Revista Meus Peixes 02
Edição número 2 da Revista Digital MEUSPEIXES.COM. O aquarismo brasileiro sob a ótica dos próprios aquaristas.
Edição número 2 da Revista Digital MEUSPEIXES.COM. O aquarismo brasileiro sob a ótica dos próprios aquaristas.
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Nº <strong>02</strong> - ANO 1 – Junho/2016<br />
EDIÇÃO ESPECIAL<br />
COBERTURA DO<br />
PRIMEIRO CAMPEONATO<br />
BRASILEIRO DE FLOWER HORN<br />
UFA BRASIL<br />
Amazônia, o berço da<br />
vida do acará-disco<br />
TRATAMENTO!<br />
Saiba como acelerar a<br />
ciclagem do seu aquário<br />
Tratamento com sal<br />
grosso, aprenda a fazer<br />
HEIKO BLEHER<br />
O MODERNO EXPLORADOR<br />
1
2
Nosso projeto segue firme e forte, em nossa segunda<br />
edição aprimoramos a editoração gráfica e acrescentamos<br />
mais conteúdo em nossa <strong>Revista</strong> Digital MEUSPEIXES.COM.<br />
A grande matéria deste mês foi a cobertura do Primeiro<br />
Campeonato Brasileiro de Flower Horn, organizado pela UFA<br />
BRASIL que além de ter sido um sucesso foi um marco na<br />
história do aquarismo nacional.<br />
Na personalidade do mês fizemos uma singela<br />
homenagem ao biólogo Heiko Bleher que muito tem<br />
contribuído ao aquarismo mundial.<br />
Entre as seções permanentes ensinamos a técnica de<br />
tratamento com sal grosso, como acelerar a ciclagem de um<br />
aquário, falamos sobre doenças e dessa vez foi da terrível<br />
Costia, o peixe do mês foi o famoso betta e ainda uma<br />
excelente matéria sobre o berço do acará-disco.<br />
Uma seção só sobre ciclídeos africanos foi inaugurada<br />
nesta edição, mas o melhor de tudo foram os amigos que se<br />
engajaram em nosso projeto e sem receber nada por isso<br />
escreveram ótimos textos!<br />
Boa leitura a todos!<br />
MEUSPEIXES.COM<br />
NÓS FAZEMOS O QUE AMAMOS<br />
3
4
SUMÁRIO<br />
6 Fale Conosco<br />
8 Notícias, novidades e lançamentos<br />
9 Heiko Bleher é a personalidade do mês<br />
13 Acelerando a ciclagem – Primeiros Passos<br />
16 Amazônia, o berço da vida do acará-disco<br />
24 Betta Splendens é o Peixe do Mês<br />
29 Falando de doenças - Costia<br />
31 Aquário do mês<br />
32 Tratamento com sal grosso, saiba como<br />
fazer<br />
36 Cobertura do 1º Campeonato Brasileiro de<br />
Flower Horn<br />
41 A sustentabilidade em aquários marinhos<br />
46 O mundo dos ciclídeos africanos – Lago Malawi<br />
5
FALE CONOSCO<br />
Sua participação é muito importante para ajudar-nos a escrever esta<br />
revista. Afinal ela é feita de aquarista para aquarista e ninguém melhor do que<br />
você para dizer o que gostaria de ler na próxima edição!<br />
Pensando nisso disponibilizamos:<br />
• endereço eletrônico: contatomeuspeixes@gmail.com<br />
• telefone/whats app: (53)81131305<br />
PARTICIPE! COLABORE! CONTAMOS E PRECISAMOS DE SUA AJUDA!<br />
A primeira edição deu o que falar!<br />
Ficamos muito felizes ao receber dezenas de mensagens parabenizando<br />
nossa iniciativa de lançar a <strong>Revista</strong> Digital MEUSPEIXES.COM e como não<br />
poderia deixar de ser, queremos aqui agradecer a todos que nos escreveram.<br />
O espaço que temos disponível<br />
é muito pequeno para reproduzir todas<br />
as mensagens, mas vejamos a seguir<br />
algumas delas:<br />
“Parabéns à iniciativa, nosso país<br />
é carente neste segmento, para os<br />
amantes da aquariofilia e dos discos<br />
um presente!”Antônio Solti<br />
“Parabéns, você tem contribuído<br />
muito para o crescimento do hobby!”<br />
Emerson Façanha<br />
6
“Parabéns pela sua iniciativa e torço que vossa revista contribua não só<br />
para passar experiência e conhecimento aos leitores, assim como difundir e<br />
aumentar o número de amantes desse maravilhoso mundo que já vivemos.”<br />
José Carlos<br />
“Com certeza nos enriquecerá, parabéns!” Evandro Honorato<br />
“Muito boa essa iniciativa da meuspeixes.com<br />
Ótima maneira de interagir.” Tony Blles<br />
“É muito bom ter uma revista que possa nos<br />
orientar e retirar nossas dúvidas do dia a dia dos<br />
nossos aquários. Espero que tudo de certo e fico<br />
feliz em participar desse 1º número.” Eduardo Faria<br />
“Show. Parabéns pela iniciativa. Vou me<br />
deliciar agora.” Paulo Bitar<br />
“Obrigado Marcelo e parabéns pela atitude e pela excelente revista.”<br />
Marcio Jose Dal Evedove<br />
Neto<br />
“Show, parabéns pelo belo trabalho que vêem desenvolvendo.” Amaro<br />
Pedimos desculpas ao restante dos amigos, mas precisaríamos de uma<br />
revista inteira só para postar as lindas mensagens que nos motivam a<br />
prosseguir!<br />
7
NOTÍCIAS, NOVIDADES E<br />
LANÇAMENTOS<br />
Sabemos da importância de monitorar os parâmetros da água de<br />
nossos aquários. Seja ele marinho ou de água doce, a precisão dos resultados<br />
dos testes é fundamental para que possamos fazer as correções necessárias a<br />
fim de manter nosso sistema equilibrado.<br />
No mercado existem diversas marcas de testes químicos que prometem<br />
tal precisão, porém o que vemos geralmente são medições nada precisas.<br />
Testes importados nem sempre encontramos com regularidade nas lojas de<br />
aquarismo e isso faz com que recorramos a testes nacionais.<br />
Não que sejam ruins, mas muitas vezes não atendem as nossas<br />
necessidades ou não são fabricados aqui os testes mais específicos. A boa<br />
noticia é que já existe no Brasil um importador que está trazendo uma linha de<br />
testes italianos que são considerados entre os melhores do mundo em matéria<br />
de testes químicos para aquário, com testes de nitrito, nitrato, fosfato, cálcio,<br />
magnésio<br />
O que: AQUATEST da OCEANLIFE<br />
Onde comprar: Nas melhores lojas do ramo<br />
8
PERSONALIDADE<br />
HEIKO BLEHER<br />
No passado existiam grandes<br />
exploradores, naturalista, botânicos, cientistas em<br />
geral que viajavam o mundo inteiro embarcados<br />
muitas vezes em condições muito precárias,<br />
prontos para explorar, descobrir, catalogar e<br />
divulgar ao mundo civilizado espécies animais e<br />
vegetais, costumes e hábitos de povos distantes,<br />
descreviam terras e lugares exóticos e<br />
proporcionavam assim uma visão nova do mundo desconhecido. Bons<br />
exemplos são o grande Charles Darwin, Alexander Humboldt, J. Heckel, August<br />
Saint-Hilaire, Antonio Pigafeta e inúmeros outros homens de coragem e<br />
determinação que enfrentaram os maiores perigos para realizarem o seu<br />
trabalho.<br />
Atualmente a primeira vista parece que já não resta mais nada a ser<br />
descoberto ou descrito sob um olhar critico e cientifico não é mesmo?<br />
Errado! Existe muito a ser descoberto em nosso planeta e infelizmente<br />
o ritmo da destruição do ambiente e seus habitats tornam essa tarefa urgente<br />
e improrrogável!<br />
9
E nesse ritmo nos surge um grande homem. Dedicado a pesquisa e<br />
exploração dos lugares mais remotos ao redor do globo terrestre. Trata-se do<br />
biólogo Heiko Bleher, Alemão nascido em Frankfurt.<br />
Nascido da união de Ludwig Bleher e Amanda Flora Hilda, foi<br />
“contagiado” pela especialidade de seu avô Adolf Kiel, pioneiro conhecido por<br />
plantas de aquário. Viajou o mundo em busca de plantas e peixes vivendo<br />
entre a África e a Europa, depois de 1959 na América do Sul.<br />
Heiko Bleher viveu parte de sua infância no Brasil com sua mãe<br />
Amanda e seus três irmãos mais velhos quando eles procuraram peixes<br />
ornamentais e plantas aquáticas. Eles criaram um negócio de criação de peixes<br />
e plantas na floresta tropical perto do Rio.<br />
Em 1962, ele foi estudar<br />
ictiologia na University of South<br />
Florida . Nos anos seguintes, ele<br />
estudou e descobriu muitas<br />
espécies durante as expedições<br />
ao redor do mundo, muitas vezes<br />
ele conduziu expedições sozinho.<br />
Ele descobriu, em 1964, a Tetra<br />
10
com o nariz vermelho , cujo nome latino (Hemigrammus bleheri) é um tributo a<br />
sua própria mãe.<br />
Em círculos aquarísticos, é conhecido não só por suas numerosas<br />
descobertas e importações, mas também por suas muitas e impressionantes<br />
publicações (livros e filmes).<br />
Heiko Bleher tem publicado vários livros e é editor da revista científica<br />
Aqua - International Journal of Ictiology, vive em Miradolo Terme , Itália.<br />
É uma personalidade a ser aplaudida em pé!<br />
PARTICIPE DE NOSSA REVISTA DIGITAL COM SUA<br />
EXPERIÊNCIA EM AQUARISMO, ESCREVA UM<br />
EMAIL PARA: contato@meuspeixes.com<br />
11
QUALIDADE COM<br />
BRASILIDADE<br />
Há 29 anos, somos referência de<br />
qualidade no mercado brasileiro no<br />
desenvolvimento de produtos para todos<br />
os tipos de aquários e lagos.<br />
12
PRIMEIROS PASSOS<br />
ACELERANDO A CICLAGEM<br />
DO SEU AQUÁRIO<br />
Org. Marcelo Jodar<br />
Hoje apresentaremos algumas técnicas para acelerar a ciclagem de um<br />
aquário.<br />
1. Use o meio de<br />
filtração de um<br />
aquário maduro.<br />
Como o ciclo pode<br />
levar facilmente de<br />
seis a oito semanas,<br />
os aquaristas têm<br />
procurado maneiras<br />
de encurtar o<br />
processo.<br />
Uma forma testada e comprovada de fazê-lo é introduzindo bactérias<br />
de um tanque já estabelecido ao novo. Já que assim você não precisa esperar<br />
que as bactérias no seu tanque comecem a crescer naturalmente, o ciclo dele<br />
será mais rápido. O filtro de um aquário é uma ótima fonte de bactérias; é só<br />
colocar o meio de filtração de um tanque já estabelecido no novo para<br />
impulsionar o processo.<br />
Tente usar um meio vindo de um tanque menor e com uma quantidade<br />
semelhante de peixes. Usar filtros errados (por exemplo, um filtro de um<br />
aquário com poucos peixes para fazer o ciclo em um tanque com mais peixes)<br />
pode deixar você com níveis de amônia mais elevados do que os que as<br />
bactérias podem processar naquele momento.<br />
13
2. Adicione cascalho de um aquário maduro. Da mesma maneira que o<br />
meio de filtração pode permitir a você "transplantar" bactérias de um tanque<br />
estabelecido para um novo, o substrato de um tanque mais velho (o material<br />
pedregoso no fundo) pode ter o mesmo efeito. É só adicionar algumas colheres<br />
de substrato sobre o existente no aquário novo para obter os benefícios.<br />
3. Coloque plantas vivas no aquário. Elas geralmente aceleram o ciclo<br />
de nitrogênio, especialmente se forem vindas de um tanque maduro, e podem<br />
não só trazer bactérias benéficas como os materiais acima, mas também retirar<br />
a amônia da água diretamente para usá-la num processo biológico chamado de<br />
síntese protéica.<br />
As variedades que crescem rápido (como Vallisneria e Hygrophila)<br />
tendem a absorver mais amônia. As plantas flutuantes também costumam<br />
servir.<br />
4. Cuidado com o risco de contaminação cruzada. Uma desvantagem<br />
possível de usar meio de filtração ou substrato de um tanque para transferir<br />
bactérias benéficas para outro é que também é possível transferir outros<br />
organismos sem querer. Diversos parasitas, invertebrados e micro-organismos<br />
podem ser transferidos dessa maneira, por isso saiba dessa possibilidade com<br />
antecedência e nunca use material de um tanque que saiba estar contaminado.<br />
Pestes que podem ser transferidas dessa maneira incluem caracóis,<br />
algas danosas e parasitas como o íctio e o da "doença do veludo".<br />
14
5. Adicione pequenas quantidades de sal aos aquários de água doce.<br />
Caso tenha um tanque de água doce, adicionar uma quantidade bem pequena<br />
de sal pode ajudar a manter seus peixes saudáveis quando os níveis de toxina<br />
forem mais altos, no começo do ciclo. O sal age reduzindo a toxicidade do<br />
nitrito, o elemento químico intermediário no ciclo do nitrato. No entanto, você<br />
deve usar apenas 0,04 kg por litro de água, no máximo. Mais do que essa<br />
quantidade pode ser muito estressante para peixes de água doce.<br />
Referências: http://fins.actwin.com/mirror/pt/begin-cycling.html<br />
ATM BARRIER CLASSIC ANTICLORO<br />
Barrier Classic é um condicionador de água de alta qualidade para<br />
todos os aquários de água doce e salgada. ATM Barrier neutraliza cloro,<br />
cloramina e metais tóxicos. É seguro pois não possui formaldeído em sua<br />
fórmula e fornece os eletrólitos necessários aos peixes, repõem a mucosa<br />
dos peixes reduzindo o stress.<br />
15
AMAZÔNIA,<br />
O BERÇO DA VIDA<br />
DO ACARÁ-DISCO<br />
Jhomaxon de S. Gonçalves<br />
Conhecida pela enorme<br />
disponibilidade hídrica, seus rios<br />
são habitats de uma grande<br />
diversidade de vida. Estudos<br />
mostram que a Amazônia possui<br />
cerca de 30% de todos os seres<br />
vivos do planeta !<br />
16
Agora, imagine juntarmos a maior diversidade de vida com a maior bacia<br />
hidrográfica do mundo!<br />
hoje.<br />
É justamente sobre este ambiente que iremos conhecer um pouco mais<br />
15<br />
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, na Amazônia ocorrem<br />
aproximadamente 3000 espécies de peixes, porém, este número pode ser<br />
ainda muito maior, uma vez que são descobertas dezenas de novas espécies a<br />
cada ano.<br />
Podemos “dividir” a Amazônia de acordo com as características de<br />
coloração das águas de seus rios: águas claras, brancas e escuras. Cada<br />
ambiente com sua característica peculiar é detentora de uma diversidade<br />
ímpar, podendo se diferenciar bastante de um ambiente para o outro.<br />
Nesta matéria focaremos principalmente nos rios de água escuras,<br />
habitat natural de um dos peixes mais conhecidos no aquarismo no mundo: o<br />
Acará-disco.<br />
17
Destes rios provém grande parte dos peixes ornamentais amazônicos<br />
conhecidos no aquarismo, em especial o rio Negro, o maior exportador de<br />
peixes ornamentais de água doce<br />
do mundo, dados confirmam que<br />
em um ano foram exportados<br />
cerca de 100 milhões de<br />
exemplares.<br />
Com o pH relativamente<br />
baixo (entre 3,5 a 5,0) suas água<br />
ácidas e escuras percorrem numa<br />
velocidade de 3,6 Km/h<br />
aproximadamente, sendo<br />
considerado um rio pobre em<br />
nutrientes, sendo alvo de<br />
pesquisas há mais de duzentos<br />
anos.<br />
Estas características são ideais para se tornar o habitat natural do Acarádisco,<br />
um dos peixes mais fascinantes e emblemáticos da aquariofilia.<br />
18
Atualmente são conhecidas duas espécies selvagens: o Symphysodon<br />
aequifasciatus - que pode ser encontrada em três sub-espécies: o marrom<br />
(axelrodi), verde (aequifasciata), e azul (haraldi) - e a espécie S. discus,<br />
conhecida como disco heckel.<br />
19
S. axelrodi<br />
S. aequifasciata<br />
Com porte corporal pequeno, alcança cerca de 20 cm de comprimento,<br />
prefere se abrigar entre troncos, plantas ou galhos submersos.<br />
20
S. haraldi<br />
É um animal considerado onívoro (alimentação variada), pois se alimenta<br />
de insetos à deriva na superfície da água, larvas de outros peixes e até algas.<br />
No período de reprodução formam casais que cuidam dos ovos e prole,<br />
que se alimentam de muco produzido na pele dos pais nos primeiros dias de<br />
vida.<br />
S. discus (Heckel)<br />
21
Discus selvagens da coleção particular da MEUSPEIXES.COM<br />
Referências:<br />
O autor:<br />
Jhomaxon de S. Gonçalves<br />
Formado em Ciências Biológicas pela Universidade Nilton<br />
Lins em 2012. Atua como monitor no Museu da Amazônia<br />
desde 2012 na área de biologia geral com ênfase em<br />
ictiologia na assistência em tratamento e manutenção de<br />
aquários e coleções ictiológicas<br />
http://forum.simplydiscus.com/archive/index.php/t-30952.html<br />
http://aquariymist.4admins.ru/viewtopic.php?f=3&t=5601<br />
NOTA DO EDITOR: Você sabia que discos verdes (S. aequifastus)<br />
são encontrados no Rio Nanay, mas não é uma distribuição natural?<br />
Há mais de 30 anos atrás, um navio que transportava um<br />
carregamento de discos para Iquitos a partir do rio Jutaí afundou com<br />
3.000 exemplares a bordo, que se estabeleceram lá. Os parâmetros<br />
da água são quase iguais aos do seu habitat original.<br />
22
23
PEIXE EM DESTAQUE<br />
BETTA<br />
(Betta splendens)<br />
Samuel Aragão Matos<br />
Peixe conhecido no mundo todo, chegado<br />
aos Estados Unidos no ano de 1927, conhecido<br />
na Ásia desde os anos de 1840 com registros,<br />
mas, sem dúvida, criado desde muito antes,<br />
o peixe betta virou uma sensação entre<br />
aquaristas iniciantes em todos os países do<br />
globo e transformou-se na paixão de muitos<br />
criadores<br />
dedicados ao qual empregam boa parte de seus recursos<br />
e tempo na criação deste maravilhoso animal.<br />
No Brasil o peixe betta é nosso conhecido antigo, desde a década de 80 alguns<br />
entusiastas começaram a se dedicar a criação do mesmo, mas foi na década de<br />
90 que o “betta” tomou força nos aquários tupiniquins.<br />
O betta representa hoje a porta de entrada<br />
de crianças e adolescentes no mundo do<br />
aquarismo e por sua fácil manutenção e baixo<br />
custo de insumos empregados, o betta acaba por<br />
se tornar um dos peixes mais requisitados em<br />
lojas de aquarismo e de animais de estimação.<br />
24
Em países como a Tailândia, o betta representa uma parcela significativa<br />
da economia local e há toda uma tradição e incentivos governamentais para a<br />
ampliação de mercados, melhoramento e conservação genética e<br />
desenvolvimento de novos padrões de cores.<br />
Por ter uma genética muito peculiar, hoje temos dezenas de padrões de<br />
cores, que variam de cores únicas, sólidas e brilhantes até verdadeiros arco-íris<br />
de cores.<br />
Há hoje distintamente duas grandes criações de bettas no mundo, bettas<br />
comerciais, que são aqueles desenvolvidos para serem o mais colorido possível,<br />
entretanto sem padrões genéticos mais criteriosos, e temos os bettas de<br />
linhagem ou bettas de raça, que são peixes de beleza superior e rigorosos<br />
padrões genéticos.<br />
No primeiro grupo, os bettas comerciais, que são os mais populares por<br />
terem custos de aquisição mais baixos, são responsáveis pela divulgação do<br />
peixe aos iniciantes e, sem dúvida, é um dos principais responsáveis pela<br />
25
popularização da criação de bettas, bem como um grande atrator de novos<br />
hobbistas que um dia serão grandes propagadores do hobby.<br />
No segundo grupo já passamos daquele degrau de iniciante, onde os<br />
mesmos se tornaram de fato hobbistas, engajados e que resolveram fazer<br />
investimentos mais altos e se dedicar a criação desses peixinhos no intuito de<br />
fazer melhoramento genético e de padrão estético.<br />
Como todo animal de raça, existem metas a se atingir e pra isso temos os<br />
espelhos, hoje a maior referência mundial em termos de bettas de linhagem é<br />
o IBC - International Betta Congress , criado em 1967 nos Estados Unidos pelo<br />
Dr. Gene Lucas, o IBC catalogou, descreveu e padronizou as linhagens que hoje<br />
são conhecidas no mundo inteiro. A partir de então, o IBC organiza em todo o<br />
mundo exposições a fim de divulgar e difundir cada vez mais o hobby.<br />
Temos também no Brasil estas competições cujo objetivo é o mesmo,<br />
tendo como maior expoente a exposição do ENABBETAS, organizada pela<br />
Aquorio, realizada anualmente na cidade do Rio de Janeiro, aos moldes das<br />
exposições internacionais.<br />
Nesta breve matéria procuramos mostrar um pouco do hobby e de<br />
rápidos pontos históricos, acerca dos “bettas”, poderíamos escrever longas e<br />
extensas matérias sobre formas e cores, mas teria sido mais do mesmo, por<br />
26
isso convido a todos que leram e<br />
que de alguma forma tenham<br />
despertado em si algum interesse,<br />
que procurem conhecer este lindo<br />
animal, um peixe incrível e<br />
apaixonante, muito robusto, de uma<br />
beleza ímpar e em alguns casos até<br />
raras.<br />
Considero os bettas como um diamante ainda enterrado, muito valioso,<br />
mas ainda há muita coisa pra cavarmos e descobrir sobre o mesmo, além<br />
daqueles lindos peixes que encontramos em lojas de aquarismo temos todo um<br />
grande trabalho que corre nos bastidores em prol dessa espécie, apesar de<br />
muita gente achar que se trata de um peixe qualquer, não é essa a realidade, o<br />
betta é hoje se não o mais, mas um dos peixes mais trabalhados geneticamente<br />
em todo o mundo e talvez um dos que possuam maior variedade de cores,<br />
tipos e espécie.<br />
Conheçam, criem e sem dúvida irão se apaixonar, depois do primeiro<br />
muitos passarão em suas vidas pois é impossível criar um e não querer sempre<br />
outro, e outro, e outro.<br />
O Autor<br />
Samuel Aragão Matos<br />
Tem 35 anos, natural de Teresina-PI, Amante incondicional dos<br />
peixes betta, criador desde os 15 anos de idade e a pouco mais<br />
de 2 anos hobbista dedicado ao desenvolvimento e criação de<br />
bettas de linhagem. Divulgador de informações através de<br />
grupos de Whats app e mantém uma página no Facebook sobre<br />
os bettas de linhagem como PKSAM BETTAS PI.<br />
27
28
DOCTOR FISH<br />
Falando de doenças<br />
Marcelo Jodar<br />
Costia (Ichtyobodo necator)<br />
Costia ichtyobodo é um<br />
potozoario que devasta o seu<br />
aquario se você não identificar e<br />
tratar corretamente no tempo<br />
certo. No estagio inicial o peixe<br />
começa a se esconder, para de se<br />
alimentar, escurece, fica ofegante e<br />
se coça. No estagio intermediário o<br />
protozoário destrói o muco<br />
causando hemorragias na pele.<br />
Atualmente a nomenclatura da doença mudou de costia para apenas<br />
Ichtyobodo. Esse pequeno parasita ataca principalemnte peixes estressados e<br />
debilitados, tendo a forma de um pequeno grão de feijão, pode surgir em<br />
forma livre nadando pelo aquário ou fixado ao fundo e sobrevivem apenas por<br />
cerca de 60 minutos sem o seu hospedeiro.<br />
O protozoário abre as portas para as bactérias destruindo o muco. No<br />
estagio final as nadadeiras serão corroidas, o peixe perde o equilibrio e fica<br />
muito ofegante.<br />
Como indentificar se o seu peixe está com essa doença?<br />
a. Pele opaca<br />
b. <strong>Peixes</strong> apáticos ou ainda o oposto, muito nervosos<br />
c. Nadadeiras fechas<br />
d. Ficam escuros<br />
e. Apresentam dificuldade para respirar<br />
f. Ficam próximos a superfície ou parados no fundo<br />
29
Se detectado tardiamente as<br />
perdas serão muito grandes mas, se<br />
você identificar corretamente e tratar<br />
no início terá grandes chances de cura.<br />
O tratamento é feito em aquario<br />
hospital com oxigenação forçada,<br />
temperatura 32°C, sal grosso (2gr/l) por<br />
12 dias utilizando química apropriada<br />
Alguns tratamentos que podem dar bons resultados:<br />
1. Costiapur + Bactopur Direct;<br />
2. Four in one cure + bacter-free;<br />
3. Outros parasiticidas a venda.<br />
4. Permanganato de potássio<br />
Referências: U. Dieter;Bittencourt, M. Bassleer, G.<br />
Fotos: http://koi.hg.pl/choroby_koi_1/choroby_koi.html;<br />
Handbook of Fish Diseases by Dieter Untergasser, TFH Publications, Inc 1989.<br />
30
AQUÁRIO DO MÊS<br />
OS AQUÁRIOS DA GALERA<br />
Dois aquários, do mesmo leitor, RÔMULO TOLEDO DE<br />
PAIVA, o da esquerda um plantado, com 30x30x35 cm.<br />
Fauna: duas iriatherinas e um platy, o de baixo, um<br />
comunitário de 65 litros.<br />
Aquário do JÚNIOR LONGHI,<br />
150x60x50, 450 litros com<br />
neos, mato grosso e muuuitos<br />
discos. Iluminação: 4 T5 de<br />
54w, filtro sunsun com UV de<br />
2000 l/h.<br />
O aquário de jumbos do MÁRCIO<br />
RODRIGUES, 85x75x47, 290 litros dois<br />
canisters de 1500l/h cada com cerâmica e<br />
matrix mais dois filtros internos de 1200l/h<br />
e uma meeeega Fauna com: 2 kkp, 5<br />
papagaios coração, 4 flowerhorn short<br />
body, 1 casal de texas short body, <strong>02</strong><br />
papagaios verdadeiros, 1 Panaque, 01<br />
cascudo chocolate, 1 cascudo bola de neve,<br />
1 casal de severo red, 1 casal de severo<br />
gold, 2 casais de citrinelun short body!!!<br />
QUER VER SEU AQUÁRIO NESTA SEÇÃO? MANDE UMA FOTO E O SETUP<br />
PARA: contatomeuspeixes@gmail.com<br />
31
TÉCNICA<br />
TRATAMENTO COM SAL<br />
GROSSO:<br />
SAIBA COMO E PORQUE USAR<br />
Utilizado a<br />
muitos anos pelos<br />
criadores o sal grosso em<br />
proporção adequada é<br />
efetivo contra muitos<br />
parasitas e protozoários,<br />
tais como Costia,<br />
Trichodina, Chilodonella,<br />
parasitas de guelras e<br />
outros ectoparasitas.<br />
Este pode ajudar nos<br />
problemas de regulagem<br />
osmótica causado por úlceras bacterianas; ajudam a limpar as brânquias<br />
congestionadas, servindo ainda como suporte aos peixes que sofrem de<br />
estresse.<br />
Devido a sua forma de trabalho, diferente da maioria dos outros<br />
tratamentos, o sal é considerado mais seguro e não afetará adversamente a<br />
filtragem biológica do aquário.<br />
É utilizado geralmente em taxas<br />
razoavelmente elevadas em banhos de curta<br />
duração, mas poderá ser utilizado como um<br />
tratamento de suporte de longo prazo.<br />
32
Atenção: Observe que algumas espécies, notadamente alguns tetras e<br />
peixes de fundo não toleram bem o tratamento com sal.<br />
O sal como parasiticida<br />
Sua ação está baseada em alterar o fluxo osmótico que ocorre entre o<br />
parasita ou os peixes e a água. Lembrando que a osmose é o movimento da<br />
água de uma área de baixa<br />
concentração para uma<br />
área de maior<br />
concentração.<br />
Isto significa que<br />
em um tanque de água<br />
doce há um movimento<br />
contínuo da água do<br />
aquário para os líquidos do<br />
corpo do parasita ou peixe<br />
que contêm moléculas<br />
dissolvidas tais como as<br />
proteínas, os sais, os íons<br />
etc. Como isto é<br />
controlado? A maioria dos organismos aquáticos tais como peixes e parasitas<br />
controlam este fluxo contínuo através da osmorregulação.<br />
Se nós adicionarmos sal à água, o fluxo osmótico se inverterá. Então,<br />
em vez da água estar sendo extraída pelo parasita, acontecerá o inverso, a água<br />
será expelida deste desidratando o organismo.<br />
Note que todos os organismos estarão sob a mesma ação, parasitas e<br />
peixes. Mas obviamente os organismos menores, tais como os parasitas das<br />
guelras, serão afetados mais rapidamente e com maior severidade que um<br />
grande peixe.<br />
Além de controlar parasitas, os banhos de curta duração têm ainda um<br />
efeito adstringente suave e ajudam as brânquias congestionadas limpando o<br />
excesso de muco.<br />
33
Na recuperação de úlceras e combate ao estresse<br />
Um dos efeitos do estresse é interferir direto na osmoregulação. Um<br />
banho de longa duração a uma baixa concentração (2 a 3 gramas por o litro)<br />
pode ajudar a aliviar o estresse osmótico, retirando água dos peixes. Isto é<br />
particularmente importante em águas moles porque contem menor<br />
quantidade de substâncias dissolvidas (e tem conseqüentemente mais<br />
moléculas de água livres), e cria assim um efeito osmótico mais forte do que<br />
uma água dura. O mesmo efeito ocorre com úlceras bacterianas.<br />
Úlceras são literalmente furos na pele, onde sem o muco a água pode<br />
inundar o corpo do peixe, e outra vez esta ação é mais evidente em águas<br />
moles. Reduzir o fluxo osmótico adicionando uma pequena quantidade de sal à<br />
água reduzirá o ingresso da água no copo do peixe.<br />
Tratamentos<br />
Imersão prolongada<br />
Duas a três gramas por litro. Este tratamento é utilizado para<br />
aceleração da produção de muco, regeneração de úlceras bacterianas e como<br />
auxiliar em tratamento de infecções bacterianas no aparelho digestivo, quando<br />
há acumulo de líquido interno (abdômen inchado). Duração: 7 a 12 dias.<br />
34
Imersão de curta duração<br />
Dez a vinte gramas por litro por até 30 minutos. Este procedimento<br />
somente poderá ser executado com o acompanhamento visual do criador.<br />
Observe que a dose mais elevada será tolerada somente por poucos minutos.<br />
Quando o peixe perder o equilíbrio, retire-o imediatamente para outro aquário<br />
com água limpa pré condicionada.<br />
Este tratamento é utilizado contra ectoparasitas e para doença<br />
bacteriana das brânquias.<br />
Referências: Silva, M. B. H. Site dos criadores do reino unido. The Naked Truth, Soh, A.<br />
35
ESPECIAL<br />
COBERTURA DO<br />
PRIMEIRO CAMPEONATO<br />
BRASILEIRO DE FLOWER<br />
HORN - UFA BRASIL<br />
Marcelo Jodar<br />
Aconteceu no mês passado,<br />
mais precisamente em 21 de maio, no<br />
Rio de Janeiro, o PRIMEIRO<br />
CAMPEONATO BRASILEIRO DE<br />
FLOWER HORN, organizado pela UFA<br />
BRASIL (United Flowerhorn<br />
Association Brasil), uma grande<br />
iniciativa da galera engajada no<br />
desenvolvimento e aprimoramento<br />
genético dessa espécie de peixe<br />
híbrido que a cada dia mais se<br />
populariza no aquarismo mundial.<br />
No Brasil não poderia deixar<br />
de ser diferente, a cada dia mais<br />
aquaristas demonstram interesse em<br />
conhecer e criar o popular “Flower”.<br />
Conhecimentos específicos se fazem<br />
necessários e muito mais profundos quando se pensa em reproduzir a espécie.<br />
Por serem peixes híbridos problemas com fertilidade e fixação de<br />
características genotípicas e fenotípicas devem ser bem estudados a fim de se<br />
obter sucesso na reprodução. Como sempre, um dos gargalos é a dificuldade<br />
36
de se obter matrizes de alto padrão de qualidade a fim de produzir aqui no<br />
Brasil peixes com os padrões internacionais.<br />
Contudo, já temos uma aqui uma galera dedicada e que trabalha sério<br />
para desenvolver variantes puras e fixadas e que já estão colhendo os frutos de<br />
tamanha dedicação.<br />
A prova disso foi a criação da UFA BRASIL, uma associação que tem<br />
representantes em todo o mundo<br />
(UFA) o que uniu ainda mais os<br />
criadores nacionais e facilitou o<br />
intercambio com profissionais de<br />
outros países.<br />
Trabalhando dessa forma era<br />
inevitável que mais cedo ou mais tarde<br />
se organizasse um evento que reunisse<br />
esse pessoal sério em um único local a<br />
fim de aumentar ainda mais a interação<br />
e troca de informações, bem como, a<br />
divulgação do hobby para curiosos e<br />
entusiastas do aquarismo.<br />
E aconteceu!!!<br />
O primeiro campeonato brasileiro realizou-se dia 21 de maio na cidade<br />
do Rio de Janeiro mais precisamente em um espaço oferecido pela loja SMART<br />
FISH, que é umas das grandes lojas de aquarismo daquele estado.<br />
O evento contou com palestras de Renato Moterani e Fábio<br />
“Flowerhorn”, ainda com sorteios de brindes e claro, premiações aos<br />
participantes e vencedores do campeonato. Porém o mais importante, acima<br />
de qualquer premiação foi a iniciativa e todo o trabalho para a realização do<br />
evento que com certeza será um marco na história da criação de flower horns<br />
no Brasil. Parabéns a todos os envolvidos!!!!<br />
37
Vamos ver algumas imagens do campeonato?<br />
As feras esperando os juízes:<br />
Alguns dos premiados e uma lenda viva: Prof. Wilson Vianna da AQUORIO<br />
A excelente palestra de Renato Moterani transmitida on line via facebook:<br />
38
Algumas das feras do campeonato!<br />
Imagens: Alexandre Vianna, Diogo Paulucci, Edvaldo Trajano, Fábio<br />
“Flowerhorn”.<br />
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Este foi um dos grandes vencedores:<br />
CAPITÃO AMÉRICA,<br />
do criador Fábio “Flowerhorn”!!!<br />
Agradecimentos<br />
Aos amigos do Grupo UFA BRASIL por autorizarem a publicação de imagens e<br />
cobertura do evento.<br />
40
AQUARIO MARINHO<br />
A SUSTENTABILIDADE EM<br />
SISTEMAS MARINHOS<br />
Tâmide Szulkin<br />
Quando pensamos<br />
em sustentabilidade em<br />
recintos aquáticos, logo<br />
nos vem a idéia de um<br />
sistema auto-sustentável,<br />
e foi pensando nisso que o<br />
sistema desenvolvido pela<br />
Forever Fish em São<br />
Paulo, vem dando certo,<br />
já que o modelo, tem<br />
contribuído para que<br />
muitos hobystas tenham<br />
um sistema sem uso ou o menor uso possível de produtos químicos, desta<br />
forma havendo o menor grau de intervenção no sistema.<br />
De forma recorrente, são as doenças, surtos de algas, e demais<br />
desequilíbrios ecológicos dentro do sistema que forçam o uso de tais produtos<br />
químicos, porém, o que se vê, é que a auto-sustentabilidade aplicada desde seu<br />
inicio, quando o aquarista já planeja a montagem do seu sistema, seja ele de<br />
SPS, LPS ou soft. e são tomados alguns cuidados, desde o preparo da caixa de<br />
vidro, onde o sistema de filtragem convencional passa por um refugio externo,<br />
tal freqüência de uso diminui.<br />
Lá é possível ter instalado um sistema muito simples para remoção do<br />
fosfato da água, através da flor do Mangue-vermelho (Rhizophora mangle),<br />
assim conhecida, onde com o crescimento das mesmas, se obtém a remoção<br />
gradual dos níveis de fosfato, o que é um grande desafio nos dias atuais.<br />
41
Exemplo de refúgio externo auto-sustentável – Foto do autor<br />
Lembrando que somente este sistema não é suficiente, infelizmente<br />
sendo necessário o uso de carvão ativado, que neste modelo é usado somente<br />
em casos emergenciais, ou no inicio da ciclagem, já que o mesmo geralmente<br />
libera as toxinas retidas, caso não seja trocado a cada 20 dias.<br />
Outro refúgio auto sustentável – Foto do autor<br />
42
Outra informação importante é que o uso mínimo de substrato é<br />
defendido, já que com o tempo, produzem fosfato no sistema, usando então<br />
rochas naturais e vivas, e após esta montagem inicial, são inseridas água com<br />
biologia de um outro aquário conhecida como água de TPA ( troca parcial de<br />
água) já que essa água contem entre outros elementos bactérias<br />
decompositoras, que são aquelas que consomem a matéria orgânica.<br />
Aguardando então o ciclo natural de trinta dias para a estabilização, do<br />
sistema.<br />
Risofloras utilizadas no refúgio auto-sustentável- Foto do autor<br />
A preparação da água da TPA deve ser através do uso de um sal<br />
sintético, já que este tipo de sal é estéril e contem elementos traços além de<br />
um nível ideal de cálcio e magnésio evitando assim outros tipos de<br />
contaminação do sistema.<br />
Uma solução natural para o<br />
controle interno de pragas como<br />
aiptasia, planaria, verme do fogo,<br />
são os predadores naturais ou<br />
ainda métodos como o de choque<br />
osmótico através de água de<br />
REVERSE OSMOSI - RO, ou<br />
mangueira de sucção, o que será<br />
tratado na próxima matéria.<br />
43
Quando um peixe fica doente, são usados os métodos de dosagem de<br />
extrato de alho na ração, artemias salinas e algas para o tratamento, que<br />
previamente ficam em imersão em tal extrato, desta forma contribuindo para<br />
um rápido restabelecimento da saúde dos mesmos. Casos como oodinium<br />
infelizmente ainda são feitos com tratamento especifico e fora do sistema, já<br />
que é a base de cobre, o que é fatalmente prejudicial.<br />
O autor:<br />
Tâmide Szulkin<br />
Hobysta marinho, proprietário da Forever Fish em SP, aquicultor,<br />
palestrante, colunista de matérias marinhas e desenvolvedor de projetos<br />
auto-sustentáveis para o aquário marinho, Manager Reef Marinho<br />
tamidemovel@gmail.com<br />
Links: www.facebook.com/reefmarinho<br />
44
45
William Melo<br />
Habitantes do continente<br />
africano, estão entre as mais belas<br />
espécies de peixes existentes no<br />
mundo. Ocorrem em três lagos,<br />
Malawi, Tanganyika e Victória, cada<br />
um com suas particularidades.<br />
Donos de um comportamento<br />
bastante agressivo e territorialista,<br />
de uma coloração exuberante e de<br />
um tamanho que varia de 2,5 a 80<br />
centímetros, são eles os Ciclídeos<br />
Africanos.<br />
Veremos nesta edição as principais características do lago Malawi e<br />
alguns dos seus principais habitantes.<br />
46
Lago Malawi<br />
O Lago Malawi é também conhecido como Lago Niassa. É o terceiro<br />
maior lago da África e o nono do mundo. Seu pH varia de 7,5 a 8,5 e a<br />
temperatura de 25 a 30°C com uma dureza total que pode variar de 4 a 8 dH.<br />
Além de possuir as espécies mais coloridas, é o que as possui em maior<br />
número também. Os Ciclídeos do lago são divididos em dois grupos: Mbunas e<br />
Não-Mbunas.<br />
As espécies classificadas como Mbunas são aquelas que habitam as<br />
regiões rochosas do lago. Não é difícil encontrá-los em grupos. As fêmeas<br />
geralmente possuem uma coloração<br />
mais discreta, sendo os machos<br />
ligeiramente mais coloridos. São peixes<br />
de tamanho pequeno e de hábitos<br />
vegetarianos, consumindo em ambiente<br />
natural as algas fixadas nas rochas. São<br />
espécies mais agressivas que os Não-<br />
Melanochromis Auratus<br />
Mbunas.<br />
As principais espécies Mbunas são os Pseudotropheus, Labidochromis,<br />
Melanochromis, Labeotropheus e Metriaclima. Já as espécies Não-Mbunas são<br />
as espécies que habitam outras regiões do lago. Diferente dos Mbunas, são<br />
peixes que possuem hábitos carnívoros e são menos agressivos onde os<br />
principais representanes são Aristochromis e Aulonocara.<br />
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LabidochromisYellow<br />
Pseudotropheus<br />
Aulonocara Yellow Peacock<br />
O autor:<br />
Willian Melo<br />
Estudante de administração, desde sua infância teve o aquarismo<br />
presente em sua vida. Hoje dedica-se principalmente à criação de<br />
ciclídeos africanos e administra um canal no YOUTUBE, sobre o<br />
tema,“ O MUNDO DOS CICLÍDEOS AFRICANOS”.<br />
Acesse: https://www.youtube.com/channel/UC2F0yaBWlgEEzLPehEeylXA<br />
Referências:<br />
http://www.ciclideos.com<br />
http://www.cichlid-forum.com<br />
48
E chegamos ao final da segunda edição da nossa revista digital.<br />
Sabemos que ainda falta muito para se tornar um material como idealizamos,<br />
porém precisamos de sua colaboração para que isso se realize, temos a certeza<br />
que já evoluímos em relação a primeira edição mas precisamos progredir ainda<br />
mais.<br />
Este espaço é de todos os aquaristas e contamos com todos vocês para<br />
a publicação do próximo número. Escrevam, mandem material, critiquem,<br />
dêem sugestões do que gostariam de ler na próxima revista, pois assim<br />
poderemos publicar o que realmente os aquaristas desejam ler!<br />
Já temos sugestões de leitores para assuntos que serão abordados na<br />
próxima edição bem como fotos de aquários para serem publicadas. Ajude,<br />
mande sua idéia e a foto do seu aquário também!<br />
Neste final de edição queremos deixar nossos agradecimentos a todos<br />
os que colaboraram de alguma forma para a realização desta edição e<br />
sobretudo aos amigos que escreveram ou permitiram a publicação de seus<br />
trabalhos aqui, bem como as marcas e empresas parceiras que acreditaram em<br />
nosso projeto e apoiaram esta edição.<br />
Nos últimos dias de maio aconteceu em Nuremberg, Alemanha, a<br />
INTERZOO 2016, a maior feira pet do mundo, mas como estávamos fechando<br />
esta edição não foi possível documentá-la aqui, mas prometemos uma matéria<br />
especial para a edição de julho!<br />
Até a terceira edição!<br />
MEUSPEIXES.COM<br />
NÓS FAZEMOS O QUE AMAMOS<br />
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<strong>Peixes</strong> saudáveis com<br />
pequenos cuidados<br />
www.alconpet.com.br<br />
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