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propostas para o aprimoramento da gestão voltada para s

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – SEADUNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSCCURSO DE EXTENSÃO FORMAÇÃO DE GESTORES DASPOLÍTICAS PÚBLICAS DO TURISMOAtivi<strong>da</strong>de:Banco dePropostasINFORMAÇÕES GERAISPROPOSTAS PARA O APRIMORAMENTO E MELHORAMENTO DASPOLÍTICAS VOLTADAS À SUSTENTABILIDADE DO TURISMO NOMUNICÍPIO DE SALVADOR/BAData <strong>da</strong> Entrega do Trabalho:02/09/2009Grupo: 30 Tutor: CAIO CESAR GOBBI Turma: 02Aluna:TítuloLiz Rodrigues CerqueiraMestran<strong>da</strong> em Turismo, na área de concentração em Desenvolvimento Regional e Gestão pelaUniversi<strong>da</strong>de Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Possui especializações na área de ensino superior,educação profissional e educação de jovens e adultos (EJA). É Bacharel em Turismo. Há sete oito atuacomo professora de cursos técnicos e superiores de Turismo e Hotelaria. Já organizou eventos científicose megaeventos de destinos turísticos. Na área <strong>da</strong> gestão pública ocupou cargo de Diretora Municipal deTurismo e Cultura. Atua nas seguintes áreas: desenvolvimento regional, análise competitiva de destinosturísticos, planejamento turístico, organização de eventos, marketing/promoção de destinos turísticos.Bolsista CAPES. Contato: [ lizRcerqueira@yahoo.com.br ].POLÍTICA E PLANO DE INTERVENÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR/BA:PROPOSTAS PARA O APRIMORAMENTO DA GESTÃO VOLTADA PARASUSTENTABILIDADE DO TURISMOMAPAS DE LOCALIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR:MAPA DO MUNDOLOCALICAÇÃO DO BRASILMAPA DO BRASILLOCALIZAÇÃO DO ESTADO DA BAHIAMAPA DA BAHIAVISTA AÉREA DA CIDADE DOSALVADOR, BAHIA (BRASIL)MAPA DE SALVADOR LOCALIZAÇÃO DASREGIOES ADMINISTRATIVAS (BAIRROS)MAPA DO CENTRO HISTÓRICO DESALVADOR (O CENTRO HISTÓRICOFAZ PARTE DA ZONA I)Nota: Os mapas foram fornecidos pela PMS, através <strong>da</strong> SURCAP e SEPLAM (exceto o Mapa do Pelourinho, cedi<strong>da</strong> pelo Setur). A foto foicedi<strong>da</strong> pela Bahiatursa.


BANDO DE PROPOSTASPOLÍTICA E PLANO DE INTERVENÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR/BA: PROPOSTASPARA O APRIMORAMENTO DA GESTÃO VOLTADA PARA SUSTENTABILIDADE DO TURISMOO Centro Histórico de Salvador (Bahia, Brasil), é um dos patrimônios culturais mundiais declarados pela UNESCO.Localizado na Ci<strong>da</strong>de Alta <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, o centro histórico possui mais de 800 bens protegidos. Bonfim (1994) afirma que entre1938 e 1945, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão federal de proteção ao patrimôniohistórico, artístico e cultural brasileiro, promoveu o tombamento de vários monumentos isolados, o que não foi suficiente<strong>para</strong> impedir a degra<strong>da</strong>ção do centro histórico. Somente no ano de 1984, o conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanísticodo Centro Histórico de Salvador (CHS) foi inscrito no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do IPHAN(IPHAN, 1984). Isso contribuiu de sobremaneira <strong>para</strong> que, em 1985, a Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s (UNESCO) declarasseesse sítio um patrimônio cultural mundial (UNESCO, 2009). Desde então, o Centro Histórico tornou-se o principal patrimôniocultural e mais importante pólo de atração turística <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Segundo a Saltur, órgão oficial de turismo municipal,resultados do Estudo <strong>da</strong> Deman<strong>da</strong> Turística 2008 (SALTUR, 2009) aponta o Centro Histórico como sendo o mais importantefator de atração e motivação do visitante estrangeiro e brasileiro. O conjunto histórico mais significativo do Centro Histórico,que abrange uma área de aproxima<strong>da</strong>mente 80 hectares, é o Pelourinho, apeli<strong>da</strong>do de “Pelô”. É comum brasileiro eestrangeiro se referir ao Centro Histórico como “Pelourinho”. Mas, na ver<strong>da</strong>de, este é apenas uma pequena parte do outro.Uma vez registra<strong>da</strong> como patrimônio significativo do mundo, sob a égide do discurso de captar recursos por meio doturismo e a necessi<strong>da</strong>de de intervenção no patrimônio de significado valor, autori<strong>da</strong>des políticas que na época ocupavam opoder, iniciaram o projeto de revitalização do CHS porque viam nele um meio de ampliar seu poder político, pois como bemlembra Zanirato (2007), esse tipo de intervenção conta com expressiva visibili<strong>da</strong>de na mídia, garantindo um retorno nomercado eleitoral. Desse modo, a implementação do Plano de Intervenção no Centro Histórico de Salvador (CHS) tinha comoobjetivo prioritário cumprir com sua função política, e não social, econômica ou cultural. Em 1992, deram-se início às obrasde revitalização urbana dos edifícios, igrejas, palacetes, sobrados, capelas, templos, conventos, museus, solares e casarões.Um trabalho de restauro requer capaci<strong>da</strong>de técnica (mão-de-obra especializa<strong>da</strong>) e tempo razoável <strong>para</strong> execução de umserviço pois deve-se buscar os aspectos originais de tais bens. Além do monumento em si, deve-se pensar no entorno,processo que deve envolver obras de reconstrução funcional, retira<strong>da</strong> dos postes comuns e instalação de fiação subterrânea,e mais o sistema de redes pluviais e de esgoto. No entanto, na<strong>da</strong> disso foi feito. Como foi dito, os objetivos eram outros.Agindo assim, ganhou-se tempo (celeri<strong>da</strong>de na entrega dos bens) e barateou-se os custos.Uma vez prontos, iniciou-se o processo de retira<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famílias. Registra-se uma outra falha na intervenção do CHS,pois muitas famílias foram simplesmente despeja<strong>da</strong>s e não receberam qualquer indenização. Quando houve, foi insuficiente<strong>para</strong> morar nas mediações do CH. Por fim, não se considerou o desejo <strong>da</strong> maioria delas de permanecer no local. A elas não foi<strong>da</strong>va escolha, afinal, como adverte Zanirato (2007), o perfil social dos moradores do CH era em geral pessoas jovens, depouca escolari<strong>da</strong>de, de baixa ren<strong>da</strong>, desemprega<strong>da</strong>s ou com emprego informal. Assim, Braga (2008) setencia: após arevitalização, os sobrados e casas do centro histórico que antes tinham função habitacional, passaram a ter função comercial,volta<strong>da</strong> especialmente <strong>para</strong> atender às necessi<strong>da</strong>des do visitante (e não dos moradores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de). Ao invés de moradia, asresidências coloniais transformaram-se em meios de alimentação (cafés, bares, sorveterias e restaurantes de comi<strong>da</strong>s típicasregionais a cozinha internacional), centros culturais, galerias de arte, espaços <strong>para</strong> shows, meios de hospe<strong>da</strong>gem (hotéis,pousa<strong>da</strong>s e albergues), estacionamentos, bancos, livrarias, boutiques, sede administrativas de alguns órgãos municipais,estaduais e federais ligados ao patrimônio artístico-cultural, lojas de jóias e de artesanato.Aos novos ocupantes dos imóveis cabe o pagamento do aluguel e mais na<strong>da</strong>. Mesmo cobrando aluguel abaixo domercado, é alto o índice de inadimplentes. Além de aceitar o prejuízo com a inadimplência, ao Estado cabe, o custeio <strong>da</strong>manutenção dos imóveis (sem que haja nenhum custo <strong>para</strong> os proprietários e/ou inquilinos), o financiamento de um custosoprograma de animação cultural que contempla shows diários (cerca de 1.200 shows por ano), além <strong>da</strong>s festas populares(profanas e religiosas), como Carnaval, São João, Natal e Jogos de Futebol em Copas do Mundo. Por isso, Zanirato (2007) eBraga (2008) lembram que essas benesses, sem nenhuma contraparti<strong>da</strong>, ao invés de incentivarem a participação priva<strong>da</strong> ainibe, criando a imagem, muito generaliza<strong>da</strong>, de que proprietários, inquilinos e comerciantes do CH prestam um serviço àcultura e por isso estão isentos de qualquer responsabili<strong>da</strong>de na manutenção de seus imóveis. Essa extrema dependência doEstado expõe o Plano de Intervenção a grandes riscos, a médio e longo prazo. Não é subsidiando o CH de to<strong>da</strong>s as formas quese vai torná-lo auto-sustentável.É preciso que os gestores públicos mudem suas priori<strong>da</strong>des e possam oferecer soluções aonde os interesses políticos ede uma minoria não venham na frente. Igualmente, a socie<strong>da</strong>de civil organiza<strong>da</strong>, acadêmicos e população em geral semobilizem <strong>para</strong> exigir mais serie<strong>da</strong>de, comprometimento e ações equitativas. O conjunto arquitetônico do CHS é constituídopor monumentos <strong>da</strong> época do Brasil Colônia até tempos recentes (séculos XVI à XX). Além disso, possui o maior acervobarroco fora <strong>da</strong> Europa. Mas, possuir bens significativos, não basta. O Centro Histórico de Salvador requer mu<strong>da</strong>nça nagestão e no planejamento, pois a política e plano de intervenção adotados não indica um futuro que não seja de conflitosocial, disputa de território, marginali<strong>da</strong>de, desgaste físico dos bens e falência dos negócios existentes.


As críticas à Política e Plano de Intervenção do Centro Histórico de Salvador recaem sobre: 1) os critérios dedesapropriação <strong>da</strong>s residências; 2) arbitrarie<strong>da</strong>de de expulsar os moradores violando o direito de permanência; 3) baixo valor<strong>da</strong>s indenizações <strong>da</strong><strong>da</strong>s às famílias e transferências <strong>da</strong>s mesmas <strong>para</strong> locali<strong>da</strong>des distantes do CHS; 4) desvio de recursosfinanceiros por parte <strong>da</strong>s empreiteiras; 5) condicionamento dos negócios às oscilações do fluxo turístico (dependênciaeconômica do dinheiro do visitante); 6) transformação do espaço em um local de consumo e lazer não integrado à vi<strong>da</strong>econômica e social <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de; 7) demora <strong>da</strong> execução do plano (que foi dividido em 07 etapas sucessivas); 8) a ativi<strong>da</strong>de deprostituição até mesmo infantil persiste (mesmo com novas conotações); 9) apesar de amenizados, ain<strong>da</strong> se pode verificaroutros problemas sociais, como o tráfico de drogas e a marginali<strong>da</strong>de; 10) mesmo com o constante policiamento ostensivo,ain<strong>da</strong> se verificam problemas de segurança (assaltos, furtos etc.); 11) o turista é o público alvo primordial (e não o moradorlocal); 12) Fernandes (1998) adverte que, <strong>para</strong> baratear a obra, apenas a volumetria (facha<strong>da</strong>) do conjunto foi preserva<strong>da</strong>,desprezando-se a originali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s instalações internas dos imóveis, pois as únicas preocupações naquele momento eradeixar to<strong>da</strong>s as edificações em condições de habitabili<strong>da</strong>de e adequar as uni<strong>da</strong>des restaura<strong>da</strong>s ao tipo de uso que seriadestina<strong>da</strong> (<strong>para</strong> restaurar o local e buscar seu aspecto original, seriam necessárias obras de reconstrução funcional, retira<strong>da</strong>dos postes reinstalação de fiação subterrânea, além do sistema de redes pluviais e de esgoto, algo que os governantes nãoestavam dispostos a fazer); e por fim, como ressalta (Fernandes, 1993), 13) o uso <strong>da</strong> ação <strong>para</strong> promoção política (oPelourinho tornou-se a vitrine <strong>da</strong>s administrações do governo do Estado).Atualmente, há três programas em prol do patrimônio cultural do CHS, o Programa de Revitalização do CentroHistórico de Salvador, iniciado pelo Governo do Estado <strong>da</strong> Bahia há 19 anos (desde 1990-2009), o MONUMENTA, programaexecutado pelo Ministério <strong>da</strong> Cultura e financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o PRODETUR/NE(Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste), que tem o Banco do Nordeste como Órgão Executor e o BID e oMinistério do Turismo (MTur) como órgãos financiadores. Nestes programas a UNESCO entra apenas com o apoio. Éimportante lembrar que nesses três programas os governos federal, estadual e municipal entram com contraparti<strong>da</strong>sdiferentes. Estima-se que até hoje já foram gastos mais de 500 milhões de dólares nas 07 etapas realiza<strong>da</strong>s, totalizandoaproxima<strong>da</strong>mente 600 imóveis recuperados (cerca de 100 imóveis encontram-se ain<strong>da</strong> em obras). Essa quantia não inclui osgastos com linhas e equipamentos de infra-estrutura subterrâneos realizados pelas empresas estatais de saneamento e águapotável, eletrici<strong>da</strong>de e iluminação pública e telefonia.Da<strong>da</strong> sobrevi<strong>da</strong> mediante massivo investimento público estadual, o modelo de gestão adotado pelo Plano deIntervenção do CHS têm-se mostrado frágil, pois não se mantém pela dinâmica própria, mostrando-se insustentável do pontode vista econômico e social, embora o embelezamento desse espaço público agrade ao morador <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e ao turista que ovisita. Se os recursos mensais do governo do estado não acontecerem, o sistema apresenta sinais de colapso. Há de se pensarum novo modelo de administração do CHS em que o estado não tenha que cobrir com diversos custos do funcionamento dosestabelecimentos comerciais CHS, que inclui serviços de limpeza, iluminação e segurança públicas, coleta de lixo e outrosserviços, além <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong>s facha<strong>da</strong>s. Assumindo integralmente esses custos, que, segundo estimativas <strong>da</strong> Secretariade Finanças custa aos cofres do Estado <strong>da</strong> Bahia a quantia de R$1,2 milhão/ano, só resta <strong>para</strong> o governo estadual contas <strong>para</strong>pagar, na<strong>da</strong> de lucro (ain<strong>da</strong> que alguns políticos digam o contrário). Para piorar a situação, cerca de 70% dos concessionárioscomerciais estão inadimplentes, contribuindo ain<strong>da</strong> mais <strong>para</strong> onerar os cofres públicos.Tanto o novo modelo de Plano de Habitação <strong>para</strong> permanência dos moradores quanto ao modelo de gestão do Planode Intervenção em si, requer mu<strong>da</strong>nças, melhorias e reajustes. Os atuais gestores têm optado pela gestão participativa,procurando dialogar com representantes <strong>da</strong> Associação de Moradores do Centro Histórico, com intuito de encontrarsoluções que tenham equi<strong>da</strong>de social e econômica, sem que hajam nivelamentos tão distintos (relação que na Administraçãose chama de “ganha-ganha”, e não “ganha-perde”). Aos poucos, acordos estão sendo firmados entre o governo e população.Embora as medi<strong>da</strong>s de "proteção", "preservação", "restauração", "revalorização", "recuperação" ou "reabilitação" deespaços urbanos, sejam muito recentes na história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de (ZANIRATO, 2007), os países que saíram à frente epassaram a preservar seus bens culturais, nos mostra que to<strong>da</strong> intervenção deve, antes de mais na<strong>da</strong>, pensar do bem-estar enos interesses <strong>da</strong> população. Este é o primeiro ponto a ser levantado: o restauro dos centros históricos devem ser voltadosprimeiramente <strong>para</strong> os moradores do lugar. Os turistas são conseqüência.Segundo, como lembra Zanirato (2007), deve-se evitar que as medi<strong>da</strong>s de salvaguar<strong>da</strong> venham a acarretar a ruptura<strong>da</strong> trama social. Não se deve mu<strong>da</strong>r o estilo de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, impondo os elas devem fixar moradia, sem <strong>da</strong>r opção deescolhas e sem oferecer vantagens significativas. Terceiro, o sistema tem que se sustentar. Para isso, a receita tem que sermaior do que a despesa.Quarto, se por um lado os gestores públicos têm que se abrir pra a negociação, a população local deve procurarcolocar seus interesses participando de fóruns de discussão e conselhos gestores, através de enti<strong>da</strong>des que os represente(socie<strong>da</strong>de civil organiza<strong>da</strong>). É consensual que o modelo de gestão participativa tende a gerar menos conflitos e diminuir amargem de erro do gestor na toma<strong>da</strong> de decisão. Ser participativo não significa perguntar a todos sobre tudo, e sim,consultar outras pessoas, ponderar outras possibili<strong>da</strong>des, perceber como o outro vê as <strong>propostas</strong>. Os extremistas, sequestionados sobre o melhor modelo de gestão diriam que esse ou aquele. Mas, os moderados, certamente iriam optar pormodelos mais flexíveis, em que, ao longo do planejamento, mescla suas políticas e ações de maneira mais estratégica, oramais participativa, ora gestora, ora mercadológica (marketing/comunicação) e ora no enfoque físico.


Quinto, é preciso que os imóveis do Centro Histórico cumpram com sua função social de servir de moradia, e, nestecaso, a priori<strong>da</strong>de deve ser a população, sobretudo a de baixa ren<strong>da</strong>. Assim, a política habitacional deve considerar que aocupação os imóveis vazios (algo comum em centros históricos) sai mais barato <strong>para</strong> os cofres públicos. Isso porque, comonorteia a UNESCO (1996), normalmente, os centros históricos já possuem uma oferta de serviços e infra-estrutura urbana esocial básica, como esgotamento sanitário, segurança pública, transporte coletivo, coleta de lixo, creches, iluminação pública,construção de postos de saúde, escolas e áreas de lazer. Ao invés de implantar, a prefeitura deverá melhorar a existente.Sexto, embora os exemplos de outras ci<strong>da</strong>des nos ofereçam caminhos norteadores <strong>para</strong> que possamos implementarnosso Plano de Intervenção, eles não podem se servir de modelos <strong>para</strong> se “copiar”, afinal “ca<strong>da</strong> caso é um caso”. Ca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>depossui características que a distingue <strong>da</strong>s demais, tanto nos aspectos físicos, mas, sobretudo nas relações sociais e noelemento humano. Ao se planejar e implementar um plano de intervenção há se tomar as experiências <strong>da</strong>s outras ci<strong>da</strong>descom modelos de intervenção norteadoras e não condutoras.Sétimo e último ponto a ser destacado, a pintura <strong>da</strong> facha<strong>da</strong>, reforma estrutural ou qualquer outra intervenção físicaé só uma parte do processo que contempla um Plano de Intervenção de Centro Histórico (PICH). Na maioria dos casos, é uma<strong>da</strong>s últimas etapas (senão a última). No caso do PICH de Salvador ocorreu um atropelo de to<strong>da</strong>s essas. Pensou-se (epriorizou-se) nas dimensões físicas e políticas, e revelou-se (ou ignorou-se) o elemento humano, os direitos dos ci<strong>da</strong>dãos, àscondições <strong>da</strong>s famílias e os desejos individuais. O que prevaleceu foi a vontade política de ver o CH acontecer, seja como for,a qualquer custo. Pode-se dizer também que priorizou-se a dimensão do marketing e econômico, mas ambos ligados àquestão política ou interesses de uma minoria que compartilha dos benefícios <strong>da</strong> adoção de um plano de intervenção dessejeito. Por exemplo, muitos artistas e produtores, se beneficiaram, afinal, através dos shows diários, tinham mais umaoportuni<strong>da</strong>de de trabalhar. As empreiteiras responsáveis pelas obras feitas às pressas e sem um estudo criterioso certamentecomemoraram as decisões de não manter as características originais. Quando mais rápido de entrega uma obra, mais cedo serecebe o pagamento pelo serviço. E assim vai.Por fim, faz-se necessário destacar que o turismo, como qualquer ativi<strong>da</strong>de econômica, pode servir tanto <strong>para</strong> o bemquanto <strong>para</strong> o mal. Tanto pode contribuir <strong>para</strong> melhorias coletivas, quanto <strong>para</strong> interesses pessoais. Tudo vai depender dequem esteja no comando, quem define as diretrizes a serem segui<strong>da</strong>s, faz as escolhas ou toma as decisões. Enquantoativi<strong>da</strong>de, o turismo pode (e deve) promover a equi<strong>da</strong>de social, preservação de bens históricos-culturais-naturais,distribuição de ren<strong>da</strong>, geração de emprego e oportuni<strong>da</strong>de de negócios, princípios norteadores <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de. Aliás, oturismo surgiu justamente como alternativa <strong>da</strong>s nações em se atenuar discrepâncias sociais e econômicas.O turismo é (ain<strong>da</strong>) uma alternativa que deve interessar gestores que querem desenvolver suas locali<strong>da</strong>des e regiões,desde que conduzido por profissionais qualificados e comprometidos. O que se vê é que qualquer um se diz entender destesegmento talvez porque ele está ligado à fruição, ócio, desejos, lazer e entretenimento. Mas, é preciso lembrar que talativi<strong>da</strong>de é essencialmente social, liga com seres humanos. Antes do aspecto econômico, este vem como priori<strong>da</strong>de.Os planos e políticas de intervenções <strong>para</strong> centros históricos devem contemplar o profissional do turismo porque,além <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de técnica, ele tem a responsabili<strong>da</strong>de de intervir na socie<strong>da</strong>de em um campo que lhe seja familiar e quehaja domínio, o que é o caso.FOTOS DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR/BA – PARTE 1VISTA AEREA DO CENTRO HISTORICOAPOS A 6 A ETAPA DO PROJETO DEREVITALIZAÇÃO (DESTAQUE AOSTELHADOS EM COR MAIS CLARA)FOTO TIRADA LOGO APÓS A PRIMEIRAETAPA DA REVITALIZAÇÃO DOPELOURINHOLARGO DO PELOURINHO APÓSPRIMEIRAS REVITALIZAÇÕES(AO FUNDO A IGREJA DE NOSSASENHORA DO ROSÁRIO DOSPRETOS)


SOBRE A CIDADE DE SALVADOR/BA:Salvador é a capital do estado <strong>da</strong> Bahia, situado no Nordeste do Brasil. Esta a 1.531 km de Brasília, capital federalbrasileira. A história <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Salvador se confunde com a história do Brasil, pois seu Centro Histórico corresponde aoprimeiro núcleo urbano do Brasil. A ci<strong>da</strong>de de Salvador foi planeja<strong>da</strong> em Lisboa (Portugal) e teve, desde o inicio, a missão deser o pólo de colonização <strong>da</strong> America portuguesa. Primeira ci<strong>da</strong>de fun<strong>da</strong><strong>da</strong> no Brasil, em 1549, como sede do Governo Geral,até 1763, a ci<strong>da</strong>de do Salvador sediou a capital <strong>da</strong> Coroa Portuguesa nas Américas, totalizando 200 anos como sede doGoverno Geral do Brasil. Alguns monumentos construídos neste período preservam traços de sua fun<strong>da</strong>ção, o que torna opatrimônio arquitetônico dessa ci<strong>da</strong>de muito valorizado. A maioria deles concentra-se na denomina<strong>da</strong> área que hoje échama<strong>da</strong> de centro histórico.O Centro Histórico de Salvador compreende a área histórica mais antiga <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Salvador, capital do estadobrasileiro <strong>da</strong> Bahia. A via principal de acesso é a tradicional Rua Chile, que inicia na Praça Castro Alves e termina na Praça <strong>da</strong>Sé. As áreas que correspondem as delimitações do Centro Histórico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Salvador (Bahia, Brasil) abrange os bairrosdo Pelourinho, Sé, Maciel, Praça Municipal, Terreiro de Jesus, Caminho de São Francisco, Largo do Boqueirão, Praça Anchieta,Baixa do Sapateiro, São Bento, Largo do Carmo, Largo de Santo Antônio Além do Carmo e o Largo de Santo Antonio, Sodré ePilar.Se por um lado a história <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Salvador se confunde com a do Brasil, por outro, a história do Centro Históricose confunde a ci<strong>da</strong>de do Salvador. Segundo Peixoto (2003) e Simoes Junior (2007), a sua ocupação efetiva de Salvador deveuseà intenção do Governo português de criar uma administração centraliza<strong>da</strong> <strong>para</strong> a Colônia, que escolheu <strong>para</strong> tanto umponto mais ou menos equidistante <strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong>des do território, com favoráveis condições de assentamento e defesa. Aliseria edifica<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong>de seguindo o planejamento do arquiteto Luiz Dias. Seguindo orientações do rei de Portugal, o localescolhido por Tomé de Souza, primeiro Governador Geral, em 1549, foi um espaço mais <strong>para</strong> o interior <strong>da</strong> baía, comadequa<strong>da</strong>s condições de defesa e portuárias e abastança de água. O sítio escolhido favoreceu a adoção do modelo portuguêsde ci<strong>da</strong>de, implanta<strong>da</strong> em acrópole, destinando à Ci<strong>da</strong>de Alta as funções administrativas e residenciais, e à Baixa, o porto. Alocalização foi estratégica, por ser uma região alta, próxima do porto (e, portanto, <strong>da</strong> área comercial) e possuidora debarreiras naturais que favorecia a defesa (através do desnível entre os dois planos <strong>da</strong> falha geológica, de um lado, umamuralha de 90 metros e com 15 quilômetros de extensão, logo seguido do mar, e, no seu oposto, um vale onde havia o Rio<strong>da</strong>s Tripas, hoje aterrado), condições defensivas ideiais. Tendo sido inicialmente mura<strong>da</strong>, a primeira capital do paísdesenvolveu-se no sentido longitudinal, <strong>para</strong>lelo ao mar, seguindo a linha de cumea<strong>da</strong>, numa trama de ruas praticamenteortogonal, a<strong>da</strong>ptando-se à topografia do sítio e mantendo ain<strong>da</strong> no trecho de assentamento primitivo a regulari<strong>da</strong>de dotraçado. Sua expansão no sentido norte e sul, ain<strong>da</strong> linear, dá-se em ruas de desenho orgânico, intercala<strong>da</strong>s por praças elargos, que se a<strong>da</strong>ptam ao sítio.Hoje, o principal patrimônio do Centro Histórico é o Pelourinho (UNESCO, 2009; IPHAN, 2009). O termo Pelourinho,como na Europa, era um instrumento de punição <strong>para</strong> os delitos comerciais, <strong>para</strong> a aplicação <strong>da</strong>s sentenças a açoitespúblicos, muito usados em escravos no Brasil. Como demonstração de força frente aos escravos, os senhores construíram um“pelourinho” no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, instalando-o no largo, em frente à construção que é hoje a Casa Jorge Amado. A partir <strong>da</strong>í,o “pelourinho” virou referência na ci<strong>da</strong>de e se popularizou, passando a referi-se ao conjunto arquitetônico entre o Terreirode Jesus e a Igreja do Passo. Segundo a Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), entre os séculos XVI e XIX, o Pelourinho eramoradia <strong>da</strong> aristocracia soteropolitana (<strong>da</strong>í a explicação <strong>para</strong> o grande número de igrejas num espaço geográfico pequeno ea arquitetura rebusca<strong>da</strong>). Com o fim <strong>da</strong> escravidão, o local atraiu artistas e boêmios, tornando-se também num centrocultural. A partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 60, do século passado, o Pelourinho passou por um processo de degra<strong>da</strong>ção político, social eeconômica. Abandonado, muitas de suas construções e monumentos tornaram-se ruínas. Já revitalizado, hoje o Pelourinhoreserva <strong>para</strong> o ci<strong>da</strong>dão citadino e visitantes uma opção a mais de entretenimento, lazer e consumo histórico-cultural.Fonte: Dados fornecidos pela UNESCO, IPHAN, IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural <strong>da</strong> Bahia), IBGE (InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística) e PMS (Prefeitura Municipal de Salvador).


FOTOS DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR/BA – PARTE 2LARGO DO PELOURINHO NO VERÃO(ALTA ESTAÇÃO)PRÉDIO DO PALÁCIO RIO BRANCO,LOCALIZADO NA PRACA MUNICIPALPRAÇA TERREIRO DE JESUSMULHERES CARACTERIZADAS DEBAIANAS DE ACARAJÉGRUPO DE CAPOEIRISTAS DANÇANDO NOLARGO DO CRUZEIRO SÃO FRANCISCO(AO FUNDO A IGREJA DE SÃO FRANCISCO)VISTA DA CIDADE BAIXA(DESTAQUE À VISTA DA BAÍA DETODOS OS SANTOS, AO MERCADOMODELO, À PRAÇA CAIRU E AOFORTE SÃO MARCELO.PRÉDIO DA CÂMARA MUNICIPAL,LOCALIZADO NA RUA CHILEAPRESENTAÇÃO DO GRUPO MUSICALOLODUM, QUE PERCORRE AS RUAS DOCENTRO HISTÓRICO E ATRAI TURISTASLARGO DO PELOURINHO(AO FUNDO O MUSEU DA CIDADEE A FUNDAÇÃO CASA DE JORGEAMADO)CARNAVAL DO PELÔ(NO LARGO DO PELOURINHO)GRAVACAO DO VIDEOCLIPE DO CANTORMICHAEL JACKSON COM INTEGRANTES DOGRUPO OLODUM, EM 1996APRESENTAÇÃO DA BANDAOLODUM PELAS RUAS DOPELOURINHO


FOTOS DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR/BA – PARTE 3FESTA DE SÃO JOÃO(NO LARGO DO PELOURINHO)CARNAVAL NO PELÔ(CONCENTRAÇÃO DE INTEGRANTES DOSFILHOS DE GANDHY, MAIOR BLOCO AFRODO BRASIL, NO LARGO DO PELOURINHO)FESTA DA COPA DO MUNDO, EMDIA DE PARTIDA DE FUTEBOL DASELEÇÃO BRASILEIRA(NO LARGO DO PELOURINHO)ARTISTAS PLÁSTICOS EXPONDO SUASPINTURAS NAS RUAS DO CENTROHISTÓRICOVISTA DO CENTRO HISTÓRICO(FOTO TIRADA AO PÔR-DO-SOL DO ALTODE UM PRÉDIO DO BAIRRO DE NAZARÉ)ENCENAÇÃO DO ALTO DA FESTADE NATAL (LARGO DO CRUZEIRODE SÃO FRANCISCO)CENAS DO FILME “O PAGADOR DEPROMESSAS”, DE ANSELMO DUARTE,EM 1962 (FILMADO NO PELOURINHO)CENAS DA GRAVAÇÃO DO FILME “Ó, PAÍ,Ó”, DE MONIQUE GARDENBERG, EM 2007(FILMADO NO PELOURINHO)MULHERES TRANÇANDO OSCABELOS COM PENTEADO AFRO(NORMALMENTE, ELAS FAZEMISSO NAS CALÇADAS DAS RUAS)Nota: Fotos forneci<strong>da</strong>s pela UNESCO, IPHAN, Olodum, Empresa de Turismo <strong>da</strong> Bahia S/A (Bahiatusa) e Empresa SalvadorTurismo –Saltur (antiga Empresa de Turismo S/A–Emtursa), órgãos oficiais de turismo do estado Bahia e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de deSalvador, respectivamente. Tais instituições são responsáveis pela coordenação e execução de políticas de promoção,fomento e desenvolvimento do turismo, ca<strong>da</strong> qual em sua instância estadual e municipal. Os mapas foram fornecidos pelaCompanhia de Desenvolvimento Urbano do Estado <strong>da</strong> Bahia (CONDER), empresa cuja finali<strong>da</strong>de promover, coordenar eexecutar a política estadual de desenvolvimento urbano, metropolitano e habitacional do Estado <strong>da</strong> Bahia, e pela PMS,SURCAP e SEPLAM.


CURIOSIDADES: A originali<strong>da</strong>de do grupo Olodum, com sua bati<strong>da</strong> musical percussiva característica com cerca de 200 percussionistas, queexalta a cultura africana através <strong>da</strong>s estampas <strong>da</strong>s roupas africanas, cores fortes e vibrantes, letras <strong>da</strong>s músicas, ritmo emusicali<strong>da</strong>de, chamou a atenção de dois dos cantores pop mais reverenciados em todos os tempos: Paul Simon e MichaelJackson. Em, 1990, o Olodum participou do álbum "The Rhythm of the Saints" de Paul Simon. A partir <strong>da</strong>í, turistas,nota<strong>da</strong>mente europeus passam a fazer ca<strong>da</strong> vez mais freqüentes incursões ao Pelourinho com o objetivo de conhecer oOlodum. Paralelamente, o Centro Histórico passa por um processo de revitalização por parte do governo do Estado que neleviu um enorme potencial turístico. Esta perspectiva recebeu, em grande parte, a contribuição do fato de que os turistasvisitavam esta região motivados, principalmente, pelo Olodum. A partir <strong>da</strong>í, desenvolve-se um notável pólo turístico noPelourinho que tem, no Olodum, o seu principal representante. Anos depois, em 1996, Michael Jackson veio ao Brasil gravarum dos melhores e mais importantes videoclipes <strong>da</strong> carreira dele, o clipe <strong>da</strong> musica “Eles não ligam pra gente!” (tradução dotítulo <strong>da</strong> música original “They Don’t Care About Us”). Um dos locais escolhidos foi o Pelourinho (o outro foi o Morro DonaMarta, localizado na ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro). A participação do Olodum neste clipe do Rei do Pop projetou a imagem dogrupo em mais de 140 países do mundo e lhe rendeu shows no exterior através de uma turnê internacional. Motivados pelasletras <strong>da</strong>s músicas que ressaltavam as belezas naturais e culturais (sol, mar, alegria do povo, <strong>da</strong>nça, roupas e modo se ser), oOlodum atraiu turistas <strong>para</strong> a ci<strong>da</strong>de de Salvador. No vídeo <strong>da</strong> musica, Michael <strong>da</strong>nça e canta em meio às periferiasbrasileiras, passando a imagem que o Rei quer mostrar <strong>para</strong> o mundo os problemas sociais existentes no Brasil e se preocupacom eles. Uma joga<strong>da</strong> de marketing que teve efeito positivo <strong>para</strong> todos envolvidos: <strong>para</strong> o cantor pop, que vendeu milhõesde discos; <strong>para</strong> o grupo Olodum e a ci<strong>da</strong>de do Salvador, que se tornaram mundialmente conhecidos; <strong>para</strong> a economia local,que através dos diversos serviços que a ativi<strong>da</strong>de turística envolve, faz circular o dinheiro entre hotéis, agências de viagens,transportes, restaurantes, guias de turismo, lojas de centros comerciais, dentre outros serviços; <strong>para</strong> os gestores públicosmunicipais, que consegue, através dos impostos recolhidos juntos aos profissionais e empresas turísticas, investir namelhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população (em infra-estrutura, segurança, educação, etc.); <strong>para</strong> outras ci<strong>da</strong>des turísticasbrasileiras, pois tendo como portão de entra<strong>da</strong> Salvador, esses turistas muitas vezes iam conhecer outras ci<strong>da</strong>des brasileiras;e por fim, o Brasil, que conseguiu atrair divisas através de visitantes e investimentos, através de organizações mundiais einvestidores estrangeiros. Além de Paulo Simon e Michael Jackson, outras personali<strong>da</strong>des se renderam à contagiante percussão do Olodum, comoZiggy Marley, Prince, Inner Circle e Nelson Mandela, todos, em momentos diferentes, tiveram a oportuni<strong>da</strong>de de conhecer otrabalho musical desta ban<strong>da</strong> que ao lado do Maestro Neguinho do Samba eternizou o samba reggae. Em declaração aimprensa, o rei Pelé chegou a dizer “o Olodum é a melhor representação do Brasil lá fora, mostrando uma imagem alegre epositiva do nosso povo <strong>para</strong> o mundo inteiro”. O Olodum, que surgiu como um bloco destinado ao atendimento dos anseios dos habitantes do Pelourinho, tornando-seum elemento central <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de do Pelourinho enquanto Patrimônio Cultural Humano. Esteve incluí<strong>da</strong> nessa revitalização do CHS, escavações arqueológicas que deixaram a mostras às fun<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> Velha Igreja<strong>da</strong> Sé, um dos mais importantes templos <strong>da</strong>s Américas na época, que resultou também na criação de quatro sítiosarqueológicos. Sendo ergui<strong>da</strong> no meado do século XVI <strong>para</strong> fins religiosos, administrativos e sociais, no século XVII, a igrejaserviu de fortaleza contra os invasores holandeses, mas perdeu sua condição de Sé em 1765. Foi demoli<strong>da</strong> <strong>para</strong> <strong>da</strong>r lugar auma praça que abrigava bondes e o Belvedere <strong>da</strong> Sé. A revitalização trouxe à tona o passado de apogeu, e como marco,recebeu um novo monumento que simboliza a importância <strong>da</strong> extinta igreja, a escultura Cruz Caí<strong>da</strong>, de autoria de MárioCravo (famoso artista plástico baiano). Também merece destaque na revitalização do CHS, inicia<strong>da</strong> em 1990 e ain<strong>da</strong> em fase de an<strong>da</strong>mento, a intervenção doimportante cartão-postal de Salvador e também significativo meio de transporte <strong>da</strong> população, o Elevador Lacer<strong>da</strong>,construído em 1872 <strong>para</strong> ligar as duas partes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, a chama<strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de Alta e Ci<strong>da</strong>de Baixa. Além de cabines de elevadormais modernas, rápi<strong>da</strong>s e seguras, o monumento ganhou ambiente climatizado, sistema de iluminação que valoriza seus 72metros de altura e revisão na estrutura de concreto. Alem <strong>da</strong> importância histórica e turística, o elevador mais famoso <strong>da</strong>Bahia tem uma importante função de locomoção, transportando por mês cerca de 900 mil passageiros.Salvador é a maior capital de negros do mundo fora do continente africano. Por isso, transformou-se em um ótimo mercado<strong>para</strong> produtos destinados a negros.


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