12.07.2015 Views

ESTUDO SOBRE CONSUMO DE ARGAMASSA DE ... - Globalconstroi

ESTUDO SOBRE CONSUMO DE ARGAMASSA DE ... - Globalconstroi

ESTUDO SOBRE CONSUMO DE ARGAMASSA DE ... - Globalconstroi

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>ESTUDO</strong> <strong>SOBRE</strong> <strong>CONSUMO</strong> <strong>DE</strong> <strong>ARGAMASSA</strong> <strong>DE</strong>REVESTIMENTOS INTERNO E EXTERNO NOS CANTEIROS <strong>DE</strong>OBRASPALIARI, José C.Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São PauloAv. Prof. Almeida Prado, Trav. 02, nº 271, São Paulo – SP, Brasil, CEP: 05.505-900Fone/Fax: (55) 011 3818-5459. E-mail: jpaliari@pcc.usp.brUniversidade Federal de S. Carlos – UFSCartelefone: (016) 260-8262 – ramal 239 - E-mail: jpaliari@ufscar.power.brSOUZA, Ubiraci E.L.Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São PauloAv. Prof. Almeida Prado, Trav. 02, nº 271, São Paulo – SP, Brasil, CEP: 05.505-900Fone/Fax: (55) 011 3818-5438.E-mail: ubisouza@pcc.usp.brANDRA<strong>DE</strong>, Artemária C.Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São PauloAv. Prof. Almeida Prado, Trav. 02, nº 271, São Paulo – SP, Brasil, CEP: 05.505-900Fone/Fax: (55) 0113 818-5459. E-mail: aandrade@pcc.usp.brRESUMOApresenta-se, neste artigo, um estudo sobre o consumo de argamassa de revestimentosinterno e externo de uma pesquisa realizada em 6 canteiros de obras localizados na regiãodo Grande ABC, região de São Paulo. Ao contrário de outras pesquisas, os resultadosindicam que o entulho representa a maior parcela de consumo de argamassa derevestimento e que ações de organização para o seu reaproveitamento durante a execuçãodos serviços contribuem para a redução do seu consumo.1 INTRODUÇÃOA redução das perdas de materiais nos canteiros de obras torna-se cada vez maisimperativo nos dias atuais. Sob o ponto de vista econômico, tal fato é decorrente danecessidade das empresas reduzirem seus custos de produção, principalmente diante de ummercado cada vez mais competitivo. Sob o ponto de vista ambiental, a redução das perdasde materiais traz como benefício a redução do consumo de recursos naturais, além daredução do entulho, cujas áreas para a sua deposição estão se exaurindo, principalmentenos grandes centros urbanos.Preocupado com esta questão, o Departamento de Engenharia de Construção Civil (PCC-USP) coordenou uma pesquisa incitada pela Prefeitura Municipal de Santo André, quecontou com a participação da Universidade do Grande ABC e mais 4 empresasconstrutoras da região.Este trabalho apresenta os indicadores de consumos de argamassa para os serviços derevestimento interno e externo obtidos no âmbito desta pesquisa, assim como o métodoempregado e as principais ações visando a minimização do consumo deste material. Os


esultados demonstraram que simples ações implementadas no dia-a-dia da empresaconstrutora contribuem significativamente para a redução do consumo deste material.2. CONCEITUAÇÃOSegundo SOUZA (1998), a produtividade pode ser considerada como sendo a eficácia natransformação de recursos em produtos, eficácia esta medida através de indicadorescalculados por meio de uma relação entre as entradas e necessárias e as saídas geradas peloprocesso. Desta forma, a produtividade no uso dos materiais (ou o consumo de materiais)pode ser definida como sendo a relação entre a quantidade de material utilizada e aquantidade de serviço realizada (equação 2.1).QuantidadeRealMatPr odutividadeMat= ConsumoMat=(2.1)QuantidadeServiçoNo caso específico deste trabalho, os indicadores de produtividade serão expressos emlitros de argamassa por metro quadrado de revestimento executado.Melhorar a produtividade (consumo) significa reduzir ou eliminar a parcela de perdas.Matematicamente, este fato fica explícito ao se reescrever a equação 2.1, desmembrandoseo seu numerador em duas parcelas (equação 2.2).QuantidadeRef + PerdasMatPr odutividadeMat= ConsumoMat=(2.2)QuantidadeServiçoNo entanto, para a redução do consumo há a necessidade de se identificar em que momentoas perdas acontecem no canteiro de obras, assim como detectar as suas causas e origens.3. I<strong>DE</strong>NTIFICANDO AS PERDAS <strong>DE</strong> <strong>ARGAMASSA</strong> <strong>DE</strong> REVESTIMENTO NOSCANTEIROS <strong>DE</strong> OBRASEmbora, em nenhuma pesquisa já realizada sobre o assunto tenha-se contabilizado deforma distinta as duas parcelas de perdas (incorporada e entulho), as sobrespessuras derevestimentos vêm sendo apontadas como a parcela de perdas mais significativa dasargamassas e, conseqüentemente, dos seus constituintes (aglomerantes e agregados) nestesserviços.Calculando a diferença entre o volume projetado (espessura projetada x área derevestimento) e o volume utilizado na execução dos revestimentos em argamassa (tetos,paredes internas e externas), PINTO (1989) chegou ao valor de aproximadamente 80% deperdas devido à sobrespessura detectada. Resultado semelhante foi verificado por PICCHI(1993) na avaliação dos mesmos serviços estudados por PINTO (1989). Pode-se citartambém o trabalho realizado por SOUZA et al. (1998) em Belém do Pará, onde foramanalisadas as perdas de argamassa por sobrespessura em 7 canteiros de obras distribuídos


pela cidade além do trabalho realizado por SOIBELMAN (1993). Recentemente,destacam-se os resultados obtidos no âmbito da pesquisa nacional FINEP/ITQC/PCC(AGOPYAN et al., 1998). Como conclusões deste estudo, cita-se o fato de a sobrespessurados revestimentos representarem 81% e 82% dos valores da perda global detectada para osrevestimentos interno e externo, respectivamente. A Tabela 3.1 reúne os principaisresultados obtidos nas pesquisas citadas.Tabela 3.1Perdas devido às sobrespessuras de revestimentosPINTO (1989)Pesquisa Local Espessura dereferência (cm)SOIBELMAN (1993)PICCHI (1993)Espessuradetectada (cm)Perdaincorporada(%)Paredes internas 2,0 1,2 (39)Fachada 2,0 6,0 200Teto 2,0 3,8 90Paredes internas 1,5 2,6 76Fachada 2,0 3,9 93Teto 1,5 1,8 18Paredes internas 2,0 3,0 50Fachada 3,0 6,5 117Teto 2,0 4,0 100SOUZA et al. (1998) Emboço 1,5 2 33AGOPYAN et al.(1998)Emboço interno Variável (1 a 2,5) 1,4 51Emboço externo Variável (1,4 a 2,5) 3,4 48De acordo com os valores desta Tabela, verificam-se que as perdas devido à sobrespessurados revestimentos chegam a 200% e que as mesmas, na sua maioria, são mais acentuadaspara os revestimentos de fachada do que para os de paredes internas. Observe que osvalores de referência adotados para a espessura dos revestimentos interno e externo nãosão muito discrepantes; PINTO (1989), por exemplo, adotou valores idênticos.Como causas destas sobrespessuras, são identificadas basicamente duas: a falta dequalidade na execução dos serviços que antecedem o revestimento, como a alvenaria e aestrutura, que são traduzidas pelo desaprumo das alvenarias e estrutura, entre outros; faltade coordenação entre os projetos, principalmente entre o de arquitetura e o de estrutura, oque acarreta a necessidade de se aumentar a espessura dos revestimentos.Além desta falta de coordenação entre tais projetos, a execução de revestimentos comespessuras superiores à especificada em projeto deve-se, também, à incompatibilidade, nãodetectada previamente, entre a largura dos componentes de vedação e a posição doscontramarcos das aberturas (janelas e portas).Com relação aos desaprumos da estrutura, CAZET et al. (1996) apresentaram um estudode caso de uma obra de edifício residencial de 6 pavimentos, onde levantaram valores dodesaprumo, tomados em 21 pilares, da ordem de 4 mm, em duas direções perpendiculares“x” e “y”. Tomando-se como premissa que nesta obra será respeitado o valor mínimo daespessura especificada no ponto mais desfavorável, caso este tenha ocorrido na estrutura, orevestimento a ser realizado terá uma sobrespessura da ordem da metade do desaprumolevantado pelos autores. Assim, tomando-se como exemplo a especificação de 1,5 cm de


evestimento das paredes internas, esta sobrespessura corresponderia a uma perda de13,3%.Além da perda representada pela sobrespessura dos revestimentos, há que se considerartambém a geração de entulho durante a execução dos mesmos, o qual pode ser maissignificativo para o caso da execução dos revestimentos de fachada, pois oreaproveitamento da argamassa, quando comparado ao revestimento interno, é mais difícil.4. MÉTODO <strong>DE</strong> COLETA/PROCESSAMENTO4.1 DIRETRIZESO Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica vem atuandosignificativamente na avaliação do desempenho quanto ao uso dos recursos físicos noscanteiros de obras. Um dos grandes trabalhos realizados sob sua coordenação refere-se àpesquisa nacional intitulada Alternativas para a Redução do Desperdício de Materiais nosCanteiros de Obras, através da qual se diagnosticou o desempenho quanto ao uso dosmateriais em quase uma centena de canteiro de obras distribuídos pelo país. O enfoqueprincipal desta pesquisa consistiu em se fazer o diagnóstico da situação vigente, com ointuito de se balizar ações no sentido de reduzir as perdas de materiais e,conseqüentemente, o seu consumo. Para isto, utilizou-se uma metodologia condizente comos propósitos traçados, cujo detalhamento pode ser visto em PALIARI (1999).A partir deste diagnóstico, percebeu-se a necessidade de se elaborar um método quefornecesse as empresas resultados rápidos e, ao mesmo tempo, precisos sobre a situaçãovigente, propiciando às pessoas envolvidas no processo, a possibilidade de intervençãovisando a redução do consumo de materiais durante a execução do serviço. Tomando-secomo premissa tal necessidade, ANDRA<strong>DE</strong> (1999) elaborou um método aplicável àsempresas construtoras abordando os serviços de estrutura de concreto armado (concretousinado e aço) e alvenaria (blocos e argamassa de assentamento).O método, apresentado na seqüência, trata-se de uma adaptação do método proposto porANDRA<strong>DE</strong> (1999), aplicável aos serviços de revestimentos argamassados, mantendo-secomo diretrizes básicas: a rapidez da coleta/processamento dos dados, precisão dosresultados e direcionado às etapas onde há a maior probabilidade de ocorrência de perdas.4.2 COLETA E PROCESSAMENTO DAS INFORMAÇÕESA experiência adquirida em trabalhos anteriormente realizados indica que a grande parcelade perda de argamassa de revestimento concentra-se na etapa de aplicação da mesma aosubstrato, sob a forma de sobrespessura (material incorporado) ou sob a forma de entulho(material que cai no chão e não é reaproveitado).Desta forma, a avaliação do consumo concentra-se nesta etapa. Para isto, definiu-se umciclo de coleta/processamento, ciclo este delimitado por dois momentos (IPE e FPE =Início e Fim do Período de Estudo, respectivamente), cuja duração corresponde ao tempodo operário utilizar um determinado volume de argamassa na execução do serviço,conforme ilustrado na Figura 4.1.


ArgamassaArgamassaIPEPeríodo de estudoFPEArgamassa incorporada+EntulhoFigura 4.1 – Método de coleta de dadosAntes da data IPE, procede-se a limpeza do local onde o serviço será executado. Esteprocedimento visa a obtenção da parcela de perdas relativa ao entulho. Na data IPE,anteriormente à aplicação da argamassa, realiza-se a medição das taliscas com o objetivode se obter a espessura média do revestimento a ser executado e quantifica-se o volume deargamassa a ser utilizada, com o auxílio de um recipiente de volume conhecido.Entre as datas IPE e FPE observa-se e anota-se qualquer anormalidade que tenhaacarretado um consumo excessivo de argamassa como, por exemplo, o preenchimento derasgos na alvenaria.Finalmente, na data FPE, mede-se a quantidade de serviço executado (m 2 ) relativo aovolume computado na data IPE, assim como o volume de entulho gerado.Cabe ressaltar que o ciclo de coleta/processamento pode ser variável, dependendo daabordagem do estudo. Assim, este ciclo pode corresponder à execução de um pano derevestimento específico (quando se deseja saber se os diversos panos a serem revestidosinterferem no consumo), à execução do revestimento realizada por um operário específico(quando se deseja saber se a mão-de-obra interfere no consumo) e, finalmente, à execuçãode um pavimento (quando se deseja conhecer o consumo de argamassa por pavimento).Numa forma mais ampla, estabelece-se também um ciclo de coleta/processamento/análise.A cada ciclo os resultados são analisados em uma reunião conjunta entre os responsáveispela execução do serviço e os coletores de dados. Nesta reunião estabelecem-se metas deconsumo, assim como alternativas para a sua redução.5. RESULTADOS E ANÁLISE5.1 REVESTIMENTO INTERNO


O estudo sobre o consumo de argamassa no serviço de revestimento interno foi realizadoem duas obras, cujos resultados gerais são apresentados na Tabela 5.1.Tabela 5.1Resultados gerais sobre consumo de argamassa – RevestimentointernoObra Mediana (l/m 2 ) Máximo (l/m 2 ) Mínimo (l/m 2 ) n (b)SA02 (a) 23,7 32,1 14,7 22SA06 24,5 24,5 30,0 7GERAL 23,9 32,1 14,7 29Observações:(a) Com o intuito de não identificar as empresas que participaram da pesquisa, resolveu-se codificar cada obraanalisada;(b) “n” diz respeito ao número de medições realizadas.Na seqüência são apresentados os resultados relativos a cada obra estudada nesta pesquisa.5.1.2 OBRA SA02Trata-se de um edifício comercial composto por 3 pavimentos em estrutura de concretoarmado moldado in loco e alvenaria de vedação em blocos cerâmicos e de concreto. NaTabela 5.2 apresentam-se os valores de consumo detectados para esta obra.Tabela 5.2Resultados gerais sobre consumo de argamassa – RevestimentoInterno - Obra SA02Pav. Parede/ambiente Consumo (l/m 2 ) Espessura real (cm) Entulho calculado (l/m 2 )2 º Pav. - 25,0 2,2 3,03 º Pav. - 26,1 2,1 5,13 º Pav. - 28,7 2,0 8,73 º Pav. - 32,1 2,2 10,1Térreo - 29,3 2,3 6,31 º Pav. - 31,8 2,6 5,83 º Pav. - 18,0 1,8 02 º Pav. - 22,2 2,1 1,2Térreo Muro Lateral 20,7 2,0 0,7Térreo Muro Lateral 21,1 2,0 1,1- Muro Interno 23,6 2,1 2,52 º Sub. Rampa 21,3 1,9 2,32 º Sub. Cx. D’água 24,7 2,1 3,73 º Pav. Peitoril 25,3 2,4 1,3Térreo Banheiro 14,7 1,3 1,72 º Sub. SI. Controle 23,9 2,1 2,9


Tabela 5.2Resultados gerais sobre consumo de argamassa – RevestimentoInterno - Obra SA02 (CONTINUAÇÃO)Pav. Parede/ambiente Consumo (l/m 2 ) Espessura real (cm) Entulho calculado (l/m 2 )2 º Sub. Cx. D‘água 20,4 2,0 0,4Térreo Banheiro 26,9 2,0 6,9Térreo Banheiro 25,1 2,4 1,1Térreo Muro Lateral 22,9 2,0 2,9Nesta obra não havia sobras nas caixas de argamassa ou entulho significativo sendo que,em geral, a explicação do consumo se deu pela parcela de material incorporado, pois aespessura está coerente com o consumo detectado.Quando isto não aconteceu, foi devido à existência de “enchimentos” adicionais de rasgos,que consumiu uma quantidade razoável de argamassa.5.1.3 OBRA SA06Trata-se de um edifício comercial composto por 4 pavimentos em estrutura de aço ealvenaria de vedação em blocos de concreto. Tanto para o revestimento interno quanto parao externo utilizou-se argamassa ensacada. Na Tabela 5.3 apresentam-se os valores deconsumo detectados para esta obra.Tabela 5.3Resultados gerais sobre consumo de argamassa – Revestimento Interno- Obra SA06Parede/ambiente Empreiteira Consumo (l/m 2 ) Espessura real (cm) Entulho calculado (l/m 2 )1 A 30,0 2,2 8,02 A 25,4 2,2 3,43 A 26,7 2,3 3,74 B 23,6 2,2 1,65 B 21,0 2,1 06 B 24,5 2,3 1,57 B 21,1 1,9 2,1O serviço foi executado por duas empreiteiras sendo que, a empreiteira B preocupava-seem reaproveitar a argamassa que caia durante a execução, colocando-se uma tábua no “pé”da parede a ser revestida. Este procedimento ocasionou um menor consumo de argamassadevido à baixa geração de entulho, conforme pode ser verificado na Tabela 5.3,especificamente para os ambientes de 4 a 7.


5.2 REVESTIMENTO EXTERNOO estudo sobre o consumo de argamassa no serviço de revestimento externo foi realizadoem quatro obras, cujos resultados gerais são apresentados na Tabela 5.4.Tabela 5.4Resultados gerais sobre consumo de argamassa – RevestimentoexternoObra Mediana (l/m 2 ) Máximo (l/m 2 ) Mínimo (l/m 2 ) nSA01 21,5 33,3 16,6 13SA06 26,1 33,2 21,1 12SA03 29,1 33,3 22,5 4SA05 13,3 15,2 12,3 6GERAL 23,6 33,3 12,3 355.2.1 OBRA SA01Esta obra consiste de vários blocos de edifícios residenciais destinados à população debaixa renda, construídos em alvenaria estrutural com blocos de concreto e laje de concretousinado moldado in loco. A argamassa utilizada na execução tanto do revestimento externoquanto do revestimento interno era produzida na própria obra. Na Tabela 5.5 apresentamseos valores de consumo detectados para esta obra.Tabela 5.5Resultados gerais sobre consumo de argamassa – Revestimento Externo- Obra SA01Bloco Consumo (l/m 2 ) Espessura real (cm) Entulho medido (l/m 2 )L 26,1 2,0 6,529,2 2,2 6,833,3 2,6 7,121,6 1,8 3,626,5 2,2 4,1O 33,1 2,7 6,5N 16,7 1,7 0,016,6 1,7 0,017,7 1,8 0,019,4 1,9 0,017,5 1,8 0,017,3 1,7 0,021,5 2,2 0,0A partir da execução do revestimento do Bloco N, passou-se a reaproveitar a argamassaque caia no chão. Para isto, os operários colocaram uma chapa de madeira compensada naaltura do pavimento térreo, especificamente no pano de fachada em execução.


5.2.2 OBRA SA03Edifício comercial em estrutura de concreto armado moldado in loco sendo que. para aslajes, utilizou-se o sistema Steel Deck. As paredes de vedação foram executadas comblocos cerâmicos enquanto que o revestimento externo foi executado com argamassaproduzida no próprio canteiro de obras. Na Tabela 5.6 apresentam-se os valores deconsumo detectados para esta obra.Tabela 5.6Resultados gerais sobre consumo de argamassa – RevestimentoExterno - Obra SA03Parede/ambiente Consumo (l/m 2 ) Espessura real (cm) Entulho calculado (l/m 2 )Caixa Elevador 33,3 2,2 11,322,5 2,2 0,528,1 2,1 7,130,0 2,2 8,0Nesta obra verificou-se apenas a execução da parede da caixa do elevador (externa). Oconsumo foi explicado em quase sua totalidade pelo entulho gerado durante a aplicação,uma vez que não havia uma política de reaproveitamento da argamassa que caía no chão.5.2.3 OBRA SA05Trata-se de um edifício de duas torres constituídas por 20 andares cada uma. Orevestimento externo foi executado utilizando-se argamassa produzida no próprio canteirode obras. Em particular, o estudo do consumo foi realizado para o revestimento daalvenaria da periferia, uma vez que o revestimento externo relativo aos pavimentos-tipo jáhavia sido executado. Na Tabela 5.7 apresentam-se os valores de consumo detectados paraesta obra.Tabela 5.7Resultados gerais sobre consumo de argamassa – RevestimentoExterno - Obra SA05Pav. Parede/ambiente Consumo (l/m 2 ) Espessura real (cm) Entulho medido (l/m 2 )Térreo Muro Lateral 12,5 1,25 0,012,3 1,23 0,013,1 1,31 0,015,2 1,52 0,013,5 1,35 0,013,4 1,34 0,0Adotou-se como espessura teórica para o revestimento o valor de 1 cm (10 litros/m 2 ). Deacordo com a Tabela 5.7, os valores de consumo se situaram próximos ao estipulado,sendo que não houve a geração de entulho, uma vez que a argamassa era reaproveitada e ospanos eram muito pequenos, de fácil execução.


5.2.4 OBRA SA06No que diz respeito ao revestimento externo, ressalta-se que o mesmo foi executado empanos de fachadas descontínuos, delimitados pela estrutura de aço (vigas e pilares). NaTabela 5.8 apresentam-se os valores de consumo detectados para esta obra.Tabela 5.8 Resultados gerais sobre consumo de argamassa – Revestimento Externo- Obra SA06Número damediçãoConsumo (l/m 2 ) Espessura real (cm) Entulho calculado (l/m 2 )1 33,2 2,2 11,22 27,9 2,1 6,93 24,4 2,3 1,44 29,0 2,4 5,05 32,3 2,5 7,36 30,0 2,2 8,07 23,6 2,2 1,68 25,4 2,2 3,49 26,7 2,3 3,710 24,5 2,3 1,511 21,8 2,1 0,812 21,1 1,9 2,1O fato de haver descontinuidade nos panos de fachada contribuiu para que as espessurasreais se mantivessem próximas à especificada (2 cm = 20 litros/m 2 ). A partir da mediçãonúmero 10, passou-se a reaproveitar a argamassa que caía no chão, reduzindo assim, oconsumo de argamassa por m 2 de revestimento executado.6. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAISEmbora não se tenha estudado um número considerável de obras, os resultados, de certaforma, contrariam o que vem sendo preconizado nas principais pesquisas realizadas sobreo assunto no país. Ao contrário destas pesquisas, a parcela relativa ao entulho se mostroutão significativa quanto à parcela de argamassa que fica incorporada em excesso aosubstrato. Esta comprovação pode ser visualizada na Tabela 6.1 a seguir, onde o entulhorepresentou 64% da perda detectada para o revestimento interno e 56% para o caso dorevestimento externo.Este fato induz a necessidade de se reaproveitar a argamassa que cai no chão, medida estaque pode ser adotada durante a execução dos serviços, uma vez que o combate àsobrespessura depende muitas vezes da regularidade, prumo e esquadro da base,características estas que devem ser obedecidas durante a execução dos serviços queprecedem à execução dos revestimentos.Verificou-se que este reaproveitamento depende de ações simples no canteiro de obras que,além de proporcionar este reaproveitamento contribui para a organização e limpeza dolocal de trabalho.


Tabela 6.1Representatividade das parcelas de consumo de argamassa derevestimentoREVESTIMENTO INTERNOOBRAConsumorelativo àsobrespessura(l/m 2 )Consumorelativo aoentulho (l/m 2 )Representatividadeda sobrespessura (%)Representatividadedo entulho (%)SA02 1,0 2,9 21 79SA06 2,0 2,5 50 50MEDIANA 1,5 2,7 36 64OBRAConsumorelativo àsobrespessura(l/m 2 )REVESTIMENTO EXTERNOConsumorelativo aoentulho (l/m 2 )Representatividadeda sobrespessura (%)Representatividadedo entulho (%)SA01 12,0 6,1 69 31SA03 2,0 7,6 18 82SA05 (c) - - - -SA06 2,0 3,7 44 56MEDIANA 2,0 6,1 44 56(c) para esta análise, desconsiderou-se os resultados relativos a esta obra uma vez que toda a argamassa que caiu nochão foi reaproveitada. O mesmo raciocínio foi aplicado as outras obras, desconsiderando-se as medições onde oentulho foi reaproveitado.AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOSA equipe de pesquisadores gostaria de agradecer a Prefeitura Municipal de Santo André(PMSA), assim como as empresas que participaram ativamente desta pesquisa.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAGOPYAN, V. et al. (c) Alternativas para a redução do desperdício de materiais noscanteiros de obras: Resultados. São Paulo, PCC/EPUSP, 1998 (Relatório Final:volume 3. Departamento de Engenharia de Construção Civil – PCC-EPUSP)ANDRA<strong>DE</strong>, A.C. Metodologia para quantificação do consumo de materiais emempresas construtoras de edifícios: execução da estrutura e da alvenaria de vedação.São Paulo, 1999. Dissertação de Mestrado - Escola Politécnica - Universidade de SãoPaulo.


CAZET, A.F. et al. Aplicação de técnicas de diagnóstico em canteiros de obras: fôrmas. In:CONGRESSO NACIONAL <strong>DE</strong> ENGENHARIA <strong>DE</strong> PRODUÇÃO, 16., Piracicaba,1996. Anais. Piracicaba, UNIMEP, 1996. Anais em CD-ROM.PALIARI, J.C. Metodologia para coleta e análise de informações sobre consumos eperdas de materiais e componentes nos canteiros de obras de edifícios. São Paulo,1999. 473p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.PICCHI, F.A. Sistema de Qualidade: uso em empresas de construção de edifícios. SãoPaulo, 1993. 462p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.PINTO, T.P. Perdas de materiais em processos construtivos tradicionais. São Carlos,1989. Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de São Carlos –UFSCar. /Datilografado/SOIBELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações: Sua incidênciae controle. Porto Alegre, 1993. 127p. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pósgraduaçãoem Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.SOUZA, U.E.L. Produtividade e custos dos sistemas de vedação vertical. In: SEMINÁRIOTECNOLOGIA E GESTÃO NA PRODUÇÃO <strong>DE</strong> EDIFÍCIOS: VEDAÇÕESVERTICAIS. São Paulo, 1998, PCC/EPUSP – Departamento de Engenharia deConstrução Civil da EPUSP. Anais. São Paulo, 1998. p. 237-48.SOUZA, P.S.L. et al. (c) Indicadores da qualidade, no revestimento interno, na construçãocivil da Belém - PA. In: ENCONTRO NACIONAL <strong>DE</strong> TECNOLOGIA DOAMBIENTE CONSTRUÍDO, 7., Florianópolis, 1998. Anais. Florianópolis,UFSC,1998. v2, p. 595-601.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!