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Panorama da Aquicultura: Qualidade de Água - Parte 2 - Projeto Pacu

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<strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA, março/abril, 1998Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Águana Produção <strong>de</strong> Peixes - <strong>Parte</strong> IIPor Fernando Kubitza, especialista em Nutrição e Produção <strong>de</strong> Peixes, mestre emAgronomia pela ESALQ – USP e Ph.D em aqüicultura pela Auburn University -Alabama, USA. Atualmente ocupa o cargo <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nador do Departamento <strong>de</strong>Pesquisa e Desenvolvimento do <strong>Projeto</strong> <strong>Pacu</strong>/Agropeixe.· O metabolismo do fitoplâncton· Componentes e funcionamento do sistematampão bicarbonato-carbonato· Monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água· Correção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água· Origem e reciclagem dos resíduos orgânicose metabólitos· Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do alimento e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> águaA fotossíntese é a fonte primária <strong>de</strong> energia, gerando materialorgânico que serve como alimento básico <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia alimentarnos ecossistemas aquaculturais. Através <strong>da</strong> fotossíntese, o fitoplânctonproduz <strong>de</strong> 50 a 95% do oxigênio nos sistemas aquaculturais. Noentanto, o plâncton chega a consumir cerca <strong>de</strong> 50 a 80% do oxigêniodissolvido em processos respiratórios (Tabela 4). Um equilíbrio entrefotossíntese e respiração é pré-requisito para a manutenção <strong>de</strong> umaconstante composição química <strong>da</strong> água. Quando a fotossíntese superaa respiração por períodos prolongados po<strong>de</strong> ocorrer uma sobrecarga<strong>de</strong> material orgânico no sistema. Quando a respiração exce<strong>de</strong> afotossíntese, ocorrerá um balanço negativo nos níveis <strong>de</strong> oxigêniodissolvido no sistema.Tabela 4. Processos relacionados à entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> oxigênio nos6. O metabolismo do fitoplânctonO plâncton é composto por organismos animais (zooplâncton)e vegetais (fitoplâncton). Por hora serão <strong>de</strong>stacados osaspectos metabólicos relacionados ao fitoplâncton, componente doplâncton geralmente presente em maior biomassa nos ecossistemasaquaculturais. Exemplos <strong>de</strong> organismos do fitoplâncton são as algasver<strong>de</strong>s, as cianofíceas ou “blue-greens” e as diatomáceas, entre outras.Referências ao zooplâncton serão feitas oportunamente.Fonte: Boyd e Lichtkoppler (1985)sistemas aquaculturais.6.1. Fotossíntese e respiração. O crescimento <strong>da</strong> biomassa planctônica<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos processos fotossintéticos do fitoplâncton. A fotossínteseé um processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> material orgânico e ocorre na 6.2. Morte súbita do fitoplâncton. Beneficiado pela presença <strong>de</strong>presença <strong>de</strong> gás carbônico, água e nutrientes orgânicos, pigmentos macro e micronutrientes (provenientes <strong>de</strong> adubações e <strong>da</strong> reciclagem(clorofila) e radiação solar. A fotossíntese gera substratos e energia dos resíduos orgânicos), o fitoplâncton se <strong>de</strong>senvolve rapi<strong>da</strong>mente.para os processos metabólicos vitais (crescimento e reprodução) do Atingi<strong>da</strong> uma biomassa crítica, o fitoplâncton entra num processo <strong>de</strong>fitoplâncton. A liberação <strong>da</strong> energia conti<strong>da</strong> nos compostos orgânicos senescência e morte (“die-offs”) parcial ou total. O “die-off” ou morteé processa<strong>da</strong> durante a respiração do fitoplâncton.súbita do fitoplâncton é uma importante fonte <strong>de</strong> resíduos orgânicosem sistemas aquaculturais. Tais resíduos serão reciclados em processosProtoplasma do Fitoplânctonbiológicos às custas do consumo <strong>de</strong> oxigênio e simultânea geração<strong>de</strong> diversos metabólitos tóxicos aos peixes, como a amônia, o nitrito- =106 CO 2+ 16 NO 3+ HPO 4+ 122 H 2O + 18 H + + micronutrientes + e o gás carbônico.energia7. Componentes e funcionamento do sistema tampão (“Buffer”)FOTOSSÍNTESE ↓↑ RESPIRAÇÃO<strong>da</strong> água(C 106H 263O 110N 16P 1) + 138 O 2Processos biológicos como a respiração e a fotossínteseinjetam e removem, diariamente, gran<strong>de</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> oxigênio eNE - Devido a sua extensão, a <strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA gás carbônico nos sistemas aquaculturais. Devido à reação áci<strong>da</strong> doestá publicando em três partes consecutivas a íntegra <strong>de</strong>sse gás carbônico na água, esta po<strong>de</strong> apresentar flutuações diárias nosartigo. Nesta edição publicamos a segun<strong>da</strong> parte.valores <strong>de</strong> pH. Valores extremos <strong>de</strong> pH prejudicam o crescimento e35


<strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA, março/abril, 1998a reprodução dos peixes e, até mesmo, po<strong>de</strong>m causar mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>massiva nos sistemas aquaculturais, principalmente durante as fases<strong>de</strong> larvicultura. O pH também regula a toxi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> metabólitos como aamônia e o gás sulfídrico. A função maior do sistema tampão é minimizaras flutuações diárias no pH, garantindo uma maior estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>química <strong>da</strong> água nos sistemas aquaculturais.7.1. O funcionamento do sistema tampão bicarbonato-carbonato.A fotossíntese e a respiração do plâncton po<strong>de</strong>m causar profun<strong>da</strong>salterações químicas na água. A função maior do sistema tampãobicarbonato- carbonato é atenuar estas alterações.Fotossíntese - A remoção massiva <strong>de</strong> CO 2do sistema durante períodos<strong>de</strong> intensa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fotossintética ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>slocar o equilíbrioCO 2- HCO 3-- CO 3=, resultando em aumento na dissociação do íonHCO 3-para gerar mais CO 2e CO 3=, como ilustrado:2HCO 3-= CO 2+ CO 3=+ H 2OPara manter o equilíbrio com o bicarbonato, os íons CO 3=se dissociam, gerando um íon HCO 3-e uma hidroxila (OH - ). Comosão necessários a dissociação <strong>de</strong> 2 íons HCO 3-para formar maisCO 2e CO 3=e a dissociação do CO 3=gera apenas um íon HCO 3-, obicarbonato é, pouco a pouco, exaurido do sistema.CO 3=+ H 2O = HCO 3-+ OH -Íons CO 3=e OH - se acumulam no sistema, resultandonuma progressiva elevação no pH <strong>da</strong> água. O CO 2livre <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser<strong>de</strong>tectado no sistema quando o pH atinge o valor <strong>de</strong> 8,3. A extinção<strong>de</strong> íons HCO 3-livres ocorre à pH 10,3. Valores <strong>de</strong> pH acima <strong>de</strong> 10po<strong>de</strong>m ser freqüentemente observados ao final <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, em viveiroscom uma <strong>de</strong>nsa população planctônica e água <strong>de</strong> baixo po<strong>de</strong>r tampão(baixa alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total).A presença <strong>de</strong> íons Ca 2+ e Mg 2+ livres na água (componentesmaiores <strong>da</strong> dureza total) é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância ao funcionamentodo sistema tampão. Estes íons aju<strong>da</strong>m na imobilização dos íonsCO 3=, formando compostos menos solúveis, como os precipitados <strong>de</strong>CaCO 3e MgCO 3. Deste modo, menos íons CO 3=estarão livres naágua para se dissociar em HCO 3-e OH - atenuando a elevação do pH<strong>da</strong> água, mesmo em períodos <strong>de</strong> intensa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fotossintética.Respiração - Durante o período noturno (ausência <strong>de</strong> fotossíntese)o processo se inverte. A respiração planctônica e dos peixes removeoxigênio e injeta uma consi<strong>de</strong>rável carga <strong>de</strong> CO 2no sistema.CO 2+ H 2O = H + + HCO 3-(pK 1= 6,35)[H + ].[HCO 3-]= K 1= 10 -6,35 [CO 2]Quando a concentração <strong>de</strong> CO 2aumenta, o equilíbrio entreCO 2e HCO 3-é mantido graças ao aumento na concentração <strong>de</strong> íonsH + , ou seja, uma redução no pH do sistema. Isto explica a relaçãoinversa entre pH e concentração <strong>de</strong> CO 2na água. O aumento naconcentração <strong>de</strong> CO 2resulta em liberação <strong>de</strong> íons H + , causando umaredução no pH <strong>da</strong> água.Em águas com um sistema tampão funcional, o aumento naconcentração <strong>de</strong> íons H + é compensado pela solubilização do CaCO 3e MgCO 3precipitados, principais reservas <strong>de</strong> CO 3=no sistema. Osíons CO 3=livres na água vão se dissociar, gerando HCO 3-e OH - .Tanto o HCO 3-como a OH - irão neutralizar os íons H + gerados pelaconstante entra<strong>da</strong> e dissociação do CO 2no sistema. Desta forma oPublicaçõesTécnicasQuali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Água na Produção <strong>de</strong> Peixes<strong>de</strong> Fernando KubitzaPrincipais Parasitoses e Doenças dos Peixes Cultivados<strong>de</strong> Fernando KubitzaTransportes <strong>de</strong> Peixes Vivos<strong>de</strong> Fernando KubitzaNutrição e Alimentação dos Peixes Cultivados<strong>de</strong> Fernando KubitzaPlanejamento <strong>da</strong> Produção <strong>de</strong> Peixes<strong>de</strong> Kubitza, Lovshin, Ono e SampaioManejo <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Pesca Recreativa<strong>de</strong> Fernando KubitzaCultivo <strong>de</strong> Peixes em Tanques Re<strong>de</strong>Pedidos pelo telefone/fax(067) 725-7013Preço: R$ 15,00 (ca<strong>da</strong>)<strong>de</strong> Eduardo Onosistema tampão não apenas atenua a que<strong>da</strong> no pH, mas também evitaum aumento excessivo na concentração <strong>de</strong> CO 2na água durante operíodo noturno. A variação no ciclo diário do pH <strong>da</strong> água em viveirosé ilustra<strong>da</strong> na figura 1. A água em viveiros com alta alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>apresenta menor variação no pH compara<strong>da</strong> com águas <strong>de</strong> baixaalcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total.7.2. Outras funçõesdo sistema tampão.Outra importantefunção do sistematampão bicarbonatocarbonatoé liberarCO 2para os processosfotossintéticos. Águascom reduzi<strong>da</strong> alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>(baixo po<strong>de</strong>rtampão) são normalmentepouco produtivas,principalmente<strong>de</strong>vido a limitação na1098pH76Baixa alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>Alta alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>6:00 12:00 18:00 24:00 6:00Horário do diaFigura 1 - Variação diária do pH <strong>da</strong> água emviveiros com alta e baixa alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total.disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> CO 2para suporte <strong>de</strong> intensa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fotossintética.A calagem <strong>de</strong> viveiros é prática bastante utiliza<strong>da</strong> para elevara alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>, reforçando o sistema tampão <strong>da</strong> água. A calagem, àmedi<strong>da</strong> em que contribui com o aumento nas reservas <strong>de</strong> bicarbonatoe carbonatos nos sistemas aquaculturais, servirá como fonte <strong>de</strong> CO 2aos processos fotossintéticos, ao mesmo tempo em que, durante operíodo noturno, removerá o excesso <strong>de</strong> CO 2<strong>de</strong>vido aos processosrespiratórios. Maiores <strong>de</strong>talhes sobre a calagem <strong>de</strong> tanques e viveirosserão apresentados oportunamente.36


<strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA, março/abril, 19988. Monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água8.1. Perfil <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>de</strong> abastecimento. O piscicultor<strong>de</strong>ve conhecer com exatidão o perfil <strong>da</strong> água <strong>de</strong> abastecimento dostanques, viveiros e laboratórios em sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. O perfil <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> algumas fontes <strong>de</strong> água para piscicultura foi apresentadoanteriormente no item 3 (publicado na edição anterior). Dentre osdiversos parâmetros que <strong>de</strong>vem ser conhecidos <strong>de</strong>stacamos: a) perfilanual <strong>de</strong> temperatura <strong>da</strong> fonte <strong>de</strong> água; b) os valores <strong>de</strong> pH, alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>e dureza total; c) as concentrações <strong>de</strong> gases dissolvidos, comoo oxigênio e o gás carbônico; d) os níveis <strong>de</strong> metabólitos tóxicoscomo a amônia e o nitrito; e) níveis <strong>de</strong> fósforo solúvel po<strong>de</strong> ser útilna recomen<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> adubação <strong>de</strong> tanque e viveirospara larvicultura e alevinagem.8.2. Temperatura e oxigênio dissolvido. Devem ser monitoradosdiariamente em ca<strong>da</strong> viveiro ou tanque <strong>de</strong> produção. Níveis máximose mínimos <strong>de</strong> oxigênio dissolvido normalmente ocorrem, respectivamente,ao final <strong>da</strong> tar<strong>de</strong> e ao amanhecer em viveiros <strong>de</strong> baixa renovação<strong>de</strong> água. O monitoramento diário <strong>de</strong>stes valores aju<strong>da</strong>m a prever aocorrência <strong>de</strong> níveis críticos <strong>de</strong> oxigênio dissolvido, possibilitandoa aplicação <strong>de</strong> aeração <strong>de</strong> emergência.8.3. pH e amônia total. Medições semanais do pH e amônia <strong>de</strong>vemser feitas em viveiros e tanques com altos níveis <strong>de</strong> arraçoamento.Em tanques e viveiros <strong>de</strong> larvicultura estes parâmetros <strong>de</strong>vem sermedidos duas vezes por semana, sempre ao final <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, horárioem que os valores <strong>de</strong> pH mais elevados potenciam a ação tóxica <strong>da</strong>amônia (Tabela 5).Medições adicionais dos valores <strong>de</strong> pH ao amanhecer sãoúteis para verificar a eficiência do sistema tampão <strong>da</strong> água. Diferençasmaiores do que 2 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos valores <strong>de</strong> pH ao amanhecer e ao final<strong>da</strong> tar<strong>de</strong> indicam uma condição <strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quado sistema tampão ouuma excessiva proliferação do fitoplâncton. Valores <strong>de</strong> amônia nãoioniza<strong>da</strong> acima <strong>de</strong> 0,2mg/l.. já são suficientes para induzir uma toxi<strong>de</strong>zcrônica levando a uma diminuição do crescimento e <strong>da</strong> tolerância dospeixes às doenças. Níveis <strong>de</strong> amônia entre 0,7 e 2,4mg/l.. po<strong>de</strong>m serletais para os peixes durante exposição por curto período.8.4. Alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> e dureza total. Devem ser monitorados mensalmente,principalmente em viveiros com excessiva infiltração on<strong>de</strong>ocorre uma diluição dos efeitos <strong>da</strong> calagem <strong>de</strong>vido à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>reposição <strong>de</strong> água. Valores <strong>de</strong> dureza e alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total acima <strong>de</strong>30 mg CaCO 3/l. são a<strong>de</strong>quados para garantir um bom funcionamentodo sistema tampão <strong>da</strong> água.8.5. Gás carbônico. Os níveis <strong>de</strong> gás carbônico <strong>de</strong>vem ser monitoradossemanalmente nos tanques e viveiros intensivamente arraçoadose sempre que houver uma prevalência <strong>de</strong> baixos níveis <strong>de</strong> oxigêniodissolvido. Os níveis <strong>de</strong> gás carbônico são normalmente monitoradosao amanhecer, horário on<strong>de</strong> sua concentração é geralmente mais alta.A saturação <strong>de</strong> CO 2na água gira em torno <strong>de</strong> 0,2 a 4 mg/l. (Tabela 3,publica<strong>da</strong> na edição 45). Quando a concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvidoé a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, os peixes po<strong>de</strong>m tolerar níveis <strong>de</strong> CO 2acima <strong>de</strong> 10mg/l., valores comumente observados ao amanhecer em viveiros <strong>de</strong>alta produção. Concentrações <strong>de</strong> CO 2acima <strong>de</strong> 25mg/l. alia<strong>da</strong>s a umabaixa concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvido po<strong>de</strong>m afetar sensivelmenteo <strong>de</strong>sempenho produtivo e, até mesmo, causar asfixia nos peixes.8.6. Nitrito. A concentração <strong>de</strong> nitrito na água <strong>de</strong>ve ser monitora<strong>da</strong>em tanques e viveiros recebendo altos níveis <strong>de</strong> arraçoamento e queapresentem eleva<strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> amônia total e baixos níveis <strong>de</strong>oxigênio dissolvido mesmo com o uso <strong>de</strong> aeração <strong>de</strong> emergência. Emágua doce e em função <strong>da</strong> espécie, concentrações <strong>de</strong> nitrito <strong>de</strong> 0,7 a 200mg/l. po<strong>de</strong> causar massiva mortan<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes. Exposição contínuaa níveis subletais <strong>de</strong> nitrito (0,3 a 0,5mg/l.) po<strong>de</strong> causar redução nocrescimento e na resistência dos peixes às doenças. Toxi<strong>de</strong>z por nitritopo<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong> metemoglobina (composto formadopela combinação do nitrito com a hemoglobina), que confere umacoloração marrom ao sangue, o que po<strong>de</strong> ser observado examinandoas brânquias dos peixes. A toxi<strong>de</strong>z por nitrito po<strong>de</strong> ser alivia<strong>da</strong> como aumento na concentração <strong>de</strong> íons cloretos (Cl - ) na água.9. Correção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> águaAs principais estratégias utiliza<strong>da</strong>s para correção dos parâmetros<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água para fins <strong>de</strong> piscicultura, basea<strong>da</strong>s napratici<strong>da</strong><strong>de</strong> e viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica, serão discuti<strong>da</strong>s a seguir.9.1. Calagem. Em tanques e viveiros <strong>de</strong> baixo fluxo <strong>de</strong> água a calagem po<strong>de</strong>ser usa<strong>da</strong> para correção do pH e melhoria do sistema tampão. Normalmente,águas com pH < 6,5 e baixa alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> e dureza total <strong>de</strong>vem receber calagem.A calagem corrige os valores <strong>de</strong> pH, reforça o sistema tampão formadopor bicarbonatos, carbonatos e íons Ca 2+ e Mg 2+ e neutraliza a aci<strong>de</strong>z <strong>de</strong>troca do solo do fundo dos viveiros. Águas com dureza e/ou alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>total menores que 20 mg CaCO 3/l. <strong>de</strong>vem receber calagem.Materiais para calagem: os mesmos materiais usados nacalagem em solos agrícolas po<strong>de</strong>m ser usados em sistemas aquaculturais.Calcário agrícola: <strong>de</strong>vido ao preço e à boa disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> nomercado, o calcário agrícola é o material mais utilizado em calagem.Composto por CaCO 3, CaMg(CO 3) 2ou uma mistura <strong>de</strong>stes compostos,o calcário agrícola apresenta uma lenta reação na água (suaveelevação do pH), sendo bastante seguro para aplicação em tanquese viveiros com peixes. Cal hidrata<strong>da</strong>: o hidróxido <strong>de</strong> cálcio e/oumagnésio - CaMg(OH) 4, também conhecido como cal hidrata<strong>da</strong> oucal <strong>de</strong> construção, tem sido bastante utilizado na calagem <strong>de</strong> tanquese viveiros. Deve-se evitar a aplicação <strong>de</strong> doses eleva<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ste materialem viveiros com peixes, <strong>de</strong>vido à sua alta solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> e rápido efeitona elevação do pH <strong>da</strong> água. Normalmente, a cal hidrata<strong>da</strong> é utiliza<strong>da</strong>na calagem do fundo dos tanques e viveiros, funcionando simultaneamente,como medi<strong>da</strong> profilática para eliminação <strong>de</strong> parasitos,bactérias e peixes in<strong>de</strong>sejáveis que ficarem nas poças d’água após adrenagem. Em função <strong>da</strong> dose <strong>de</strong> cal hidrata<strong>da</strong> aplica<strong>da</strong>, os valores dopH po<strong>de</strong>m atingir níveis bastante elevados logo após o enchimento dostanques e viveiros. Recomen<strong>da</strong>-se esperar 1 a 2 semanas até que osvalores <strong>de</strong> pH retornem a níveis mais a<strong>de</strong>quados e os peixes possamser estocados. Cal virgem: todos os cui<strong>da</strong>dos mencionados com o uso<strong>da</strong> cal hidrata<strong>da</strong> servem para o uso <strong>da</strong> cal virgem. Adicionalmente,37


<strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA, março/abril, 1998a cal virgem ou óxido <strong>de</strong> cálcio e/ou magnésio (CaMgO 2) tem açãocáustica, portanto <strong>de</strong>ve ser aplica<strong>da</strong> com muita cautela, evitando-sea inalação e o contato do produto com a pele, olhos e mucosa doaplicador.Dose <strong>de</strong> calcário: a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> calcário a ser aplica<strong>da</strong><strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong> material, <strong>da</strong> sua pureza e grau <strong>de</strong> moagem (textura)e <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z a ser neutraliza<strong>da</strong>. Recomen<strong>da</strong>-se as seguintes dosesiniciais <strong>de</strong> calcário agrícola, em função dos valores <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> umamistura solo e água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> na proporção <strong>de</strong> 1:1 (100g <strong>de</strong> solo em100g <strong>de</strong> água):Esta dose inicial <strong>de</strong>ve ser aplica<strong>da</strong> a lanço sobre o fundodo viveiro ain<strong>da</strong> seco. No caso do uso <strong>de</strong> calcário agrícola <strong>de</strong> texturamuito grosseira (aspecto <strong>de</strong> areia), multiplicar as doses sugeri<strong>da</strong>spor 1,5. Uma a duas semanas após os tanques e viveiros terem sidoenchidos confere-se a alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>da</strong> água. Se este valor ain<strong>da</strong>for menor que 30mg CaCO 3/l., aplica-se uma nova dose <strong>de</strong> calcárioagrícola ao redor <strong>de</strong> 50 a 100 kg/1.000m 2 , uniformemente sobre asuperfície do viveiro. Se o produtor não dispor <strong>de</strong> meios para medir opH <strong>da</strong> mistura solo:água ou a alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>da</strong> água, recomen<strong>da</strong>seaplicar 200 kg <strong>de</strong> calcário agrícola/1.000m 2 para <strong>de</strong>sencargo <strong>de</strong>consciência. Relembrando, no uso <strong>da</strong> cal hidrata<strong>da</strong> e cal virgem épru<strong>de</strong>nte aguar<strong>da</strong>r 1 a 2 semanas após o enchimento dos tanques paraestocagem dos peixes. Em tanques e viveiros já estocados, as doses<strong>de</strong> cal hidrata<strong>da</strong> e cal virgem a serem aplica<strong>da</strong>s não <strong>de</strong>vem exce<strong>de</strong>r10 kg/1.000m 2 /dia.Aplicação <strong>de</strong> calcário: em viveiros drenados, o calcáriopo<strong>de</strong> ser aplicado à lanço, manual ou mecanicamente, sobre to<strong>da</strong> asuperfície do substrato dos viveiros. Em alguns casos, on<strong>de</strong> o substratoé bastante firme, po<strong>de</strong> se usar uma gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> disco para incorporarparte do calcário nos primeiros 15 cm do substrato. Em viveiros comágua e peixes o uso do calcário agrícola é mais recomen<strong>da</strong>do por sermais seguro aos peixes. Cautela maior <strong>de</strong>ve ser toma<strong>da</strong> quando douso <strong>da</strong> cal hidrata<strong>da</strong> ou <strong>da</strong> cal virgem, compostos que elevam o pH<strong>da</strong> água rapi<strong>da</strong>mente.Viveiros pequenos po<strong>de</strong>m ser calcariados a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente<strong>da</strong> própria margem, espalhando-se o calcário por to<strong>da</strong> a superfície dosviveiros. Viveiros maiores e gran<strong>de</strong>s represas po<strong>de</strong>m ser calcariadoscom o auxílio <strong>de</strong> um barco (bote) provido com uma plataforma <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira on<strong>de</strong> o calcário é carregado. O calcário po<strong>de</strong> ser aplicadoa lanço com o uso <strong>de</strong> pás ou distribuído com o auxílio <strong>de</strong> bombasd’água, que succionam a água do próprio viveiro, dirigindo-se umjato <strong>de</strong> água sobre o calcário <strong>de</strong>positado na plataforma. O barco <strong>de</strong>vepercorrer to<strong>da</strong> a superfície do viveiro ou represa, <strong>de</strong> forma a conseguiruma aplicação mais homogênea. On<strong>de</strong> não houver disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> barcos para a aplicação, o calcário po<strong>de</strong> ser espalhado, <strong>da</strong> própriamargem, nas áreas mais rasas dos viveiros e represas, on<strong>de</strong>, com aação <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s, o material vai se diluindo lentamente.Freqüência <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> calcário: viveiros em sistemas<strong>de</strong> água para<strong>da</strong> que receberam a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> calagem po<strong>de</strong>m apresentarníveis satisfatórios <strong>de</strong> alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> e dureza total por pelo menos3 anos, em função <strong>da</strong> freqüência <strong>de</strong> drenagem dos mesmos, dovolume <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva (“runoff”) passado através dos mesmos e<strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s via infiltração. A aci<strong>de</strong>z gera<strong>da</strong> com a <strong>de</strong>composição <strong>da</strong>38matéria orgânica, com a nitrificação <strong>da</strong> amônia à nitrito e com o uso<strong>de</strong> fertilizantes <strong>de</strong> reação áci<strong>da</strong> po<strong>de</strong> contribuir para uma redução noefeito residual <strong>da</strong> calagem.O efeito <strong>da</strong> calagem não é perdido após uma drenagem totaldos viveiros. No entanto, é recomendável uma aplicação <strong>de</strong> calcário<strong>de</strong> manutenção, ao redor <strong>de</strong> 25% <strong>da</strong> dose inicial, após ca<strong>da</strong> ciclo <strong>de</strong>produção e drenagem dos viveiros, <strong>de</strong> forma a manter a<strong>de</strong>quados osníveis <strong>de</strong> dureza e a alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>da</strong> água e o pH do lodo.9.2. Redução <strong>da</strong> turbi<strong>de</strong>z mineral. A aplicação <strong>de</strong> gesso agrícola(sulfato <strong>de</strong> cálcio) é prática eficiente e barata para reduzir a turbi<strong>de</strong>zmineral causa<strong>da</strong> por colói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> argila e silte em suspensão naágua. Doses <strong>de</strong> 250 a 500g <strong>de</strong> gesso/m 3 <strong>de</strong> volume do viveiro sãorecomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s para este fim. O gesso também po<strong>de</strong> ser utilizado paraelevar os valores <strong>de</strong> dureza total sem alterar muito a alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total<strong>da</strong> água. Para se elevar a dureza total <strong>da</strong> água em 10 mg CaCO 3/l.é necessário a aplicação <strong>de</strong> 18 a 25 g <strong>de</strong> gesso/m 3 . A aplicação <strong>de</strong>gesso também reduz a concentração <strong>de</strong> ortofosfatos solúveis na águae, portanto, a abundância do fitoplâncton.O sulfato <strong>de</strong> alumínio em concentrações <strong>de</strong> 15 a 25g/m 3também é bastante eficiente na remoção <strong>da</strong> turbi<strong>de</strong>z mineral. Aplicarsulfato <strong>de</strong> alumínio é mais fácil do que aplicar gesso, embora exijamaiores cui<strong>da</strong>dos por parte do aplicador. O sulfato <strong>de</strong> alumínio, noentanto, provoca redução na alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total e no pH <strong>da</strong> água. Cerca<strong>de</strong> 0,4 g <strong>de</strong> cal hidrata<strong>da</strong> - Ca(OH) 2são necessários para neutralizara aci<strong>de</strong>z provoca<strong>da</strong> pela aplicação <strong>de</strong> 1g <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> alumínio.O efeito residual do gesso na remoção <strong>da</strong> turbi<strong>de</strong>z mineral é maisduradouro do que o do sulfato <strong>de</strong> alumínio.Aplicação <strong>de</strong> material orgânico (estercos e farelos vegetais)servem para reduzir a turbi<strong>de</strong>z mineral <strong>da</strong> água. No entanto, tal práticapromove uma redução nos valores <strong>de</strong> oxigênio dissolvido e aumentoPEIXE SAUDÁVEL,RETORNO GARANTIDOO uso regular <strong>de</strong> PROPEIXE constitui a melhoralternativa para uma piscicultura lucrativa, tratando<strong>de</strong> modo natural, econômico e seguro opeixe e seu habitat, pois:a) Promove a um só tempo melhoria na alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> e dureza totais<strong>da</strong> água, resultando em mais carbono para as plantas;b) Neutraliza ou eleva o pH <strong>da</strong> água e do solo, conforme a dosagemutiliza<strong>da</strong>, favoracendo as condições para o bom <strong>de</strong>senvolvimentodos peixes e outros organismos aquáticos <strong>de</strong> valor comercial;c) Elimina fungos, bactérias e parasitas que infestam a água e osanimais aquáticos atuando diretamente sobre a Lernaea e sanguessugascom gran<strong>de</strong> eficiência;d) Controla a população <strong>de</strong> tilápias e outros peixes nativos, usadoem dosagem correta, eliminando larvas e alevinos in<strong>de</strong>sejáveisprovenientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sovas dos peixes não revertidos sexualmente;e) Substitui a calagem tradicional com eficiência, rapi<strong>de</strong>z, segurançae economia.PROPEIXE ! Produto absolutamente natural isento <strong>de</strong> qualquer residualtoxico é a garantia <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo, <strong>da</strong> água e do peixe.DIVISÃO AGROPECUÁRIAEst. Velha <strong>de</strong> Itú, km. 4 - B. Sete Que<strong>da</strong>s - C.P. 353 - Cep 13001-970 - Campinas - SPPABX: (019) 227-2033 Fax: (019) 227-2396 E-mail: campical@correionet.com.brEstamos ca<strong>da</strong>strando distribuidores, representantes ou agentes para todo o Brasil


<strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA, março/abril, 1998na concentração <strong>de</strong> metabólitos tóxicos, acelerando a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.A melhor estratégia para evitar problemas com excessivaturbi<strong>de</strong>z mineral <strong>da</strong> água é <strong>de</strong>scobrir as causas <strong>da</strong> mesma e corrigílas.Na maioria <strong>da</strong>s vezes estes problemas estão associados à entra<strong>da</strong><strong>de</strong> enxurra<strong>da</strong>s nos canais <strong>de</strong> abastecimento ou diretamente nos tanquese viveiros. O uso <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> conservação do solo nas áreasvizinhas aos tanques e viveiros po<strong>de</strong> resolver <strong>de</strong>finitivamente estesproblemas. Tanques muito rasos e ou estocados em alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>com espécies <strong>de</strong> peixes que procuram alimento no fundo, comoexemplo a carpa comum, po<strong>de</strong>m apresentar problemas com excessivaturbi<strong>de</strong>z mineral. Estes problemas também são comuns em tanquese viveiros com aeração contínua ou recebendo excessiva potência<strong>de</strong> aeração ou on<strong>de</strong> o posicionamento dos aeradores é incorreto.Peixes com alto grau <strong>de</strong> infestação por parasitos externos po<strong>de</strong>mse raspa no fundo dos viveiros e suspen<strong>de</strong>r gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>argila e silte na água.9.3. Redução do potencial tóxico <strong>da</strong> amônia e do nitrito. Troca <strong>de</strong>água, quando possível, é a estratégia mais emprega<strong>da</strong> para amenizaros problemas com eleva<strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> amônia e/ou nitrito.Em locais on<strong>de</strong> a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água é restrita, outras técnicaspo<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s.Amônia: redução no pH <strong>da</strong> água reduz a concentração <strong>de</strong>amônia não ioniza<strong>da</strong> (forma tóxica <strong>da</strong> amônia). Duas são as estratégiaspara reduzir o pH <strong>da</strong> água: 1) aplicação <strong>de</strong> ácidos inorgânicos (ácidoclorídrico e ácido sulfúrico), técnica <strong>de</strong> efeito <strong>de</strong> curta duração; 2)técnicas <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> população fitoplanctônica. As técnicas <strong>de</strong>controle do fitoplâncton apresentam efeito mais duradouro do quea aplicação <strong>de</strong> ácidos.O controle do fitoplâncton po<strong>de</strong> ser efetuado com técnicas<strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong> nutrientes ou com o uso <strong>de</strong> algici<strong>da</strong>s. A manipulação<strong>de</strong> nutrientes envolve, principalmente, a redução nos teores<strong>de</strong> ortofosfatos solúveis na água, o que po<strong>de</strong> ser conseguido comaplicações controla<strong>da</strong>s <strong>de</strong> gesso agrícola ou sulfato <strong>de</strong> alumínio. Osulfato <strong>de</strong> alumínio promove, simultaneamente, uma redução no pH<strong>de</strong>vido à sua reação áci<strong>da</strong> na água.O uso <strong>de</strong> algici<strong>da</strong>s como o sulfato <strong>de</strong> cobre e o simazine<strong>de</strong>ve ser praticado com cautela. O sulfato <strong>de</strong> cobre é extremamentetóxico aos organismos aquáticos, especialmente aos peixes. Não érecomen<strong>da</strong>do a aplicação <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> cobre em águas com alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>total inferior a 40mg CaCO 3/l.. As doses <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> cobrea serem aplica<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vem ser basea<strong>da</strong>s nos valores <strong>de</strong> alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>total <strong>da</strong> água, conforme a equação abaixo:Dose <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> cobre (g/m 3 ) = Alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total ÷ 100Exemplo: se a alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>da</strong> água for igual a 80 mg CaCO 3/l.,a dose <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> cobre a ser aplica<strong>da</strong> não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r a 0,8g/m 3 .Simazine é um algici<strong>da</strong> bastante eficaz em doses <strong>de</strong> 0,25 g/m 3 . No entanto, este produto apresenta gran<strong>de</strong> persistência na águaimpedindo o crescimento do fitoplâncton, o que leva a um prolongadoperíodo <strong>de</strong> baixa concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvido na água.Aplicações <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> cobre e simazine, pelo seu efeito algici<strong>da</strong>,po<strong>de</strong>m causar severa <strong>de</strong>pleção dos níveis <strong>de</strong> oxigênio dissolvido naágua e, consequentemente, massiva mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes. Aeração<strong>de</strong> emergência <strong>de</strong>ve estar disponível quando <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>stesprodutos no controle do fitoplâncton. Aplicações restritas a algumasáreas dos tanques e viveiros (aplicações localiza<strong>da</strong>s em áreas on<strong>de</strong>o fitoplâncton se acumula, principalmente em função <strong>da</strong> ação dosventos) promovem controle parcial do fitoplâncton e, portanto, apresentaefeito menos drástico sobre os níveis <strong>de</strong> oxigênio dissolvido na39


<strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA, março/abril, 1998água. A <strong>de</strong>composição microbiana <strong>da</strong>s algas mortas pelos algici<strong>da</strong>sresulta na liberação <strong>de</strong> amônia e nutrientes que po<strong>de</strong>m favorecero restabelecimento do fitoplâncton, o que faz do uso <strong>de</strong> algici<strong>da</strong>suma estratégia paliativa na redução do pH <strong>da</strong> água via controle <strong>da</strong>população planctônica.Aeração não é uma estratégia eficiente para eliminação <strong>de</strong>amônia dos tanques por volatilização para a atmosfera, como clamamalguns fabricantes <strong>de</strong> aeradores. No entanto, a manutenção <strong>de</strong> níveismais a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> oxigênio dissolvido favorece o processo <strong>de</strong> nitrificação,através do qual a amônia e o nitrito são transformados emnitrato, composto nitrogenado menos tóxico aos peixes.Nitrito: problemas <strong>de</strong> toxi<strong>de</strong>z aos peixes por nitrito po<strong>de</strong>mser aliviados com o aumento na concentração <strong>de</strong> íons cloreto na água,o que po<strong>de</strong> ser conseguido com a aplicação <strong>de</strong> sal (cloreto <strong>de</strong> sódio)nos tanques e viveiros. A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal a ser aplica<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve sersuficiente para manter uma proporção <strong>de</strong> 6 mols <strong>de</strong> íons Cl - paraca<strong>da</strong> mol <strong>de</strong> íon NO 2-. A concentração <strong>de</strong> íons Cl - já presente naágua <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> no cálculo <strong>da</strong> dose <strong>de</strong> sal a ser aplica<strong>da</strong>,como segue:Dose <strong>de</strong> sal (g/m 3 ) = [6 x (NO 2-mg/l.) - (Cl - na água mg/l.)] ÷ 0,6Exemplo: se a concentração <strong>de</strong> nitrito na água for 0,8mg/l. e a <strong>de</strong> íonscloreto originalmente na água for 0,1mg/l., a dose <strong>de</strong> sal a ser aplica<strong>da</strong>é <strong>de</strong> 7,8 g/m 3 . Consi<strong>de</strong>rando um viveiro com 5.000m 2 <strong>de</strong> espelhod’água e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong> 1,2m, ou seja, um volume <strong>de</strong> água<strong>de</strong> 6.000m 3 , a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal que <strong>de</strong>ve ser aplica<strong>da</strong> é 46,8kg.9.4. Redução dos níveis <strong>de</strong> gás carbônico. Tanques e viveiros comalta taxa <strong>de</strong> arraçoamento ou on<strong>de</strong> ocorreu morte súbita (“die-off”) dofitoplâncton po<strong>de</strong>m apresentar eleva<strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> gás carbônico.Sistemas <strong>de</strong> aeração que promovem gran<strong>de</strong> agitação na superfície<strong>da</strong> água (i.e. aeradores <strong>de</strong> pás) facilitam a difusão do gás carbônicopara o ar, reduzindo a concentração <strong>de</strong>ste gás na água. A manutenção<strong>de</strong> um a<strong>de</strong>quado sistema tampão contribui para impedir o aumentoexcessivo nos níveis <strong>de</strong> CO 2livre na água.10. Origem e reciclagem dos resíduos orgânicos e metabólitosDurante o processo <strong>de</strong> produção é inevitável o acúmulo <strong>de</strong>resíduos orgânicos e metabólitos nos tanques e viveiros em sistemas<strong>de</strong> água para<strong>da</strong> ou sistemas <strong>de</strong> renovação <strong>de</strong> água intermitente. Antes<strong>de</strong> apresentar com maiores <strong>de</strong>talhes as principais fontes <strong>de</strong> resíduosorgânicos e metabólitos em sistemas aquaculturais, cabe uma melhorvisualização do ambiente on<strong>de</strong> vive este peixe submetido às pressões<strong>de</strong> produção (Figura 2).10.1. Excreção dos peixes. Sob condições <strong>de</strong> cultivo intensivo (alta<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estocagem e alto nível <strong>de</strong> arraçoamento) o volume <strong>de</strong>fezes excretado diariamente pela população <strong>de</strong> peixes é uma <strong>da</strong>sprincipais fontes <strong>de</strong> resíduos orgânicos em sistemas aquaculturais.A digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> matéria seca <strong>de</strong> rações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> para peixesgira em torno <strong>de</strong> 70 a 75%. Isto significa que 25% a 30% do alimentofornecido entra nos sistemas aquaculturais como material fecal. Oaumento na proporção <strong>de</strong> ingredientes <strong>de</strong> baixa digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (i.e.Figura 2. Origem e ciclagem <strong>de</strong> resíduos orgânicos e metabólitosem viveiros <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> peixes.materiais com alto teor <strong>de</strong> fibra bruta ou com granulometria grosseira)em rações para peixes po<strong>de</strong> elevar ain<strong>da</strong> mais o montante <strong>de</strong>fezes excreta<strong>da</strong>s.A <strong>de</strong>composição e reciclagem do material orgânico fecal nostanques e viveiros é feita principalmente por ação microbiológica,às custas <strong>de</strong> um significativo consumo <strong>de</strong> oxigênio, resultando noacúmulo paralelo <strong>de</strong> metabólitos tóxicos aos peixes, como a amônia,o nitrito e o próprio gás carbônico.A produção <strong>de</strong> amônia não é fruto exclusivo <strong>da</strong> <strong>de</strong>composiçãoe reciclagem <strong>de</strong> resíduos orgânicos. O próprio metabolismo protéicodos peixes tem como resíduo final a amônia. A amônia e o nitrito(um produto intermediário no processo bacteriano <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>amônia à nitrato), são as principais substâncias ictiotóxicas (tóxicasaos peixes) nos sistemas aquaculturais.A excreção <strong>de</strong> gás carbônico no processo respiratório dospeixes po<strong>de</strong> ser crítica em certos sistemas <strong>de</strong> produção. No entanto,em sistemas <strong>de</strong> água para<strong>da</strong> ou <strong>de</strong> renovação intermitente <strong>de</strong> água,a excreção <strong>de</strong> CO 2é, na maioria <strong>da</strong>s vezes, pequena compara<strong>da</strong> àexcreção <strong>de</strong> CO 2pelo plâncton. Altas concentrações <strong>de</strong> gás carbônicoassocia<strong>da</strong>s a reduzidos níveis <strong>de</strong> oxigênio dissolvido na água po<strong>de</strong>mcausar asfixia e, até mesmo, massiva mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes.10.2. Sobras <strong>de</strong> alimentos e fertilizantes orgânicos. Minimizar assobras <strong>de</strong> rações é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância na manutenção <strong>de</strong>a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água nos sistemas <strong>de</strong> produção. As raçõescomerciais usa<strong>da</strong>s em piscicultura são basicamente <strong>de</strong> dois tipos: apeletiza<strong>da</strong> e a extrusa<strong>da</strong>. Uma comparação entre estes tipos <strong>de</strong> rações(Tabela 6) ressalta a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se adotar um manejo muito maiscomplexo com o uso <strong>de</strong> ração peletiza<strong>da</strong>, <strong>de</strong> modo a evitar uma precoce<strong>de</strong>terioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água nos tanques e viveiros.Estercos, resíduos vegetais, material compostado, entreoutros tipos <strong>de</strong> materiais orgânicos constituem importantes fontes <strong>de</strong>resíduos orgânicos em certos sistemas aquaculturais. É prática comumem vários países a utilização <strong>de</strong> resíduos animais (suínos, bovinos, avese até resíduos humanos) como alimento direto ou como fertilizante naprodução <strong>de</strong> peixes. A ação microbiana sobre estes resíduos e sobras<strong>de</strong> rações resulta na produção <strong>de</strong> metabólitos tóxicos e liberação <strong>de</strong>40


<strong>Panorama</strong> <strong>da</strong> AQÜICULTURA, março/abril, 1998Tabela 6. Comparações entre ração peletiza<strong>da</strong> e extrusa<strong>da</strong> no que dizrespeito ao manejo <strong>da</strong> alimentação, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, exploração dopotencial <strong>de</strong> crescimento dos peixes e eficiência alimentar.nutrientes às custas do consumo <strong>de</strong> oxigênio.11. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do alimento e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.Em piscicultura intensiva gran<strong>de</strong> parte dos problemas <strong>de</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água estão relacionados com o uso <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong> máquali<strong>da</strong><strong>de</strong> e estratégias <strong>de</strong> alimentação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s. A incidência<strong>de</strong> doenças e parasitoses aumenta proporcionalmente à redução naquali<strong>da</strong><strong>de</strong> nutricional dos alimentos e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água e po<strong>de</strong>mcausar significativas per<strong>da</strong>s durante o cultivo. Boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> águae manejo nutricional garantem a saú<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>sempenho produtivodos peixes.É errôneo o conceito <strong>de</strong> que um alimento barato semprereduz o custo <strong>de</strong> produção e faz aumentar a receita líqui<strong>da</strong> por área<strong>de</strong> cultivo. Alimentos <strong>de</strong> alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> apresentam menor potencialpoluente, possibilitando um acréscimo <strong>de</strong> produção por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>área muito superior ao aumento no custo <strong>de</strong> produção, o que resultaem incremento <strong>da</strong> receita líqui<strong>da</strong> obti<strong>da</strong> por área <strong>de</strong> cultivo.carga poluente e menor a produção <strong>de</strong> peixes. Isto explica o aumentona capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte (máxima biomassa <strong>de</strong> peixes sustenta<strong>da</strong>em um sistema) com a troca <strong>da</strong> cama <strong>de</strong> frango por alimentos maiscompletos. O baixo custo do alimento não é garantia <strong>de</strong> maior lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong>no cultivo. A obtenção <strong>de</strong> uma maior receita líqui<strong>da</strong> por área<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> redução dos índices <strong>de</strong>conversão alimentar. Cerca <strong>de</strong> 10,6 kg <strong>de</strong> cama <strong>de</strong> frango foi aplicadocomparado a apenas 1,3 kg <strong>de</strong> ração extrusa<strong>da</strong> para produzir 1kg <strong>de</strong>peixe. A obtenção <strong>de</strong> melhores índices <strong>de</strong> conversão alimentar explicaa redução no custo <strong>de</strong> produção por quilo <strong>de</strong> peixe com o uso <strong>de</strong> umaração <strong>de</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo sendo esta a mais cara.11.2. Níveis <strong>de</strong> arraçoamento e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. Cole e Boyd (1986)<strong>de</strong>terminaram o impacto dos níveis <strong>de</strong> arraçoamento diário sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> água em viveiros estáticos <strong>de</strong> produção do bagre-do-canal (Tabela 8).O aumento nos valores <strong>de</strong> clorofila a indicam o aumento <strong>da</strong> populaçãofitoplanctônica proporcionado pelo acúmulo <strong>de</strong> nutrientes, nota<strong>da</strong>mente oN e o P, <strong>de</strong>vido ao aumento nos níveis <strong>de</strong> arraçoamento. Excessivo crescimentodo fitoplâncton aumenta a ocorrência <strong>de</strong> níveis críticos <strong>de</strong> oxigêniodissolvido, principalmente durante o período noturno. Níveis mínimos <strong>de</strong>oxigênio dissolvido igual ou menor que 1mg/l. foram observados quandoos níveis <strong>de</strong> arraçoamento diário eram iguais ou superiores a 84kg/ha,11.1. Potencial poluente dos alimentos. Neste ponto caberia umacomparação entre o potencial produtivo e poluente dos diferentestipos <strong>de</strong> alimentos usados em piscicultura (Tabela 7). Quanto piora quali<strong>da</strong><strong>de</strong> nutricional e estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do alimento na água, maior aexigindo aplicação freqüente <strong>de</strong> aeração <strong>de</strong> emergência.Em viveiros on<strong>de</strong> foram aplica<strong>da</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s igual ousuperior a 84 kg <strong>de</strong> ração/ha/dia, é provável a inibição do apetite eredução no crescimento <strong>de</strong>vido aos níveis críticos <strong>de</strong> amônia nãoioniza<strong>da</strong> durante os períodos <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, quando os valores <strong>de</strong> pH seelevam para 8,5 a 9,5 em resposta à intensa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fotossintética.Portanto, mesmo aplicando aeração suficiente para manter a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>a concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvido, a toxi<strong>de</strong>z por amônia po<strong>de</strong>limitar a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> sistemas com eleva<strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong>arraçoamento a níveis inferiores àqueles obtidos quando há a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> renovação <strong>de</strong> água.Proxima edição:<strong>Parte</strong> III (final)· A dinâmica do oxigênio dissolvido· Aeração <strong>de</strong> tanques e viveiros· Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água em sistemas <strong>de</strong> alto fluxo41

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