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Cadeia Produtiva de Produtos Agrícolas - AGAIS

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UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/2005c) Processadores: são agroindustriais que po<strong>de</strong>m pré-beneficiar, beneficiar, outransformar os produtos in-natura. Exemplos: (a) pré-beneficiamento - são as plantasencarregas da limpeza, secagem e armazém <strong>de</strong> grãos; (b) beneficiamento - são asplantas que padronizam e empacotam produtos como: arroz, amendoim, feijão emilho <strong>de</strong> pipoca; (c) transformação - são plantas que processam uma <strong>de</strong>terminadamatéria prima e a transforma em produto acabado, tipo: óleo <strong>de</strong> soja, cereal matinal,polvilho, farinhas, álcool e açúcar.d) Comerciantes: Os atacadistas são os gran<strong>de</strong>s distribuidores que possuem porfunção abastecer re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> supermercados, postos <strong>de</strong> vendas e mercadosexteriores. Enquanto os varejistas constituem os pontos cuja função é comercializaros produtos junto aos consumidores finais.e) Mercado consumidor: é o ponto final da comercialização constituído por grupos <strong>de</strong>consumidores. Este mercado po<strong>de</strong> ser doméstico, se localizado no país, ou externoquando em outras nações.Conforme a Figura 1, os atores do sistema ca<strong>de</strong>ia produtiva estão sujeitos ainfluências <strong>de</strong> dois ambientes: institucional e organizacional. O ambiente institucional refereaos conjuntos <strong>de</strong> leis ambientais, trabalhistas, tributárias e comerciais, bem como, asnormas e padrões <strong>de</strong> comercialização. Portanto, são instrumentos que regulam astransações comerciais e trabalhistas.O ambiente organizacional é estruturado por entida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> influência daca<strong>de</strong>ia produtiva, tais como: agências <strong>de</strong> fiscalização ambiental, agências <strong>de</strong> créditos,universida<strong>de</strong>s, centros <strong>de</strong> pesquisa e agências cre<strong>de</strong>nciadoras.As agências cre<strong>de</strong>nciadoras po<strong>de</strong>m ser órgãos públicos como às secretariasestaduais <strong>de</strong> agricultura ou empresas privadas. Estas em alguns casos possuem a função<strong>de</strong> certificar se um <strong>de</strong>terminado seguimento da ca<strong>de</strong>ia aten<strong>de</strong> quesitos paracomercialização. Isto ocorre, por exemplo, na certificação dos produtos com I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>Preservada - IP.1. Aplicação do Conceito <strong>de</strong> <strong>Ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>Produtiva</strong>O entendimento do conceito <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva possibilita: (1) visualizar a ca<strong>de</strong>ia<strong>de</strong> forma integral; (2) i<strong>de</strong>ntificar as <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s e potencialida<strong>de</strong>s; (3) motivar oestabelecimento <strong>de</strong> cooperação técnica; (4) i<strong>de</strong>ntificar gargalos e elementos faltantes; e (5)certificar dos fatores condicionantes <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> em cada segmento.Sob a ótica <strong>de</strong> cada participante, a maior vantagem da adoção do conceito está nofato <strong>de</strong> permitir enten<strong>de</strong>r a dinâmica da ca<strong>de</strong>ia, principalmente, em compreen<strong>de</strong>r osimpactos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> ações internas e externas, respectivamente.Por exemplo, no caso <strong>de</strong> ações internas po<strong>de</strong> ser citado o efeito <strong>de</strong>corrente daorganização <strong>de</strong> agricultores em cooperativas. Nesta situação estes passam a: (i) comprar ecomercializar insumos, (ii) armazenar e comercializar commodities, e (iii) beneficiar outransformar matérias primas. Isto geralmente imprime maior grau <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>.Como ações externas po<strong>de</strong>m ser citados os impactos <strong>de</strong>correntes, por exemplo, da:(i) alteração ou criação <strong>de</strong> alíquotas <strong>de</strong> impostos, (ii) imposição <strong>de</strong> barreiras alfan<strong>de</strong>gáriasaos produtos <strong>de</strong>stinados a exportação, (iii) normatização <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong>classificação, e (iv) <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> exigências por parte do mercado consumidor quanto aospadrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s física, sanitária e nutricional.2


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/2005O conceito <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva é fundamental para o estabelecimento doagronegócio. Este tem <strong>de</strong>mandado constante aprimoramento das ca<strong>de</strong>ias produtivas. Nestecenário, por exemplo, po<strong>de</strong>m ser estabelecidas metas, tais como:- Promover o aprimoramento dos métodos <strong>de</strong> produção e comercialização. Isto requeradoção <strong>de</strong> novas tecnologias e técnicas <strong>de</strong> gerenciamento.- I<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>senvolver novos serviços e funções para uma dada commodity. Istopo<strong>de</strong> configurar, por exemplo, na: (i) organização e treinamento dos fornecedorespara o atendimento dos padrões <strong>de</strong> comercialização; (ii) introdução <strong>de</strong> inovaçõestecnológicas, (iii) promoção <strong>de</strong> exportação, e (iv) reorientações <strong>de</strong> pesquisas epráticas extensionistas.- Promover inovações nas ativida<strong>de</strong>s agrícolas. <strong>Produtos</strong> <strong>de</strong> alto valor comercialrequerem a constante inovação tecnológica. Isto é uma conseqüência natural <strong>de</strong>vidoàs exigências do mercado, o que ocorre <strong>de</strong>vido a forte concorrência entre osfornecedores.- Gerenciar os métodos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Programas <strong>de</strong> alimentos segurosutilizam o conceito <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva para verificar os fatores que impactamnegativamente as qualida<strong>de</strong>s física, sanitária e nutricional, ao longo da ca<strong>de</strong>ia.Neste caso, po<strong>de</strong> ser aplicada a técnica APPCC - Análise <strong>de</strong> Perigos e PontosCríticos <strong>de</strong> Controle (HACCP –Hazard Analysis and Critical Control Point). Esta tempor objetivo i<strong>de</strong>ntificar e controlar sistematicamente os perigos que po<strong>de</strong>m afetar asaú<strong>de</strong> do consumidor. Isto po<strong>de</strong> ser realizado por meio: (a) do uso do manual BPF -Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação, que <strong>de</strong>screve normas <strong>de</strong> higiene pessoal, limpeza esanitização <strong>de</strong> instalações agroindustriais; (b) da adoção do MIP - ManejoIntegrado <strong>de</strong> Pragas; e (c) da observância <strong>de</strong> normas <strong>de</strong> segurança no trabalho.2. Estudo <strong>de</strong> <strong>Ca<strong>de</strong>ia</strong>s <strong>Produtiva</strong>sPara o estudo, análise, planejamento e gerenciamento <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias produtivas éimportante o entendimento dos seguintes conceitos: (1) sistema, (2) logística e (3)engenharia <strong>de</strong> sistemas.a) SistemaDe acordo com SCHMIDT e TAYLOR (1970) sistema po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como umconjunto <strong>de</strong> elementos que interagem segundo uma lógica para o alcance <strong>de</strong> uma ou maismetas. Assim, por exemplo, no caso <strong>de</strong> uma fábrica, os elementos são as diversasmáquinas (estações <strong>de</strong> trabalho) dispostas segundo um fluxograma lógico em que a meta éa fabricação <strong>de</strong> um ou mais tipos <strong>de</strong> produtos.Essa <strong>de</strong>finição está altamente relacionada aos propósitos <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> sistemas, oque segundo NEELAMKAVIL (1987) implica em: enten<strong>de</strong>r, analisar, projetar, modificar,preservar, e se possível controlar a performance. Para atingir estes objetivos é necessáriono estudo <strong>de</strong> sistema: (i) selecionar o conjunto <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> acordo com os objetivos doestudo, (ii) estabelecer a inter-relação dos elementos, (c) <strong>de</strong>finir a fronteira do sistema, e (iv)selecionar a variáveis <strong>de</strong> interesse. Se assim for feito, todos fatos <strong>de</strong> interesse serãoenglobados no estudo.3


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/2005Consi<strong>de</strong>rando os aspectos abordados, uma ca<strong>de</strong>ia produtiva constitui em umsistema. Deste modo, para a condução <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias produtivas <strong>de</strong>vem serutilizados os mesmos ferramentais empregados no estudo <strong>de</strong> sistemas.b) LogísticaLogística po<strong>de</strong> ser conceituada como:a) “Logística - é o processo <strong>de</strong> planejar, implementar e controlar, eficientemente, aocusto correto, (i) o fluxo e armazenagem <strong>de</strong> matérias-primas, (ii) o estoque durantea produção e produtos acabados, e (iii) as informações relativas a estas ativida<strong>de</strong>s,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> origem até o ponto <strong>de</strong> consumo. Isto visando aten<strong>de</strong>r aosrequisitos do cliente”. (Council of Logistics Management)b) Logística - É o sistema <strong>de</strong> administrar qualquer tipo <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong> forma integrada eestratégica; planejando e coor<strong>de</strong>nando todas as ativida<strong>de</strong>s, otimizando todos osrecursos disponíveis, visando o ganho global no processo no sentido operacional efinanceiro. (<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Marcos Valle Verlangieri, diretor do Guia Log).c) Logística Empresarial - Trata-se <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> movimentação earmazenagem, que facilitam o fluxo <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> aquisição damatéria-prima até o ponto <strong>de</strong> consumo final, assim como dos fluxos <strong>de</strong> informaçãoque colocam os produtos em movimento, com o propósito <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciar níveis <strong>de</strong>serviço a<strong>de</strong>quados aos clientes a um custo razoável. (<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Ronald H.Ballou em seu livro "Logística Empresarial").Portanto, ao sumarizar estes conceitos, tem-se que: Logística é um conjunto <strong>de</strong>métodos <strong>de</strong> controle contábil, tributário, financeiro e operacional dos fluxos <strong>de</strong> matériasprimas e produtos acabados <strong>de</strong>ste os pontos <strong>de</strong> fornecimento até os pontos consumidores,envolvendo fatores, tais como: estruturas <strong>de</strong> armazenagem; plantas <strong>de</strong> pré-beneficiamento,beneficiamento, ou <strong>de</strong> transformação, estações <strong>de</strong> transbordos, modais <strong>de</strong> transporte emeios <strong>de</strong> comunicação.c) Engenharia <strong>de</strong> SistemasO termo Engenharia <strong>de</strong> Sistemas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como a arte <strong>de</strong> planejar,implementar, operacionalizar e gerenciar sistemas produtivos <strong>de</strong> forma otimizadaconsi<strong>de</strong>rando fatores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m operacional, econômica e ambiental. Para tanto, <strong>de</strong>vido àcomplexida<strong>de</strong> dos sistemas reais <strong>de</strong>vem ser empregados ferramentais <strong>de</strong> PesquisaOperacional - PO.Pesquisa Operacional – PO (Researches Operations - RO) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como oramo da matemática que disponibiliza ao homem, o tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, uma coletânea <strong>de</strong>ferramentas que possibilitam a mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> sistemas reais. As ferramentas po<strong>de</strong>m sertécnicas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> processo (estatística aplicada), programação linear, teoria <strong>de</strong> jogos,re<strong>de</strong>s neurais e simulação <strong>de</strong> processos.No caso específico da simulação, a sua adoção tem trazido benefícios, tais como:(a) previsão <strong>de</strong> resultados na execução <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada ação, (b) redução <strong>de</strong> riscos natomada <strong>de</strong>cisão, (c) i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas antes mesmo <strong>de</strong> suas ocorrências, (d)eliminação <strong>de</strong> procedimentos em arranjos industriais que não agregam valor, (e) redução <strong>de</strong>4


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/2005custos com o emprego <strong>de</strong> recursos (mão-<strong>de</strong>-obra, energia, água e estrutura física), (f)revelação da integrida<strong>de</strong> e viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado empreendimento em termostécnicos e econômicos, e (g) condução <strong>de</strong> experimentos tipos: análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>,comparação <strong>de</strong> cenários, otimização e simulação <strong>de</strong> Monte Carlo.Para o uso da técnica <strong>de</strong> simulação é necessária a implementação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los.Estes tratam da <strong>de</strong>scrição da lógica do funcionamento <strong>de</strong> sistemas reais. Para aimplementação dos mo<strong>de</strong>los em computadores são utilizadas: (a) linguagens <strong>de</strong>programação, como: FORTRAN, Visual Basic, C e PASCAL, ou (b) linguagens <strong>de</strong>simulação, como: SLAM, GPSS, GASP, POWERSIM, ARENA e EXTEND.2.1 Operacionalização do Estudo <strong>de</strong> <strong>Ca<strong>de</strong>ia</strong>s <strong>Produtiva</strong>sO estudo e análise <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong>vem partir do princípio que esta é umsistema. E este é constituído por diferentes elementos agrupados em seguimentosconforme representado na Figura 1.Desta forma, as seguintes ações <strong>de</strong>vem ser implementadas: (1) i<strong>de</strong>ntificar oselementos e tipificar suas funções - o que implica em <strong>de</strong>stacar qual é o produto final <strong>de</strong>cada segmento; (2) compor a lógica <strong>de</strong> ligação e inter-relação <strong>de</strong> cada elementoconsi<strong>de</strong>rando os passos anteriores e subseqüentes; (3) compreen<strong>de</strong>r os fluxos produtos aolongo da ca<strong>de</strong>ia; (4) compor as matrizes <strong>de</strong> custo; (5) i<strong>de</strong>ntificar para cada ponto àsparecerias e as concorrências; (6) <strong>de</strong>limitar os limites do sistema; (7) especificar recursosem termos humanos, insumos, tecnologias e capital; e (6) i<strong>de</strong>ntificar os gargalos do sistema.Em complementação <strong>de</strong>vem ser estudados os fluxos <strong>de</strong> capital e das transaçõessócios econômicas i<strong>de</strong>ntificando a distribuição <strong>de</strong> benefícios entres os atores do sistema.Ao implementar estas ações, po<strong>de</strong> ser observada a necessida<strong>de</strong> do emprego dosconceitos <strong>de</strong> sistemas, logística e engenharia <strong>de</strong> sistemas.3. Formatação <strong>de</strong> <strong>Ca<strong>de</strong>ia</strong>s <strong>Produtiva</strong>sA constituição das ca<strong>de</strong>ias produtiva não segue padrões pré-estabelecidos. Pois,cada arranjo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> inúmeras variáveis, que normalmente estão associadas aoscontextos regionais e as exigências <strong>de</strong> mercado. No caso específico das ca<strong>de</strong>ias produtivas<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> origem vegetal são apresentados dois exemplos nas Figuras 2 e 3.Na Figura 2 é representada uma ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong>dicada. Isto significa que fluxos<strong>de</strong> insumos, matérias primas, produtos e capitais, bem como, os repasses <strong>de</strong> tecnologiaocorrem sob regências contratuais. E estes são estabelecidos para garantir a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>entre os segmentos e elementos da ca<strong>de</strong>ia.Sob esse cenário são <strong>de</strong>finidas estratégias para o estabelecimento <strong>de</strong>competitivida<strong>de</strong> e o uso dos recursos <strong>de</strong> logística. É amplamente reconhecido, que acooperação entre os segmentos e elementos da ca<strong>de</strong>ia é a ferramenta mais eficaz para osucesso no mercado interno e externo. Ou seja, quanto mais efetiva é a cooperação; maiorpresença <strong>de</strong> mercado e competitivida<strong>de</strong> são estabelecidas.Na Figura 3 é representada uma ca<strong>de</strong>ia produtiva com integração horizontal. Nestecaso os elementos <strong>de</strong> um dado segmento po<strong>de</strong>m executar a mesma função em váriasca<strong>de</strong>ias, como também, vários elementos po<strong>de</strong>m executar a mesma função em um dadosegmento. Neste caso, há maior liberda<strong>de</strong> dos elementos quanto ao repasse <strong>de</strong> produtos.No entanto, isto faz requerer maior grau <strong>de</strong> capitalização dos elementos.5


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/20056Ambiente Institucional: Leis, Normas, Resoluções, Padrões <strong>de</strong> Comercialização, ...Proprieda<strong>de</strong>sCommoditiesPré-BeneficiamentoBeneficiamentoIndústria <strong>de</strong>TransformaçãoIsumosTecnologiaMercado InternoMercado ExternoAmbiente Organizacional : Órgãos <strong>de</strong> Governo, Instuições <strong>de</strong> Crédito, Empresas <strong>de</strong> Pesquisa, Agências Cre<strong>de</strong>nciadoras, ...Figura 2 - Representação <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia produtiva tipo <strong>de</strong>dicada


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/20057Ambiente Institucional: Leis, Normas, Resoluções, Padrões <strong>de</strong> Comercialização, ...TecnologiaIsumosBeneficiamentoCommoditiesPré-BeneficiamentoMercado InternoProprieda<strong>de</strong>sIndústria <strong>de</strong>TransformaçãoMercado ExternoAmbiente Organizacional : Órgãos <strong>de</strong> Governo, Instuições <strong>de</strong> Crédito, Empresas <strong>de</strong> Pesquisa, Agências Cre<strong>de</strong>nciadoras, ...Figura 3 - Representação <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia produtiva com integração horizontal


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/200584. Gerenciamento <strong>de</strong> <strong>Ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>Produtiva</strong>A forma <strong>de</strong> análise das relações entre fornecedores e clientes iniciou na década <strong>de</strong>oitenta visando melhorar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> empresa por meio <strong>de</strong> práticas, tais como: (i)analisar e otimizar os fluxos internos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, (ii) eliminar as ativida<strong>de</strong>s que nãoagregam valor, (iii) reduzir custos, (iv) reduzir os prazos <strong>de</strong> entrega, e (v) melhorar o fluxo<strong>de</strong> informação entre os componentes da ca<strong>de</strong>ia.Estas práticas surgiram em razão das mudanças sociais, econômicas e <strong>de</strong> mercado,implementadas principalmente pelas necessida<strong>de</strong>s do agronegócio globalizado. Assim, asempresas que antes tinham preocupações restritas aos mercados domésticos foraminstigadas a buscar novas oportunida<strong>de</strong>s em mercados externos. Além disto, tem sidoobservado nestes últimos anos a mudança <strong>de</strong> comportamento dos clientes finais. Estestornaram mais exigentes em termos das qualida<strong>de</strong>s físicas, sanitárias e nutricionais dosalimentos. E estes quesitos estão em alta voga na regência do comércio exterior.Sendo assim, tem tornado difícil para uma empresa, individualmente, alcançar níveis<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> processos a custos otimizados que propiciem a oferta <strong>de</strong> produtoscompetitivos. Isto ten<strong>de</strong> a agravar quanto os concorrentes são elementos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iasprodutivas bem estruturadas.Diante <strong>de</strong>ste cenário, surge as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> processos o queobrigatoriamente envolve o aprimoramento da relação dos elementos da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> talforma: (i) possibilitar maior cooperação entre os seguimentos da ca<strong>de</strong>ia, (ii) potencializar eotimizar a produção, (iii) reduzir os riscos individuais, e (iv) repassar aos parceirostecnologias para aprimorar os processos produtivos.Esta postura trás uma mudança do paradigma <strong>de</strong> competição entre os elementos esegmentos da ca<strong>de</strong>ia. Pois, fica claro que a competitivida<strong>de</strong> tem início com a formatação egestão da ca<strong>de</strong>ia e não apenas na disputa do mercado consumidor. Deste modo, na gestão<strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias produtivas têm sido empregadas técnicas como: (1) PDCA (Plan, Do, Check,and Action) - que visa organizar e propor seqüência <strong>de</strong> operações para otimizar processosprodutivos; (2) JIT (Just in Time), MRP (Materials Resource Planning) e ERP (EnterpriseResource Planning) – que visam planejar os processos <strong>de</strong> produção e os controles <strong>de</strong>estoques; (3) PDM (Product Data Managment): implica no uso <strong>de</strong> recursos contábeis e <strong>de</strong>informática para monitorar em tempo real (just time) a movimentação <strong>de</strong> matérias primas eprodutos acabados; e (4) SCM (Supply Chain Managment) – que é aplicada com o intuito<strong>de</strong> planejar, gerenciar, implementar e otimizar: (i) os fluxos <strong>de</strong> matérias primais e produtosacabados – o que é <strong>de</strong>finido como rastreabilida<strong>de</strong>, (ii) o emprego <strong>de</strong> recursos tecnológicos,financeiros, mão-<strong>de</strong>-obra e <strong>de</strong> outras espécies, e (iii) o intercambio <strong>de</strong> informações <strong>de</strong>ste abase dos processos produtivos até o mercado consumidor, isto em dois sentidos.5. Inserção <strong>de</strong> Empreendimentos em Uma <strong>Ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>Produtiva</strong>De acordo com os aspectos apresentados acima são apresentadas abaixoconsi<strong>de</strong>rações a serem observados quando da avaliação da inserção <strong>de</strong> umempreendimento em uma dada ca<strong>de</strong>ia produtiva:• Ter conhecimento da tecnologia a ser empregada para imprimir a qualida<strong>de</strong> física,nutricional e sanitária ao produto a ser ofertado.


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/2005• Ater as tendências <strong>de</strong> mercado. Por exemplo, na atualida<strong>de</strong> está em voga questõesquanto ao comércio <strong>de</strong> produtos transgênicos ou orgânicos, como também, a<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> parâmetros para o cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Preservada – IP.• Avaliar os graus <strong>de</strong> cooperação e integração entre os elementos da ca<strong>de</strong>ia,principalmente, no ponto <strong>de</strong> inserção.• I<strong>de</strong>ntificar os fornecedores <strong>de</strong> insumos, tais como: <strong>de</strong>fensivos, maquinários, lenha,energia elétrica e gás.• Ater as exigências estabelecidas pelo ambiente institucional: leis ambientais,trabalhistas, tributárias e comerciais; e às normas e padrões <strong>de</strong> comercialização.• I<strong>de</strong>ntificar as entida<strong>de</strong>s participantes do ambiente organizacional: agênciasambientais, instituições <strong>de</strong> crédito e seus programas <strong>de</strong> financiamento, agênciascre<strong>de</strong>nciadoras (secretarias da agricultura e outras) e centros <strong>de</strong> pesquisa.• Proce<strong>de</strong>r estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> operacional. Para tanto: (i) consi<strong>de</strong>rar os recursos<strong>de</strong> logística disponíveis - sistema comunicação, rodovias, ferrovias e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>armazenagem; e (ii) empregar ferramentas <strong>de</strong> pesquisa operacional, tais como:programação linear e simulação.• Conduzir estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> econômica. Assim <strong>de</strong>vem ser procedidas análises<strong>de</strong> riscos e incertezas, como também, a <strong>de</strong>terminação dos seguintes parâmetroseconômicos: VPL – valor presente liquido, TIR – taxa interna <strong>de</strong> retorno, relaçãocusto benefício, e pay-back – tempo <strong>de</strong> retorno do capital. Desta forma, sãoconsi<strong>de</strong>rados diversos fatores <strong>de</strong> caráter aleatório que po<strong>de</strong>rão comprometer o<strong>de</strong>senvolvimento do empreendimento.9ReferênciasCAIXETA-FILHO, J. V. Pesquisa operacional aplicada à agropecuária. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo:Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz”. Série Didática n o 74. 1992.KRAHL, A. The extend simulation environment. Proceedings of the 2000 Winter SimulationConference. Eds. J. A. Joines, R. R. Barton, K. Kang, and, P. A. Fishwick, pp 280-289. IEEE,Piscataway, NJ. 2000.LAW, A. M. e KELTON, W. D. Simulation mo<strong>de</strong>ling and analysis. McGraw-Hill Inc., 2 a ed. 1991.759p.LOEWER, O. J., T. C. BRIDGES, and R. A. BUCKLIN. On-farm drying and storage systems. ASAEPublication 9, American Society of Agricultural Engineers. 1974.MONSEF, Y. Mo<strong>de</strong>ling and simulation of complex systems. Hungary: European Publishing House.1997.NEELAMKAVIL, F. Computer simulation and mo<strong>de</strong>ling. Great Britain: John Wily & Sons Ltd. 1987SILVA, L. C. Stochastic Simulation of the Dynamic Behavior of Grain Storage Facilities. Viçosa: UFV.(Tese Doutorado). 2002.


UFES – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito SantoDepartamento <strong>de</strong> Engenharia RuralBoletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/200510SCHULTZ, G. As ca<strong>de</strong>ias produtivas <strong>de</strong> alimentos orgânicos do município <strong>de</strong> Porto Alegre/RS frenteà evolução das <strong>de</strong>mandas do mercado: lógica <strong>de</strong> produção e/ou <strong>de</strong> distribuição. Porto Alegre:UFRGS. (Dissertação <strong>de</strong> Mestrado). 2001.WINSTON, W. L. Operations research: applications and algorithms. Belmont, California: InternationalThomson Publishing. 1994. 1312p.

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