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Estratagema dos Dois Peões - Clube de Xadrez de Curitiba

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Ciclo <strong>de</strong> Palestras do <strong>Clube</strong> <strong>de</strong> <strong>Xadrez</strong> <strong>de</strong> <strong>Curitiba</strong> - 09 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2011HENRIQUE MARINHO - SACRIFÍCIO POSICIONAL DE PEÃO: ESTRATAGEMA DOS DOIS PEÕESpossibilida<strong>de</strong> da aplicação do "estratagema <strong>dos</strong> dois peões"mas <strong>de</strong>slocado uma coluna para a direita.D9) Configuração do estratagemaMesmo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> O-O-O das negras, ainda assimé possível o SpP no estratagema <strong>dos</strong> dois peões.D10) <strong>Estratagema</strong> <strong>dos</strong> dois peõesNotar a sequência <strong>dos</strong> acontecimentos: primeiro o SpP12.e5!; <strong>de</strong>pois da aceitação do sacrifício segue o avanço dooutro peão (13.f5), cujo resultado é o corte <strong>de</strong> LEC negras, acriação <strong>de</strong> novas LEC brancas e corte <strong>de</strong> LIC negras pelo retornodo e6. O bispo acrescenta mais um corte na LIC da 7.ªfila. Se o rei negro, <strong>de</strong>scontado seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>fensivo, tambémestivesse nessa ala po<strong>de</strong>ria haver um agravamento na posiçãonegra. Observar a criação da LEC para este cavalo queagora se <strong>de</strong>sloca em direção ao campo adversário. Brancas realizam uma concentraçãoofensiva <strong>de</strong> força-COF contra a ala <strong>de</strong> rei, um ataquelateral. Se o monarca negro estivesse no setor, seria um clássicoataque ao rei. Brancas recuperam seu peão sacrificadomas é comum após o SpP surgirem novos sacrifícios. Brancas<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m sua dama atacando o d6 graças ao e4 aísituado após o SpP no estratagema do dois peões. Comosempre acontece, no fundo encontramos a questão da iniciativae da coor<strong>de</strong>nação das peças, vale dizer brancas não se<strong>de</strong>scuidam da enxadrística da posição! E é justamente no setorda enxadrística da posição que constatamos o déficit causadopela aplicação do estratagema <strong>dos</strong> dois peões. Por fim conseguema vantagem <strong>de</strong> um peão, mas em seguida brancas arrematama partida com a seguinte <strong>de</strong>cisão tática: Se 31...a8 31.c8#POLUGAEVSKY, L. - TAL, MMoscou 1969D11) Configuração do estratagema como em D2 D12) Momento da aplicação do estratagema Um SpP nos termos do estratagema <strong>dos</strong> dois peões,mas agora vejam: Hiarcs analisando a posição D12 fazseis sugestões nessa or<strong>de</strong>m: 16.h4; 16.f4; 16.e3;16.e2; 16.h3 e 16.c1 indicando igualda<strong>de</strong> em todas asvariantes. Em outras palavras, Hiarcs na velocida<strong>de</strong> "megabaites"<strong>de</strong> meu computador não conseguiu vislumbrar, <strong>de</strong>sconfiar,nem ensaiar o SpP 16.d5! ainda que nos termos doestratagema <strong>dos</strong> dois peões.3


Ciclo <strong>de</strong> Palestras do <strong>Clube</strong> <strong>de</strong> <strong>Xadrez</strong> <strong>de</strong> <strong>Curitiba</strong> - 09 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2011HENRIQUE MARINHO - SACRIFÍCIO POSICIONAL DE PEÃO: ESTRATAGEMA DOS DOIS PEÕESD13Tomando por base os diagramas D4 e D6, observar o b7cortado na sua ação central por seu próprio peão d5 e a criaçãodas LEC para as peças brancas po<strong>de</strong>rem se reunir emCOF num ataque direto ao rei. Este é um sacrifício(não uma combinação!) porque <strong>de</strong>senvolve o plano <strong>de</strong>jogo ataque ao rei pela criação <strong>de</strong> novas LEC nessa ala. Até aqui Hiarcs concordoucom to<strong>dos</strong> os lances seja como primeiras ou segundasopções.D14 Segundo Hiarcs um erro! Deveria ter sido jogado21...f5! que po<strong>de</strong>ria levar ao empate após 22.h5+xh5 23.e6 e7 24.h2+ h4 25.xg7+ g526.e6+ h5 27.g7+ e repetição <strong>de</strong> lances. Após este lance, brancas que vinham correndoatrás nas avaliações <strong>de</strong> Hiarcs, agora já estão à frente com umíndice <strong>de</strong> + 0.73, equivalente a quase um peão a mais! Se 22...xh5 23.g4+ g6 24.f5+ h625.xf7+ xf7 26.h5# Uma <strong>de</strong>cisão tática é proposta às negras seestas <strong>de</strong>sejarem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu cavalo com 27...a4: seguiria28.h6+ g7 29.e7 e8 30.f5+ ganhando. D15) Decisão tática da partidaO ESTRATAGEMA NA DEFENSIVAA partida L'AMI, E (2628) - NAKAMURA,H (2751); TateStell, Wijk ann Zee 2011, chegou ao diagrama D16 após:1.d4 f6 2.c4 e6 3.c3 b4 4.c2 0-0 5.a3 xc3+6.xc3 b5 7.cxb5 c6 8.g5 cxb5 9.e3 b7 10.f3 h611.h4 a6 12.d3 d6 13.0-0 bd7 14.fc1 b6 15.c7fc8 16.xb6 xb6 17.g3 xc1+ 18.xc1 c819.xc8+ xc8 20.h3 e4 21.h2 f8 22.e1 d2!23.f3 f5 24.c2 e7 25.f2 b6 26.e2 b3 27.b4a5 28.c2 ac4 29.d3 a5 30.g3 d5 31.f2 g532.g4 a4! 33.e4 fxe4 34.fxe4 db6D16O comentarista do Chessbase <strong>de</strong>screve este momento daseguinte forma: "Só há um único caminho para evitar a <strong>de</strong>rrota,você consegue encontrá-lo? Não é fácil e não há dúvidas<strong>de</strong> que o GM holandês também estava apurado no tempo". "Não é isto que <strong>de</strong>ve ser feito e se f3 falha <strong>de</strong>vidoa d2+. O movimento correto é 35.d5! A idéia é que<strong>de</strong>pois que 35...exd5 brancas tem o recurso 36.e5!! dxe537.xe5! xe5 38.xb6 e o par <strong>de</strong> bispo das brancascombinado com o bispo mal das negras compensam o seu peãoextra. Depois que o bispo branco vá a d4 não haverá nenhumachance <strong>de</strong> ganhar mesmo que com o g7 sempresendo ameaçando" (Chessbase).4


Ciclo <strong>de</strong> Palestras do <strong>Clube</strong> <strong>de</strong> <strong>Xadrez</strong> <strong>de</strong> <strong>Curitiba</strong> - 09 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2011HENRIQUE MARINHO - SACRIFÍCIO POSICIONAL DE PEÃO: ESTRATAGEMA DOS DOIS PEÕESD17) Posição após 38.xb6 da análiseO "recurso <strong>de</strong> 3.e5" nada mais é do que uma variação doestratagema <strong>dos</strong> dois peões agora empregado como recurso<strong>de</strong>fensivo que restura a hierarquia do par <strong>de</strong> bispos! ComoL'Ami não viu o estratagema, a partida seguiu seu curso até oseu abandono após: 35...e4 36.exd6+ xd6 37.g3+e7 38.d1 xd3 39.xd3 xb2+ 40.e2 d541.e4 c3+ 42.f3 b4 43.e1 bd1 0-1.APÊNDICE I: MAIS SOBRE OCONCEITO DE ESTRATAGEMAO i<strong>de</strong>ograma chinês "ji" para estratagema, muito importanteno pensamento estratégico chinês, tem sido entendidocomo "uma tática ou um ardil bélico" (Senger 1998, p.12).Penso que o uso do termo "tática" no entendimento doconceito <strong>de</strong> estratagema <strong>de</strong>ve-se a uma conceituação oci<strong>de</strong>ntalizadaproce<strong>de</strong>nte da tradicional doutrina "estratégia & tática"na qual o nível operacional não existe.Com o nível operacional o conceito <strong>de</strong> estratagema adquireuma i<strong>de</strong>ntificação maior com a estratégia como é pensadapelos chineses! É pensando assim que vejo o estratagemaconfundindo-se com a "petite combinaison" tomada esta noseu sentido operacional <strong>de</strong> acelerar o <strong>de</strong>senvolvimento doplano <strong>de</strong> jogo. É o que vimos na passagem <strong>dos</strong> diagramas D5para D6, D7 para D8, D9 para D10 e D12 para D13: brancasabrem LEC para concentração <strong>de</strong> forças na ala <strong>de</strong> rei <strong>de</strong>senvolven<strong>dos</strong>eu ataque no setor ao mesmo tempo que entorpecema coor<strong>de</strong>nação das peças negras na <strong>de</strong>fesa.Com isso fica claro que o SpP não significa uma tática parao triunfo, mas a operacionalização <strong>de</strong>sse triunfo! Com a inclusãodo nível operacional a tática foi <strong>de</strong>finida como a "arte<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e pelo cálculo <strong>de</strong>cidir o plano <strong>de</strong> jogo" (Marinho,1979), assunto este <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que absolutamente não ocorreno emprego do SpP como estratagema <strong>dos</strong> dois peões. É nessesentido que a <strong>de</strong>cisão tática do plano ataque lateral (Botvinnik)se <strong>de</strong>u somente quando foi jogado 29.6xf4; e noataque ao rei (Polugaevsky) somente quando <strong>de</strong> 32.c2.Diante disso, a "petite combinaison", tanto quanto o estratagema,se ardis o serão apenas nessa sua natureza operacional.Somente quando a "petite combinaison" e o estratagematambém <strong>de</strong>cidirem o plano <strong>de</strong> jogo (uma função tática) éque po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> elementos da tática!Compreeendo a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aceitarem esta tese <strong>de</strong>vidoà força <strong>de</strong>scomunal da doutrina "estratégia & tática" até hojedominante na literatura enxadrística. Mas fica aí o registro!"Os estratagemas são como facas invisíveis só aparecendo quandopostos em uso. Quem é versado na aplicação <strong>dos</strong> estratagemas conseguemergulhar no caos um mundo or<strong>de</strong>nado ou trazer a or<strong>de</strong>m aum mundo caótico. Consegue transformar pobreza em riqueza, insignificânciaem prestígio, a situação mais <strong>de</strong>sesperada em promissora.A vida humana é luta e na luta necessita-se <strong>de</strong> estratagemas.Quem enten<strong>de</strong> como usar os estratagemas sempre <strong>de</strong>terá as ré<strong>de</strong>as dainiciativa. Quer em palácios ou em choupanas, os estratagemas sãoaplicáveis por toda parte" (Truques no combate: Os 36 estratagemas,Taipé 1985).APÊNDICE II: OS 36 ESTRATAGEMAS CHINESESTexto <strong>de</strong> Mário Firmino 1ESTRATAGEMAS - INTRODUÇÃOOs estratagemas chineses foram escritos a mais <strong>de</strong> 5 milanos por generais, comerciantes e mentes privilegiadas, antese durante guerras e intrigas das cortes chinesas que levaram aChina à sua unificação. Hoje permeiam sua cultura popular eseu hábitos.Até hoje eles são inestimáveis ferramentas para amplificarnossos potenciais e consequentes resulta<strong>dos</strong>. Os estratagemasnasceram sob a égi<strong>de</strong> da guerra e da <strong>de</strong>savença, mas po<strong>de</strong>mser emprega<strong>dos</strong> para benefício pessoal, profissional ou nosnegócios, para atingir objetivos ou vencer obstáculos.Eu gostaria, sem muita pretensão, <strong>de</strong> aborda-los com umpouco mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes e com alguns exemplos. Assim convido,quem se interessar, a mandar para mim emails sobre oassunto.Falarei primeiro da palavra em si e <strong>de</strong> sua confusão comestratégia e em seguida da estrutura ou organização geral <strong>dos</strong>estratagemas e nos próximos textos abordarei cada tema commais <strong>de</strong>talhe.ESTRATÉGIA OU ESTRATAGEMA? 2A etimologia das palavras mostra como elas, tendo nascidasjuntas, se separam e se aproximaram com o passar <strong>dos</strong>tempos e sob a influência cultural <strong>de</strong> on<strong>de</strong> são utilizadas, masbasicamente tem forte ligação com guerras e guerreiros.Segundo www.etymonline.com, a palavra base vem dogrego, é estratégia (escritório ou comando <strong>de</strong> um general),1Mário Firmino é o blogueiro "DeFirmo" em autor <strong>de</strong>stes comentários.2Em linguagem operacional diz-se que a "estratégia" produz "planos <strong>de</strong> jogo" visando a conquista <strong>de</strong> "objetivos estratégicos"para a "reciclagem da partida"; e o "estratagema" é uma manobra visando a conquista <strong>de</strong> "objetivos operacionais" para"<strong>de</strong>senvolver" o plano <strong>de</strong> jogo. Diagnóstico diferencial com a "petite combinaison" <strong>de</strong> Capablanca: embora ambos sejam manobras<strong>de</strong> aceleração do <strong>de</strong>senvolvimento do plano <strong>de</strong> jogo, o estratagema é "manobra-mo<strong>de</strong>lo" disponibilizada como itemdo inventário operacional do jogador; a "petite combinaison" é manobra aleatória fruto da invenção momentânea do jogador.5


Ciclo <strong>de</strong> Palestras do <strong>Clube</strong> <strong>de</strong> <strong>Xadrez</strong> <strong>de</strong> <strong>Curitiba</strong> - 09 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2011HENRIQUE MARINHO - SACRIFÍCIO POSICIONAL DE PEÃO: ESTRATAGEMA DOS DOIS PEÕES<strong>de</strong>finida em 1810 como a "Arte <strong>de</strong> um General", que por suavez vem <strong>de</strong> strategos (general).Por outro lado, estratagema, <strong>de</strong>finido em 1489 como"Truque, Artifício", também vem do grego strategema (ato<strong>de</strong> um general) e strategein (ser general, comando), tendotambem referências em italiano antigo stratagemma e latimstrategema significando "artifício, estratagema" em ambas.Segundo www.yourdictionary.com, as palavras eram asmesmas mas os Dóricos, usando seu dialeto, alteraram a palavraestratégia <strong>dos</strong> Atenienses para estratagema. Tambémcita que estratégia é algo muito planejado e elaborado,po<strong>de</strong>ndoconter em seu bojo inúmeros estratagemas para cumpriras metas que compõem uma estratégia 3 .O dicionário Aurélio, por sua vez, <strong>de</strong>fine estratagemacomo: 1. ardil empregado para burlar o inimigo; 2. astúcia,artifício, sutileza, estratégia; 3. logro astucioso, engano,embuste.Tudo que foi dito acima está relacionado à cultura oci<strong>de</strong>ntal,agora na cultura chinesa, estratégia ou estratagema é representadopelo mesmo i<strong>de</strong>ograma Zhi (ji), que também significaardil ou engodo. Ele figura no mais antigo tratado <strong>de</strong>teoria militar, "A Arte da Guerra" <strong>de</strong> Sun Tzu, um contemporâneo<strong>de</strong> Confúcio. É sobre estratégia também uma série<strong>de</strong> edições, publicadas na China, em Hong Kong e emTaiwan, do livro "Os 36 <strong>Estratagema</strong>s", que se acredita ser<strong>de</strong> 1700 a.C., aproximadamente. Em chinês, aliás, o mesmoi<strong>de</strong>ograma Zhi (ji) também significa "sabedoria".Usado ao longo <strong>dos</strong> tempos por estrategistas militares, comerciantese filósofos, esse tratado, contendo apenas 138i<strong>de</strong>ogramas chineses, tem se mostrado muito eficiente quandoaplicado ao mundo <strong>dos</strong> negócios, mas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>valia no <strong>de</strong>senvolvimento da carreira 4 ou na vida pessoal.Sem querer acen<strong>de</strong>r polêmicas, cada leitor que tire suaspróprias conclusões.A RELAÇÃO DOS 36 ESTRATAGEMAS CHINESES 5Como já havia dito anteriormente, ao todo são 36 e estãoreuni<strong>dos</strong> em seis grupos. A seguir você encontrará uma relaçãocompleta com to<strong>dos</strong> os estratagemas. Apesar <strong>de</strong> muitasvezes sua redação "minimalista" tornar difícil sua compreençãona primeira leitura, com o passar do tempo vou adicionaras interpretações seculares, fábulas do folclore chinês e japonêsalém <strong>de</strong> exemplos bem atuais que ajudarão na compreenção<strong>dos</strong> mesmos.Eles são extremamente simbólicos e carrega<strong>dos</strong> <strong>de</strong> metáforasque remontam a cultura milinar chinesa, acrescentandoum pouco mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio na sua compreenção, mas sua aplicaçãoé infalível.Por enquanto, bom divertimento. Tenho certeza que alguns<strong>dos</strong> estratagemas são bem óbvios, tente localiza-los. Aseguir a relação completa <strong>dos</strong> 36 estratagemas.1. No Domínio da Superiorida<strong>de</strong>: Estes estratagemassão os mais diretos e fáceis <strong>de</strong> se perceber. Para atingir o sucesso<strong>de</strong>vemos estar inicialmente em uma posição <strong>de</strong> maiorforça, mas mesmo assim po<strong>de</strong>mos fracassar. Temos que ter àmão to<strong>dos</strong> os recursos para aliciar outros elementos, tempo emeios para relaxar enquanto aguardamos os movimentos doinimigo, além <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dissimulação para velar averda<strong>de</strong>ira direção do ataque.1 - Enganar o céu para cruzar o oceano.2 - Cercar Wei para salvar Zhao.3 - Matar com uma faca emprestada.4 - Fazer seu inimigo trabalhar enquanto você espera noócio.5 - Roubar a casa em chamas.6 - Clamor ao leste e ataque ao oeste.2. Quando em Confronto: Os dois adversários têmforças similares. Desiquilibrar a situação a nosso favor requermais ardis e maior complexida<strong>de</strong>. Estes estratagemas baseiam-seno sigilo e na astúcia, fazendo basicamente com que oinimigo nos subestime. Ataques surpresa pela retaguarda, infiltraçãoe aproveitamento <strong>dos</strong> pontos fracos do oponente sãoalgumas das ações associadas a este grupo <strong>de</strong> estratagemas.7 - Criar algo do nada.8 - Secretamente usar a passagem <strong>de</strong> Chen Chang.9 - Observar o fogo que queima do outro lado do rio.10 - Escon<strong>de</strong>r a faca atrás <strong>de</strong> um sorriso.11 - Deixar morrer a ameixeira em favor do pessegueiro.12 - Aproveitar a oportunida<strong>de</strong> para roubar uma cabra.3. Quando em Ataque: Nestes estratagemas explica-secomo minimizar o <strong>de</strong>sgaste que se sofre no ataque, já que é afase mais exposta do combate e que maior número <strong>de</strong> baixasproduz.13 - Bater na grama para perturbar a cobra.14 - Levantar um cadáver <strong>de</strong>ntre os mortos.15 - Fazer o tigre <strong>de</strong>scer a montanha.16 - Para pegar é preciso largar.17 - Usar um tijolo para pegar a peça <strong>de</strong> ja<strong>de</strong>.18 - Para pegar os bandi<strong>dos</strong>, pegar seu chefe.4. Quando em Situação <strong>de</strong> Confusão: Nesta situação,as circunstâncias e o ambiente são caóticos e confusos.Temos que compartilhar uma série <strong>de</strong> interesses e relações.Certas alianças com interesses em curto prazo po<strong>de</strong>m fazertransigir com um inimigo e romper pactos com alia<strong>dos</strong>. Empregamosentão táticas <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> negociação e ofertas<strong>de</strong> paz, intermeadas por ameaças, manipulação <strong>de</strong> terceiros econspirações para <strong>de</strong>struir eventuais alianças entre osoponentes.19 - Remover a lenha <strong>de</strong>baixo do cal<strong>de</strong>irão.20 - Pescar em águas turbulentas.21 - Despren<strong>de</strong>r-se da casca da cigarra.22 - Fechar a porta para pegar o ladrão.23 - Aliar-se a um reino distante para atacar um vizinho.24 - Obter um caminho seguro para atacar o Reino <strong>de</strong>Guo.3Essa abordagem "dórica" se aproxima da que faço em meu futuro livro "<strong>Xadrez</strong> Operacional".4Não somente a clássica carreira profissional subentendida no texto como também a própria "carreira enxadrística"!5Bibliografia: Senger; H. von; O Livro <strong>dos</strong> <strong>Estratagema</strong>s; Ediouro; Rio <strong>de</strong> Janeiro 1996. Nota: nesta obra estão apresenta<strong>dos</strong>somente os primeiros 18 estratagemas.6


Ciclo <strong>de</strong> Palestras do <strong>Clube</strong> <strong>de</strong> <strong>Xadrez</strong> <strong>de</strong> <strong>Curitiba</strong> - 09 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2011HENRIQUE MARINHO - SACRIFÍCIO POSICIONAL DE PEÃO: ESTRATAGEMA DOS DOIS PEÕES5. Quando se quer Ganhar Terreno: O objetivo éconseguir <strong>de</strong> qualquer maneira, aquilo que outros controlam.Para atingí-lo usamos táticas <strong>de</strong> substituição, <strong>de</strong> diversão,falsificação e armadilha.25 - Trocar vigas e pilares por ma<strong>de</strong>iramento podre.26 - Matar o frango para assustar o macaco.27 - Fingir ser o porco para comer o tigre.28 - Remover a escada após ter subido.29 - Cobrir a árvore com uma falsa florada.30 - Fazer o anfitrião e o convidado trocarem <strong>de</strong> lugar.6. Quando em Situação <strong>de</strong> Desespero: Estes estratagemas<strong>de</strong>vem ser usa<strong>dos</strong> quando nos encontramos em situação<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> e fraqueza. Po<strong>de</strong>m ser nossa últimacartada em caso <strong>de</strong> emergência. Eles sugerem golpes baixos,<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se com palhaçadas, usando inclusive a auto<strong>de</strong>struição.Se tudo que tentarmos falhar, sempre po<strong>de</strong>mos tentaruma última cartada: retirar-se.31 - A armadilha da beleza.32 - A cida<strong>de</strong> vazia.33 - Deixe o espião inimigo semear a discórdia em seupróprio campo.34 - Infringir dano a si mesmo para ganhar a confiançado inimigo.35 - Enca<strong>de</strong>ar juntos os barcos inimigos (enca<strong>de</strong>arestratagemas).36 - Retirar-se.oOoREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASCÂMARA, H.; Caíssa, 64 Crônica <strong>de</strong> <strong>Xadrez</strong>; Factash Editora;São Paulo 2006.CHESSBASE.COM; http://www.chessbase.com/news<strong>de</strong>tail.asp?newsid=6960DARCY, L.; LAPERTOSA, J.: Estratégia; Santa ClaraEdição <strong>de</strong> Produções <strong>de</strong> Livros; Contagem 2004.EUWE, M.; KRAMER, H.; The Middlegame, Book One;Hays Publishing, Dallas 1994 SENGER, H.; O Livro<strong>dos</strong> <strong>Estratagema</strong>s; Ediouro, Rio <strong>de</strong> Janeiro 1998.MÁRIO FIRMINO in http://www.dfirmo.com.brSENGER, H.; O Livro <strong>dos</strong> <strong>Estratagema</strong>s; Ediouro, Rio <strong>de</strong>Janeiro 1998.7

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