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EDIÇÃO 04 - Agosto/06 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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concentrações de metais, metalóide edos compostos orgânicos determinadasneste estudo foram, de certa forma, umasurpresa ruim, pois como esses resíduoscerâmicos provêm, basicamente, deargilas, não se esperava que algunsresíduos fossem classificados comoClasse I-perigosos. A expectativa era que,no máximo, tais resíduos seclassificassem como Classe IIA-nãoinertes,especificamente, pela presençados esmaltes da decoração.Reconhece-se ser essencial arealização de estudos futuros (maisamplos e sistemáticos) de caracterizaçãodos resíduos sólidos das indústrias decerâmicas artísticas da cidade de PortoFerreira-SP abordadas neste trabalho,bem como de outras, para a devidaaplicação de tecnologias para segregar,tratar e remediar o problema causadopelos RSI desta cidade. Sugere-setambém seja investigada contaminaçãoatmosférica, uma vez que o Pb e,eventualmente, outros elementos,poderiam estar sendo liberados para aatmosfera pela queima das peçasesmaltadas nos fornos. A título deexemplo, pode-se citar que o estudo dapoluição desse tipo de indústria naEspanha tem maior ênfase na avaliaçãoda contaminação atmosférica (LÓPES etal, 2001).Deve-se considerar também aexistência no mercado de tecnologiasde tratamento e até dereaproveitamento possíveis de seremaplicadas ao material cerâmico em geral,como as que utilizam tais materiais naconstrução civil. Portanto, ao invés deserem construídos aterros industriaisClasses I e II, ou se realizarem gastosexcessivos com recursos públicos parao envio dos resíduos de indústrias decerâmicas artísticas até aterros emcidades distantes de Porto Ferreira (SP)(como é feito no presente caso),deveria ser montado um plano para oreaproveitamento destes, pelaimplantação de um programa degestão. Em decorrência dos resultadosobtidos por este trabalho sugere-seque os resíduos das peças quebradas,dos estampos de gesso descartados ede lodo contaminado, possam serreutilizados na fabricação de cimento, eos resíduos de lodos não-contaminadospossam ser reutilizados na massacerâmica.Dentre as várias justificativas principaispara não se ter ainda implementado umprograma de gestão desses resíduos,bem como suas conseqüênciasnegativas estão: (a) gastos na troca datubulação da rede de esgotos, entupidapelos lodos provenientes do processoindustrial; (b) questão da saúde públicae ambiental, por metais pesados ealguns compostos orgânicosincorporados a estas lamas; (c)deposição desses resíduos em qualquerlocalidade dessa cidade, como terrenosbaldios, garagens de domicílios e locaisadjacentes ao rio Moji-Guaçu,verdadeiros chamarizes para deposiçãode outros tipos de lixos, transformandoa área em lixão.Decorrente disso, os compostos dealta toxicidade ambiental (aosecossistemas e ao homem) estão sendolixiviados e/ou solubilizados dessesresíduos, inadequadamente dispostos, epodem estar migrando direta e/ouindiretamente em direção ao rio Moji-Guaçu, o que demanda urgente açãodas empresas e dos poderes públicoslocais.A sugestão final que se podeapresentar é: os resíduos quemostraram concentrações de metais emetalóide estudados acima dos limitesmáximos de lixiviação devem sersegregados (isto é, separados dosdemais que não violam tais limites) edispostos em aterro industrial Classe I-perigosos. Das três indústrias estudadas,os resíduos da etapa de decoração ouque tiveram contato com esta, devem tera mesma destinação, pois, entre osmetais investigados, o Pb apresentou asmaiores concentrações acima desselimite. Os outros resíduos classificadoscomo Classe IIA-não-inertes e mesmo osde Classe IIB-inertes devem sersegregados dos demais e dispostos ematerro industrial Classe IIA-não-inertes.Agradecimentos: À Fapesp pela bolsade mestrado do segundo autor (Proc.n. 01/12668-9, sob responsabilidade deAntonio A. Mozeto) e aos técnicos doLaboratório de Poços de Caldas-MG daCNEN pelo treinamento da bolsista erealização das análises químicas demetais e metalóide.BIBLIOGRAFIAASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. Norma Técnica NBR n. 10.0<strong>04</strong>,Resíduos sólidos. Rio de Janeiro: ABNT, 20<strong>04</strong>a.. Norma Técnica NBR 10.005, Lixiviação deresíduos. Rio de Janeiro: ABNT, 20<strong>04</strong>b.. Norma Técnica NBR n. 10.0<strong>06</strong>, Solubilizaçãode resíduos. Rio de Janeiro: ABNT, 20<strong>04</strong>c.. Norma Técnica NBR n. 10.007, Amostragemde resíduos. Rio de Janeiro: ABNT, 20<strong>04</strong>d.BRAILE P. M.; CAVALCANTI, Jewa. Manual detratamento de águas residuárias industriais. SãoPaulo: Cetesb, 1993.BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. ConselhoNacional do Meio Ambiente. Resolução n. 313, 29de outubro de 2002. Dispõe sobre o InventárioNacional de Resíduos Sólidos Industriais. ResoluçãoCONAMA n. 313_02 revoga 0<strong>06</strong>_88 ResiduosSolidos.htm. Brasília, DF: CONAMA, 2002.. Conselho Nacional do Meio Ambiente.Resolução n. 357, de 17 de março de 2005.Dispõe sobre a classificação dos corpos e diretrizesambientais para seu enquadramento, bem comoestabelece as condições e padrões de lançamentode efluentes, e dá outras providênciais. Brasília:CONAMA; 2005. Disponível em:14Revista Brasileira de Ciências Ambientais – número 4

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