Infectologia Hoje: ano III - nº 10 - Linfomas - Sociedade Brasileira de ...
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<strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong>Boletim <strong>de</strong> atualização da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Infectologia</strong> – Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009www.infectologia.org.br<strong>Linfomas</strong>: diagnóstico e tratamentoUma reciclagem e a interface com a <strong>Infectologia</strong>Por Gisele W. B. Colleoni, Mauro José Costa Salles, Riguel Jun Inaoka e Thaís GuimarãesOOs linfomas constituem um grupoheterogêneo <strong>de</strong> doenças neoplásicasque se originam <strong>de</strong> células do sistemaimunológico, a gran<strong>de</strong> maioriatem origem nas células B euma minoria, em células T. Tradicionalmentesão divididos emlinfomas <strong>de</strong> Hodgkin (LH) elinfomas não-Hodgkin (LNH),que correspon<strong>de</strong>m respectivamentea 20% e 80% dos casos.Veja abaixo, no Quadro 1, a classificaçãorecente da OrganizaçãoMundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para as doençaslinfoproliferativas.Quadro 1Doenças linfoproliferativas - classificação da Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>80-90% <strong>10</strong>-20%Neoplasias <strong>de</strong> células BIndolentesLeucemia linfói<strong>de</strong> crônica (LLC)Linfoma linfocítico <strong>de</strong> pequenas célulasLinfoma folicular (grau I e II)Linfoma da zona marginal/MALTLinfoma da zona marginal esplênicoLeucemia <strong>de</strong> células pilosasPlasmocitoma/mielomaMo<strong>de</strong>radamente agressivasLeucemia pró-linfocíticaLinfoma <strong>de</strong> células do mantoLinfoma folicular (grau <strong>III</strong>)AgressivasLinfoma difuso <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s células BAltamente agressivasPrecursor B-linfoblásticoLinfoma <strong>de</strong> BurkittLinfoma <strong>de</strong> alto grau <strong>de</strong> células B, Burkitt likeNeoplasias <strong>de</strong> células TLinfoma <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s linfócitos granularesLinfoma <strong>de</strong> células T do adulto, tipo smol<strong>de</strong>ringMicose fungói<strong>de</strong>Leucemia linfói<strong>de</strong> crônica/ pró-linfocíticaLinfoma <strong>de</strong> células T do adulto, tipo crônicoLinfoma angiocêntricoLinfoma angioimunoblásticoLinfoma <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s linfócitos granulares, tipo NKLinfoma <strong>de</strong> células T-periféricoLinfoma intestinal <strong>de</strong> células TLinfoma <strong>de</strong> células T do adulto, tipo agudoLinfoma anaplásico <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s célulasPrecursor T-linfoblásticoLinfoma <strong>de</strong> Hodgkin
2 <strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong> Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009Quadro 2Agentes infecciososAspectos Epi<strong>de</strong>miológicosOs LH correspon<strong>de</strong>m a 1% <strong>de</strong>todas as neoplasias humanas e apresentamuma incidência estável. OsLNH correspon<strong>de</strong>m a 4% <strong>de</strong> todasas neoplasias humanas, e a suaincidência vem aumentando emtodo o mundo. Algumas das possíveiscausas do aumento da incidênciasão: maior número <strong>de</strong> diagnósticosprecoces <strong>de</strong> linfomas indolentes,aumento da população <strong>de</strong>imuno<strong>de</strong>primidos (secundariamentea transplantes <strong>de</strong> órgãos e à infecçãopelo HIV) e envelhecimentoda população. A incidência dosLNH é pouco maior no sexo masculinodo que no feminino, sendo aida<strong>de</strong> mediana para apresentaçãoem torno <strong>de</strong> 50 <strong>ano</strong>s. Em geral, aincidência em caucasi<strong>ano</strong>s é maiordo que em negros ou asiáticos.Os últimos dados sobre linfomasno Brasil foram publicados pelo InstitutoNacional do Câncer (INCA)em 2004, revelando mais <strong>de</strong> 3.000mortes, o que correspon<strong>de</strong> a umamédia <strong>de</strong> oito óbitos por dia.Vírus Epstein-Barr (EBV)HTLV-IAspectos etiológicosMuito se têm estudado a respeitodos fatores etiológicos e/ou fatores<strong>de</strong> risco para o <strong>de</strong>senvolvimentodos LNH. Porém, na maioria doscasos, a doença é <strong>de</strong> causa <strong>de</strong>sconhecida.Existe maior incidência <strong>de</strong>LNH em indivíduos que manipulamsolventes orgânicos, como pintores,mecânicos, trabalhadoresrurais e das indústrias química, <strong>de</strong>petróleo, <strong>de</strong> borracha e <strong>de</strong> plásticos.Há também maior incidência em indivíduosque manipulam substânciasquímicas como org<strong>ano</strong>fosforados,benzeno, tetracloreto <strong>de</strong>carbono, preservantes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira etintura <strong>de</strong> cabelo ou que se submeteramà quimioterapia (QT) eradioterapia (RT) no passado. Algunsagentes infecciosos <strong>de</strong>sempenhampapel importante na patogênese<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong>LNH e encontram-se <strong>de</strong>scritos noQuadro 2 abaixo.Classificação evolutivaDo ponto <strong>de</strong> vista clínico, osLNH po<strong>de</strong>m ser divididos em doisgran<strong>de</strong>s grupos: indolentes e agressivos.Os chamados linfomas <strong>de</strong>baixo-grau ou indolentes são aquelesque apresentam evolução lentacom linfa<strong>de</strong>nomegalia não-dolorosa<strong>de</strong> crescimento progressivo,esplenomegalia e freqüente comprometimentoda medula óssea, resultandoem citopenias no sangueperiférico. Os pacientes acometidospor esse tipo <strong>de</strong> linfoma costumamapresentar sobrevida <strong>de</strong> vários <strong>ano</strong>sAgentes infecciosos associados aos tipos <strong>de</strong> linfomaHerpes vírus hum<strong>ano</strong> tipo 8 (HHV8)Tipo <strong>de</strong> LNH relacionadoLinfoma <strong>de</strong> Burkitt endêmico na ÁfricaLinfoma <strong>de</strong> Burkitt esporádico<strong>Linfomas</strong> associados à AidsLinfoma T nasal<strong>Linfomas</strong> <strong>de</strong> HodgkinLeucemia/linfoma <strong>de</strong> células T do adultoLinfoma <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong> ouprimary effusion lymphomamesmo sem tratamento. Os subtipos<strong>de</strong> linfoma indolente mais comumenteencontrados são: os linfomasfoliculares (LF) graus I e II; olinfoma folicular grau <strong>III</strong>, que <strong>de</strong>veser tratado como o linfoma difuso<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s células B; o linfomalinfocítico <strong>de</strong> pequenas células e olinfoma <strong>de</strong> zona marginal (nodal,extr<strong>ano</strong>dal ou esplênico).Os linfomas agressivos são aquelesque apresentam linfa<strong>de</strong>nomegaliaou tumoração extr<strong>ano</strong>dal comevolução rapidamente progressiva,po<strong>de</strong>ndo levar ao óbito em semanasou meses se não forem rapidamentetratados. Os subtipos <strong>de</strong>linfoma agressivo mais comumenteencontrados são: o linfoma difuso<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s células B (LDGCB), olinfoma <strong>de</strong> células do manto, olinfoma <strong>de</strong> células T periféricas e olinfoma anaplásico <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s células,tipo T/null.Quadro clínicoOs principais sinais e sintomas dolinfoma incluem a presença <strong>de</strong> massastumorais comprometendo estruturasnodais (60 a 75% dos casos)ou extra-nodais (25 a 40% doscasos), além <strong>de</strong> fadiga, pruridocutâneo e sintomas B: febre, emagrecimento> <strong>10</strong>% do peso em seismeses e sudorese noturna.Os linfomas <strong>de</strong> Hodgkin (LH)acometem predominantementelinfonodos, baço e medula óssea enquantoos linfomas não-Hodgkin(LNH) po<strong>de</strong>m apresentar manifestaçõesextra-nodais em aproximadamente25% dos casos, mais comu-Quadro 3Quando <strong>de</strong>vemossuspeitar <strong>de</strong> linfoma?Quando o pacienteapresentarlinfonodomegalia:Vírus da hepatite C (HCV)Helicobacter pyloriChlamydia psittaciLinfoma linfoplasmocitói<strong>de</strong> associado àcrioglobulinemia mista tipo IILinfoma <strong>de</strong> zona marginal esplênicoLinfoma MALT (mucosa associatedlymphoid tissue) do estômago<strong>Linfomas</strong> MALT <strong>de</strong> anexos oculares✔ > 2 cm <strong>de</strong> diâmetro✔ firme✔ indolor✔ não associado a processoinfeccioso✔ que persiste por mais<strong>de</strong> quatro semanas
Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009<strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong> 3mente no estômago, pele, cavida<strong>de</strong>oral, intestino <strong>de</strong>lgado e sistemanervoso central.Diagnóstico diferencialEstes sintomas são também freqüentesem muitas doenças infecciosasprevalentes em nosso meioe por isso o diagnóstico <strong>de</strong> linfoma<strong>de</strong>ve figurar entre os diagnósticosdiferenciais das linfonodomegaliasfebris. Daí, também a importânciaQuadro 4Diagnósticodiferencial● Doenças viraisMononucleose (EBV, CMV),vírus respiratóriossuperiores (a<strong>de</strong>novírus,influenza), HIV, rubéola● Doenças bacterianasStreptoccus, Staphylococcus,Salmonella, Brucella,Listeria, doença daarranhadura do gato● Doenças fúngicashistoplasmose, blastomicose● Micobactériatuberculose, hanseníase● Clamídialinfogranuloma venéreo,tracomada suspeição <strong>de</strong>sta patologia peloinfectologista. Veja no Quadro 4,abaixo, as principais doenças causadoras<strong>de</strong> linfonodomegalias quecompreen<strong>de</strong>m o diagnóstico diferencial.DiagnósticoO diagnóstico dos LNH se baseiana biópsia do linfonodo ou damassa tumoral extr<strong>ano</strong>dal, <strong>de</strong>vendoo material ser examinado porpatologista experiente que irá classificara doença <strong>de</strong> acordo com critériosmorfológicos e imunohistoquímicos.O patologista faz a suspeita <strong>de</strong>LNH a partir da análise inicial doscortes histológicos obtidos dabiópsia <strong>de</strong> linfonodo, corados pelométodo <strong>de</strong> hematoxilina e eosina. Apartir daí, <strong>de</strong>verá dispor <strong>de</strong> um painel<strong>de</strong> anticorpos monoclonais queQuadro 5✔ Biópsia do linfonodo(ou da massa extra-nodal)✔ Patologista experiente✔ Classificar a doença<strong>de</strong> acordo com critérios:– morfológicos– imuno-histoquímicosserão utilizados em diversas reações<strong>de</strong> imunohistoquímica para i<strong>de</strong>ntificara presença <strong>de</strong> proteínas nocitoplasma ou núcleo das célulastumorais capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir: o tipo<strong>de</strong> tumor (linfoma ou carcinoma),o tipo <strong>de</strong> linfoma (LNH ou LH), aorigem celular do LNH (células Bou T) e o subtipo <strong>de</strong> LNH. Veja asprincipais recomendações para odiagnóstico dos linfomas no Quadro5 ilustrativo abaixo.A punção aspirativa por agulhafina (PAAF) é extremamente útilno diagnóstico diferencial <strong>de</strong>a<strong>de</strong>nomegalias, principalmente nadiferenciação <strong>de</strong> linfonodomegaliasreacionais, doenças linfoproliferativase metástase <strong>de</strong> carcinoma.Porém, a PAAF nunca po<strong>de</strong>substituir a biópsia <strong>de</strong> linfonodono diagnóstico e classificação doLNH.Exames para o diagnóstico dos linfomas● Espiroquetassífilis, leptospirose● Parasitastoxoplasmose● Protozoáriomalária● HematológicaLNH, LH, LLC, LLA, LMC, LMA,MW, distúrbios histiocíticos● Metastáticamama, TGI, cabeça e pescoço,pulmão, próstata, testículo,mel<strong>ano</strong>ma, sarcoma● InflamaçãoAR, LES, S. Sjögren,<strong>de</strong>rmatomiosite● Outrassarcoidose● tipo <strong>de</strong> tumor(linfoma ou carcinoma)● tipo <strong>de</strong> linfoma (LNH ou LH)– origem celular do LNH(células B ou T)– subtipo <strong>de</strong> LNHHE, 400XCD45Ro, 400XCD20+, 400X
4 <strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong> Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009O tipo histológico do LNH é o principal <strong>de</strong>terminanteda sobrevida e potencial <strong>de</strong> cura <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong>doenças. Porém, algumas características <strong>de</strong>tectadasno diagnóstico são capazes <strong>de</strong> prever a sobrevidaapós o tratamento inicial.EstadiamentoUma vez estabelecido o diagnóstico,o paciente <strong>de</strong>verá ser submetidoao estadiamento para <strong>de</strong>terminaçãoda extensão da doença. Paraisso, <strong>de</strong>verá ser realizado um examefísico <strong>de</strong>talhado com caracterização<strong>de</strong> tamanho, consistência ea<strong>de</strong>rência a pl<strong>ano</strong>s profundos doslinfonodos cervicais, axilares, submandibulares,infraclaviculares,epitrocleares, ilíacos, poplíteos eexame da cavida<strong>de</strong> oral, bem comopalpação <strong>de</strong> baço e fígado, pesquisa<strong>de</strong> alterações neurológicas e lesões<strong>de</strong> pele; exames <strong>de</strong> imagem,mais comumente, tomografia <strong>de</strong> tórax,abdome e pelve; e biópsia <strong>de</strong>medula óssea (unilateral).Outros exames importantes quepo<strong>de</strong>m auxiliar na avaliação geraldo paciente são: exame laboratorialcompleto envolvendo hemograma,função renal, função hepática eprovas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> inflamatóriaVHS, DHL e B-2-microglobulina;sorologia para HIV (principalmenteem linfoma difuso <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s célulase Burkitt), para HTLV-I(linfomas <strong>de</strong> células T cutâneos epresença <strong>de</strong> hipercalcemia), paraHCV (linfoma da zona marginalesplênico) e para HBV; exame dolíquor em linfomas com alto risco<strong>de</strong> infiltração do SNC, como:LDGCB em estádio IVB, linfomaem pacientes HIV ou HTLV-I positivoe linfomas comprometendotestículo, regiões paravertebrais eseios paranasais.O mapeamento com gálio e atomografia por emissão <strong>de</strong> pósitrons,utilizando o radiotraçador 18-fluor<strong>de</strong>oxiglicose (PET-FDG),também po<strong>de</strong>m ser utilizados em algumassituações. Feitos os exames,<strong>de</strong>ve-se classificar a extensão dadoença, <strong>de</strong> acordo com os critérios<strong>de</strong> Ann Arbor (estádio I a IV) comA = ausência <strong>de</strong> sintomas gerais; B= febre inexplicada, sudorese noturnae perda > <strong>10</strong>% do peso emseis meses.PrognósticoO tipo histológico do LNH é oprincipal <strong>de</strong>terminante da sobrevidae potencial <strong>de</strong> cura <strong>de</strong>sse grupo<strong>de</strong> doenças. Porém, algumas características<strong>de</strong>tectadas no diagnósticosão capazes <strong>de</strong> prever a sobrevidaapós tratamento inicial.Estas características foram agrupadasem um sistema <strong>de</strong> escore conhecidocomo Índice PrognósticoInternacional (IPI), elaborado porinstituições americanas e européiaspara linfomas agressivos tratadoscom esquema contendo doxorrubicina.Este índice é baseadonos seguintes critérios (quantomaior o número <strong>de</strong> fatores, maiora chance <strong>de</strong> progressão e menor asobrevida geral):● sexo masculino● ida<strong>de</strong> = ou > 45 <strong>ano</strong>s● estádio IV● albumina sérica < 4 g/dL● hemoglobina < <strong>10</strong>,5 g/dL● leucocitose > 15.000/mm3● linfopenia < 600/mm3 e/ou < 8%Para pacientes com LF, subtipomais freqüente <strong>de</strong> LNH indolente,existe um índice prognóstico específico- FLIPI (Follicular LymphomaInternational Prognostic In<strong>de</strong>x). Esteíndice utiliza os seguintes parâmetrosclínicos obtidos no diagnóstico(em negrito os fatores queinfluenciam negativamente o prognóstico):● ida<strong>de</strong> (> 60 <strong>ano</strong>s)● DHL paciente/normal (> 1)● hemoglobina (< 12g/dL)● estádio (<strong>III</strong>/IV)● número <strong>de</strong> sítios nodais (> 4)Autores:Gisele W. B. Colleoni – Graduadaem Medicina e com mestrado edoutorado pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong> São Paulo, é docente doDepartamento <strong>de</strong> Oncologia Clínicae Experimental da Unifesp<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997. Realizou Pós-Doutoradona área <strong>de</strong> Patologia Molecularem doenças linfoproliferativasno Memorial-SloanKettering Cancer Center, NovaYork, USA (1998/99).Mauro J. C. Salles – Médico daSanta Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong>São Paulo; professor da Faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> Ciências Médicas da SantaCasa; possui mestrado em BiologiaMolecular <strong>de</strong> Doenças Infecciosas,University of London(1998). Atualmente é o primeirosecretárioda SBI.Riguel Jun Inaoka – Médico comformação pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>raldo Rio Gran<strong>de</strong> do Norte,concluiu residência médica emHematologia e Hemoterapia pelaUnifesp em 2005, on<strong>de</strong> atualmentecursa Doutorado em Hematologiae Hemoterapia.Thaís Guimarães – Médicainfectologista da CCIH do Hospitaldo Servidor Público Estadual<strong>de</strong> São Paulo e do Hospital SantaCruz, presi<strong>de</strong>nte da Subcomissão<strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Infecção Hospitalardo Instituto Central do Hospitaldas Clínicas <strong>de</strong> São Paulo, doutorandaem Doenças Infecciosase Parasitárias pela Unifesp. Atualmenteé a coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Divulgaçãoda SBI.
Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009<strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong> 5Opções <strong>de</strong> terapias dos linfomasO surgimento dos anticorpos monoclonaismodificou a abordagemdos pacientes com linfoma agressivo.O Groupe d’Etu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lymphomed’Adultes (GELA) conduziu o primeiroestudo randomizado <strong>de</strong>monstrandoo benefício da adiçãodo rituximabe, um anticorpo monoclonalIgG1 quimérico anti- CD20,ao regime quimioterápico CHOP(RCHOP) em pacientes idosos (ida<strong>de</strong>> 60 <strong>ano</strong>s) com LDGCB no diagnóstico.Uma atualização dos resultados<strong>de</strong>ste estudo, após cinco <strong>ano</strong>s <strong>de</strong> seguimento,<strong>de</strong>monstrou que a melhorana resposta ao tratamento observadacom a adição do rituximabemantém-se ao longo do tempo(sobrevida global em cinco <strong>ano</strong>s <strong>de</strong>58% vs 45%, p = 0,0073). Três outrosestudos randomizados confir-maram este benefício em <strong>de</strong>terminadosgrupos <strong>de</strong> pacientes comLDGCB. Os estudos US IntergroupTrial e RICOVER-60 avaliaramo uso do rituximabe e quimioterapiaem pacientes idosos, enquantoo estudo MInT avaliou o seu usoem pacientes jovens (< 60 <strong>ano</strong>s) comperfil <strong>de</strong> bom prognóstico.Um estudo populacional realizadoposteriormente também <strong>de</strong>monstrouo benefício da adição dorituximabe à quimioterapia em todosos pacientes com diagnósticonovo <strong>de</strong> LDGCB na província <strong>de</strong>British Columbia, Canadá. A abordagem<strong>de</strong> pacientes com LDGCBpo<strong>de</strong> ser dividida em três situaçõesdistintas: pacientes com doença localizada,pacientes com doença disseminadae aqueles que apresentamrecidiva após remissão inicial. A seguirsão <strong>de</strong>talhadas cada uma dassituações:1. Doença localizadaA abordagem atual do pacientecom LDGCB localizado (estádio Iou II) recomenda o uso <strong>de</strong> R-CHOP por quatro ciclos. Se opaciente estiver em remissão completanesse ponto, <strong>de</strong>ve ser submetidoà radioterapia (RT) <strong>de</strong> camposenvolvidos ou dois ciclos adicionais<strong>de</strong> R-CHOP, baseado napreferência do paciente e localizaçãoda doença. Em pacientes comgran<strong>de</strong> massa tumoral “bulky”(><strong>10</strong>cm em seu maior diâmetro)com doença localizada, é aconselháveloferecer seis ciclos <strong>de</strong> R-CHOP, seguidos <strong>de</strong> RT em camposenvolvidos.2. Doença disseminadaNa década <strong>de</strong> 70, o regime CHOPQuadro 6Tratamento85% dos casos são curáveisLinfoma <strong>de</strong> HodgkinEstádio IA ou IIAEstádio IB, IIB, <strong>III</strong> ou IVQuimioterapia/radioterapia*QuimioterapiaRemissãoRefratárioSeguimentoRecidivaQuimioterapia<strong>de</strong> salvamentoQuimioterapia<strong>de</strong> salvamentoTransplante <strong>de</strong> células-troncohematopoéticasTransplante <strong>de</strong> células-troncohematopoéticas
6 <strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong> Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009tornou-se popular nos Estados Unidose foi consagrado como regime<strong>de</strong> tratamento padrão para pacientescom linfoma agressivo. Entretanto,na década subseqüente, o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> novos regimes <strong>de</strong> tratamentocomo M-BACOD, MACOP-B e ProMACE/CytaBOM <strong>de</strong>monstraramresultados aparentementemuito melhores do que o CHOP.Estes regimes, então chamados <strong>de</strong>terceira-geração, pareceram representarum avanço importante na terapiaaté que um gran<strong>de</strong> estudomulticêntrico intergrupos realizadonos Estados Unidos (1993) <strong>de</strong>monstrouque esses regimes <strong>de</strong> tratamentonão apresentavam nenhumasuperiorida<strong>de</strong> sobre o CHOP.Entretanto, a busca pela otimizaçãoda terapia para o LDGCBprosseguiu e, na Alemanha, estudosmulticêntricos nacionais <strong>de</strong>monstraramque a adição <strong>de</strong> etoposi<strong>de</strong>ao CHOP (CHOEP) melhoraa resposta ao tratamento empacientes jovens, e o CHOP administradocom intervalo <strong>de</strong> cada 14dias (CHOP-14) melhora a respostaem pacientes idosos.Porém, o estudo que trouxe maiorimpacto e mudou a prática clínica<strong>de</strong> abordagem do paciente comLDGCB em todo o mundo foiaquele realizado pelo GELA, quecomparou o regime CHOP aomesmo regime com adição do rituximabeem pacientes idosos (mencionadoanteriormente), com melhoraimportante na taxa <strong>de</strong> resposta,sobrevida livre <strong>de</strong> progressão esobrevida global com a adição doanticorpo monoclonal.A abordagem terapêutica atualpara pacientes com LDGCB disseminadofora do contexto <strong>de</strong> estudosclínicos é o uso <strong>de</strong> R-CHOP, apósiniciar alopurinol (para prevenção <strong>de</strong>síndrome <strong>de</strong> lise tumoral, especialmenteem pacientes com gran<strong>de</strong>smassas tumorais). Após quatro ciclos,o paciente po<strong>de</strong> ser submetidoa novo estadiamento e, se estiver emremissão completa, <strong>de</strong>ve receberdois ciclos adicionais, e então suspen<strong>de</strong>ro tratamento. Se o paciente apresentarmassa “bulky” (> <strong>10</strong> cm emseu maior diâmetro), a RT adjuvantepo<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada, se for possívelirradiar a região comprometidacom segurança. Pacientes que apresentamenvolvimento <strong>de</strong> testículo,seios paranasais ou região epiduralao diagnóstico <strong>de</strong>vem receberconcomitantemente profilaxia commetotrexate intratecal.O transplante <strong>de</strong> células-troncohematopoiéticas (TCTH) autólogastêm se mostrado uma terapia eficazpara pacientes com LDGCB. Apesar<strong>de</strong> haver controvérsias na interpretaçãodos resultados, o transplanteparece beneficiar apenas pacientes<strong>de</strong> alto risco que atingiram remissãocompleta após término da terapiapadrão <strong>de</strong> indução.3. <strong>Linfomas</strong> IndolentesPacientes com doença localizada<strong>de</strong>vem ser tratados com RT local,pois nesse caso a abordagem po<strong>de</strong>ter potencial curativo. O papel dotratamento adicional com quimioterapiae/ou rituximabe em doençalocalizada <strong>de</strong>verá ser melhor <strong>de</strong>fi-Quadro 7Tratamento LNH1 a . linhaQuimioterapiaRadioterapiaSínteseprotéicaCheckpointFase SFases e checkpoints do ciclo celular ativoCheckpointFase G2/MCheckpointFase MDuplicaçãoDNATerapia alvo-específicaCheckpointG1/SConsolidação<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipohistológico e fatoresprognósticosAltas doses <strong>de</strong> quimioterapiaTransplante <strong>de</strong> medula óssea● Autólogo● Alogênico➞● Granulocitopenia febril● Infecções oportunistas
Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009<strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong> 7Quadro 8<strong>Linfomas</strong>: do diagnóstico ao tratamentoLNH agressivos e LHDiagnósticoprecoceTratamentoimediatonido pelos estudos clínicos que estãoem andamento. Atualmente, oinício do tratamento em pacientescom LF é indicado se houversintomas B, gran<strong>de</strong>s massas tumoraise/ou esplenomegalia com risco<strong>de</strong> compressão <strong>de</strong> estruturas adjacentes,citopenias por comprometimentoda medula óssea ou porfenômenos auto-imunes secundários(púrpura trombocitopênicaimunológica, anemia hemolíticaauto-imune) e em casos <strong>de</strong> rápidaprogressão da doença.Uma vez indicado o tratamento,po<strong>de</strong>-se optar entre as várias abordagensterapêuticas disponíveis.Nos LFs, a terapia <strong>de</strong> primeira linharecomendada é o R-CHOP,baseado em dados recentes <strong>de</strong>monstrandomaior taxa <strong>de</strong> respostaglobal, maior duração das respostas,eprovável melhora nasobrevida dos pacientes com estaabordagem.A opção <strong>de</strong> esquema baseado emagente alquilante àqueles baseadosem fludarabina para LF é a maisaceita atualmente <strong>de</strong>vido à maiordificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> célulastroncohematopoiéticas para usoposterior em pacientes tratadoscom fludarabina.Pacientes idosos e/ou com pior“performance status” continuamsendo candidatos à monoterapiacom clorambucil. A monoterapiacom rituximabe po<strong>de</strong> ser apropriadapara pacientes que optampor não receber quimioterapia. Aterapia <strong>de</strong> manutenção com rituximabe<strong>de</strong>ve ser oferecida por pelomenos dois <strong>ano</strong>s (375mg/m 2 a cada3 meses por 8 doses) baseado emresultados <strong>de</strong> estudos clínicos recentesque apóiam este procedimento.Os TCTH autólogo ou alogênicorepresentam uma abordagemterapêutica alternativa em LF. Algumasdas limitações do TCTHautólogo são: alta incidência <strong>de</strong> recidivada doença e risco <strong>de</strong> mielodisplasiasecundária. Avanços futurosnesta área <strong>de</strong>vem envolverincorporação <strong>de</strong> anticorpos monoclonaisnos regimes <strong>de</strong> condicionamentoe no período pós-transplante,novas estratégias para purificaçãodas células-tronco e administração<strong>de</strong> terapia adicional no períodopós-transplante.Seguimento emonitoração das recidivasO seguimento após o término dotratamento dos LNH é feito por meio<strong>de</strong> exame físico, avaliação laboratoriale tomografias periódicas (ouPETFDG, se disponível) para diagnósticoprecoce <strong>de</strong> eventuais recidivas.Nos LNH agressivos, as recidivascostumam ocorrer nos primeirosdois <strong>ano</strong>s após o término do tratamentoe a <strong>de</strong>tecção precoce é fundamentalpara a indicação <strong>de</strong> terapiapotencialmente curativa com altaPrognósticofavorávelCuradose <strong>de</strong> quimioterápicos (ICE,DHAP) e TCTH autólogo nos pacientesmais jovens.Os pacientes com LNH indolentespo<strong>de</strong>m apresentar padrão <strong>de</strong> recidivaconstante e progressiva refratarieda<strong>de</strong>ao tratamento, até evoluírempara transformação histológicae LNH refratário <strong>de</strong> alto grau <strong>de</strong>malignida<strong>de</strong>.PerspectivasAvanços em exames <strong>de</strong> imagem,como o PETFDG, po<strong>de</strong>rão modificara abordagem no estadiamentoe re-estadiamento dos pacientescom LNH, a exemplo do que jávem ocorrendo em LDGCB. Amelhor compreensão das alteraçõesgenéticas e perfis <strong>de</strong> expressãogênica associadas à fisiopatogeniado LNH po<strong>de</strong>m favorecer o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> terapias-alvoindividualizadas. A quimioimunoterapiaaumentou a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> cura em um número significante<strong>de</strong> pacientes com LDGCB e estenúmero <strong>de</strong>ve continuar a crescernos próximos <strong>ano</strong>s.Apesar dos avanços no tratamento,até recentemente existiampoucas evidências <strong>de</strong> aumento nasobrevida dos pacientes com LF.Com a associação do anticorpomonoclonal anti-CD20 à quimioterapia,aparentemente houve umamudança na história natural <strong>de</strong>ssadoença, traduzido no tão esperadoimpacto na sobrevida global. Assim,alguns pontos necessitam <strong>de</strong> melhor<strong>de</strong>finição nos próximos <strong>ano</strong>s, em relaçãoao LF particularmente em relaçãoaos seguintes questionamentos:1) pacientes assintomáticos<strong>de</strong>vem continuar em conduta expectanteou <strong>de</strong>vem ser tratados ao diagnóstico;2) qual é a melhor escolhapara tratamento <strong>de</strong> primeira linha;3) qual o papel da terapia <strong>de</strong> manutençãoe; 4) em que situações indicaro TCTH nessa doença.LNH indolentesDiagnósticocorretoTratamentoquandonecessárioSobrevidacomqualida<strong>de</strong>ResumindoOs Quadros 6 e 7 resumem as opçõesterapêuticas dos LH e LNH.Já o Quadro 8 oferece uma síntesequanto à abordagem dos linfomas ,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o diagnóstico às condutaspara o tratamento.
8 <strong>Infectologia</strong><strong>Hoje</strong> Ano <strong>III</strong> – nº <strong>10</strong> – Abr/Mai/Jun 2009Bibliografia recomendadaARMITAGE JO How I treat patientswith diffuse large B-cell lymphomas.Blood. 2007;1<strong>10</strong>(1):29-36.DAVE SS, WRIGHT G, TAN B et al.Prediction of survival in follicular lymphomabased on molecular features oftumor-infiltrating immune cells. NEngl J Med. 2004; 21:2159-69.GRIBBEN JG How I treat indolent lymphoma.Blood. 2007;<strong>10</strong>9(11): 4617-26.HANS CP; WEISENBERGER DD;GREINER TC et al. Conformationof the molecular classification of diffuselarge B-cell lymphoma by immunohistochemistryusing a tissuemicroarray. Blood. 2004;<strong>10</strong>3:275–282JAFFE ES, HARRIS NL, STEIN H,et al. World Health OrganizationClassification of Tumors. Pathologyand Genetics. Tumours of Haematopoieticand Lymphoid Tissues.Lyon, France: IARC Press 2001.NCCN. National Comprehensive CancerNetwork. 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Maseste número, se comparado aos paísesmais <strong>de</strong>senvolvidos, é muito pequeno.Acredita-se que a incidênci<strong>ano</strong> país ainda seja subnotificadaporque muitos pacientes acabammorrendo sem saber que tinham adoença.Pesquisa realizada em 2008 pelaAssociação <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Linfoma eLeucemia (Abrale) i<strong>de</strong>ntificou quea média <strong>de</strong> tempo que um pacienteleva para ser diagnosticado comlinfoma é <strong>de</strong> cinco meses. Por apresentaremsintomas muito inespe-cíficos – como aumento <strong>de</strong> gânglios,febre, sudorese noturna, perda <strong>de</strong>peso e fadiga – o diagnóstico dolinfoma po<strong>de</strong> ser impreciso e confundidocom o <strong>de</strong> outras doenças,em especial as doenças infecciosas.Para aumentar o diagnóstico precoce,não só a população precisa estarinformada a respeito da doença,mas principalmente os médicos cujospacientes po<strong>de</strong>m apresentar a sintomatologiacaracterística da doença. AAssociação <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Hematologiae Hemoterapia i<strong>de</strong>alizou uma campanhaconjuntamente com a Rochepara trabalhar a importância da<strong>de</strong>tecção precoce do linfoma entre as<strong>de</strong>mais especialida<strong>de</strong>s.A SBI é umas das socieda<strong>de</strong>smédicas que a<strong>de</strong>riram à campanha“Juntos contra o Linfoma”. A parceriateve o lançamento em Bonito/MS, durante a I Conferência <strong>Brasileira</strong><strong>de</strong> <strong>Infectologia</strong> Hospitalar,com uma apresentação da médicahematologista da Unifesp, GiseleColleoni, sobre o tema “Linfoma: dodiagnóstico precoce ao tratamento”.A parceria inclui ainda anúnciose artigos científicos nas publicaçõesda SBI, como esta edição especialdo <strong>Infectologia</strong> <strong>Hoje</strong>, e apresentaçõesem eventos regionais e noXVI Congresso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Infectologia</strong>que ocorrerá em outubro,em Maceió/AL.INFECTOLOGIA HOJE Boletim trimestral <strong>de</strong> atualização técnico-científica da SBI.Consultora técnica: Dra. Thaís Guimarães Editor: Fernando Fulanetti (MTb 21.186/SP)Coor<strong>de</strong>nação: Givalda Guanás Arte e diagramação: José Humberto <strong>de</strong> S. Santos. Épermitida a reprodução do conteúdo <strong>de</strong>sta publicação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte.DIRETORIA DA SBI (2008/<strong>10</strong>) Presi<strong>de</strong>nte: Juvencio José Duailibe Furtado Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Marcelo Simão Ferreira 1º Secretário: Mauro José Costa Salles 2ª Secretária:Beatriz Grinsztejn 1º Tesoureiro: Francisco Bonasser Filho 2º Tesoureiro: Carlos RobertoBrites Alves. Coor<strong>de</strong>nadores: João Silva <strong>de</strong> Mendonça (Científico),Thaís Guimarães(Divulgação) e Hamilton Antonio Bonilha <strong>de</strong> Moraes (Informática). Se<strong>de</strong> da SBI: RuaDomingos <strong>de</strong> Moraes, nº <strong>10</strong>61 - cj. 114 - CEP 04009-002 - Vila Mariana - São Paulo/SP.Tel/fax: (11) 5572-8958 / 5575-5647. Website na internet: www.infectologia.org.br (esteboletim está disponível no menu publicações). E-mail institucional: sbi@infectologia.org.brEsta edição contou comum suporte irrestrito daRoche Brasil