12.07.2015 Views

1. Introdução - XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais

1. Introdução - XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais

1. Introdução - XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

expectativa <strong>de</strong> aperfeiçoamento dos mecanismos que garantam uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>interferência, influência e controle da socieda<strong>de</strong>.As possibilida<strong>de</strong>s comunicativas e transacionais da Internet representam uma gran<strong>de</strong>promessa para revigorar a <strong>de</strong>mocracia, <strong>de</strong> modo particular no que tange à relação governosocieda<strong>de</strong>.Os recursos técnicos que a Internet dispõe po<strong>de</strong>m ser empregados para oferecer àesfera civil o acesso a informações e serviços públicos, ao <strong>de</strong>bate, a participação social e aaccountability 1 necessários para nortear a construção das razões públicas que conduzem oprocesso <strong>de</strong>cisório do po<strong>de</strong>r constituído.Neste sentido, a força e a pujança da <strong>de</strong>mocracia pressupõem <strong>de</strong>mocracias locaisvigorosas que reforcem o elo social à escala das cida<strong>de</strong>s e das regiões. A cida<strong>de</strong> é o lugargenuíno on<strong>de</strong> as pessoas vivem e buscam a segurança, razão primeira para a existência doEstado (instituição). É nas cida<strong>de</strong>s que se encontra gran<strong>de</strong> parte das ativida<strong>de</strong>s e dos serviçosnecessários à prática da cidadania.O governo das cida<strong>de</strong>s e os <strong>de</strong>mais níveis <strong>de</strong> governo se inserem no conjunto <strong>de</strong>instituições e organizações que <strong>de</strong>vem aplicar os princípios constitucionais que regem oexercício da função pública. Assim, o investimentoem informação e, por pressuposto, emconhecimento representa a mola propulsora e o ponto <strong>de</strong> conexão entre necessida<strong>de</strong>s(individuais e grupais) e ações. Nesse panorama, a Internet se converte em um meio e umambiente potencial para que os governos possam fomentar a transparência digital pela oferta<strong>de</strong> informações e serviços especialmente <strong>de</strong>senvolvidos para esse fim.2. Transparência: valor essencial para a <strong>de</strong>mocraciaA <strong>de</strong>mocracia mo<strong>de</strong>rna é “caracterizada pela representação política, isto é, por umaforma <strong>de</strong> representação na qual o representante, sendo chamado a perseguir os interesses danação, não po<strong>de</strong> estar sujeito a um mandato vinculado” (BOBBIO, 1997, p. 24). Aindasegundo o autor, a representação política é a antítese do princípio da representação dosinteresses, em que o representante, <strong>de</strong>vendo perseguir os interesses particulares dorepresentado, está sujeito a um mandato vinculado.Em acréscimo ao instituto da representação, Marques (2008) aponta que os pensadoresclássicos da <strong>de</strong>mocracia liberal (outra <strong>de</strong>nominação) atribuem valor superior aos princípios da1 Termo que, segundo Schedler (1999), tem duas conotações básicas: responsabilida<strong>de</strong> e o constrangimento. A primeiraremete à obrigação <strong>de</strong> membros <strong>de</strong> órgãos públicos ou representativos prestarem contas dos atos que praticam a instânciascontroladoras ou a seus representados. Já a segunda conotação diz respeito à capacida<strong>de</strong> das agências controladoras <strong>de</strong> imporsanções aos que <strong>de</strong>tém o po<strong>de</strong>r pela violação das funções públicas.2


prestação <strong>de</strong> contas e da visibilida<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r, bem como, à <strong>de</strong>limitação da ação participativado cidadão aos momentos <strong>de</strong> eleição.Pouco antes da segunda meta<strong>de</strong> do século XX, esse mo<strong>de</strong>lo começa a ser alvo <strong>de</strong>críticas, por não dar conta das novas configurações que a socieda<strong>de</strong> ganhava. Não é difícilencontrar autores que levantam a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> que a <strong>de</strong>mocracia estaria passando por umacrise ou, pelo menos, por uma instabilida<strong>de</strong>.Nesse contexto, surgem mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>mocráticos alternativos ao mo<strong>de</strong>lo representativocom reivindicações <strong>de</strong> maiores inputs civis na vida pública. Um dos primeiros surgiu a partirdos anos 70 com a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia participativa e um mais recente, data dos anos90, e vem sendo chamado <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong>liberativa (HELD, 1987; HABERMAS, 1995).Esses mo<strong>de</strong>los alternativos, para Gomes (2007), renovaram e avançaram, a hegemonia domo<strong>de</strong>lo elitista do século passado,na direção do acolhimento <strong>de</strong> agendas mais <strong>de</strong>cididamente interessadas em valorizare reconhecer a cidadania em sua relação com o Estado ou em incluir a justiça socialcomo parte do projeto <strong>de</strong> justiça política. Temas do passado, como autogoverno,soberania popular, participação do povo, engajamento cívico, opinião pública,justapõem-se a i<strong>de</strong>ias recentes como esfera pública, <strong>de</strong>liberação civil, controlessociais do governo, visibilida<strong>de</strong>, formando uma torrente direcionada à retomada doEstado pela socieda<strong>de</strong> civil (GOMES, 2007, p. 17-18).De modo geral, na teoria, os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>mocráticos enfatizam diferentes valores que nãosão totalmente antagônicos, pelo contrário, parecem se complementar. Segundo Silva (2009),apesar da hegemonia da corrente liberal, há em funcionamento mecanismos <strong>de</strong> participação e<strong>de</strong>liberação que <strong>de</strong>monstram a coexistência <strong>de</strong> dispositivos mistos que acomodampublicida<strong>de</strong>, accountability, <strong>de</strong>liberação pública e representação com processo <strong>de</strong> votaçãopara a produção da <strong>de</strong>cisão. Assim, a transparência como essência do princípio dapublicida<strong>de</strong>, representa um ponto <strong>de</strong> conexão dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>mocráticos.A <strong>de</strong>mocracia, como forma <strong>de</strong> governo, tem correntes <strong>de</strong> pensamento que assumem atransparência como requisito necessário para o cumprimento do i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>mocrático. Contudo,a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da ênfase <strong>de</strong>mocrática, a noção <strong>de</strong> transparência oscilará da visibilida<strong>de</strong> das açõese <strong>de</strong>cisões já tomadas até relações comunicacionais centradas na participação do cidadão noprocesso <strong>de</strong> construção da <strong>de</strong>cisão relativa aos negócios públicos.O mo<strong>de</strong>lo liberal <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia, apesar <strong>de</strong> possuir diversas vertentes, no seu seio,toma o princípio da publicida<strong>de</strong> baseado na liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, no acesso a fontesalternativas e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> informação. Contudo, o acesso e as oportunida<strong>de</strong>s sãoprivilegiados aos grupos representantes <strong>de</strong> centro do sistema político e às elites, os3


ilateralida<strong>de</strong> e da reciprocida<strong>de</strong>, transparece exercer uma ação comunicativa equilibrada.Conforme dito no início, esse equilíbrio pressupõe: o direito à informação fi<strong>de</strong>digna que vá aoencontro do cidadão a fim <strong>de</strong> esclarecer os objetivos e as razões da <strong>de</strong>cisão, por meio <strong>de</strong> umalinguagem apropriada, para que o <strong>de</strong>stinatário possa recebê-las e interpretá-las corretamente.Assim, os negócios do Estado <strong>de</strong>vem ser realizados à “luz do dia” e <strong>de</strong>vem estarsujeitos à discussão do público. A exposição ao <strong>de</strong>bate público e a pressão da opinião públicasão fermentos <strong>de</strong>mocráticos. O funcionamento do aparelho estatal torna-se objeto <strong>de</strong>prestação <strong>de</strong> contas e seus administradores são constrangidos a prestar contas, a justificar assuas escolhas e a serem responsabilizados pelos atos praticados em nome da esfera civil (seusrepresentados). A transparência, então, evoca o exercício <strong>de</strong> uma administração maisacessível ao diálogo e com seu funcionamento às claras. Outra significação representativa é a<strong>de</strong> um governo mais próximo da socieda<strong>de</strong>, tornando as fronteiras entre Estado e cidadãomais porosas e reduzindo a opacida<strong>de</strong> administrativa. Esse processo resulta numa intervençãocada vez mais intensa, on<strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong> assume responsabilida<strong>de</strong>s administrativas a ponto <strong>de</strong>ser parte no processo <strong>de</strong> construção da <strong>de</strong>cisão.3. Variações da transparênciaA transparência é tecida em torno <strong>de</strong> quatro direções em que a sua qualida<strong>de</strong> é<strong>de</strong>terminada pelo tipo <strong>de</strong> fluxo comunicacional que se estabelece entre governante esocieda<strong>de</strong> e pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do conteúdo que é tornado visível. Heald (2006) aponta para anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar quatro orientaçõesda transparênciaque se <strong>de</strong>senvolvem vertical ehorizontalmente:transparencyupwards (ascen<strong>de</strong>nte); transparencydownwards (<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte);transparencyoutwards (<strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro); e transparencyinwards (<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora).As variações da transparência,conforme Heald (2006), apresentam três dicotomias quegeram características e consequências a serem consi<strong>de</strong>radas para a análise dos inúmerosrecursos para a transparência e que estão presentes na discussão atual <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> gestãopública. Essas variações são: transparência eventual versus processual, transparênciaretrospectiva versus em tempo real e transparência nominal versus efetiva e o tempo <strong>de</strong>introdução <strong>de</strong> transparência. Essas serão apresentadas a seguir.a) Transparência processual versus transparência eventual: essa é a variação mais complexae é central para a compreensão do que está sendo apresentado. A transparência eventual dosobjetos da transparência, ou seja, o que é para ser visto, po<strong>de</strong> ser entradas, saídas ou6


esultados. No caso da transparência processual, os componentes são aspectos operacionais e<strong>de</strong> procedimento. Nos dois casos, há questões relativas às <strong>de</strong>mais variações como:transparência funcionando <strong>de</strong> forma retrospectiva ou em tempo real, existência da ilusão datransparência e o tempo <strong>de</strong> introdução da transparência. Tomemos o seguinte exemplo: ossistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> um governo são totalmente concentrados em entradas. Os esforços nosentido <strong>de</strong> medir o que serviço público produz (saídas) são <strong>de</strong>sprezados, embora as tentativas<strong>de</strong> medir sejam controversas e a distinção entre saídas e resultados nem sempre recebem aatenção suficiente. Para que o foco seja apenas na transparência eventual, as entradas, saídas eresultados têm que gerar medidas suficientemente verossímeis para manter a atenção políticafocada nas questões <strong>de</strong> performance e não no sistema <strong>de</strong> medida em si. A transparência <strong>de</strong>processo po<strong>de</strong>, em alguns casos, prejudicar a eficiência e efetivida<strong>de</strong>, por consumir recursos epor induzir a um comportamento <strong>de</strong>fensivo, no que é percebido como vigilância opressiva.b) Transparência retrospectiva versus transparência em tempo real: a primeira refere-se aprestação <strong>de</strong> contas ex post pela administração pública. Esse tipo <strong>de</strong> transparência consi<strong>de</strong>raque o gestor conduzirá os negócios e, à medida que se realizam, em intervalos periódicos,divulgue as informações relevantes para <strong>de</strong>monstrar o seu <strong>de</strong>sempenho, e, consequentementeser base para a avaliação efetiva ou potencial. Já a transparência em tempo real, implica nadivulgação contínua dos processos internos do governo no mesmo momento em queacontecem.c) Transparência efetiva versus transparência nominal: adivergência entre a trajetória datransparência nominal e a da transparência efetiva gera uma lacuna <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> "ilusão <strong>de</strong>transparência". A ilusão <strong>de</strong> transparência dá uma sensação <strong>de</strong> que a transparência estáaumentando, quando na verda<strong>de</strong>, após a análise das medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, chega-se a umarealida<strong>de</strong> diferente da percebida.Apesar da existência <strong>de</strong> legislação que obriga os gestorespúblicos a darem publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>cisões e <strong>de</strong> seus gastos, só o cumprimento <strong>de</strong>lasbastaria para fomentar a transparência nominal. Contudo, a preocupação em promover atransparência efetiva, po<strong>de</strong>ria ser expressa pelo uso dos meios para envolver o cidadão, sejapor meio da educação fiscal, seja pela manutenção <strong>de</strong> vasto repositório <strong>de</strong> legislações,glossário e FAQsobre a transparência pública.d) Momento da introdução da transparência: refere-se à oportunida<strong>de</strong> da introdução <strong>de</strong>transparência. Ações inesperadas e súbitas (como um ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>us) em direção à transparênciapo<strong>de</strong>m criar expectativas frustradas. Como alternativa, algunsgestoresescolhem o momento7


mais a<strong>de</strong>quado, bem como gerenciam as mudanças a serem realizadas. Tal controleconsciente sobre timing po<strong>de</strong> gerar suspeitas <strong>de</strong> manobra política ou eleitoreira, mesmoquesejamelas bem fundamentadas ou não, bem como antecipar atitu<strong>de</strong>s dos envolvidos.4. Transparência digital 7A Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 prevê as diretrizes para o exercício do po<strong>de</strong>r público.Entre outros, no artigo X<strong>XI</strong>I em que consta que “a publicida<strong>de</strong> dos atos, programas, obras,serviços e campanhas dos órgãos públicos <strong>de</strong>verá ter caráter educativo, informativo ou <strong>de</strong>orientação social, <strong>de</strong>la não po<strong>de</strong>ndo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizempromoção pessoal <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s ou servidores públicos”. Isso <strong>de</strong>monstra que a essência daCarta Magna é <strong>de</strong> que a publicida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve assumir caráter propagandístico. O princípio dapublicida<strong>de</strong> consagra que todos os atos praticados por agentes públicos <strong>de</strong>vem seramplamente divulgados, garantindo-se, assim, a transparência da administração pública, pelaqual se viabiliza o controle <strong>de</strong>sta. “Não há, realmente, nenhuma razão para que os agentespúblicos não tenham seus atos amplamente divulgados, se agirem sempre <strong>de</strong>ntro dos padrões<strong>de</strong> conduta constitucional e legalmente previstos” (SPECK, 2001, p. 25). Um efeito legal daimportância e do reconhecimento é expresso por duas leis complementares que obrigam osentes da Fe<strong>de</strong>ração a instrumentalizarem a transparência amplamente através <strong>de</strong> meioseletrônicos e em tempo real – Lei Complementar 101, <strong>de</strong> 04/05/2000 e Lei Complementar131, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009.Outra evidência da importância do tema da transparência é a implementação do artigo182 da Constituição que versa sobre a política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano e sobre a suaexecução pelo Po<strong>de</strong>r Público municipal. O objetivo do dispositivo é or<strong>de</strong>nar o pleno<strong>de</strong>senvolvimento das funções sociais da cida<strong>de</strong> e garantir o bem-estar <strong>de</strong> seus habitantes e,ainda, no parágrafo primeiro, a obrigar a todas as cida<strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> 25 mil habitantes a teremseu plano diretor aprovado pela Câmara Municipal. A Lei 10.257, <strong>de</strong> 10/05/2001, <strong>de</strong>nominada“Estatuto das Cida<strong>de</strong>s” estabelece no artigo 2 o as diretrizes da política urbana.As novas tecnologias oferecem gran<strong>de</strong> potencial para expandir os horizontes dacomunicação política e superar alguns dos problemas associados à mídia tradicional napromoção do processo <strong>de</strong>mocrático. As novas formas <strong>de</strong> comunicação po<strong>de</strong>m promover7 O emprego termo transparência digital leva em conta a existência <strong>de</strong> duas dimensões que têm universos próximos efronteiras imprecisas: a transparência e as tecnologias <strong>de</strong> informações e comunicação. Neste texto, ao usar essa expressão,preten<strong>de</strong>-se fazer alusão às experiências e iniciativas <strong>de</strong> governos e socieda<strong>de</strong> civil que usam dispositivos digitais parapotencializar o fortalecimento da <strong>de</strong>mocracia por meio da transparência pública.8


credibilida<strong>de</strong> e inibe a corrupção pois, conforme Uhlir (2006, p. 12), “quanto maior for aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação disponível abertamente pelo governo e sobre o governo, menor seráa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste governo conseguir ocultar atos ilegais, corrupção e má administração”.A transparência perfeita e translúcida não é plenamente possível, até porque há informaçõesque precisam ser mantidas em segredo por uma questão <strong>de</strong> segurança.Conforme assinala Gomes (2008), a arquitetura <strong>de</strong> comunicação política é que revelase o fluxo é unilateral ou <strong>de</strong> mão dupla, se abre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação política comoforma <strong>de</strong> incrementar o po<strong>de</strong>r simbólico e material do público. Isso po<strong>de</strong> levar os agentespúblicos a modificar as suas posições <strong>de</strong> modo a ajustá-las às disposições do público, o queproduz efeitos positivos na cultura política: sensação <strong>de</strong> efetivida<strong>de</strong> política da esfera civil eprodução do sentimento <strong>de</strong> responsivida<strong>de</strong> à cidadania por meio das suas <strong>de</strong>cisões e pelasações relativas aos negócios <strong>de</strong> interesse comum.Jambeiro e outros (2008, p. 5) <strong>de</strong>stacam que “o município é a organizaçãogovernamental-político-social que está mais próxima dos cidadãos, caracterizando-se pelapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contato direto entre a população e a administração pública local”. Esse fato,segundo os autores, reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperar o <strong>de</strong>bate em torno da cida<strong>de</strong> comoespaço genuíno para a discussão política. Assim, os portais municipais po<strong>de</strong>m se tornarambientes <strong>de</strong> interação entre os cidadãos, propiciando um espaço coletivo <strong>de</strong> diálogo e <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão. “O e-governo municipal, nesse sentido, po<strong>de</strong> estimular maior interação etransparência entre governo e socieda<strong>de</strong> e ampliar o espaço para o exercício da cidadania e daprática <strong>de</strong>mocrática” (JAMBEIRO e outros, 2008, p. 5).Como vimos até aqui, a Internet revela-se como um meio que aproxima e reorganizaos fluxos comunicacionais, permitindo o estabelecimento <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong>compartilhamento <strong>de</strong> dados e/ou informações. A apropriação das ferramentas da Internetpelos gestores públicos, através <strong>de</strong> sites e portais <strong>de</strong> governo eletrônico, teve início no Brasilem meados dos anos 90 e tem se expandido expressivamente pela aplicação da Internet nosdiferentes níveis <strong>de</strong> governo (Fe<strong>de</strong>ral, Estadual e Municipal) por meio do governo eletrônicoou e-gov. Esse novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> organizações governamentais visa o menor custo,uma maior integração e um melhor relacionamento entre governo e governo (G2G), governo ecidadãos (G2C) e governo e fornecedores (G2B) na oferta <strong>de</strong> serviços e informações sete diaspor semana, vinte e quatro horas por dia.10


O governo eletrônico se baseia em sistemas avançados <strong>de</strong> informação que possibilitamo aumento da eficácia e da eficiência da gestão, a melhoria da qualida<strong>de</strong> dos serviços, atransparência e a ampliação das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fiscalização das ações e dos serviços emplanejamento, em andamento e já executados pelas instituições públicas (LEMOS &ROCHA2007; SANTOS, 2003; TEIXEIRA, 2004). Assim, o e-gov planejado e executado com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover e <strong>de</strong> facilitar o controle social po<strong>de</strong> possibilitar a participação dosatores sociais no processo <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> gestão dos municípios em favor da visãoestratégica <strong>de</strong>finida para a cida<strong>de</strong>.5. Dimensões da transparência pública digitalO surgimento <strong>de</strong> mecanismos digitais <strong>de</strong> comunicação tem colocado o Estado frenteao <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> explorá-los como novas formas <strong>de</strong> interação política com a socieda<strong>de</strong>. Exemplodisso são os portais governamentais na Internet como canal <strong>de</strong> comunicação em larga escala,<strong>de</strong> baixo custo e variadas funcionalida<strong>de</strong>s. Esses dispositivos são, ao mesmo tempo,repositórios públicos <strong>de</strong> informação que po<strong>de</strong>m ser potencialmente acessados por qualquercidadão, rompendo os constrangimentos <strong>de</strong> tempo e lugar; fornecem condições técnicas para aoferta <strong>de</strong> serviços públicos; possibilitam a comunicação dialógica ou discursiva e até mesmoconsultas, sondagens e eleições online. Pipa Norris, ressalta, contudo queexiste uma preocupação generalizada <strong>de</strong> que o público tenha perdido a confiança no<strong>de</strong>sempenho nas principais instituições que representam o governo e <strong>de</strong>sejam umgoverno mais aberto e transparente, com serviço <strong>de</strong> distribuição mais eficiente aponto <strong>de</strong> ajudar a restaurar a confiança pública (NORRIS, 2001, p. 113) 8 .Nota-se que os media digitais fornecem uma gama <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s em razão das suasmúltiplas funções, talvez por isso haja inúmeras pesquisas empíricas sobre governo eletrônicoe portais que se concentram em compreen<strong>de</strong>r como o Estado se apropria <strong>de</strong>sse meio paraofertar serviços e informações e estabelecer parâmetros para a participação e <strong>de</strong>liberaçãopúblicos (AKUTSU, 2005; LEMOS & ROCHA, 2007; PINHO 2008; MARQUES, 2008;SILVA, 2009). Silva (2009, p. 113) <strong>de</strong>staca que,embora os <strong>de</strong>safios da publicida<strong>de</strong> online se configurem como um tema inevitávelpara a comunicação política, curiosamente não é um problema aprofundado pelaatual literatura sobre <strong>de</strong>mocracia digital. É bastante comum ver o termo“publicida<strong>de</strong>” tratado como sub-tópico <strong>de</strong> abordagens mais populares comoparticipação política e internet, esfera pública e internet ou como sub-item do <strong>de</strong>bate8 Tradução livre da autora.11


sobre <strong>de</strong>liberação online. Ao se apontar a publicida<strong>de</strong> como um dos três requisitos<strong>de</strong>mocráticos para o ambiente digital, o intuito é dar o <strong>de</strong>vido lugar a um dos pilaresda <strong>de</strong>mocracia mo<strong>de</strong>rna e da comunicação política, tentando pensar seus pormenoresneste processo.Assim, a partir das premissas acerca dos requisitos para o fortalecimento da<strong>de</strong>mocracia, em especial, aqueles atinentes à aproximação da esfera civil com o Estado, bemcomo ao incremento dos mecanismos <strong>de</strong> controle social através da Internet, apresentamos natabela 2 dimensões que po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> base para a análise da transparência pública noambiente digital.Tabela 1: Dimensões analíticas da transparência pública digitalDimensão Descrição Exemplo (s)Visibilida<strong>de</strong> Diz respeito ao nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque que a interface do portal oferece ao Link na página principal outema da transparênciaum site específico.Mecanismos <strong>de</strong> busca, <strong>de</strong>InformaçõescontextuaisInformaçõesinstitucionais ouinstrutivasInformaçõesfinanceiroorçamentáriasInformaçõesadministrativasInteração ouinteroperabilida<strong>de</strong>ComunicaçãoRefere-se às informações <strong>de</strong>stinadas a orientar o cidadão quanto às leisrelacionadas à gestão fiscal, às políticas <strong>de</strong> informação e às autorida<strong>de</strong>sresponsáveis pelos atos administrativos do município.São informações que explicam didaticamente como é o funcionamentoda máquina administrativa, bem como apresenta os programas eserviços <strong>de</strong> governo disponíveis aos cidadãos.Refere-se às informações constantes da Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal,assim como textos das leis orçamentárias, explicadas e <strong>de</strong>talhadas emvariados formatos. Nesta dimensão, compreen<strong>de</strong>-se ainda a aberturados dados públicos do município com funcionalida<strong>de</strong>s diversas <strong>de</strong>consultas, bem como informações relativas a periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>atualização, fonte das informações, espaço para acolhimento <strong>de</strong><strong>de</strong>mandas, acompanhamento das <strong>de</strong>mandas e publicação das opiniõesdo cidadão.Diz respeito às informações relativas a <strong>de</strong>cisão já executada, emandamento e em <strong>de</strong>bate da gestão municipal, bem como ao<strong>de</strong>talhamento em linguagem acessível ao cidadão. Esta dimensãocontempla ainda o acolhimento <strong>de</strong> opiniões e <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias doscidadãos, a publicação das opiniões e dos espaços <strong>de</strong> participação docidadão; o monitoramento e a avaliação dos programas <strong>de</strong> governo;periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização e <strong>de</strong> publicação dos resultados.Refere-se à integração das informações e serviços com órgãos internosdo município e com órgãos externos, inclusive socieda<strong>de</strong> civil.Existência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas gerais eespecíficas com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento da situação dopedido. Nesta dimensão, há ainda a abertura para recebimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>iase sugestões <strong>de</strong> novos aplicativos <strong>de</strong>senvolvidos por meio da aberturados dados do município.ajuda, data das atualizações.Informações sobre a Lei <strong>de</strong>Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal, apolítica <strong>de</strong> informação, bemcomo instruções para o usodo portal da transparência.Diário oficial ou similar,informações sobre ofuncionamento institucionaldo município, sobre osserviços públicos.Publicação <strong>de</strong> planos,orçamentos e leis <strong>de</strong>diretrizes orçamentárias,prestação <strong>de</strong> contas,andamento das licitações.Mecanismos que permitamo acompanhamento e aparticipação do cidadão dasquestões em discussão peloPo<strong>de</strong>r executivo.Links para sites <strong>de</strong> outrosórgãos, como tribunal <strong>de</strong>contas, ONGs.Correio eletrônico paraenvio <strong>de</strong> solicitações,sugestões, bem como apublicação <strong>de</strong> indicadores<strong>de</strong> satisfação do usuário.Mecanismos que antecipema necessida<strong>de</strong> do cidadão.O plano analítico apresentado representa uma tentativa <strong>de</strong> organizar os aspectos quecomuns e específicos dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia contemporânea, legislações brasileiras que12


tratam da transparência, assim como a potencialida<strong>de</strong> técnica que a Internet fornece paraincrementar o acesso a conteúdo e serviços e a interação.6. Consi<strong>de</strong>rações finaisO percurso até aqui permitiu enten<strong>de</strong>r que não existirá, nos governos, a açãototalmente transparente. E que a transparência não será maior, em razão do uso dos meios <strong>de</strong>comunicação que a re<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong> computadores fornece ao Estado e ao cidadão. O quetornará um governo mais aberto e transparente à socieda<strong>de</strong> é o <strong>de</strong>sejo e o controle dasocieda<strong>de</strong> em torno do exercício das funções públicas.O risco do enfraquecimento da <strong>de</strong>mocracia, conforme Gomes (2005), representadéficits no regime <strong>de</strong>mocrático mo<strong>de</strong>rno, representados pela apatia dos eleitores, diminuiçãodos índices <strong>de</strong> engajamento cívico, afastamento entre governo e socieda<strong>de</strong>. Esses fenômenosgeram a queda da confiança na socieda<strong>de</strong> política e a produção <strong>de</strong> informação políticadistorcida. O apelo ao aumento do <strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong> reformas e melhorias no sistema<strong>de</strong>mocrático mostra-se proeminente nas discussões sobre <strong>de</strong>mocracia e, sobretudo, para alegitimação do po<strong>de</strong>r da esfera política.A transparência das ações do governo converte-se, então, num mecanismo essencialpara revigorar a <strong>de</strong>mocracia. A noção <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia adotada por Bobbio (2000) trata-a como“po<strong>de</strong>r em público”, po<strong>de</strong>r visível. A capacida<strong>de</strong> dos governos tornarem públicos os seus atosé essencial para permitir ao cidadão tomar conhecimento das ações daquele que exerce opo<strong>de</strong>r, e também tomar parte neste po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>ndo acompanhar, controlar e avaliar os atospraticados pelo seu representante.Assim, um governo que se <strong>de</strong>ixa ser visto e torna público o significado das suas<strong>de</strong>cisões, sustenta a sua prática na lógica da bilateralida<strong>de</strong> e da reciprocida<strong>de</strong>, procurandotransparecer sua relação com a socieda<strong>de</strong> por meios da ação comunicativa equilibrada. AInternet mostra-se como um meio potencial para realizar as possibilida<strong>de</strong>s comunicativas etransacionais necessárias para revigorar a <strong>de</strong>mocracia, especialmente, no que se refere àrelação governo-socieda<strong>de</strong>.Por força da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, os governos <strong>de</strong> todos os níveis são obrigados atornarem públicos os seus ganhos e investimentos pela Internet. É também um or<strong>de</strong>namentoda Constituição que os governos municipais <strong>de</strong>senvolvam as funções sociais da cida<strong>de</strong> paragarantir o bem-estar <strong>de</strong> seus habitantes, inclusive, chamando-os a participar da gestão. A13


pujança da <strong>de</strong>mocracia nasce <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracias locais fortes que estabeleçam o elo social àescala das cida<strong>de</strong>s e das regiões.Os recursos técnicos que a Internet dispõe po<strong>de</strong>m ser empregados para oferecer àesfera civil o acesso a informações e serviços públicos relevantes, o <strong>de</strong>bate racional, aparticipação social e a accountability necessários para nortear a construção das razõespúblicas que conduzem o processo <strong>de</strong>cisório do po<strong>de</strong>r constituído. Assim, compreen<strong>de</strong>r comoos governos estão ofertando, através <strong>de</strong> seus portais eletrônicos, informações e serviços parafomentar a transparência para a socieda<strong>de</strong>, requer assumir dimensões que possibilitem umaanálise pormenorizada dos mecanismos utilizados. Desta forma, foram consi<strong>de</strong>radas setedimensões como significativas. São elas: visibilida<strong>de</strong>, informações contextuais; informaçõesinstitucionais ou instrutivas; informações financeiro-orçamentárias; informaçõesadministrativas; interação e comunicação.A visibilida<strong>de</strong> permite analisar o <strong>de</strong>staque que é dado no portal ao tema datransparência. Já as informações contextuais indica os instrumentos e mecanismos que oportal utiliza para orientar o cidadão quanto às leis relacionadas a gestão fiscal, às políticas <strong>de</strong>informação e às autorida<strong>de</strong>s responsáveis pelos atos administrativos do município. Pelasinformações institucionais ou instrutivas os governos procuram explicar didaticamente ofuncionamento da máquina administrativa, assim como apresentar os programas e serviços <strong>de</strong>governo disponíveis aos cidadãos.As informações financeiro-orçamentárias são informações constantes da Lei <strong>de</strong>Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal, juntamente com os textos comentados das leis orçamentárias. Nessadimensão, analisa-se a existência <strong>de</strong> mecanismos que possibilitem o acesso aos dadospúblicos do município com funcionalida<strong>de</strong>s diversas <strong>de</strong> consultas, bem como informaçõesrelativas a periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização, fonte das informações, espaço para acolhimento <strong>de</strong><strong>de</strong>mandas, acompanhamento das <strong>de</strong>mandas e publicação das opiniões do cidadão.As informações administrativas são as informações que permitem acompanhar aexecução <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões tomadas pelo Po<strong>de</strong>r Executivo, bem como monitorar os temas em<strong>de</strong>bate apresentados com <strong>de</strong>talhamento e em linguagem acessível ao cidadão. Nesta dimensãopo<strong>de</strong>-se ainda verificar a existência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong> opiniões e <strong>de</strong><strong>de</strong>núncias dos cidadãos, a publicação das opiniões e dos espaços <strong>de</strong> participação do cidadão;o monitoramento e a avaliação dos programas <strong>de</strong> governo; periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização e <strong>de</strong>publicação dos resultados.14


A interação ou interoperabilida<strong>de</strong> reflete a integração das informações e serviços comórgãos internos do município e com órgãos externos, inclusive socieda<strong>de</strong> civil. Por fim, acomunicação toma como base <strong>de</strong> análise a existência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong><strong>de</strong>mandas gerais e específicas com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento da situação do pedido.Observa-se, também, se há instrumentos capazes <strong>de</strong> receber i<strong>de</strong>ias e sugestões <strong>de</strong> novosaplicativos a serem <strong>de</strong>senvolvidos pelo próprio cidadão por meio da abertura dos dados dogoverno.ReferênciasbibliográficasAKUTSU, Luiz. Portais <strong>de</strong> governo do Brasil: accountability e <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong>legativa. Painelapresentado no X <strong>Congresso</strong> Internacional <strong>de</strong>l CLAD sobre la Reforma <strong>de</strong>l Estado y laAdministraciónPública, Santiago, Chile, 18 a 21 <strong>de</strong> out <strong>de</strong> 2005.BARNETT, Steven. New Media, Old Problems: new technology and the political process.EuropeanJournalof Communication. Vol 12 (2), p.193-218, 1997.BOBBIO, Noberto. Teoria Geral da Política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Campus, 2000.BOBBIO, Noberto. O futuro da <strong>de</strong>mocracia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil. Brasil, DF: Senado,1988._______. Lei complementar nº 101 (<strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000). Brasília: Presidência da república.Disponível em . Acesso em 01/07/2010._______. Lei complementar nº 131 (<strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009). Brasília: Presidência da república.Disponível em . Acessoem 01/07/2010._______. Lei complementar nº 10.257 (<strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2001). Brasília: Presidência da república.Disponível em . Acessoem 01/07/2010.CHEVALLIER, Jaques. Le mythe <strong>de</strong> latransparenceadministrative. in Information eTransparenceAdministratives, Paris, PressesUniversitaires <strong>de</strong> France, 1988, p. 239-275.GOMES, Wilson. A <strong>de</strong>mocracia digital e o problema da participação civil na <strong>de</strong>cisão política.Revista Fronteiras, p. 214-222, 2005.________. Democracia digital: que <strong>de</strong>mocracia? In: II Encontro da Associação Nacional <strong>de</strong>Pesquisadores em Comunicação e Política. UFMG, Belo Horizonte, 05 a 07/12/2007, 2007.GOMES, Wilson. MAIA, Rousiley. Comunicac ão e Democracia – Problemas e Perspectivas. SãoPaulo. Ed. Paulus, 2008.HABERMAS, Jurgen. Três Mo<strong>de</strong>los Normativos <strong>de</strong> Democracia. Lua Nova - Revista <strong>de</strong> Cultura ePolítica, 36, p. 39-48, 1995.15


HEALD, David. Varieties of Transparency. In: HOOD, Christopher; HEALD, David (org).Transparency: the key to better governance? Nova York: Oxford University Press, 2006, p.3-24.HELD, David. Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia. Belo Horizonte: Paidéia, 1987.HOOD, Christopher. Transparency in historical perspective. In: HOOD, Christopher; HEALD, David(org). Transparency: the key to better governance? Nova York: Oxford University Press, 2006, p.3-24.JAMBEIRO, Othon ; ANDRADE, R. S.; SOBREIRA, R.; Rabelo, Priscila. Políticas <strong>de</strong> Informação eComunicação, Participação Social e Controle da Gestão Pública, em Web Sites Municipais.Verso e Reverso (São Leopoldo), v. X<strong>XI</strong>I, p. 9, 2008.LEMOS, André; ROCHA, Flávia. Governo eletrônico. In: LEMOS, André (org). Cida<strong>de</strong> digital:portais, inclusão e re<strong>de</strong>s no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2007.MAIA, Rousiley C. M. Re<strong>de</strong>s Cívicas e Internet: efeitos <strong>de</strong>mocráticos do associativismo. In:GOMES, Wilson; MAIA, RousileyC.M.Comunicação e <strong>de</strong>mocracia: Problemas & perspectivas. SãoPaulo: Paulus, 2008, p. 327-345._______. Visibilida<strong>de</strong> Midiática e Deliberação Pública. In: GOMES, Wilson; MAIA,RousileyC.M.Comunicação e <strong>de</strong>mocracia: Problemas & perspectivas. São Paulo: Paulus, 2008, p. 167-194.MARQUES, Francisco Paulo Jamil Almeida. Participação política e Internet: meios eoportunida<strong>de</strong>s digitais <strong>de</strong> participação civil na <strong>de</strong>mocracia contemporânea, com um estudo do caso doestado brasileiro.2008. 498 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas) –Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comunicação, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, Salvador.NORRIS, Pipa. Digital Divi<strong>de</strong>: Civic Engagement, Information Poverty, and the Internet Worldwi<strong>de</strong>.Nova York: Cambridge University Press, 200<strong>1.</strong>PINHO, J. A. G. . Investigando portais <strong>de</strong> governo eletrônico <strong>de</strong> estados no Brasil: muitatecnologia, pouca <strong>de</strong>mocracia. RAP. Revista Brasileira <strong>de</strong> Administração Pública, v. 42, p. 471-493,2008.SANTOS, Robério. E-goverment: políticas e estratégias <strong>de</strong> governo eletrônico na União e nosestados. apresentado no <strong>Congresso</strong> Alagoano <strong>de</strong> Tecnologia da Informação. Maceió, 2004. Disponívelem Acessado em 13 <strong>de</strong> abril<strong>de</strong> 2009.SCHEDLER, A. Conceptualizingaccountability. In: Schedler, A.; Diamond, L.; PLATTNER, M. F.(Ed.). Theself-restrainingstate:Power andaccountability in new<strong>de</strong>mocracies. Boul<strong>de</strong>randLondon,LynneRinnerPublishers, 1999, p. 13-28.SILVA, Sivaldo Pereira. Estado, Democracia e Internet: requisitos <strong>de</strong>mocráticos e dimensõesanalíticas para a interface digital do Estado, Tese (doutorado) – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia.Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comunicação, Salvador, p.424, 2009.SPECK, Bruno Wilhelm. (org.). Caminhos da transparência. Disponível em Acessado em 12 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2009.16


TEIXEIRA, Alberto. O uso das novas tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação (TIC) e atransparência na gestão pública municipal no Ceará. Ceará: Fundação Konrad A<strong>de</strong>nauer, 2004.UHLIR, Paul F. Diretrizes políticas para o <strong>de</strong>senvolvimento e a promoção da informaçãogovernamental <strong>de</strong> domínio público. Brasília: UNESCO, 2006.17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!