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O KUDURO É DE ANGOLA - XI Congresso Luso Afro Brasileiro de ...

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Poucos estudos, pelo que pu<strong>de</strong>mos observar, sinalizaram para este caminho. Apesar<strong>de</strong>ssa conformação interdisciplinar buscamos chamar atenção <strong>de</strong> um problemasociológico. A produção e consumo da música passam por outras lógicas. Não somenteestá sendo compartilhada a música, mas existe uma elaboração discursiva tambémpublicada que permite uma reconfiguração.A que <strong>de</strong>vemos atribuir esses processos <strong>de</strong> mudança? As transformações docapitalismo? As práticas discursivas? Aos artefatos tecnológicos? A indústriafonográfica? Pensar que seria uma simples abertura ou possibilida<strong>de</strong> oferecida por meiodas transformações das lógicas capitalistas seria <strong>de</strong>masiadamente estruturalista. Aspráticas seriam então vistas como epifenômenos, visão que não gostaríamos <strong>de</strong>corroborar. Levar em consi<strong>de</strong>ração apenas o impulso <strong>de</strong>sses agentes seria nos eximir daresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma contextualização mais rigorosa, que é necessária. As mudançasdas lógicas do capitalismo nas últimas décadas são fundamentais no entendimento doque acontece com as empresas e que tem ressonância no negócio da música. Pensar atecnologia como algo distante do resto do processo, isto é, como algo que se <strong>de</strong>senvolvea revelia das <strong>de</strong>mandas sociais ou mesmo como um objeto inerte que provoca impactona socieda<strong>de</strong> parece ser perigosa. A tecnologia <strong>de</strong>ve ser assimilada numa dinâmica maisampla. Além do que a tecnologia faz sentido aqui por meio da apropriação social.Tentamos trazer esse escopo mais amplo. No entanto, admitimos que pela escolhafeita, a agência teve papel fundamental. O recurso metodológico privilegiou a tensãoagência X estrutura, on<strong>de</strong> tentamos <strong>de</strong>ixar explícita a dialética entre os discursos e aestrutura social. Apostamos num <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> análise que trouxe a baila umamovimentação que avança num sentido <strong>de</strong> mudança. A complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong>análise está no equilíbrio <strong>de</strong>sses elementos que conformam o fenômeno.Essa produção e consumo têm que ser pensada por meio <strong>de</strong> seu inter-relacionamentoe nas relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r envolvidas. Essa produção e consumo têm adquirido um caráter<strong>de</strong> resistência e traços políticos bastante marcados. Pensar essa “micropolítica docotidiano” tem sido algo profícuo, haja vista a <strong>de</strong>monstração das preferências e escolhasque perpassam elaborações discursivas, astutas e que revelam posicionamentos,inclusive, i<strong>de</strong>ológicos. Portanto, é necessário atentar para o fenômeno trazendo a

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