro dahistória que cada pessoalhe atribui.A Casa enquanto moradaAqui, destaca-se a ideiade casa enquanto sítioonde se mora e onde sevive, mais que um símbolode estatuto ou apenas umconjunto de divisões commobília. ‘Morar’ é ter umaâncora, uma referência deorientação e, como no filmeLidl, a possibilidade de sedeixar levar (ou ficar) pelomomento. Caterina Fake,co-fundadora do Flickr,explicou esta diferença noseu blog, citando um giganteda filosofia do séc. XX, MartinHeidegger: ‘Heideggerdistingue ‘morar’ (criar umsítio onde nos sentimos emcasa, física e espiritualmente)e ‘habitar’ (o acto simples denos abrigarmos ou ocuparuma casa)‘. O antropólogoGrant McCracken tambémfala do conceito de ‘morar’e da queda dos níveis deconsumo aqui. Nos anos 90,a tendência de ‘nesting’ e‘cocooning’ (criar um ninhoou casulo) era uma questãode escolher um lifestyle. Jámorar, é uma forma maisconsciente e pensada defazermos o nosso ‘ninho’.A Casa enquanto retiroMorar é ter uma sensaçãode estar ancorado num sítio,é um imperativo psicológiconum momento incerto deuma curva económica.Está relacionado compertencer, não a umafamília, mas a algo muitomaior, à redescoberta deuma tradição. Este anúnciochinês sobre propriedadeé um exemplo fascinante,com a pintura tradicional acomunicar alguns valorespelos quais os chinesesse regem, vivendo emcomunhão com a natureza,evitando a política e ascomplicadas relações quese criam no local de trabalho.A imagem de Casa vai servista enquanto um retiro docaos económico à voltadela, assim como ametáfora visual do furacãono ‘Wassup?’ de 2008.A Casa enquanto liberdadeAqui, assistimos a um padrãona publicidade pós 11 deSetembro, que se reflectiuem ver a Casa e a família areemergirem como conceitosprincipais na comunicaçãodas marcas. Existe umamudança subtil, que afastaa liberdade de uma formade livre expressão e a‘reposiciona’ enquanto ideiade liberdade para podermosser nós próprios. E é em Casa,como é natural, que temos aliberdade para sermos nóspróprios, para ‘estar por casa’,tal como nos filmes ‘Wassup?’.sb10069475au-001, Ben Bloom/Stone+ 200198744-008, Kevin Cooley/Stone+Lake Hill Villa, 2008Casa:o benchmark visualem tempos de criseGetty ImagesAnálise Visual e ProjecçõesCasa:o benchmark visual em tempos de crise03