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CÂMARA DE TORTURA NO QUARTEL DA PM - Nosso Tempo Digital

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Z<br />

<strong>Nosso</strong> <strong>Tempo</strong> é uma<br />

publicação da Editora<br />

Lheração Lida.<br />

C.G.C. N° 76.261.767/0001 - 36<br />

Redação e administração:<br />

Rua Edmundo de<br />

Barros, 830<br />

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Foz do Iguaçu - Pi.<br />

Diretores proptietários:<br />

Juvêncio Mazzarollo<br />

Aluizio Palmar<br />

1. Adelino de Souza<br />

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Elton Fauna<br />

Noemi Osná<br />

Cascavel:<br />

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Abel Filho, diretor da sucursal<br />

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ao Fórum - Fone: 64-2000<br />

<strong>Nosso</strong>s representantes:<br />

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RIO <strong>DE</strong> JANEIRO<br />

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Cj. 95 - 25-4774<br />

BRASILIA<br />

SEIS - Edifício Venéncio IV -<br />

sala 310 - 224-3183<br />

Distribuição em Curitiba.<br />

)P. Distribuidora, rua<br />

Lourenço, 174 - Fone: 232-2035<br />

^i. o 2<br />

GRUPO BORDIN<br />

Praticamente formada a seleção que vai<br />

perder o campeonato da salvação do Brasil<br />

(Juvêncio Mazzarollo)<br />

Até agora, desde que se candidatou<br />

e venceu a eleição para presidente<br />

da República no Colégio Eleitoral,<br />

Tancredo Neves alimentou a si mesmo<br />

e a nação com literatura, Em<br />

pronunciamentos e entrevistas, ele<br />

usou de uma linguagem expressivamente<br />

progressista, merecendo muitos<br />

aplausos dos políticos em geral, da<br />

imprensa e mesmo da população.<br />

Criou-se assim um clima de confiança<br />

no novo governo e na "Nova<br />

República", embora seja urna confiança<br />

repleta de desconfianças e de<br />

dúvida quanto à viabilidade das<br />

mudanças prometidas pelas forças que<br />

chegam ao poder e vigorosamente<br />

reivindicadas pela nação.<br />

Como numa competição esportiva<br />

em que nenhuma equipe se prepara<br />

para entrar no campo de jogo<br />

demonstrando franqueza previamente,<br />

Tancredo Neves tinha de fato de<br />

mostrar segurança nas posições, dizer<br />

as coisas que o povo queria ouvir e<br />

tentar convencer a opinião pública<br />

sobre sua determinação e capacidade<br />

de fazer o que precisa ser feito<br />

Tancredo conseguiu chegar até<br />

aqui com um respeitável índice de<br />

credibilidade, no entanto, arranhada<br />

seriamente a partir do momento em<br />

que começaram a desfilar pelos meios<br />

de comunicação os nomes dos<br />

prováveis ministros do governo que<br />

será empossado no próximo dia 15.<br />

Tancredo Neves ainda não oficializou<br />

nenhuma indicação para cargo<br />

algum, mas hoje não restam muitas<br />

dúvidas a respeito de quem será<br />

ministro, ainda que não se saiba com<br />

a mesma segurança como os nomes<br />

levantados serão distribuídos nas<br />

diversas pastas Pelo que se sabe<br />

quanto a esse assunto, pois, está mais<br />

do que claro que o governo Tancredo<br />

Neves será marcado pelo conservadorismo,<br />

quase pelo continuísmo da<br />

presente situação.<br />

Presume-se que o novo presidente<br />

esteja fazendo suas escolhas de<br />

acordo com critérios de capacidade e<br />

de afinação dos indicados com os<br />

objetivos de sua administração. Assim<br />

deveria ser, restando indagar sobre se<br />

tais objetivos são de fato os que o<br />

povo apontaria se fosse consultado a<br />

respeito. Contudo, sabe-se que o time<br />

que entrará em campo com Tancredo<br />

Neves está sendo montado mais para<br />

satisfazer correntes políticas e redutos<br />

eleitorais do que para imprimir<br />

,eficiência à administração pública<br />

federal, honestidade e disposição para<br />

mudar, sabendo-se que foi sobre esse<br />

tripé - eficiência, honestidade e<br />

vontade de mudar - que as forças<br />

agregadas na tarefa de eleger o novo<br />

presidente fizeram campanha sucessória,<br />

com o que conquistaram respeitável<br />

adesão popular.<br />

Percebe-se, então, que o ministério<br />

de Tancredo está sendo montado<br />

mais ou menos ao estilo da Seleção<br />

Brasileira de Futebol, tantas vezes<br />

formada com a convocação de<br />

jogadores capazes de agradar a gregos<br />

e troianos, mas pouca capacidade de<br />

jogar Cada Estado e até cada grande<br />

clube quer ter representantes na<br />

Seleção, e os encarregados de<br />

convocar, não raro, atendem a esse<br />

tipo de ingerência, deixam-se enliar<br />

pelo condicionamento.<br />

Não parece importar muito aos<br />

que estão às portas do poder se quem<br />

vai ocupar este ou aquele ministério,<br />

este ou aquele cargo na Nova<br />

República - nem tão nova, como se<br />

vê - é o mais competente e o mais<br />

afinado com os objetivos nacionais<br />

claramente expressos de muitas<br />

maneiras e por múltiplos meios nos<br />

últimos tempos. O que realmente<br />

conta, no caso, é o poder de barganha<br />

de correntes e lideranças políticas que<br />

se sentem no direito de estar presentes<br />

na partilha do poder. Disputa-se ai<br />

um emprego, um lugar no time,<br />

mesmo que seja fora de posição. Cada<br />

partido, cada corrente ideológica, cada<br />

Estado da Federação disputa acerbamente<br />

a convocação de um ou mais de<br />

seus atletas, não importando muito se<br />

se trata de um centro-avante que terá<br />

de jogar no gol,de um ponta-esquerda<br />

que terá de jogar na direita, ou um<br />

ponta-direita que terá de deslocar-si<br />

para o meio de campo<br />

Por essas vias, por exemplo,<br />

como já ficou praticamente fora de<br />

dúida, o senador Marco Maciel<br />

BOMACLO<br />

assumira o Ministério da Educação e o<br />

ex-governador da Bahia Antônio<br />

Carlos Magalhães, o das Comunicações.<br />

Os brasileiros não sabem o que<br />

cada um desses senhores entende do<br />

ramo a que vão se dedicar. Custa<br />

admitir que a categoria profissional<br />

que atua em determinado setor não<br />

tenha um representante seu nas<br />

esferas decisórias, mas tenha de se<br />

submeter a autoridades treinadas em<br />

outros setores, pelo simples fato de<br />

terem tido papel destacado nas<br />

articulações que resultaram na vitória<br />

de quem se elegeu presidente. Haja<br />

vista que Antônio Carlos Magalhães.<br />

um dos políticos mais abjetos da República<br />

- talvez só perca para Paulo<br />

Maluf em safadeza -, porque repetiu<br />

pela televisão o que todos estávamos<br />

cansados de saber, isto é, que Paulo<br />

Maluf é um corrupto, e porque<br />

abandonou o barco do PDS na disputa<br />

sucessória, vai ser ministro, em que<br />

pese todo seu passado negro, de<br />

cúmplice da ditadura militar e tudo o<br />

que isso significa.<br />

Ora, sabendo-se que Tancredo<br />

Neves não é propriamente o modelo<br />

de político progressista; sabendo-se de<br />

de suas intenções de não provocar<br />

rupturas profundas nos mecanismos<br />

de poder montados pelo militarismo e<br />

a tecnocracia ao longo dos últimos 21<br />

anos; sabendo-se que, dentro do<br />

<strong>PM</strong>DB, é o setor mais conservador o<br />

mais influente nos caminhos da Nova<br />

República; sabendo-se que a Frente<br />

Liberal - outro grande suporte da<br />

candidatura e da vitória de Tancredo<br />

Neves - reúne um grosso contingente<br />

de vassalos do regime que agoniza;<br />

considerando os nomes ventilados<br />

para ocuparem ministérios e outros<br />

postos proeminentes, em sua maioria<br />

buscados entre os responsáveis pelo<br />

descalabro em que está o pais;<br />

analisando a gravidade da situação<br />

nacional e confrontando-a com a<br />

capacidade de recuperação; e cons iderando<br />

que "tra dire e fare c'é mez.zo<br />

mare" - como diz o velho provérbio<br />

italiano -, a conclusão aponta para o<br />

rumo da decepção geral, consumindose<br />

estupidamente, nos altos círculos<br />

governamentais e entre as elites, os<br />

anseios de mudança tão vivamente<br />

alimentados pelo povo. Há luz no fim<br />

do túnel, mas o fim do túnel está<br />

muito, mas muito mesmo, muito mais<br />

longe do que os novos donos da<br />

República deram a entender até agora<br />

Em resumo, quem não tem vai<br />

continuar não tendo, e quem tem vai<br />

continuar tendo sempre mais. E assim<br />

será por muitos e muitos anos. Pobre<br />

Brasi l!<br />

BORDIN MATERIAIS <strong>DE</strong> CONSTRUÇÃOLT<strong>DA</strong><br />

Exportadora Iguaçu de materiais de construção<br />

10 anos servindo Foz do Iuaçu, Paraguai e Argentina<br />

Avenida J uscelino Kuhitschck. 11)i7 1 ioes: PBX 7 -3733 - 3-3634 - 73-2285<br />

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