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A RAINHA SANTA ISABEL Isabel de Aragão nasceu no ano de ...

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A <strong>RAINHA</strong> <strong>SANTA</strong> <strong>ISABEL</strong><strong>Isabel</strong> <strong>de</strong> Aragão <strong>nasceu</strong> <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1269, <strong>no</strong> Palácio <strong>de</strong> Aljaferia, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Saragoça, na época capital do rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Aragão.Era filha <strong>de</strong> Pedro III (O Gran<strong>de</strong>), rei <strong>de</strong> Aragão e <strong>de</strong> D. Constância <strong>de</strong> Navarra.A Infanta D. <strong>Isabel</strong> possuía uma e<strong>no</strong>rme beleza e muitos príncipes seapresentavam a seu pai como preten<strong>de</strong>ntes à mão <strong>de</strong> sua filha mas os paisescolheram o mais próximo e mais dotado <strong>de</strong> todos, D. Dinis, her<strong>de</strong>iro do tro<strong>no</strong><strong>de</strong> Portugal.Em 1282, com apenas 12 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> ficou <strong>no</strong>iva e em 26 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong>ssemesmo a<strong>no</strong>, <strong>Isabel</strong> <strong>de</strong> Aragão chega a Portugal para casar com o rei“Lavrador”.Nos primeiros tempos <strong>de</strong> casada acompanhava o marido nas suas<strong>de</strong>slocações pelo País e conquistava a simpatia do povo.Do seu casamento nasceram dois filhos: D. Constância (futura Rainha <strong>de</strong>Castela) e D. Afonso (her<strong>de</strong>iro do tro<strong>no</strong> <strong>de</strong> Portugal).O Rei tinha inúmeras aventuras extraconjugais, as quais D. <strong>Isabel</strong> sempreperdoava, criando também com muito carinho os filhos ilegítimos <strong>de</strong> D. Dinis.Consi<strong>de</strong>rada uma mulher cheia <strong>de</strong> <strong>de</strong>voção, bonda<strong>de</strong> e humilda<strong>de</strong>, buscousempre a reconciliação e a paz entre as pessoas, as famílias e as nações. D.<strong>Isabel</strong> costumava dizer “Deus tor<strong>no</strong>u-me rainha para me dar meios <strong>de</strong> fazeresmolas”.Após o falecimento <strong>de</strong> seu marido, em 1325, D. <strong>Isabel</strong> recolheu-se <strong>no</strong>Convento <strong>de</strong> Santa Clara-a-Velha, em Coimbra e vestiu o hábito da Or<strong>de</strong>m dasClarissas (não fazendo votos) e aí fixou a sua residência.Em Junho <strong>de</strong> 1336, com 65 a<strong>no</strong>s, partiu <strong>de</strong> Coimbra com <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> ao Castelo <strong>de</strong>Estremoz, com a intenção <strong>de</strong> conversar com o seu filho, Afonso IV, pois eletinha entrado em conflito com o genro <strong>de</strong>vido aos maus tratos que esteaplicava na esposa (D. Maria, filha <strong>de</strong> Afonso IV) e previa-se uma <strong>no</strong>va guerra.Ao chegar ao Castelo <strong>de</strong> Estremoz, é praticamente obrigada a recolher-se <strong>no</strong>seu leito, cansada e cheia <strong>de</strong> febre. Morre passados alguns dias, afectada pelapeste, a <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1336.Após falecer, e tendo <strong>de</strong>ixado escrito em testamento o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser sepultada<strong>no</strong> Mosteiro <strong>de</strong> Santa Clara-a-Velha, foi levada para Coimbra e diz a lenda quenunca o seu corpo <strong>de</strong>funto <strong>de</strong>itou mau cheiro <strong>no</strong> percurso <strong>de</strong> Estremoz atéCoimbra, e que <strong>no</strong> ar se sentia um cheiro perfumado <strong>de</strong> rosas.


Foi criada à sua volta uma lenda <strong>de</strong> santida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido aos diversos milagresatribuídos. Foi Beatificada em 1516, pelo Papa Leão X e ca<strong>no</strong>nizada a Santa,pelo Papa Urba<strong>no</strong> VIII, em 1625, ficando popularmente conhecida comoRainha Santa <strong>Isabel</strong> ou simplesmente Rainha Santa.É padroeira da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra e o feriado municipal coinci<strong>de</strong> com o 4 <strong>de</strong>Julho. Também o fadista Alfredo Marceneiro lhe <strong>de</strong>dicou o fado “Rainha Santa”.Ainda hoje em dia se comemora uma festa em sua Honra e é celebrada <strong>no</strong> dia4 <strong>de</strong> Julho (dia do aniversario da sua morte).Capela da Rainha Santa <strong>Isabel</strong>Segundo consta a tradição, a Capela situa-se visivelmente <strong>no</strong> lugar on<strong>de</strong> teriafalecido a Rainha, a 4 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1336, contudo os seus aposentosprimitivos são difíceis <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong>vido ao incêndio <strong>de</strong> 1698.Um oratório foi mandado construir nesse local, por D. Luísa <strong>de</strong> Gusmão, viúva<strong>de</strong> D. João IV, como promessa da vitória das Linhas <strong>de</strong> Elvas.No entanto a capela existente é da época <strong>de</strong> D. João V. Extraordinárioexemplar do Barroco, contém seis pinturas e três painéis <strong>de</strong> azulejos querelatam episódios da vida quotidiana da Rainha Santa <strong>Isabel</strong>.Historias e Lendas referidas em 2 quadros e num painel da Capela daRainha Santa <strong>Isabel</strong>Quadro “O Milagre das Rosas”Este quadro <strong>de</strong>screve a tão famosa lenda que conta que a Rainha D. <strong>Isabel</strong>,sendo muito bondosa e humil<strong>de</strong>, costumava distribuir esmolas pelos pobresàs escondidas do marido e um dia, ao ser apanhada pelo Rei quando ia dividiresmolas transformou o pão e o dinheiro que levava <strong>no</strong> regaço, em rosas.Quadro “O milagre da Arrifana” (cura da criança cega)Após a morte <strong>de</strong> D. Dinis, D. <strong>Isabel</strong> foi em peregrinação até Santiago <strong>de</strong>Compostela. Ao passar em Arrifana <strong>de</strong> Santa Maria (Porto), estava na estradaà sua espera uma mãe cuja filha teria nascido cega. A senhora ajoelhou-se


diante <strong>de</strong> D. <strong>Isabel</strong> e pediu-lhe que colocasse a mão <strong>no</strong>s olhos da sua filhapara que ela pu<strong>de</strong>sse ver. D. <strong>Isabel</strong> recusou o pedido e disse à <strong>de</strong>sgostosamãe que esse pedido <strong>de</strong>veria ser feito a Deus, pois só ele faria esse milagre.A triste senhora continuou a insistir e a Rainha ao ver tanta <strong>de</strong>voção naquelasenhora, acabou por ce<strong>de</strong>r ao seu pedido. Colocou então as suas mãos <strong>no</strong>solhos da criança e passados alguns dias, esta começou a recuperar a visão.Painel <strong>de</strong> Azulejos “A lenda da mulinha”Ao saber que as tropas <strong>de</strong> D. Dinis e do Infante D. Afonso (seu filho) estavamdispostas a <strong>de</strong>frontar-se, a Rainha <strong>de</strong>slocou-se a esse local montada numamula e atravessou sozinha o campo, on<strong>de</strong> os primeiros combates já tinhamdado inicio. A sua intervenção pacificadora conseguiu fazer com que o Reiperdoasse ao filho e este jurasse obediência ao pai.Lenda dos PassarinhosConta a lenda que, encontrando-se a Rainha Santa <strong>Isabel</strong> <strong>no</strong> seu Paço <strong>de</strong>Estremoz, on<strong>de</strong> costumava vir passar algumas épocas, adorava bordar junto àsjanelas dos seus aposentos, viradas a <strong>no</strong>rte e <strong>no</strong>roeste on<strong>de</strong> se avistavam aslocalida<strong>de</strong>s vizinhas até aos limites da Serra <strong>de</strong> Portalegre, <strong>de</strong> vez em quandopegava <strong>no</strong> seu trabalho e seguia os movimentos do fuso entre as suas mãos.Familiarizadas com a sua presença serena e bondosa, as aves entretinham-sepor perto chilreando junto da Rainha, como que se fosse possível enten<strong>de</strong>remse.Quando ela sorria, os passarinhos suspendiam o chilreio como que acorrespon<strong>de</strong>r à sua atenção.Este convívio entre a Rainha e as aves ia alastrando <strong>de</strong> dia para dia até quenuma tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>spreocupadas com o mundo, permaneceram num entretimento<strong>de</strong> atenções recíprocas que o fuso se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>u das mãos da Rainha, atingiuo varandim e se soltou. Muito rápidas, as aves voaram em círculos econseguiram alcançar o fuso muito antes que este chegasse ao chão.Com as asitas a tremer, subiram até alcançar a janela e foram colocar o fuso<strong>no</strong> regaço da Rainha e lá se aconchegaram à espera <strong>de</strong> um gesto <strong>de</strong> gratidãoe ternura que não tardou em acontecer.

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