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edicao03

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por volta de 1950, o designer francês Roger<br />

Vivier criou aquele modelo que nunca mais<br />

sairia dos pés femininos, o stiletto, bem fino<br />

e muito alto.<br />

Altos e baixos<br />

Apesar da imensa e inesgotável variedade<br />

de modelos de calçados femininos, não<br />

existe um tipo ideal. E sabe por quê? Porque<br />

o ideal mesmo seria não usar nada nos pés.<br />

Por isso, é preciso encontrar um meio-termo,<br />

nem tanto ao céu nem tanto à terra. E<br />

olha que muitas mulheres não poupam esforços<br />

para se manter em cima do salto. De<br />

acordo um levantamento norte-americano<br />

realizado pelo Centro Nacional de Pesquisas<br />

do Consumidor e encomendado pela revista<br />

ShopSmart, as mulheres não se importam<br />

em abrir mão do conforto em nome da elegância.<br />

Por isso, sobem nos saltos agulha<br />

mesmo que isso custe algumas dores. “O<br />

uso constante do salto pode causar um encurtamento<br />

da panturrilha (parte posterior<br />

da perna), provocando tendinite, dores nas<br />

pernas, no quadril, nos joelhos e nos pés,<br />

ruptura de ligamentos, lesões no calcanhar<br />

e no tornozelo, alterações na coluna em decorrência<br />

da má postura e até uma hérnia<br />

de disco”, explica o ortopedista Mauro Pedroni<br />

Jr. “Não existe uma altura perfeita, mas<br />

aqueles que têm até cinco centímetros não<br />

causam grandes males. O recomendável<br />

mesmo é alternar os tipos de salto.”<br />

Opções não faltam no<br />

mercado. Ao longo do tempo,<br />

os saltos foram ganhando não só<br />

tamanhos diferentes como formatos<br />

inusitados, além dos modelos rasteiros,<br />

como as sapatilhas, item básico no<br />

guarda-roupa feminino. A advogada Rafaela<br />

Küster, 31 anos, aprendeu a lição depois<br />

de muito sofrimento. Ela não tirava o salto<br />

agulha por nada. Além de se achar baixinha<br />

(tem 1,50m), por causa da profissão, sempre<br />

teve que vestir roupas mais sociais, que<br />

combinam melhor com saltos finos. Depois<br />

de começar a sentir fortes dores na lombar<br />

e na região do quadril, Rafaela procurou<br />

um médico. O problema foi diagnosticado<br />

como sacroileíte, uma inflamação das articulações<br />

sacroilíacas que conectam a parte<br />

inferior da coluna com a pélvis. Nos primeiros<br />

meses de tratamento, a advogada precisou<br />

abandonar os exercícios físicos e passou<br />

a tomar remédio para aliviar a dor e tratar a<br />

doença. Passada a fase inicial, o médico a liberou<br />

para fazer pilates, que alonga todas as<br />

partes do corpo e fortalece a musculatura.<br />

Agora, Rafaela adotou o hábito de alternar<br />

saltos altos e baixos e tem se sentido muito<br />

melhor. “Para correr atrás do meu filho de<br />

1 ano e 7 meses, prefiro os baixinhos. Guardo<br />

os de salto fino, de 10 centímetros, para um<br />

evento do trabalho ou alguma festa. Posso<br />

continuar elegante no dia a dia usando um<br />

anabela ou meia-pata”, diz a advogada.<br />

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