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EDIÇÃO 04 - Agosto/06 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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desses resultados que essas matériasprimasproduzem contaminação dosmateriais produzidos por seu emprego,bem como nos RSI gerados.Infelizmente, os limites de quantificação(LQ) para os elementos Cd e Pb dastécnicas analíticas disponíveis eempregadas neste estudo não tiveram asensibilidade necessária, isto é, os LQsestavam acima dos limites máximos desolubilização (ver Tabela 2). Mesmoassim, para algumas amostras, asconcentrações dos extratos analisadosficaram acima do LQ, portanto, tambémacima do limite máximo de solubilização.No entanto, se a técnica deespectrofotometria de absorçãoatômica por forno de grafite, porexemplo, estivesse disponível, estainadequação teria sido evitada(NASCIMENTO, 2003).Para os resíduos (sólidos) lodososdas indústrias estudadas (Tabela 3),nos extratos de amostras coletadas daetapa de decoração ou que tiveramcontato com esta etapa (como águasde lavagens), a maioria dasconcentrações de Pb ultrapassou oslimites de lixiviação, portanto, estesresíduos são classificados como ClasseI-perigosos. Já nos extratos dasamostras das etapas anteriores àdecoração, como no preparo da massacerâmica ou dos estampos de gesso, asconcentrações de Al, Cd, Cr e Pb naIndústria C, e Al e Pb na Indústria B,ultrapassaram os limites de solubilização,classificados como resíduos de ClasseIIA-não-inertes. Os extratos do processode lixiviação/efluente da Indústria A, asconcentrações obtidas de As, Cd, Cu, Pbe Zn não ultrapassaram asconcentrações máximas de lançamentode efluentes (Decreto n. 8.468/76 ouda CONAMA n. 357/05) (SÃO PAULO,1976; e BRASIL, 2005,respectivamente), e estes resíduos sãoclassificados como Classe IIB-inertes.Nas amostras de peças quebradas dechacote (peça cerâmica que passou pela1 a queima) com esmalte (que ainda nãorecebeu a 2 a queima e, portanto, nãovitrificou), seus extratos obtidos nalixiviação tiveram as concentrações de Pbacima dos limites de lixiviação (Tabela 4),sendo classificados como resíduos deClasse I-perigosos. Já as demaisamostras de peças quebradas cerâmicase de estampos de gesso tiveram, emseus extratos obtidos na solubilização,concentrações de Al, Cd, Cr e Pb acimados limites de solubilização, sendoclassificadas como Classe IIA-não-inertes.Os resíduos da Indústria B, de peçasquebradas, são do mesmo tipo que osda Indústria A, e os resíduos deestampos de gesso são do mesmo tipopara as três indústrias, razão pela qualnão foram realizados mais ensaios comesses, pois a expectativa seria deresultados similares.Os resultados de análises para oscompostos orgânicos benzeno, toluenoe xileno (BTX), dos efluentes das pias 1e 2 da Indústria C, estão dispostos naTabela 5. Como esses compostosorgânicos foram analisados em efluentelíquido os resultados das análisesefetuadas teriam, obrigatoriamente, deserem comparados a valores delançamento de efluentes tanto doDecreto Estadual n. 8.648/76 (SÃOPAULO, 1976) como da ResoluçãoCONAMA n. 357/05 (BRASIL, 2005). Noentanto, a lista de padrões referida nãoinclui esses compostos (consta da listaapenas cinco diferentes compostosorgânicos: clorofórmio, dicloroeteno,fenóis totais, tetracloreto de carbono etricloroeteno). Outra possibilidade decomparação dos resultados da Tabela 5seria com os limites de odor listados naTabela 6, o que também não écompatível, pois os dados levantados sereferem à efluente e não à concentraçãodesses compostos da atmosfera. Apesardessas impossibilidades de comparaçõescom valores orientadores, fica aparenteque os efluentes analisados, e teremconcentrações significativamente acimado LQ para o tolueno e xilenos, e seremcompostos muito voláteis e altamentetóxicos, representam riscos aosecossistemas e seres humanos. Obenzeno é carcinogênico (leucemia) econcentrações acima de 32 mg m -3devem ser evitadas, enquanto o toluenotem sido associado a casos de danosneurológicos permanentes em crianças(CETESB, 2001). No entanto, essecomposto não se constitui empreocupação para esse estudo de caso,pois os resultados das análises dasamostras coletadas estiveram abaixo dolimite de detecção do métodoempregado em laboratório (ver Tabela 6).Deve ser também considerado que anorma ABNT NBR n. 10.0<strong>04</strong>/<strong>04</strong>estabelece que os compostos orgânicosbenzeno, tolueno e xileno sãoinflamáveis e tóxicos. Para o benzeno, aconcentração mínima, para que umresíduo seja considerado perigoso, é de20 mg kg -1 (não estão estabelecidosvalores equivalentes para tolueno exilenos). Registre-se também que otolueno está na listagem n. 4 – anexo Dde substâncias que conferempericulosidade a resíduos industriais(Classe I-perigoso) desta norma daABNT. Infelizmente, o presente estudonão analisou BTX nos resíduosestudados e o levantamento deinferências a este respeito não sãopossíveis no momento.CONCLUSÕESO presente estudo revelou que osresíduos das indústrias de cerâmicasartísticas da cidade de Porto Ferreira-SPnão são inertes como, popularmente,supunha-se anteriormente. Asagosto 20<strong>06</strong>13

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