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aplicação da norma astm a923 prática a para identificação de fases ...

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3.2 Caracterização metalográfica do metal<strong>de</strong> base e <strong>da</strong>s juntas sol<strong>da</strong><strong>da</strong>s.A figura 1 apresenta uma microestruturaferrítica-austenítica, típica <strong>de</strong> aço superduplex,sem precipitação aparente nos contornos <strong>de</strong> grãoe interfaces, caracterizando um material comproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s especifica<strong>da</strong>s, como atemperatura crítica <strong>para</strong> corrosão por pites(CPT), que está ao redor <strong>de</strong> 80 o C, conforme<strong>da</strong>dos fornecidos pelo fabricante.As figuras 2 e 3 apresentam micrografiasobti<strong>da</strong>s com microscópio óptico <strong>da</strong>s juntassol<strong>da</strong><strong>da</strong>s dos dois tubos. Nestas micrografiasnotam-se uma alteração na morfologia etamanho <strong>da</strong> ferrita e <strong>da</strong> austenita. Na ZAC dosdois tubos (figs. 2a e 3a) aparecem poucasregiões com precipitação <strong>de</strong> nitretos <strong>de</strong> cromona ferrita. Já as zonas fundi<strong>da</strong>s são constituí<strong>da</strong>s<strong>de</strong> ferrita e austenita primária e secundária, enão apresentaram nenhum tipo <strong>de</strong> precipitação<strong>de</strong> <strong>fases</strong> intermetálicas que pu<strong>de</strong>sse afetar o<strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong> junta. Com isto, a temperaturacrítica <strong>para</strong> corrosão por pites (CPT) <strong>da</strong> zonafundi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve estar ao redor <strong>de</strong> 50 o C, conforme<strong>da</strong>dos fornecidos pelo fabricante.Para confirmar estes resultados os corpos-<strong>de</strong>provaforam observados com maior aumento nomicroscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura. Osresultados <strong>da</strong>s microestruturas observa<strong>da</strong>s estãoapresentados nas figuras <strong>de</strong> 4 a 6.As análises <strong>de</strong>stas figuras mostram que nãoexistem <strong>fases</strong> intermetálicas (CrN) precipita<strong>da</strong>snos contornos <strong>de</strong> grão ferrita/ferrita e nasinterfaces ferrita/austenita nos metais <strong>de</strong> base(figura 4). As figuras 5a e 6a foram retira<strong>da</strong>s naszonas afeta<strong>da</strong>s pelo calor <strong>da</strong>s sol<strong>da</strong>s dos doistubos, mostrando regiões sem a presença <strong>de</strong>CrN, embora tenham sido observa<strong>da</strong>s regiõescomo as apresenta<strong>da</strong>s nas figuras 2a e 3a. Asfiguras 5b e 6b apresentam uma intensaprecipitação <strong>de</strong> austenita secundária no interiordo grão ferrítico. Esta fase possui menorquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> dos elementos <strong>de</strong> liga presentes. Astabelas 2 e 3 apresentam valores <strong>de</strong> composiçãoquímica <strong>da</strong>s <strong>fases</strong> presentes tanto no metal <strong>de</strong>base (tabela 2) como na zona fundi<strong>da</strong> (tabela 3).Observando-se as tabelas 2 e 3 nota-se queexiste uma diferença na temperatura crítica <strong>de</strong>corrosão por pites estima<strong>da</strong> (CPT) nasdiferentes regiões analisa<strong>da</strong>s. A austenita temum CPT menor que a ferrita, por ter teores <strong>de</strong> Cre Mo menores que a ferrita, embora tenha umaconcentração maior <strong>de</strong> nitrogênio. De todos osresultados apresentados, a austenita secundáriaapresenta os menores valores <strong>de</strong> CPT <strong>de</strong> to<strong>da</strong>sas <strong>fases</strong> analisa<strong>da</strong>s (48,8 o C), próximo dosvalores publicados na literatura.3.3 Ensaio <strong>para</strong> <strong>de</strong>tectar a presença <strong>de</strong> <strong>fases</strong>intermetálicas no metal <strong>de</strong> base e juntassol<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong> aço inoxidável superduplex2507.Para verificar a existência <strong>de</strong> <strong>fases</strong> intermetálicasno aço 2507 foi emprega<strong>da</strong> a <strong>norma</strong> ASTMA923-01 <strong>prática</strong> A. A figura 7 apresenta osresultados <strong>da</strong> <strong>prática</strong> A <strong>para</strong> os metais <strong>de</strong> baseSol<strong>da</strong>gem 238


dos tubos sol<strong>da</strong>dos. Os resultados mostraram quenão foram <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s a presença <strong>de</strong> <strong>fases</strong>intermetálicas nos dois tubos.As figuras 8 e 9 mostram os resultados <strong>para</strong> azona fundi<strong>da</strong> e zona afeta<strong>da</strong> pelo calor dos doistubos. Embora pareça que existem regiõesescuras, elas foram gera<strong>da</strong>s por manchas queocorreram ou durante a secagem <strong>da</strong>s amostrasou <strong>de</strong>vido ao resíduo <strong>de</strong> ataque que ficouconcentrado em algumas regiões, causado pelorelevo <strong>da</strong> microestrutura. Em uma primeiraavaliação com base nesta <strong>prática</strong>, não existemindícios <strong>de</strong> precipitação <strong>de</strong> <strong>fases</strong> intermetálicasnas regiões analisa<strong>da</strong>s, embora tenham sidoobservados nitretos <strong>de</strong> cromo nas zonas afeta<strong>da</strong>spelo calor dos dois materiais, conformeobservado por outras técnicas <strong>de</strong> análise4. CONCLUSÕES.Com base nas técnicas emprega<strong>da</strong>s e materiaisutilizados é possível concluir que, em umprimeiro momento, não existe precipitação <strong>de</strong><strong>fases</strong> intermetálicas em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente<strong>para</strong> afetar a resistência à corrosão <strong>da</strong>s juntassol<strong>da</strong><strong>da</strong>s com base na <strong>norma</strong> ASTM 923-01<strong>prática</strong> A. Sugere-se que <strong>prática</strong>s adicionaissejam emprega<strong>da</strong>s <strong>para</strong> avaliar com maiorsegurança a resistência à corrosão <strong>da</strong>s juntassol<strong>da</strong><strong>da</strong>s forneci<strong>da</strong>s.Agra<strong>de</strong>cimentos.Os autores gostariam <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer ao MCT/FINEP peloprojeto 2882/04, a Prysmian Energia Cabos e Sistemas doBrasil S.A. através do Sr. Carlos Alberto Godinho e aogrupo LIFE&MO através do Prof. Dr. Celso Pupo Pesce.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.1) SOLOMON, H.D.; DEVINE, T.M. A tale of twophases. In: Conference Duplex Stainless Steels’82,St. Louis-USA, 1982. Proceedings. Ohio,American Society of Metals, 1983, p. 693-756.2) NILSSON, J.O. Superduplex stainless steels.Materials Sc. and Tech. v. 8, n. 8, p. 685-700, 1992.3) CHARLES, J. Super duplex stainless steels:structure and properties. In: Conference DuplexStainless Steels’91, Beaune Bourcogne-France,1991. Proceedings. France, 1991, p. 3-48.4) Novak, C.J. - "Structure and constitution ofwrought austenitic stainless steel". IN : Handbook ofstainless steel, ed.: Peckner,D & Bernstein, I.M.; McGraw-Hill,USA, pg. 4-1 a 4-78, 1977.5) Weiss, B.; Stickler, R. - "Phase instabilitiesduring high temperature exposure of 316 austeniticstainless steel". Met Trans., 3A(4):851-866,1972.6) Brandi, S.D. - “Estudo <strong>da</strong> sol<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> do açoinoxidável duplex DIN W. Nr. 1.4462 (UNS S31803),tese <strong>de</strong> doutoramento, EPUSP, 1992, 265 pgs.7) Southwick, P.D.; Honeycombe, R.W.K. -"Decomposition of ferrite to austenite in 26%Cr-5%Ni stainless steel". Metal Sci., 14(7):253-261,1980.8) Solomon, H.D.; Koch, E.F. - "High temperatureprecipitation of alpha prime in a multicomponentduplex stainless steel". Scripta Met., 13(10):971-974,1979.9) Brandi, S.D.; Padilha, A.F. - "Wel<strong>da</strong>bility ofduplex stainless steel UNS S31803". IN: ConferenceAbstracts, 73rd American Welding Society AnnualMeeting, AWS, mar. 22-27, 1992, Chicago IL,EUA, pg. 22-23.10) Hertzman, S.; Roberts, W.; Lin<strong>de</strong>nmo, M. -"Microstructure and properties of nitrogen alloyedduplex stainless steel after welding treatments". IN :Duplex Stainless Steel 86 International Conference;van Liere, J. (editor); 26-28 Oct. 1986, The Hague,Suécia, pg. 257-267.11) Ramirez, A. J.; Lippold, J.C.; Brandi, S.D.; –"The relationship between chromium nitri<strong>de</strong> andsecon<strong>da</strong>ry austenite precipitation in duplex stainlesssteels". Metallurgical and Materials Transactions A,34A(8):1575–1597, 2003.12) Brandi, S.D.; Lippold, J.C.; Lin, W. - “Effect ofpreheat temperature on multipass HAZ performanceof duplex stainless steels”IN: 76th AmericanWelding Society Annual Meeting; Cleveland, OH,EUA, 1995.13) Lippold, J.C.; Lin; W.; Brandi, S.D.; Varol, I.;Baeslack III, W.A - “Heat affected zonemicrostrucuture and properties in commercial duplexstainless steels”. IN: Fourth International ConferenceDuplex Stainless Steels (Duplex 94); Glasgow,Escócia; 13 a 16 <strong>de</strong> novenbro <strong>de</strong> 1994; paper 116.Sol<strong>da</strong>gem 239


14) Brandi, S.D.; Lippold, J.C. - "Consi<strong>de</strong>raçõessobre a metalurgia <strong>da</strong> sol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> aços inoxidáveisduplex e superduplex". Metalurgia e Materiais,53(463):141-146, 1997.15) S.D.Brandi – "Some aspects of wel<strong>da</strong>bility andjointability of duplex stainless steels". MaterialsScience Forum, vol. 426-432, pg. 4063-4068, 2003.16) Folkhard,E. - "Welding metallurgy of stainlesssteels", Springer-Verlag, Austria, 1988.Tabela 1 – Teor <strong>de</strong> ferrita medido nos tubos <strong>de</strong>aço 2507 e nas zonas fundi<strong>da</strong>s (ZF) dos cordões<strong>de</strong> sol<strong>da</strong>.Corpo-<strong>de</strong>-prova Ferrita (%)Tubo com diâmetro <strong>de</strong> 18 mm 47,3 ± 1,7ZF (diâmetro <strong>de</strong> 18 mm) 40,1 ± 3,2Tubo com diâmetro <strong>de</strong> 44 mm 48,1 ± 1,2ZF (diâmetro <strong>de</strong> 44 mm) 46,1 ± 3,2Tabela 2 – Composição química por energiadispersiva do metal <strong>de</strong> base, <strong>da</strong> ferrita e <strong>da</strong>austenita e estimativa <strong>da</strong> CPT, em o C.Metal <strong>de</strong> baseElem. % % at.Si 0,64 1,28Mo 4,25 2,47Cr 25,5 27,27Fe 62,95 62,68 IP N CPT ( o C)Ni 6,66 6,31 43,8 60,8FerritaElem. % % at.Si 0,62 1,23Mo 5,1 2,96Cr 26,89 28,81Fe 62,52 62,37 IP N CPT ( o C)Ni 4,86 4,62 44,2 61,7AustenitaElem. % % at.Si 0,54 1,07Mo 3,34 1,93Cr 24,02 25,66Fe 63,99 63,66 IP N CPT ( o C)Ni 8,11 7,68 38,9 49,4Tabela 3 – Composição química por energiadispersiva <strong>da</strong> zona fundi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> ferrita e <strong>da</strong>austenita e estimativa <strong>da</strong> temperatura crítica<strong>para</strong> corrosão por pites (CPT), em o C.Zona fundi<strong>da</strong>Elem. % % at.Si 0,66 1,30Mo 4,27 2,48Cr 25,38 27,17Fe 61,11 60,91 IP N CPT ( o C)Ni 8,59 8,14 43,8 60,7FerritaElem. % % at.Si 0,59 1,18Mo 4,5 2,61Cr 25,5 27,34Fe 61,36 61,24 IP N CPT ( o C)Ni 8,04 7,63 40,8 53,9Austenita primáriaElem. % % at.Si 0,61 1,21Mo 3,48 2,01Cr 25,01 26,71Fe 61,71 61,37 IP N CPT ( o C)Ni 9,19 8,69 40,3 52,7Austenita secundáriaElem. % % at.Si 0,59 1,16Mo 3,11 1,80Cr 24,52 26,16Fe 62,61 62,24 IP N CPT ( o C)Ni 8,5 8,04 38,6 48,8Sol<strong>da</strong>gem 240


Figura 1 – Fotografia em microscópio óptico <strong>de</strong>metal <strong>de</strong> base dos tubos (2507), apresentandouma microestrutura típica composta <strong>de</strong> ferrita(fase mais escura) e austenita (fase mais clara).Microscópio óptico. Aumento: 1000X. Ataqueeletrolítico: ácido oxálico 10%.(a)1234536785794667(a)(b)1234536785794667(b)Figura 3 – Fotografia em microscópio óptico <strong>da</strong>junta sol<strong>da</strong><strong>da</strong> do tubo <strong>de</strong> 44 mm <strong>de</strong> açosuperduplex 2507. Em (a) <strong>para</strong> a ZAC e em (b)<strong>para</strong> a ZF. Ataque eletrolítico: ácido oxálico10%. Microscópio óptico. Aumento: 500X.Ataque eletrolítico: ácido oxálico 10%.Figura 2 – Fotografia em microscópio óptico <strong>da</strong>junta sol<strong>da</strong><strong>da</strong> do tubo <strong>de</strong> 18 mm <strong>de</strong> açosuperduplex 2507. Em (a) <strong>para</strong> a ZAC e em (b)<strong>para</strong> a ZF. Microscópio óptico. Aumento: 500X.Ataque eletrolítico: ácido oxálico 10%.Sol<strong>da</strong>gem 241


(a)(a)(b)(b)Figura 4 – Metal <strong>de</strong> base dos tubos. Em (a) <strong>para</strong>o diâmetro <strong>de</strong> 18 mm e em (b) <strong>para</strong> o diâmetro<strong>de</strong> 44 mm. Microscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura.Aumento: 5000X. Ataque eletrolítico: ácidooxálico 10%.Figura 5 – Junta sol<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>para</strong> o tubo <strong>de</strong> 2507 <strong>de</strong>18 mm <strong>de</strong> diâmetro com metal <strong>de</strong> adição. Em(a) zona afeta<strong>da</strong> pelo calor (ZAC) e em (b) zonafundi<strong>da</strong> mostrando a presença <strong>de</strong> austenitaprimária e secundária. Microscópio eletrônico<strong>de</strong> varredura. Aumento: 1500X. Ataqueeletrolítico: ácido oxálico 10%.Sol<strong>da</strong>gem 242


(a)(a)(b)(b)Figura 6 – Junta sol<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>para</strong> o tubo <strong>de</strong> 2507 <strong>de</strong>44 mm <strong>de</strong> diâmetro com metal <strong>de</strong> adição. Em(a) zona afeta<strong>da</strong> pelo calor (ZAC) e em (b) zonafundi<strong>da</strong> com a presença <strong>de</strong> austenita secundáriaMicroscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura. Aumento:1500X. Ataque eletrolítico: ácido oxálico 10%.Figura 7 – Resultado do emprego <strong>da</strong> <strong>prática</strong> A<strong>da</strong> <strong>norma</strong> ASTM A923 – 01. Em (a) <strong>para</strong> o tubocom 18 mm <strong>de</strong> diâmetro e em (b) <strong>para</strong> o tubocom 44 mm <strong>de</strong> diâmetro. Microscópio óptico.Aumento: 500X. Ataque eletrolítico: NaOH40%.Sol<strong>da</strong>gem 243


(a)(a)(b)(b)Figura 8 – Resultado do emprego <strong>da</strong> <strong>prática</strong> A<strong>da</strong> <strong>norma</strong> ASTM A923 – 01 na junta sol<strong>da</strong><strong>da</strong> dotubo <strong>de</strong> 18 mm <strong>de</strong> diâmetro. Em (a) ZAC e em(b) ZF. Microscópio óptico. Aumento: 500X.Ataque eletrolítico: NaOH 40%.Figura 9 – Resultado do emprego <strong>da</strong> <strong>prática</strong> A<strong>da</strong> <strong>norma</strong> ASTM A923 – 01. na junta sol<strong>da</strong><strong>da</strong>do tubo <strong>de</strong> 44 mm <strong>de</strong> diâmetro. Em (a) ZAC eem (b) ZF Microscópio óptico. Aumento: 500X.Ataque eletrolítico: NaOH 40%.Sol<strong>da</strong>gem 244

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