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iv congresso internacional de psicopatologia fundamental

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4até o osso da análise, ao sem-sentido que já não tem mais <strong>de</strong>cifração. Isso leva o falasser à invenção <strong>de</strong>um “saber-fazer com o real” 17 que não visa simplesmente a cura no sentido formal do termo. Aocontrário, o objet<strong>iv</strong>o é alcançar um significante novo que nomeie o incurável do sintoma e façainsígnia ao falasser, uma nova escrita. Enfim, um nome <strong>de</strong> gozo que satisfaz a exigência pulsional emodifica o estatuto <strong>de</strong> gozo. Trata-se <strong>de</strong> uma amarração sinthomatizada do R.S.I que engloba sintomae fantasia, ao mesmo tempo em que respon<strong>de</strong> a uma cifra <strong>de</strong> gozo – S 1 e a –, conforme elucidaMiller 18 .Lacan 19 ensina ao psicanalista como se articular na clínica do sinthoma. “Isso quer dizerque, por algum lado, ensinamos o analisante a emendar, a fazer a emenda entre seu sinthoma e o realparasita do gozo. O que é característico <strong>de</strong> nossa operação, tornar esse gozo possível, é a mesma coisaque o que escreverei como gouço-sentido [j’oui-sens]. É a mesma coisa do que ouvir um sentido. É <strong>de</strong>suturas e emendas que se trata na análise”.Para concluir, po<strong>de</strong>mos indagar: qual o <strong>de</strong>stino da <strong>de</strong>vastação feminina no final <strong>de</strong>análise? A partir da teorização acima ainda po<strong>de</strong>mos falar em suplência pelo amor?O valor do sinthoma como amarração exige articular dois momentos precisos: o gozo queconverge à fantasia, $ a, e a cifra <strong>de</strong> gozo que o falasser singulariza. O sinthoma, como satisfaçãoformalizada ao final <strong>de</strong> uma análise, enlaça <strong>de</strong> forma inédita os três registros fornecendo uma novamodalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento ao incurável do sintoma. Nesta dimensão, o sinthoma significa o avesso da<strong>de</strong>vastação, que na verda<strong>de</strong> temos que ler utilizando a topologia dos nós borromeanos.Entretanto sabemos que a psicanálise não crê no mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al do <strong>de</strong>saparecimentosintomático, pois existem restos pulsionais que constituem a alíngua e se agregam à estrutura do serfalante tão logo ele se constitui como corpo. Então, a questão é saber qual o <strong>de</strong>stino que cada um daráa essa cifra primit<strong>iv</strong>a <strong>de</strong> gozo, a esse resto pulsional, algo opaco que antece<strong>de</strong> a constituição do corpo,afinal, a nomeção pelo sinthoma implica que ele tenha que se virar com isso.17 Cf. a expressão que serviu <strong>de</strong> título ao l<strong>iv</strong>ro Saber fazer com o real: diálogos entre psicanálise e arte. Em: LIMA, M. M.& JORGE, M. A.C. (orgs). Rio <strong>de</strong> Janeiro: Companhia <strong>de</strong> Freud/PGPSA/IP/UERJ, 2009.18 MILLER, J.-A. (1986-87/1999) Los signos <strong>de</strong>l goce. Buenos Aires: Paidós, pp. 252-254.19 LACAN, J. (1975-76/2007) O seminário, l<strong>iv</strong>ro 23: o sinthoma. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar Ed., pp. 70-71.

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